Você está na página 1de 30

Manual da Formação

[Técnico/a de Recursos florestais e Ambientais]


[4440 - viveiros florestais]

I.FP.016.02 – 12/2015 1 / 30
Formador: Rita Metelo
[outubro/novembro] de [2020]

Conteúdo
Conteúdo ...................................................................................................................................... 2

Ficha Técnica................................................................................................................................ 3

Conteúdos: ................................................................................................................................... 4

Desenvolvimento: ......................................................................................................................... 4

Introdução .................................................................................................................................... 4

Viveiro (plantas): ........................................................................................................................... 5

Implantação de um viveiro florestal ........................................................................................... 6

Objetivos do viveiro ...................................................................................................................... 6

Que são mudas? .......................................................................................................................... 7

Tipos de viveiro ............................................................................................................................. 7

Viveiro permanente ................................................................................................................. 8

Viveiros temporários ou provisórios ......................................................................................... 8

Viveiros de recipiente............................................................................................................... 8

Recipientes ................................................................................................................................ 9

Em comparação às mudas de raiz nua, as mudas embaladas: ......................................... 9

Viveiros de raiz nua................................................................................................................... 9

Viveiro de espera.................................................................................................................... 10

FATORES IMPORTANTES PARA INSTALAÇÃO DE VIVEIROS ....................................................... 11

Estrutura funcional de um viveiro .............................................................................................. 14

DIVISÃO DO ESPAÇO FÍSICO: .................................................................................................... 15

Implantação e manutenção de viveiros florestais: ................................................................. 16

CONSTRUÇÃO DO VIVEIRO ....................................................................................................... 16

Sementeiras: ............................................................................................................................ 16

Construção dos canteiros: ..................................................................................................... 16

CANTEIROS DE SOLO .............................................................................................................. 17


I.FP.016.02 – 12/2015 2 / 30
Instalações necessárias: ............................................................................................................ 18

Substrato: ................................................................................................................................. 18

Recipiente ............................................................................................................................... 19

Vídeos: ......................................................................................................................................... 20

Trabalhos de manutenção do viveiro florestal ........................................................................ 20

Proteção contra agentes abióticos e bióticos .................................................................... 20

Mondas.................................................................................................................................... 21

Mobilizações ........................................................................................................................... 21

Fertilizações ............................................................................................................................. 22

Regas ....................................................................................................................................... 22

Podas ....................................................................................................................................... 23

Transplantações...................................................................................................................... 24

Conselhos gerais para transplantes ...................................................................................... 24

Em arbustos e árvores grandes ............................................................................................. 25

Em pequenas plantas ............................................................................................................ 26

Certificação de plantas ............................................................................................................ 26

Para colher sementes ou partes de plantas e proceder à sua comercialização, o(a)


fornecedor(a) deve ter em consideração os seguintes aspetos: ..................................... 27

Legislação existente ............................................................................................................... 27

Regulamento de cedência de plantas pelo ICNF: ................................................................. 29

I.FP.016.02 – 12/2015 3 / 30
Ficha Técnica

Título “Viveiros Florestais”

Autores Rita Metelo

Publico- Alvo Desempregados com 9ºano de escolaridade

Características Manual que contem os conteúdos básicos da UFCD 4440 – viveiros


Técnicas florestais;

• Construir um viveiro florestal.


Objetivos
• Realizar os trabalhos de rotina diária de um viveiro florestal.

http://viveirosalianca.com/
http://www2.icnf.pt/portal/florestas/gf/ps/viveiros
https://pt.wikipedia.org/wiki/Viveiro_(plantas)
https://ambientes.ambientebrasil.com.br/florestal/viveiros/viveiros_florest
ais.html
http://www.lerf.eco.br/img/publicacoes/Capa%20e%20miolo%20Viveiros
%20Embrapa24%20FEV.pdf
http://www.pi.unir.br/uploads/34343434/arquivos/Unidade_8_13419434.p
Fontes
df
http://www.pi.unir.br/uploads/34343434/arquivos/Unidade_8_13419434.p
df
http://ead.senar.org.br/wp-
content/uploads/capacitacoes_conteudos/silvicultura/Curso_2_PMMPS/
AULA_2_PRODUCAO_DE_MUDAS_FLORESTAIS_VIVEIROS_E_METODOS_DE_
PROPAGACAO.pdf
https://www.ipef.br/publicacoes/ctecnica/nr168.pdf

I.FP.016.02 – 12/2015 4 / 30
962400058
Contactos
ritabelometelo@gmail.com

Data Outubro/novembro de 2020

Conteúdos:

• Implantação de um viveiro florestal

Objetivos do viveiro

Tipos de viveiro

Fatores que condicionam a implantação de um viveiro

Estrutura funcional de um viveiro

• Trabalhos de manutenção do viveiro florestal

Proteção contra agentes abióticos e bióticos

Mondas

Mobilizações

Fertilizações

Regas

Podas

Transplantações

Certificação de plantas

• Legislação existente

Desenvolvimento:

Introdução

A despeito de sua importância biológica, nos últimos quarenta anos a paisagem do bioma
vem sofrendo mudanças expressivas, com quase 50% de sua área original convertida em
I.FP.016.02 – 12/2015 5 / 30
áreas antropizadas (KLINK; MACHADO, 2005).

Não obstante a importância em termos ambientais, o aumento da produção agrícola, da


atividade industrial, do crescimento populacional e da disseminação de condomínios
irregulares vem colocando em risco o ambiente. (OLIVEIRA et al., 2015). Isso causa danos
irreversíveis à fauna e à flora e sobrecarrega aos recursos hídricos.

Nesse contexto, são necessárias ações que possam recuperar e conservar as áreas
remanescentes de Cerrado no bioma visando à preservação dos recursos naturais, e para
isso a produção de mudas de espécies nativas é essencial. A demanda por mudas de
espécies nativas do bioma Cerrado em geral tem crescido bastante nos últimos anos, tanto
pela valorização dessas espécies como pela necessidade de recuperação das Áreas de
Preservação Permanente (APPs) e das Áreas de Reserva Legal (ARLs) indicada pelo novo
Código Florestal.

Viveiro (plantas):

Um viveiro de plantas ou "berçário de plantas", em agricultura, silvicultura, arboricultura ou


horticultura, é um campo ou uma parcela de terra reservada para a multiplicação e para
a cultura de plantas lenhosas, principalmente árvores, arbustos e plantas vivazes, até que
se tornem aptas para serem transplantadas ou comercializadas.

Um viveiro de plantas necessita das condições ideais para o desenvolvimento das mudas,
destacando-se a umidade, irrigação, luminosidade, temperatura, tipo de solo, adubação,
tipos de recipientes, proteção contra o vento e chuvas, controle de pragas e ervas
daninhas, e principalmente, pessoal especializado no ramo. Para um desenvolvimento
sadio da muda no viveiro, cada tipo de planta exige condições diferenciadas de
produção e cultivo.

Devido à complexidade de cultivo, geralmente os produtores se especializam em


atividades mais específicas: produção de sementes, flores para jardins, arbustos e árvores
para ornamentação, árvores florestais, plantas medicinais, gramíneas para pastagens ou
jardins, forragens para animais e outras.

Os viveiros de plantas devem apresentar um rigoroso controle sanitário, regulamentado e


vistoriado por órgãos oficiais.

I.FP.016.02 – 12/2015 6 / 30
Implantação de um viveiro florestal

Área delimitada, com características apropriadas, onde são reunidos insumos,


equipamentos e técnicas visando a produção de mudas de espécies florestais de ALTA
QUALIDADE.

Objetivos do viveiro

Os viveiros florestais são essenciais para a preservação das florestas e manutenção do


ambiente, pois nesses locais são cultivadas mudas de árvores e espécies que serão, depois,
reintroduzidas na natureza ou plantadas em parques e áreas verdes.

O reflorestamento de áreas desmatadas e o cultivo de áreas verdes nas cidades são


dependentes desse sistema de cultivo para replantio, que abastece muitos dos programas
de manutenção ambiental de empresas e governos. Algumas empresas criam seus
próprios viveiros e desenvolvem projetos socioambientais para minimizar o impacto de sua
produção.

I.FP.016.02 – 12/2015 7 / 30
Que são mudas?

Mudas são árvores jovens. Elas podem ser produzidas de várias maneiras:

• Através de sementes

• Propagação vegetativa através de estacas

Tipos de viveiro

Viveiro florestal - Área destinada à produção, manejo e proteção das mudas para o
plantio.

• temporários,

• permanentes,

• de recipientes,

• de raiz nua

I.FP.016.02 – 12/2015 8 / 30
• de espera.

Viveiro permanente
Finalidade produzir mudas durante muitos anos

• Requer planejamento mais cuidadoso

• Custo mais elevado

• Instalado próximo aos centros consumidores de mudas

• Maiores dimensões que os viveiros temporários

• Área dividida em benfeitorias (galpões, casas, caixas d’água, etc...), área de produção
de mudas e área de crescimento.

Viveiros temporários ou provisórios


Destina-se a produção de mudas por período curto.

• Instalações simples, mais rústicos

• Menor custo de construção

• Tamanho reduzido

• Instalados dentro ou próximo da área de plantio

Viveiros de recipiente
Produzem mudas em embalagens com sistema radicular protegido pelo substrato.

• Pode ser temporário ou permanente


I.FP.016.02 – 12/2015 9 / 30
Recipientes
• Biodegradáveis (palha, papel, laminados de madeira ou embalagens hidrossolúveis).
Devem ser retirados no momento do plantio para liberar as raízes e facilitar o
estabelecimento. Algumas vezes somente o fundo é retirado;

• Não biodegradáveis (sacos plásticos, tubetes, bandejas com células...). As mudas devem
ser completamente liberadas destes antes do plantio;

Em comparação às mudas de raiz nua, as mudas embaladas:


• Apresentam maiores custos (com embalagens, com enchimento das embalagens
e necessidade de maior área para a produção de mudas)

• Apresentam melhor estabelecimento no plantio.

• O plantio é mais fácil e apresenta maior sucesso, principalmente, em dias mais


quentes e secos

PS. Um viveiro florestal pode produzir mudas de raízes embaladas e nuas, uma vez que a
escolha da técnica depende da rusticidade e da facilidade de propagação das espécies.

Viveiros de raiz nua


Produzem mudas sem substrato e/ ou recipientes para proteção das raízes.

I.FP.016.02 – 12/2015 10 / 30
• Pode ser temporário ou permanente

• Semeadura -> diretamente no solo dos canteiros

• Mudas são retiradas apenas na ocasião do plantio

Cuidado devem ser tomados para, no momento do plantio:

• não danificar as raízes

• evitar insolação direta e ressecamento do sistema radicular

• Vantagem de a muda ser mais barata para produzir e transportar

Viveiro de espera
• Pode ser temporário ou permanente

• Visa conduzir as mudas ao tamanho maior

• Utilizado principalmente na arborização urbana, praças, jardins etc...

Geralmente está disposto em local anexo ou afastado do viveiro, onde não é necessário
o tráfego intenso de máquinas, pessoas e equipamentos.

• As mudas são produzidas de forma convencional, posteriormente, são colocadas em


embalagens maiores e/ou covas no solo até que atinjam tamanho ideal para o plantio.

I.FP.016.02 – 12/2015 11 / 30
FATORES IMPORTANTES PARA INSTALAÇÃO DE VIVEIROS

Localização: O viveiro deve estar próximo de fonte d’água, disponibilidade de mão-de-


obra e de material necessários para a sua instalação e manutenção.

Água: em quantidade e qualidade suficiente durante todo o ano é fundamental para seu
funcionamento.

Facilidade de acesso: facilitará a entrada de insumos, mão de obra para o seu manejo

Proximidade da área de plantio ou de comercialização: Reduz o custo de transporte,


danos e perda de humidade às mudas

Evitar locais sujeitos a ventos fortes: Os ventos causam danos às mudas provocam maior
estresse hídrico

I.FP.016.02 – 12/2015 12 / 30
Local bem arejado e ensolarado:

• protegem contra doenças e diminuem as chances de formação de mudas


enfraquecidas, descoloradas, amolecidas;

• Possibilitam a formação de mudas com um bom grau de aclimatação para enfrentar as


condições adversas dos locais de plantio definitivo

• Deve-se preferir locais com máxima insolação, a necessidade de sombreamento é


conduzida, artificialmente

Solo deve ser:

• leve, de textura arenosa a areno - argilosa, de boa drenagem após as chuvas fortes

• pouco pegajosos quando húmidos e menos duros, quando secos

• lençol freático deve estar a uma profundidade que proporcione boa drenagem durante
o ano todo

• Devem ser evitados locais que haja necessidade de se fazer drenagem

I.FP.016.02 – 12/2015 13 / 30
Topografia:

• Apresentar-se levemente inclinada (2 a 3%)

• Terreno com declividade maior de 3% deve ser nivelado em patamares, para atingir a
declividade recomendada.

Neste caso, proteger o talude com plantio de gramíneas de porte rasteiro

I.FP.016.02 – 12/2015 14 / 30
Estrutura funcional de um viveiro

https://issuu.com/isabelkofreitag/docs/viveiro_educador_sistema_de_recuper

http://www.pi.unir.br/uploads/34343434/arquivos/Unidade_8_13419434.pdf

I.FP.016.02 – 12/2015 15 / 30
DIVISÃO DO ESPAÇO FÍSICO:

Área do viveiro florestal depende:

• do número de mudas

• tipo de embalagem

• tipo de reprodução ou plantas a serem produzidas

• do tempo necessário para a produção de mudas

• das perdas por seleção

• do tamanho dos canteiros da largura das ruas internas

• das instalações que forem consideradas necessárias, conforme o tipo de viveiro.

•Área produtiva: sementeiras, canteiros, área de estaquia e área destinada à

repicagem, área de aclimatação e de rustificação

•Área não produtiva: estradas, ruas, galpões, construções em geral, área livre para o
preparo de substrato e enchimento de embalagens

- Viveiro bem planejado -> 60 % de área produtiva

- Quando mecanizados a área produtiva -> 60 a 70%.

I.FP.016.02 – 12/2015 16 / 30
Implantação e manutenção de viveiros florestais:

CONSTRUÇÃO DO VIVEIRO

Sementeiras e Canteiros:

• No solo ou suspenso

• Largura 0,90 m a 1,20, distantes 0,60 m

• Comprimento depende da divisão (número múltiplo de 6)

• Dispostos na direção leste - oeste para que recebam mais insolação

• Dispostos no sentido paralelo à inclinação do terreno

Sementeiras:
• São canteiros de alta densidade de plântulas por m²

• Utilizadas para espécies que levam muito tempo para germinar ou possuem as
sementes muito pequenas.

• Possibilitam a repicagem,

• Garantem o suprimento no caso de perdas e propiciam maior uniformidade no


canteiro.

Construção dos canteiros:


Canteiro é o local onde serão colocados os recipientes (sacos plásticos, tubetes, vasos,
I.FP.016.02 – 12/2015 17 / 30
garrafas PET, entre outros) com as mudas em crescimento.

O canteiro pode conter mudas em recipientes maiores ou menores que vai depender da
espécie e da idade da muda. Quando as mudas são feitas em recipientes maiores, como
sacos plásticos grandes (>15 cm diâmetro), os canteiros devem ter aproximadamente 1 m
de largura, com um comprimento que vai depender do espaço disponível, sempre
dispostos perpendicularmente à linha do declive. A distância entre os canteiros deve ser
de 60 cm, a fim de facilitar a movimentação e o trabalho do pessoal de manutenção do
viveiro. Se os sacos plásticos utilizados forem muito pequenos (< 7 cm de diâmetro), os
canteiros devem ser protegidos lateralmente por ripa ou tarugo de madeira para evitar o
tombamento dos recipientes.

CANTEIROS DE SOLO
• Muito utilizados, proporcionam custo reduzido

• Cuidados com o ENCANTEIRAMENTO DAS EMBALAGENS: Evita que as


embalagens tombem e protege contra o ressecamento do substrato

• Espaços vazios devem ser mínimos.

• Encanteiramento em diagonal é melhor do que o longitudinal

I.FP.016.02 – 12/2015 18 / 30
Instalações necessárias:

Substrato:
Substrato é todo material sólido natural ou residual, de natureza mineral ou orgânica, que
pode ser utilizado puro ou em misturas para o cultivo intensivo de plantas, em substituição
total ou parcial ao solo natural. Assim como este, o substrato proporciona suporte físico às
raízes e disponibiliza água e nutrientes para o crescimento das plantas.

Geralmente, a opção pelo cultivo em substrato, em substituição ao solo natural, se deve


aos seguintes fatores:

1 - Maior facilidade de transporte, devido ao menor peso;

I.FP.016.02 – 12/2015 19 / 30
2 – O cultivo intensivo em solo natural pode apresentar fatores limitantes como presença
de patógenos de solo e sementes de plantas daninhas, salinidade, desequilíbrio entre
arejamento e umidade;

3 – Maior facilidade de se uniformizar a granulometria do substrato;

4 – Maior produtividade e rentabilidade da atividade.

Na formulação de substratos geralmente se utiliza um componente mineral (terra de


subsolo retirada a 30 cm de profundidade, terriço de mata e terra vegetal) e um ou mais
componentes orgânicos, que podem ser inertes (casca de arroz carbonizada e fibra de
coco) ou biologicamente ativos (composto orgânico, esterco curtido de gado, húmus de
minhoca e turfa), acrescidos de fertilizantes e corretivos como calcário e gesso.

A proporção entre os componentes mineral e orgânico e os níveis de calagem e


adubação devem ser definidos em função da demanda apresentada pela espécie em
questão, de forma a proporcionar o melhor ambiente de cultivo possível.

Recipiente
Recipiente é a estrutura física utilizada para o acondicionamento de qualquer substrato
para o cultivo intensivo de plantas, podendo englobar desde a germinação de sementes,
crescimento de mudas até a comercialização final da muda pronta. Na escolha de
recipientes deve-se considerar o tamanho inicial e final da muda, custo de aquisição,
durabilidade, facilidade de manuseio e de armazenamento, dentre outros. De modo geral,
o tamanho do recipiente deverá ser escolhido de forma a proporcionar o maior volume
possível de solo às raízes, mas que seja de menor peso possível e facilmente transportável.

Os recipientes mais utilizados são os sacos plásticos de polietileno negro, tubetes de


polipropileno reutilizáveis e vasos de polipropileno, disponíveis no mercado em diversos
tamanhos. Além destes, atualmente também se encontram no mercado, recipientes
biodegradáveis como tubetes e vasos confecionados com fibras celulósicas recicladas de
embalagens “longa vida”. Estes, apesar da vantagem representada pelo menor potencial
poluidor possuem custo mais elevado.

Os recipientes mais utilizados são os sacos plásticos de polietileno negro, tubetes de


polipropileno reutilizáveis e vasos de polipropileno, disponíveis no mercado em diversos
tamanhos. Além destes, atualmente também se encontram no mercado, recipientes
I.FP.016.02 – 12/2015 20 / 30
biodegradáveis como tubetes e vasos confecionados com fibras celulósicas recicladas de
embalagens “longa vida”. Estes, apesar da vantagem representada pelo menor potencial
poluidor possuem custo mais elevado.

Vídeos:

https://www.youtube.com/watch?v=PpWxfcWR6aU&vl=pt

https://www.youtube.com/watch?v=nDdgrnDpMuQ

https://www.youtube.com/watch?v=OUYWICrqrRo

https://www.youtube.com/watch?v=mVTFvp7iBAg

Trabalhos de manutenção do viveiro florestal

Proteção contra agentes abióticos e bióticos


A presença de folhas murchas, amarelas ou cortadas indica que as mudas podem estar
doentes ou sendo atacadas por pragas. Se for o caso de doença nas folhas, recomenda-
se inicialmente a redução do sombreamento e da irrigação. Se isso não for suficiente, pode
ser necessário pulverização com fungicida, mas qualquer ação nesse sentido deve ocorrer
sempre mediante orientação de técnicos profissionais.

No caso de pragas, como pulgões, formigas, paquinhas, cupins, besouros, grilos, lagartas,
existem os controles mecânico, físico e químico, mas que também deverá acontecer sob
orientação profissional.

A presença dessas pragas geralmente acontece em viveiros malcuidados ou em mudas


malnutridas.

Canteiros de mudas suspensas têm menor probabilidade de ocorrência de pragas, pois a


maioria delas está associada ao solo.
I.FP.016.02 – 12/2015 21 / 30
Em relação às ervas daninhas, o controle deve ser feito em todo o viveiro, e não somente
nos canteiros. Esse controle poderá ser feito manualmente por arrancamento ou mediante
o uso de herbicidas. Da mesma maneira, conforme recomendado para os casos de
pragas e doenças, esse procedimento deverá acontecer sempre com orientação
profissional de um especialista no assunto.

As sementeiras suspensas resolvem muitos problemas relacionados ao ataque de pragas


como moluscos, cupins e roedores. Além disso, facilita o trabalho do viveirista por possuir
melhor ergonomia.

Mondas
1. Arrancar ervas daninhas de uma plantação ou de um jardim.

2. Limpar as árvores de ramos velhos ou de frutos em excesso. = DESBASTAR

AGRICULTURA ato de mondar; arranque, ou outro processo de


eliminação, das ervas nocivas às sementeiras

• monda química - processo de eliminação de ervas


daninhas por ação de herbicidas

• monda térmica - processo de eliminação de ervas


daninhas por ação de altas temperaturas;

Mobilizações
Os sistemas de mobilização do solo praticados dividem-se em:
mobilização convencional, mobilização mínima e não-
mobilização. Estas práticas têm diferentes influências nas
características físicas e químicas do solo, devido a esse facto, os
níveis de compactação do solo também irão variar.

O sistema de mobilização convencional é o mais utilizado e


normalmente está associado à inversão das camadas do solo
(reviramento da leiva), a mobilização mínima interdita o recurso
a qualquer tipo de mobilização que execute o reviramento do
solo, permitindo apenas a utilização de alfaias que executem mobilização vertical das
camadas do solo e a não-mobilização não possibilita qualquer tipo de mobilização do solo
(Pinto, 2015).

I.FP.016.02 – 12/2015 22 / 30
Segundo Freixial e Carvalho (2013), a agricultura de Conservação (mobilização mínima e
não-mobilização) tem efeitos positivos sobre as características químicas, físicas e biológicas
do solo.

Fertilizações
Consiste na correta aplicação ao solo e/ou às árvores, nas épocas apropriadas e sob as
formas mais adequadas, a estabelecer de acordo com a especificidade de cada
povoamento florestal, de matérias fertilizantes que promovem o aumento dos
crescimentos em diâmetro e em altura, por:

• Fornecerem as quantidades de nutrientes que as plantas necessitam (adubos);

• Atuarem sobre as características do solo, preservando ou melhorando a sua fertilidade


de modo a melhorar as condições de assimilação dos nutrientes (corretivos).

Com a perda que pode acontecer durante a rega, a reposição de nutrientes pode ser
necessária durante o desenvolvimento das mudas, para maiores detalhes sobre esta
prática, procurar um profissional da área.

Regas
Todo ser vivo necessita de água para seu desenvolvimento. Assim, deve-se molhar o
substrato das mudas pelo menos duas vezes ao dia, recomendam-se o início da manhã e
o final da tarde. Dependendo do tamanho do viveiro, da disponibilidade de mão de obra
e da tecnologia disponível, as regas poderão ser feitas manualmente, com regadores de
crivo fino, mangueiras, aspersores de jardim ou, até mesmo, aspersores automáticos,
sempre procurando evitar erosão do substrato e perda de água. Todo cuidado deve ser

I.FP.016.02 – 12/2015 23 / 30
tomado com a quantidade de água adicionada a cada recipiente, pois seu excesso pode
ser tão prejudicial quanto a falta dela. O encharcamento do recipiente pode erodir e
compactar o substrato, dificultar a circulação do ar, impedir o crescimento das raízes, lavar
os nutrientes ou ainda propiciar o aparecimento de doenças (MACEDO, 1993).

Os Viveiros projetam e instalam Sistemas Automáticos de Rega. Água a mais, além do


desperdício, faz tão mal como água a menos. Estes, para serem de facto eficientes,
devem ter em conta vários fatores, nomeadamente: tipo e disposição de culturas/plantas
a regar, tipo (quantidade, pressão, caudal) de água, exposição solar, geometria do
espaço, possibilidade de proceder á adubação líquida, etc…

Quando bem projetados, temos uma rega que gasta só a água necessária e chega à
“planta” pelo método mais conveniente (aspersores, pulverizadores, gota a gota, etc..). É
também com base em parcerias que conseguimos a melhor solução de rega para o seu
espaço.

Podas
Consiste em cortar, de forma seletiva, os ramos que desequilibram o tronco a fim de obter
um fuste direito com maiores dimensões.

Corrige-se a forma das árvores eliminando as bifurcações do tronco e outros ramos que
adquirem um forte desenvolvimento e/ou uma inclinação indesejável, provocando
desequilíbrios, que poderão perturbar o crescimento do ramo terminal e a correta forma
do tronco. Justifica-se, particularmente, nas plantações de folhosas, espécies que
dificilmente apresentam um fuste direito e com uma boa forma, sobretudo se a sua
instalação foi feita com baixas densidades.

Os vários tipos de Podas (de formação, de limpeza, etc.…), são uma técnica importante

I.FP.016.02 – 12/2015 24 / 30
para manter as plantas de boa saúde e potenciar o efeito que se pretende.

Transplantações
Mudança de plantas

Não deve haver receio de mudar uma planta que não se está a desenvolver
convenientemente, por estar no local errado. Essa planta terá mais hipóteses de
sobrevivência se for mudada do que se for deixada no lugar de origem.

A primavera e o outono são as melhores estações para transplantar. O fator mais


importante no transplante é evitar o mínimo possível de estragos nas raízes. As plantas
jovens e pequenas são mais fáceis de transplantar do que as mais velhas e as mais
enraizadas.

Porquê transplantar?

Fraco desenvolvimento fisiológico devido, por exemplo, à sua localização, tipo de solo
(principalmente pH e textura), aparecimento de doenças, deficiências hídricas;

• Simples operação de transplante do viveiro para local definitivo;

• Desenvolvimento excessivo para o espaço que a planta dispõe;

Conselhos gerais para transplantes


1- Época do ano - Proceder aos transplantes no outono ou no início da primavera e nunca
quando as plantas estejam a crescer ativamente.

2- Altura do dia - Sempre que possível, proceder aos transplantes no fim do dia, quando as
temperaturas descem. Desta forma minimiza-se a perda de água da planta por
transpiração.

3- Plantas fracas - Evitar transplantar as que estejam a mostrar sinais de esgotamento.

4- Rega - Deve regar-se bem o solo antes de transplantar, se possível durante vários dias
antes do transplante.

5- Caules - Antes de transplantar devem atar-se a folhagem e os caules. Esta operação


facilita o transplante e minimiza os estragos na planta.

6- Raízes - As raízes de muitas árvores e arbustos estendem-se muito para lá da extensão


dos ramos, deve, no entanto, fazer-se um esforço para que o transplante transfira o maior
número possível de raízes.
I.FP.016.02 – 12/2015 25 / 30
7- Nível do solo - Convém certificar-se de que o solo de uma planta transplantada se
encontra posicionado ao mesmo nível do solo original.

8- Tipo de solo - Deverá ter-se atenção ao tipo de solo, nomeadamente textura e pH, do
solo onde se encontra a planta e aquele para onde se pretende transplantar. Se possível
melhorar as condições para a planta em função das suas características.

9- Poda - Depois de um transplante, ou eventualmente antes, deve podar-se a folhagem


para reduzir a tensão causada pela perda de humidade e para equilibrar com a zona
radicular.

10- Fertilização - Aproveitar para efetuar uma fertilização de fundo, com estrume bem
curtido, e regar para garantir humidade e verificar se existem problemas de drenagem.

11- Proteger as plantas - Contra agentes atmosféricos adversos, como sejam o vento forte
e a geada, e animais, nomeadamente aves, roedores, lesmas e caracóis.

Em arbustos e árvores grandes


Mudar um arbusto grande ou uma árvore é arriscado, mas muitas vezes vale a pena o
esforço e poderá ser o único meio de que se dispõe para salvar um exemplar precioso.

Estes são os procedimentos a seguir para o seu transplante:

1- Um ano antes de proceder ao transplante deverá cavar-se uma vala circular à volta da
orla exterior da área de expansão das raízes;

2- Encher a vala com composto e regar bem;

3- Efetuar uma poda para equilibrar a parte aérea com a radicular;

4- No ano seguinte atar os ramos, mas sem apertar demasiado. Torna mais fácil o
transplante e reduz o risco de partir os caules;

5- Marcar a orientação dos pontos cardeais na planta;

6- Cavar novamente uma vala circular à volta da orla exterior da área de expansão das
raízes e levantar a planta com as suas novas raízes.

7- Colocar a planta num recipiente que garanta o transporte em segurança, isto é, que
garanta que o torrão com raízes não se irá desfazer.

8- Deslocar a planta para o local do transplante e proceder à sua plantação.

I.FP.016.02 – 12/2015 26 / 30
9-Deve-se regar abundantemente nas semanas a seguir ao transplante (senão chover).

Na maioria das situações não é possível prever o transplante com um ano de


antecedência procedendo-se, no entanto de igual modo, eliminando apenas as etapas
1 e 2.

Em pequenas plantas
Os arbustos e as herbáceas são geralmente bastante fáceis de mudar. Os torrões das suas
raízes são compactos e por isso fáceis de levantar com um mínimo de incómodo. Se
tiverem raízes espalhadas são mais difíceis de mudar.

Os procedimentos para o seu transplante são os seguintes:

1- Atar os ramos, mas sem apertar demasiado. Torna mais fácil o transplante e reduz o risco
de partir os caules;

2- Cavar um círculo à volta do torrão da raiz e com uma pá inclinada num ângulo de 45
graus levantar a planta.

3- Colocar a planta num recipiente que garanta o transporte em segurança, isto é, que
garanta que o torrão com raízes não se irá desfazer;

4- Deslocar a planta para o local do transplante e proceder à sua plantação. Pode-se


aproveitar para fazer a divisão vegetativa de determinadas plantas.

Certificação de plantas

A produção e a comercialização de sementes e partes de plantas das espécies florestais,


deste documento está regulamentada e tanto as sementes como as partes de plantas
têm de obedecer aos seguintes requisitos:

• estarem sempre identificadas;

• apresentarem o Certificado Principal; e

• serem acompanhadas de um “Documento de Fornecedor”.

O Certificado Principal é emitido pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas


(ICNF), após a colheita e processamento das sementes ou partes de plantas. Pela
Certificação destes MFR é cobrada uma taxa.

I.FP.016.02 – 12/2015 27 / 30
O “Documento de Fornecedor” e as etiquetas de identificação são da responsabilidade
do(a) fornecedor(a).

Para colher sementes ou partes de plantas e proceder à sua comercialização,


o(a) fornecedor(a) deve ter em consideração os seguintes aspetos:
• verificar se o material de base está inscrito no Registo Nacional de Materiais de Base
(RNMB) e obter o respetivo número de registo;

• comunicar ao ICNF, com antecedência mínima de 30 dias, a data prevista para


início e fim da colheita e a identificação do material de base;

• após a colheita deve preencher a “Declaração de colheita” que envia para o ICNF,
ficando com uma cópia;

• no caso de sementes que não necessitam de processamento como, p. ex., as de


sobreiro, azinheira, castanheiro e outras sementes gradas, o Certificado Principal é
enviado ao(à) fornecedor, após a receção, no ICNF, da “Declaração de colheita”;

• para as sementes que necessitam de processamento como, p. ex., as dos pinheiros


ou dos cedros, o Certificado Principal é emitido após o envio para o ICNF da
“Declaração de processamento”; neste caso, quando as sementes seguem para
um centro de processamento, devem ir acondicionadas em embalagens fechadas,
nas quais são colocadas etiquetas a identificar o material e ser acompanhadas de
cópia da Declaração de colheita; e

• quando se trate de partes de plantas, o Certificado Principal é emitido após


processamento, isto é, após obtenção do número exato de produto
comercializável.

Legislação existente
• Decreto-Lei n.º 169/2001, de 25 de maio – Condiciona o corte/arranque de
sobreiros e azinheiras à autorização da Direcção-Geral das Florestas.

• Decreto-Lei n.º 46/94, de 22 de fevereiro – Estipula que carecem de título de


utilização (licença), atribuído pela respetiva direção regional de ambiente,
a sementeira, a plantação e o corte de árvores no domínio hídrico sob
jurisdição do INAG.

• Decreto-Lei n.º 19/93, de 23 de janeiro – Sujeita o corte de arvoredo dentro


I.FP.016.02 – 12/2015 28 / 30
das áreas protegidas a autorização ou parecer da respetiva comissão. As
disposições são variáveis para cada caso, sendo, normalmente, este aspeto
regulado pelo decreto que cria a área protegida ou pelo regulamento do
respetivo plano de ordenamento.

• Decreto Regulamentar n.º 60/91, de 21 de novembro – Na zona da bacia


visual do Douro todas as intervenções no coberto florestal estão sujeitas a
parecer da DGF, a emitir no prazo de 40 dias, sendo proibido o derrube de
árvores (...) exceto em ações de exploração devidamente licenciadas.

• Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de março; Decreto-Lei n.º 316/90, de 13 de


outubro;

• Decreto-Lei n.º 213/92, de 12 de outubro; Decreto-Lei n.º 79/95, de 20 de abril


– Nas áreas incluídas na Reserva Ecológica Nacional "são proibidas as ações
de iniciativa pública ou privada que se traduzam em (...) destruição do
coberto vegetal". A alínea b) do artigo 6.º do Dec. Lei n.º 93/90, contudo,
excetua a aplicação do regime da REN "às operações relativas à florestação
e exploração florestal quando decorrentes de projetos aprovados ou
autorizadas pela Direcção-Geral das Florestas".

• Decreto-Lei n.º 423/89, de 4 de dezembro – Proíbe, em todo o território, o


arranque e o corte total ou parcial de azevinho espontâneo, competindo a
respetiva fiscalização à Direcção-Geral das Florestas e ao Instituto da
Conservação da Natureza.

• Decreto-Lei n.º 139/89, de 28 de Abril – Determina que carecem de licença


municipal as ações de destruição do revestimento vegetal que não tenham
fins agrícolas e as ações que conduzam à alteração do relevo natural e das
camadas de solo arável, excetuando aquelas que estando sujeitas a regime
legal específico já se encontrem devidamente aprovadas, autorizadas ou
licenciadas pelas entidades competentes.

• Decreto-Lei n.º 174/88, de 17 de maio – Estabelece a obrigatoriedade de


manifestar o corte ou arranque de árvores (corte final, desbaste, corte

I.FP.016.02 – 12/2015 29 / 30
extraordinário ou arranque de árvores florestais que se destinem a venda ou
autoconsumo para transformação industrial).

• Decreto-Lei n.º 173/88, de 17 de maio – Condiciona à autorização da


Direcção-Geral das Florestas o corte prematuro em povoamentos de
pinheiro-bravo e eucalipto com áreas superiores a 2 e 1 hectares,
competindo essa autorização, nas áreas protegidas, à respetiva comissão
diretiva.

Regulamento de cedência de plantas pelo ICNF:

O ICNF disponibiliza, para entidade públicas e particulares sem fins lucrativos, plantas dos
seus viveiros para comemorações de datas alusivas à floresta e à conservação da
natureza, especialmente destinadas às comemorações do dia Internacional da Floresta,
21 de março e do dia Nacional da Floresta Autóctone, 23 de novembro.

As plantas cedidas destinam-se essencialmente à plantação em locais públicos ou


propriedades das autarquias, como escolas e parques comunitários ou ainda para a
arborização de pequenas áreas e jardins privados.

Deverá ter-se em especial atenção, que este ato não dispensa o cumprimento da
legislação aplicável, designadamente às ações de (re)arborização de espécies florestais
ou à defesa da floresta contraincêndios.

I.FP.016.02 – 12/2015 30 / 30

Você também pode gostar