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A no l eti vo 2 01 9 /2 0 20
GRUPO I
A polinização animal é importante para a produção agrícola, em particular para a produção de
frutos e para uma parte significativa das culturas hortícolas. No entanto, a monocultura intensiva
pode ser prejudicial aos insetos, por falta de recursos florais e de locais de refúgio.
Devido à perda de habitats, ao uso de pesticidas, às alterações climáticas e às doenças, tem-se
verificado o declínio das populações de abelhas, importantes agentes polinizadores.
Realizou-se um estudo em campos de cultura intensiva de abóbora para avaliar os efeitos dos
fatores seguintes na polinização:
disponibilidade de habitats seminaturais (plantas herbáceas não cultivadas e floresta);
visitas de abelhas das espécies Apis mellifera e Bombus terrestris.
Resultados
Foram observadas 2100 abelhas, das quais 79% pertenciam à espécie Apis mellifera, 14%
pertenciam à espécie Bombus terrestris e 7% pertenciam a outras espécies.
Na Figura 2, constam outros resultados deste estudo.
Nota:
1
Estigmas – locais das estruturas reprodutoras femininas onde os grãos de pólen são depositados.
Número de grãos de pólen por flor
20 000 20 000
16 000 16 000
12 000 12 000
8000 8000
4000 4000
0 0
C D
20 000
feminina
60
16 000
por florde
Número
40 12 000
8000
20
4000
0 0
30 50 70 90
30 50 70 90
Percentagem de campo de cultivo
num raio de 1 km Percentagem de campo de cultivo
num raio de 1 km
Figura 2 – Relação entre as visitas dos polinizadores e a deposição de pólen (A e B); Relação entre a proporção
de campo de cultivo num raio de 1 km e as visitas de Bombus terrestris (C); Relação entre a proporção
de campo de cultivo num raio de 1 km e a deposição de pólen pelos diferentes polinizadores (D)
(B) fechado, não havendo distinção entre fluido circulante e fluido intersticial.
(C) aberto, não havendo distinção entre fluido circulante e fluido intersticial.
8. Explique de que modo, em Apis mellifera, a quantidade de nutrientes e a quantidade de oxigénio que
chegam aos tecidos podem, ou não, ser afetadas por uma alteração na distribuição do fluido circulante.
GRUPO II
As plantas carnívoras constituem um grupo de plantas que vive, frequentemente, em solos
pobres em nitrogénio. As plantas capturam presas com as suas folhas, digerindo-as através da
atuação de enzimas, segregadas para o exterior, o que lhes permite suprir a carência de
nitrogénio. Recentemente, uma equipa de investigadores descobriu que a evolução para o
carnivorismo, que ocorreu independentemente em três espécies de plantas, uma asiática, uma
americana e uma
australiana, dependeu de alterações nos mesmos conjuntos de genes.
Num primeiro momento, foi sequenciado o genoma de Cephalotus follicularis, uma planta da
Austrália que, como resultado da expressão diferencial de genes, tem folhas carnívoras, em forma
de jarro, e folhas planas, não carnívoras, especializadas na atividade fotossintética. A comparação
entre os genes que são transcritos nos dois tipos de folhas permitiu compreender as alterações
associadas ao carnivorismo. Percebeu-se, por exemplo, que temperaturas mais elevadas
promoviam o desenvolvimento de folhas carnívoras.
Num segundo momento, os investigadores compararam a constituição das proteínas digestivas
presentes nos fluidos digestivos de C. follicularis com a constituição das proteínas presentes em
outras duas plantas carnívoras (Nepenthes alata, asiática, e Sarracenia purpurea, americana). Os
investigadores verificaram que a substituição de alguns aminoácidos durante a evolução destas
proteínas originou, de forma independente, enzimas digestivas semelhantes.
Diversas proteínas vegetais que, nas plantas não carnívoras, constituem, por exemplo, defesas
contra fungos ou outras pragas evoluíram para proteínas digestivas, como uma quitinase capaz de
catalisar a destruição do polissacarídeo que constitui o exoesqueleto dos insetos.
Baseado em: K. Fukushima et al., «Genome of the pitcher plant Cephalotus reveals genetic
changes associated with carnivory», Nature Ecology & Evolution, Vol. 1, n.º 59, 2017.
1. De acordo com o texto, o nutriente obtido pelas plantas, através do carnivorismo, entra na constituição
(A) da celulose.
(C) do amido.
(C) as folhas planas têm menor quantidade de clorofila do que as folhas em forma de jarro.
(D) nas folhas carnívoras, os processos digestivos exigem uma intensa síntese proteica.
6. De acordo com os dados do texto, a evolução das proteínas digestivas nas plantas carnívoras dos vários
continentes constitui um caso de evolução
C. Absorção de nutrientes.
6
8. Faça corresponder cada uma das descrições relativas à síntese de proteínas digestivas, expressas na
coluna A, à respetiva molécula, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
(1) Aminoácido
(a) Enzima que participa na transcrição da informação genética.
(2) DNA polimerase
(b) Polímero de ribonucleótidos contendo informação para
(3) Gene
a síntese de um péptido.
(4) RNA mensageiro
(c) Monómero que entra na constituição de péptidos.
(5) RNA polimerase
9. Explique, segundo a perspetiva neodarwinista, a evolução das proteínas digestivas presentes nas plantas
carnívoras a partir de proteínas vegetais existentes em plantas não carnívoras.
GRUPO III
A acumulação de plásticos nos oceanos constitui um problema ambiental que se tem vindo
a agravar. As tartarugas marinhas, nas várias etapas do seu ciclo de vida, correm um risco
significativo de ingestão de detritos de plástico. A ingestão destes materiais pode ter
consequências letais, em especial nos primeiros anos de vida, em que as tartarugas flutuam e
se deslocam ao sabor das correntes marinhas em direção a mar aberto. O problema é agravado
pelo facto de os animais confundirem os plásticos com os seus alimentos naturais (por exemplo,
medusas – animais que, tal como a hidra, pertencem ao filo dos Cnidários), por não conseguirem
regurgitar e pelo facto de a comida permanecer 5 a 23 dias no tubo digestivo de algumas
espécies de tartarugas, o que aumenta o risco de obstrução ou de perfuração do tubo digestivo.
Um grupo de investigadores levou a cabo um estudo que pretendeu estabelecer a relação entre
a quantidade de plástico ingerido e a probabilidade de morte, por comparação com o número de
animais cuja morte ocorreu por causas não relacionadas com a ingestão de plástico (por exemplo,
choques com embarcações ou prisão em redes de pesca).
Através da análise dos dados resultantes de 224 necropsias (exame médico para determinar a
causa da morte) e da análise dos dados de outros 706 registos de tartarugas mortas que deram à
costa, os investigadores descobriram que há 22% de risco de morte para as tartarugas que
ingerem 1 detrito de plástico, enquanto a ingestão de 14 detritos aumenta esse risco para 50%.
Os dados do Quadro I indicam a percentagem de tartarugas necropsiadas em cujo tubo
digestivo havia detritos de plástico.
Quadro I
Tartarugas com
N.º de
plástico no tubo
tartarugas
digestivo
necropsiad Número Percentagem (%)
as
Crias 24 13 54,2
Subadultas 13 2 15,4
Adultas 12 2 16,7
Baseado em: C. Wilcox et al., «A quantitative analysis linking sea turtle mortality
and plastic debris ingestion», Scientific Reports, 8, 2018.
(B) avaliar a influência da ingestão de alguns tipos de resíduos na mortalidade das tartarugas.
(C) investigar a relação entre a decomposição do plástico e a distribuição das tartarugas marinhas.
(A) a apetência para a ingestão de plásticos é maior nas tartarugas do que em outras espécies.
(B) a deglutição de catorze detritos de plástico é fatal para todas as tartarugas marinhas.
(C) a quantidade de plástico ingerido pelas tartarugas aumenta a toxicidade a nível celular.
8
4. Ao contrário do que ocorre nas tartarugas, na medusa, a digestão ocorre
5. Observando-se, ao microscópio, um lote de células extraídas das tartarugas alvo do estudo, em meio de
montagem com água retirada do local onde habitam, será de esperar que
8. As tartarugas têm um sistema circulatório semelhante ao dos anfíbios e diferente do sistema circulatório
dos mamíferos.
GRUPO I
1. a 6.
itens 1 2 3 4 5 6
Versão a d B C B B
1
7. ....................................................................................................................................................
Explica de que modo os resultados validam a Hipótese 1, fazendo as leituras adequadas do Gráfico A (a),
e do Gráfico B (B) e relacionando-as com a validação da Hipótese 1 para Bombus terrestris (C).
(a) O número de grãos de pólen depositados é diretamente proporcional ao (OU está diretamente
relacionado com o) número de visitas de Bombus terrestris.
(B) O número de grãos de pólen depositados não é influenciado (significativamente) pelo número de
visitas de Apis mellifera.
OU
O número de grãos de pólen depositados não está diretamente relacionado com o número de visitas
de Apis mellifera.
10
8. ....................................................................................................................................................
Explica que uma alteração no fluido circulante apenas afeta a distribuição de nutrientes, relacionando-
a com o modo como ocorre o transporte de nutrientes (a) e com o modo como ocorre a distribuição
de oxigénio (B).
(a) Os nutrientes são transportados no fluido circulante, logo uma alteração na distribuição do fluido
afeta a quantidade de nutrientes que chegam aos tecidos.
(B) Os gases respiratórios não são transportados pelo fluido circulante (OU os gases respiratórios são
transportados através das traqueias até aos tecidos OU os gases respiratórios chegam às células
por difusão direta), logo uma alteração na distribuição do fluido não afeta a quantidade de oxigénio
que chega aos tecidos.
GRUPO II
1. a 6. ...............................................................
itens 1 2 3 4 5 6
Versão B C A D C D
1
7. ....................................................................................................................................................
8. ....................................................................................................................................................
Versão 1 – (a) – (5); (b) – (4); (c) – (1)
9. ....................................................................................................................................................
Explica, de acordo com o neodarwinismo, a evolução das proteínas digestivas, referindo a fonte de
variabilidade (a), a função do ambiente na seleção natural (B) e a relação entre a reprodução diferencial
e a alteração das características da população (C).
(a) O DNA sofreu mutações que conduziram à produção de proteínas com capacidade digestiva (OU à
produção de proteínas distintas).
OU
As recombinações génicas conduziram à produção de proteínas com capacidade digestiva (OU à
produção de proteínas distintas).
(B) O ambiente (OU as pressões seletivas, OU a carência de nitrogénio) conduziu à seleção natural de
plantas portadoras da nova característica.
OU
O ambiente (OU as pressões seletivas, OU a carência de nitrogénio) conduziu à sobrevivência
diferencial de plantas portadoras da nova característica.
(C) A reprodução diferencial conduziu ao aumento da frequência dos genes responsáveis pela síntese
de proteínas digestivas na população.
OU
A reprodução diferencial provocou a alteração do fundo genético da população.
OU
A reprodução diferencial provocou o aumento do número de plantas com estas características na
população.
GRUPO III
1. a 5. ............................................................... (5 × 5 pontos).......................................................
itens 1 2 3 4 5
Versão B C D A C
1
6. ....................................................................................................................................................
Versão 1 – C, D, E, A, B
12
7. .................................................................................................................................................... 10 pontos
(a) A percentagem de indivíduos que ingeriram plástico é maior entre as crias de tartaruga (e entre as
tartarugas juvenis) do que entre as tartarugas adultas e subadultas.
(B) Tanto os plásticos como as crias de tartaruga flutuam e deslocam-se ao sabor das correntes
marinhas, o que justifica as diferenças encontradas no Quadro I relativamente à ingestão de
plásticos.
8. ....................................................................................................................................................
Compara a morfofisiologia e a eficácia dos dois tipos de sistema circulatório, apresentando as respetivas
características morfológicas (A) e relacionando a fisiologia (B) com a eficácia na obtenção de energia
nos dois grupos de animais (C).
(a) O coração das tartarugas tem três cavidades, ao passo que o dos mamíferos tem quatro.
(B) Nas tartarugas, a mistura parcial entre os sangues arterial e venoso leva a uma menor pressão
parcial do oxigénio (OU a uma menor quantidade de oxigénio transportado), por comparação com os
mamíferos.
(C) Há uma menor eficácia na obtenção de energia ao nível celular nas tartarugas (por comparação com
os mamíferos).
Compara, com falhas no rigor científico, a morfofisiologia e a eficácia dos dois tipos
4 8
de sistema circulatório, apresentando os três elementos (A, B, C).
Compara, com falhas no rigor científico, a morfofisiologia e a eficácia dos dois tipos
2 4
de sistema circulatório, apresentando apenas dois dos elementos.