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19 DE JUNHO

RELATÓRIO DO ENSAIO DE BATATA RENO NAS PROVÍNCIAS DE


MANICA E TETE

Criado por: Maria Madalena Tomás Matangue

1
Índice

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................4
1.1. OBJECTIVOS..............................................................................................................................5
1.1.1. Geral......................................................................................................................................5
1.1.2. Específico..............................................................................................................................5
2. Revisão Bibliográfica........................................................................................................................5
2.1. Origem Botânica e Distribuição...................................................................................................5
2.2. Características da Planta...............................................................................................................5
2.3. Introdução da cultura em Moçambique e historial de produção..................................................6
2.4. Zonas de produção.......................................................................................................................6
2.5. Sistema de produção em Moçambique.........................................................................................7
2.6. Cadeia Produtiva..........................................................................................................................7
2.6.1. Fornecedores de Insumos.....................................................................................................7
2.6.2. Segmento da Produção: Caracterização dos Produtores e Sistema de Produção...............7
2.6.3. Distribuição: A grosso e a retalho........................................................................................8
2.6.4. Comportamento de Consumidores........................................................................................8
3. METODOLOGIA..............................................................................................................................8

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3.1. Selecção da variedade a produzir.................................................................................................9
3.1.1. Descrição das Variedades.....................................................................................................9
3.2. Preparação da cama para o plantio.............................................................................................10
3.3. Sementeira..................................................................................................................................10
3.4. Tamanho de semente..................................................................................................................11
3.5. Espaçamento de plantas.............................................................................................................11
3.6. Profundidade de plantio.............................................................................................................12
3.7. PRATICAS CULTURAIS.........................................................................................................12
3.7.1. ADUBAÇÃO......................................................................................................................12
3.7.2. AMONTOA...........................................................................................................................13
3.7.3. CONTROLE PRAGAS E DOENÇAS...............................................................................14
4. RESULTADOS...............................................................................................................................15
4.1. Comparação das variedades.........................................................................................................16
4.2. Influência do tamanho da batata semente sobre o rendimento....................................................16
4.3. Influência da profundidade de sementeira e tamanho da batata semente sobre o rendimento....17
5. Referências bibliográficas...............................................................................................................18

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Lista de Tabelas

Tabela 01: Principais regiões agroclimáticas de produção de batata em Moçambique…………… 6


Tabela 02: Evolução da produção nacional entre as campanhas 2003/04 a 2007/08…….………… 7
Tabela 03: Tamanho de tubérculos semente testado…………………………………………………. 11
Tabela 04: Espaçamento entre tubérculos semente testados………………………………………… 11
Tabela 05: Profundidade de sementeira testado……………………………………………………… 12
Tabela 06: Dose de fertilizante aplicado…………………………………………………………….. 12
Tabela 07: Doses de fertilizante nitrogenado aplicado………………………………………………. 13
Tabela 08: Solução tecnológica para o controle de pragas aplicada………………………...…… 14
Tabela 09: Resultado do teste de Tukey para comparação de média a 5 % de significância…….. 15

Lista de figuras

Figura 01: Lay out da área……………………………………………………………………………...…. 8


Figura 02: Insumos alocados e processo de sementeira…………………………………………………….. 11
Figura 02: Insumos alocados e processo de sementeira…………………………………………………….. 11
Figura 04: Sacha e Amontoa…………………………………………………………………………………… 13
Figura 05: Rendimentos obtidos nas variedades em comparação em cada distrito………………………. 16
Figura 06: Rendimento alcançado em função do tamanho da semente……………………………………. 17
Figura 07: Rendimento alcançado em função da profundidade de sementeira e compasso aplicado…… 17

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1. INTRODUÇÃO
Em Moçambique, a Batata Reno, é produzida em sistema de Monocultivo, em rotação com outras
culturas, tais como Milho e feijões, com objectivo de manter a produtividade do solo e reduzir a
infestação por pragas e doenças, evitando principalmente a contaminação do solo.
A região centro do país (Manica, Sofala, Tete e Zambézia), concentram os maiores volumes de
produção, com 74.31 % da produção nacional, sendo os distritos do vale do Zambeze, os que melhores
condições edafo-climaticas apresentam para a produção da Batata Reno, nomeadamente Báruè em
Manica, Gorongosa em Sofala, Angónia, Macanga, Tsangano e Marávia em Tete e Milange na
Zambézia, que produzem cerca de 73 % da produção global da região e 65 % da produção do país.
Apesar da grande potencialidade agroecológica disponível, os níveis de produção contrastam as
espectivas, pois persiste a nível da cadeia produtiva, uma fraca estruturação e funcionalidade dos
seguimentos de base que garantem o fornecimento da bata ao mercado.
O seguimento de fornecimento de insumos, é composto pelos fornecedores de fertilizantes, pesticidas,
máquinas e implementos, embalagens e batata semente, sendo que a nível do país e da região, não existe
indústria de produção destes in puts, obrigando o país a recorrer as importações para os efeitos.
O sistema de fornecimento de semente encontra-se dividido em três categorias (i) vendas a dinheiro de
semente importada da África do sul, (ii) conservação e aproveitamento de tubérculos de campanhas
anteriores e (iii) fomento de semente realizado pelo governo.
O seguimento de produção é constituído por três grupos (i) Pequenos produtores com área variada de
0.5 a 10 há, constutui o grupo dominante e asseguram 90 % da batata nacional comercializada
internamente. Este grupo caracteriza-se pelo uso e sistema de produção familiar, com baixo uso de
tecnologias de produção e insumos. Médios produtores com área variada de 10 a 50 ha, caracterizado
pelo uso médio de insumos e intensivo uso de mão de obra e grandes produtores com áreas superiores a
50 ha, onde ocorrem a intensificação de uso de insumos de alta qualidade.
Neste contexto, e com foco no produtor familiar, a Agência do Zambeze e parceiros (Wageningen
University & Research-WCDI, Solidaridad, Bayer Moçambique, Ominia e Montesco) em parceria com
produtores familiares, estabeleceu nos distritos de Báruè e Vanduzi em Manica, Tsangano e Angónia
em Tete campos pilotos de demonstração e testagem de tecnologias de produção de batata reno
orientadas para o alcance de altos níveis de produção, atendendo os padrões de qualidade.
O estabelecimento dos campos de demonstração foi liderado pela Wageningen University & Research
em parceria com a Agência do Vale do Zambeze na coordenação e implementada pela Solidaridad,
usando agroquimicos fornecidos pela BAYER e fertilizantes da OMMIA (granulares e foliares)
aplicados em diferentes dosagens e parcelas separadas excluindo as praticas do agricultor. A semente
de batata foi fornecida pela Montesco, nomeadamente: Sifra, Mondial e Tyson. Os agricultores

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semearam a variedade (Rosita e Violeta) que foi adquirida com os produtores de Angónia. Tendo feito a
fertilização e proteção da cultura de acordo com a prática local.

1.1. OBJECTIVOS
1.1.1. Geral
 Avaliar o impacto produtivo em função das diferentes técnicas de maneio aplicado a nível dos
distritos pré-selecionados;

1.1.2. Específico
 Correlacionar as influencias dos diferentes tratamentos sobre o rendimento final dos tubérculos;
 Identificar os tratamento com maior expressividade produtiva;
 Realizar eventos para transferência de tecnologias de produção de batata Reno

2. Revisão Bibliográfica

2.1. Origem Botânica e Distribuição


Segundo (LUJAN, 1996), A batata reno (Solanum tuberosum L), é nativa da América do Sul, nas
cordilheiras dos Andes, concretamente nas montanhas de Perú e Chile. Foi introduzida na Europa por
volta de 1574, e só em 1620, passou a ser passou a ser cultivada como alimento popular com a sua
introdução na América do Norte. É uma plante herbácea, normalmente de dias curtos e bem adaptável a
condições de climas temperado e pertence a seguinte classificação taxonómica:
 Divisão – Angiospermae;
 Classe – Dicotiledonae;
 Família – Solanancea;
 Género – Solanum;
 Espécie – Solanum tuberosum L.

2.2. Características da Planta


A planta de batata reno, possui cule aéreo e subterrâneo, os caules aéreos são herbáceos, erectos, de
secção angulosa e bem ramificados, de onde se inserem as folhas compostas por folíolos redondos e as
flores hermafroditas, reunidas em inflorescência no topo da planta. Os cules subterrâneos dividem-se
em 02 tipos, os estolhos e os tubérculos (DOMINGOS, 2006).
O tubérculo, é um caule modificado, que se forma na extremidade de um estolho, acumula amido
(Substância de reserva) e possui entre-nos cuas as gemas se distinguem por olhos. Um vez maduro, o

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tubérculo possui periderme (casca), córtex, anel vascular e médula central. A forma geralmente é
oblonga ou redonda com a coloração da casca e da polpa variada (Filgueira, 2008)

2.3. Introdução da cultura em Moçambique e historial de produção


Segundo FAO (2008), a batata reno foi introduzida na região do Vale do Zambeze, a partir do Malawi,
por volta de seculo 19 por missionários e colonialistas Europeus, de onde se espalhou para todo o país
através dos produtores locais.
No período entre 1960 e 1974, os colonialistas portugueses, produziam a batata de forma intensiva, na
região agro-ecologicas R1 para abastecer a região Sul e R10 para abastecer a região centro e norte do
país. Entre 1975 a 1986, o complexo agroindustrial do planalto de Angónia (CAIA), produzia batata
reno no distrito de Angónia e Tsangano, qual distribuía por quase todo o país. Devido a guerra, entre
1986 e 1992, a produção foi interrompida (António.J, 2009).
Em 1994/95, a SARRNET, financiado pela DANIDA, importou da CIP - Namíbia, 14 clones de mini-
batata, resistentes a murcha bacteriana e testou no planalto de Angónia, dos quais 06 foram selecionados
pelos produtores, tendo sido usados para multiplicação e posteriormente distribuídos pelos produtores
para reactivar a produção nacional de batata em 1998 (António.J, 2009).
Na campanha agrícola de 2004, o Ministério da Agricultura, lançou um novo programa de fomento
produção de batata reno com a variedade BP1 importada da África do Sul. Inicialmente foram
selecionados os distritos de Moamba em Maputo, Angónia e Tsangano em Tete, Báruè, Chimoio e
Sussundenga em Manica e Lichinga na província do Niassa e sequencialmente expandido para as
demais províncias (António.J, 2009).
2.4. Zonas de produção
Em Moçambique, a batata reno, é cultivada nas 10 zonas agro-ecologicas, porém existe uma produção
concentrada nas zonas R1, R4, R7 e R10. A zona R10, apresenta uma alocação mais balanceada edafo-
climaticas, o que lhe permite oferecer condições para o cultivo intensivo da batata reno durante todo o
ano. As demais zonas só possuem condições para produzir sob irrigação (MINAG, 2008).

Regiao Agroclimatica Provincia


R1
7 Maputo
Tabela 01: Principais regiões agroclimáticas de produção de batata em Moçambique
Fonte: MING-Estratégia da Revolução Verde 2008

2.5. Sistema de produção em Moçambique


A Batata reno é produzida no sistema de monocultura, em rotação com milho e feijões, durante 03 anos
ou mais, com o propósito de manter a produtividade do solo, e quebrar o ciclo de reprodução das pragas
e doenças, evitando principalmente a contaminação dos solos (António.J, 2009).
Durante as campanhas agrícolas 2003 a 2007, a produção nacional de batata reno teve uma trajectória
crescente, onde a área colhida aumentou em 29 %, passando de 9,994 há na campanha agrícola de
2003/04 para 12.906 há na campanha de 2007/08. Neste período a produção cresceu em mais de 100 %,
passando se 72.241 para 171.837 toneladas (António.J, 2009).

Tabela 02: Evolução da produção nacional entre as campanhas 2003/04 a 2007/08

Sul
Ano
Fonte: António.J, 2009 - MING, relatórios dos SDAE e Governo distrital

2.6. Cadeia Produtiva


2.6.1. Fornecedores de Insumos
A oferta de insumos agrícolas em Moçambique ainda é bastante incipiente. Atualmente, os produtores adquirem a batata –
semente certificada através dos países vizinhos como África do sul e Zimbabwe, neste contexto, os produtores localizados
nas zonas fronteiriças geram próprias dinâmicas que lhes permite a aquisição da semente, enquanto os demais organizam-se
em grupos para adquirirem grandes volumes e desta forma, reduzirem os custos logísticos. O restante dos insumos –

(fertilizantes e agrotóxicos) – é fornecidos por vendedores formais e informais existentes no mercado nacional (IIAM,
2013).

2.6.2. Segmento da Produção: Caracterização dos Produtores e Sistema de Produção


O segmento de produção, na cadeia produtiva da batata da é dominada por pequenas explorações agrícolas, representando
99,0%, e o restante, 1,0%, composto por médias e grandes explorações. A maior parte da batata comercializada provém de
explorações com área menor que 3,0 ha, tipicamente entre 0,5 e 2,0 ha. A mão-de-obra é constituída basicamente por
agregado familiar; todavia, em tarefas que exigem maior quantidade de trabalho, são utilizados esquemas tradicionais de
interajuda através dos trabalhadores sazonais (IIAM, 2013)
Os meios de produção são rudimentares, com predominância da enxada e tração animal. A produção é realizada
maioritariamente numa época (época fresca). O sistema de cultivo dominante é a monocultura e os produtores, no geral,

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utilizam poucos insumos modernos (agroquímicos), maquinaria e crédito, condicionando a um rendimento médio de cerca de
14.0 ton/há (FAOSTATA, 2010)

2.6.3. Distribuição: A grosso e a retalho


A comercialização da batata a grosso é organizada fundamentalmente por comerciantes informais, os quais se deslocam às
explorações agrícolas dos produtores e aos mercados para aquisição de produtos em volumes maiores. Uma parte de
produtores transportam a batata reno para os mercados grossistas e retalhistas dos grandes centros urbanos (IIAM, 2013).

Os retalhistas das feiras e dos mercados urbanos são os principais vendedores aos consumidores. Eles adquirem a batata nos
mercados distribuidores. A venda de batata nos mercados urbanos é feita em unidades padronizadas (o peso). Nos mercados
das zonas rurais, a batata é vendida em unidades não padronizadas, latas e baldes de 7, 15 e 20 litros. Não existe norma de
padronização para a batata. Por isso, antes da venda, alguns retalhistas, fazem a seleção de acordo com o tamanho e a
aparência visual, e embalam em sacos de 10,0 kg para agregar valor no produto. O que resta é comercializado ao peso, e o
consumidor é livre para escolher (IIAM, 2013).

2.6.4. Comportamento de Consumidores


Os consumidores compram a batata diretamente do produtor; os distribuidores urbanos, do comerciante grossista nos
mercados e dos retalhistas, nas feiras e nos mercados rurais e urbanos. As preferências de consumo variam entre o norte, o
centro e o sul de Moçambique. Na região sul, os consumidores preferem variedades de batata de polpa branca, como o BP1,
a Liseta, o Mondial e outras. Nas regiões centro e norte, o consumo divide-se entre as variedades brancas e as vermelhas
(IIAM, 2013).

3. METODOLOGIA
Os campos foram estabelecidos em parceria com produtores do sector familiar (nas respectivas
unidades), nos distritos de Báruè e Vanduzi, seguindo um delineamento de Blocos Completos
Causalizados (DBCC) com 24 parcelas, sendo cada parcela com factor de variação diferente (sem
repetição).
A área total por site/local foi de 0.4 ha, sendo 0.24 ha de área útil. As dimensões das parcelas foram de
14 m por 7.2 m cada perfazendo uma área de 100.8 m2 cada. (layout)

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Figura 01: Lay out da área

Legenda
Parcelas estabelecidas e conduzidas seguindo o protocolo técnico
Parcelas estabelecidas e conduzidas de acordo com a prática do produtor

3.1. Selecção da variedade a produzir


As variedades predominantes em Moçambique são Rosita, Hollanda, Ammesthyst e Diamante, porém,
estas variedades se encontram degeneradas. Variedades melhoradas têm sido introduzidas de fora de
pais. Umas das principais variedades importada da África do Sul é a BP1 e Mondial que tem sido
amplamente produzida na região. Recentemente o IIAM libertou novas variedades nomeadamente:
Carlinga, Lulimile, Angónia, Kholophete e Chitukuko com adaptabilidade às zonas frescas do planalto
de Lichinga e um rendimento médio variado de 20 a 30 ton/ha, para além de tolerância ao míldio.
Contudo, a selecção da variedade irá depender da sua adaptabilidade ao ambiente de produção,
potencial produtivo, apreciação e aceitação no mercado e tolerância a factores adversos (Martinho et al,
2017).
No presente ensaio, foram testadas 03 variedades de batata reno, fornecidas pela Montesco
nomeadamente Sifra, Mondial e Tayson nas parcelas 1, 2 e 3 respectivamente, mantendo o mesmo
regime de fertilização e demais práticas de maneio (controle de pragas, doenças e infestantes),
entretanto, tendo variado o tamanho da semente, ajustou-se o espaçamento (compasso).

3.1.1. Descrição das Variedades


a) Mondial, possui tubérculos grandes com formato oval longo, casca brilhante muito atraente, alto
rendimento, tuberização maturação precoce em dias curtos e boa conservação. O conteúdo de

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matéria seca é de 13,8 % a 19,7 % . A população de plantas varia com tamanho da semente,
sendo o ideal 46.000 plantas / ha quando se usa tubérculos semente com o tamanho menor (28 -
35 mm) e 36.000 plantas / ha em tubérculos de tamanho maior (55 – 65mm). Pode ser cultivado
em todos os tipos de solo. Entretanto, em solos leves com nematoides de vida livre, existe um
risco maior de propagação, pelo que, devem ser evitados. O plantio antecipado é aconselhado.
Possui um desenvolvimento uniforme e boa tolerância à seca.

b) Sifra, possui tubérculo muito grande, com casca brilhante muito atraente, alto rendimento,
ampla adaptação, baixa necessidade de nitrogênio, tuberização precoce. A forma do tubérculo é
oval redonda, teor de matéria seca de 19,6%, tamanho do tubérculo 82 grande. É resistente a
crestamento da folhagem, crestamento dos tubérculos, alternária, crosta comum e sarna. O
tamanho do tubérculo influencia na população de plantas sendo maior quando se usa tubérculo
menor contudo, a população ideal de plantas varia de 34.000 a 45.000 plantas por hectar. Pode
ser cultivado em todos os tipos de solos. Entretanto em solos pesados, é necessária uma boa
estrutura para evitar tubérculos deformados. Evite solos com alto risco de crostas pulverulentas.

c) Tayson, possuí tubérculo é redondo e oval, sendo suscetível a crestamento da folhagem e


tubérculos, crostas comuns e em pó. A dormência é curta, pode ser cultivado em todos os tipos
de solo. Plantar com pequenos brotos brancos produz os melhores resultados. Quando o tamanho
da semente é 28/35 a população de plantas é de 55.000 plantas / ha e quando o tamanho da
semente é 50/60 a população de plantas reduz para 34.000 plantas / ha. A emergência é
uniforme, com bom desenvolvimento da folhagem. e uma boa tolerância ao metribuzin (Sencor).

3.2. Preparação da cama para o plantio


A adequada preparação da cama para o plantio, irá assegurar a condição de base para a sementeira,
emergência e crescimento das plantas, esta consiste nas seguintes operações: (i) duas lavouras, sendo a
primeira mais profunda (40 cm) e com antecedência de até 2 meses e a segunda na altura da Sementeira;
(ii) duas gradagens cruzadas, seguindo a sequência das lavouras e armação do solo em sulcos ou
camalhões (Martinho et al, 2017). A preparação do solo, para o estabelecimento do ensaio, consistiu
numa lavoura profunda (40 cm) duas gradagens cruzadas, sendo a primeira para destruição dos torrões e
a segunda para incorporação do gypson e superphosph, seguido de abertura de sulcos. Toda intervenção
foi mecanizada.
3.3. Sementeira

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Deve ser feita em linhas, profundidade de plantio uniforme variada de 7 a 15 cm, assegurando a
distribuição equidistantes dos tubérculos dentro das linhas. Os solos devem estar húmidos e os
tubérculos não devem ser semeados em contacto directo com os fertilizantes. A quantidade de plantas
por hectare depende do compasso usado. Em média o número de plantas por hectare vária de 27.778-
44.444 plantas. Espaçamento de 70 a 90 cm entre linhas e 25-40 cm entre plantas. Quando o objectivo
da produção é para o consumo utiliza-se espaçamento entre linhas de 80-90cm e de 30 a 40cm entre
plantas, enquanto para semente utiliza-se 70 a 75 cm entre linhas e 20 a 25cm ou 25 a 30 entre plantas
que proporciona maior quantidade de tubérculos com tamanhos mais apropriados para semente
(Martinho et al, 2017).
No presente ensaio, a sementeira obedeceu variados procedimentos técnicos em função do protocolo em
teste, nomeadamente tamanhos de semente, compassos/espaçamento e profundidades de sementeira
conforme se descreve:

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Figura 02: Insumos alocados e processo de sementeira

3.4. Tamanho de semente


Foram estabelecidas 3 parcelas (4, 5 e 6) com tamanhos de tubérculo semente diferente, convista a
avaliar o efeito do tamanho do tubérculo semente, tendo sido mantido constante outros factores como o
nível de adubação e a variedade (Sifra). Entretanto, para obter a mesma densidade (hastes por m 2) as
distâncias de plantio foram ajustadas e na expectativa que sementes menores fornecem menos hastes
por tubérculo semente.

Tabela 03: Tamanho de tubérculos semente testado

3.5. E
PARCELA VARIEDADE s
p
açamento de plantas
Foram testados 04 diferentes espaçamentos entre plantas (22cm; 25cm; 28cm e 32cm), em igual número
de parcelas (7,8,9 e 10). Neste parâmetro de avaliação, todas as variáveis do ensaio (o regime de
adubação, a variedade testada, a profundidade de sementeira e o tamanho dos tubérculos), foram
mantidas constantes, tendo variado apenas o espaçamento entre as plantas.

Tabela 04: Espaçamento entre tubérculos semente testados

PARCELA VARIEDADE

3.6. Profundidade de plantio


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Foram estabelecidas 02 parcelas para testagem da profundidade de sementeira, tendo sido mantido os
demais factores constantes, nomeadamente (i) a Variedade, (ii) o tamanho do tubérculo semente ct –
400, e (iii) o regime de adubação.

Tabela 05: Profundidade de sementeira testado

3.7.
PARCELA VARIEDADE

Praticas Culturais
3.7.1. Adubação
Abatata Reno é uma cultura que responde a adubação. Com adequado maneio de adubação do solo,
cultura pode atingir produtividade que variam de 30 a 50 t/ha. Entretanto, qualquer intervenção para
correção do solo implica a realização de análise do solo. Contudo, na impossibilidade de fazer uma
análise química do solo pode-se aplicar 400- 1000Kg/ha de compostos (12-24-12) e 200 a 400kg /ha de
Ureia (46%) ou nitrato de cálcio e amónio (CAN) na taxa de 400 kg / ha. A Urea ou CAN deve ser
aplicada durante a amontoa ao lado das plantas aos 25 a 30 dias depois da emergência (Martinho et al,
2017).

A fertilização focou-se na testagem de diferentes níveis de adubação e regime de aplicação, neste


contexto foram estabelecidas (i) parcelas com doses diferentes de adubação nitrogenada, (ii) parcelas
com aplicação fracionada da quantidade de fertilizantes (adubo de fundo – NPK 3:1:5) onde a mesma
quantidades de fertilizante foi aplicado em períodos diferentes (aplicação parcelada – 60% na
sementeira + 40% seis semanas depois e 60% na sementeira + 20% seis semanas depois da sementeira +
20% duas semanas depois da segunda aplicação) e, (iii) Aplicação de fertilizantes de cobertura
granulares (Omnical, Omni K e Magnesiun Nitrat), e pacelas que receberam adicionalmente
fertilizantes foliares na adubação de cobertura (OminiBoost-K, Xplod, Oraganocel e Magnesiun
Sulphate).
Tabela 06: Dose de fertilizante aplicado

REGIME PADRÃO DE ADUB

14
Ainda na sequência de maneio de adubação, foram estabelecidos 04 regimes de adubação nitrogenada,
orientada para o alcance de rendimentos na ordem de 20 ton/ha, 30 ton/ha, 40 ton/ ha e 60 ton/ ha,
através de aplicação de diferentes níveis de fertilizantes nitrogenados, conforme a tabela.

Tabela 07: Doses de fertilizante nitrogenado aplicado

Todas parcelas receberam em regime de correção 2000 kg/ha de Gypson e 600 kg/ha de Superphos.

Figura 03: Aplicação e incorporação de Gypson e super phosph para correção dos solos

3.7.2. Amontoa
Durante o desenvolvimento da cultura, os tubérculos precisam de ser cobertos por uma camada de solo
para protege-los da incidência directa da radiação solar e altas temperaturas, para evitar o esverdiamento
(solanina) e danos por insectos, além de estimular a formação dos tubérculos. Foram feitas 03 amontoas
aos 24, 38 e 52 dias após o plantio, tendo resultado na criação de sulcos com altura entre 25 a 30 cm.

Figura 04: Sacha e Amontoa

15
3.7.3. Controle pragas e doenças
O controlo de pragas foi efectuado seguindo o pacote tecnológico Bayer, adaptado ao protocolo de
pesquisa, com pulverizações preventivas e calendarizadas, coordenadas pela SOLIDARIDAD e
acompanhadas pelo técnico da Bayer indicado para o efeito.
A estratégia de Proteção de Cultura esteve focada principalmente no controle de (i) Phytophthora
infestans - principal doença da batata em todo o mundo; (ii) requeima - doença mais importante da
batata durante a estação chuvosa e (iii) Alternaria- doença cujo nível de infestação é bastante alto em
condições de baixas temperaturas e alta humidade.

Tabela 08: Solução tecnológica para o controle de pragas aplicada

4.

RESULTADOS

16
A determinação dos rendimentos consistiu na colheita de amostras de tubérculos (todas batatas) numa
área útil de 10 m2 em cada parcela, sendo 2.22 m lineares, no centro de cada linha da segunda a sexta
linha, isto é, excluindo as bordaduras. A nível do laboratório, as amostras foram classificadas em função
do diâmetro do tubérculo nos seguintes parâmetros/fracções < 28 mm; 28-35 mm / 35-45 mm/ 45-55
mm/ 55 – 65 mm/ > 65 mm, dos resultados globais de cada tratamento/parcela, foi assumida uma perda
de 15 % por diversos factores. Os resultados foram submetidos a análise estatística utilizando o pacote
estatístico SISVAR e as média foram comparadas através do teste de TUKEY a um nível de
significância de 5%.
Estatisticamente não ocorreram diferenças significativas dos rendimentos entre as variedades em
referência quando testadas no mesmo local, igualmente não se observou diferenças significativas nos
rendimentos alcançados dentro da mesma província, bem como os rendimentos alcançados em Báruè
em relação a Vanduzi, Angónia e Tsangano. No entanto, ocorreram diferenças significativas quando
comparados os rendimentos obtidos no distrito de Vanduzi aos distritos da província de Tete (Angónia e
Tsangano).
As demais variáveis testadas, nomeadamente, a profundidade de sementeira, o espaçamento, tamanho
da semente e fertilização, não geraram diferenças estatisticamente significativas sobre o rendimento
alcançado, conforme se constata nas tabela.

Tabela 09: Resultado do teste de Tukey para comparação de média a 5 % de significância

variavel Tratamentos
Sifra
Variedade Tyson
Contudo, ocorreram diferenças nos valores absolutos dos rendimentos alcançados nos tratamento
testados, conforme se observa:
17
4.1. Comparação das variedades

Na comparação das variedade, constatou-se que a variedade Mondial destacou-se no desempenho


produtivo com um rendimento médio de 44.25 ton/ha, seguida da Thayson e Sifra com rendimento
médio de 35.75 ton/ha e 26.75 ton/ha respectivamente.
No geral os resultados alcançados em Manica, são superiores aos de Tete (Figura 05), com o distrito de
Vanduzi liderando, facto este que contrasta os prognóstico e as expectativas dado os níveis de
contribuição de cada um dos distritos em função do potencial agroecológico para produção de Batata
reno.
Contudo, os resultados alcançados no ensaio, superam as médias de produtividade atingidas no sector
familiar 14 ton/ha, incluindo as parcelas estabelecidas seguindo a prática do produtor

Figura 05: Rendimentos obtidos nas variedades em comparação em cada distrito

4.2. Influência do tamanho da batata semente sobre o rendimento

Os resultados alcançados nesta variável, dão uma indicação de existência de uma relação directa entre o
tamanho do tubérculo e o rendimento, sendo maior o rendimento, em áreas com tubérculo semente
maior, conforme se observa na figura 06.
Este resultado, fundamenta-se pelo facto dos tubérculos semente com diâmetro maior, possuírem maior
quantidade de reservas que sustentam as plantas no período de estabelecimento, reduzindo desta forma
o nível de stress. Por outro lado, os tubérculos semente com diâmetro maior, pressupõe um maior
número de hastes por semente, que darão mais plantas e mais batata. No entanto, apesar da tendência
proporcional entre o rendimento e o tamanho da semente, o uso de semente de diâmetro maior implica

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numa taxa de sementeira alta, o que agrava os custos com semente. Neste contexto, não sendo
significativa as diferenças nos rendimentos, torna-se pacífico o uso de semente com diâmetro médio (ct
400).

Figura 06: Rendimento alcançado em função do tamanho da semente

4.3. Influência da profundidade de sementeira e tamanho da batata semente sobre o rendimento

Os resultados obtidos, indicam uma relação inversa entre a profundidade de sementeira e o rendimento,
tendo sido alcançados rendimentos maiores em profundidades de 7 cm quando comparado a 15 cm
conforme a figura 07, este facto é grandemente influenciado pela qualidade de preparação do solo, no
entanto, sendo a batata uma cultura de tubérculos, que durante o processo de produção são realizadas
amontoas que favorecem a produção e crescimento dos tubérculos, quanto mais profundo for a
sementeira, tardiamente se realizam as amontoas e conseguinte a criação de condições favoráveis a
produção e crescimento dos tubérculos.
Em relação ao compasso, constatou-se aumento do rendimento, na medida em que se reduziu o
espaçamento, este facto está associado a densidade de plantas
Figura 07: Rendimento alcançado em função da profundidade de sementeira e compasso aplicado

Rendimentos obtidos (to

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5. Referências bibliográficas

1. Carolino A. Martinho; Charles L. F. A. Roda; Rosangela Perreira; Orlando A. Mofate; Albeto E.


Naconha. (2017). Manual de Maneio da cultura de batata reno – IIAM.
Disp.Reg/GABINFO-DE/2006. Nampula.

2. Fundo da Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação-FAO. (2008). Estatisticas Agrárias.


http://faostat.fao.org/ (acessado 17 de Agosto de 2021)

3. Fundo da Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação-FAO. (2008). Produção de Batata


Reno em Moçambique.

4. Filgueira F.A.R. (2008). Novo manual de Olericultura: agrotecnologia moderna na


produção e comercialização de hortaliças. Universidade Federal de Viçosa 402p.

5. Graça Manjate (2013). Competitividade da cadeia de valor de Batata Reno: Estudo de Caso
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6. Júlio António. (2009). Análise da cadeia produtiva de Batata Reno no Vale do Zambeze:
Estrutura de produção, governação e coordenação- Dissertação de mestrado. Universidade
federal de Pernambuco-Brasil.

7. Lujan, B. (1996). Evolução da batata reno e seu valor nutricional

8. Ministério da Agricultura-MINAG. (2008). Conceitos, Principios e Estratégia de revolução


verde em Moçambique. Maputo

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