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Autor:
António Baptista Jeco
Supervisor:
Engo. João Benedito Nuvunga (MSc)
Eu, António Baptista Jeco, declaro por minha honra que este trabalho é da minha autoria e
nunca foi submetido nesta ou em outra instituição para a aquisição de qualquer outro grau
académico; este constitui o resultado do meu labor individual e das orientações do meu
supervisor. O seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto e na bibliografia final. Este trabalho é apresentado em cumprimento
parcial dos requisitos para a obtenção do grau de Licenciado em Engenharia Agronómica, no
Departamento de Produção Vegetal da Universidade Eduardo Mondlane.
O autor
________________________________________
(António Baptista Jeco)
Por ser verdade, confirmo que o trabalho foi realizado pelo candidato sob minha supervisão
O supervisor
________________________________________
(João Benedito Nuvunga)
A dedicação se estende à toda minha família que sempre acreditou em mim e esperou
pacientemente por este momento tão importante na minha vida.
A Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF) pela formação e por tornar possível
a realização deste trabalho.
Ao Engo João Benedito Nuvunga, meu supervisor, pelo apoio e orientação, e por tudo que
aprendi durante os momentos de interação.
Aos Srs. Adão, Moisés, e Ricardo, técnicos da faculdade, pela grande ajuda dada no campo
durante a condução do ensaio; e ao Sr. Basílio e à dona Anatércia, técnicos do laboratório de
Fisiologia Vegetal, pela ajuda e colaboração no acto das medições feitas no laboratório.
Aos colegas de turma Adelino, Gonçalves, Gove, Michael, Justino, Jaime, Tomás, Betane,
entre outros, pela ajuda com as actividades no campo e durante o processamento dos dados.
A todos que directa ou indirectamente ofereceram o seu precioso tempo, valores monetários,
força física e, de todas as formas, contribuíram para que este trabalho se tornasse uma realidade.
Lista de Tabelas
Tabela 1. Descrição dos tratamentos ....................................................................................... 21
Tabela 2. Descrição das variedades da batata-doce usadas no ensaio ..................................... 22
Tabela 3. Classificação das raízes da batata-doce ................................................................... 28
Tabela 4. Resumo da análise de variância de todas as variáveis medidas ............................... 34
Tabela 5. Efeito da interação sobre a percentagem de brotação das ramas ............................. 35
Tabela 6. Efeito da variedade sobre a sobrevivência das plantas no campo definitivo ........... 35
Tabela 7. Efeito da variedade sobre o comprimento da planta da batata-doce ........................ 36
Tabela 8. Efeito da variedade sobre o rendimento total, comercial e não comercial .............. 37
Tabela 9. Análise de correlação entre as variáveis medidas no ensaio .................................... 38
Tabela 10. Efeito do método de plantação sobre o CMRC e PMRC ....................................... 39
Tabela 11. Efeito da variedade sobre o CMRC ....................................................................... 39
Tabela 12. Efeito da interação sobre o diâmetro médio das raízes comercias (DMRC) ......... 40
Lista de Figuras
Figura 1. Plantação da batata-doce ............................................................................................ 9
Figura 2. Pré-enraizamento das ramas da batata-doce ............................................................. 25
Figura 3. Classificação das raízes da batata-doce. ................................................................... 27
Lista de anexos
Anexo 1. Imagens do campo e condução do experimento....................................................... 49
Anexo 2. Layout do ensaio ...................................................................................................... 52
Anexo 3. ANOVA da percentagem de brotação das ramas da batata-doce............................. 52
Anexo 4. Agrupamento das médias das combinações ............................................................. 52
Anexo 5. Testes individuais de Duncan para as diferenças de médias de PBR....................... 53
Anexo 6. ANOVA do stand inicial para variável transformada .............................................. 53
Anexo 7. ANOVA do stand final das plantas de batata-doce .................................................. 53
Anexo 8. ANOVA da sobrevivência das plantas da batata-doce no campo definitivo ........... 54
Anexo 9. ANOVA do CP aos 80DDP para variável transformada ......................................... 54
Anexo 10. ANOVA do comprimento da planta medido aos 129DDP .................................... 54
Anexo 11. ANOVA do rendimento da biomassa fresca aérea................................................. 54
Anexo 12. ANOVA do rendimento total das raízes ................................................................ 55
Anexo 13. ANOVA do rendimento comercial ........................................................................ 55
Anexo 14. ANOVA do rendimento não comercial .................................................................. 55
Anexo 15. ANOVA do comprimento médio das raízes comerciais ........................................ 55
Anexo 16. ANOVA do diâmetro médio das raízes comerciais ............................................... 56
Anexo 17. Agrupamento das médias das combinações ........................................................... 56
Anexo 18. Testes individuais de Duncan para as diferenças de médias do DMRC ................ 57
Anexo 19. ANOVA do peso médio das raízes comerciais ...................................................... 57
Anexo 21. Dados do experimento ............................................................................................ 58
CP – Comprimento da Planta
RC – Rendimento Comercial
RT – Rendimento Total
SF – Stand Final
SI – Stand Inicial
1.1 Antecedentes
A batata-doce (Ipomoea batatas) é uma dicotiledónea pertencente à família Convolvulaceae,
que compreende cerca de 45 géneros e mais de 1000 espécies, dentre as quais se destaca pela
sua importância económica. Esta é uma planta rústica, de cultivo fácil, relativamente livre de
pragas e doenças, e com altos rendimentos. Durante o seu crescimento, as suas raízes acumulam
e armazenam nutrientes translocados de diversas partes da planta aumentando desta forma o
seu volume (Purseglove, 1968).
As raízes tuberosas da batata-doce são uma fonte importante de nutrientes para diversas
populações do mundo, principalmente no continente africano. De acordo com Caverness e
Alvarez (s.d), a raíz tuberosa é o produto primário da batata-doce, sendo consumida como um
alimento vegetal. Também é usada na indústria alimentar como fonte de amido e farinha, e,
nos países desenvolvidos, pode ser convertida em uma série de produtos.
Para além das raízes tuberosas, as folhas mais jovens da planta, ricas em proteínas e maior parte
das vitaminas, podem ser usadas para a alimentação humana e animal (Martin, 1988). Nas
Filipinas, Indonésia, e algumas partes da África, a tendência de usar as folhas e as ramas da
batata-doce como hortaliça tem aumentado, como afirmam Coursey e Booth (1977) e,
Purseglove (1968) citados por Caverness e Alvarez (s.d).
A produção total mundial da batata-doce é de 184 867 095 toneladas anuais, sendo a China o
maior produtor mundial da batata-doce, contribuindo com mais de metade no total da produção,
que é de 72 031 782 toneladas anuais obtidos de uma área de 3 373 101 ha com um rendimento
de 21,4 ton.ha-1. O Malawi é o segundo maior produtor mundial com uma produção de
5 472 013 toneladas anuais em uma área de 271 449 ha, onde se obtém um rendimento de 20,2
ton.ha-1. Como terceiro maior produtor mundial está a Tanzânia com uma produção de 4 244
370 toneladas, numa área de 800 057 ha e rendimento de 5,3 ton.ha-1 (FAOSTAT, 2017).
A batata-doce é comumente plantada por meio de ramas. Relacionado a este método, estudos
têm sido conduzidos avaliando o desempenho das ramas quando submetidas ao pré-
enraizamento. Para o efeito, os pesquisadores tem recorrido a bandejas feitas de materiais como
isopor e poliestireno com diferente número de células (ex: 72 e 128 células) onde as ramas são
colocadas. O substrato utilizado pode ser o solo ou um substrato comercial que consiste em
diferentes misturas feitas na base de vermiculite, perlite, turfa de esfagno e turfa de musgo.
Geralmente têm sido usadas as auxinas para o enraizamento e este processo tem sido feito em
estufas, com vista a garantir um ambiente controlado (Brune et al., 2005; Relf e Ball, 2009;
Golla, 2010).
Uma baixa densidade de plantas estabelecidas naturalmente levará a um baixo rendimento. Esta
é a situação que muitas vezes se tem verificado na produção da batata-doce pela maioria dos
agricultores moçambicanos que, observando a ocorrência de falhas, têm que optar entre seguir
a campanha com a mesma densidade de plantas e, consequentemente, ter uma baixa produção
ou substituir as falhas ou ainda fazer a replantação, em caso de mais de 15% de falhas. Esta
última alternativa demanda maior quantidade de material de plantação, o que muitas vezes os
agricultores não possuem (Brune et al., 2005; Miranda et al., 1995).
1.3 Objectivos
1.3.1 Geral
Avaliar o desempenho da cultura de batata-doce sob o efeito do pré-enraizamento das
ramas com base em água e solo
1.3.2 Específicos
Identificar o melhor meio de enraizamento das ramas de batata-doce;
Determinar o rendimento de duas variedades da batata-doce usando a plantação directa
e dois métodos de pré-enraizamento das ramas;
Comparar o efeito dos métodos de plantação das ramas sobre o desempenho de duas
variedades da batata-doce.
A maioria das espécies do género Ipomoea são herbáceas anuais ou perenes, podendo ser
encontrados poucos arbustos erectos nas regiões tropicais; e, a batata-doce, por sua vez, é uma
espécie herbácea perene, porém cultivada como anual (Lebot, 2009 citado por Atu, 2013).
Embora haja muitas espécies neste género, apenas duas delas são comestíveis: I. batatas (L.)
Lam., comumente conhecida por batata-doce, e I. aquática Forssk, entretanto, a batata-doce é
a única espécie com maior destaque em termos de importância económica (Purseglove, 1968;
Austin, 2017).
As raízes tuberosas são formadas pelo engrossamento secundário das raízes adventícias dentro
dos 25 cm superficiais do solo. Os autores diferem em entre si nas suas afirmações no tocante
ao número de raízes tuberosas por planta: Purseglove (1968) afirma que cada planta de batata-
doce produz, em média, 10 raízes tuberosas; Gibbon e Pain (1985) salientam que esta pode
atingir um máximo de 50 raízes; Peirce (1987) aponta para um intervalo de 4 a 12 raízes;
entretanto, Tindal (1983) declara que cada planta pode produzir de 30 a 40 raízes tuberosas por
planta.
Segundo Williams et al. (1980), as raízes tuberosas são ricas em amido e contém, também,
alguns açúcares, proteínas e gorduras. Os tipos pigmentados, particularmente, são ricos em
Vitamina A e contém certas quantidades das vitaminas C e D. As raízes tuberosas apresentam
tecidos condutores, células de armazenamento parenquimatosas, vasos de látex, e uma
epiderme externa que substitui a epiderme rompida. Nestas, também podem ser formadas 5 a
6 linhas de raízes secundárias. Tem sido comum a confusão entre as raízes tuberosas e os
tubérculos, no entanto, as raízes tuberosas diferem dos verdadeiros tubérculos (caules
modificados) pela sua estrutura, e também, das outras raízes pela capacidade e tendência de
formar novos rebentos.
O caule é prostrado ou erecto; fino, com 3 a 10 mm de diâmetro, e apresenta nós num intervalo
de 2 a 10 cm do seu comprimento. A pubescência pode variar com a idade da planta sendo
pubescente quando jovem e glabro na sua fase adulta. A sua cor predominante é verde, no
entanto, pode variar até roxo-avermelhado devido a presença de pigmentos tais como
antocianinas. Este tem a forma cilíndrica, entretanto, com um corte transversal, pode mostrar-
se ligeiramente angular. Assim como as raízes tuberosas, o caule da batata-doce também
contém látex (Purseglove, 1968; Belehu, 2003; Atu, 2013; Mwila, 2014).
c) Precipitação
Segundo Gibbon e Pain (1985), a batata-doce cresce em áreas com 500 a 1000 mm de
precipitação anual bem distribuída. Por sua vez, Williams et al. (1980) afirmam que a cultura
necessita de um mínimo de 300 mm de precipitação ao longo de todo seu período de
crescimento (cerca de 4 meses). A batata-doce, quando bem estabelecida no campo, pode
tolerar a seca por períodos consideráveis, porém, não pode suportar estas condições por
períodos prolongados, e, nestes casos, a irrigação se faz necessária. Por outro lado, a batata-
doce não tolera alagamento, por isso nas zonas com altas precipitações é plantada no final da
época chuvosa.
d) Condições do solo
A batata-doce pode desenvolver numa vasta gama de solos e condições de solo, mas prefere
solos franco-arenosos bem drenados, com uma camada argilosa no subsolo. Devido a sua
sensibilidade ao alagamento e às cheias, nas regiões chuvosas, a cultura é plantada em
camalhões ou em montículos. Também é sensível à salinidade e à alcalinidade. Embora tolere
um pH do solo de até 5,2 o intervalo ideal para um crescimento adequado é de 5,6 a 6,6. Solos
secos no início da tuberização (50 a 60 DDP) reduzem o rendimento, entretanto, uma baixa
Nas zonas temperadas, a propagação é feita por brotos ou plântulas obtidas através da plantação
das raízes tuberizadas de tamanho pequeno ou médio em viveiros. As plântulas atingem 22 a
30 cm de comprimento e, nessa altura são transplantadas para o campo definitivo (Purseglove,
1968). De acordo com Ravi e Saravanan (2012), nas regiões de clima temperado, logo após a
colheita da batata-doce, as raízes tuberosas são expostas a temperaturas e humidade relativa do
ar altas, cerca de 32º C e 85% respectivamente por um período de aproximadamente uma
semana. Logo após esse tratamento, os brotos são armazenados a 16º C e 85% de temperatura
e humidade relativa respectivamente até o seu uso na próxima campanha agrícola.
O corte das ramas é o método mais usual de propagação da batata-doce. Este método é melhor
que o uso das plântulas obtidas pela brotação das raízes tuberosas por várias razões, a destacar
as seguintes: primeiro, as plantas derivadas de ramas são livres de doenças do solo; segundo,
propagando a batata-doce através das ramas, toda a colheita é destinada ao consumo ou
comercialização, em vez de reservar parte das raízes para fins de plantação na campanha
seguinte; terceiro, as plantas provenientes de ramas proporcionam maior rendimento e
produzem raízes tuberosas mais uniformes em termos de forma e tamanho do que aquelas
produzidas por plantas obtidas dos brotos das raízes tuberosas.
Nos trabalhos de pesquisa da área de melhoramento, as sementes são usadas para a propagação
da planta. As plântulas provenientes das sementes apresentam uma grande variabilidade nas
suas características, o que é de grande valor para os melhoradores. Purseglove (1968)
acrescenta ainda que a batata-doce também pode ser propagada usando folhas singulares que
são cortadas da planta e induzidas a formar raízes, na água ou no solo.
Segundo Williams et al. (1980), deve-se, cuidadosamente, selecionar ramas livres de pragas e
doenças e com as características varietais desejadas. As ramas devem ser vigorosas, porém não
demasiadamente tenras e suculentas. Em casos de problema do gorgulho, as ramas devem ser
imersas em uma solução de Carbofurão a 0,1% durante 5 minutos e plantadas dentro de 24
horas. Este tratamento tem como objectivo eliminar o gorgulho nas ramas (Martin, 1988;
Granberry et al., 2014).
A B
Figura 1. Plantação da batata-doce. A - Plantação da batata-doce em camalhões; B - Plantação da batata-doce em
montículos
O número de nós enterrados tem grande influência no tamanho das raízes, sendo que 3 ou 4
nós garantem uma produção de raízes com tamanho desejado para o mercado (Traynor, 2005;
Da Silveira, 2015). Assim, conforme relata Miranda et al. (1995), se forem enterrados muitos
nós, haverá maior produção de batatas pequenas, mas, por outro lado, se for enterrado apenas
um nó, a tendência é produzir poucas batatas graúdas.
A batata-doce é plantada directamente através das raízes tuberosas, ou, como é de costume, a
partir das ramas provenientes de outros campos. Também pode ser realizada a plantação
indirecta em que são estabelecidos viveiros para a produção de plântulas ou o pré-
enraizamento das ramas, onde tanto as ramas pré-enraizadas assim como as plântulas obtidas
a partir das raízes tuberosas da campanha anterior são transplantadas para o campo definitivo.
A plantação ou transplantação podem ser feitas manualmente, sendo em alguns locais como
Para garantir um bom estabelecimento das ramas no campo, o solo deve ser humedecido antes
de se proceder a (trans)plantação. Em caso de uso de transplantes, é importante plantar as ramas
imediatamente após a sua retirada do viveiro seguida de uma irrigação para evitar que as ramas
sequem ocasionando falhas (Elmer, 1938; Traynor, 2005). O solo deve ser mantido sempre
húmido, portanto, nesta primeira fase é necessário regar num intervalo de 2 ou 3 dias, consoante
o tipo de solo e as condições climáticas da região. Dos primeiros 40 dias em diante, podem ser
usados intervalos de rega de 10 a 15 dias até a colheita (Da Silveira, 2015).
As infestantes podem ser um problema antes de a cultura desenvolver biomassa suficiente para
uma boa cobertura do solo, no entanto, vários métodos podem ser adoptados para o seu
controlo, sendo exemplo destes, a aplicação de herbicidas pré-emergentes e sachas (Martin,
1988; Brandenberger et al., 2014).
Diâmetro das raízes tuberosas: é favorecido por espaçamentos largos e pelo uso de ramas
médias ou apicais. O diâmetro da raiz está associado ao formato da mesma;
Peso das raízes tuberosas: favorecido pelo uso de ramas médias e apicais, pelo aumento do
ciclo, e aumenta linearmente com o espaçamento. Sales (2011) verificou melhores médias de
massa das raízes tuberosas sem a prática da amontoa ou com a realização da mesma no período
de plantação (Sales, 2011; Albuquerque, 2016; Koodi et al., 2017).
2.3 PRÉ-ENRAIZAMENTO
A batata-doce é uma planta de fácil enraizamento, portanto, na sua multiplicação por ramas,
pode emitir tanto as raízes adventícias pré-formadas como as raízes adventícias induzidas por
ferimento como resposta ao corte efectuado na planta. Neste processo de formação das raízes
adventícias, há a considerar dois aspectos que explicam o enraizamento, a saber:
As plantas diferem na sua resposta à aplicação da auxina para o enraizamento. Com base neste
critério, as plantas são divididas em três grupos, a saber:
Plantas de enraizamento fácil – aquelas que, mesmo sem auxina exógena, conseguem
produzir tanto a auxina em quantidades adequadas para o enraizamento bem como os
co-factores necessários para que o processo ocorra. Neste grupo encontra-se a cultura
de batata-doce e outras plantas herbáceas;
Plantas de enraizamento moderado – estas respondem favoravelmente à aplicação
da auxina, pois possuem os co-factores metabólicos necessários, mas não produzem a
auxina em quantidades adequadas para o enraizamento; e
Plantas de enraizamento difícil – são espécies que falham o enraizamento mesmo
com o tratamento com auxina. Tais espécies podem produzir, ou não, as quantidades
requeridas de auxina natural, porém um ou mais co-factores estão inactivos, ou em falta,
e, neste caso, a aplicação exógena da auxina não melhora o enraizamento (McAvoy,
1994; Hartmann et al., 2002).
De acordo com Start e Gumming (1976), citados por Hartmann et al. (2002), elevadas razões
C/N no tecido das estacas promovem o enraizamento, mas não predizem acuradamente o grau
de resposta do mesmo. O enraizamento pode ser elevado controlando-se a fertilização
nitrogenada das plantas matrizes com vista a desestimular o desenvolvimento da parte aérea
devido a altos níveis de nitrogénio. Isso evita a desvantagem competitiva do enraizamento
adventício em relação ao rápido desenvolvimento da parte aérea na competição por
carbohidratos, nutrientes minerais e hormonas (Hartmann et al., 2002).
v. Sanidade
Ter plantas matrizes limpas e sãs é uma das primeiras prioridades. A escolha de plantas
infectadas é o início de uma propagação fracassada, portanto é imperioso que sejam
selecionadas plantas livres de qualquer tipo de insectos e agentes patogénicos.
A iniciação radicular nas estacas é dirigida pela temperatura, mas o crescimento subsequente
da raiz depende da disponibilidade de carbohidratos. Para uma maior disponibilidade dos
ii. Luz
Os aspectos mais importantes da luz para o enraizamento são a quantidade da luz (irradiância),
o fotoperíodo, e a qualidade da luz; e, as condições de luz em que cresceu a planta matriz
afectam o desempenho da estaca. Em geral, as condições de luz que promovem o crescimento
vegetativo em detrimento da floração, também promovem o enraizamento. Assim, a batata-
doce, sendo uma planta de dias curtos para a floração deve ser submetidas a dias longos para
que o enraizamento tenha vantagem sobre a floração (McAvoy,1994).
iii. Humidade
Para o sucesso do enraizamento é importante manter um balanço entre a água na planta e no
ambiente ou atmosfera, e entre a água na planta e a água no meio do enraizamento.
Uma baixa humidade relativa levará a altas taxas de transpiração, o que faz com que as estacas
percam muita água. Neste caso, se não houver suprimento de água através do meio do
enraizamento, as células podem perder a turgidez e comprometer tanto a iniciação, como o
desenvolvimento radicular. Quando a humidade relativa do ar for alta, a taxa de transpiração é
baixa e, verifica-se menor perda de água por parte da planta (Hartmann et al., 2002).
Quando a humidade é baixa no substrato ou meio de enraizamento, o processo do enraizamento
fica retardado ou impedido, entretanto, deve-se tomar o cuidado de manter níveis adequados
de humidade, pois o excesso pode criar condições anaeróbicas e conduzir á morte das estacas.
A água também contribui para a manutenção de temperaturas aceitáveis para os processos de
regeneração na base das estacas, enquanto previne o stress do calor nas folhas; e para manter
níveis propícios de luz para a fotossíntese e produção de carbohidratos para a manutenção das
estacas, e para o seu uso, uma vez que tenha ocorrido a iniciação radicular, sem causar stress
hídrico (Hartmann et al., 2002).
iv. Substrato
O substrato tem grande influência sobre o enraizamento especialmente para estacas de difícil
enraizamento. Um substrato com excesso de macroporos terá boa aeração, entretanto a
drenagem será excessiva, haverá pouca capacidade de retenção da água, e consequentemente,
v. Época do ano
A época do ano em que as estacas são preparadas, pode assumir um papel importante para o
enraizamento, isso porque existe um período óptimo para cada espécie enraizar. Para as
espécies de fácil enraizamento, como é o caso da batata-doce, se o clima permitir, torna-se
possível tomar estacas ao longo de todo o ano. Os efeitos da época do ano são, quase sempre,
uma mera reflexão da resposta das estacas ou das matrizes às condições ambientais em
diferentes períodos do ano (Hartmann et al., 2002).
b) Água
A água pura também pode ser usada como meio de enraizamento das estacas. É possível e
funciona razoavelmente bem para as espécies de fácil enraizamento. A água proporciona a
humidade necessária para o enraizamento, mas se não for trocada pode ocasionar a deficiência
de oxigénio e inibir o enraizamento. Além disso, as raízes produzidas em 100% de água são
diferentes daquelas produzidas em meio sólido. Nestas, verifica-se maior incidência de morte
em casos de maiores choques de transplantação, pois possuem menor capacidade de suportar
tal adversidade em relação àquelas formadas em meio sólido (Relf e Ball, 2009).
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Abaixo segue-se a descrição das variedades utilizadas neste ensaio, com mais informação
relativa a variedade Irene, pois a variedade Alisha ainda não foi catalogada.
Característica Variedade
Irene Alisha
CARACTERÍSCTICAS DE CRESCIMENTO
Hábito de crescimento Erecto Prostrado
Tipo de folha Verde quando maduras, verde-claro e roxas ao longo das Verde, com margens
nervuras quando novas, com cinco (5) lóbulos profundos roxas, sem lóbulos
Tipo de rama Púrpura com as partes apicais verdes; curtos entrenós de 3.5 Verde-claro, com
a 5 cm; fina, com diâmetro de 4 a 6 cm entrenós compridos
Hábito e capacidade Tarde e escassa Tarde e escassa
de floração
PRINCIPAIS ASPECTOS AGRONÓMICOS
Período de maturidade 5 meses
Rendimento de raízes 19.6 ton/ha
Adaptabilidade Ampla
Resistência a pragas Alta para o gorgulho
Resistência a doenças Alta para as viroses da batata-doce
CARACTERÍSTICAS DA RAÍZ
Forma Oblonga Elíptica alongada
Cor da casca Roxa avermelhada Creme
Matéria seca 28.8%
Cor da polpa Laranja amarelada (referência, mapa de cores da CIP, Laranja
28C:18B)
Conteúdo de β- 8300µg/100fwb
caroteno
CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS
Cor da raíz cozida Laranja intermedia
Textura da raíz Farinhenta ao paladar
cozidas
Sabor Moderadamente doce
solos soltos, o que limita não só a altura como também a largura do camalhão, que são aspectos
muito importantes para as raízes tuberosas formadas.
3.3.2 Plantação
A plantação foi feita na primeira quinzena de Abril, logo após a preparação do solo e, esta foi
em duas fases: a primeira consistiu na plantação directa das ramas no campo definitivo. Isto
foi feito com parte das ramas, as quais foram usadas nos tratamentos sem o pré-enraizamento
(tratamentos A e D); para a segunda fase, a outra parte das ramas passou por um processo de
pré-enraizamento no solo (tratamentos B e E) e na água (tratamentos C e F) por um período de
três dias, sendo depois transplantadas para o campo definitivo. A plantação foi feita
manualmente enterrando-se cerca da metade do comprimento da rama no camalhão. Foram
usadas 240 ramas no total, sendo 80 ramas por cada tratamento, para cada uma das variedades.
3.3.3 Adubação
Fez-se adubação de fundo com 375g de NPK, com a proporção 12:24:12, em cada talhão, isso
para fornecer 60 Kg.ha-1 de N, 150 Kg.ha-1 de P e 150 Kg.ha-1 de K (Miranda et al., 1995). A
aplicação do fertilizante foi manual, fazendo-se a distribuição uniforme em linha para cada
camalhão, na zona radicular das plantas.
3.3.5 Colheita
A colheita foi realizada aos 153 dias depois da plantação, que corresponde ao final do ciclo da
cultura. Este processo foi feito mecanicamente, tendo sido seguido pela secagem, pesagem e
classificação das raízes tuberosas.
b) Em água
Ramas de 30 cm de comprimento, com 6 a 8 nós, de cada variedade foram introduzidas, em
molhos, num recipiente contendo água para iniciar o processo de enraizamento. As ramas
foram submersas até cerca da metade do seu comprimento e deixadas no campo experimental
à temperatura ambiente (Figura 2). Por razões de segurança no campo, as ramas no recipiente
foram colocadas num local e ligeiramente sombreado durante todo o processo de enraizamento.
A água no interior do recipiente era trocada a cada dia para evitar a morte das raízes das ramas.
Passados 3 dias, observou-se a percentagem de pré-enraizamento em 100 ramas, e destas foram
tomadas 10 para se realizar a contagem do número de raízes e a medição do comprimento das
raízes adventícias formadas em cada rama.
A B
Figura 2. Pré-enraizamento das ramas da batata-doce. A – Pré-enraizamento das ramas no solo; B – Pré-
enraizamento das ramas em água
a) Rendimento total (RT): foi obtido por meio da pesagem de todas as raízes tuberosas
(comerciais e não comerciais) colhidas em cada parcela, sendo o resultado expresso em
toneladas por hectare (ton.ha-1).
b) Rendimento comercial das raízes (RC): foi obtido através da pesagem das raízes
comerciais colhidas em cada parcela. Este, de igual modo, foi transformado para
toneladas por hectare (ton.ha-1), conforme a fórmula abaixo:
𝑥.10−3
y = 6.10−4
A B C
Figura 3. Classificação das raízes da batata-doce. A – Raízes comerciais da variedade Alisha; B – Raízes não
comerciais da variedade Alisha; C – Raízes não comerciais da variedade Irene.
Após a classificação, com uso de uma régua, foi medido o comprimento de todas as raízes
comerciais e o comprimento da raiz foi tomado como a média aritmética de todas as medições
feitas.
raízes e sem raízes) na população; e este é um teste apropriado para comparar diferentes
proporções de duas populações. Para o comprimento médio das raízes em cada rama foi usado
o teste “t”, que serve para comparar dois grupos ou duas populações diferentes, obedecendo
aos seus pressupostos. Para o número médio de raízes em cada rama, usou-se o teste de Mann-
Whitney, que é um teste não paramétrico e alternativo ao teste “t”. Este teste foi usado porque
os dados do número médio de raízes em cada rama não satisfaz o pressuposto da normalidade,
para o teste “t”. Para todos os testes foi usado um nível de confiança de 95%.
Usando o STATA 14.0, foi feita a análise de variância (ANOVA) dos dados colectados de
todas as variáveis do campo definitivo. Para os tratamentos cujas médias apresentaram
diferenças significativas, correu-se o teste de Duncan a um nível de significância de 5% para a
comparação de médias. Para a validação da ANOVA fez-se os testes de especificação para os
pressupostos de normalidade e homoskedacidade. Fez-se a transformação logarítmica dos
dados de stand inicial e comprimento da planta aos 80 DDP, visto terem violado os mesmos
pressupostos antes referidos.
70
60 solo
50 agua
40
30
20
10
0
irene alisha
Variedade
Observa-se que o solo é melhor que a água como meio de enraizamento para a variedade
Alisha. Segundo Kumar (2016) e Hartmann et al. (2002), a formação e desenvolvimento das
raízes adventícias é influenciada pela temperatura na zona radicular das plantas, e as culturas
tropicais e subtropicais enraízam melhor em temperaturas compreendidas entre os 25º e 32º C.
Estas temperaturas podem ser atingidas no solo que na água, pois o solo tem maior capacidade
de acumular calor enquanto a água tem um efeito arrefecedor, aliado ao facto de que as ramas
no solo tiveram maior exposição ao sol, afectando desse modo a formação de raízes adventícias
pelas ramas nos dois meios de enraizamento.
Hartamann et al. (2002) também afirmam que a luz afecta a formação de raízes adventícias
pelas ramas. Isso pode explicar as diferenças de enraizamento observados no solo e em água,
pois as ramas enraizadas no solo tiveram maior exposição à luz solar enquanto aquelas
enraizadas em água foram colocadas num ambiente sombreado (por razões de segurança).
O potencial de enraizamento das duas variedades pode estar associado ao rendimento potencial
das mesmas, visto que o rendimento da batata-doce está directamente relacionado à capacidade
de tuberização. A tuberização, por sua vez, está vinculada à formação das raízes adventícias
pela planta, que mais tarde, pelo crescimento secundário (alongamento ou engrossamento), se
transformam em raízes tuberosas (Gibbon e Pain, 1985; Meyers et al., 2014).
30 28.9Aa
25
20.6Aa
Número de raizes
20
14.9Aa
15
solo
10 7.8Bb agua
5
0
irene alisha
variedade
O solo (x ≈ 15) proporciona melhores condições para o enraizamento das ramas em relação à
água (x ≈ 7), sendo que essa diferença se manifestou apenas para a variedade Alisha. Estes
resultados podem ter uma forte contribuição da nutrição mineral, que é diferente nos dois meios
de enraizamento nos quais as ramas foram submetidas. Segundo Hartmann et al. (2002), a
iniciação radicular é influenciada pela concentração dos micronutrientes, que por sua vez
Um outro factor é a relação água-ar no meio de enraizamento em que as ramas foram colocadas.
As plantas necessitam de oxigénio para sobreviver e desenvolver as suas actividades, e sabe-
se que no meio aquoso a circulação do ar é deficiente, o que dificulta a respiração das partes
submersas da planta. Por conseguinte, pode-se subentender que a água de certa forma limitou
a formação de raízes das ramas para a variedade Alisha, no entanto, tal não sucedeu para as
ramas no solo, que, no caso concreto, é solto oferecendo a possibilidade de livre circulação do
ar, favorecendo a iniciação radicular (Neto et al., 2001).
3.5 3.13Aa
2.89Aa
Comprimento da raiz (cm)
2.5 2.22Aa
2
0.5
0
irene alisha
Variedade
Além do aspecto nutricional acima tratado, a luz também tem uma forte influência no processo
de enraizamento. Um estudo conduzido por Tombesi et al. (2015) revela maior percentagem
estacas de Corylus avellana (uma espécie lenhosa), bem enraizadas (comprimento da raiz
acima de 10cm) nos tratamentos de maior quantidade de luz (82,5%a), seguido do controlo
(59,0%b), e menor para a sombra (29,4%d). Esses resultados indicam o efeito benéfico da luz
sobre o enraizamento, o que também foi verificado nas ramas da variedade Alisha em solo,
visto que as condições de luz eram diferentes: as ramas no camalhão (solo) estavam expostas
a radiação solar, enquanto a outra parte das ramas em água, por questões de segurança do
campo, estava guardada em condições de pouca luz; o que se reflectiu no comprimento das
raízes das ramas.
Var 1 ns ns * * * ns ns ns * * * ns
Met 2 ns ns ns ns ns ns ns ns ns * * ns
Var*Met 2 * ns ns ns ns ns ns ns ns ns * ns
Bloco 3
Erro 15
CV (%) 26,74 2,69 6,02 21,49 14,50 23,56 23,61 54,58 35,25 17,5 27,82 18,01
Variedade
Método de plantação Média
Irene Alisha
Plantação directa 90,00 ±20,0 Aa 77,50 ± 21,0 Aa 83,75
Pré-enraizamento no solo 56,25 ± 21,4 Bb 92,50 ± 6,45 Aa 74,38
Pré-enraizamento em água 67,50 ± 8,66 ABa 73,75 ± 22,9 Aa 70,63
Média 71,25 81,25
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna, e minúscula na linha, não são estatisticamente
diferentes entre si pelo teste de Duncan a 5% de significância
Variedade SI SF SBV
Irene -- 19,417 ±0,9 A 98,29± 2,534 A
Alisha -- 18,417±1,165 B 93,31± 6,51 B
ANOVA ns * *
CV (%) 2,69 6,02 5,70
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna não são estatisticamente diferentes entre si pelo teste de
Duncan a 5% de significância; ns – não significativo a 5% de significância; * - significativo a 5% de significância;
SI- stand inicial; SF- stand final; SBV- sobrevivência das plantas no campo (%)
A sobrevivência das plantas está relacionada a sua capacidade de se adaptar ao meio em que
são plantadas, o que muito depende das condições das ramas antes de serem plantadas no
campo definitivo. Neste caso, visto que a batata-doce é uma planta de enraizamento fácil
(Hartmann et al., 2002), era de se esperar maior percentagem de enraizamento das ramas e
consequentemente, maior sobrevivência no campo não ocasionando diferenças significativas
para os métodos e para interação. Além disso, a batata-doce é uma planta rústica e com
capacidade de suportar condições adversas (Miranda et al., 1995). Não obstante, em termos
comparativos para as duas variedades, a diferença verificada pode estar associada a questões
internas da planta e à sua capacidade de suportar o choque de transplantação.
Variedade RT RC RNC
Irene 20,32 ± 5,74 A 10,93 ± 6,01 A 9,40 ± 4,39 B
Alisha 21,08 ± 4,09 A 8,14 ± 4,03 A 12,941± 2,504 A
ANOVA ns ns *
CV (%) 23,61 54,58 35,25
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna não são estatisticamente diferentes entre si pelo teste de
Duncan a 5% de significância; ns – não significativo a 5% de significância; * - significativo a 5% de significância;
RT- rendimento total (ton.ha-1); RC-rendimento comercial ton.ha-1); RNC- rendimento não comercial ton.ha-1)
Para além do peso das raízes, estes resultados estão relacionados ao aspecto físico das raízes
tuberosas produzidas (defeitos fisiológicos e ataque de pragas do solo). O rendimento não
comercial tem implicações no rendimento comercial, e o seu aumento significa a redução do
rendimento comercial. Assim, no caso das variedades, a não diferença de rendimento comercial
deveu-se às diferenças nas perdas verificadas para ambas, pois o resultado provavelmente seria
diferente se o nível de perdas fosse o mesmo para as duas variedades.
PBR – percentagem de brotação; SI – stand inicial; SF – stand final; CP80 – comprimento da planta aos 80DDP; CP129 –
comprimento da planta aos 129DDP; BFA – biomassa fresca aérea; RT – rendimento total; RC – rendimento comercial; RNC
– rendimento não comercial; CMRC – comprimento médio das raízes comerciais; DMRC – diâmetro médio das raízes
comerciais; PMRC – peso médio das raízes comerciais; sig – nível de significância.
A variedade teve efeito significativo sobre o comprimento médio (p = 0,000) e sobre o diâmetro
médio das raízes comerciais (p = 0,000), e tal como o método de plantação, também não teve
efeito significativo sobre o peso médio das raízes comerciais (p = 0,060). A variedade Alisha
é melhor que a Irene em termos de CMRC, com as médias de 19,46cm e 14,72cm
respectivamente (Tabela 11). Este resultado deve-se à morfologia das raízes das duas
variedades, onde é possível observar que a variedade Alisha, naturalmente produz raízes
tuberosas mais compridas (CIP, 2014). Portanto, trata-se de uma característica intrínseca das
duas variedades.
Tabela 12. Efeito da interação sobre o diâmetro médio das raízes comercias (DMRC)
Variedade Média
Método de plantação
Irene Alisha
Plantação directa 7,32 ± 0,404 Aa 4,05 ± 0,231 Ab 5,682
Pré-enraizamento no solo 7,69 ±0,384 ABa 4,66 ± 0,461 Ab 6,172
Pré-enraizamento em água 5,21 ± 0,988 Ba 4,32 ± 0,343 Ab 4,760
Média 6,737 4,339
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna, e minúscula na linha, não são estatisticamente
diferentes entre si pelo teste de Duncan a 5% de significância
5.1 Conclusões
A plantação directa é o método que proporciona maior comprimento das raízes
comerciais em relação aos demais nas condições actuais de produção.
Quanto ao diâmetro médio das raízes comerciais, a plantação directa é melhor quando
se utiliza a variedade Irene, no entanto todos métodos não diferem entre si
estatisticamente para a variedade Alisha.
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A B
C D
E F
G H
I J
K L
Legenda:
E- Colheita da batata-doce: corte das ramas para posterior colheita das raízes
Diferença de
VARIEDADE*METODO Diferença EP da IC de 95%
Níveis de Médias Diferença Individual Valor-T Valor-p
(1 2) - (1 1) -33.7 11.9 (-59.2, -8.3) -2.83 0.013
(1 3) - (1 1) -22.5 11.9 (-47.9, 2.9) -1.88 0.079
(2 1) - (1 1) -12.5 11.9 (-37.9, 12.9) -1.05 0.312
(2 2) - (1 1) 2.5 11.9 (-22.9, 27.9) 0.21 0.837
(2 3) - (1 1) -16.2 11.9 (-41.7, 9.2) -1.36 0.194
(1 3) - (1 2) 11.2 11.9 (-14.2, 36.7) 0.94 0.361
(2 1) - (1 2) 21.2 11.9 (-4.2, 46.7) 1.78 0.095
(2 2) - (1 2) 36.2 11.9 (10.8, 61.7) 3.04 0.008
(2 3) - (1 2) 17.5 11.9 (-7.9, 42.9) 1.47 0.163
(2 1) - (1 3) 10.0 11.9 (-15.4, 35.4) 0.84 0.415
(2 2) - (1 3) 25.0 11.9 (-0.4, 50.4) 2.09 0.054
(2 3) - (1 3) 6.3 11.9 (-19.2, 31.7) 0.52 0.608
(2 2) - (2 1) 15.0 11.9 (-10.4, 40.4) 1.26 0.228
(2 3) - (2 1) -3.8 11.9 (-29.2, 21.7) -0.31 0.758
(2 3) - (2 2) -18.7 11.9 (-44.2, 6.7) -1.57 0.137
Nível de confiança simultâneo = 67.68%
Diferença de
VARIEDADE*METODO Diferença EP da IC de 95%
Níveis de Médias Diferença Individual Valor-T Valor-p
(1 2) - (1 1) 0.367 0.321 (-0.318, 1.052) 1.14 0.271
(1 3) - (1 1) -2.115 0.321 (-2.800, -1.430) -6.58 0.000
(2 1) - (1 1) -3.275 0.321 (-3.960, -2.590) -10.19 0.000
(2 2) - (1 1) -2.662 0.321 (-3.347, -1.977) -8.28 0.000
(2 3) - (1 1) -3.004 0.321 (-3.689, -2.319) -9.35 0.000
(1 3) - (1 2) -2.482 0.321 (-3.167, -1.797) -7.72 0.000
(2 1) - (1 2) -3.642 0.321 (-4.327, -2.957) -11.34 0.000
(2 2) - (1 2) -3.029 0.321 (-3.714, -2.344) -9.43 0.000
(2 3) - (1 2) -3.371 0.321 (-4.056, -2.686) -10.49 0.000
(2 1) - (1 3) -1.160 0.321 (-1.845, -0.475) -3.61 0.003
(2 2) - (1 3) -0.547 0.321 (-1.232, 0.138) -1.70 0.109
(2 3) - (1 3) -0.889 0.321 (-1.574, -0.204) -2.77 0.014
(2 2) - (2 1) 0.613 0.321 (-0.072, 1.298) 1.91 0.076
(2 3) - (2 1) 0.271 0.321 (-0.414, 0.956) 0.84 0.412
(2 3) - (2 2) -0.342 0.321 (-1.027, 0.343) -1.06 0.304
Nível de confiança simultâneo = 67.68%