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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

LICENCIATURA EM AGROPECUÁRIA COM HABILITAÇÃO EM EXTENSÃO


RURAL

FIDEL ANTÓNIO ARMANDO

USO DE PESTICIDA ORGÂNICO NA BASE DE FOLHAS DE


TOMATEIRO (SOLANUM LYCOPERSICUM L.) PARA O
CONTROLO DE PULGÕES NA CULTURA DE PEPINO
(CUCUMIS SATIVUS). ESTUDO DO CASO: FARMA DA UAM-
CIDADE DA BEIRA

Beira
2021
FIDEL ANTÓNIO ARMANDO

USO DE PESTICIDA ORGÂNICO NA BASE DE FOLHAS DE


TOMATEIRO (SOLANUM LYCOPERSICUM L.) PARA O CONTROLO
DE PULGÕES NA CULTURA DE PEPINO (CUCUMIS SATIVUS).
ESTUDO DO CASO: FARMA DA UAM- CIDADE DA BEIRA

Projecto a ser apresentado na Faculdade de


Ciências Agrárias, Departamento de Ciências
Agronómicas, Curso de Agropecuária para
obtenção de grau de Licenciatura em Agropecuária.

Supervisor: dr. António Cardoso

Beira
2021
Índice

I: INTRODUÇÃO..................................................................................................................................1

1.1 Introdução.......................................................................................................................................1

1.2 Justificativa.....................................................................................................................................1

1.3 Problematização..............................................................................................................................2

1.4 Hipóteses........................................................................................................................................3

1.4.1 Básica......................................................................................................................................3

1.4.2 Secundária...............................................................................................................................3

1.5 Objectivos.......................................................................................................................................4

1.5.1 Geral.......................................................................................................................................4

1.5.2 Específicos..............................................................................................................................4

1.6 Delimitação do tema.......................................................................................................................4

1.7 Enquadramento do tema.................................................................................................................4

1.8 Métodos e técnicas de pesquisa......................................................................................................5

1.8.1 Método bibliográfico...............................................................................................................5

1.8.2 Método estatístico...................................................................................................................6

1.8.3 Técnica experimental..............................................................................................................6

1.8.3.1 Desenho do experimental..............................................................................................7

1.8.4 Técnica de observação directa.................................................................................................7

1.9 Relevância do Tema.......................................................................................................................7

1.9.1 Socioeconómica......................................................................................................................7

1.9.2 Ambiental................................................................................................................................8

II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................................................9

2.1 Produção de Hortícolas...................................................................................................................9

2.2 Cultura de Tomate..........................................................................................................................9

2.2.1 Histórico de cultivo de tomate.................................................................................................9


2.2.2 Produção de tomate em Moçambique...................................................................................10

2.2.3 Taxonomia, classificação botânica e características..............................................................10

2.2.4 Descrição botânica e agronómica..........................................................................................11

2.2.5 Composição química da folha de tomateiro..........................................................................11

2.3 Pesticidas......................................................................................................................................12

2.3.1 Tipos de pesticidas................................................................................................................12

2.3.2 Histórico................................................................................................................................13

2.4 Cultura de Pepino.........................................................................................................................13

2.4.1 Importância alimentar e social..............................................................................................14

2.4.2 Taxonomia............................................................................................................................14

2.4.3 Morfologia do pepino............................................................................................................15

2.4.4 Produção mundial de pepino.................................................................................................15

2.4.5 Produção de Pepino em Moçambique...................................................................................16

2.4.6 Condições edafoclimáticas....................................................................................................16

2.4.7 Ciclo vegetativo de pepino....................................................................................................16

2.4.8 Principais Pragas e doenças, seu controlo e tratamento.........................................................17

2.4.8.1 Pulgões........................................................................................................................17

III: RESULTADOS ESPERADOS......................................................................................................19

Referências bibliográficas....................................................................................................................20
1

I: INTRODUÇÃO

1.1 Introdução

O trabalho em destaque tem como tema ʽʽUso de Pesticida Orgânico na base de Folhas
de Tomateiro (Solanum lycopersicum L.) para o controlo de Pulgões na cultura de Pepino
(Cucumis sativus)ʼʼ, este estudo a ser realizado na Farma da Universidade Adventista de
Moçambique, Cidade da Beira, com finalidade de compreender até que ponto este insecticida
natural pode ser eficaz para o controlo de pulgões. Neste contexto o autor pretende trazer
soluções do problema referente ao ataque destas pragas nas diversas culturas, particularmente
a cultura de pepino, com intuito de maximizar o uso de pesticidas naturais denominados
amigos do meio ambiente.

A aplicação de insecticidas deverá ser feita preferencialmente quando as pragas e


insectos estiverem em seus primeiros estágios de vida (larvais ou ninfais), preferivelmente nas
horas de pouca radiação solar e sem ameaça de chuvas (Embrapa, 2015d citado por Silveira et
al., 2015).

De forma organizacional, o trabalho divide-se em três secções, onde a primeira fala


sobre a introdução do trabalho, esta patente a justificativa da escolha do tema; o problema a
ser solucionado; as hipóteses sendo estas básicas e secundárias; objectivo do trabalho em que
o autor pretende desenvolver; a delimitação do tema que retrata do local e o período em que
se pretende realizar o estudo; enquadramento; o método em que o autor pretende recorrer na
elaboração do projecto e as relevâncias sendo estas socioeconómicas e ambiental. A segunda
engloba a fundamentação teórica, onde fala-se de todos os aspectos ligados ao ponto de vista
dos autores referentes ao tema em estudo e a terceira esta patente os resultados a serem
esperados na pesquisa.

1.2 Justificativa

A escolha do tema parte no âmbito do autor ter participado numa prática relativa ao
Estágio Técnico Profissional na Farma da Universidade Adventista de Moçambique (UAM)
na província de Sofala concretamente na cidade da Beira no Bairro da Manga, onde, durante
as actividades constatou-se a presença de pulgões nas diversas culturas hortaliças. Para o
autor, verificou que estas pragas têm gerado diversas perdas económicas e culturais, sendo
que, os técnicos têm recorrido o uso de pesticidas inorgânicos para o seu controlo, o que
2

poderá gerar grandes problemas para o solo, meio ambiente inclusive ao próprio homem
durante o manuseio ou mesmo na poluição dos resíduos tóxicos.

Através das pesquisas realizadas pelo autor no sentido de criar mecanismos para a
minimização desses riscos ao meio ambiente e ao próprio homem no uso de pesticidas
inorgânicos, pretende-se criar mecanismos de processamento de pesticida orgânico (natural)
na base de folhas de tomateiro para o controlo dessas pragas.

Durante este estudo, notou-se que vilões mais conhecidos da horta são os pulgões para
além de vermes, lagartas e outras pragas de hortaliças. Quando infestam, estas pragas
realmente dão trabalho para serem controladas. Pesticidas inorgânicos não devem ser
empregados em hortas orgânicas, eles eliminam as pragas, mas contaminam o solo e pondo
em risco a saúde publica. O uso de insecticidas orgânicos, ecológicos e naturais é o mais
indicado como as folhas do tomateiro por serem ricas em tomatina, que são tóxicas para as
pragas, podendo repelir ou mesmo matar. Esta substancia por ser natural, não possui uma
acção toxicante para o homem durante o maneio.

A escolha da cultura de pepino parte de pressuposto de que a mesma por ser de grande
importância económica na unidade de produção da UAM, esta cultura tem tido boa aceitação
no mercado actualmente especialmente no centro de comercialização de Maquinino, isto na
Cidade da Beira, e por isso, devido as sua qualidades de produção em solos com boa
disponibilidade de NPK que são os fertilizantes obtidos na farma com maior relevância
influenciando directamente na qualidade do fruto. Esta hortícola tem despertado interesse por
parte dos consumidores internos e externos não só pelo seu valor nutricional mas também
pelas suas propriedades terapêuticas.

1.3 Problematização

Actualmente, a maioria da população procura por alimentos que sejam saudáveis, com
uma estrutura atraente, grandes e duráveis, e acabam consumindo principalmente alimentos
produzidos com o uso de agrotóxicos e que apresentam alto teor de toxina (Finato et al, 2013
citado por Silveira et al, 2015).

Muitas críticas vêm surgindo em torno do modelo de agricultura vigente, à medida que
estudos comprovam que os agrotóxicos contaminam os alimentos e o meio ambiente,
causando danos à saúde. A agricultura orgânica surge como uma que busca utilizar os
3

recursos naturais de forma sustentável e racional, empregando métodos tradicionais e


tecnologias ecológicas para a execução das actividades produtivas. Aos poucos a procura por
alimentos orgânicos esta crescendo, principalmente por causa de alguns estudos que relatam
várias doenças causadas pelo consumo de agrotóxicos (Silveira et al, 2015).

Para a produção de alimentos de natureza orgânica, é preciso a utilização de


insecticidas naturais. Neste contexto, o autor pretende apresentar algumas técnicas de
produção de insecticida natural, que seja eficaz para o controlo de pulgões na cultura de
pepino, sendo esta cultura de grande importância na economia do produtor.

Os pulgões são uma das pragas que mais preocupam agricultores, não só, porque
diminuem o rendimento das plantas, cuja seiva lhes é retirada, colonizando, em grande
número, caules, folhas, gemas, flores, frutos e raízes, como tambem propiciam outros
problemas. A medida que segregam favorecem o aparecimento de fungos. o ataque intensivo
desta praga pode levar à queda das folhas, frutos recém formados e flores. As plantas
diminuem o seu vigor vegetativo e como consequência produzem menos flores e frutos.
Diante desta situação, o autor levanta a seguinte questão:

a) Ate que ponto o uso de pesticida orgânico na base de folhas de Tomateiro (Solanum
lycopersicum L.) pode ser eficaz para o controlo de pulgões na cultura de Pepino
(Cucumis sativus)?

1.4 Hipóteses

1.4.1 Básica

a) Presume-se que o uso de folhas de tomateiro (Solanum lycopersicum L.) como


pesticida orgânico pode ser eficaz para o controlo de pulgões na cultura de pepino
(Cucumis sativus).

1.4.2 Secundária

a) É provável que a aplicação de pesticida na base de folhas de tomateiro (Solanum


lycopersicum L.) pode não ser eficaz para o controlo de pulgões na cultura de pepino
(Cucumis sativus);
4

b) Possivelmente o maneio do processamento do pesticida feito de folhas de tomateiro e


a dosagem aplicada poderá ou não influenciar nos resultados durante o controlo de
pulgões na cultura de pepino.

1.5 Objectivos

1.5.1 Geral

a) Conhecer a eficácia de folhas de Tomateiro (Solanum lycopersicum L.) como


insecticida natural no controlo de pulgões na cultura de Pepino (Cucumis sativus).

1.5.2 Específicos

a) Avaliar o pesticida orgânico feito na base de folhas de Tomateiro (Solanum


lycopersicum L.) para o controle de pulgões;
b) Verificar o nível de ataque de pulgões na cultura de pepino a pós pulverização do
biopesticida;
c) Analisar a eficácia do pesticida orgânica produzida a partir de folhas de tomateiro para
o controlo de pulgões na cultura de Pepino (Cucumis sativus).

1.6 Delimitação do tema

O tema em estudo relativo ao ʽʽUso de Pesticida Orgânico na base de Folhas de


Tomateiro (Solanum lycopersicum L.) para o controlo de Pulgões na Cultura de Pepino
(Cucumis sativus)ʼʼ será realizado na província de Sofala concretamente na Cidade da Beira,
Beiro da Manga, na Farma da Universidade Adventista de Moçambique (UAM) no período
compreendido entre Abril/Julho de 2021.

1.7 Enquadramento do tema

O tema intitulado “Uso de Pesticida Orgânico na base de Folhas de Tomateiro


(Solanum lycopersicum L.) para o controlo de Pulgões na Cultura de Pepino (Cucumis
sativus)”, enquadra-se a nível do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural
(MADER) no âmbito do programa quinquenal do Governo 2020-2024 sobre maneio de
Pesticidas e controle de pragas agrícolas.

No âmbito pedagógico do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, nos


programas de ensino em agropecuária 8ª Classe Unidade IV, referente as práticas culturais
5

sobre o controlo de pragas e doenças. Geografia 10 Classe, II- Unidade, sobre a geografia
económica de Moçambique, com o tema a agricultura.

No ensino básico o tema enquadra-se na disciplina de ciências naturais 7ª Classe na


VII unidade: Ciclo de Nutrientes; Ofícios 6ªclasse, na VII Unidade: Agro-pecuária, no que se
refere aos métodos e técnicas de combate a pragas, doenças e ervas daninhas; Ciências
Naturais, III unidade sobre as plantas.

A nível da Universidade Licungo concretamente no Departamento de Ciências


Agronómicas, no curso de Agropecuária nas seguintes cadeiras: Agricultura Geral, com o
tema referente a Agricultura Orgânica; Ciências do solo: A importância do solo; Fisiologia
vegetal: Fisiologia de produção e de colheita; Fitopatologia e Fitofarmacologia, Ecologia
Ênfase para Agropecuária, VII Unidade referente a conservação da biodiversidade; Pragas
Agrícolas e Controle de Infestantes.

1.8 Métodos e técnicas de pesquisa

Método é “o conjunto de etapas e processos a serem vencidos ordenadamente na


investigação dos factos ou na procura da verdade” (Ruiz, 1985, p. 131). Enquanto, uma
técnica de pesquisa é uma forma adequada para a realização de um trabalho, ou seja, são os
procedimentos operacionais que servem de mensuração práticas para a realização das
pesquisas conduzidas mediante diferentes metodologias mas que precisam ser compatíveis
aos métodos adoptados (Gil, 2007 citado por Couto, 2019).

Na base dos métodos e técnicas a serem descritos nesta pesquisa, será feito o uso de
vários métodos e técnicas que auxiliarão na recolha de dados para facilitar a sua efectivação.

1.8.1 Método bibliográfico

Com base neste método, será feita a colecta de informações relativas ao uso de
pesticida orgânico na base de folhas de tomateiro para fazer face no controlo de pulgões na
cultura de pepino. Estas buscas serão realizadas na base dos livros, artigos, revistas, Websites
entre outros meios a serem fornecidos pelos autores para fazer ênfase a analise e discussão
dos resultados a serem adquiridos durante a pesquisa do campo.
6

1.8.2 Método estatístico

O método estatístico terá como papel fundamental, antes de tudo, de fornecer uma
descrição quantitativa dos dados a serem colhidos pelo autor, permitindo a sua análise a partir
dos experimentos a serem feitos ao longo deste trabalho baseando-se desde a colecta dos
materiais para a produção do insecticida, sua aplicação na cultura onde será identificada as
pragas em destaque, monitorização das actividades até a colecta e organização dos dados com
auxílio de pacotes estatísticos (Excel e Word) adequado para a sua análise e interpretação dos
mesmos.

1.8.3 Técnica experimental

O estudo experimental segue um planejamento rigoroso. As etapas de pesquisa iniciam


pela formulação exacta do problema e das hipóteses, que delimitam as variáveis precisas e
controladas que actuam no fenómeno estudado (Triviños, 1987 citado em Editora, 2009,
p.36). Com esta técnica objectiva-se a geração de conhecimentos para aplicação prática de
produção de biopesticida na base de folhas de tomateiro, dirigidos à solução de problema
relacionado ao controlo de pulgões na cultura de pepino que tem gerado grandes perdas de
culturas e económicas na unidade de produção da UAM.

A dosagem de pesticida será feita numa quantidade de 100g de folhas de tomateiro


para 20 L de água, que poderá ser utilizado para a pulverização da cultura durante o seu ciclo
produtivo, desde a fase da germinação até a colheita logo de manhã e a tarde.

A preparação poderá obedecer os seguintes passos: primeiro colheita das folhas e que
as mesmas serão moídas num liquidificar e depois será adicionada uma quantia de água num
pulverizador onde poderá conter a mistura; segundo, será deixado durante 24 horas no sentido
de fermentar; e por fim, será aplicado a cultura desejada.

As variáveis a serem estudadas durante o experimento poderão incluir: a coloração,


tamanho das folhas, nível de abertura das folhas, vigor da planta durante o seu ciclo
vegetativo, a qualidade do fruto a pós a colheita (diâmetro, o comprimento, peso e nível de
coloração).
7

1.8.3.1 Desenho do experimental

O experimento será realizado em uma parcela disposta em Delineamento de Bloco


Casualizados (DBC) em três tratamentos (T1 pesticida de folhas de tomateiro; T2 sem
pesticida e; T3 com pesticida inorgânico) e duas repetições em cada tratamento. Os factores
estudados incluem: pesticida feito de folhas de tomateiro para o controle de pulgões como
primeiro factor e a cultura de pepino cultivada em canteiros como segundo factor. Estes serão
comparados entre se e a cultura utilizada será de pepino (Cucumis sativus).

O experimento poderá ocupar uma área de 31,4 m2 de área total, sendo 25 m2 de


comprimento e 6,40 m2 de largura, foram feitos um universo de 6 canteiros com espaçamento
de 50cm de largura, 25 cm de comprimento, 20 cm de altura e 70 cm entre canteiros. O
compasso usado na plantação será de 1m entre linhas e 40 cm entre plantas.

1.8.4 Técnica de observação directa

A observação terá início a pós a pulverização da cultura na unidade experimental.


Durante toda a experiência a ser efectuado, será feita a descrição de todos processos físicos e
fisiológicos da cultura em estudo, não só, também, será realizado a tomada de nota dos
seguintes aspectos: O período e o tipo de sementeira, rega, germinação, momentos de sacha, a
variedade da cultura em estudo e o número populacional de plantas existentes em cada
canteiro e em toda unidade experimental, tipo de adubação efectuado, todos maneios de
pragas e doenças, as características apresentadas na cultura e o nível de rendimento da cultura.

1.9 Relevância do Tema

1.9.1 Socioeconómica

No pensar de Mourão (2019), a relevância social e económica esta relacionada a


algum assunto ou tema específico e exacto que seja de importância e interesse a sociedade no
seu sentido económico.

A relevância socioeconómica da pesquisa em estudo a ser realizada na base dos dados


que serão obtidos a partir do estudo referente ao Uso de Pesticida Orgânico na base de Folhas
de Tomateiro (Solanum lycopersicum L.) para o controlo de Pulgões na Cultura de Pepino
(Cucumis sativus), o mesmo espera-se que traga resultados fiáveis e úteis para a sociedade
contribuindo no aumento da economia sobre a prática da agricultura sustentável, através de
8

uso de pesticidas orgânicos designado amigo do meio ambiente e menos prejudicais a saúde
publica por ser menos poluente e eficaz para o seu manuseio.

A cultura de pepino tem relevância económica na sua comercialização, sendo uma das
hortaliças muito apreciadas e consumido a nível nacional e particularmente na Cidade da
Beira, na forma crua de seu fruto imaturo em saladas, curtido em vinagre ou limão e
raramente maduro e cozido. Além do seu valor económico e alimentar, o cultivo de
cucurbitáceas também tem grande importância social, a geração de empregos directos e
indirectos, pois demanda grande quantidade de mão-de-obra, desde o cultivo até a
comercialização, nas indústrias o pepino desempenha um papel fundamental na produção de
produtos de beleza como pomada, cremes, etc.

1.9.2 Ambiental

A produção e aplicação intensiva de pesticidas inorgânicos resultam frequentemente


na contaminação de ambientes terrestres e aquáticos. Efectivamente, as práticas agrícolas
envolvendo pesticidas, o seu derrame acidental e a libertação não controlada de águas
contaminadas resultantes da lavagem de reservatórios de pesticidas ou de efluentes industriais
no ambiente circundante têm conduzido à contaminação do ar, água, solo e seres vivos, pondo
em risco a saúde pública e a qualidade do ambiente que nos rodeia (Silva, 2018).

Solos saudáveis sem a poluição através dos agroquímicos produzem alimentos


saudáveis que, por sua vez, promovem a saúde e a integridade do meio ambiente. O papel
primordial do pesticida orgânico é manter e melhorar a saúde dos ecossistemas, dos solos
inclusive do próprio homem que manuseia estes fertilizantes (Silva, 2018). Olhando no ponto
focal do autor, o uso de pesticida feito de folhas de tomateiro, poderá contribuir na melhoria
do meio ambiente incluindo os solos que são usados para produção agrícola.
9

II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Produção de Hortícolas

A agricultura é uma arte que consiste no esforço para situar a planta cultivada nas
condições óptimas do meio (clima, solo) para lhe tirar o máximo rendimento em quantidade e
em qualidade" (Diehl, 1984 citado em Gec, 2013).

A agricultura orgânica é definida como um método que visa o estabelecimento de


sistemas agrícolas ecologicamente equilibrados e estáveis, economicamente produtivos em
grande, média e pequena escalas, de elevada eficiência quanto à utilização dos recursos
naturais de produção e socialmente bem estruturados, que resultem em alimentos saudáveis,
de elevado valor nutritivo e livres de resíduos tóxicos, e em outros produtos agrícolas de
qualidade superior, produzidos em total harmonia com a natureza e com as reais necessidades
da humanidade" (Paschoal, 1990 citado em Gec, 2013).

Em Moçambique, as hortaliças são consideradas importantes opções de alimentação


para a população, seja nas zonas rurais ou nos centros urbanos. Devido à sua reconhecida
riqueza em vitaminas, minerais, as hortaliças têm inequívoco potencial para reduzir a
desnutrição em Moçambique (Shinzato, 2007., Melo, 2011 citado por Mucavele, 2015). O
tomate é a segunda hortaliça mais cultivada em Moçambique, superada apenas pela batata.

2.2 Cultura de Tomate

O tomate (Solanum lycopersicum) que actualmente denominado por Solanum


lycopersicum, é uma das hortícolas mais importantes e popular do mundo assim como em
Moçambique. Presume-se que seja nativa da parte ocidental da América do Sul e Central. A
espécie cultivada do tomate é botanicamente denominada de Lycopersicum Esculentum
pertencente a família das Solanáceas (Graça, 2013 citado pelo Mucavele, 2015). O tomate tem
uma quantidade apreciável de β-caroteno, que é transformado em vitaminas A e C dentro do
corpo humano, e é também uma hortícola comercial importante para os agricultores familiares
e comerciais (Naika, et al., 2006).

2.2.1 Histórico de cultivo de tomate

O tomateiro (Solanurn lycopersicum L.) anteriormente classificado como


(Lycopersicon esculentum Mill.) tem como centro de origem a região andina, que vai desde o
10

Equador, passando pela Colômbia e, embora as formas ancestrais de tomate sejam originárias
dessa área, sua ampla domesticação se deu no México, chamado de centro de origem
secundária (Colariccio, 2000 citado por Júnior, 2012).

Inicialmente, o tomate era usado como planta ornamental, sendo considerado


venenoso pelos europeus. Somente a partir do século XIX, é que ele passou a ser realmente
consumido como alimento e se difundiu pelo resto do mundo, sendo actualmente a hortaliça
mais industrializada e mais importante em termos de produção e valor económico (Davi et al.,
2010).

A cultura de tomate actualmente é cultivada em quase todo o mundo, e a sua produção


global duplicou nos últimos 20 anos. Um dos principais factores para a expansão da cultura é
o crescimento do consumo. Dentre as hortaliças cultivadas em Moçambique, o tomate é a
mais importante, considerando-se os aspectos socioeconómicos (Sitoe, 2010 & Heine, 2012
citado por Mucavele, 2015).

2.2.2 Produção de tomate em Moçambique

Em Moçambique, a cultura foi introduzida pelos imigrantes europeus (principalmente


portugueses), sendo o tomate, uma das principais culturas praticadas e consumidas no país e
tem as variedades HTX-14, Roma VF, Rio Grande, Tenguero, como algumas das mais
praticadas (Alvarenga, 2004 & Pelembe, 2012, citado por Mucavele, 2015).

Oeste de África o tomate pode ter sido introduzido pelos portos através dos
comerciantes portugueses ou cruzando o continente a partir do Egipto ou Sudão (Pelembe,
2012 citado por Mucavele, 2015).

2.2.3 Taxonomia, classificação botânica e características

O tomate pertence à ordem Tubiflorae, família Solanaceae e ao género Solanum. A


primeira denominação científica do tomateiro foi dada em 1694 por Tournefort (1694),
Peralta (2006), e Santos (2009) citado por Mucavele (2015), que o classificaram
genericamente de Lycopersicon que significa “pêssego de lobo” na língua grega.

De acordo com Peralta et al., (2006) citado por Mucavele (2015), descreveu e
reclassificou o género como Lycopersicone, mais tarde, novamente Graça (2013), descreveu
várias espécies, incluindo o tomate cultivado, que chamou de L. esculentum. Na sequência,
11

diversos estudos mostraram alta correlação genética entre Lycopersicon esculentume espécies
do género Solanume o tomateiro foi reclassificado como Solanum esculentum.

Actualmente, com base em evidências obtidas a partir de estudos filogenéticos


utilizando sequência de DNA e estudos mais aprofundados de morfologia e de distribuição
das plantas, há ampla aceitação entre taxonomistas, melhoristas e geneticistas da
nomenclatura S. lycopersycum (Santos, 2009; Graça, 2013 citado por Mucavele, 2015).

2.2.4 Descrição botânica e agronómica

O tomateiro é uma planta herbácea e perene, de porte arbustivo, sendo cultivada


anualmente. A planta pode desenvolver-se de forma rasteira, semi-erecta ou erecta. Pode
apresentar crescimento limitado nas variedades de crescimento determinado e ilimitado nas de
crescimento indeterminado. As plantas se desenvolvem bem em amplo espectro de latitude,
tipo de solo, temperaturas e métodos de cultivo. Temperaturas abaixo de 10 ºC e acima de
34ºC, iluminação diurnas inferiores a 12 horas, drenagem deficiente e excesso de nitrogénio
provocam sérios prejuízos à cultura (Alvarenga, 2004 & Domingos, 2009 citado por
Mucavele, 2015).

O sistema radicular do tomate é do tipo pivorante, podendo chegar a até 1,5 m de


profundidade. No tomateiro transplantado o sistema radicular se torna mais superficial e mais
ramificado, se concentrando na faixa entre 5 e 35 cm de profundidade, e não se distinguindo a
raiz principal. O caule da planta jovem de tomateiro é erecto, herbáceo, suculento e coberto de
pelos glandulares e, à medida que a planta cresce vai se tornando lenhoso e fino, não
suportando o peso da planta em posição erecta (Azevedo, 2006 & Davi, 2010 citado por
Mucavele, 2015). As folhas são alternadas, compostas de número impar de folíolos e pilosas.

2.2.5 Composição química da folha de tomateiro

As folhas de tomateiro são composta de glicoalcoides esteroidais, principalmente a


tomatina e as suas geninas, a tomatidina e solanidina; além de rutina, possui também o acido
cloregénico e uma furocumarina de acção fotossinsibilizante (Lorenzi & Matos, 2002).

A tomatina é uma substancia tóxica presente nas folhas de tomateiro e de fruto


enquanto verde, fazendo com que as folhas seja amargas e que não sejam desejáveis para
alimentação humana. A tomatina é não tóxica para os seres humanos quando consumida em
quantidades presentes em tomates verdes. Esta substancia, na realidade, é tóxica para os
12

patógenos, ou seja, para as pragas do tomate. Há ainda indícios de que a mesma auxilia na
redução de colesterol e dos triglicerideos e fortalece o sistema imunológico (Masood et al,
2016).

A ingestão de 100g das folhas ou do tomate verde causa severa intoxicação,


caracterizada por vómitos, diarreia, cólicas, tontura e baixa frequência cardíaca e falta de
respiração que pode levar a morte (Lorenzi & Matos, 2002).

2.3 Pesticidas

Defensivos agrícolas, também conhecidos por agrotóxicos, pesticidas, praguicidas ou


produtos fitossanitários, são produtos químicos, físicos ou biológicos usados no controle de
seres vivos considerados nocivos ao homem, sua criação e suas plantações (Oliveira, 2014).

Segundo National Research Council (2000) citado por Oliveira (2014), os agrotóxicos
são substâncias ou misturas de substâncias químicas utilizadas para prevenir, destruir, repelir
ou inibir a ocorrência ou efeito de organismos vivos capazes de prejudicar as lavouras
agrícolas.

Há ainda o conceito utilizado pela Lei nº 7.802, de 11 de Julho de 1989, que define
agrotóxicos como “ os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos,
destinados ao uso nos sectores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos
agrícolas, nas pastagens, na protecção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros
ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja
alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da acção danosa de seres
vivos considerados nocivos; substâncias e produtos, empregados como desfolhantes,
dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento” (Planalto, 2014, citado por Oliveira,
2014).

São denominados biopesticidas os produtos feitos a partir de microrganismos,


substâncias naturais ou os que advêm de plantas geneticamente modificadas, que realizam o
controlo de pragas e pestes (Aires, 2014).

2.3.1 Tipos de pesticidas

Os principais tipos de defensivos, incluindo os agrícolas e com outras aplicações, são:


herbicidas, insecticidas, fungicidas, bactericidas, acaricidas, agentes biológicos de controlo,
13

defensivos á base de semioquímicos e produtos domissanitários (Schiesari, Costa, 2012,


citado por Silva, 2014).

Os insecticidas são produtos destinados a certas culturas em meio a protecção contra


insectos e fungos. Sua estrutura pode ser tóxica, quando feita quimicamente ou natural quando
feita por elementos orgânicos. Sua utilização é fundamental em qualquer plantação, pois os
insectos e as ervas daninhas são atraídos até estas plantações por meio natural de sua
sobrevivência, e acabam danificando a plantação e causando prejuízos ao produtor
actualmente, a procura por mercado agrícola por insecticidas naturais vem crescendo
significativamente. Desse modo, muitos outros insecticidas naturais são feitos com essas
plantas que possuem combatentes de insectos (Embrapa, 2015d citado por Silveira et al.,
2015).

A utilização de insecticidas naturais deve sempre ser ressaltada no seu modo de uso,
pois, seu excesso pode danificar ou matar a planta, como também o momento certo de sua
aplicação na planta. A aplicação de insecticidas deve ser feita preferencialmente quando as
pragas e insectos se encontrarem em seus primeiros estágios de vida (larvais ou ninfais),
preferivelmente nas horas de pouca radiação solar e sem ameaça de chuvas (Embrapa, 2015d
citado por Silveira et al., 2015).

2.3.2 Histórico

Desde a antiguidade as pragas assolam plantações e preocupam o ser humano.


Registos bíblicos mencionam nuvens de gafanhotos que destruíram lavouras inteiras no século
XIII a.C. Nesta época eram utilizados rituais religiosos e magias pelo povo grego e romano
para o combate dessas pragas (Braibante; Zappe, 2012 citado por Oliveira, 2014).

Ao longo dos anos o homem procurou meios para combater essas adversidades. Foram
utilizados compostos à base de arsénio, mercúrio e enxofre no combate a piolhos e outras
pragas, além de compostos orgânicos naturais como o piretro, oriundo de plantas do género
Chrysanthemum cinerariaefolium (Alves, 2002 citado por Oliveira, 2014).

2.4 Cultura de Pepino

O Pepino (Cucumis sativus L.) é uma planta da família Cucurbitaceae, seu ancestral
selvagem é a espécie Cucumishardwickiiroyale que ainda se encontra às vezes nos vales
subtropicais do Himalaica é uma hortícola de decrescimento indeterminado e apresenta seu
14

melhor desenvolvimento sob condições de alta temperatura, humidade relativa do ar e


luminosidade e com suprimento ininterrupto de água e nutrientes. É originário do continente
asiático, provavelmente da Índia, o que o torna bastante exigente em altas temperaturas
(Souza & Resende, 2006 citado por Cossa, 2015).

Esta cultura absorve e utiliza grande quantidade de nutrientes, mas é muito sensível ao
excesso de fertilizantes ou à variação brusca da concentração de fertilizantes na solução do
solo, sendo suas raízes bastante susceptíveis a essas variações (Souza & Resende, 2006 citado
por Cossa, 2015).

O pepino tem tido boa aceitação no mercado dos orgânicos e por isso a demanda por
tecnologias para a produção desta hortícola em sistema orgânico vem crescendo, esta
desenvolve melhor em solos com boa disponibilidade de N, P e K, o ultimo, influencia
directamente na qualidade do fruto (Catani & Jacinto, 2002 citado por Cossa, 2015).

2.4.1 Importância alimentar e social

É utilizado normalmente cru em forma de salada ou picles. Também é usado cozido e


recheado, em refogados, e em sopas quentes ou frias. É usado também na produção de
pomada que é utilizada para amaciar a pele. Depois de colhido e em condição ambiente, o
processo de deterioração do pepino é rápido. Deve ser conservado em geleira, dentro de sacos
plásticos perfurados. A sua duração é de até uma semana sem grandes alterações na cor, sabor
e aparência (Filgueira, 2000 citado por Silva et al., 2011).

O pepino (Cucumis sativus L.) é uma cultura da família das Cucurbitáceas, seu fruto é
bastante rico em vitaminas A e C, além de conter alguns sais minerais, como sílica, flúor,
ferro, potássio e magnésio. Contém ainda poucas gorduras e calorias, é recomendado à
pessoas que fazem regime para emagrecer (Silva et al., 2011).

Aproximadamente 95 % do pepino é composto por água, sendo entretanto rico em


fibras, daí a sua importância para o sistema digestivo (Filgueira, 2000 citado por Silva et al.,
2011).

2.4.2 Taxonomia

Segundo Filgueira (2000) citado por Silva et al. (2011), a taxonomia de pepino é:
15

a) Reino: Plantae; Divisão: Magnoliophyta; Classe: Magnoliopsida; Ordem:


Cucurbitales; Família: Cucurbitaceae; Género: Cucumis; Espécie: Cucumissativus
L.

2.4.3 Morfologia do pepino

O sistema radicular consiste em uma forte raiz principal que atinge de 1a 1.2 metros de
comprimento, ramificando-se em todas as direcções principalmente entre os primeiros 25 a
30cm do solo (Resende & Flori, 2004 citado por Cossa, 2015).

Folhas alternas, ásperas com coloração verde escura, com 3 a 5 lóbulos de forma
triangular, epiderme com cutícula fina, de forma a não sofrer nenhuma evaporação excessiva
(Filgueira, 2000 citado por Silva et al., 2011).

Os caules são rastejantes, prostrados e com gavinhas, com um principal que da origem
a varias ramas laterais principalmente na base, entre os 20 e 30 primeiros centímetros. Em
condições normais, podem atingir até 3.5m de comprimento (Resende & Flori, 2004 citado
por Cossa, 2015).

As flores situam-se nas axilas da guia secundária da planta, são monóicas, possui
fecundação cruzada. Algumas variedades são hermafroditas, na parte baixa da planta
predomina flores masculinas; no centro da planta a proporção de flores é igual, na parte
superior da planta predominam as flores femininas. A polinização ocorre no campo e é
efectuada principalmente por abelhas. A produtividade do cultivo dependerá da grande
medida da quantidade de flores femininas pois, são as mesmas que se converterão em frutos
(Resende & Flori, 2004 citado por Cossa, 2015).

2.4.4 Produção mundial de pepino

A China é o maior produtor mundial de pepino e responde por 58% da produção anual
mundial, seguida pela Turquia, Iran e Estados Unidos; porém, as maiores produtividades são
obtidas por países como a Holanda (586 t/ha), seguida por Reino Unido (397 t/ha), Dinamarca
(329 t/ha) e Noruega, Bélgica, França e Islândia (acima de 120 t/ha). As maiores
produtividades obtidas por esses países provavelmente estão relacionadas ao alto nível
tecnológico empregado, uma vez que nesses países o cultivo em ambiente protegido é
bastante utilizado no caso das hortaliças e, sob este sistema de cultivo, o maneio do clima e da
16

irrigação/fertirrigação são automatizados, o que aumenta em muito a eficiência do maneio e a


resposta das culturas aos insumos (Fontes, 2007).

2.4.5 Produção de Pepino em Moçambique

O nível de exploração Pepino em Moçambique ainda é muito baixo, no nosso país esta
cultura ocupa cerca de 39.930 explorações (Minag, 2010 citado por Cossa, 2015).

2.4.6 Condições edafoclimáticas

Adapta-se bem a vários tipos de solo, desde que sejam bem drenados. Solos de textura
franca são preferíveis. É uma cultura sensível a salinidade. O pH óptimo se situa entre 6,0 e
6,8 (Solis et al., 2008).

O pepino prefere clima quente, crescendo bem em locais com temperaturas entre 25°C
e 30°C. Em regiões sujeitas a geadas e a baixas temperaturas, o pepino pode ser cultivado
dentro de estufas. A planta não deve ser cultivada em local exposto ao vento. É uma cultura
mega térmica. A Temperatura óptima para germinação é de 27ºC, com óptima de crescimento
entre 20-25ºC dia e de 18-22ºC de noite (Blanco & Folegatti, 2007 citado por Cossa, 2015).

A germinação não ocorre se a temperatura for inferior a 12ºC. A temperatura basal


para germinação é de 12,1 ºC e a germinação ocorre com 108ºC dia acumulado. Altas
temperaturas e baixa humidade, favorecem um maior número de flores masculinas e baixas
temperaturas ou alta humidade, favorecem um maior número de flores femininas (Carvalho et
al., 2013).

Esta cultura cresce melhor em condições de alta luminosidade, com luz solar directa
pelo menos algumas horas por dia. A Humidade Situada entre 50-80% favorece a cultura e
humidade entre 5-75% favorece a fotossíntese. Humidades entre 75-100% induzem aumento
de área foliar e redução da espessura das folhas (Cantarella et al., 2009 citado por Silva et al.,
2011).

2.4.7 Ciclo vegetativo de pepino

O pepino é uma das hortaliças que apresenta menor tempo para formação da muda
quando comparado com outras hortaliças, como alface, tomate e pimenta, cujas mudas são
transplantadas aos 22-28 dias após a sementeira (Vieira et al., 2012 citado por Cossa, 2015).
17

O crescimento das plantas é bastante acelerado durante quase todo o ciclo da cultura,
reduzindo o ritmo de crescimento apenas nos estágios finais quando a planta inicia o processo
de senescência (Silva et al., 2011 citado por Cossa, 2015).

O início da colheita ocorre entre 40 e 50 dias após a sementeira podendo-se estender


por 60 a 80 dias dependendo das condições nutricionais e sanitárias das plantas. É
comprovado que colheitas em dias alternados estimulam a frutificação e elevam a
produtividade. Para o pepino do tipo conserva, o ponto de colheita vária de 40 a 60 dias após
o plantio, dependendo da variedade utilizada e do tamanho desejado para produção de picles.

Nesse tipo de pepino as colheitas diárias são favoráveis, uma vez que, de um dia para
outro, ocorre incremento substancial de comprimento. O pepino tipo caipira é colhido quando
os frutos atingem entre 12 e 14 cm de comprimento e os tipos aodai e japonês quando atingem
entre 21 e 23 cm. Nesses três últimos segmentos são recomendadas colheitas em dias
alternados. É importante, no momento da colheita, retirar todos os frutos em ponto de colheita
da planta, mesmo àqueles sem condições de comercialização (Resende, 1999 citado por
Cossa, 2015).

2.4.8 Principais Pragas e doenças, seu controlo e tratamento

Entre as pragas, quatro merecem destaque, segundo Camargo (2010), pelos danos que
constantemente causam a cultura quando não controladas a tempo: Broca dos frutos
(Diaphanianitidalis e D. hyalinat), Pulgão (Aphisgossypii), Vaquinhas (Diabroticaspeciosa),
Liriomiza (Liriomyzahuidobrensis e L. sativae).

2.4.8.1 Pulgões

São insectos de 1 a 3 mm de comprimento, com corpo periforme e delicado, antenas


bem desenvolvidas e aparelho bucal tipo sugador. No final do abdómen possuem dois
apêndices tubulares laterais, chamados sifúnculos, e um central, denominado codícula, por
onde são expelidas grandes quantidades de líquido adocicado (honeydew) (Filho et al., 2012).

As formas jovens (ninfas) e os adultos ápteros de A. gossypii apresentam coloração do


amarelo-claro ao verde-escuro, com sifúnculos e porções terminais das tíbias escuros; os
adultos alados de M. persicae possuem coloração verde, com cabeça, antenas e tórax pretos,
já as ninfas e adultos ápteros apresentam coloração verde-clara, rosada ou avermelhada. Estes
pulgões podem atacar o pepineiro durante todo o seu ciclo e ocorrem em grandes colónias na
18

face inferior das folhas, brotações e flores. Sua reprodução é por partenogénese, ou seja, sem
acasalamento. Com clima quente e seco sua reprodução é mais rápida, podendo completar o
seu ciclo biológico em uma semana (Filho et al., 2012).

A sucção contínua de seiva de tecidos tenros da planta e a injecção de toxinas, tanto


por adultos como por ninfas, provocam defiamento de mudas e plantas jovens e
encarquilhamento das folhas, brotos e ramos. Altas infestações podem afectar drasticamente a
produção e causar a morte das plantas. O líquido açucarado expelido pelos insectos também
favorece o desenvolvimento do fungo Capnodium, causador da fumagina, sobre as folhas e
estruturas reprodutivas da planta, afectando, consequentemente, a fotossíntese, a produção e a
qualidade dos frutos. Essas pragas também podem transmitir viroses como o mosaico do
mamoeiro–estirpe melancia (PRSV-W), o mosaico amarelo da abobrinha-de-moita (ZYMV),
o mosaico-2 da melancia (WMV-2) e o mosaico do pepino (CMV) (Filho et al., 2012).

Estes vírus são adquiridos e transmitidos durante as “picadas de prova” dos pulgões,
que normalmente têm a duração de poucos segundos. O mosaico amarelo da abobrinha-de-
moita (ZYMV) também pode ser transmitido por sementes, o que torna a ocorrência de
pulgões e desta virose indesejável em campos de produção de sementes de pepino (Filho et
al., 2012).

Os pulgões são favorecidos pelo clima seco e quente, podendo ocasionar infestação
severa em pepinei ro sob cultivo protegido. A reinfestação de cultivos pulverizados com
insecticidas pode ser promovida por formigas que transportam os pulgões oriundos de áreas
vizinhas (Filho et al., 2012).
19

III: RESULTADOS ESPERADOS

Com este estudo, espera-se que a produção de pesticida na base dessa matéria orgânica
(folha de tomateiro para o controlo de pulgões na cultura de pepino), possa trazer ganhos
económicos e culturais para pequenos, médios e grandes produtores de hortícolas e que possa
contribuir de forma significativa a expansão da agricultura orgânica em Moçambique e na
melhoria dos solos através da diminuição de uso de pesticidas inorgânicos denominados
inimigos do meio ambiente.

Não só, espera-se também a geração de resultados fiáveis e que sejam de extrema
importância tecnicamente no que se refere ao uso de folhas de tomateiro como pesticida
orgânico para o controlo de pulgões na produção de pepino. A sua fiabilidade resultará na
utilização dos agricultores de pequena, média e grande escala, particularmente pela unidade
de produção acima mencionada e especialistas em técnicas agronómicas assim como outros
pesquisadores cujas linhas de estudos estejam relacionadas ao maneio integral de pragas
agrícolas.
20

Referências bibliográficas

1 Aires, L. (2014). Biopesticidas podem ser boa alternativa ao uso de agrotóxicos.


Disponível em: <http://www.ecycle.com.br/component/content/article/35/1442-
biopesticidas-podem-ser-boa-alternativa-ao-uso-de-agrotoxicos.html>. Acesso em 23
Set.2014.
2 Camargo, L.S. (2010). Adubação para abóbora-de-moita e pepino. In: As hortaliças e seu
cultivo. 3.ed., revista e actualizada. Campinas: Fundação Cargill. p.15-16. Brasil.
3 Carvalho, A. D. F.; et al. (2013). A cultura do pepino. Brasília: MAPA.
4 Catani, R.A., Jacinto, A. O. (2002). Avaliação da fertilidade do solo; métodos de análises.
Piracicaba, ESALQ/USP, 61 p. Brasil.
5 Cossa, Arcénio António. (2015). Avaliação do Efeito Combinado de Diferentes Níveis de
Adubação e Variedades da Cultura de Pepino (Cucumis sativus L.) nas Condições Edafo-
Climáticas do Vale de Umbeluzi. Vilankulo.
6 Couto, Adriana O. (2019). Métodos e técnicas de pesquisa. Brasil.
7 Davi, J. J. (2010). Influência do Espaçamento e da poda apical no Tomate cultivado no
Sistema Orgânico, em Ambiente Protegido.
8 Oliveira, Letícia Reis. (2014). Bioinseticidas baseados em bacillus thuringiensis:
histórico, aplicações e tendências. Lorena.
9 Editora. (2009). Métodos de pesquisa. EAD- CIP-Brasil.
10 Filho, M. M., Moura, A. P., Guimarãe, J. A., Reyes, C. P., Carvalho, A. D. F. (2012).
Recomendações técnicas para o controle de pragas do pepino. Brasília.
11 Fontes, R.R., Lima, J.A. (2007). Nutrição mineral e adubação do pepino e da abóbora. Ed.
Anais. Brasil.
12 Governo do Estado do Ceará. (2013). Agricultura Geral. Ceará.
13 Graça, A. J. P. (2013). Heterose e Capacidade Combinatória de Linhagens de Tomate
(SolanumlycopersicumL.) Prospectadas para Dupla Finalidade.
14 Júnior, Francisco P. de Brito. (2012). Produção de tomates (Solanum lycopersicum L.)
Reutilizando substratos sob cultivo protegido no município de Iranduba-am. MANAUS-
AM.
15 Lorenzi, H., Matos, F. J. de Abreu. (2002). Plantas medicinais no Brasil: nativas exóticas.
2 ed. Nova Odessa, Instituto Plantarum, São Paulo.
16 Mourão, Analari. (2019). Novas perguntas de Português. Brainly.com.br. Brasil.
21

17 Masood, S., Randhawa, M. A., Asghar, M. (2016). A potential of biopesticides to enhance


the Shelf Lite of Tomatoes (Lycopersicum Esculentum Mill.) in the controlled atmosphere.
From Journal of Food Processing and Preservation.
18 Mucavele, Nilsa Jonas. (2015). Análise de Custos de Produção de Tomate nos Diferentes
Sistemas de Cultivo no ano de 2013: Caso do Distrito de Chókwè Província de Gaza.
Vilankulo.
19 Naika, S. & Dam, B. (2006). A Cultura do Tomate Produção, Processamento e
Comercialização. Brasil
20 Pelembe, A. E. (2012). Incidência da Mosca Branca (Bemisiatabaci) Vector Transmissor
do Encaracolado da Folha de Tomate em Quatro Datas de Sementeira no Distrito de
Chókwè. Gaza.
21 Silva, G. P., et al. (2011). Desempenho agronómico de cultivares e de níveis de adubação
para o cultivo orgânico do pepino no período chuvoso do cerrado. In: Congresso
Brasileiro de Olericultura, Brasil.
22 Silva, Maria de Fátima F. (2018). Agricultura biológica: Estratégia Sustentável de
Promoção da Saúde Pública. Escola Superior Agrária de Coimbra.
23 Silveira Tieslei., Gomes, L. de Oliveira, Júnior, F. R. L. (2015). Técnicas de produção de
fertilizantes e insecticidas naturais. São Paulo.
24 Solís, F.A.M., et al. (2008) Nutrição mineral de hortaliças LIII: Concentração de
nutrientes na cultura do pepino (Cucumissativo L.) var. Aodai cultivado em condições de
campo. Anais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba.
Anexos

Cronograma

Tabela 1: Cronograma das actividades


Actividades Período de execução
Março Abril Maio Junho
Período de Fonte: Autor, 2021
sementeira
de pepino.
Colecta de Orçamento
folhas de
tomateiro. Tabela 2: Tabela orçamental
Preparação
deMateriais necessários Número dos materiais Valor por Valor total de
unidade cada material
insecticida.
Aplicação
Materiais didácticos
de
insecticida
Caderno 1 40 40
na cultura.
Outros
Canetatratos 1 10 10
culturais
Fita métrica 1 70 70
Colheita de
Enxada
pepino. 1 250 250
Analise e
Ancinho 1 –––– –––
interpretaçã
Mascara 2 620 620
o dos
Luvas
resultados. 2 Pares 50 100
Entrega de
Regador 1 –––– ––––
trabalho
Liquidificador 1 1500 1500
final.
Balde 1 50 50

Regador 1 ––– –––

Sementes de Pepino 500g 200 200


Folhas de tomateiro ––––– –––– ––––

Outras necessidades 150 150

Valor total 3040

Fonte: Autor, 2021

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