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Projeto: VALOR+ - Criação de valor com os subprodutos

agrícolas, agroalimentares e florestais

Subprodutos dos frutos secos e


possível valorização económica

M. Ângelo Rodrigues, João C.M. Barreira, Isabel C.F.R. Ferreira, Albino Bento
Centro de Investigação de Montanha, Instituto Politécnico de Bragança, bento@ipb.pt
Criação de valor com os subprodutos
agroalimentares e florestais.
Os subprodutos produzidos no
setor agrícola, agroalimentar e Resíduos:
+ provenientes da poda,
florestal são variados e a + a pele e as sementes dos frutos e/ou vegetais,
maioria pode constituir-se + cascas, cascarão e folhas,
como recursos naturais ricos + caroço da azeitona,
+ resíduos da indústria de serração,
em matéria orgânica, sais + entre outros… Aproveitamento
minerais, compostos bioativos dos subprodutos

com elevada atividade


biológica.
O seu potencial de utilização Valorização de
desperdícios
está dependente da sua
caracterização, disponibilidade
e tecnologias para a sua Proteção do Valor
ambiente económico
integração em novas cadeias de
valor.
Atividades e Parceiros…
Diversas espécies produtoras de frutos secos têm importância económica em Portugal:
 Amendoeira [Prunus dulcis (Mill.) D.A. Webb];
 Castanheiro (Castanea sativa Mill.);
 Alfarrobeira (Ceratonia siliqua L.);
 Nogueira (Juglans regia L.);
 Aveleira (Corylus avellana L.)

Têm surgido diversas iniciativas de cultivo um pouco por todo o país de:
 Pistaceira (Pistacia vera L.)

A síntese apresentada tem por base a amendoeira e castanheiro.


Nas restantes fruteiras foi seguida a mesma metodologia
Para que se plantam Frutos secos?
Produzir amêndoa/castanha, noz, avelã, ….

Para além do miolo, que outros produtos se obtêm dos pomares de


frutos secos e como se podem valorizar?
Objetivo do trabalho
Fazer o levantamento quantitativo da produção de fruto e de subprodutos e
questionar usos alternativos destes materiais.
Amendoeira: 25
a)
2015 2016 2017
50 700 20
Área cultivada

Área cultivada ( 103 ha)


45
Produção nacional 600

Produtividade (kg ha-1)


15
Área cultivada ( 103 ha)

40
Produtividade
Produção ( 103 t)

35 500
30 400 10
25
20 300 5
15 200
10 0
100
5 Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve
0 0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Figura 2. Área cultivada de amendoeira nas principais NUT II produtoras
de amêndoa no período 2015-2017 (INE, 2015; 2016; 2017).
Figura 1. Principais estatísticas nacionais de produção de
amêndoa com casca entre 2008 e 2017 (FAOSTAT, 2019).
18000
16000 2015 2016 2017
14000
Produção (t)

12000
10000
8000
6000
4000
2000 Figura 3. Produção de amêndoa com casca por NUT II
0 em Portugal Continental no período 2015-2017 (INE,
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve 2015; 2016; 2017).
Amendoeira (20 000 t. 45 000 t. amêndoa em casca):
Lenha de poda - 25 000 t.;
Folhas - ?;
Casção (mesocarpo) - 2 000 t. (representa 10% da amêndoa em casca (peso seco));
Casca (endocarpo) - 9 000 t. (apenas 60% é britada; representa em média 75%);
Tegumento (epiderme) - 120 t. (3 000 t. processada; 60% pelada. 8% peso miolo;

Lenha - 1 ton. ha Folha - ? Casção - 10 % peso seco Casca rija - 75 % Epiderme - 8 % amêndoa
Quadro 1. Aproximação quantitativa à disponibilidade de subprodutos da amendoeira
Tecido Produção (t) Disponibilidade Usos atuais Propriedades/Usos potenciais
Fruto com casca 20 000 Colheita (C) Comércio ou britagem
Miolo Alimentar (confeitaria, Vitamina E, ácidos gordos insaturados,
3 000 Colheita (C)
(endosperma) consumo direto) fitoesteróis,.../Valor alimentar
Compostos fenólicos, atividade antioxidante,
Película Branqueamento e Alimentação animal;
120 triterpenoides,…/Ingredientes alimentares ou
(tegumento) descasque Industrial (C) combustível
farmacêuticos
Casca rija
9 000 Britagem (C) Combustível Xilano, celulose, lenhina, polióis…/xilose comercial
(endocarpo)
Flavonoides, lignanas, fibra (celulose, hemicelulose),
Cascarão Alimentação animal;
2 000 Descascadores (D) taninos, minerais,.../Ingredientes alimentares ou
(mesocarpo) fertilizante
farmacêuticos
Queima doméstica;
Lenha de poda 25 000 Norte (D), Alentejo (C) Fibras/Biochar, pellets,…
destroçamento
Ácidos fenólicos, flavonoides,.../Ingredientes
Folhas ? Colheita autónoma Alimentar (infusões)
alimentares ou farmacêuticos
Pigmentos, hidrocolóides,.../Agente de revestimento
Gomas ? Colheita autónoma Não são conhecidos
de batata para fritar
C, concentrado; D disperso
45 900 40
a) 2015
40 800 35

Produtividade (kg ha-1)


2016
Área cultivada ( 103 ha)

35 700
30

Área cultivada ( 103 ha)


Produção ( 103 t)

2017
30 600
25
25 500
20
20 400
15 300 15
Área cultivada
10 200 10
Produção nacional
5 100 5
Produtividade
0 0 0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve

Figura 4. Principais estatísticas nacionais de produção de Figura 5. Área cultivada de castanheiro nas principais NUT II produtoras
castanha entre 2008 e 2017 (FAOSTAT, 2019). de castanha no período 2015-2017 (INE, 2015; 2016; 2017).

30000
2015
25000 2016
Produção (t)

2017
20000

15000

10000

5000
Figura 6. Produção de castanha por NUT II em Portugal
0 Continental no período 2015-2017 (INE, 2015; 2016;
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve 2017).
Castanheiro (28 000 t. 40 000 t. castanha):
Lenha de poda - 30 000 t.;
Folhas - ?;
Flores (amentilhos) - ?;
Casca externa e interna - 3 000 t. (cerca de 50-60% é processada; 18-20% casca e outros materiais);
Ouriços - 10 000 t. (300 kg/ha massa seca);

Lenha - 1 ton. ha Folha - ? Ouriços – 300 kg /ha Casca - 20 % Flores - ?


Quadro 2. Aproximação quantitativa à disponibilidade de subprodutos do castanheiro
Tecido Produção (t) Disponibilidade Usos atuais Propriedades/Usos potenciais
Consumo em fresco ou
Fruto 28 000 Colheita (C) transformação
industrial
Flores Ciclagem de nutrientes
? Pós-floração (D) Extração de compostos fenólicos
(amentilhos) (Fertilizante)

Casca (externa e Composto orgânico; Extração de elaginatinos, ácidos fenólicos e lenhina


3 000 Descasque Industrial (C)
interna) combustível Klason

Ouriços (pós- Ciclagem de nutrientes


10 000 Campos (D) Extração de lenhina Klason e compostos fenólicos
colheita) (Fertilizante)
Norte (D), Beira Interior Queima doméstica; Extração de compostos fenólicos (ácido gálico, ácido
Lenha de poda 30 000
(D) destroçamento elágico, flavonoides e lignanas)
Ciclagem de nutrientes
Folhas ? Colheita autónoma Extração de porficianodinas
(Fertilizante)
C, concentrado; D disperso
Como orientar a produção ?
Obrigada pela vossa atenção…

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