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1º Grupo

Abacar Acácio Martinho

Anastácia Armindo Farinha

Valdo João Manuel Sumburane

Tulcidas António Alfredo

Métodos de Rega

Licenciatura em Agropecuária

4º Ano, 2º Semestre, Pós laboral

Universidade Licungo
Quelimane
2021
1º Grupo

Abacar Acácio Martinho

Anastácia Armindo Farinha

Valdo João Manuel Sumburane

Tulcidas António Alfredo

Métodos de Rega

Trabalho de caracter avaliativo a ser entregue


no Departamento de Ciências Agronómicas na
Cadeira de Rega e Drenagem lecionado pelo
Docente, Engo Novais Morais.

Universidade Licungo
Quelimane
2021
Índice
1. Introdução............................................................................................................5

2. Objectivos............................................................................................................6

2.1. Objectivo geral....................................................................................................6

2.2. Objectivos específicos.........................................................................................6

3. Metodologia........................................................................................................6

4. Métodos de Rega.................................................................................................7

4.1. Método de Rega Superficial................................................................................7

4.1.1. Conceito e Aplicação..........................................................................................7

4.1.2. Vantagens e Desvantagens..................................................................................7

4.1.3. Sistemas de Irrigação Superficial........................................................................8

4.1.4. Componentes do sistema de irrigação superficial...............................................9

4.2. Método de Rega Subsuperficial / Rega Subterrânea...........................................9

4.2.1. Conceito e Aplicação..........................................................................................9

4.2.2. Sistemas de Rega Subterrânea...........................................................................10

 Benefícios e limitações....................................................................................10

4.3. Método de Rega por Aspersão..........................................................................16

4.3.1. Conceito e Aplicação........................................................................................16

4.3.2. Vantagens e Desvantagens................................................................................16

4.3.3. Sistemas de Irrigação por Aspersão..................................................................17

4.3.4. Componentes de um sistema de irrigação por aspersão....................................20

4.4. Método de Rega Localizada / Rega Gota-a-Gota..............................................24

4.4.1. Conceito e Aplicação........................................................................................24

4.4.2. Sistemas de irrigação localizada.......................................................................24

4.4.3. Vantagens e Desvantagens................................................................................25

4.4.4. Componentes do sistema de irrigação localizada..............................................26

5. Escolha do Método de Rega..............................................................................29


5.1. Factores que Condicionam a Escolha de um Sistema de Rega.........................29

6. Conclusão..........................................................................................................31

7. Referencias bibliográficas.................................................................................32

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1. Introdução

Existem várias definições para o termo irrigação fornecidas por diferentes autores ao
longo da história da ciência agrícola. Para efeitos práticos e de fácil entendimento, a
irrigação será definida aqui como: as técnicas, formas ou meios utilizados para aplicar
água artificialmente às plantas, procurando satisfazer suas necessidades e visando a
produção ideal para o seu usuário. Esta definição engloba todas as formas de irrigar uma
planta, desde aquela realizada com uma simples mangueira de jardim até o equipamento
de irrigação mais sofisticado.

De entre as varias formas de irrigação em campos agrícolas assim como em outras


áreas, as mesmas são agrupadas em 4 principais grupos, ou simplesmente em 4
métodos, são eles: método de irrigação superficial; método de irrigação subterrâneo;
método de irrigação por aspersão e método de irrigação localizado. No desenvolvimento
deste trabalho falaremos de uma forma detalhada sobre estes quatro métodos como é o
caso dos seus sistemas, sua aplicação, suas vantagens e desvantagens, os seus
componentes e os métodos de funcionamento.

Este presente trabalho esta sequencialmente organizado da seguinte forma:

 Introdução;
 Objectivos;
 Metodologia;
 Desenvolvimento do tema em estudo;
 Conclusão e
 Referencias bibliográficas.

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2. Objectivos
2.1. Objectivo geral
Compreender os quatro principais métodos de irrigação.
2.2. Objectivos específicos
 Conceituar cada método de irrigação;
 Mostrar a aplicação de cada método de irrigação;
 Descrever os principais componentes de cada método de irrigação;
 Descrever as vantagens e desvantagens de cada método de irrigação;
 Citar os principais sistemas de cada método de irrigação.

3. Metodologia

A metodologia usada durante a pesquisa para a elaboração deste trabalho foi


fundamentada, basicamente, na pesquisa bibliográfica. Segundo Gil, a pesquisa
bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas e
publicadas por meio escritos e eletrónicos, como livros, artigos científicos e páginas de
web sites.

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4. Métodos de Rega

O método de irrigação é a forma pela qual a água pode ser aplicada às culturas. Há
basicamente três tipos: aspersão, localizada e superfície. Para cada método, podem ser
empregados dois ou mais sistemas de irrigação.

Método é a forma como a água será aplicada.

Sistema são os equipamentos utilizados para a aplicação da água.

4.1. Método de Rega Superficial


4.1.1. Conceito e Aplicação

Trata-se do método de irrigação não pressurizado, ou seja, a distribuição da água para a


cultura se dá por gravidade através da superfície do solo. Os sistemas de irrigação por
superfície, ou irrigação por gravidade, têm como principal característica distribuir a
água na área irrigada utilizando a superfície do solo para o escoamento gravitacional,
permitindo um escoamento contínuo, sem causar erosão.

4.1.2. Vantagens e Desvantagens

Vantagem

 Baixo Custo de implantação.


 Requer equipamentos simples.
 Não sofre efeito do vento.
 Baixo consumo de energia.
 Não interfere nos tratos culturais.
 Pouca influência de sólidos em suspensão (filtros).

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Desvantagens

 Condição topográfica: declividade: 0 - 6%.


 Manejo mais delicado.
 Baixa eficiência na distribuição.
 Baixo interesse comercial.
 Alto custo operacional.
4.1.3. Sistemas de Irrigação Superficial

Existem vários tipos de sistemas de irrigação por superfície e há condições em que eles
podem ser usados. Estes sistemas são combinações dos seguintes métodos de irrigação
por superfície:

a) Irrigação por sulcos

É o sistema em que a água é aplicada através de pequenos canais abertos, escoando e


infiltrando-se lentamente no solo.

b) Irrigação em faixas

Neste sistema, a água é aplicada em faixas do terreno, paralelas às fileiras das plantas
com uma pequena diferença de nível. A água escorre do nível maior para o nível menor.

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c) Irrigação por inundação

A água é aplicada diretamente no solo, pelo efeito da gravidade e em altas doses. A


aplicação de água é feita de maneira que ela escoe e mantenha uma lâmina de água
uniforme, em faixas ou parcelas circundadas por diques, durante um determinado
tempo. Muito usado na cultura do arroz. Não deve ser usada em culturas sensíveis à
saturação do solo.

4.1.4. Componentes do sistema de irrigação superficial

Entre os componentes de um sistema de irrigação por superfície, destacam-se:

As fontes hídricas, as estruturas de condução, de medição, de controle e de


derivação da água, as parcelas irrigadas e as estruturas de drenagem do excesso
de água.
4.2. Método de Rega Subsuperficial / Rega Subterrânea
4.2.1. Conceito e Aplicação

A irrigação de subsuperfície também chamada de irrigação subterrânea se caracteriza


pela aplicação da água diretamente ou abaixo do sistema radicular das culturas. O
processo de capilaridade ou de ascensão capilar da água, nos solos ou substratos,

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responsável pela sua elevação contra a ação da gravidade é o princípio básico de
operação desse método, que pode ser tanto aplicado em condições de campo como de
cultivos protegidos.

Quando o cultivo é feito em campo essa aplicação dever ser realizada no volume de solo
abaixo da superfície do solo, controlando artificialmente o bolbo molhado ou zona de
saturação e mantendo-o a uma profundidade ideal para que a água suba até as raízes da
cultura por capilaridade.

O lençol freático é mantido a uma certa profundidade, capaz de permitir um fluxo de


água adequado à zona radicular da cultura. Geralmente, está associado a um sistema de
drenagem subsuperficial. Havendo condições satisfatórias, pode-se constituir no método
de menor custo.

4.2.2. Sistemas de Rega Subterrânea

No caso dos cultivos irrigados em campo por esse método, o processo artificial de
criação de um volume saturado no solo pode ser realizado de duas formas:

a) Gotejamento subterrâneo ou enterrado

Nesse sistema, a aplicação de água é realizada por gotejadores enterrados logo abaixo
do sistema radicular, próximos à região explorada pelas raízes, sem que haja o
molhamento da superfície.

 Benefícios e limitações

A aplicação de água subsuperficial nos sistemas empregados no campo apresenta


benefícios e limitações.

Benefícios

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 Alta eficiência de aplicação de água, com a redução das perdas de água e
nutrientes, devido a aplicações diretas na zona radicular;
 Aplicação uniforme de água;
 Baixos requerimentos de pressão e de potência;
 Redução de prejuízos por vandalismo devido o sistema estar enterrado;
 Potencial para ser automatizado;
 Facilita a mecanização da cultura e o controle de plantas infestantes.

Limitações

 Custo inicial é elevado, principalmente com o uso de gotejamento;


 O perfil de molhamento da água não pode ser visualizado;
 É suscetível a entupimento de emissores por intrusão de raízes,
 Pode sofrer danos por roedores;
 Necessita maior controle da irrigação como uso de hidrômetros, válvulas de
drenagem e antivácuo;
 Uso criterioso do sistema de filtragem, no caso de gotejamento;
 Pode apresentar requerimentos complexos de manutenção, como cloração,
injeção de ácidos, lavagem da tubulação;
 Dificuldade da visualização de problemas que necessitam de reparos e da
realização de manutenção corretiva.
 Componentes do sistema de irrigação subterrâneo por gotejamento

Um sistema de irrigação subterrâneo por gotejamento possui praticamente os mesmos


componentes de um sistema de gotejamento convencional.

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No projeto desses sistemas é preciso considerar um sistema de drenagem das linhas
laterais de forma a permitir a retirada de resíduos que ficarem sedimentados nas linhas
de irrigação.

 Aspectos a considerar na implantação do sistema de rega subterrâneo por


gotejamento

As tubulações dos sistemas de irrigação subsuperficial são enterradas com o auxilio de


maquinário específico acoplado ao trator.

A profundidade de instalação das tubulações pode variar de 15 a 60 cm, dependendo da


cultura e do solo. Plantas com sistema radicular raso, como hortaliças, podem requer
uma profundidade menor que 10 cm.

Solos mais arenosos possuem baixa ascensão capilar, resultando em bolbos


desuniformes e com pouca expansão horizontal e no sentido da superfície do solo. Esse

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comportamento pode dificultar o processo de germinação das culturas, necessitando
profundidades de instalação mais rasas e com espaçamentos menores, podendo
necessitar, às vezes, da complementação da irrigação por aspersão nessa fase do ciclo.

Em solos mais argilosos, a água ascende com maior facilidade e se distribui melhor
horizontalmente, permitindo que as linhas sejam instaladas mais profundamente e
espaçadas. Essa instalação mais profunda ajuda a prevenir o ataque de roedores e
aumenta os benefícios das técnicas de plantio

Para se atingir um teor de água uniforme ao longo de toda área irrigada pelas linhas
enterradas é necessário que a profundidade de instalação dos gotejadores seja constante,
com a saída de água do gotejador voltada preferencialmente para a parte de cima da
tubulação.

b) Elevação do lençol freático

Nesse sistema de subirrigação, o nível do lençol freático da área de cultivo é controlado


a uma profundidade abaixo da zona radicular das culturas, permitindo que a água
ascenda para as raízes por capilaridade. Essa técnica de irrigação é viável em áreas de
produção agrícola com um lençol freático alto, devido geralmente à presença de uma
camada impermeável rasa. Esses sistemas de subirrigação também podem operar como
um sistema de drenagem em solos mal drenados.

Esse princípio de operação é utilizado principalmente em áreas cultivadas com batata e


se baseia na aplicação de água na superfície do solo, usando sulcos ou canais bem
espaçados, que irão contribuir com a saturação do perfil do solo, elevando o lençol
freático até a profundidade desejada.

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A operação desses sistemas acontece de duas formas distintas. Nos períodos de seca ou
com baixa precipitação, quando não há água disponível nos canais, é necessário
bombear água para dentro do canal de controle, que irá escoar por gravidade até
encontrar a comporta de saída. A água armazenada nesse canal irá infiltrar no perfil do
solo, elevando o nível do lençol freático da área de cultivo. A manutenção do nível da
água no canal de drenagem pela ação das comportas determina a elevação da água por
capilaridade até uma profundidade considerada ideal para a cultura, evitando a saturação
do sistema radicular.

Durante os períodos de maiores precipitações este sistema funciona como um sistema de


drenagem, retirando o excesso de água do campo por meio de canais, com saída para
um sistema drenagem principal ou canal aberto. A utilização de uma comporta na saída
do canal de drenagem permite regular a vazão de drenagem, possibilitando que o
sistema funcione como um sistema de drenagem controlado, mantendo o nível freático a
profundidade desejada.

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A operação desse sistema ao longo do ciclo da cultura oscila normalmente entre a
drenagem controlada e a subirrigação, em função do regime pluviométrico da região.
Dessa forma, o sistema exige um monitoramento intensivo para o seu funcionamento
eficaz. Como o nível freático deve ser estabelecido e mantido em uma baixa
profundidade, recomenda-se a utilização do sistema de subirrigação em terras
relativamente planas, geralmente em planícies e vales aluviais, associados a sistemas de
drenagem. A propriedade agrícola necessita ter alta disponibilidade de água e o perfil do
solo deve contar com a presença de camadas uniformes de solo impermeável ou de
lençóis freáticos permanentemente rasos.

Uma forma alternativa de controlar o nível do freático, melhorando a uniformidade de


distribuição ao longo da linha da cultura e reduzindo o tempo requerido para elevar o
lençol freático é a utilização da irrigação por gotejamento enterrado ou subsuperficial.

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A água aplicada a altas intensidades pelas linhas de gotejamento enterradas se infiltra
rapidamente atingindo e elevando o lençol freático um pouco acima do limite inferior da
zona radicular da cultura. Esse tipo de aplicação gera um lençol freático
temporariamente elevado que drena lentamente com o tempo.

4.3. Método de Rega por Aspersão


4.3.1. Conceito e Aplicação

A irrigação por aspersão é o método em que a aplicação de água na superfície do terreno


assemelha-se a uma chuva, isso devido ao fracionamento de um jato de água em gotas
menores lançado no ar atmosférico sob pressão por meio de pequenos orifícios ou
bocais.

4.3.2. Vantagens e Desvantagens

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Vantagens

 Facilidade de adaptação às diversas condições de solo e topografia;


 Apresenta potencialmente maior eficiência de distribuição de água, quando
comparado com o método de superfície;
 Pode ser totalmente automatizado;
 Pode ser transportado para outras áreas;
 As tubulações podem ser desmontadas e removidas da área, o que facilita o
tráfego de máquinas;
 Permite o uso da Quimigação (a aplicação de produtos e tratamentos
fitossanitários via água de irrigação).

Desvantagens

 Os custos de instalação e operação são mais elevados que os do método por


superfície;
 Pode sofrer influência das condições climáticas, como vento e humidade
relativa;
 A irrigação com água salina, ou sujeita a precipitação de sedimentos, pode
reduzir a vida útil do equipamento e causar danos a algumas culturas;
 Pode favorecer o aparecimento de doenças em algumas culturas e interferir com
tratamentos fitossanitários;
 Pode favorecer a disseminação de doenças cujo veículo é a água;
 Os constantes impactos das gotas de água no solo podem provocar compactação
e erosão do solo.
4.3.3. Sistemas de Irrigação por Aspersão
4.3.3.1. Sistemas de irrigação por aspersão convencionais

Os sistemas de irrigação por aspersão convencionais podem ser apresentados em


diferentes tipos. De forma geral, são constituídos por linhas principal, secundárias e
laterais. A mobilidade dessas linhas define os diferentes tipos de sistemas.

a) Sistema portátil

São aqueles constituídos de tubulações portáteis montadas na superfície do terreno,


permitindo que todas as linhas e componentes deslocam-se em diversas posições na área

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irrigada. Existe uma desvantagem no que diz respeito ao custo operacional, pois é maior
devido à quantidade de mão de obra requerida no deslocamento das tubulações.

b) Sistema semiportátil (ou semifixo)

É aquele em que apenas as linhas laterais se deslocam nas diferentes posições da área
irrigada. As linhas principais e secundárias podem ser enterradas ou ficar sobre a
superfície do terreno. Tem a vantagem de menor investimento de capital; contudo,
exigem mais mão de obra no manejo e operação.

c) Sistema fixo permanente

São aqueles em que as linhas principais, secundárias e laterais são enterradas e


suficientes para cobrir toda a área. Esse sistema é muito utilizado em áreas de tamanho

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pequeno, pois apresenta alto custo de aquisição inicial por unidade de área, justificando-
se o seu uso apenas para irrigação de áreas com culturas de elevado valor econômico e
mão de obra escassa ou cara.

4.3.3.2. Sistemas de irrigação por aspersão mecanizada

Os sistemas de irrigação por aspersão mecanizada além do movimento de rotação


deslocam-se ao longo do terreno, efetuando a irrigação. Esses sistemas possuem um
mecanismo de propulsão que permite a sua movimentação enquanto aplica água no
terreno. Atualmente, existem diversos tipos de sistemas mecanizados.

a) Sistema autopropelido

O autopropelido é um aspersor do tipo canhão, montando sobre um carrinho de rodas. É


rebocado por um trator, a uma determinada distância, e depois recolhido por meio de
um carretel enrolador acionado por um mecanismo hidráulico. Ele irriga uma faixa de
terra longa e estreita. Seu deslocamento se dá através da movimentação hidráulica de
um carretel.

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Dentre as vantagens que um sistema autopropelido apresenta, está a alta capacidade de
irrigação, facilidade de manejo e mão de obra reduzida. Acerca das desvantagens, esse
sistema requer o auxilio de um trator e o operador para transporte do equipamento,
exige mais energia devido à pressão do jato, sua eficiência de distribuição de água é
prejudicada pelo vento.

b) Sistema de pivô central

É um sistema que possui movimentação circular, constituído em geral de uma linha com
vários aspersores, com tubos de aço conectados entre si, montados em torres dotadas de
rodas. Um pequeno motor elétrico, colocado em cada torre, permite o acionamento
independente dessas.

Dentre as principais vantagens, tem-se a possibilidade de controlar a direção do


equipamento, baixa exigência de mão de obra; bom potencial de uniformidade de
aplicação de água, possibilidade de aplicação de fertilizantes e outros produtos
químicos.

As limitações da irrigação por esse sistema, quando analisamos que o pivô central irriga
áreas circulares, temos aproximadamente 20% da área não irrigada, por isso, utilizam-se
equipamentos especiais os quais oneram mais o sistema. Como na prática, a intensidade
de aplicação de água na extremidade da linha de irrigação varia muito, tornam-se
necessárias práticas de conservação de solo para reduzir ou mesmo evitar o escoamento
superficial (plantio em nível, terraços, plantio direto etc.)

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Para o pivô central ser implantado é obrigado que a área esteja totalmente livre de
obstáculos (construções) ou qualquer elemento que limite a movimentação da linha de
irrigação.

4.3.4. Componentes de um sistema de irrigação por aspersão

Um sistema de irrigação por aspersão geralmente é constituído de componentes


importantes para o fornecimento de água (aspersores, acessórios, tubulações,
motobomba).

a) Aspersores

São as peças principais do sistema, tem o objetivo de distribuir a água no terreno na


forma de chuva. Na maioria dos sistemas de irrigação por aspersão são utilizados os
aspersores rotativos. Estes aspersores podem ser de giro completo (360º) ou do tipo
setorial.

Aspersor de giro completo  Aspersor do tipo setorial 

Existem aspersores com um e dois bocais, diferenciados entre si apenas pelo diâmetro.

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Aspersor de um bocal  Aspersor de dois bocais 

b) Acessórios

Os acessórios mais comuns são o acoplamento rápido aspersor, o adaptador fêmea, o


adaptador macho, o cap macho, a curva 45°, a curva 90º, a derivação de rosca, a
derivação de saída fêmea, o registro esfera soldável, o registro esfera roscável, a curva
de derivação, a junta borracha vedação, entre outros.

c) Tubulações

Nos sistemas de irrigação por aspersão as tubulações têm uma importância fundamental,
pois através delas é que a água é conduzida até os aspersores. Podem ser confecionados
de diferentes matérias, podendo ser de alumínio, aço zincado, aço galvanizado ou PVC
rígido, com comprimento padrão de 6 metros e diâmetro variando entre 2” e 8”.

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(a) Tubos de alumínio; (b) Tubos de aço zincado; (c) Tubos de PVC rígidos 
d) Motobomba

O conjunto motobomba tem a finalidade de captar a água na fonte e conduzi-la pelas


tubulações até os aspersores. As mais utilizadas nos projetos de irrigação são as do tipo
centrífuga.

4.4. Método de Rega Localizada / Rega Gota-a-Gota


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4.4.1. Conceito e Aplicação

A irrigação por gotejamento compreende os sistemas de irrigação nos quais a água é


aplicada ao solo, directamente à região radicular, em pequenas intensidades, porém com
alta frequência, de modo que mantenha a humidade do solo na zona radicular próxima à
capacidade de campo, estando nesta categoria incluída também a micro aspersão. A
irrigação por gotejamento tem como características principais, a utilização de pequenos
caudais a baixas pressões, não se molhar o solo na totalidade e a água ser aplicada com
alta-frequência.

4.4.2. Sistemas de irrigação localizada

Os sistemas utilizados no método de irrigação localizada são: por gotejamento e por


micro-aspersão.

4.4.2.1. Por gotejamento

A irrigação localizada por gotejamento compreende a aplicação de água, gota a gota


diretamente na região da raiz da planta em alta frequência e baixo volume, de modo que
mantenha o solo na região radicular das plantas uma boa umidade. Com isso, a
eficiência de aplicação é bem maior e o consumo de água menor.

4.4.2.2. Por micro-aspersão

A irrigação localizada por microaspersão trata-se de um sistema de irrigação em que a


água é aspergida através de microaspersores (miniaturas de aspersores) próximo ao
sistema radicular das plantas.

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Diferenças fundamentais entre os sistemas de gotejamento e de microaspersão
Gotejamento Microaspersão
Aplicação da água Em pontos, utilizando Sobre uma pequena área
emissores denominados circular ou setorial, através
gotejadores. de
emissores denominados
microaspersores.
Vazão Até 20 l/h em cada ponto Até 200 l/h.
de emissão.
Pressão Inferiores a 10 mca. Entre 10 e 20 mca.

4.4.3. Vantagens e Desvantagens

Vantagens

 Economia de água;
 Possibilidade de emprego em todos os tipos de terreno;
 Melhorias quantitativas e qualitativa das produções;
 Menores consumos de energia quando comparado a rega por aspersão;
 Permite a realização dos tratos culturais, até mesmo o movimento de máquinas e
implementos sem retirar o sistema;
 Permite a aplicação de produtos químicos (fertilizantes, inseticidas, fungicidas)
via água de irrigação.
 Diminui a incidência de doenças nas plantas pelo fato de não molhar a parte
aérea;

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 Limita o desenvolvimento e a disseminação de ervas daninhas, pelo fato de
molhar apenas uma parcela do solo.

Desvantagens

 Custos iniciais elevados;


 Entupimentos dos tubos, exigindo maior manutenção;
 Menor polivalência, ou seja, o seu uso não é prático para certas culturas (ex.: os
custos envolvidos na instalação deste tipo de sistema não tornam viável o seu
uso para o cultivo Milho).
 O sistema radicular da planta pode apresentar limitação no crescimento devido
ao fato das raízes tenderem a se desenvolver somente na região do bolbo
molhado, próximo ao emissor, ao longo de cada linha lateral.
4.4.4. Componentes do sistema de irrigação localizada

Os principais componentes de um sistema de irrigação localizada são: cabeçal de


controle, emissores (gotejadores ou microaspersores), linhas laterais (tubos de
polietileno que suportam os emissores), ramais (tubulação), sistemas de filtragem
(filtros separadores, tela, disco ou areia), automação (controladores, solenoides e
válvulas), válvulas de segurança (controladora de bomba, ventosa, antivácuo),
fertirrigação (reservatórios, injetores, agitadores) e bombeamento (motor, bomba).

a) Cabeçal de controle

É o local onde encontramos um conjunto de elementos que permitem no sistema de


irrigação a filtragem da água, medição, controle de pressão e aplicação de fertilizantes.

É constituído, em geral, das seguintes partes:

 Manômetros;
 Registros;
 Medidores de vazão;
 Filtros;
 Sistemas de controle e automação;
 Injetor de fertilizantes;
 Válvulas de controle de pressão.

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Cabeçal de controle de sistema de irrigação localizada 

b) Emissores

Os emissores utilizados neste tipo de sistema podem ser gotejadores ou


microaspersores, como você viu no destaque anterior.

Os gotejadores podem ser do tipo on line(em linha), que compreendem os gotejadores


que são acoplados à tubulação de polietileno após perfuração da mesma, conforme a
figura a seguir: 

Os gotejadores in line são emissores que já vêm inseridos na tubulação de polietileno,


conforme a figura a seguir: 

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Já os microaspersores são emissores que, como o próprio nome indica, funcionam como
aspersores de porte reduzido, ou seja, são miniaturas de aspersores. 

c) Sistemas de filtragem

Na irrigação localizada é fundamental a utilização de filtros antes que a água entre nas
linhas dos emissores para evitar entupimentos e consequentemente, a má uniformidade
na distribuição da água ao longo da linha lateral. Existem diferentes tipos de filtros, a
destacar:

 Filtros de tela: A tela pode ser de tela (plástico ou inox). Os tamanhos vão desde
pequenos filtros plásticos de ¾ polegadas até filtros metálicos automáticos de
grande porte.

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 Filtros de disco: é constituído de discos empilhados nos quais a água é forçada a
passar entre eles.

 Filtros de areia: são filtros em que a água passa por uma camada de areia que
retém a sujeira. Esses filtros são geralmente instalados antes do cabeçal de
controle, antes dos filtros de tela e disco, pois a sua principal função é uma pré-
filtragem. Lembramos que para um maior sucesso na filtragem os filtros devem
ser usados em conjunto.

A limpeza dos filtros pode ser manual ou automática. Essa prática é de fundamental
importância, pois garante a eficiência do mesmo. Toda vez que a diferença entre a
pressão de entrada e a pressão de saída superar um valor predeterminado, será o
momento de limpeza.

5. Escolha do Método de Rega


5.1. Factores que Condicionam a Escolha de um Sistema de Rega

Ao iniciar um estudo de um regadio, quer o projectista, quer o agricultor, terá , entre


outras coisas, que se preocupar com: a fonte de abastecimento de água, nomeadamente
com a sua quantidade e qualidade, e, por vezes, ter que tomar precauções e tomar as

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medidas adequadas, para proceder à evacuação e/ou à reutilização dos excedentes de
água.

A par do factor água, outros factores há que ter em conta. Entre eles, citam-se:

 Solo;
 Energia;
 As culturas a regar;
 Mão de obra;
 Relações entre as necessidades e disponibilidades de água;
 Custo dos sistemas de rega;
 Condições de mercado;
 Preferências dos agricultores, grau de educação, experiência;
 Aspectos financeiros;
 Condições económicas;
 Condições climáticas;
 Infraestruturas.

Da conjugação destes múltiplos factores, e tendo em atenção o sistema cultural


adoptado, será possível proceder à escolha do sistema de aplicação de água adequado.
Afim de que se possa estar na posse destes dados, ter-se-ão que procurar as
metodologias adequadas e recolher os dados necessários, de modo que se possam
estimar corretamente os valores que permitam planear, selecionar e dimensionar o
sistema que garanta o abastecimento em água das plantas, de acordo com as suas
necessidades, a fim de que sejam atingidas as máximas produções em termos
económicos.

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6. Conclusão

A rega tem por finalidade fornecer ao solo, nos momentos mais convenientes, as
quantidades de água necessárias à obtenção da humidade do solo mais adequada ao
desenvolvimento das plantas cultivadas. O método de irrigação, é o processo pelo qual
um sistema de irrigação faz chegar à plantação, a água que esta necessita. Para que a
irrigação seja eficaz e eficiente, teremos que ter vários factores em conta, como o tipo de
plantação, o relevo do terreno, o tipo de solo, e muito mais.

Existem, basicamente, quatro métodos de irrigação: irrigação por aspersão – a


aplicação da água ao solo resulta da subdivisão de um jato d’água lançado sob pressão
no ar atmosférico, através de simples orifícios ou de bocais de aspersores;
microirrigação, ou irrigação localizada – a aplicação da água é feita por emissores que
operam sob pressão e localizam o volume de água necessário nas áreas de interesse;
irrigação por superfície – utilizam a superfície do solo para conduzir a água que deve
ser aplicada à área a ser irrigada; e irrigação subterrânea – consiste na aplicação de
água ao subsolo pela formação de um lençol freático de água artificial ou pelo controle
de um natural, mantendo-o a uma profundidade conveniente, capaz de proporcionar um
fluxo satisfatório de água à zona radicular da cultura, satisfazendo as suas necessidades
no processo de evapotranspiração.

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7. Referencias bibliográficas

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AMENDOLA, Emanoele C.; Métodos e Sistemas de Irrigação; Universidade Estadual


Paulista; Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira; 2017.

COSTA, Raimundo Nonato Távora; DE ARAÚJO, Danielle Ferreira; Irrigação por


Superfície.

FRIZZONE, José Antônio; Os Métodos de Irrigação; Notas de Aula da disciplina LEB


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TESTEZLAF, Roberto; Irrigação: Métodos, Sistemas e Aplicação; Universidade


Estadual de Campinas; Faculdade de Engenharia Agrícola; Campinas, SP.
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Métodos e sistemas de irrigação. Disponível em


https://sistemasregadio.wordpress.com/tag/metodos-de-rega/

Cap.10.1 - Escolha do Método. Disponível em


https://tecnicasderegadio.info/index.php/metodos-de-rega/cap101-escolha-do-metodo

Principais métodos de rega utilizados na agricultura - AGRICULTURA E MAR


ACTUAL. Disponível em https://agriculturaemar.com/principais-metodos-de-rega-
utilizados-na-agricultura/

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