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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE MANICA

DIVISÃO DA AGRICULTURA

CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA

OPÇÃO AGRO-NEGÓCIOS

Avaliação da Eficácia de Diferentes Estruturas de Armazenamento na Preservação da


Qualidade do Grão de Milho (Zea mays L.) e Feijão Nhemba (Vigna unguiculata WALP) na
Época Quente.

Autor:

Cipriano Afiado

Supervisor: EngoDovel Branquinho Ernesto, MSc

Co-supervisor: Engo Rafael Nguenha

Matsinho, Maio, 2016


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

Avaliação de Diferentes Estruturas de Armazenamento na


Preservação da Qualidade dos Grãos de Milho (zea mays l.) E Feijão
Nhemba (Vigna Unguiculata Walp) na Época Quente

Autor: Cipriano Afiado


E-mail: ciprianon.afiado@gmail.com
Celular: +258843969476

Projecto de Licenciatura apresentado ao Instituto Superior


Politécnico de Manica, como requisito parcial para obtenção
de Grau de Licenciatura em Engenharia Agrícola, opção
Agro-Negócios.

Matsinho, Maio de 2016

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página ii


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

RESUMO

O milho e feijão nhemba são grão mais importante para os países em desenvolvimento e
constitui alimentação básica para mais que a metade da população mundial principalmente para
famílias de baixa renda. Em Moçambique as perdas destes grãos atingem 30 a 40%e, cerca de 15
% destas perdas são devido as más condições de armazenamento por falta de conhecimento de
estruturas que pode manter a qualidade dos grãos. Com o objectivo de contribuir para a redução
destas perdas, o presente trabalho avaliou as diferentes estruturas de armazenamento hermético
na preservação da qualidade de grãos de milho (Zea mays L.) e feijão nhemba com casca. Foi
realizado um ensaio no período de 11 de Setembro de 2015 à 11 de Fevereiro de 2016, na
Estação Agrária de Sussundenga, usando estruturas herméticas (SGB, PST) e sacos de ráfia
Foram analisados no grão de milho e feijão nhemba, poder de germinação, teor de humidade,
densidade e nível de infestação, número de insectos mortos, espécies de insectos e percentagem
de perda de peso . Para a análise dos dados foi feita a comparação múltipla de médias pelo teste
de Tukey (5%). A estrutura de armazenamento RS/A apresentou densidade de infestação,
percentagem de perda de peso e nível de infestação significativamente elevados quando
comparado com estruturas herméticos, mostrando assim sua má preservação da qualidade dos
grãos. Não houve diferenças significativas entre as estruturas herméticos com aplicação de
actellic e SGBS/A Na estrutura de armazenamento RS/A, verificou-se uma redução significativa
do poder germinativo para valores abaixo do mínimo estabelecido em Moçambique (80%),
enquanto, nos herméticos estes mantiveram-se dentro dos parâmetros aceitáveis. Estas estruturas
de armazenamento não apresentaram diferenças significativas quanto ao seu efeito sobre o teor
de humidade dos grãos e percentagem de perda de peso. Os insectos identificados nos grãos do
milho foram, em ordem decrescente de densidade: Sitophilus spp. Tribolium castaneum,
Sitotroga cerealella, e no feijão nhemba foi verificada uma espécie de insectos: Acanthoscelides
obtectus (Coleóptera:Bruchidae) – caruncho do feijão Os métodos herméticos mostraram melhor
desempenho no controlo de todas as espécies de insectos identificadas

Palavras-chave: Grãos de milho e de feijão nhemba, estruturas, armazenamento, poder


germinativo, qualidade

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e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha mãe, Florinda Andrade a intercediam heroína da minha vida. Ao
meu pai, Afiado Nassico por ter sido o meu termo regularizador. Ao meu irmão mais velho
Timóteo Agostinho Nassico pelo apoio e amor incondicional, e finalmente aos meus irmãozinhos
Benjamim, Difico, Mateus, Amos, Flora, Natália, Adolfo e Sara, que sempre estiveram ao meu
lado. Ao meu grande amigo e irmão de todos os momentos Erginio Alberto Romão pelo
incentivo e carinho. Ao meu tio Silva Nopeia que tanto me mostrou o caminho e me encorajou a
insistir com a batalha académica. Aos meus irmãos na fé em Cristo, que por mim em oração.

De uma forma geral para todos que directa ou indirectamente contribuíram para que terminasse
com sucesso mais esta etapa da minha formação académica, que não foi nada fácil por conta das
dificuldades enfrentadas. O meu muito obrigado por terem me apoiado e ter estado do meu lado.
Que Deus continue abençoando a todos
Obrigado!

Continuemos confiando em Deus mesmo sem

perceber o que ele faz, pois o que é impossível

para os seres humanos é possível para Deus!

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradecer a Deus, que sempre esteve presente em tudo quanto fiz. Obrigado
por me dar Fé, paz, saúde e orientar-me em todos momentos da minha vida mesmo quando não
soube ouvi-lo.

Agradecer ao Doutor Rafael Massinga (ISPM), que facilitou a minha integração e as dos meus
outros colegas bolseiros na atribuição de bolsa em coordenação com a incubadora da farma como
oportunidade única de poder fazer o ensino superior. O meu muitíssimo abrigado.

Ao Eng.º Albasini Caniço que sempre me submetia em pequenos projectos para me reforçar e
suportar nesta batalha académica.

Um especial agradecimento vai para meus supervisores: Eng.º Dovel Branquinho Ernesto
(ISPM) e Eng.º Rafael José Nguenha (UEM) pela dedicação, adicionamento, respeito,
ensinamentos, cooperação, apoio e amizade no decorrer do presente projecto de licenciatura, e
que através do projecto APPSA/UEM me incluiu na investigação para esta tese.

A todos colegas da turma 2012 de Engenharia agrícola, em especial Alquissone, Xavier,


Veremos, Jamilo, Isaque, Edmundo, Márcia, Ivone, Amárcia, Regina, Salva, Cacilda, Celeste, e
Ruthi pelo apoio prestado ao longo do curso, pelas alegrias e tristezas compartilhadas, pelos
momentos inesquecíveis que passamos juntos.
Ao Engo Manuel Temo (IIAM) pelo apoio incondicional que me deu, pelo transporte durante a
colecta de dados no campo e pelo espaço no qual implantou-se o ensaio. Quero também estender
o meu agradecimento a todos que dispensaram atenção e tempo para conclusão deste projecto,
directa e indirectamente,
Muito Obrigado!

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DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Cipriano Afiado, declaro por minha honra que o presente trabalho foi por mim elaborado e
que a informação nela contida é verdadeira, sendo parte desta obtida a partir de pesquisa
experimental no campo e consultas bibliográficas. Este trabalho nunca foi apresentado em
nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau académico.
Todas obras de outros autores, utilizadas neste trabalho foram devidamente citadas e listadas
na lista de referências bibliográficas.

Por ser verdade passo a assinar a presente declaração.

Matsinho, Maio de 2016

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(Cipriano Afiado)

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Índice Pag.
CAPITULO I: INTRODUÇÃO .......................................................................................................1
1.2 -Problema de Estudo e Justificação ........................................................................................2
1.3-Objectivos ..............................................................................................................................3
1.3.1- Objectivo Geral ............................................................................................................. 3
1.3.2- Objectivos Específicos .................................................................................................. 3
1.4. Hipóteses: ..............................................................................................................................4
CAPITULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...............................................................................5
2.1-Cultura de Milho ....................................................................................................................5
2.2-Cultura de Feijão Nhemba .....................................................................................................6
2.3. Armazenamento dos grãos ....................................................................................................7
2.3.1-Silos herméticos ............................................................................................................. 8
2.3.2-Sacos herméticos (Super Grain Bags) ............................................................................ 9
2.3.3-Pequenos Recipientes ................................................................................................... 10
2.4- Perdas no Armazenamento .................................................................................................10
2.5- Humidade relativa e Temperatura .......................................................................................11
2.6. Fungos .................................................................................................................................11
2.7- Pragas que atacam grãos de feijão nhemba e milho no armazém .......................................11
CAPITULO III. MATERIAIS E MÉTODOS ...............................................................................14
3.1- Descrição da área de estudo ................................................................................................14
3.2– Materiais e métodos ...........................................................................................................14
3.4. Amostragem e avaliação das variáveis em estudo ..............................................................15
3.4.1. Densidade de insectos vivos ........................................................................................ 15
3.4.2.Nível de infestação ....................................................................................................... 16
3.4.3. Percentagem de perda de peso ..................................................................................... 16
3.4.4.Número de insectos Mortos .......................................................................................... 17
3.4.5. Teor de humidade ........................................................................................................ 17
3.4.6. Poder germinativo........................................................................................................ 17
3.5. Análise de dados.................................................................................................................18
CAPITULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................19
4.1. Resultados de Milho ............................................................................................................19

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4.1.1. Densidade de insectos vivos ...................................................................................... 19


4.1.2. Densidade de insectos por espécie............................................................................... 20
4.1.3. Nível de Infestação ...................................................................................................... 22
4.1.4. Número de insectos mortos ......................................................................................... 23
4.1.5. Percentagem de perda de peso (P.P.P) ........................................................................ 24
4.1.6. Teor de humidade ........................................................................................................ 25
4.1.7. Poder Germinativo ....................................................................................................... 26
4.2. Resultados de Feijão Nhemba .............................................................................................27
4.2.1. Densidade de insectos vivos ........................................................................................ 27
4.2.2. Nível de infestação ...................................................................................................... 29
4.2.3. Número de insectos mortos ......................................................................................... 30
4.2.4. Percentagem de perda de peso (P.P.P) ........................................................................ 30
4.2.5. Humidade relativa........................................................................................................ 31
4.2.6. Poder germinativo........................................................................................................ 32
CAPITULO V: CONCLUSOES ERECOMENDACOES.............................................................34
5.1. Conclusões ..........................................................................................................................34
5.2 Recomendações ....................................................................................................................35
CAPITULO VI: REFERENCIAS BIBLIOGRAFICA..................................................................36
CAPITULO VII: ANEXOS ...........................................................................................................42

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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. ANATOMIA DO GRÃO DE MILHO E SUAS PARTES. ............................................................. 5
FIGURA 2. ALGUMAS ESTRUTURAS HERMÉTICAS ............................................................................ 9
FIGURA 3. SACO HERMÉTICO. .......................................................................................................... 9
FIGURA 4. PEQUENOS RECIPIENTES USADOS PARA ARMAZENAMENTO DE GRÃOS SECOS. ............... 10
FIGURA 5. S.ZEAMAYS (COLEÓPTERA: CURCULIONIDAE) ………………………………………20
FIGURA5.1.TRIBOLIUM CASTANEUM………………………………………………………... 12
FIGURA 6. SITOTROGA CEREALELLA. (LEPIDEPTERA: GELECHIIDAE………………………..…..23
FIGURA6.1- PLODIA INTERPUCTELLA ............................................................................................ 13
FIGURA 7. ACANTHOSCELIDES OBTECTUS (COLEÓPTERA:BRUCHIDAE) – CARUNCHO DO FEIJÃO. .. 13
FIGURA 8. DENSIDADE DE INSECTOS VIVOS.................................................................................... 20
FIGURA 9. NÍVEL DE INFESTAÇÃO NO MILHO.................................................................................. 22
FIGURA 10. NÚMERO DE INSECTOS MORTOS NO MILHO .................................................................. 23
FIGURA 11. PERCENTAGEM DE PERDA DE PESO DE MILHO .............................................................. 24
FIGURA 12. HUMIDADE RELATIVA DE MILHO ................................................................................. 25
FIGURA 13. PERCENTAGEM DE PODER GERMINATIVO DE MILHO. ................................................... 27
FIGURA 14. DENSIDADE DE INSECTOS VIVOS.................................................................................. 28
FIGURA 15. NÍVEL DE INFESTAÇÃO NO FEIJÃO NHEMBA ................................................................. 29
FIGURA 16. NÚMERO DE INSECTOS MORTO DE FEIJÃO NHEMBA..................................................... 30
FIGURA 17. PERCENTAGEM DE PERDA DE PESO DE FEIJÃO NHEMBA ............................................... 31
FIGURA 18. TEOR DE HUMIDADE .................................................................................................... 32
FIGURA 19. PERCENTAGEM DE PODER GERMINATIVO..................................................................... 33

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LISTA DE TABELAS
TABELA 1. TRATAMENTOS E RESPECTIVA QUANTIDADE DE GRÃO DE MILHO USADO ...................... 15
TABELA 2. TRATAMENTOS E RESPECTIVA QUANTIDADE DE FEIJÃO NHEMBA USADA ...................... 15
TABELA 3. DENSIDADE DE INSECTOS POR ESPÉCIE NO MILHO ........................................................ 20

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LISTA DE ABREVIATURAS

APPSA- Agricultural Productivity Programmer for Southern Africa

EAS- Estacão Agrária de Sussundenga

FAEF -Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal

FAO - Food and Agriculture Organization

ISPM - Instituto Superior Politécnico de Manica

IIAM - Instituto de Investigação agrária de Moçambique

MINAG- Ministério de Agricultura


MINAGRI- Ministério de Agricultura do Ruanda

MAE- Ministério da Administração Estatal

OPV -Open Polinization Variety (Variedade de Polinização Aberta -VPA)

PSTC/A -Silo Tanque Polietileno Com Actellic

PSTS/A- Silo Tanque Polietileno Sem Actellic

RS/A - Ráfia Sem Actellic

RC/A -Ráfia Sem Actellic

SGBS/A -Super Grain Bags Sem Actellic

SGBC/A - Super Grain Bags Com Actellic

UEM -Universidade Eduardo Mondlane

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e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

CAPITULO I: INTRODUÇÃO
O milho é um dos cereais mais importante cultivado em todo mundo devidas as suas inúmeras
aplicações na alimentação humana e de animais domésticos, bem como na indústria para a
produção de rações, cola, amido, óleo, álcool, bebidas e outros produtos. Em Moçambique além
da produção ser insuficiente e ocorrerem problemas com produtividade e comercialização,
também há preocupações com as altas perdas quantitativas e qualitativas. Essas perdas podem
ocorrer pela falta de estruturas de armazenamento específicas nas propriedades e/ou nos níveis
intermediário e final, ou pelas deficiências técnicas e operacionais das instalações existentes.

Na alimentação humana, o milho é consumido na forma “in natura”, como milho verde, nas
formas de milho em conserva, canjica, óleo, amido em várias apresentações, ou farinhas para
elaboração de pães, polenta e outros (Hoseney, 1991).

Feijão nhemba é uma cultura mais consumida em Moçambique principalmente com a família de
baixa renda, na forma vagem verde, folhas grãos verdes e grãos secos, e a planta também é usada
para conservação de solos pobres de nutrientes.
Os produtos agrícolas são organismos que continuam vivos depois de sua colheita, mantendo
activos todos os seus processos biológicos vitais. Devido a isso e ao alto teor de água em sua
composição química, eles são altamente perecíveis. Para aumentar o tempo de conservação e
reduzir as perdas pós-colheita, é importante que se conheçam e se utilizem práticas adequadas de
manuseio durante as fases de colheita, armazenamento, comercialização e consumo, (Alves et
al., 2001).
Após a colheita, a maior parte dos grãos dos cereais e leguminosas passam por uma série de
etapas como secagem, armazenagem e, finalmente, processamento industrial. Muitas destas
operações podem reduzir sua qualidade e comprometer a conservação. Em casos específicos para
Moçambique esses grãos são armazenados em celeiros construídos com materiais locais, usando
estacas, bambus, matopes, e sacos de ráfia. Entretanto embora com vantagens de facilidade de
aquisição de material disponível em cada zona de produção, os grãos não apresentam qualidades
desejadas pelos consumidores devido a ataques de insecto e fumo que podem prejudicar a saúde
humana.

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Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

Os produtos agrícolas são organismos que continuam vivos depois de sua colheita, mantendo
activos todos os seus processos biológicos vitais. Devido a isso e ao alto teor de água em sua
composição química, eles são altamente perecíveis. Para aumentar o tempo de conservação e
reduzir as perdas pós-colheita, é importante que se conheçam e se utilizem práticas adequadas de
manuseio durante as fases de colheita, armazenamento, comercialização e consumo, (Alves et
al., 2003), Entretanto o trabalho tem como objectivo avaliar as diferentes estruturas de
armazenamento do sistema hermético na preservação da qualidade dos grãos de milho e feijão
nhemba na época quente num período de seis (6) meses.
1.2 -Problema de Estudo e Justificação

As perdas dos grãos, de feijão nhemba e de milho principalmente, para o pequeno agricultor
significam menos alimento disponível para a família e baixo rendimento pela venda dos grãos,
afectando negativamente a segurança alimentar da família. Muitas vezes os produtos produzidos
pelos pequenos produtores não são exportados devido a sua qualidade como resultado da má
conservação o que origina o menor valor comercial e pode até ser rejeitado pelo consumidor,
para além de provocar problemas de intoxicação alimentar. Sendo assim, todos os esforços
concentrados no aumento da produção podem não dar bons resultados, se não houver uma
melhoria nas condições de armazenamento dos mesmos grãos de milho e de feijão nhemba.

Em Moçambique, e particularmente no meio rural, grande parte dos grãos de milho e Feijão
nhemba produzidos pelo pequeno agricultor, que é guardado para o consumo da família ou para
ser comercializado, é acondicionado em sacos de ráfia e armazenado em celeiros não
melhorados. Nestas condições um meio de garantir um grão de qualidade é o uso de pesticidas
durante o armazenamento. No entanto, a maior parte dos agricultores não tem recursos
suficientes para adquirir tais insecticidas, optando por armazenar os grãos sem usar nenhum meio
de protecção. De uma forma geral, os sacos de ráfia possuem características que não impedem a
presença e estabelecimento de pragas e o crescimento de fungos, devido à interacção da
temperatura e humidade entre o produto e o meio ambiente comprometendo a quantidade e
qualidade dos grãos armazenados (Hayma, 2005).

O uso de embalagens herméticas constitui uma alternativa ao uso de sacos de ráfia para o
armazenamento dos grãos de milho e feijão nhemba. O armazenamento hermético mantém a

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qualidade do grão e a viabilidade da semente uma vez que a humidade durante o armazenamento
não se altera e, a alteração da atmosfera pelos organismos vivos reduz as perdas por insectos sem
necessidade de usar pesticidas (Faroni et al., 2009).

Um importante benefício económico decorrente do armazenamento seguro de grãos e de


sementes é que os agricultores afectados por ameaças não serão pressionados a vender os seus
produtos para responder às necessidades imediatas; isto incrementa a capacidade de negociação
do pequeno agricultor, na medida em que ele pode optar por adiar a venda para negociar um
melhor preço. Isso ajudará os agricultores a obter valor pelo seu produto e limitará o recurso a
intermediário (Villers, et al, 2008).

1.3-Objectivos

1.3.1- Objectivo Geral


 Avaliar diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de
milho (Zea mays L.) e de feijão nhemba (Vigna unguiculata Walp.) durante a época
quente por um período de seis (6) meses.

1.3.2- Objectivos Específicos


 Determinar a densidade de infestação por insectos e o nível de infestação nos grãos de
feijão nhemba e milho armazenados em diferentes estruturas.

 Determinar a percentagem de perda de peso dos grãos de milho e de feijão nhemba


armazenados em diferentes estruturas

 Determinar o poder germinativo dos grãos de milho e de feijão nhemba armazenados em


diferentes estruturas

 Determinar o teor de humidade dos grãos de milho e de feijão nhemba armazenado em


diferentes estruturas

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1.4. Hipóteses:

H1: Existe diferença significativa do poder germinativo dos grãos de milho e de feijão nhemba
armazenados em diferentes estruturas.

Ho: Não existe diferença significativa do poder germinativo s grãos de milho e de feijão nhemba
armazenados em diferentes estruturas.

H1: Existe diferença significativa do teor de humidade dos grãos de feijão e de Milho
armazenados em diferentes estruturas.

Ho: Não existe diferença significativa do teor de humidade dos grãos de feijão e de Milho
armazenados em diferentes estruturas.

H1: Existe diferença significativa da densidade de insectos vivos e o nível de infestação dos
grãos de feijão nhemba e de milho armazenados em diferentes estruturas.

Ho: Não existe diferença significativa da densidade de insectos vivos e o nível de infestação dos
grãos de feijão nhemba e de milho armazenados em diferentes estruturas.

H1: Existe diferença significativa da percentagem de perda de peso dos grãos de feijão e de
Milho armazenados em diferentes estruturas.

Ho: Não Existe diferença significativa da percentagem de perda de peso dos grãos de feijão
nhemba e de Milho armazenados em diferentes estruturas.

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e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

CAPITULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA


2.1-Cultura de Milho
O milho (Zea mays L.),pertence à família Poaceae, compreendendo cerca de 600 géneros e mais
de 8.000 espécies (Mangelsdorf, 1974 citado por Viegas, 1978). É uma das plantas cultivadas
mais antigas do mundo, de acordo com estudos arqueológicos feitos permitem afirmar que o
milho já existia em estado de domesticação, há cerca de 4.000 anos e teve sua origem no México,
hemisfério norte das Américas (Filho & Almeida, 1987).

O milho é um cereal de grande importância no mundo e é extensivamente utilizado como


alimento humano, como matéria-prima para amido e etanol, e como ração animal, devido as suas
qualidades nutricionais, contendo quase todos os aminoácidos conhecidos, com excepção da
lisina e o triptofano (Faostat, 2005). Este cereal é largamente cultivado em diversas regiões do
mundo, desde os climas tropicais, subtropicais e temperadas entre os paralelos 50oN a 40oS
(Purseglove, 1992).

Sinha et, al, (2007) o conhecimento das características físicas dos produtos agrícolas e dos seus
princípios tem grande importância para a construção e operação de equipamentos de secagem e
armazenamento. Os grãos do milho são, geralmente, amarelos ou brancos, podendo apresentar
colorações variando desde o preto até o vermelho. O peso individual do grão varia em média, de
250 a 300mg e sua composição média em base seca é 72% de amido, 9,5% proteínas, 9% fibra (a
maioria resíduo detergente neutro) e 4% de óleo. Conhecido botanicamente como uma cariopse,
o grão de milho é formado por quatro principais estruturas físicas: endosperma, gérmen,
pericarpo (casca) e ponta as quais diferem em composição química e também na organização
dentro do grão, como mostra a figura 1:

Figura 1. Anatomia do grão de milho e suas partes. Fonte: adaptado de Britânica (2006).

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O milho é produzido em quase todos os continentes, sendo sua importância económica


caracterizada pelas diversas formas de sua utilização, que vão desde a alimentação animal até a
indústria de alta tecnologia, como a produção de filmes e embalagens biodegradáveis. Cerca de
70% da produção mundial de milho é destinada à alimentação animal, podendo este percentual
chegar a 85%, em países desenvolvidos. Em termos gerais, apenas 15% de toda a produção
mundial destina-se ao consumo humano, de forma directa ou indirecta (FAO, 2012).

Mello (1991) cita que a produção mundial de milho encontra-se por volta de 473 milhões de
toneladas. Desse total, 40% provém dos Estados Unidos, maior produtor do mercado. Os Estados
Unidos produzem três vezes mais que a China, segundo maior produtor, e oito vezes mais que o
Brasil, terceiro maior produtor. Esses três países contribuem com 61,5% da produção mundial de
milho. Em 2011, este cereal foi colhido em 170 milhões de hectares em todo o mundo,
resultando em 883 milhões de produção (FAOSTAT, 2014).

Em Moçambique o milho é uma cultura com muita prioridade na produção dentre várias culturas
existentes, mas devido a alta humidade relativa e elevado teor de amido de milho, este é muito
susceptível para moldagem. A qualidade dos grãos tem-se tornado um aspecto muito importante,
tanto para comercialização interna como para exportação. Segundo Sitoe (2005), em
Moçambique existe uma diversidade de alimentos produzidos na agricultura, e destes o milho é a
principal cultura alimentar para o sector familiar uma vez que ocupa cerca de 34,5% da área total
cultivada e é alimento básico para maior parte da população, mas devido a falta de condições
adequadas de conservação as pragas têm um bom percentual de participação, principalmente no
grão conservado pelos pequenos produtores durante 90 ou 180 dias, havendo necessidade de
melhorar a situação.

2.2-Cultura de Feijão Nhemba


O feijão nhemba é uma planta herbácea, autógama, anual, cuja região de origem mais provável
situa-se na parte oeste e central da África. É uma das leguminosas melhor adaptada, versátil e
nutritiva entre as espécies cultivadas, sendo um importante alimento e componente essencial dos
sistemas de produção nas regiões secas dos trópicos, cobrindo parte da África, Ásia, Estados
Unidos, Oriente Médio e Américas Central e do Sul (SINGH e colaboradores., 2002).

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e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

A classificação botânica aceita para o feijão nhemba é que ele seja uma planta Dicotyledonea, da
ordem Fabales, família Fabaceae, subfamília Faboideae, tribo Phaseoleae, subtribo Phaseolineae,
género Vigna, subgénero Vigna, secção Catyang, espécie Vigna unguiculata (L.) Walp. e
subespécie unguiculata (Verdcourt, 1970; Smartt, 1990; Padulosi, 1997).

De acordo com Silva (2002), os grãos do feijão nhemba constituem uma importante fonte de
alimento, com teor proteico variando de 20% a 30%, rico em aminoácidos essenciais como a
lisina, contudo, pobre em metionina e cisteína, porém, com razoável quantidade de vitaminas
hidrossolúveis. Além disso, contém fibras e proteínas com a capacidade de reverter a deposição
de gordura no fígado e, desta forma, baixar o nível de colesterol no organismo (Azevedo, 2009).

O grão do feijão nhemba pode ser consumido seco ou verde, ou ainda, ser introduzido na
alimentação de crianças menores de cinco anos, na alimentação escolar através da farinha
integral; sendo possível produzir-se, caldos; enriquecer com proteínas as massas alimentícias
para a fabricação de pães, biscoitos, entre outros produtos (Silva, 2008). Além disso, é utilizado
como forragem verde, feno, ensilagem, farinha para alimentação animal e, ainda, como adubação
verde e protecção do solo (Santos, et al, 2006).

As sementes, que podem ser lisas ou enrugadas, variam desde brancas, cremes ou amarelas até
vermelhas, castanhas ou pretas e são caracterizadas por um hilo (o olho do feijão) bem
demarcado, rodeado por uma orla escura. O feijão nhemba é reproduzido por meio de sementes e
é maioritariamente autogâmico, embora haja referências a níveis de polinizações cruzadas até
2% (Faroni et, al, 2007).

Dados da FAO sobre a produção mundial de feijão nhemba, no ano de 2007, indicam que a
cultura atingiu 3,6 milhões de toneladas em 12,5 milhões de hectares. Produção essa alcançada
em 36 países, destacando-se entre os maiores produtores a Nigéria, o Níger e o Brasil, os quais
representam, respectivamente, 84,1 % da área e 70,9 % da produção mundial.

2.3. Armazenamento dos grãos

Nos últimos anos, pode ser notado um crescimento considerável das exigências de qualidade dos
produtos agrícolas. A escolha de um produto pelo consumidor está baseada, principalmente, nos

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Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

atributos visíveis e na presença e extensão de danos físicos, resultado da conjugação de diversos


factores, dentre os quais a conservação tem um papel fundamental (Corrêa, ano citado por
Borrem, 1998).

O objectivo de armazenamento adequado de grãos é manter a sua duração, as qualidades


biológicas, químicas e físicas, imediatamente após a colheita. A fase de armazenamento é a mais
importante porque ocorrem perdas significativas dos produtos destinados à alimentação humana
e animal (Villers, 2008).

Para Alves et al., (2001) existem ainda no país muitos pontos que necessitam ser aprimorados
afim de melhor atender às exigências dos mercados interno e externo, quanto à qualidade dos
grãos, de forma que as práticas adoptadas para a colheita e o armazenamento sejam as mais
adequadas, pois estas estão directamente ligadas ao nível de qualidade final dos grãos.

Em Moçambique, e particularmente no meio rural, grande parte dos grãos de milho e Feijão
nhemba produzidos pelo pequeno agricultor, que é guardado para o consumo da família ou para
ser comercializado, é acondicionado em sacos de ráfia e armazenado em celeiros não
melhorados. No entanto, o armazenamento adequado desses produtos é necessário, a fim de
garantir o fornecimento constante durante o ano e também para fornecer a áreas distantes, visto
que o consumo de grão de Milho e feijão nhemba é feito durante todo o ano e não tem um
período limite, e também abrange todas regiões principalmente nas zonas rurais do País (Alves et
al., (2001).

2.3.1-Silos herméticos
Os silos herméticos podem manter os grãos livres de insectos e impedir o desenvolvimento de
fungos. Podem armazenar grãos húmidos para a alimentação animal, desde que seja consumido
logo após sua retirada do silo. O princípio básico do armazenamento hermético é o mesmo em
relação aos grãos secos ou húmidos, e baseia-se no seguinte: redução da taxa de oxigénio a um
nível que causa a morte ou deixa inactivos os insectos e fungos, antes que esses organismos
nocivos proliferem a ponto de prejudicar o produto. Em decorrência do processo respiratório dos
grãos e daqueles organismos, há uma redução de oxigénio do ar confinado (FAO, 2012).

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Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

A respiração dos grãos secos é baixa. Entretanto quando infestados por insectos, rapidamente
consomem o oxigénio disponível e ficam asfixiados. A taxa de redução de oxigénio e do
aumento de gás carbónico é determinada pelo grau de infestação de insectos e da temperatura
(Navarro, 2007). A figura 2 mostra os modelos dos silos usados neste estudo.

Figura 2. Algumas Estruturas Herméticas, (Afiado, 2016)

2.3.2-Sacos herméticos (Super Grain Bags)


Os sacos herméticos são um desenvolvimento relativamente novo. Trata-se de sacos
hermeticamente selados de vários tamanhos (50kg – 1tonelada) que oferecem uma alternativa
interessante ao armazenamento tradicional. Os sacos herméticos funcionam com base no
princípio de que o grão liberta dióxido de carbono que rapidamente substitui o oxigénio existente
no recipiente selado. Uma vez esgotado o oxigénio, as pragas morrem e os fungos não podem
propagar-se. Para estas unidades seladas funcionarem devidamente elas precisam de ser cheias
completa e rapidamente e abertas apenas quando todo o conteúdo tiver de ser utilizado. O saco
hermético é muito adequado para o armazenamento de sementes, visto que pode ser selado
hermeticamente e isso garante a manutenção de uma condição estável propícia para o
armazenamento (FAO, 2009).

Figura 3. Saco Hermético (Afiado, 2016).

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e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

2.3.3-Pequenos Recipientes
Jarros ou latos hermeticamente fechados podem ser utilizados para armazenar semente
devidamente seca. Esses recipientes são viáveis para armazenar sementes de hortícolas ou de
outras culturas que requerem pequenas quantidades de sementes. As garrafas ou latas de
produtos vulgares dos agregados familiares adquiridos nas lojas locais podem ser utilizados para
o mesmo fim desde que sejam hermeticamente selados com cera de velas para criar um ambiente
apropriado para o armazenamento de pequenas quantidades de semente. Tendo em conta que os
recipientes são pequenos, eles podem ser facilmente manuseados e colocados em local limpo e
fresco fora do alcance de roedores (FAO. 2009).

Figura 4. Pequenos recipientes usados para armazenamento de grãos secos (FAO, 2009).

2.4- Perdas no Armazenamento


Segundo Brooker et al. (1992), são muitos os factores que contribuem para a perda de qualidade
e quantidade dos alimentos e, dentre eles, destacam-se: características da espécie e da variedade,
condições ambientais durante o seu armazenamento (temperatura e humidade relativa), época e
procedimento de colheita, método de secagem e práticas de armazenamento.

A massa de grãos armazenados é um sistema ecológico em que a deterioração é o resultado da


interacção entre variáveis físicas (temperatura, humidade, propriedades físicas da massa de
grãos: porosidade, capacidade de fluir, acamamento dos grãos, propriedades termo físicas;
estrutura do armazém e suas inter-relações e variáveis meteorológicas), variáveis químicas
(disponibilidade de oxigénio no ar intergranular) e variáveis biológicas de fontes internas
(longevidade, respiração, maturidade pós-colheita e germinação) e variáveis biológicas de fontes
externas (fungos, leveduras, bactérias, insectos, ácaros, roedores e pássaros). O grau de
deterioração depende da taxa de aumento destas variáveis que, por sua vez, são principalmente

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afectadas pela interacção da temperatura e humidade e secundariamente pela inter-relação


deles/delas com o grão, entre eles, e com a estrutura usada (Sinha, 1973).

2.5- Humidade relativa e Temperatura


A humidade relativa é a percentagem de vapor de água existente no ar entre os grãos e representa
o equilíbrio entre a humidade do ar e o teor da humidade do grão: Se a humidade relativa for
superior a 65% estarão reunidas as condições para o desenvolvimento de fungos e de insectos
nos armazéns e as sementes estão sujeitas a deterioração. A quantidade de água livre contida em
um cereal logo depois de colhido e durante o armazenamento determina, indirectamente, na
maioria dos casos a qualidade dos grãos, (FAO, 2006).

Humidade elevada dá condições ao desenvolvimento de microrganismos e aumenta as perdas de


peso devido ao aceleramento do processo respiratório dos grãos, causando elevação da
temperatura e deterioração do produto. Com essa temperatura o grão atinge um aquecimento em
torno de 45ºC, o que não causa nenhum dano a sua integridade. Temperaturas mais elevadas até
140ºC podem causar injúrias como quebras e fissuras nos grãos, prejudicando a qualidade de
armazenamento. A humidade recomendada para o armazenamento é de 13 a 14% quando a
granel (Lima, 2001).

2.6. Fungos
Somente há algumas décadas os fungos foram reconhecidos como um dos mais importantes
causadores de danos às sementes. Os principais tipos de danos causados pelo desenvolvimento
de fungos em grãos armazenados são: diminuição da percentagem de respiração, descoloração de
parte ou de todo o grão, alterações biológicas, produção de toxinas que podem ser prejudiciais
aos homens e animais e perda de peso (Cesa, 1974).
2.7- Pragas que atacam grãos de feijão nhemba e milho no armazém
Os resultados da acção de insectos em grãos armazenados se traduzem em perdas de peso e de
poder germinativo, desvalorizações comerciais do produto, disseminação de fungos e origem de
bolsas de calor durante o armazenamento. Os insectos encontrados nos produtos armazenados
podem ser classificados, segundo suas características biológicas e de ecossistema, em pragas
primárias e secundárias, pragas associadas e de infestação cruzada, e a acção dos insectos nos

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grãos, durante o armazenamento, é influenciada por vários factores ambientais e de maneio


(Lorini, 2011).

Pragas primárias são aquelas que atacam grãos íntegros e sadios e podem ser denominadas
pragas primárias internas ou externas, dependendo da parte do grão que atacam. São primárias
internas as que perfuram os grãos e neles penetram para completar seu desenvolvimento,
alimentando-se de todo o interior do grão e possibilitando a instalação de outros agentes de
deterioração. Os principais exemplos dessas pragas são Rhyzopertha dominica, Sitophilus oryzae
e Sitophilus zeamais. Já as primárias destroem a parte exterior do grão para poderem se alimentar
da parte interna, sem no entanto se desenvolverem no interior do grão. A destruição do grão é
apenas para alimentação. O exemplo mais conhecido desta praga é a traça Plodia interpunctella
(Navarro, 2006).

As pragas secundárias se caracterizam por se alimentarem de grãos já danificados por insectos


primários ou roedores, trincados, quebrados e/ou com defeitos na casca, pois não conseguem
atacar grãos inteiros. Elas só ocorrem na massa de grãos quando estes estão com a integridade
física comprometida. Multiplicam-se rapidamente e causam grandes prejuízos. São exemplos as
espécies Triboluim castaneum, Oryzaephilus surinamensis e Cryptolestes ferrugineus (Oliver,
1897).

As espécies mais importantes são Sitophilus zeamais (Mato, 1855 citado por Lorini, 2008) -
gorgulho do milho, Sitophilus granarius (L. 1758) - gorgulho do trigo e o Sitophilus oryzae -
gorgulho do arroz. Oliveira (1897),esses insectos podem atacar qualquer tipo de cereal, sendo
gorgulhos os coleópteros (cascudos, besouros) que, quando adultos, possuem corpo alongado e
cabeça com uma projecção anterior, em cuja extremidade estão as peças bucais, as lavas desses
insectos são de colorarão amarelo clara ou esbranquiçada, sendo desprovidas de pernas, (figura
5 e 5.1).

Figura 5. S.zeamays (Coleóptera: Curculionidae) - gorgulhos dos cereais. Figura5.1.Tribolium castaneum (Lorini,
2008).

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As traças são insectos da ordem lepidóptera, predominantemente de hábitos nocturnos, como as


mariposas, e atacam somente a superfície da massa de grãos. Destas, as espécies que representam
maiores prejuízos para os cereais são Sitotroga cerealela (Oliver, 1897) e a Plodia interpuctella
(Hebreu, 1813). A infestação pode ser verificada pela presença desses insectos voando pelo
armazém, sendo que a P. interpuctella é mais activa à noite. Somente as larvas atacam os grãos.
Também atacam as farinhas, onde se desenvolvem, causando deterioração no produto pronto
para consumo. Sendo praga primária, ataca grãos inteiros. Como todo lepidóptero, ataca a
superfície da massa de grãos (figura 6 e 6.1).

Figura 6. Sitotroga cerealella. (Lepideptera: Gelechiidae (Oliver, 1897) e Figura 6.1- Plodia interpuctella (Hebreu,
1813)

As pragas mais importantes no armazenamento de grãos de leguminosas (feijão, ervilha, lentilha,


tremoço, fava e outros) são os carunchos e as traças. Os carunchos são insectos pertencentes à
ordem coleóptera (cascudos, besouros). As espécies mais comuns são: Acanthoscelides obtectus
(Lorini, 1831) e Zabrotes subfaciatus (Boh, 1833), também conhecidos como carunchos do
feijão. São pragas de infestação cruzada e de hábitos cosmopolitas (existem disseminados em
todo globo terrestre). As larvas, ao eclodirem no interior do grão, se alimentam do endosperma e
o destroem. Na fase adulta, são cascudos de coloração castanho-escura, corpo ovóide e
rubescente, como mostra a figura 7.

Figura 7. Acanthoscelides obtectus (Coleóptera:Bruchidae) – caruncho do feijão (Oliver, 1897).

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CAPITULO III. MATERIAIS E MÉTODOS


3.1- Descrição da área de estudo
O ensaio foi conduzido na Estação Agrária de Sussundenga (EAS) do Instituto de Investigação
Agrária de Moçambique (IIAM) no período de Setembro de 2015 a Fevereiro de 2016. A EAS
situa-se na localidade de Matica, Distrito de Sussundenga, que dista sensivelmente a 17 km de
sede do distrito, e tem como principal actividade a produção e transferência de tecnologia
agrícola. Agronomicamente, a Estação Agrária de Sussundenga está na região agro-ecológica 4
(R4) e apresenta um clima "tropical Chuvoso de Savana" com duas estações, seca e chuvosa,
com precipitação média anual de 1100 mm e com temperatura máxima e mínima de 30° e 18°C,
respectivamente, ocorrendo essencialmente de Novembro de um ano a Março do ano seguinte,
enquanto a evapo-transpiração potencial média anual ronda nos 1.27 mm, a temperatura média
está na ordem dos 23°C (MAE, 2005)

3.2– Materiais e métodos


 Estruturas de conservação – sacos de plásticos (Super Grain Bags IV-R 70X130 cm),
sacos de ráfia, tanques de plástico (PST 1000L) e de (210L).
 Material Vegetal - Milho (OPV) e Feijão Nhemba (IT18) proveniente nos pequenos
produtores de Matica.
 Material de controlo fitossanitário - insecticida (Actellic).
 Material para medição – duas Balanças uma analítica, com0,0001 de precisão, e outra
de Escala de 200kg e medidor de humidade de grão de cereais e leguminosas que
regista o teor de humidade no intervalo de 0.5-20%.

Para o enchimento das estruturas de armazenamento de grãos de milho e feijão nhemba foi feito
manualmente, onde primeiramente fez-se o peso inicial usando a balança de escala 200kg e
medição de humidade usando medidor de humidade relativa dos grãos de milho e feijão nhemba.
Foram definidos doze tratamentos sendo seis tratamentos para cultura de milho onde: (1) PST
1000L sem actellic, (2) PST 1000L com actellic, (3) SGB com actellic, (4) SGB sem actellic, (5)
ráfia com actellic, (6) ráfia sem actellic, e seis tratamento para a cultura de feijão nhemba, onde:
(1) PST 210L sem actellic, (2) PST 210L com actellic, (3) SGB com actellic, (4) SGB sem
actellic, (5) ráfia com actellic, (6) ráfia sem actellic. Conforme mostra as tabelas 1 e 2. Com

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e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

tudo, os tratamentos com actellic usou-se uma dose de 50g do pesticida em cada 100 kg dos
grãos, conforme as indicações do rótulo do produto.

Tabela 1. Tratamentos e respectiva quantidade de grão de milho usado

Tratamentos Número de repetições Quantidade do grão(kg)


PST*1000l+grão 1 500
PST*1000l+grão + actellic 1 500
SGB**+grão 3 150
SGB**+grão +actellic 3 150
Rafia+grão 3 150
Rafia+grão + actellic 3 150
*Silo Tanque de Polietileno; **Super Grain Bags IV-R 70X130 cm

Tabela 2. Tratamentos e respectiva quantidade de feijão nhemba usada

Tratamentos Número de repetições Quantidade do grão(kg)


PST*210+grão 2 100
PST*210+grão + actellic 2 100
SGB**+grão 3 60
SGB**+grão +actellic 3 60
Rafia+grão 3 60
Rafia+grão + actellic 3 60

3.4. Amostragem e avaliação das variáveis em estudo

3.4.1. Densidade de insectos vivos


A densidade de infestação foi determinada por meio da contagem de insectos vivos nos
tratamentos de milho e feijão numa amostra de 1 kg de grão de milho e 0.5kg de grão de feijão
nhemba. A identificação das espécies foi feita nos laboratórios do Instituto Superior Politécnico
de Manica (ISPM) com o auxílio de uma lupa estereoscópica, manual de etimologia e de
imagens obtidas na internet para efeitos de comparação ou confirmação das espécies. Calculou-
se a densidade para cada espécie de insectos identificado.

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e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

A densidade de insectos vivos foi determinada segundo a equação de autor (Martinez et; al,
2000).

n
DI = m (1)

Onde:

DI= Densidade de infestação (insectos/kg)

n= Número de insectos vivos

m= Peso de grão (kg)

3.4.2.Nível de infestação (%)


O nível de infestação é a quantidade de grãos furados pelos insectos contidos na amostra. Para a
determinação do nível de infestação usou-se uma amostra de 100 sementes, tirada três vezes em
cada repetição, e separou-se o grão danificado e não danificado e de seguida fez-se a contagem
do grão em cada uma das duas categorias. O nível de infestação foi calculado usando-se com a
fórmula de autores Adams e Schulten (1978):

NGF
NI = NTG x100 (2)

Onde:

NI - Nível de infestação (%)

NGF - Número de grãos furados

NTG - Número total de grãos da amostra

3.4.3. Percentagem de perda de peso


Para a determinação da percentagem de perda de peso também foi usada uma amostra de 100
grãos, repetida três vezes, em cada repetição. As amostras foram pesadas e o peso foi comparado
com o peso do grão no início do experimento. Para este parâmetro foi usada a expressão
seguinte:

(𝑃𝑃𝑃 = (𝑚𝑖 − 𝑚𝑓) /mi (3)

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e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

Onde:

PPP=> percentagem de perda de peso;

mi => peso inicial;

mf => peso final

3.4.4.Número de insectos Mortos


Para quantificar insectos mortos de todas espécies usou-se método de observação a olho nú e
uma contagem dos mesmos, em todas amostras tiradas em cada tratamento de grãos de milho e
feijão. Este processo fez-se mensalmente durante seis meses.

3.4.5. Teor de humidade (T.H)


Neste parâmetro não se médio a evaporação de ` água dos grãos, usou-se medidor de humidade
que mede os grãos de cereais e leguminosas com intervalo de 0.5-20% e em cada amostra fez-se
três medições em todas repetições. Esta actividade foi realizada mensalmente no laboratório de
semente do Instituto Superior Politécnico de Manica (ISPM).

3.4.6. Poder germinativo

Para a determinação do poder germinativo foram analisadas 200 sementes de grão (milho e feijão
nhemba) por cada amostra, distribuídas em oito repetições de 25 sementes usando o método de
papel de filtro. Para a realização do teste, dois papéis foram colocados na base das Bandejas e
foram humedecidos com água destilada. As bandejas contendo o grão foram acondicionadas à
temperatura ambiente. Para a obtenção dos resultados realizaram-se duas contagens, a primeira
no 4o dia, contando apenas as plântulas com estruturas desenvolvidas e que permitissem a sua
separação em plantas normais e anormais e, a segunda contagem, feita no 7o dia, separando
também as plântulas em normais e anormais e as sementes remanescentes em sementes não
germinadas.

Os resultados foram expressos em percentagem de germinação usando-se a fórmula seguinte:


Y
P = Z x100 (4)

Onde:

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P- Percentagem de germinação;
Y- Número de plantas normais;
Z - Número total de sementes analisadas.

3.5. Análise de dados


Todos os dados forão apresentados como média ± erro padrão (SE), para observar as possíveis
diferenças entre os dados em cada tratamento através da Analise de Variância (ANOVA). Após a
observação das diferenças significativas no ensaio, fez-se teste de Tuckey ao nível de 5%. E a
análises de dados usou-se pacote estatístico, statistix 8,0 onde fez – se a comparação entre
tratamentos para cada variável e para cada cultura, também usou-se programas tais como
Microsoft (Word e Excel).

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CAPITULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO


4.1. Resultados de Milho
4.1.1. Densidade de insectos vivos
Os resultados da densidade de insectos vivos encontrados em diferentes estruturas de
armazenamento do milho por tempo de duração do ensaio são apresentados na figura 8.

Nela, pode se ver que os grãos de milho armazenados em estruturas de RS/A sofre maior ataque
de insectos pois encontrou-se valores mais altos comparativamente a outras estruturas, tendo
iniciado com 4 insectos/kg de milho, mas aumentou até chegar a uma densidade de infestação de
203.70 insectos por quilograma de cereal aos 30 a 180 dias.

Por outro lado notou-se que o grão armazenado na estrutura PSTS/A embora não tendo a mesma
tendência com RS/A sofreu ataques de insectos vivos que variaram desde aos 30 dias, 90 dias
e180 dias de armazenamento onde obteve-se 4, 52 e 63.7 insectos/kg de este cereal
respectivamente.

No entanto, nenhum insecto vivo foi verificado nos tratamentos com a aplicação do insecticida e
SGBS/A depois de 60 dias. Este facto deve-se ao efeito do próprio insecticida, ao passo que para
SGBS/A deve-se pela falta de oxigénio dentro do recipiente, uma vez a estrutura fechada não
permite a interferência do ar com o meio ambiente, mostrando assim uma vantagem para
armazenamento consequentemente os insectos morrem devido ao dióxido de carbono que os
grãos libertam.

Nela ainda pode se ver que há diferenças significativas entre alguns tratamentos, sendo que a
estrutura RS/A e o PS/A diferiram estatisticamente entre si e com os restantes tratamentos
(Anexo 1).

Num estudo similar de armazenamento hermético de milho seco são amplamente utilizados em
Ruanda, Gana e Filipinas para armazenar tanto o milho em grão e sem vagem, normalmente em
capacidades que variam de 50 a 150 toneladas (Minagri, 2006), onde foram obtidos melhores
resultados de preservação de qualidade para o milho quando armazenada em SGB.

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e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

As grandes unidades de armazenamentos herméticos flexíveis são geralmente utilizadas a nível


da aldeia, mas Também como reservas estratégicas para prevenir a fome a nível distrital
(Navarro et., al. 2006).

Figura 8. Densidade de insectos vivos

4.1.2. Densidade de insectos por espécie


As espécies de insectos identificadas durante o armazenamento foram: Sitotroga cerealella
(Olivier), Sitophilus sp, e Tribolium castaneum (Herbst). As maiores densidades de infestação
determinada como o número de indivíduos encontrados na estrutura de armazenamento num
certo período de tempo destas espécies foram verificadas no sexto mês de armazenamento, onde,
Sitophilus spp.foi a espécie mais predominante em todas estruturas, entretanto algumas estruturas
de armazenamento como RC/A, PSTC/A, SGBC/A e SGBS/A apesar de terem insectos
inicialmente, não se verificou mais insectos principalmente a partir do terceiro mês até no final
do período de estudo, factor este, mostrou vantagens comparativas de estruturas com aplicação e
a SGBS/A, que pode facilitar a adopção da mesma ao passo que para as estruturas RS/A e
PSTS/A, mostraram valores mais altos de densidade de infestação podendo chegar cerca de 188
e 58 indivíduos/kg de grãos de milho respectivamente. Como mostra a (tabela3)
A diferença da densidade de infestação entre as estruturas indica uma eficiência nos métodos
herméticos no controlo de insectos mantendo as densidades de infestação muito baixas,
conforme atesta a Tabela 3. De acordo com Rodriguez et al. (2008) e Ben et al. (2006), o
processo respiratório dos agentes bióticos da massa de grão, armazenado na estrutura SGB,

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Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

promove a redução na concentração de oxigénio e aumenta a concentração de dióxido de


carbono, constituindo uma atmosfera bio-modificada onde a capacidade de reprodução e/ou
desenvolvimento dos insectos é suprimida e a actividade metabólica dos grãos é reduzida,
favorecendo a manutenção da qualidade do produto durante o seu armazenamento, entretanto os
resultados obtidos no presente estudo são similares aos obtidos por (Rodriguez et al., 2008), não
registou infestação por insectos em grãos de milho e trigo armazenados na estrutura SGB, por
um período de 150 dias na Argentina, devido a toxicidade de dióxido de carbono.
Tabela 3. Densidade de insectos por espécie no milho

Meses

Métodos Nome da espécie Inicio Set Out Nov Dez Jan Fev

PST C/A Sitophilus spp. 4 0 0 2 1 0 0


Sitotroga cerealela 0 0 0 0 0 0 0
Tribolium spp. 0 0 0 0 0 0 0
PST S/A Sitophilus spp. 4 2 0 44 47 56 58
Sitotroga cerealela 0 0 0 6 0 4.5 5
Tribolium spp. 0 0 0 2 0 1 0.7
SGB C/A Sitophilus spp. 4 1.3 0 0 0 0 0
Sitotroga cerealela 0 0 0 0 0 0 0
Tribolium spp. 0 0 0 0 0 0 0
SGB S/A Sitophilus spp. 4 0 0 0 0 0 0
Sitotroga cerealela 0 0 0 0 0 0 0
Tribolium spp. 0 0 0 0 0 0 0
RAFIA C/A Sitophilus spp. 4 0 0 0 0 0 2
Sitotroga cerealela 0 0 0 0 0 0 0
Tribolium spp. 0 0 0 0 0 0 0
RAFIA S/A Sitophilus spp. 4 12.7 7 31 56 181.5 188
Sitotroga cerealela 0 0 1 2 7 8.2 10
Tribolium spp. 0 0 0 1 2.3 3 5.7

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 21


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

4.1.3. Nível de Infestação


Os resultados de nível de infestação encontrados em diferentes estruturas de armazenamento de
milho são apresentados na (figura 9). Nele, pode se ver que a estrutura RS/A apresentou nível
infestação mais alto a partir de 90 dias podendo variar de 35% até chegar aos 100% de nível de
infestação em 180 dias, devido a facilidade de circulação de ar com o meio ambiente,
favorecendo assim a sobrevivência de insectos, seguido pelo PSTS/A que mostrou níveis de
infestação 35 a partir de 120 dias, podendo atingir 40% de nível de infestação aos 150 dias,
contudo houve uma descida brusca até 20% de nível de infestação aos 180 dias na mesma
estrutura.

Por outro lado foi verificado que no caso das restantes estruturas com aplicação de actellic e
SGBS/A não apresentou nível de infestação significativo. Anexo 2. Assim, justifica-se o facto de
estrutura RS/A apresentar maior nível de infestação comparativamente com as restantes
estruturas, uma vez que a densidade de infestação verificada na RS/A também foi relativamente
maior. Segundo et al. (1997), quanto maior é o nível de infestação dos grãos, maior é a
susceptibilidade do produto à deterioração qualitativa e, consequentemente, maior é a redução do
seu valor comercial.

Gottardi e Dionello (2010), não verificaram diferenças significativas entre os métodos de


armazenamento hermético e tradicional na incidência do A. flavusdurante seis meses de
armazenamento de soja.

Figura 9. Nível de infestação no milho

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 22


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

4.1.4. Número de insectos mortos


Os resultados de número de insectos mortos obtidos em diferentes estruturas de armazenamento
de milho são apresentados na figura 10. Nela pode-se verificar que a estrutura PSTC/A aos 90
dias mostrou valores altos de insectos mortos podendo até atingir 119 insectos mortos/kg e
depois houve uma redução brusca dos mesmos de 39 insectos/kg para 30 insectos/kg, aos 150
dias até 180 dias respectivamente. Pois as estruturas PSTC/A e RC/A mostraram tendências de
aumento de número de insectos mortos ,ao passar do tempo onde a estrutura RC/A atingiu 129
insectos mortos/kg e a PSTC/A com 124 insectos mortos/kg aos 180 dias respectivamente,
seguida da estrutura RS/A que atingiu 60% de insectos mortos aos 150 dias, todavia notou-se que
as estruturas SGBC/A e SGBS/A não tiveram maiores números de insectos mortos até no final
do período de estudo (180 dias), (Anexo 3).
Resultados estes vão de acordo com os estudos feitos por (Faroni et. al., 2002), Moreno et al.
(2000) e Quezada et al. (2006) após a realização de estudos de análise do período de
concentração de oxigénio em diferentes métodos de armazenamento cereais e leguminosas,
demonstraram que os insectos, seguidos por fungos e grãos (nessa ordem), são os principais
consumidores de oxigénio durante o armazenamento hermético, até que o oxigénio atmosférico
não possa mais suportar a respiração aeróbia destes organismos devido o aumento na
concentração de CO2 e uma redução nas concentrações de O2 nos mesmos métodos no
armazenamento ou em atmosfera controlada, ou até mesmo em atmosfera modificada
verificaram baixas concentrações de oxigénio e elevadas concentrações de CO2 e esta condição
impediram o desenvolvimento de pragas, causando, em pouco tempo, a morte de toda a
população de insectos nas inversas fases evolutivas.

Figura 10. Número de insectos mortos no milho

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 23


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

4.1.5. Percentagem de perda de peso (P.P.P)


Obtidos os resultados desta variável de (P.P.P) de diferentes estruturas de armazenamento de
grão de milho, foram demonstrados na figura 11. Podendo se notar que as estruturas RS/A e
PST/A tiveram uma tendência 7.9% de perda de peso/kg de cereal a partir de 90 dias depois de
armazenamento comparativamente com as outras estruturas, porém a estrutura RS/A que
aumentou a sua percentagem de perda de peso até 29.9% /kg de milho aos 180 dias. De acordo
com Gwinner et al. (1997), este factor deve-se através do ataque de Sitophilus spp, poque
segundo mesmo autor,todos os insectos que infestam e se desenvolvem no grão, consomem todo
ou parte deste. Espécies infestando internamente, como o Sitophilus spp.,R.dominica e S.
cerealella, alimentam-se largamente do endosperma, resultando em um grão com variável
percentagem de perda de peso . Contudo a pesar deste facto em relação a análises estatísticos não
mostraram diferenças significativas para todas estruturas usadas para armazenamento de grãos
no período de seis meses. (Anexo 4).
Os resultados obtidos neste estudo vão de acordo com os de (Sábio et al. 2004), citados por
(Nguenha, 2013) os quais, averiguaram menor percentagem de perda de peso (1.33%) em grãos
de arroz armazenados hermeticamente em relação aos armazenados em métodos tradicionais
(4.82%) durante seis Meses.
Todavia, quando os grãos são acondicionados adequadamente, segundo Villers et al. (2008), a
perda de peso causada pelos insectos é insignificante, o que se verifica nos métodos herméticos.

.
Figura 11. Percentagem de perda de peso de milho

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 24


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

4.1.6. Teor de humidade


Os resultados de humidade relativa obtidos em diferentes estruturas de armazenamento de milho
são apresentados na figura12. Onde mostram que o teor de humidade inicial de grão de milho
armazenado em diferentes estruturas era de 12.2%, nela pode-se ver que a estrutura RS/A teve
uma tendência de variação da percentagem de teor de humidade de grão podendo chegar ate
13.1% aos 180 dias, seguido da estrutura PSTS/A que teve uma variação de 12,2% no inicio, e
12.9% aos 180 dias de armazenamento de grão de milho. Entretanto embora com essas pequenas
variações não apresentaram diferenças significativas estatisticamente entre si desde o tempo
inicial até no fim do período de estudo (180 dias) em todas as estruturas. (Anexo 5).
De acordo com os estudos semelhantes feitos por (Rupollo et al., 2004) em diversos Países sobre
avaliação de qualidade dos grãos de trigo e milho, armazenados no sistema hermético, usando
recipientes recicláveis, não houve variação de humidade devido a não ocorrência de trocas com o
ambiente, permitindo a estabilidade da humidade dos grãos. Segundo Radunz (2006), durante o
armazenamento o teor de humidade dos grãos pode variar, isto é, aumentar ou diminuir, as vezes
manter.
Hayma (2005), cada produto possui um equilíbrio característico entre a humidade nele presente e
o vapor de água contido no ar que o rodeia, conhecido como equilíbrio higroscópico.
Os estudos feitos pelo (Nasar-Abbas et al. 2008a), que pesquisaram efeitos do armazenamento
com atmosfera modificada sobre a cor de fava (Vicia faba L.) com 12% de humidade a 30°C e
protegido da luz. Os pesquisadores constataram que o armazenamento em atmosfera modificada
com nitrogénio foi o melhor sistema para a preservação da cor, comparado à atmosfera com
dióxido de carbono, oxigénio e etileno.

Figura 12. Humidade relativa de milho

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 25


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

4.1.7. Poder Germinativo


Os resultados de poder germinativo de grãos de milho armazenados em diferentes estruturas,
foram apresentadas na figura 13, onde observa-se que aos 30 dias todas as estruturas
apresentaram a mesma percentagem de 87,1%, mas passando 90 dias algumas estruturas
mostraram uma variação percentual de poder germinativo, sendo a estrutura RS/A que mostrou
percentagem mais baixa, podendo até chegar 10% de poder germinativo/kg dos grão de milho
armazenados aos 180 dias, seguida da estrutura PSTS/A que aos 180 dias verificou-se um nível
baixo de 63,3% de poder germinativo/kg. Mediante outro lado as estruturas RC/A, PC/A e
SGBS/A demonstram poucas variações de percentagem de poder germinativo ate aos 180 dias
que foi 88.3%,86.% e 86.6% respectivamente.
Mas a estrutura SGBC/A mostrou uma tendência de subida de percentagem de poder
germinativo tendo atingido 93.3%/kg de grãos armazenados aos 180 dias. Segundo Rupollho,
(2004), citado por Nguenha, (2012) as normas e padrões de produção de sementes para a África
Austral estabelecem germinação mínima de 80%, portanto, para além da estrutura RS/A
verificada para os métodos herméticos mantiveram o poder germinativo acima do mínimo
estabelecido.
Segundo Freitas (2009), o decréscimo no poder germinativo influência directamente o número
inicial de plantas no campo, reflectindo-se no rendimento da cultura. Porém os s resultados do
presente estudo estão de acordo com os obtidos por Sábio et al. (2004), onde verificou-se no
armazenamento tradicional uma redução do poder germinativo na ordem dos 16.49% (de 92.87 a
76.38%) após seis meses de armazenamento de arroz, enquanto, no método hermético a redução
foi apenas de 2.86% no mesmo período. Rickman e Aquino (2004), avaliando a qualidade da
semente de arroz armazenada em método hermético e tradicional, verificaram que após seis
meses de armazenamento o poder germinativo foi de 90% e 51% no método hermético e
tradicional, respectivamente.
A germinação é um parâmetro que pode ser utilizado na avaliação da qualidade de grãos
armazenados, pois a diminuição no valor deste indicador sugere deficiências no processo
conservativo (Freitas, 2009). De acordo com Freitas et al. (2011), os grãos que apresentam alta
viabilidade germinativa durante o armazenamento são também os que retêm os demais
parâmetros considerados importantes na comercialização e na qualidade tecnológica.

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 26


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

O maior desempenho dos métodos herméticos na preservação do poder germinativo justifica-se


pelo facto de não permitirem trocas com o meio ambiente controlando eficazmente a densidade
de insectos que poderiam influenciar na redução significativa do poder germinativo do grão
(Weber, 2001).
No armazenamento de ráfia sem actellic verificou-se uma maior incidência de insectos, o que
explica o menor desempenho na preservação do poder germinativo. De acordo com (Faroni et al.
2007), os insectos praticamente se alimentam do endosperma na fase inicial e, depois, do germe,
o que causa considerável perda de peso e do poder germinativo. Algumas espécies destroem
somente causando pequena perda de peso, mas grande efeito na capacidade germinativa.

Figura 13. Percentagem de poder germinativo de milho.

4.2. Resultados de Feijão Nhemba

4.2.1. Densidade de insectos vivos


Os resultados da densidade de insectos vivos encontrados nas diferentes estruturas de
armazenamento de grão de feijão nhemba foram apresentadas na figura14, onde a estrutura RS/A
mostrou a intensidade de insectos vivos depois de 30 dias com 1.3 insectos vivos/kg de feijão
nhemba, e aos 60 até 90 dias não houve nenhum insecto vivo, mas a partir dos 120 dias
verificou-se a densidade de 4 insectos vivos/kg de feijão nhemba tendo aumentado até 12.3
insectos vivos/kg de feijão nhemba aos 180 dias, diferentemente da estrutura PSTS/A que
começou com uma densidade de 4 insectos vivos/kg aos 90 dias e decresceu para 2.7 insectos
vivos/kg de feijão nhemba aos 180 dias.
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 27
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

Por tanto as estruturas com aplicação de insecticida e a SGBS/A não mostraram nenhum insecto
vivo, embora terem apresentado 4 insectos/kg de feijão nhemba em todas estruturas no inicio de
estudo, assim como estatisticamente não mostraram diferenças significativas. (Anexo 6).

Esses resultados estão de acordo com os estudos de Nasar et al. (2008a), que pesquisaram
efeitos do armazenamento de feijão fava (Vicia faba L.) e feijão comum (Phaseolus vulgaris L.),
usando garrafas metálicas, plásticas e sacos SGB durante seis meses. Os pesquisadores
constataram que o armazenamento em SGB foi o melhor sistema para a preservação da qualidade
dos grãos do feijão e não tiveram nenhum insecto vivo. Brackmann et al. (2002) verificaram que
o armazenamento em métodos herméticos preservou a cor do tegumento dos grãos de feijão
comum (Phaseolus vulgaris L).

Segundo (Faroni, 2006) estudos feito em Argentina usando sistemas fechado com objectivos de
preservar cacau durante 12 meses descreve que os dados foram apresentados para o controle de
insectos e para a preservação de café e de cacau armazenados empregando uma nova abordagem
através da utilização de atmosferas modificadas como uma alternativa. As taxas de respiração de
sementes de cacau no equilíbrio humidade relativa de 73% a 26ºC em recipientes
hermeticamente fechados empobrecido a concentração de oxigénio para <1% e aumentou o
concentração de dióxido de carbono a 23%, em seis dias. A estrutura flexível hermeticamente
fechado contendo 6,7 toneladas de sementes de cacau foi monitorada para os parâmetros de
concentração de oxigénio e de qualidade do feijão (Navarro et, al., 2007) as medições mostraram
uma diminuição na concentração de oxigénio para 0,3% após 5,5 dias sem insectos.

Figura 14. Densidade de insectos vivos de feijão nhemba/kg)

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 28


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

4.2.2. Nível de infestação (%)


Os resultados de nível de infestação encontrados em diferentes estruturas de armazenamento de
feijão nhemba são apresentados na figura14. Nele pode se ver que para todas estruturas desde aos
30 dias até 90 dias não mostraram tendências de variação de nível de infestação, mas de 120 aos
180 dias algumas estruturas como PSTS/A, SGBS/A e RS/A mostraram uma pequena variação
de nível de infestação podendo até chegar 14.7%, 18% e 12,7% respectivamente. Sendo que a
RS/A com maior nível de infestação devido as características da própria estrutura, uma delas é a
completa exposição a variação dos factores do meio ambiente como a circulação do ar dentro da
estrutura que facilita a sobrevivência e desenvolvimento dos insectos.
No entanto as restantes estruturas com mesmas não mostraram estatisticamente diferenças
significativas entre si, (Anexo7). Para Hoseney et al. (1991), quanto maior é o nível de
infestação dos grãos, maior é a susceptibilidade do produto à deterioração qualitativa e,
consequentemente, maior é a redução do seu valor comercial. Mas estudos desenvolvidos por
Villers et al., (2008) no armazenamento de grãos de feijão nhemba usando estruturas herméticas
e armazenamento tradicional num período de seis meses em Tanzânia e Ghana mostraram
diferenças significativas de nível de infestação.

Figura 15. Nível de infestação no feijão nhemba

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 29


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

4.2.3. Número de insectos mortos (kg)


Os resultados de número de insectos mortos obtidos em diferentes estruturas de armazenamento
de milho são apresentados na figura15. Todavia verifica-se que as estruturas PSTS/A, SGBS/A e
RS/A tiveram altos valores de insectos mortos colhidos nos grão de feijão nhemba armazenado
podendo chegar 125.7; 142.3 e 133.7 insectos mortos/kg aos 180 dias. Porém as estruturas com
aplicação de actellic não mostraram diferenças significativas comparando com as estruturas não
tratadas, (Anexo 8). Segundo (Faroni et., al.,2002) este factor é devido a falta de oxigénio nas
estruturas herméticas conforme os resultados que ele obteve após a realização de estudos de
análise do período de concentração de oxigénio em diferentes métodos de armazenamento e
leguminosas, demonstraram que os insectos, são os principais consumidores de oxigénio durante
o armazenamento hermético, até que o oxigénio atmosférico não possa mais suportar a
respiração destes organismos e do próprio grão armazenado devido o aumento na concentração
de CO2, causando, em pouco tempo, a morte de toda a população de insectos nas inversas fases
evolutivas.

Figura 16. Número de insectos Morto de feijão nhemba

4.2.4. Percentagem de perda de peso (P.P.P)


Adquiridos os resultados de (P.P.P) de diferentes estruturas de armazenamento de grão feijão
nhemba num período de 180 dias, foram evidenciados na figura17. Nela, pode-se notar que a
estrutura PSTC/A aos 90 dias perdeu quase 30% de peso/kg de feijão nhemba e aos 120 dias
todas estruturas não perderam peso, contudo ate no final de estudo verificou-se menor
percentagem de perda de peso. Mas mesmo com este factor estatisticamente as estruturas não
Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 30
Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

mostraram diferenças significativas. (Anexo 9). Todavia, segundo Villers et al. (2008), quando
os grãos são acondicionados adequadamente, a perda de peso causada pelos insectos é
insignificante, o que se verifica nos métodos herméticos.

Figura 17. Percentagem de perda de peso de feijão nhemba

4.2.5. Teor de humidade (%)


Os resultados encontrados em diferentes estruturas de armazenamento de feijão nhemba durante
seis (6) meses, foram representados na figura 18, no inicio em todas estruturas tinham grão de
feijão nhemba com teor de humidade de 11.8%, no entanto estatisticamente não mostraram
diferenças significativas, embora algumas estruturas possam apresentarem uma variação
numericamente após seis meses, como a PSTS/A tendo variado de 11.8 ate 13.9 seguida da RS/A
que variou de 11.8 ate 13.5. entretanto para a estrutura SGBS/A e SGBC/A também
apresentaram menores variações. Anexo 10. No entanto verificou-se que os resultados vão de
acordo com estudos feitos por Rupollo et al. (2006), variações no teor de humidade dos grãos
apresentam uma tendência ao equilíbrio com as estruturas. Nas condições de armazenamento
herméticas, os grãos apresentaram menores variações de humidade devido à não ocorrência de
trocas com o ambiente, permitindo a estabilidade higroscópicas representada pelas pequenas
variações de humidade. Santos et al. (2006), ressaltam o facto de nestes sistemas não haver
renovação do ar, e o grão, através de sua actividade respiratória, consumir o oxigénio disponível,
diminuindo gradualmente a actividade metabólica, controlando também a liberação de água no

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 31


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

ambiente. Segundo Radunz (2006), durante o armazenamento o teor de humidade dos grãos pode
variar, isto é, aumentar ou diminuir, as vezes manter.
Hayma (2005), cada produto possui um equilíbrio característico entre a humidade nele presente e
o vapor de água contido no ar que o rodeia, conhecido como equilíbrio higroscópico.
Os estudos feitos pelo (Nasar-Abbas et al. 2008a), que pesquisaram efeitos do armazenamento
com atmosfera modificada sobre a cor de fava (Vicia faba L.) com 12% de humidade a 30°C e
protegido da luz. Os pesquisadores constataram que o armazenamento em atmosfera modificada
com nitrogénio foi o melhor sistema para a preservação da cor, comparado à atmosfera com
dióxido de carbono, oxigénio e etileno.

Figura 18. Teor de humidade

4.2.6. Poder germinativo


Os resultados obtidos de poder germinativo de grãos de feijão nhemba armazenados nas
diferentes estruturas de armazenamento durante um período de estudo de seis meses, foram
aprestados na figura 19. Nela verifica-se que para todos os tratamentos o poder de germinativo
aos 30 dias foi acima de 90% /kg e aos 180 dias a estrutura RS/A manteve a percentagem de
poder germinativo a 90%/kg de grãos de feijão nhemba comparada com as restantes estruturas,
no entanto houve um decréscimo percentual dos grãos armazenados na estrutura PSTS/A
podendo chegar 63.3%/kg de esta leguminosa aos 90 dias a pós o seu armazenamento
relacionando com as restantes estruturas de armazenamento. Contudo as estruturas (SGB com e

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 32


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

sem actellic) em todo período mantiveram os seus níveis de equilíbrio de poder de germinação
acima de 90%.

O maior desempenho dos métodos herméticos na preservação do poder germinativo justifica-se


pelo facto de não permitirem trocas com o meio ambiente controlando eficazmente a densidade
de insectos que poderiam influenciar na redução significativa do poder germinativo do grão
(Weber, 2001). De acordo com Freitas et al. (2011), os grãos que apresentam alta viabilidade
germinativa durante o armazenamento são também os que retêm os demais parâmetros
considerados importantes na comercialização e na qualidade tecnológica.
Estudos realizados em vários países, incluindo México e Bangladesh têm mostrado que a
armazenagem hermética mantém arroz e milho semente germinação de 85% ou mais, por
períodos de até 9 meses, enquanto o armazenamento convencional em sacos de juta reduz a
germinação até 14% a 76% dentro de 3 meses. Isto levou à adopção de armazenamento
hermético por alguns principais produtores de sementes e grãos de cereais e leguminosas para
fornecer ao nível internacional (Sábio et al ,2006) e (Villers et al 2008).
Mais cedo, a cevada foi armazenada com sucesso em Chipre tais Bunkers (Navarro et al,
1984;1993) permitiu a preservação de cevada de qualidade para 3 anos, com um total de perdas
de 0,66% a 0,98%, e com a germinação restante acima de 88% (Varnava e Muskos, 1997).

100
90
Poder germinativo (%)

80
70
60
50
40 30
30
20 90
10 180
0
PST PST
SGB SGB RAFIA
C/A S/A
C/A S/A C/A RAFIA
S/A
Axis Title

Figura 19. Percentagem de poder germinativo

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 33


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e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

CAPITULO V: CONCLUSOES E RECOMENDACÕES


5.1. Conclusões
Os insectos identificados nos grãos de milho armazenados em diferentes estruturas durante seis
meses foram: Sitotroga cerealella (Olivier), Sitophilus spp, e Tribolium castaneum (Herbst),
sedo sitophilus spp insectos foram observados com maior incidência em todas estruturas, e para
nos grãos de feijão nhemba foi se verificar uma espécie de insectos durante todo tempo de
armazenamento: Acanthoscelides obtectus.

As estruturas SGBC/A e SGBS/A foram melhores, em relação as restantes estruturam, no


controlo de todas as espécies de insectos identificados, mantendo densidades de infestação muito
baixas.As estrutura RS/A e PSTS/A apresentaram maior nível de infestação no armazenamento
de grão de milho e feijão nhemba em relação as outras.

Os métodos herméticos tiveram melhor desempenho na preservação do poder germinativo em


relação a estrutura RS/A aos 180 dias de armazenamento um poder germinativo abaixo do
mínimo estabelecido em Moçambique (80%) nos grãos de milho, portanto para nos grãos de
feijão nhemba todas estruturas apresentaram um poder germinativo acima de 80%, fenómeno
este aconteceu porque variedade usada quanto o seu poder germinativo tem muito vigo (IT18)
O teor de humidade dos grãos armazenados pela estrutura RS/A variou significativamente após
180 dias do seu armazenamento, contudo, apesar do aumento outras estruturas manterem dentro
dos padrões recomendados em Moçambique, cerca de 13%. Aos 180 dias de armazenamento o
teor de humidade desta estrutura RS/A foi de 13.1% nos grãos de milho, e no método hermético
com aplicação de actellic e SGBS/A, apresentaram 12.4% e 12.3%, 12.55 e 12.7%
respectivamente.
A estrutura PST é melhor para armazenamento de grão de milho e feijão nhemba tratado com
actellic, podendo dificultar a sua adopção aos pequenos produtores.

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 34


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

5.2 Recomendações
Com base nas conclusões e constatações tiradas do presente estudo recomenda-se:

a) Aos investigadores, há áreas de interesse que podem merecer estudos específicos:

 Medir a temperatura das estruturas herméticas antes de usa-los e monitorar os níveis de


oxigénio e/ou dióxido do carbono ao longo do ensaio, o que vai ajudar a justificar a
variação dos resultados.
 Produção de micotoxinas nos grãos armazenados em sistema hermético e, também que
os grãos de milho e de feijão nhemba sejam armazenados por um período superior a seis
meses, de modo a saber por quanto tempo esses produtos preservam as suas qualidades
quando armazenados hermeticamente.
 Estudo da viabilidade económica do armazenamento hermético, de modo a verificar se
este método pode ser acessível para os pequenos agricultores.

b) Aos extensionistas/instituições governamentais e privadas

 Que sensibilizem e incentivem as comunidades rurais em particular os produtores, para a


adopção do uso de armazenamento hermético usando a estrutura SGB, para
armazenamento dos grãos dos cereais e leguminosas, assim como a sensibilização em
matérias de secagem de produtos.

c) Aos agricultores

 O uso das estruturas herméticas (SGB) para o armazenamento de grãos de milho e feijão
nhemba. É correcto que o armazenamento hermético usando PSTC/A também preserva a
qualidade do grão, no entanto, são estruturas que dificilmente se encontram, não só
implica muitos custos na compra de insecticida.
 Que a estrutura hermética (SGB) seja introduzido dentro do saco de juta ou de ráfia para
evitar possíveis perfurações do plástico e quebra de hermeticidade.

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 35


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

CAPITULO VI: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Adams, J.M & Schulten, G.G.M (1978). Losses Caused by Insects, Mites and
Microorganisms. In Harris, K.L & Lindblad, C.J. (Eds.). Postharvest Grain Loss
Assessment Methods. AACC, St. Paul, Minnesota. Pág. 83-93.
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Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

CAPITULO VII: ANEXOS


Anexo 1. Anova de densidade de insectos vivos

Source DF SS MS F P
Tratament 5 92564 18512.8 14.2 0.0000
Error 120 156240 1302.0
Total 125 248804

Grand Mean 18.379 CV 196.33


Comparação da densidade de insectos vivos e

PSTS/A 6.9286 a
RS/A 3.5905 ab
SGBS/A 2.0905 b
PSTC/A 0.8000 b
SGBC/A 0.7143 b
RC/A 0.1905 b

Alfa 0,05 Erro padrão de comparação 1,7300 Valor Crítico t 1,980 valor crítico para comparação
3,4254 Existem 2 grupos (a e b ), em que os meios não são significativamente diferentes um do
outro.
Anexo 2. Análise de nível de infestação

Source DF SS MS F P
Tratament 5 21713.4 4342.69 14.6 0.0000
Error 120 35790.6 298.25
Total 125 57504.0
Grand Mean 11.812 CV 146.21

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 42


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

Comparação de nível de infestação

RS/C 8.9048 a
SGBS/A 8.2238 ab
PSTS/A 8.1000 ab
SGBC/A5.5000 ab
RC/A 4.2762 ab
PSTC/A3.4238 b

Anexo 3. Análise de número de insectos mortos


Source DF SS MS F P
Tratament 5 43492 8698.32 6.39 0.0000
Error 120 163392 1361.60
Total 125 206883

Grand Mean 27.905 CV 132.23

Comparação de nível de infestação

SGBS/A 49.071 a
PSTS/A 48.057 a
RS/A 43.143 a
RC/A 8.5571 b
SGBC/A1.7714 b
PSTC/A0.6143 b

Alfa 0,05 erro padrão de comparação 11,974 Critico t Valor 1.980 Valor crítico de Comparação
23,708 Existem 2 grupos ( a e b) em que os meios não são significativamente diferentes uns dos
outros .

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 43


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

Anexo 4. Análise de P.PP

Source DF SS MS F P
Tratament 5 851.68 170.337 13.5 0.0000
Error 120 1518.71 12.656
Total 125 2370.39

Grand Mean 34.483 CV 10.32

Comparação de PPP

RS/A 12.533 a
SGBC/A 12.476 a
RC/A12.157 a
SGBS/A 12.090 a
PSTC/A 12.038 a
PSTS/A 11.962 a

Alfa 0,05 Erro Padrão de Comparação 11.974 Critico t Valor 1.980 Valor crítico de Comparação
23,708 Existem dois grupos (a e b) os meios não São significativamente Diferentes uns dos
Outros.

Anexo 5. Análise de (T.H)


Source DF SS MS F P
Tratament 5 8584 1716.74 1.10 0.3655
Error 120 187739 1564.49
Total 125 196323
Grand Mean 28.967 CV 136.55

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 44


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

Comparaçao de T.H
PSTS/A 12.890 a
SGBS/A 12.638 ab
RS/A 12.376 bc
PSTC/A 12.290 bc
SGBC/A 12.276 bc
RS/A 12.181 c

Alfa 0,05 Erro padrão de comparação 0,2043 Valor Crítico t 1,980 valor crítico para comparação
0,4044 Existem 3 grupos (a , b, etc. ), em que os meios não são significativamente diferentes uns
dos outros.

Anexo de feijão nhemba

Anexo 6. Anova de densidade de insectos vivos


Source DF SS MS F P
Tratament 5 678.37 135.674 4.32 0.0012
Error 120 3771.26 31.427
Total 125 4449.63
Grand Mean 2.3857 CV 234.98

Comparação da densidade de insectos vivos

PSTS/A 6.9286 a
RS/A 3.5905 ab
SGBS/A 2.0905 b
PSTC/A 0.8000 b
SGBC/A 0.7143 b
RC/A 0.1905 b

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 45


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

Alfa 0,05 Erro padrão de comparação 1,7300 Valor Crítico t 1,980 valor crítico para comparação
3,4254 Existem 2 grupos (a e b ), em que os meios não são significativamente diferentes um do
outro.

Anexo 7. Análise de nível de infestação


Source DF SS MS F P
Tratament 5 560.03 112.007 1.54 0.1811
Error 120 8702.28 72.519
Total 125 9262.32
Grand Mean 6.4048 CV 132.96

Comparação de nível de infestação


RS/A 8.9048 a
SGBS/A 8.2238 ab
PSTS/A 8.1000 ab
SGBC/A 5.5000 ab
RC/A 4.2762 ab
PSTC/A 3.4238 b
Alfa 0,05 Erro padrão de comparação 2,6280 Valor Crítico t 1,980 valor crítico para comparação
5,2033 Existem 2 grupos (a e b ), em que os meios não são significativamente diferentes um do
outro .
Anexo 8. Análise de número de insectos mortos
Source DF SS MS F P
Tratament 5 59736 11947.2 7.94 0.0000
Error 120 180662 1505.5
Total 125 240398

Grand Mean 25.202 CV 153.96

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 46


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

Comparação de nível de infestação


SGBS/A 49.071 a
PSTC/A 48.057 a
RS/A 43.143 a
RC/A 8.5571 b
SGBC/A1.7714 b
PSTC/A 0.6143 b
Alpha 0,05 erro padrão de comparação 11,974 Critico t Valor 1.980 Critico Valor para
comparação 23,708 Existem 2 grupos (a e b ) , em que os meios não são significativamente
diferentes um do outro.

Anexo 9. Análise de P.PP


Source DF SS MS F P
Tratament 5 5.955 1.19105 0.40 0.8468
Error 120 355.713 2.96428
Total 125 361.669
Grand Mean 12.210 CV 14.10

Comparação de PPP

RS/A 12.533 a
SGBC/A 12.476 a
RC/A12.157 a
SGBS/A 12.090 a
PSTC/A 12.038 a
PSTS/A 11.962 a
Alfa 0,05 erro padrão de comparação 0,5313 Critico T Valor 1.980 Valor crítico de Comparação
1,0520 Não há diferenças significativas entre os pares os meios.

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 47


Avaliação de diferentes estruturas de armazenamento na preservação da qualidade dos grãos de milho (Zea mays L.)
e feijão nhemba (Vigna unguigulata Walp.) na época quente.

Anexo 10. Análise de (T.H)


Source DF SS MS F P
Tratamt 5 7.6128 1.52256 3.48 0.0057
Error 120 52.5743 0.43812
Total 125 60.1871
Grand Mean 12.442 CV 5.32

Comparaçao de T.H
PSTS/A 12.890 a
SGBS/A12.638 ab
RS/A12.376 bc
PSTC/A 12.290 bc
SGBC/A 12.276 bc
RC/A 12.181 c

Alfa 0,05 Erro padrão de comparação 0,2043 Valor Crítico t 1,980 valor crítico para comparação
0,4044 Existem 3 grupos (A, B, etc. ), em que os meios não são significativamente diferentes um
dos outros.

Cipriano Afiado Trabalho de Licenciatura Página 48

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