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MANUAL DA FORMAÇÃO - FINANCIADA

PROJETO N.º POISE-01-3524-FSE-002395


TIPOLOGIA DE
1.08 - FORMAÇÃO MODULAR PARA EMPREGADOS E DESEMPREGADOS
INTERVENÇÃO:

CURSO/UFCD CÓDIGO UFCD

DURAÇÃO NÍVEL - QNF ÁREA DE FORMAÇÃO:

AÇÃO NÚMERO DATA DE INÍCIO: DATA DE FIM:

LOCAL

K.61.096.01-0918
MANUAL DA FORMAÇÃO - FINANCIADA

 Introdução............................................................................................................4
 Amendoeira..........................................................................................................5
Importância económica e regiões de maior produção..............................................5
Principais países produtores e consumidores............................................................5
 Agro-ecossistema da amendoeira.......................................................................6
 Condicionalismos edafoclimáticos......................................................................6
Factores climáticos.......................................................................................................6
Potencialidades do solo...............................................................................................6
Factores topográficos..................................................................................................7
 Morfologia e fisiologia da amendoeira...............................................................7
 Características das cultivares e porta-enxertos.................................................8
 Instalação do pomar...........................................................................................12
 Manutenção do pomar.......................................................................................17
 Pragas, doenças e infestantes...........................................................................18
 Caderno de campo..............................................................................................21
 Boas práticas de segurança, higiene e saúde no trabalho agrícola .................21
 Bibliografia..........................................................................................................24
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 Introdução

Nesta UFCD pretende-se desenvolver todos os temas ligados a Agricultura de forma a capacitar
os formandos no início da sua nova atividade, alertando-os para o manejo da cultura da
Amendoeira, dotando os formandos de conhecimentos que lhes permitam assumir as decisões
que se colocam aquando da instalação, manutenção, condução e colheita e reconhecer as
doenças da Amendoeira. A avaliação é através do método formativo/sumativo e no final da
UFCD será através de formulação de perguntas.

Os objetivos desta UFCD são:

 Efectuar as operações inerentes à implantação, manutenção, condução e colheita de pomares de


amendoeira, segundo os princípios de Proteção Integrada.

 Amendoeira
 Importância económica e regiões de maior produção
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No nosso país é de 13 957 hectares, obtendo-se uma produção anual de cerca de 14 000
toneladas. As principais regiões produtoras são o Douro e o Algarve.
A cultura da amendoeira assume a sua maior expressão na região de Trás-os-Montes
(Terra Quente e Alto Douro), que contribui com 86% da produção e 60% da área, a nível do
continente. No Algarve, as amendoeiras fazem parte integrante do pomar tradicional de
sequeiro, com predominância no Barrocal e Litoral, abrangendo especialmente os concelhos de
Tavira, Faro e São Brás de Alportel.

 Principais países produtores e consumidores

Os principais produtores são a América (45%), Europa (23%) e Ásia (21%).


Os Estado Unidos da América lideram a produção mundial, com um peso de 44%. A Europa tem
uma representatividade de 23%, destacando-se como importantes produtores a Espanha e a
Itália. A Ásia, a Síria e o Irão, em conjunto, contribuem com 13% da produção mundial.
Em relação aos consumidores podemos referir a Espanha, Estados Unidos e Alemanha.

 Agro-ecossistema da amendoeira

Os resultados de vários estudos têm vindo a demonstrar que o abandono da mobilização do


solo como prática de controlo de infestantes tem vantagens para as propriedades do solo em
pomares de várias espécies fruteiras, incluindo o amendoal. Também a abundância de
polinizadores é favorecida pela presença da flora espontânea. Tem assim sido demonstrado
que mais do que controlar, é importante gerir a população de plantas herbáceas no amendoal,
como parte de um agro-ecossistema
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 Condicionalismos edafoclimáticos

 Factores climáticos

A amendoeira prefere climas quentes, com disponibilidade de água, mas suporta bem períodos
de seca. A amendoeira floresce muito cedo em comparação com outras árvores frutíferas, isso
pode ser prejudicado pelas geadas durante este período, e este é o principal fator limitante ao
cultivo de amêndoas.

 Potencialidades do solo

O solo para um bom desenvolvimento da amendoeira deve ser rico em nutrientes, leve,
profundos e bem drenados, no entanto dá-se bem em quase todos os tipos de solos . O pH do
solo normalmente não é um fator limitante, uma vez que a árvore pode crescer bem em pH
variando de 5,5 a 8,5.

 Factores topográficos

A amendoeira dá-se bem em encostas e planícies.

 Morfologia e fisiologia da amendoeira

Pode atingir 8 metros de altura, tem a copa bastante larga, a madeira é vermelha, sólida e
resistente à água. As folhas obovadas e aglomeradas no ápice dos ramos, coriáceas, caducas,
alternas, grandes, com forma ovalada e cor verde, que gradativamente muda para o amarelo e
vermelho no outono, antes de cair. As inflorescências formam-se na primavera e são espigas
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axilares alongadas, com flores pequenas de cor branca na maturação. Os frutos são
comestíveis, embora um pouco ácidos, são drupas elipsóides, de cor verde quando imaturos e
amarelo a vermelho quando maduros. Cada fruto contém uma semente dura, com amêndoa
comestível.
O início da Floração é em Março, o fim em Abril e a Maturação do Fruto é em Setembro.
Em relação ao Habitat prefere colinas, encostas, bordas de caminhos, taludes, terrenos
rochosos, campos de cultivo e limites de campos cultivados. Preferencialmente em solos
calcários, soltos e profundos.

 Características das cultivares e porta-enxertos

VARIEDADE FERRADUEL

Características agronómicas (árvore) e comerciais (fruto):

Vigor fraco a médio


Porte ereto
Ramificação média
Densidade de floração: alta
Época de Floração: tardia a média
Forma do fruto: amigdaloide
Dureza da casca: muito dura
Grão de tamanho médio, amigdaloide, com poucas estrias e espaçadas; grão atratividade.
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Trata-se de uma variedade a utilizar, preferencialmente, em regadio onde apresenta vigores


médios a fortes, produtividade elevada, regular e facilidade de colheita. Potencial de
produtividade elevado; amêndoa muito saborosa.

VARIEDADE FERRAGNÉS

Características agronómicas (árvore) e comerciais (fruto):


Vigor médio; Porte ereto (ou semi-ereto)
Ramificação escassa
Densidade de floração alta
Época de Floração: tardia a muito tardia
Forma do fruto: amigdaloide (alargado)
Dureza da casca: dura
Grão de tamanho médio a grande, amigdaloide alargado e com poucas esterias grão muito
atrativo.
Trata-se de uma variedade muito produtiva, com tendência para a alternância apenas em
sequeiro. É Sensível ao Fusicoccum e tem um potencial de produtividade: alto a muito alto.

VARIEDADE FRANCOLÍ

Características agronómicas (árvore) e comerciais (fruto):


Vigor forte
Porte médio a aberto
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Ramificação escassa a média


Densidade de floração alta a muito alta
Época de Floração tardia
Forma do fruto: amigdaloide-grande
Dureza da casca dura

Grão de tamanho médio, amigdaloide-elíptico e algo rugoso; grão atractivo. Variedade muito
produtiva e de entrada em produção precose.

VARIEDADE GLORIETA

Características agronómicas (árvore) e comerciais (fruto):


Vigor forte
Porte médio-erecto
Ramificação média
Densidade de floração alta a muito alta
Época de Floração tardia
Forma do fruto: elíptico-grande
Dureza da casca: dura
Grão de tamanho médio, amigdaloide-elíptico, cor clara e quase liso
Trata-se de uma árvore fácil de formar, pouco exigente em podas de frutificação, embora
bastante vigorosa. Boa produtividade e fruto atrativo. É uma variedade muito interessante para
zonas de fortes limitações hídricas pela sua enorme capacidade de absorção de água.

VARIEDADE GUARA

Características agronómicas (árvore) e comerciais (fruto):


Vigor médio
Porte médio
Ramificação escassa
Densidade de floração alta
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Época de Floração tardia

Forma do fruto: amigdaloide; Dureza da casca: dura


Grão de tamanho médio, amigdaloide-cordiforme, com poucas estrias. Variedade Auto fértil,
regular na produção, fácil de formar e de conduzir. Muito produtiva, mas sem grande adesão
nas opções dos produtores de amêndoa.

VARIEDADE MASBOVERA

Características agronómicas (árvore) e comerciais (fruto):


Muito vigorosa
Porte médio-ereto
Ramificação média
Densidade de floração alta a muito alta
Época de Floração tardia
Forma do fruto: amigdaloide
Dureza da casca: dura
Grão de tamanho médio-grande, elíptico-pontiagudo, grão muito atrativo. Trata-se de uma
variedade em início de difusão, muito produtiva, entrada rápida em produção, fácil de formar e
podar, mesmo em regadio com vigores muito fortes.

VARIEDADE LAURANNE

Esta variedade de amendoeira produz amêndoas de casca semi dura com rendimentos muito
altos na relação casca / miolo.
Produção no início de Setembro
Muito bom comportamento produtivo em diversas zonas de produção
Muito tolerante às doenças fúngicas
Possibilidade de Micorrização
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 Instalação do pomar

Escolha do local

Boa exposição solar, especialmente em encostas viradas para Sul, com solos profundos e bem
drenados. Não tolera áreas encharcadas e por isso dá-se bem em terrenos com declives
elevados.

Preparação e armação do solo

Promover o aprofundamento do solo, se necessário, através de mobilização profunda com


ripagem e/ou lavoura com charrua pesada. Realizar uma descompactação do solo e aumento
da permeabilidade e infiltração de água. Promoção da recarga hídrica, aumento do
armazenamento de água e diminuição do défice hídrico estival. A preparação do solo visa a
destruição de ervas daninhas perenes e amaciar o solo, que é necessário para o
desenvolvimento do sistema radicular.

Correcção e ferti lização

Coletar pelo menos 100 folhas e enviá-las para um laboratório para uma análise detalhada dos
nutrientes. O engenheiro agrônomo deve aconselhar como intervir e corrigir os problemas
nutricionais, adicionando o elemento adequado, por exemplo uma alteração de cálcio, mais
frequentemente através da aplicação foliar. Adicionar (através da pulverização ou
fertirrigação) 1 kg de nitrogênio em cada árvore adulta por um ano. O potássio é o segundo
macronutriente mais importante.
Se for detectada uma deficiência de potássio após a análise foliar, deve-se adicionar 9 kg de
sulfato de potássio (K2SO4) em cada árvore adulta, uma excelente fertilização da árvore de
amêndoa pode ser gerenciada pela adição de estrume. (10 a 20 toneladas de estrumre por
hectare cada um ou dois anos).

Marcação e piquetagem
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Antes de plantar, temos de rotular as posições da árvore no campo. No geral, as árvores de


amêndoas são plantadas em padrões retangulares ou hexagonais. As árvores de amêndoas
jovens geralmente não são plantadas a menos 5,5 metros de distância, especialmente quando
o solo é fértil o suficiente. Se forem plantadas em distâncias inferiores, após alguns anos, a
superlotação e o sombreamento mútuo das árvores diminuirão a quantidade e a qualidade da
produção e tornarão a colheita e a poda mais difíceis. No entanto, existem métodos inovadores
que sugerem distâncias de 1,2 x 1,2 metros, mas com uma expectativa de vida muito curta das
árvores. As distâncias típicas são de 6 x 6 metros,7×7 e 5,5 x 5,5.
Os cultivadores comerciais da amêndoa plantam uma fila de árvores da variedade
polinização a cada três linhas da variedade principal, a fim de garantir a polinização cruzada,
que é necessária para a produção de frutas.

Disponibilidade de água

Como não é uma espécie muito exigente a nível da disponibilidade de agua, não é necessário
grande cuidado com este aspeto, no entanto convém sempre o solo ter um teor de humidade
considerável, para um desenvolvimento da árvore.

Plantação – escolha, preparação das plantas e formas de plantação

Os buracos têm normalmente dimensões 45 X 45 cm e uma profundidade de 60 cm. Ao


adicionar a terra, temos de pressioná-la suavemente, até o enchimento completo dos buracos,
a fim de evitar danos ao sistema radicular da raiz jovem, pois é sensível. O plantio é seguido
pela rega das mudas. Pode-se colocar uma pequena quantidade de estrume, para evitar a
germinação das sementes de ervas daninhas e manter a humidade do solo adequada.
Os compassos podem ser os seguintes:
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Compasso em quadrado: 5 m x 5 m, 6 m x 6 m

Compasso em retângulo: 6 m x 5 m, 6 m x 4 m

Compasso em quincôncio: 6m x 6 m x 6m

A densidade de plantação deve ser de 333 plantas/ha no caso de plantações com regadio e de
238 plantas/ha em sequeiro.

Instalação do sistema de tutoragem


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Deve-se encostar a amendoeira do lado Sul do tutor e distribuir as raízes para todos os lados,
cobrir as raízes com terra e atar a árvore ao tutor – deixar o tutor mais baixo do que árvore
cerca de um palmo e meio. Atar só depois da rega – quando se rega a terra abate, mas a árvore
não e as raízes ficam sem terra.
Fonte:

https://loucuraracional.wordpress.com/category/arborizacao-urbana/

Propagação – ti pos e métodos de propagação, colheita e conservação de material vegetati vo

Uma árvore que é uma combinação de dois tecidos diferentes da planta, o porta-enxerto e o
enxerto. O porta-enxerto é a parte inferior da árvore e produz o sistema radicular. A
resistência do porta-enxerto a doenças transmitidas pelo solo é extremamente importante. Por
outro lado, o enxerto produz a parte superior da árvore e claro determina as características da
fruta. Assim, a árvore de amêndoa é propagada por brotamento sobre as mudas de T ou clones
com idade de 1-2 anos. O Brotamento de T pode ser realizado desde o início da primavera ao
outono, mas a maioria dos agricultores procede esta operação durante o verão. Os agricultores
costumam usar sementes de amêndoas amargas ou diversas variedades comerciais de
amêndoas. As mudas de amêndoa são utilizadas como porta-enxertos em plantações de
amêndoa não irrigadas.

Condução – formas e densidade, poda de formação, fruti fi cação/renovação


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Primeiro ou segundo ano a fim de determinar a sua forma (esqueleto da coroa). A forma é
muito importante e pode afetar a quantidade de produção, qualidade e facilidade de colheita
ou outras atividades agrícolas. Também na fase adulta é necessário a poda para manter o
formato e abrir a parte interna da árvore, de modo que a aeração e a penetração da luz solar
sejam melhorada. Deve-se remover galhos quebrados, fracos ou doentes.
Todas as operações anteriores promovem a produção de frutos a longo prazo, a frequência de
poda na árvore madura varia de uma vez por ano a cada dois anos. No entanto a forma mais
comum da coroa da amêndoa é vaso. O vaso consta de 3-4 ramos principais, que são formados
a uma altura de 70-80 cm acima do solo e têm ângulo de 50 a 60 graus com o tronco, de modo
que a colheita mecânica seja facilitada. Cada ramo tem dois ramos secundários. O primeiro é
formado a uma distância média de 40 cm da base e o segundo a uma distância de 60 a 80 cm e
na direção oposta ao primeiro. No geral, a configuração da coroa da árvore deve ser
completada no menor tempo possível e com operações menores. A poda de formação,
associada às formas de condução das plantas, duração de 3 a 4 anos, com eliminação dos
frutos que possam vingar. A poda de frutificação, associada ao estabelecimento de órgãos
produtivos e a sua manutenção. A poda de renovação, associada à eliminação de partes da
planta envelhecidas tendo em vista a sua reconstituição por nova rebentação e a poda em
verde, associada às intervenções realizadas na primavera, verão e outono.

 Manutenção do pomar

Manutenção do solo

Lavrar o terreno a uma profundidade mínima (cerca de 10 cm de profundidade) com o


escarificador.

Rega e ferti lização

Nos primeiros anos de vida é necessário regar, nos restantes anos, ou seja, na fase adulta e em
condições climatéricas normais não é necessário a rega e adubar de 2 em 2 anos (calcário, boro,
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adubo).

 Pragas, doenças e infestantes

Verticillium wilt. é uma doença fúngica que entra na árvore de amêndoa através do sistema
radicular instalada no solo e pode finalmente matar a árvore. Depois de alguns anos, bloqueia a
água e os nutrientes que deveriam ser transferido da raiz para as partes superiores das árvores,
resultando no colapso de todo ramos. É criado a partir do patógeno Verticillium dahliae.
Infelizmente, o patógeno pode viver no solo por muitos anos, sem qualquer planta hospedeira.
A primeira precaução contra a Verticillium wilt seria manter um campo de pousio por 4 anos, se
algodão ou espécies de solanáceas (tomate, batata, tabaco) foram cultivadas neste campo. A
segunda precaução contra Verticilium é selecionar um porta-enxerto resistente a esta doença.
A irrigação em excesso e a presença de certas ervas daninhas favorecerem a rápida
disseminação da doença.

A Galha de coroa é uma doença bacteriana causada pelo agente patógeno Agrobacterium
tumefaciens, que entra mais frequentemente nas árvores da amêndoa jovens através de
feridas. A atividade do patógeno resulta na criação de várias galhas, que podem finalmente
bloquear a água e os nutrientes que devem ser transferidos das raízes para as partes
superiores da árvore. As árvores infectadas desenvolvem folhas de tamanho menor e tornam-
se fracas e improdutivas.

Os Ácaros de diferentes tipos e tamanhos podem atacar as árvores de amêndoa com estresse
hídrico e residem na parte de baixo das folhas. O sintoma mais comum é que a cor das folhas
ficam amarela ou bronze e as folhas caem muitas vezes. A produção é significativamente
reduzida.
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Monosteira unicostata Mulsant hiberna no estado adulto na casca das árvores,infestantes, etc.
Na primavera (abril), os adultos realizam postura nas folhas jovens (página inferior), iniciando
novo ciclo. Apresenta 3 a 4 gerações anuais, coincidindo as populações mais elevadas com o
final do verão. Os sintomas manifestam-se pelo amarelecimento das folhas e deposição de
excrementos, dando origem a típicos pontos negros.

Estimativa do risco e NEA:


Técnica das pancadas e observação visual;
Amostragem de 100 folhas (2 folhas x 50 árvores).
Presença de adultos/larvas;
8% de folhas ocupadas (posturas e larvas dos 1º estados de desenvolvimento)

Tetranichus urticae
Panonychus ulmi as fêmeas muito proliferas, mais de 50 ovos. Cada geração completa pode
decorrer em condições climáticas ótimas (24 ° - 28 ° C e baixa humidade relativa), em cerca de
30 dias. Hiberna como fémea adulta (amarelo) ovo (vermelho) e desenvolve entre 5 e 9
gerações por ano.

Como afídeos podem-se referir Brachycaudus helichrysi; Brachycaudus amygalinus e Myzus


persicae. Todas as espécies hibernam na fase de ovo, nas rugosidades da casca. A eclosão dá-se
no início da Primavera e a partir de Abril desenvolvem-se números gerações. No final do
período de crescimento, em geral, dá-se a migração ou redução da atividade dos afídeos.
Atacam os lançamentos mais jovens e as folhas, de que resulta o enrolamento e deformações,
com entre-nós muito curtos, um ataque forte pode dar lugar a redução da produção.

Grapholita molesta Busck hiberna na fase de pupa, apresenta duas a três gerações anuais e os
estragos são ao nível dos lançamentos e dos frutos.
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Anarsia lineatella Zeller Hiberna como larva na própria árvore, etc.Na primavera, as larvas
retomam a atividade alimentando-se dos jovens rebentos. Apresenta duas gerações anuais, os
estragos são ao nível dos lançamentos e dos frutos.

MONILIOSE NA AMENDOEIRA (Monilia spp.)

Quando as condições de temperatura e humidade se tornam favoráveis, os esporos germinam,


podendo infetar folhas, flores e ramos. Para prevenir infeções no próximo ano, recomenda-se a
realização de um tratamento à queda das folhas, utilizando um fungicida à base de oxicloreto
de cobre.

CANCRO DE FUSICOCCUM NA AMENDOEIRA

(Fusicoccum amygdali), os ramos jovens atacados por este fungo aparecem necrosados e
acastanhados, acabando as extremidades por morrer. A evolução deste fungo no inverno é
lenta, mas na primavera é rápida, havendo depois produção de gomose.
Em amendoais em que este ano se verificou um forte ataque desta doença, para além
das medidas culturais indicadas na circular nº4, de 16 de Maio, recomenda-se a realização de 3
tratamentos com oxicloreto de cobre, ao início, meio e final da queda das folhas.

Acidentes fi siológicos e meteorológicos

As geadas são as que mais afligem os produtores de amêndoa que, em determinados anos,
podem causar prejuízos de 60 a 90%.

 Caderno de campo

Nos cadernos de campo os registos a serem efetuados, para além dos dados referentes à
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identificação das parcelas, devem ser os registos relativos aos estados fenológicos da cultura,
as observações realizadas em relação aos principais inimigos da cultura, as datas dos
tratamentos realizados e os produtos fitofarmacêuticos utilizados, os dados referentes ao
sistema de produção, nomeadamente podas, regas, fertilizações e colheita.

 Boas práticas de segurança, higiene e saúde no


trabalho agrícola

Higiene no trabalho conjunto de metodologias não médicas necessárias à prevenção de


doenças profissionais, tendo como principal campo de acção o controlo da exposição a agentes
físicos, químicos e biológicos presentes nos componentes materiais de trabalho. Realização de
exames médicos: (obrigatório nos termos: lei nº 99/2003 de 27 de agosto e lei nº 35/2004 de 29
de julho), admissão / iniciais, periódicos e ocasionais.

Realização de exames de diagnóstico:


• electrocardiograma (em repouso).
• espirometria (avaliação funcional respiratória).
• análises ao sangue.
• análises à urina.
• rastreio oftalmológico
• audiométrico

Periocidade dos exames médicos:

• anual para trabalhadores com menos de 18 e mais de 50 anos.


• bianual para trabalhadores com idades entre os 18 e 50 anos.
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Existem vários termos que são utlizados neste código de boas praticas, passando a
exemplificar algum deles:

Acidente de trabalho é todo o acontecimento súbito e anómalo, que se verifique no tempo e


no local de trabalho ou no trajecto de e para o trabalho.

Doença profissional é toda a lesão resultante da exposição prolongada e repetida a riscos


profissionais.

Lombalgias, 33% dos trabalhadores europeus queixam-se de dores dorsais, os trabalhadores


dos sectores de cuidados de saúde e dos transportes correm riscos suplementares devido a
serem frequentemente confrontados com movimentações manuais de cargas no âmbito da
sua profissão. Além do peso das cargas a manipular, existem outros factores que agravam a
situação tal como a distribuição desigual do peso, a dificuldade em agarrar a carga, a
dificuldade para mover a carga e a instabilidade da mesma, a frequência e duração das
operações, a distância da carga em relação ao corpo, posição de trabalho pouco natural, etc

Agentes químicos, por agente químico entende-se qualquer elemento ou composto químico,
só ou em misturas, quer se apresente no seu estado natural quer seja produzido, utilizado ou
libertado, inclusivamente libertado como resíduo, por uma actividade laboral, quer seja ou não
produzido intencionalmente ou comercializado. Os agentes químicos presentes no local de
trabalho podem originar riscos para a saúde ou a segurança dos trabalhadores devido aos
seguintes factores:
as propriedades perigosas (físico-químicas ou toxicológicas) que possuem (p. ex.: produto
explosivo ou sensibilizante); a temperatura ou a pressão a que se encontram no local de
trabalho (p. ex.: vapor de água a 150ºc); a forma em que estão presentes no local de trabalho
(p. ex.: sólido inerte em forma de pó respirável);a sua capacidade para deslocar o oxigénio
atmosférico no local de trabalho (p. ex.: gás inerte a alta pressão).
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Os 9 princípios gerais da prevenção:


1. evitar os riscos
2. avaliar os riscos
3. combater os riscos na origem
4. adaptar o trabalho ao homem
5. ter em conta o estado da evolução da técnica
6. substituir o perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso
7. planificar a prevenção com um sistema coerente
8. dar prioridade às medidas de prevenção colectiva em relação às medidas de prevenção
individual
9. dar instruções adequadas aos trabalhadores

 Bibliografia

https://www.infopedia.pt/$amendoeira;
http://www.plubee.com/plantar-amendoeiras/;

http://www.iniav.pt/fotos/editor2/caracteristicas_dos_frutos_de_variedades_de_amendoeira.pdf ;
https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/5956/1/Tese%20mestrado%20%28Susana%20final%29.pdf ;

http://www.drapn.mamaot.pt/drapn/conteudos/jornadas_amendoas/PragasdaAmendoeira2014.pdf ;

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