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Reino Plantae (Cont.

1
Resumo das etapas evolutivas das plantas

2
Reino Plantae

Whisk ferns - Psilotum

Plantas vasculares,
também chamadas
traqueófitas
Gimnospérmicas

3
Reino Plantae
Traqueófitas vs. Não-traqueófitas

•Todos os membros de sete das divisões


apresentam um sistema vascular bem
desenvolvido para o transporte de
matérias por todo o organismo vegetal –
Traqueófitas (nome derivado das
células condutoras – traquídeos)

•As três divisões restantes (hepáticas,


antoceros e musgos) não apresentam
vasos condutores – Não-traqueófitas.

•As plantas não-traqueófitas não


constituem um grupo monofilético

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Classificação por tipo de planta

Pteridófitas – plantas
vasculares sem semente.

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Ciclos celulares

A. Na meiose zigótica, o zigoto divide-se por meiose para formar 4 células haploides. Cada uma
dessas células divide-se, por mitose, para produzir ainda mais células haploides ou um indivíduo
multicelular haploide que então dá origem a gametas por diferenciação. Característico de várias
algas e nos fungos.
B. Na meiose gamética, os gametas haploides são formados por meiose num indivíduo diploide e
fundem-se para formar um zigoto diploide que se divide para produzir outro indivíduo diploide. É
característico da maior parte dos animais e de alguns protistas, e algumas algas verdes e
castanhas.
C. Na meiose espórica, o esporófito ou indivíduo diploide produz esporos haploides. Em vez de
funcionar como gametas, esses esporos passam por divisão mitótica. Isso dá origem a
indivíduos multicelulares haploides (gametófitos), que no fim produzem gametas que se fundem
para formar os zigotos diploides. Esses zigotos, por sua vez, diferenciam-se em indivíduos
diploides. Esse tipo de ciclo de vida, conhecido como alternância de gerações, é característico
das plantas e de muitas algas.
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Ciclos celulares em plantas
• Em plantas, a meiose (meiose espórica) resulta na produção de esporos, não gametas. Os
esporos são células que podem dividir-se diretamente por mitose para produzir um
organismo haploide multicelular; isso difere dos gametas, que só podem desenvolver-se
após a fusão com outro gameta.
• Os organismos haploides multicelulares que aparecem em alternância com as formas
diploides são encontrados em plantas, assim como em algumas algas castanhas,
vermelhas e verdes
• Tais organismos exibem o fenómeno conhecido como alternância de gerações.
• Entre as plantas, a geração haploide e produtora de gametas é chamada gametófito,
enquanto a geração diploide e produtora de esporos é chamada esporófito.
• Há alguns ciclos de vida, em que as formas haploide e diploide não são idênticas. Nos
ciclos de vida desse tipo, o gametófito e o esporófito tornaram-se diferentes um do outro, e
origina uma alternância de gerações heteromórficas. São característicos de plantas e de
algumas algas castanhas e vermelhas.

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Ciclos celulares em plantas

Os ciclos celulares em plantas apresentam alternância de gerações – gametofítica


(haplóide) e esporofítica (diplóide).

Diferenças entre Traqueófitas e não-Traqueófitas


no que diz respeito ao ciclo celular

A duração e importância das fases gametofítica


e esporofítica --- Nas plantas não-traqueófitas a
geração do gametófito é maior e dominante,
enquanto o oposto ocorre nas traqueófitas.

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Briófitas
• São criptógamas, plantas que não produzem flores.
• São a transição entre algas verdes e as plantas
vasculares.
• Foram as 1as a deixar o meio aquático e colonizar o
meio terrestre.
• Dependem grandemente de água líquida (“anfíbios das
plantas”) mas existem em desertos.
• Sensíveis à poluição, sofrem uma drástica redução de
variabilidade nessas zonas. Usados como indicador de
poluição.
•Tradicionalmente constituídas pelos musgos, as hepáticas
e os antóceros.
• A grande maioria dos musgos, hepáticas e antóceros
forma densos tapetes de pequenas plantas, raramente
maiores que alguns centímetros de altura. No entanto
existem espécies com cerca de um metro de altura.
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Briófitas
Características principais:
As briófitas são um grupo de plantas verdes, sem raízes (mas com um rizóide
composto por pêlos absorventes) e também sem um verdadeiro caule ou folhas.
São também desprovidas de um sistema vascular, motivo pelo qual se
desenvolvem preferencialmente em locais húmidos e protegidos da luz directa do
sol.
São também desprovidas de qualquer tecido rígido de sustentação ou tecido de
suporte, não podendo por isso, atingir grandes dimensões. As espécies maiores
não ultrapassam, em regra, 30 centímetros acima do solo.

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Briófitas - musgos

O corpo de um musgo típico é


constituído por:

Rizóides – apenas têm a função de


aderência ao substrato, pois a
absorção de água e sais minerais
ocorre directamente através das
células aéreas. Este facto é explicado
pela ausência de sistema vascular.
Caulóide – é constituído por
epiderme, parênquima e uma zona
central com células alongadas sem
espessamentos, envolvidas no
transporte de água e nutrientes.

11
Briófitas - musgos
Os gâmetas masculinos, os anterozóides, são dotados de mobilidade, tendo de nadar na
água para atingirem os gâmetas femininos.
Os gâmetas femininos, as oosferas, são produzidas em oogônios recobertos por algumas
células longas e tubulares.
Presença de uma camada protectora de células estéreis nos gametângios masculinos e
femininos.

Esporângios protegidos por uma camada de


células estéreis
 Retenção do embrião dentro dos oogônios
Esporófitos multicelulares diplóides, produtores de
esporos Seta ou seda
 Substancia de reserva: amido
Clorofila a e b
 Reprodução oogâmica

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Briófitas - musgos

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Filo Hepatophyta
Características principais: Talosa
 Apresenta cerca de 6000 espécies Folhosa
 Podem apresentar duas formas: talosa e folhosa
 Possuem uma fase em protonema (estado imaturo do
gametófito)
 Esporófito sem estomas
 Rizóides unicelulares;
 As hepáticas folhosas possuem filídios achatados em um plano,
inteiros, lobados ou partidos, dispostos em 3 fileiras, 2 de igual
tamanho e outra menor - o anfigastro;
 As hepáticas talosas possuem uma superfície do talo delgada e
rica em clorofila, a inferior é incolor e espessa.
 Possuem vários cloroplastos por célula
 Habitat: A maioria das hepáticas são de clima húmido
temperado e tropicais. Algumas são epífitas e epífilas, e poucas
são aquáticas.
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Filo Hepatophyta

Figuras 1-7. Mastigolejeunea innovans (Spruce)


Steph. 1. Gametófito, vista ventral. 2. Filídios,
vista ventral. 3. Lóbulo. 4. Anfigastro.

BASTOS, Cid José Passos and YANO, Olga. Lejeuneaceae holostipas


(Marchantiophyta) no Estado da Bahia, Brasil. Acta Bot. Bras. [online].
2006, vol.20, n.3 [cited 2012-02-21], pp. 687-700

Arranjo das folhas nas


Hepatophyta
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Filo Anthocerophyta

Características principais:
Frullania
 Apresenta cerca de 100 espécies
 Os gametófitos dos antóceros assemelham-se aos das hepáticas talosas, mas
existem muitas características que indicam um relacionamento relativamente distante.
 Os representantes de antóceros apresentam muitas cavidades internas que são
habitadas por cianobactérias que fixam nitrogénio e o fornecem para as suas plantas
hospedeiras.
 Esporófito bem diferenciado em cápsula e pé, e apresenta Esporófito
estomas
 Os gametófitos de algumas espécies de antóceros são
unissexuados, enquanto outros são bissexuados.
 Numerosos esporófitos podem desenvolver-se no mesmo
gametófito.
 Possuem um cloroplasto por célula, com um pirenóide ou
vários cloroplastos sem pirenóide Phaeoceros.
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Filo Anthocerophyta

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Filo Bryophyta
Características principais:

• As briófitas mais comuns são os musgos; estão descritas mais de 15.000 espécies de
musgos, o que faz deste grupo o terceiro mais diversificado entre as plantas verdes.
• Apresentam o corpo mais diferenciado
• As plantas individuais crescem como ramos a partir de uma rede de filamentos
horizontais e subterrâneos, que constituem o protonema
• À região ereta ou caulóide ligam-se estruturas semelhantes a folhas, os filóides, que
crescem dos tecidos especializados das folhas das plantas vasculares, constituído
apenas por uma ou por um pequeno número de camadas de células.

• Alternância de gerações, com geração gametófita mais desenvolvida do que a


esporófita
• Possuem vários cloroplastos por célula
• Habitat: levemente húmidos, mas protegidos do sol, contudo podem sobreviver a
períodos longos de desidratação ou de gelo intenso
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Plantas vasculares (PV)
• Sistema condutor de fluidos eficiente, consistindo em xilema e floema, solucionou o problema do
transporte de água e de substâncias nutritivas na planta – uma séria preocupação para qualquer
organismo grande.
• Capacidade de sintetizar lignina, que é incorporada às paredes das células de sustentação e das células
condutoras de água, Tem sido proposto que as primeiras plantas poderiam permanecer eretas apenas
por pressão de turgor, o que limitaria não apenas os ambientes nos quais elas poderiam viver, mas
também a sua estatura. A lignina dá rigidez às paredes, tornando possível aos esporófitos
vascularizados alcançarem maior altura.
• Capacidade de ramificar-se intensamente por meio da atividade de meristemas apicais localizados no
ápice do caule e ramos.
• Apresentam esporófitos ramificados que produzem esporângios múltiplos; elas são poliesporangiadas.
• Estas plantas apresentavam raízes, que funcionavam na fixação e absorção de água e sais minerais e
caules e folhas, que forneciam um sistema bem adaptado às necessidades da vida na terra, ou seja, a
aquisição de energia da luz solar, de dióxido de carbono da atmosfera e de água.
• A geração gametofítica sofreu uma redução progressiva no seu tamanho e tornou-se gradualmente mais
protegida e nutricionalmente dependente do esporófito.
• Finalmente, surgiram as sementes. São estruturas que proporcionam nutrientes ao embrião do
esporófito e também ajudam a protegê-lo dos rigores da vida na terra.
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Organização do corpo das PVs
• A diferenciação de raízes, caules e folhas – os órgãos da planta.
• O conjunto de raízes forma o sistema radicular, que fixa a planta e absorve água e sais
minerais do solo.
• O caule e as folhas juntos formam o sistema caulinar, com o caule originando órgãos
fotossintetizantes especializados – as folhas – dispostas para a captura da luz solar. O
sistema vascular conduz água e minerais para as folhas e os produtos da fotossíntese das
folhas para outras partes da planta.
• Os diferentes tipos de células do corpo da planta estão organizados em tecidos, e os
tecidos estão organizados em sistemas de tecidos.
• Há três sistemas de tecidos –dérmico, vascular e fundamental.
• O sistema dérmico forma o revestimento externo de proteção da planta.
• O sistema vascular compreende os tecidos condutores – xilema e floema – e
• está imerso no sistema fundamental
• As principais diferenças nas estruturas da raiz, caule e folha estão na distribuição
relativa dos tecidos dos sistemas vascular e fundamental.

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Plantas Vasculares evolução
• 1. As primeiras plantas vasculares, caracterizadas por uma estatura relativamente
pequena e uma morfologia simples e presumivelmente primitiva. Estas plantas
incluem as riniófitas, zosterofilófitas e trimerófitas, que foram dominantes do período
Siluriano Médio até o Devoniano Médio, há cerca de 425 até 370 milhões de anos.
• 2. Monilophytes, licófitas e progimnospérmicas. Estes grupos mais complexos foram
dominantes a partir do período Devoniano Superior até o Carbonífero, por volta de
375 a 290 milhões de anos.
• 3. As plantas com sementes que surgiram no período Devoniano Superior, há pelo
menos 380 milhões de anos, e desenvolveram muitas linhas evolutivas novas durante
o período Permiano. As gimnospérmicas dominaram as floras terrestres durante a
maior parte da era Mesozoica até cerca de 100 milhões de anos.
• 4. As plantas com flores, que apareceram no registo fóssil há cerca de 135 milhões de
anos. Este filo tornou-se abundante na maior parte do mundo à 30 a 40 milhões de
anos e tem permanecido dominante desde então.

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Plantas sem semente
Plantas vasculares (traqueófitas) sem
sementes:
As primeiras plantas vasculares sem sementes
pertenciam aos filos Rhyniophyta,
Zosterophyllophyta e Trimerophytophyta, já
extintos.

Cooksonia a planta
vascular mais antiga
conhecida.

Árvore licofita já extinta.


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Plantas vasculares sem semente
As plantas vasculares sem sementes atuais pertencem aos seguintes filos:

Filo Lycopodiophyta (licopódios, “club mosses”)


Filo Pteridophyta (pteridófitos: fetos (ferns) , Psilotopsida (whisk ferns) e
cavalinhas (horsetails))

As plantas vasculares possuem tecidos vasculares chamados xilema e


floema que consistem num sistema de transporte de água e alimento na
planta.
Têm a capacidade de sintetizar a lenhina que dá a rigidez necessária à
planta para permanecer ereta e contribuiu para que o esporófito se tornasse
cada vez maior.
Ramificam-se profusamente através de meristemas apicais.
Os esporófitos das plantas vasculares têm a capacidade de produzir
múltiplos esporângios.

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Lycopodiophyta (licopódios)
• Os 10 a 15 géneros e
aproximadamente 1.200 espécies
atuais de Lycopodiophyta são os
representantes de uma linha
evolutiva que vem desde o período
Devoniano.
• Evidências morfológicas e
moleculares indicam que, do
Devoniano Inferior ao Médio
ocorreu uma divisão basal,
separando uma clade licófita que
inclui a linhagem das licófitas atuais
de uma clade conhecida como
eufilófitas. A clade eufilófita inclui
todas as outras linhagens de plantas
vasculares atuais – as monilófitas
(fetos e cavalinhas) e as plantas com
sementes.

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Isoetes

Lycopodiophyta (licopódios)
Linha evolutiva diferente de todas as outras plantas vasculares
Existem poucas espécies sobreviventes.
• Características gerais:
• Raízes ramificadas em dois (dicotomicamente).
• Tecidos vasculares mais simples do que noutras
traqueófitas.
• Apresentam apenas micrófilos, que estão organizados
em espiral à volta do caule.
• Em algumas espécies, e.g. Lycopodium, os esporângios
estão contidos em estruturas em forma de cone –
estróbilos.
• Podem ser homósporas ou heterósporas.
• Géneros mais comuns:
Lycopodium
Selaginella
Isoetes 25
Selaginella
Lycopodiophyta
• Família: Lycopodiaceae •
• Cerca de 400 espécies divididas entre 15 géneros. Isoetes azorica
• Ocorrem do Ártico aos trópicos sendo que a maioria das
espécies é tropical.
• São frequentemente epífitas.

• Família: Selaginellaceae
• 700 espécies reunidas num único género: Selaginella
• A maioria das espécies é tropical. Lycopodium clavatum
• Planta da ressurreição Selaginella lepidophylla Serra da Estrela

• Família Isoetaceae
• Isoetes é o parente atual mais próximo das antigas licófitas
arbóreas do Carbonífero.
• Cerca de 200 espécies.
• Largamente distribuídas pelo mundo
• Frequentemente aquáticas. Selaginella denticulata
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Pteridophyta
O filo Pteridophyta é composto por três
grandes classes, Equisetopsida,
Psilotopsida e Pteridopsida.

Os dois primeiros são


monofiléticos, enquanto a classe
Pteridopsida é polifilética (se bem
que 97% pertencem à mesma
clade).

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Equisetopsida
Apresentam poucas espécies vivas, todas pertencentes a um
único género - Equisetum
Apresenta aproximadamente 25 espécies.
 São frequentemente designadas de “cauda-de-cavalo” ou cavalinhas, devido
ao seu peculiar modo de ramificação, conhecida por ramificação verticilada.
 Apresentam raízes, caule e folhas. Equisetum
 Folhas muito pequenas, e tal como os ramos, ligam-se ao caule em
verticilos.
 Os esporos estão contidos em estróbilos apicais.
 Do desenvolvimento dos esporos são produzidos protalos pouco
desenvolvidos, que representam a geração gametófita.
 A sua composição química é constituída por grande quantidade de silício e
quantidades menores de cálcio, ferro, magnésio, sódio, entre outros.
 A actividade fotossintética das folhas é desprezável. A maior parte da
fotossíntese é efectuada pelo caule.
28
Em Portugal

• Equisetum arvense Equisetum palustre Equisetum ramosissimum

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Psilotopsida
Características principais:
Apresenta apenas duas famílias - Psilotaceae e
Ophioglossaceae
 Uma planta herbácea desprovida de raízes (em seu lugar
existe um rizoma, com micorrizas associadas) e folhas (escamas
pequenas), porém apresentam vasos.
 As clorofilas encontram-se na superfície do caule.
Psilotum nudum
 O esporófito é pequeno, ramificado dicotomicamente.
 Os esporos são de um tipo apenas, ou seja, são
homosporadas, e após germinarem originam gametófitos
bissexuados subterrâneos que fazem simbiose com fungos.
 O gâmeta masculino é multiflagelado e chamado de
anterozóide, logo é dependente de água para fecundar a oosfera.
 O esporófito originado sexualmente fica, inicialmente, preso ao
gametófito, absorvendo os seus nutrientes, mas depois solta-se. Tmesipteris horomaka
Psilotum – ocorre no Havai, Japão e Nova Zelândia
Tmesipteris – ocorre na Austrália 30
Pteridopsida (Fetos)
Características principais:

• Apresenta aproximadamente 11000 espécies.


• Apresentam raízes, caule e folhas.
• Os fetos (samambaias) são plantas vasculares (com vasos
condutores de água e açúcares). Estas plantas foram as primeiras a
apresentar verdadeiras folhas, o que os torna muito melhor
adaptados à vida em meio terrestre.
• As folhas são, em geral, grandes e finamente divididas em pínulas, o
que lhes permite receber mais luz e viver em zonas com luz difusa
no solo das florestas.
• Os fetos apesar de preferirem ambientes húmidos e sombrios, para
os quais estão particularmente bem adaptados, conseguem
sobreviver em zonas áridas.
• O processo de dispersão, para novas áreas, ocorre por intermédio
de esporos (micrósporos e macrósporos). Eles têm origem em
esporângios, que ocorrem, geralmente em pequenos agrupamentos,
na página inferior das folhas. 31
Pteridopsida (Fetos)
• As folhas, ou frondes, são megáfilos equipados com
uma vasta rede vascular e representam a parte mais
notável do esporófito. A sua elevada razão
área/volume permite-lhes captar luz mais
eficientemente em zonas sombrias, que são
geralmente o seu habitat.
• Os fetos apresentam um rizoma, que produz folhas
todos os anos.
• Geração dominante é a geração esporófita.
• Anterozóides flagelados.

• As folhas jovens são enroladas – báculos – devido ao crescimento


maior da página inferior da folha. Este tipo de desenvolvimento das
folhas protege o meristema apical e impede a perda excessiva de
água por evaporação.
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Importância económica
 Alimentação (Pteridium aquilinum, Matteuccia struthiopteris, Osmunda
cinnamomea)

Medicinais (licopódio, cavalinha, Huperzia serrata


(huperzina A inibidor da acetilcolinesterase))

Ornamentais (muitos fetos)


Tóxicas (Pteridium aquilinum, ptaquiloside (carcinogénico)) Dicksonia sellowiana

Salvinia spp (fetos aquáticos)


Dicksonia sellowiana (xaxim)
Salvinia33
spp.
Plantas com semente
• Todas as plantas com semente têm, tipicamente, megafilos, que geralmente são folhas
grandes com várias a muitas nervuras, mas em alguns grupos são modificadas em acículas
ou escamas.
• Existem cinco filos com representantes atuais: Coniferophyta, Cycadophyta, Ginkgophyta,
Gnetophyta e Anthophyta.
• O filo Anthophyta compreende as angiospermicas ou plantas com flores; os quatro filos
remanescentes são comumente referidos como gimnospermas.
• As gimnospermas representam uma série de linhas evolutivas de plantas com semente.
Embora existam apenas cerca de 840 espécies de gimnospermas atuais – comparadas com
pelo menos 300.000 espécies de angiospermas -determinadas espécies de gimnospermas
geralmente são dominantes em áreas extensas.

34
Gimnospérmicas

35
Gimnospérmicas
Uma das mais importantes inovações durante a
evolução vegetal foi o aparecimento da semente,
que terá sido a principal causa do domínio das
espermatófitas (plantas com semente) na flora
actual.
As gimnospérmicas ou gimnospermas são
plantas vasculares com sementes. O termo provém
das palavras gregas "gimnos" = "nu" e "spermos" =
"semente". Este termo é aplicado porque as
sementes destas plantas não estão encerradas num
ovário como acontece nas angiospérmicas): as
sementes das gimnospérmicas estão, por seu lado,
desprotegidas, inseridas em escamas que formam
uma estrutura mais ou menos cónica (pinha).

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Gimnospérmicas
Todas as plantas gimnospérmicas são terrestres, e embora apresentem
tamanhos variados (as sequóias atingem 120 metros de altura e 10 metros de
diâmetro), são sempre árvores ou arbustos e conhecem-se 840 espécies.

As principais características das gimnospérmicas:


- Tem raiz, caule, folhas, sementes;
- Não apresentam frutos;
A sua estrutura reprodutiva é o estróbilo (pinha);
- Podem existir plantas que são femininas e masculinas ao mesmo tempo,
chamadas de monóicas (Pinus sp.), e as que têm sexos separados, que são
chamadas de dióicas (araucárias).
As gimnospérmicas foram as primeiras plantas a apresentarem crescimento
secundário, ou seja, o seu crescimento é contínuo tanto em altura, como em
largura.

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Gimnospérmicas
Actualmente, consideram-se as plantas anteriormente classificadas como
gimnospérmicas nas seguintes Divisões ou Filos:
Coniferophyta ou Pinophyta - coníferas (os pinheiros e plantas semelhantes);
Cycadophyta - cicas;
Gnetophyta - gnetófitos o Gnetum;
Gingkophyta - Ginkgo biloba.

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Filo Coniferophyta (coníferas)
• A designação conífera significa com cones ou pinhas e refere-se aos agrupamentos
das flores femininas, que são muito reduzidas e confundem-se com escamas
ovulíferas.
• Apresenta cerca de 70 géneros e 630 espécies
• São maioritariamente árvores, mas também existem arbustos.
• Habitat: regiões tropicais e temperadas do planeta.
• São os vegetais capazes de viver mais tempo.

Os seres vivos mais altos, mais corpulentos e mais


velhos que existem na Terra pertencem às pinófitas. O
mais alto é uma Sequoia sempervirens com uma
altura de 112,34 m. O mais corpulento é uma outra
Sequoia que tem um volume de 1486,9 m3. A árvore
com o maior diâmetro do tronco é um cipreste de
Montezuma, com 11,42 m de diâmetro e a mais velha
é um pinheiro com 4700 anos. 39
Filo Coniferophyta (coníferas)
• As folhas das coníferas apresentam elevada resistência à secura, donde o nome
comum de agulhas. As agulhas são folhas aciculares, formadas em grupos
protegidos na base por escamas foliares.

Corte transversal de uma agulha do género Pinus


• Este tipo de folha está perfeitamente adaptado a condições áridas, pois a epiderme é
protegida por uma espessa cutícula.
• Os tecidos condutores estão rodeados por endoderme e pelo chamado tecido de
transfusão, composto por células parenquimatosas vivas e curtas e por traqueídos
mortos. Este tecido invulgar parece realizar a transferência de nutrientes entre os
feixes vasculares e o mesófilo.
40
Filo Coniferophyta (coníferas)

Pinus pinea – pinheiro manso

Pinus pinaster – pinheiro bravo

• A maioria dos pinheiros mantém as suas folhas


durante 2 a 4 anos, mas o pinheiro de maior
longevidade, Pinus longaeva, mantém-nas 45 anos,
sempre activas fotossinteticamente.

• O facto de manterem as suas folhas durante vários anos explica porque


estas árvores são muito prejudicadas pela poluição, pois as folhas
permanecem expostas a esses agentes prejudiciais durante muito mais
tempo que as folhas de angiospérmicas.
41
Filo Coniferophyta (coníferas)
• Como já foi referido, as gimnospérmicas apresentam crescimento
secundário, que se inicia muito cedo no desenvolvimento. Este facto
leva à formação de grande quantidade de xilema secundário,
produzido pelo câmbio vascular. Este forma igualmente floema
secundário para o seu exterior.
• O crescimento secundário leva igualmente ao surgimento da chamada
periderme, que substitui a epiderme na protecção do caule e tem
origem no câmbio subero-felodérmico.
• Outro aspecto típico das gimnospérmicas, principalmente das
coníferas, é a produção de resina, que as protege do ataque de
insectos e fungos.
• A reprodução neste grupo foi igualmente um importante passo em
frente na adaptação ao meio terrestre, eliminando a dependência da
água para a fecundação com a produção de um tubo polínico, que
transporta o anterozóide à oosfera.
42
Filo Cycadophyta
• As Cicadófitas são plantas com folhas coriáceas que se assemelham às das
palmeiras ou aos fetos. Têm um caule lenhoso, que pode ser aéreo ou subterrâneo,
com um crescimento muito lento.
• Apresenta 11 géneros e 140 espécies

As raizes são heteromórficas - as cicadófitas


possuem:
Raizes contrácteis - presentes especialmente nas
plantas juvenis (que se aprofundam no solo)
Raizes coralóides (por serem avermelhadas) - com
curtas ramificações dicotómicas e crescimento
apogeotrópico (que crescem em direção à superfície
do solo), que albergam as cianofíceas simbiontes
que lhes ajudam a fixar o nitrogénio do ar,
contribuindo assim, não só para a nutrição da planta,
mas também para enriquecer o solo.
Raizes normais - que servem principalmente para
fixar a planta ao solo. 43
Filo Cycadophyta
• As cicadófitas são plantas dioicas, ou seja, as estruturas reprodutivas masculinas e
femininas nascem em plantas separadas .
• As unidades reprodutoras das cicadófitas são folhas mais ou menos reduzidas onde
se encontram inseridos os esporângios, os quais estão agrupados em estruturas
semelhantes a estróbilos, próximo do ápice da planta.
• Os estróbilos portadores de pólen e de óvulos ocorrem em plantas diferentes

Estróbilo feminino de Cycas revoluta Estróbilo masculino de Cycas revoluta


44
Filo Gnetophyta
• As Gnetófitas são plantas espermatófitas sem verdadeiras flores, mas
com um sistema vascular semelhante ao das angiospérmicas.
• Possuem embriões com dois cotilédones e no xilema secundário
apresentam vasos lenhosos, enquanto as outras gimnospérmicas só têm
traqueídos.

Welwitschia Genetum

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Filo Ginkgophyta
• A espécie Ginkgo biloba é o único representante vivo desta divisão.
• A Nogueira-do-Japão ou Ginkgo biloba é uma espécie vegetal que combate os radicais
livres e auxilia na oxigenação cerebral, é utilizada na medicina alternativa, é também
conhecido como um fóssil vivo.
• Foi descrita pela primeira vez pelo médico alemão, Engelbert Kaelmpter, por volta de
1690, mas apenas despertou o interesse dos investigadores após a Segunda Guerra
Mundial, quando perceberam que a planta tinha sobrevivido à radiação em Hiroshima,
brotando do solo da cidade devastada.
• Ao contrário da maioria das gimnospérmicas, é uma espécie de folha caduca. As folhas
têm forma de leque e nervação dicotómica

Ginko biloba
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Importância Económica
 Alimentação

Medicinais (efedra, ginkgo)

Ornamentais

Madeira
combustível, casas, móveis e papel

 Resina

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Angiospérmicas
• As Angiospermas ou angiospérmicas, (das palavras gregas que
significam sementes escondidas) - as plantas com flores - agrupadas
na Divisão ou Filo Magnoliophyta ou Anthophyta, do grupo das
Espermatófitas, são o maior e mais moderno grupo de plantas,
englobando cerca de 230 mil espécies.

• As características vegetativas destas plantas são muito


variadas, variando desde os eucaliptos gigantes com mais de
100 metros de altura até monocotiledóneas flutuantes não
maiores que 1 mm de comprimento.

Lentilhas de água, as maiores


são Lemna gibba, ao lado a
floração da L. gibba.

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Prevalência dos diferentes tipos de plantas

As angiospérmicas dominam
completamente o mundo
vegetal dos últimos 100
milhões de anos. Sem elas não
existiriam as cores das flores e
frutos, bem como as belas
cores outonais das folhas das
árvores

49
Angiospérmicas

50
Angiospérmicas
• Existem cerca de 2800 eudicotiledóneas e cerca de 200
monocotiledóneas parasitas, que formam estruturas de absorção
especializadas - haustórios - que penetram nas células do
hospedeiro. (ex visco, Viscum album)
• O sucesso das angiospérmicas em meio terrestre reside, em parte
na presença de elementos de vasos, o que torna o seu xilema mais
eficiente no transporte de água.
• Outro aspeto fundamental para esse sucesso é a presença de folhas
Cuscuta salina largas, com uma tremenda capacidade fotossintética. Este tipo de
folha perde enorme quantidade de água por evaporação, mas a
presença de um xilema tão eficiente compensa essa dificuldade.
• A queda das folhas no Inverno permite uma poupança de energia
quando as condições não são as ideais, bem como impede a
destruição e acumulação de danos nessas estruturas fundamentais.

51
Monocot. vs Eudicot.
Até à pouco tempo as angiospérmicas eram divididas em duas grandes classes:
Monocotiledóneas e Dicotiledóneas mas em consequência de mais estudos
chegou-se à conclusão que esta divisão estava mais focada nas diferenças que
tornam únicas as monocotiledóneas e menos numa classificação monofilética para
as dicotiledóneas.
Atualmente as angiospérmicas são divididas em três classes:
Monocotiledóneas – com as características já estabelecidas, com pelo menos
90 000 espécies
Eudicotiledóneas – “verdadeiras” dicotiledóneas com a característica distintiva de
apresentarem o grão de pólen com 3 sulcos ou derivados, com pelo menos 200 000
espécies
Cerca de 3% das angiospérmicas não se incluem nestas 2 classes, são plantas em
que as suas linhas evolutivas se originaram antes da separação entre monocot. e
eudicot. e por isso eram classificadas como “dicot”. Todas estas plantas apresentam
pólen com um único sulco ou poro, constituem as dicotiledóneas basais. 52
Angiospérmicas

Nem monocot.
nem eudicot.

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Dois tipos de Angiospérmicas

Monocotiledóneas

Eudicotiledóneas

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Pólen em Angiospérmicas

a: com um único sulco Convallaria majalis monocotiledónea. b, c: com


3 sulcos (Aspazoma amplectens, Aizoaceae; b vista equatorial, c: vista
polar. Pólen com 3 sulcos é característico das eucotiledóneas

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Angiospérmicas - diferenças
Características Eudicotiledóneas Monocotiledóneas

Peças florais múltiplos de 4 ou 5 múltiplos de 3

Pólen com 3 sulcos ou poros com um sulco ou poro

Cotilédones dois um

Nervação da folha em rede paralela

Feixes vasculares
em anel único disposição complexa
primários no caule

Raiz aprumada fasciculada

Crescimento secundário tipicamente presente ausente

quase todas as árvores e


arbustos (excepto as gramíneas, lírios,
Exemplos gimnospérmicas) e a antúrios, palmeiras, etc.
maioria das ervas
56
Filogenia das Angiospérmicas

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Angiospérmicas
Estrutura da raiz de uma monocotiledónea

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Angiospérmicas
Estrutura da raiz de uma monocotiledónea

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Angiospérmicas
Estrutura da raiz de uma eudicotiledónea

Eudicotiledónea

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Raiz diferença entre Eudicot e Monocot

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Angiospérmicas
Estrutura do Caule de uma monocotiledónea

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Estrutura do caule de uma eudicotiledónea Angiospérmicas

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Estrutura da Folha de uma monocotiledónea Angiospérmicas

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Estrutura da Folha de uma eudicotiledónea Angiospérmicas

65
Estomas em Eudicot. e Monocot.

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Angiospérmicas
• As folhas das angiospérmicas são de crescimento rápido, principalmente nas
plantas herbáceas.
• As angiospérmicas, desenvolveram uma estrutura especialmente bem
adaptada à reprodução sexuada em meio terrestre, a flor.
• As flores podem existir sozinhas ou em grupos chamados inflorescências.
• A cor das flores é uma das características mais notórias das angiospérmicas,
mas no entanto, é devida a uma concentração de pigmentos que existem em
todas as plantas, apenas não se encontram concentrados numa estrutura
como neste caso.
• A enorme variedade de cores das flores é devida a um número muito reduzido
de pigmentos: flores vermelhas, laranja e amarelas, por exemplo, devem a sua
cor a pigmentos carotenoides semelhantes aos encontrados nas folhas e
estruturas fotossintéticas de muitos outros organismos autotróficos.

67
Angiospérmicas
A flor é constituída por um caule curto com vários
nós e com entrenós muito curtos.

A região da flor onde as diferentes peças florais


estão inseridas é designada de recetáculo.

As diferentes partes da flor são consideradas muitas


vezes como folhas modificadas.

O conjunto mais externo de peças florais idênticas é


designado de cálice sendo constituído pelas
sépalas. Seguem-se-lhe as pétalas que formam a
corola. Cálice e corola são peças florais estéreis,
no seu conjunto designam-se perianto.

As folhas florais férteis são os estames - que no


seu conjunto formam o androceu - e os carpelos -
que constituem o gineceu.
68
Angiospérmicas
A partir de divisões do meristema floral
originam-se sequencialmente quatro
orgãos florais distintos:
- Sépalas
- Pétalas
- Estames
- Carpelos

Estames – estrutura reprodutiva


masculina, constituídos por antera que se
encontra ligada à flor pelo filete. Dentro
das anteras existem os sacos polínicos
onde se forma o pólen.

Carpelos – estruturas reprodutivas femininas, sendo cada um constituído por um


estigma ligado ao ovário através do estilete. As paredes internas do ovário são
revestidas por células epidérmicas. Os óvulos formam-se a partir destas.
69
As angiospermas são polinizadas por
agentes diversos
• A polinização por insetos é uma característica básica em angiospermas, e os primeiros
agentes polinizadores foram provavelmente besouros.
• As interações de polinização com os grupos mais especializados de insetos parecem ter
evoluído mais tarde na história das angiospermas, e vespas, moscas, borboletas e
mariposas deixaram cada um a sua marca na morfologia de certas flores de
angiospermas. As abelhas, contudo, são os insetos mais especializados e constantes
dentre aqueles que visitam as flores e tiveram provavelmente o efeito mais profundo na
evolução das flores de angiospermas.
• Cada grupo de animais que visitam flores está associado a um conjunto específico de
características florais relacionadas com os sentidos visual e olfatório dos animais.
• Algumas angiospermas tornaram-se polinizadas pelo vento, lançando quantidades de
pólens pequenos e não aderentes e apresentando estigmas bem desenvolvidos,
frequentemente plumosos, que são eficientes em capturar os polens do ar.
• As plantas polinizadas pela água têm grãos de pólen filamentosos que flutuam até
flores submersas, ou têm várias maneiras de transmitir pólen através da superfície da
água ou dentro dela. 70
Angiospérmicas

• Os pigmentos mais importantes para a cor das flores são os flavonóides


(como as antocianinas, por exemplo), compostos com dois anéis de
carbono de 6 átomos.
• Nas folhas estes pigmentos barram a radiação U.V., perigosa para os
tecidos, permitindo a passagem de radiação azul, verde e vermelha,
importante para a fotossíntese. As antocianinas produzem diversas cores,
dependendo do pH do meio: vermelho em meio ácido, violeta em meio
neutro e azul em meio básico, por exemplo a cianidina.
• A taxa reprodutora é duas a quatro vezes maior que nas
gimnospérmicas pois produzem sementes com elevado conteúdo em
reservas e com menor necessidade de luz para a germinação.

71
Pigmentos de flores

72
Angiospérmicas
• Do mesmo modo que as flores evoluíram pela sua relação com a
polinização, também os frutos evoluíram por relação com a dispersão da
semente. Enquanto a semente se desenvolve a partir do óvulo, o ovário está
a transformar-se num fruto, ou seja, o fruto é um ovário maduro, que pode
ou não incluir outras peças florais
• Geralmente, é após a polinização e fecundação que o fruto se desenvolve
mas em alguns casos, como nas bananas comerciais, tal não é necessário.
Por esse motivo, essas bananas não apresentam sementes, bastando que as
flores sejam sujeitas a um tratamento com hormonas reguladoras de
crescimento. Este fenómeno é designado partenocarpia.
• A produção de frutos carnudos e apetitosos permite à planta “utilizar” os
animais na dispersão das sementes neles contidas. As sementes, elas
próprias, apresentam frequentemente ganchos e espinhos que se agarram
ao pêlo dos animais, permitindo desta forma a sua dispersão.

73
Constituição dos frutos
Numa situação normal, no entanto, as
paredes do ovário formam o pericarpo
do fruto, ou seja, todos os tecidos que
não pertencem à semente.

O pericarpo tem três camadas distintas, bem ilustradas pela estrutura, em corte, de uma
maçã:

endocarpo - a camada mais interna, resulta das células epiteliais que rodeiam a cavidade
do ovário (lóculo). Na maçã corresponde à camada, muito fina e com textura de papel, que
envolve a “estrela” central, onde se localizam as sementes;

mesocarpo – a camada intermédia, resulta do parênquima das paredes (tecido


fundamental) do ovário. Geralmente, é rico em substâncias nutritivas e saborosas, como no
caso da maçã, mas existem frutos em que tal não se verifica. As substâncias nutritivas
ajudam à dispersão das sementes, atraindo animais que delas se alimentam, não são
utilizadas para o desenvolvimento do embrião;

exocarpo (ou epicarpo) – camada mais externa, resulta das células epidérmicas que
envolvem o ovário e o carpelo. Formam a casca dos frutos, como na maçã. 74
Classificação dos frutos
• Os frutos podem ser classificados em relação a
diversos aspectos, sendo o mais comum a
disposição dos carpelos a partir dos quais se
formam. Assim, os frutos podem ser:
• Frutos simples - desenvolvem-se a partir de
um único carpelo ou de vários carpelos fundidos,
como a maçã, pêra, pêssego.
• Frutos agregados - desenvolvem-se a partir de
carpelos soltos de uma mesma flor, como o fruto
da magnólia, o morango, a framboesa.
• Frutos múltiplos - desenvolvem-se a partir de
gineceus de mais de uma flor, ou seja, de uma
inflorescência, como o ananás. Estes frutos
fundem-se ao eixo portador das diversas flores.

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Função dos frutos
• A função do fruto é ajudar na dispersão das sementes, função que
desempenha com enorme sucesso, com a ajuda (involuntária) dos
animais. Quando os animais vertebrados comem frutos carnudos,
engolem as sementes. A passagem destas pelo tubo digestivo não lhes
causa qualquer dano, antes desgasta o tegumento rígido, facilitando a
germinação.
• Quando os frutos carnudos amadurecem, a acção da hormona vegetal
etileno provoca um aumento do teor de açúcar, um amolecimento e,
geralmente, uma mudança de coloração do verde para o vermelho,
amarelo, azul ou preto. Este facto permite que o fruto não maduro
passe despercebido na folhagem. Se tal não for suficiente para
desencorajar os animais, os frutos podem apresentar sabores
desagradáveis quando verdes. A mudança de cor do fruto é o sinal da
planta de que as sementes se encontram maduras e prontas para a
dispersão.
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Importância Económica
 Alimentação
Cenoura (Daucus carata)
Salsa (Petroselinum)

 Medicinais
Angélica (Angelica archangelica)

 Ornamentais
Narcissus Spp.

 Perfumaria
Alfazema (Lavandula angustifolia)
Alecrim (Rosmarinus officinalis)

Forrageiras
Anafa (Melilotus segetalis)

Tintureiras
Açafroa (Carthamus tinctorius)
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