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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÓMICAS

Efeitos de Bioinsecticidas no Controlo de ácaro vermelho (Tetranychus


evansi Baker & Pritchard) na cultura de Tomate (Solanum
lycopersicum L.), nas Condições Agro-ecológicas de Mambone-Govuro

Pedro Fernando Doda

Cuamba

Dezembro de 2023
EFEITOS DE BIOINSECTICIDAS NO CONTROLO DE ÁCARO
VERMELHO (Tetranychus evansi Baker & Pritchard) NA CULTURA
DE TOMATE (Solanum lycopersicum L.), NAS CONDIÇÕES AGRO-
ECOLÓGICAS DE MAMBONE-GOVURO

Pedro Fernando Doda

O presente trabalho de monografia é


submetido à Universidade Católica de
Moçambique, Faculdade de Ciências
Agronómicas, como condição parcial para a
obtenção do grau de Licenciatura em
Agronomia.

Supervisor: Engº Paulo Xavier Tebulo

Co-supervisora: Engª Vânia Vasco Uilissene

Cuamba

Dezembro de 2023
Efeitos de Bioinsecticidas no Controlo de ácaro vermelho (Tetranychus evansi Baker &
Pritchard) na cultura de Tomate (Solanum lycopersicum L.), nas Condições Agro-
ecológicas de Mambone-Govuro

2024

O presente trabalho de monografia é submetido à Universidade Cátolica de Moçambique,


Faculdade de Ciências Agronómicas, como condição parcial para a obtenção de grau de
licenciatura em Agronomia.

Aprovação do júri: Este trabalho foi sujeito à avaliação do júri em Dezembro de 2023,
tendo sido aprovado com a classificação final valores.

Júri examinador:

Presidente:

Drª. Assunção Rafael Cololo, Ms

Oponente:

Eng. Jose Uachisso Savanguane, PhD

Supervisor:

Engº. Paulo Xavier Tebulo, Msc

Cuamba, Dezembro de 2023

Autor: Pedro Fernando Doda Page iii


Efeitos de Bioinsecticidas no Controlo de ácaro vermelho (Tetranychus evansi Baker &
Pritchard) na cultura de Tomate (Solanum lycopersicum L.), nas Condições Agro-
ecológicas de Mambone-Govuro

2024

Declaração de honra
Eu, Pedro Fernando Doda declaro por minha honra que a presente monografia submetida
para obtenção do grau de Licenciatura em Engenharia Agronómica, na Faculdade de
Ciências Agronómicas da Universidade Católica de Moçambique, Cuamba-Niassa,
intitulado efeitos de bioinsecticidas no controlo de Ácaros vermelhos (Tetranychus evansi
Baker & Pritchard) na cultura de tomate (Solanum lycopersicum L.), nas condições agro-
ecológicas de Mambone-Govuro, é da minha total autoria. A própria autenticidade dos
dados e os resultados desta monografia têm como testemunho os supervisores da mesma.

Cuamba, dezembro de 2023

Pedro Fernando Doda

Autor: Pedro Fernando Doda Page iv


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Pritchard) na cultura de Tomate (Solanum lycopersicum L.), nas Condições Agro-
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2024

Dedicatória
Dedico aos meus pais, Fernando Doda Muzobingua e Júlia Francisco, pelo apoio moral e
financeiro. Aos meus irmãos Maria Tatiana Doda, Érica Belina Doda, Fernando Doda
Júnior, Imaculada Da Júlia Damião Alexandre, Wildo Marcelino Fernando Doda e Enzo Da
Sónia Fernando Doda, irmã Victória (em memória), avó Mariana Pedro Martinho (em
memória), aos meus primos, amigos, tios, avós, sobrinhos, padrinhos, pelo apoio
incondicional que me ofereceram durante estes longos anos na academia, por ter me
outorgado o amor, carinho e força.

Autor: Pedro Fernando Doda Page v


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Agradecimentos

Primeiramente agradecer ao Senhor Deus Pai todo poderoso pela saúde, presença, força
espiritual que tive durante o período na academia. Aos meus pais pelo apoio moral e
psicológico, também pelo encorajamento que sempre me deram de modo que conseguisse
alcançar o grau de licenciatura sem sobressaltos.

Serei eternamente grato ao meu supervisor Engº. Paulo Xavier Tebulo, co-supervisora Engª
Vânia Vasco Uilissene, ao Nélson Nhacula, Daniel Matthys Christoffel Ehlers, Daniel
Adriano, Armindo João, Joaquim Mugabe.

Ao corpo docente da Faculdade de Ciências Agronómicas da Universidade Católica de


Moçambique-Cuamba-Niassa, pela formação proporcionada o meu muito obrigado.

Os meus especiais agredecimentos vão para: Domingos Zeca Miquitaio, Oliveira


Muchaibande, Emílio Henry Throny, Edilson Manuel Mauaie, Chide Arnelo, Dário De
Crispino Muassava, Hermínia Impissa, PhD Nito Impissa, Victória Martinho, Doda Elias
Eugênio, Ondina Abel Matongue, Sónia Marcelino Zefanias, Aurélio Zacarias, Lucrécia
Jorge Fabião, Benedito Sebastião, Adelina Mateus Adelino, Rosa Hilário, Vivaldo
Felizardo, Raúl Domindos Mussane, Armando Bartolomeu, Eng. Mussa Juma Joaquim,
PhD Miguel Benjamim (em memória), Drª. Assunção Cololo, Eng. José Savanguane, Eng.
Barreta Savanguane, Eng. Eduardo L. Fonseca, Drº. Belito Oliveira, Okococha Estróleo
Uaceda, Némia Sabite, Eng. Sandrinho Diogo Adelino, Osvaldo Chimangãnde, Argélio
Vatiua, Jeovane Dos Anjos, Arquimedes Lacerda, Herlánder Istambul, Miguel Delfim,
Carlos Ussene, Nita Capiale, Engº. Armando Pedro Ribeiro Langa.

A todos que directa ou indirectamente contribuiram para a produção desta pesquisa, e que
fizeram parte desta jornada.

Mwaitabhassa (o meu muito obrigado).

Autor: Pedro Fernando Doda Page vi


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Resumo

O tomate é uma das hortícolas mais importantes no nosso país, contudo os rendimentos em pequenos sistemas
de produção estão abaixo do potencial de colheita, devido ao uso de sementes de baixa qualidade,
incapacidade de controlo de pragas e doenças. Os ácaros vermelhos são pragas que criam sérios danos no
tomate. O produtor do sector familiar em Moçambique possui escassos recursos financeiros para aquisição de
pesticidas químicos, devido ao elevado custo. Dada a maior e fácil disponibilidade na comunidade, os
bioinsecticidas mostram ser uma solução economicamente viável para o controlo de pragas no sector familiar.
Com o objectivo de encontrar alternativas de resolução deste problema, realizou-se um trabalho com o
propósito de avaliar os efeitos de bioinsecticidas (na base de extratos) de Margosa (Azadirachta indica A.
Jus), Rícino (Rícinus communis L.), Tabaco (Nicotina Tabacum L.) e Piri-piri (Capsicum frutescens) no
controlo de Ácaros vermelhos (Tetranychus evansi Baker & Pritchard) na cultura de tomate (Solanum
lycopersicum L.), nas condições agro-ecológicas de Mambone-Govuro. Estudo montado num delineamento
de blocos completos casualizados, sendo constituidos de cinco tratamentos e quatro repetições. Os
tratamentos foram: T1: Margosa 600g/l; T2: Rícino 600g/l; T3: Tabaco 600g/l; T4: Piri-piri 600g/l e T5:
Controlo (Abametin) 1 ml/l. A aplicação dos bioinsecticidas foi realizada quando o nível de controle atingiu 3
ácaros por folha. As variáveis analisadas foram: número de frutos por planta, número de frutos comercias e
não comercias. Os dados foram analisados no pacote estatístico Statistix 10, tendo sido feita a análise de
variância (ANOVA) as comparações entre tratamentos foram realizadas pelo teste de Tukey realizado a 5%
de probabilidade. Para cada tratamento foi feita a análise qualitativa dos frutos baseando-se na sua aparência.
De acordo com os resultados, foi possível notar que não existem diferenças significativas, provalvelmente
devido a cheias que assolaram o distrito de Govuro uma semana antes do transplante. Foi possível notar
também que o Rícino (Rícinus communis L.) possui potencialidades como bioinsecticida, pois apresentou
maior quantidade e melhor qualidade de frutos em relação aos outros tratamentos.

Palavras chaves: Tomate (Solanum lycopersicum L.), bioinsecticidas e ácaros vermelhos.

Autor: Pedro Fernando Doda Page vii


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Abstract
Tomato is one of the most important vegetables in our country; however yields in small production systems
are below harvest potential, due to the use of low quality seeds, inability to control pests and diseases. Red
spider mites are pests that cause serious damage to tomatoes. The family sector producer in Mozambique has
scarce financial resources to purchase chemical pesticides, due to the high cost. Given their greater and easier
availability in the community, bioinsecticides prove to be an economically viable solution for pest control in
the family sector. With the aim of finding alternatives to solve this problem, work was carried out with the
purpose of evaluating the effects of bioinsecticides (based on extracts) of Margosa (Azadirachta indica A.
Jus), Castor (Rícinus communis L.), Tobacco (Nicotina Tabacum L.) and Piri-piri (Capsicum frutescens) in
the control of red spider mites (Tetranychus evansi Baker & Pritchard) in tomato crops (Solanum
lycopersicum L.), in the agro-ecological conditions of Mambone-Govuro. Study set up in a randomized
complete block design, consisting of five treatments and four replications. The treatments were: T1:
Margosa 600g/l; T2: Castor 600g/l; T3: Tobacco 600g/l; T4: Piri-piri 600g/l and T5: Control (Abametin) 1
ml/l. The application of bioinsecticides was carried out when the control level reached 3 mites per leaf. The
variables analyzed were: number of fruits per plant, number of commercial and non-commercial fruits. The
data were analyzed using the Statistix 10 statistical package, with analysis of variance (ANOVA) and
comparisons between treatments being carried treatments were carried out using the Tukey test performed at
5% probability. For each treatment, a qualitative analysis of the fruits was carried out based on their
appearance. According to the results, it was possible to notice that there are no significant differences,
probably due to floods that hit the Govuro district a week before the transplant. It was also possible to note
that Castor (Rícinus communis L.) has potential as a bioinsecticide, as it presented greater quantity and better
quality of fruits compared to other treatments.

Key words: Tomato, bioinsecticides and red mites.

Autor: Pedro Fernando Doda Page viii


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Lista de abreviaturas
ANOVA- Análise de variância

DBCC- Delineamento de Blocos Completos Casualizados

MAE- Ministério da Administração Estatal

CV- Coeficiente de variação

Gl- Grau de liberdade

Autor: Pedro Fernando Doda Page ix


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Lista de tabelas
Tabela 1: Temperaturas necessárias para diferentes estágios da produção do tomateiro ..... 37
Tabela 2: Codificação dos tratamentos ................................................................................. 42
Tabela 3: Esquema da ANOVA ........................................................................................... 49
Tabela 4: Médias de número de frutos por planta (NFP) ..................................................... 54
Tabela 5: Médias de frutos comerciais por tratamento (FC) ................................................ 55
Tabela 6: Médias de número de frutos não comerciais (FNC) ............................................. 56
Tabela 7: Teste de comparação de médias do rendimento ton/ha ........................................ 58

Autor: Pedro Fernando Doda Page x


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Lista de gráficos

Gráfico 1: Índice de ataque da praga em diferentes tratamentos .......................................... 50


Gráfico 2: Índice de severidade de ataque de Ácaros vermelhos (Tetranychus evansi Baker
& Pritchard) em diferentes tratamentos ................................................................................ 52

Autor: Pedro Fernando Doda Page xi


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Apêndices

Apêndice 1: Protocolo do ensaio .......................................................................................... 67


Apêndice 2: Cronograma de actividades .............................................................................. 68
Apêndice 3: Esquema do ensaio ........................................................................................... 70
Apêndice 4: Preparação dos bioinsecticidas ......................................................................... 71
Apêndice 5: Fruto não comercial (com defeito fisiológico) ................................................. 71
Apêndice 6: imagem do ensaio ............................................................................................. 72
Apêndice 7: Imagem de colheita do tomate ......................................................................... 72

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Índice
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO ........................................................................................ 17

1.1. Generalidades ......................................................................................................... 17

1.2. Definição do problema ........................................................................................... 18

1.3. Justificativa ............................................................................................................ 18

1.4. Objectivos do estudo .............................................................................................. 20

1.4.1. Geral: .................................................................................................................. 20

1.4.2. Específicos: ........................................................................................................ 20

1.5. Hipóteses:............................................................................................................... 20

CAPÍTULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................ 21

2.1. Os bioinsecticidas .................................................................................................. 21

2.1.1. Descrição sobre os bioinsecticidas usados ......................................................... 21

2.1.2. Bioinsecticidas ................................................................................................... 21

2.1.3. Vantagens dos bioinsecticidas ............................................................................ 21

2.1.4. Desvantagens dos bioinsecticidas ...................................................................... 21

2.2. Margosa (Azadirachta índica A. Jus) .................................................................... 21

2.2.1. Mecanismo de acção .......................................................................................... 22

2.3. Rícino (Rícinus communis L.) ............................................................................... 23

2.3.1. Mecanismo de acção .......................................................................................... 23

2.4. Tabaco (Nicotina tabacum L.) ............................................................................... 24

2.4.1. Mecanismo de acção .......................................................................................... 24

2.5. Piri-piri (Capsicum frutescens) .............................................................................. 24

2.5.1. Mecanismo de acção .......................................................................................... 25

2.6. Metabolismo dos bioinsecticidas ........................................................................... 25

Autor: Pedro Fernando Doda Page xiii


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2.7. Pragas e doenças da cultura de tomate ................................................................... 26

2.7.1. Pragas ................................................................................................................. 26

2.7.2. Doenças .............................................................................................................. 26

2.8. Descrição da praga em estudo ............................................................................... 27

2.8.1. Taxonomia.......................................................................................................... 27

2.8.2. Morfologia e biologia da praga .......................................................................... 27

2.8.3. Origem................................................................................................................ 28

2.8.4. Expansão ............................................................................................................ 28

2.8.5. Hábito alimentar e Hospedeiros ......................................................................... 28

2.8.6. Dinâmica Populacional e Dispersão do ácaro vermelho .................................... 29

2.8.7. Condições ambientais que influenciam o desenvolvimento do Ácaro vermelho


29

2.8.7.1. Temperatura .................................................................................................... 29

2.8.7.2. Humidade e precipitação ................................................................................ 30

2.8.8. Sintomas de ataque ............................................................................................. 30

2.8.9. Impacto económico ............................................................................................ 30

2.9. A cultura de tomate ................................................................................................ 31

2.9.1. Taxonomia.......................................................................................................... 31

2.9.2. Origem................................................................................................................ 32

2.9.3. Produção e importância da cultura de tomate .................................................... 32

2.9.4. Valor nutricional do tomate ............................................................................... 33

2.9.5. Os órgãos da planta ............................................................................................ 33

2.9.5.1. Sementes ......................................................................................................... 34

2.9.5.2. Raiz ................................................................................................................. 34

Autor: Pedro Fernando Doda Page xiv


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2.9.5.3. Caule ............................................................................................................... 34

2.9.5.4. Folha ............................................................................................................... 34

2.9.5.5. Flores .............................................................................................................. 35

2.9.5.6. Frutos .............................................................................................................. 35

2.9.6. Condições ambientais ......................................................................................... 35

2.9.6.1. Tempertura...................................................................................................... 36

2.9.6.2. Luminosidade ................................................................................................. 37

2.9.6.3. Humidade ....................................................................................................... 37

2.9.6.4. Solos ............................................................................................................... 38

2.9.6.5. Época de sementeira/plantio ........................................................................... 38

CAPÍTULO III: MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................. 39

3.1. Local do ensaio ...................................................................................................... 39

3.2. Material experimental ............................................................................................ 39

3.2.1. Material de produção .......................................................................................... 40

3.3. Preparação dos bioinsecticidas .............................................................................. 40

3.3.1. Folhas de margosa .............................................................................................. 40

3.3.2. Folhas de rícino .................................................................................................. 40

3.3.3. Folhas de tabaco ................................................................................................. 41

3.3.4. Piri-piri ............................................................................................................... 41

3.4. Métodos ................................................................................................................. 41

3.4.1. Delineamento Experimental ............................................................................... 42

3.4.2. Codificação dos tratamentos .............................................................................. 42

3.4.3. Metodologia usada para alcançar os objectivos ................................................. 43

3.5. Condução do ensaio ............................................................................................... 45

Autor: Pedro Fernando Doda Page xv


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3.5.1. Identificação do terreno ...................................................................................... 45

3.5.2. Preparação da área .............................................................................................. 45

3.5.3. Sementeira .......................................................................................................... 46

3.5.4. Transplante ......................................................................................................... 46

3.5.5. Irrigação ............................................................................................................. 46

3.5.6. Tutoramento ....................................................................................................... 47

3.5.7. Sacha e amontoa ................................................................................................. 47

3.5.8. Controlo fitossanitário ........................................................................................ 47

3.5.9. Colheita .............................................................................................................. 47

3.5.10. Colecta de dados................................................................................................. 48

3.5.11. Amostragem e amostra ....................................................................................... 48

3.5.12. Análise estatística ............................................................................................... 49

3.5.13. Limitação de estudo ........................................................................................... 49

CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................... 50

CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .............................................. 60

REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS ................................................................................ 62

Apêndices .......................................................................................................................... 67

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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Generalidades
A origem do tomate é atribuida a América do Sul, é cultivada em quase todo o mundo, e a
sua produção global duplicou nos últimos 20 anos. O principal fator que impulsiona a
expansão da cultura é o crescimento do consumo. (Casa & Evangelista, 2009).

Em Moçambique mais de 70% da sua população depende da agricultura para o seu


sustento, e esta população está cencentrada nas zonas rurais, o que explica que a agricultura
seja um factor base de desenvolvimento para a economia nacional (Zavale et al., 2011). A
cultura de tomate é uma das mais comuns do mundo, é fonte importante de vitaminas e uma
cultura comercial essencial para o pequeno agricultor e agricultor comercial de escala
média (Dam, 2006). Em Moçambique o tomate é produzido na época quente bem como na
época fresca, sendo a última a que se serve de grande importância no que diz respeito à
qualidade e quantidade de produto fornecido (Caser et al., 2004).

A produção de tomate no distrito de Govuro é reduzida devido aos problemas de ataques de


pragas e doenças que os produtores enfrentam durante a produção, que consequentemente
vem baixando os seus rendimentos. Desta feita, o presente trabalho visa estudar o efeito de
bioinsecticidas no controlo de ácaro vermelho (Tetranychus evansi Baker & Pritchard) de
modo a minimizar os problemas, visto que a maioria da população do distrito é camponesa
e desprovidos de recursos financeiros para adquirir os pesticidas químicos. No entanto, à
falta de conhecimentos de bioinsecticidas para o combate aos ácaros com o objectivo de
criar alternativas de resolução do problema, pensou-se no estudo de diferentes
bioinsecticidas na base de (Margosa, Rícino, Tabaco e Piri-piri). Para avaliar os seus efeitos
no combate da praga em estudo.

Bioinsecticida é toda substância com efeitos pesticida, insecticida, nematocida, rodenticida,


avicida, herbicida, com certo potencial de combate as pragas, derivados de uma planta ou
qualquer outra substância natural.

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1.2. Definição do problema


O tomateiro é uma das culturas muito atacadas por pragas e doenças, e que no distrito de
Govuro apresenta baixos rendimentos por conta de ataques de pragas difíceis de combater,
como por exemplo, os ácaros vermelhos (Tetranychus evansi Baker & Pritchard) quem são
espécies essenciais de praga na África tropical e regiões temperadas, estes Aracnídeos
causam sérios danos devido a sua grande capacidade reprodutiva, destroem as plantas
dentro de um curto período de tempo, dificultando o seu controlo, quando o maneio não for
bem feito pode se perder a produção dentro de semanas e consenquentemente menores
retornos monetários na produção da cultura de tomate (Dam, 2005). Os pesticidas sintéticos
são eficientes no controlo dos ácaros vermelhos, mas, (têm efeitos negativos sobre o meio-
ambiente, o que periga a vida humana e o ecossistema como um todo), são caros e, pelo
elevado custo de aquisição os pequenos produtores não são capazes de adquiri-lo, e a sua
aplicação exige uma determinada perícia, que não é do domínio do camponês.

Os bioinsecticidas produzidos na base de margosa, rícino, tabaco e piri-piri, podem


influenciar no rendimento da cultura de tomate?

1.3. Justificativa
O tomate é uma das hortícolas mais importantes em Moçambique, entretanto os
rendimentos em pequenos sistemas de produção estão abaixo do potencial de colheita, por
conta do uso de sementes de baixa qualidade, incapacidade de controlo de pragas e
doenças. O ácaro vermelho é uma praga que cria sérios danos no tomate.

O produtor do sector familiar em Moçambique possui escassos recursos financeiros para


aquisição de pesticidas sintéticos, por conta do elevado custo. Dada a maior e fácil
disponibilidade na comunidade, os bioinsecticidas mostram ser uma solução alternativa
economicamente viável para o controlo de pragas no sector familiar. Bioinsecticida é toda
substância com efeitos pesticida, insecticida, nematocida, rodenticida, avicida, herbicida,
com certo potencial de combate as pragas, derivados de uma planta ou qualquer outra
substância natural.

Autor: Pedro Fernando Doda Page 18


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Os bioinsecticidas são baratos, de baixa toxicidade para o homem e o meio ambiente, e são
localmente disponíveis ou as suas fontes podem ser plantadas na vizinhança dos campos.

Por outro lado, as utilizações de pesticidas sintéticos divergem com os princípios


ecológicos provocando grandes desequilíbrios ambientais e da biodiversidade, facto que
não acontece com a utilização dos boinsecticidas. Por serem menos tóxicos, o seu
manuseamento exige menos cuidados de proteção em relação aos químicos, o que os torna
menos perigosos e mais práticos na sua aplicação para pessoas menos instruídas. A
margosa, o rícino, e o tabaco e piri-piri, são plantas abundantes e disponíveis nas
comunidades, razões estas que levaram a sua escolha.

Autor: Pedro Fernando Doda Page 19


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1.4. Objectivos do estudo

1.4.1. Geral:
 Avaliar os efeitos de Bioinsecticidas no controlo de Ácaros vermelhos (Tetranychus
evansi Baker & Pritchard) na cultura de tomate (Solanum lycopersicum L.), nas
condições agro-ecológicas de Mambone-Govuro.

1.4.2. Específicos:
 Determinar o índice de ataque da praga em diferentes tratamentos;

 Determinar o índice de severidade de ataque de Ácaros vermelhos (Tetranychus evansi


Baker & Pritchard) em diferentes tratamentos;

 Determinar variáveis de rendimento (número de frutos por planta, frutos comerciais e


frutos não comerciais);

 Identificar o bioinsecticida mais eficaz no controlo dos Ácaros vermelhos (Tetranychus


evansi Baker & Pritchard).

1.5. Hipóteses:
 H0- Não houve efeito significativo na aplicação de diferentes bioinsecticidas no
controlo do ácaro vermelho (Tetranychus evansi Baker & Pritchard) no rendimento da
cultura de tomate.
 H1- Pelo menos um dos tratamentos apresentou efeito significativo na aplicação de
diferentes bioinsecticidas no controlo do ácaro vermelho (Tetranychus evansi Baker &
Pritchard) no rendimento da cultura de tomate.

Autor: Pedro Fernando Doda Page 20


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CAPÍTULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Os bioinsecticidas

2.1.1. Descrição sobre os bioinsecticidas usados


Pesticida é toda substância química ou biológica usada para combater pragas,
doenças, ervas daninhas ou vegetais prejudicias a agricultura, pecuária e seus
produtos, bem como os seus vectores de agentes causadores de doenças para o
homem e animais (Gobeia, 2021).

2.1.2. Bioinsecticidas
Bioinsecticida é toda substância com efeitos pesticida, insecticida, nematocida,
rodenticida, avicida, herbicida, com certo potencial de combate as pragas, derivados
de uma planta ou qualquer outra substância natural (Gobeia, 2021).

2.1.3. Vantagens dos bioinsecticidas


Os bioinsecticidas são baratos, de baixa toxicidade para o homem e o meio
ambiente, e são localmente disponíveis ou as suas fontes podem ser plantadas na
vizinhança dos campos (Gobeia, 2021).

2.1.4. Desvantagens dos bioinsecticidas


Os bioinsecticidas necessitam de algum tempo para actuar, são mais rapidamente
desactivados pelos raios solares, são menos eficazes no controlo do que os sintéticos
e a sua preparação leva algum tempo (Gobeia, 2021).

2.2. Margosa (Azadirachta índica A. Jus)


A margosa (Azadirachta índica A. Jus) é usada há séculos na Índia como planta
medicinal, e recentemente usada como insecticida. É uma planta de origem asiática
pertencente à família Miliaceae, natural de burna e das regiões áridas da Índia
(Ascher, 1993).

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Pritchard) na cultura de Tomate (Solanum lycopersicum L.), nas Condições Agro-
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Em vários países, essa árvore tem sido estudada para forneccer produtos alternativos
aos agrotóxicos, como por exemplo, extractos de frutos, sementes, ramos e folhas,
para controlar pragas em culturas onde o uso de agrotóxicos não é permitido como
no caso dos cultivos orgânicos. Os extractos da margosa tem mostrado acção
repelente e de alteração no crescimento e desenvolvimento de um grande número de
espécies de pragas (Maciel, et al., 2010).
A Margosa (Azadirachta indica A. Jus) é um bioinsecticida eficaz de grande
importância e comercialmente viável, tendo em vista que é barrato, possui efeitos de
longo prazo, não polui e não é nocívo a saúde humana (Gobeia, 2021).

É recomendado como bioinsecticida e repelente de pragas no geral uma das plantas


com maior potencial no controle de pragas actuam sobre 95% dos insectos nocívos,
pode ser usado contra cerca de 200 espécies de pragas devido a sua acção
insecticida, fungicida, nematocida e repelente. Pertencente à família Milaceae é
originária da Índia. O uso das suas folhas é de grande vantagem, pelo facto de
existirem ao longo de todo o ano. Uma árvore adulta de margosa pode produzir
cerca de 360 kg de folhas frescas por ano (Gobeia, 2021).

2.2.1. Mecanismo de acção


Os extractos de margosa exercem sobre vários insectos, rompendo o
desenvolvimento de ovos e larvas, impedindo a fêmea de pôr ovos, bloquendo a
mudança de pele de larvas e ninfas, envenenando larvas adultas e esterilizam os
adultos (Gobeia, 2021).
Os extratos da margosa não conseguem penetrar dentro das plantas, facilmente é
degradada pela luz. A escassa acção de contacto impede a margosa de ser
prejudicial aos inimigos naturais das pragas (Dam, 2006).
Além de a margosa provocar mortalidade aguda em algumas pragas, devido à acção
rápida e diversificada dos ingredientse activos, não há um desenvolvimento de
individuos mais resistentes na população (Oliveira et al., 2008).

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2.3. Rícino (Rícinus communis L.)


O Rícino (Rícinus communis L.) é originário da Índia de onde se espalhou para
todos os países de clima quente e temperado, pertencente à família Euphorbiaceae,
correponde a um arbusto ou com menor frequência a uma árvore, que geralmente
mede cerca de 2 m de altura, mas que algumas vezes podem chegar até 10-15
metros. O rícino ocorre espontaneamente, podendo ainda ser cultivada em jardins e
campos de cultivo (Rodrigues et al., 2002).
Os extratos de rícino vêm merecendo a atenção de inúmeros pesquisadores
preocupados com a sua composição, assim como com o teor de seus componentes.
A droga obtida das folhas de Rícinus communis L é constituida pela lâmina foliar
apertada do pecíolo, os princípios activos são Alcalóides (Ricinina) e Glucoproteina
(Ricina) (Oliveira et al., 2008).

As folhas de rícino tem acção insecticida, larvícida e vermífuga para várias pragas
incluindo os ácaros vermelhos, sendo que o vegetal é tóxico tanto para as plantas
assim como para o homem, para além do seu uso como insecticida as folhas
apresentam as seguintes propriedades: actividade diurética, actividade
antimicrobiana e acção hepatoprotectora (Maciel et al., 2008).

A planta do rícino é também considerada bacteriana, laxativa purgativa, também é


usada como remédio popular contra asma, cólicas, convulsão, febres, dores de
cabeça e outros. As partes usadas com mais frequência do vegetal são as sementes,
seguido das folhas, dos caules e das raízes (Maciel et al., 2008).

2.3.1. Mecanismo de acção


Os extratos de rícino são conhecidos por atuar sobre várias pragas das seguintes
maneiras: inibindo ou rompendo o desenvolvimento de ovos e larvas, bloqueando a
mudança de pele de larvas e ninfas, impedindo a fêmea de pôr ovos, envenenando
larvas e adultos, esterilizam os adultos (Oliveira et al., 2008).

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2.4. Tabaco (Nicotina tabacum L.)


O tabaco (Nicotina tabacum L.) uma cultura de origem Sul Americana, para além
de entrar no sistema agrícola dos camponeses é uma cultura que gera altos
rendimentos, são eficazes contra brocas das hastes de milho, lagartas, afídeos,
moscas e gorgulhos (Romua, 2021). A nicotina é um bioinsecticida muito
fitotóxico, deve ser utilizada com muito cuidado, em percentagens baixas (Dam,
2006).

O tabaco é uma planta com alto teor tóxico utilizado no controle de pragas, na
agricultura foi estudado e usado como bioinsecticida dado que controla certas
pragas. A nicotina é um dos venenos orgânicos naturais tóxicos, em algumas vezes
é mais usado como insecticidade de contacto (Romua, 2021).

2.4.1. Mecanismo de acção


O tabaco atua como insecticida, acaricida de contacto, inalação e de ingestão,
repelente e fungicida. Para o homem a nicotina é um dos venenos orgânico natural
mais tóxico possível, deve-se evitar que as pessoas ou animais bebam a solução de
tabaco. Os vegetais pulverizados devem ser consumidos 3 a 4 dias após a
pulverização (Romua, 2021).

2.5. Piri-piri (Capsicum frutescens)


O Piri-piri (Capsicum frutescens) também conhecido por pimenta malagueta é
cultura popular no interior dos estados de Goiás e de Minas Gerais, identifica a
maioria das variedades encontradas no comércio com o rótulo de "pimenta-café".
Esta denominação deriva do aroma característico da fruta que se assemelha ao
cheiro do grão de café em fase de secagem. Originária de regiões tropicais da
América, este arbusto possui folhas ovais, acuminadas, flores alvas e bagas
fusiformes, vermelhas, bastante picantes, utilizadas como condimento e excitantes
do aparelho digestivo. É eficiente quando concentrada e misturada com outros
defensivos naturais, no combate a pulgões, vaquinhas, grilos e lagartas.

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O piri-piri constitui boa fonte de vitaminas, principalmente C e, em tipos ingeridos


secos, vitamina A. Apresenta ainda cálcio, ferro, caroteno, tiamina, niacina,
riboflavina e fibras (Previero et al., 2010).

2.5.1. Mecanismo de acção


O piri-piri inibe a alimentação de insetos, funciona como repelente natural de
insetos interrompe o crescimento do inseto por provocar distúrbios na ecdise, faz
cessar a troca de fase, impede comunicação sexual dos insetos, diminuindo a
postura e matando ovos, larvas e alguns insetos, não contamina insetos benéficos à
lavoura e predadores naturais (Previero et al., 2010).

2.6. Metabolismo dos bioinsecticidas


Os bioinsectidas depois da sua aplicação transformam-se quimicamente, o tempo
durante o qual o bioinsecticida se conserva antes da sua decomposição denomina-se
por persisténcia do pesticida. A importância de saber a persisténcia e o grau de
toxidade do bioinsectidas para o homem estão relacionados com a determinação do
tempo necessário para a aplicação do bioinsectida e o tempo para a colheita do
produto pulverizado. A este intervalo de tempo chama-se intervalo de segurança
(Dam, 2006).

Apesar dos bioinsecticidas apresenatrem desvantagens na estimação do seu


intervalo de segurança e na sua aplicabilidade em grande escala que se necessita de
uma grande quantidade de calda para aplicar em uma área maior, estes não
apresentam riscos consideráveis a saúde humana e ao meio ambiente, isto acontece
porque as toxicidades dos bioinsecticidas dependem de vários factores tais como:
origem da planta, factores ambientais e idade da planta. Mesmo não se sabendo com
precisão o intervalo de segurança, recomenda-se que não se deve usar o material
tratado com o bioinsecticida num intervalo mínimo de 7 dias, desde a última
aplicação (Dam, 2006).

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2.7. Pragas e doenças da cultura de tomate

2.7.1. Pragas
As pragas mais importantes na cultura do tomate em Moçambique são: Roscas
(Agrotis ssp), Afídeos (Aphis gossypii), Lagarta-americana (Helicoverpa armigera),
Nemátodo de galha (Meloidogyne ssp), Falsa-lagarta-mede-palmos (Plusia acuta),
Tripes (Trips tabaci), Mosca Branca (Bemisia tabaci), traça-do tomateiro (Tuta
absoluta), Larva mineira (Liriomyza sp) e Ácaro vermelho (Tetranychus evansy
Baker & Pritchard) (Gobeia, 2021).

2.7.2. Doenças
Existem numerosas doenças que atacam a cultura de tomate causando grandes
perdas. As principais doenças quem ocorrem em Moçambique são causadas por
fungos, bactérias e vírus.

As doenças causadas por fungos são: Murchidão das plântulas (Damping off):
Pythium, Rhizoctonia, Sclerotium e Fusarium; Mancha concêntrica: Alternaria
solani; Míldio (queimado do frio): Phytoptora infestans; Murcha de Fusarium:
Fusarium oxysporum f.sp.lycopersici; murcha de verticillium: Verticillium dahliae.
As doenças causadas por bactérias são: Murcha bacteriana: Pseudomonas
solanacearum; Mancha bacteriana: Xanthomonas vesicatória.
As doenças causadas por vírus são: Tabacco mosaico vírus e Cucumber mosaic
vírus (Jerônimo, et al 2007).

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2.8. Descrição da praga em estudo


Ácaros vermelhos (Tetranychus evansi Baker & Pritchard)

2.8.1. Taxonomia
Os ácaros vermelhos (Tetranychus evansi Baker & Pritchard) pertencem à classe
arachnida, família Tetranychidae, ordem Acarina, espéciae Tetranychus. É uma
espécie fitofago, que pode atacar muitas plantas como, por exemplo, o tomateiro,
algodoeiro, beringela. Vive nos países tropicais da África. As fêmeas depositam os
ovos na página inferior da folha, as colónias deste ácaro ficam na página inferior
das folhas criando teias, onde picam os tecidos vegetais (Dam, 2006).

2.8.2. Morfologia e biologia da praga


Os ácaros vermelhos são caracterizados pelo corpo dividido em duas (2) regiões: o
cefalotórax e o abdómen, geralmente possuem oito (8) patas ou poucas vezes quatro
(4) patas quando adulto, o aparelho bocal é do tipo bocal-sugador e apresenta
metamorfose incompleta (ovo-larva-ninfa-adulto) a mais importante espécie de
ácaros é ácaro vermelho (Tetranychus evansi Baker & Pritchard), é arredondado de
0,2-0,5 mm, cor de laranja, vermelho ou acastanhado (Dam, 2006).

O ataque dos ácaros vermelhos começa sempre nas folhas mais velhas, as fêmeas
depositam os ovos esbranquiçados a amarelados e esféricos de 0,1-0,2 mm,
simplesmente posto na página inferior da folha, os ovos chocam quatro a sete dias
depois, os ovos não fertilizdos dão origem a machos (Dam, 2006).
As larvas são um pouco mais largas que os ovos, com uma cor rosada e têm seis
patas, este estágio dura de três a cinco dias. Possuem dois estágios ninfa que dura
seis aos dez dias. A fêmea adulta é oval, laranja avermelhada, com manchas pretas
discretas no abdómen, tem 0,5 mm, vive sete dias e põe duzentos ovos com
longevidade aproximadamente há 30 dias. Os machos são pequenos e alaranjados
(Rosa et al., 2006).

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Ainda que o seu tamanho seja diminutivo, quase invisivel nos primeiros estágios
para pessoas não treinadas, vem-se a olho nu e movem-se rapidamente na superfície
inferior da folha, onde se encontram em um número variável, podendo se encontrar
de alguns até centenas (Dam, 2006).

2.8.3. Origem
O ácaro vermelho (Tetranychus evansi Baker & Pritchard) é provavelmente de
origem sul-americana e foi introduzida acidentalmente noutras partes do mundo,
onde se espalhou para o norte do Zimbabué, onde foi descoberto pela primeira vez
em 1979, entre o final de 1980 e início de 1990 foi introduzido no norte de África,
alcançando a Zâmbia em 1985, e Malawi em torno de 1990.
E em Março de 2001, o ácaro vermelho foi achado pela primeira vez no Quénia por
cientístas no projecto de maneio integrado de ácaro vermelho e foi descoberto na
Espanha em 1995 e Portugal no ano de 2000 (Segeren et al.,1996 citado por Gobeia,
2021).

2.8.4. Expansão
Sabe-se que actualmente o ácaro vermelho ocorre na África do sul, Moçambique,
Namíbia, Zâmbia, Zimbabué, Malawi, República Democrática do Congo, Somália,
Quénia, Marrocos, Israel, Maurícias, Tunísia, Reunião, Seicheles, França, Portugal,
Espanha, Porto Rico, Brasil, e USA concretamente na Califórnia, Arizona e Florida
(Rosa et al., 2006).

2.8.5. Hábito alimentar e Hospedeiros


Os ácaros vermelhos podem ser fitófagos ou predadores, geralmente atacam uma
única célula da planta e sugam o conteúdo celular, atacam as folhas, os brotos e os
frutos, preferem mais culturas da família Solanacea. Na Namíbia, por exemplo, o
ácaro vermelho é o maior problema no tomate e outros membros da família das
Solanacea tais como: beringela (Solanum melongena), batata (Solanum tuberosum)
e tabaco (Nicotina tabacum).

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A praga é encontrada também em vários outros vegetais como, por exemplo,


feijoeiros, citrinos e macieira. E se encontra também em plantas ornamentais como,
por exemplo, a Roseiras, bem como em muitas espécies selvangens (Amaranthus,
Solanum negrum, Chenopodium) (Gobeia, 2021).

2.8.6. Dinâmica Populacional e Dispersão do ácaro vermelho


A dispersão do ácaro vermelho a pequena distância, pode ser através do vento
(poeira das tempestades), água de irrigação e trabalhadores do campo (através da
roupa ou implementos agrícolas). A prática mostra que a infestação dos ácaros
vermelhos muitas vezes começa de fora (linhas de bordaduras) para dentro do talhão
(Dam, 2006).
O comércio das plantas hospedeiras pode assegurar a disseminação à longa
distância, portanto, outras culturas adjacentes de tomateiro podem servir de fonte de
infestação (Dam, 2006).

2.8.7. Condições ambientais que influenciam o desenvolvimento do Ácaro vermelho

2.8.7.1. Temperatura
No que concerne à temperatura, o desenvolvimento do ácaro vermelho (Tetranychus
evansi Baker & Pritchard) é favorecido em condições secas e quentes, na África do
Sul é considerado a praga mais essencial da estação quente, e na Namíbia a
infestação é muito séria nesta estação (neste caso o inverno), sendo a temperatura
mínima de 10 º C e óptima de 32 º C, favorável ao seu desenvolvimento. A
temperatura de 25 º C, o ciclo de vida completa-se em 13,5 dias (Gobeia, 2021).

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2.8.7.2. Humidade e precipitação


As condições favoráveis para a produção em grande quantidade de ácaros
vermelhos são: secas e empoeiradas são factores que mais condicionam a
multiplicação do ácaro vermelho (Tetranychus evansi Baker & Pritchard). Ao passo
que, quando borrificam-se as plantas com água de irrigação por aspersão ou em
períodos chuvosos, criam-se condições desfavoráveis ao desenvolvimento do ácaro
vermelho (Dam, 2006).

2.8.8. Sintomas de ataque


Os ácaros vermelhos (Tetranychus evansi Baker & Pritchard) provocam pequenas
manchas brancas amareladas dispersas na página superior das folhas até que a folha
toda se apresente amarelada, em seguida acastanhada e acabando por secar. No caso
de um ataque severo a planta morre devido à dissecação das folhas e seguida de
desfoliação (Rosa et al., 2005).

As extremidades das folhas na planta ficam com um tom de cor de laranja, devido à
presença de milhares de ácaros vermelhos, tecem teias esbranquiçadas, primeiro na
página inferior das folhas, mas depois envolvem toda a folha e quando o número de
ácaros se torna elevado, observam-se mesmo teias entre as folhas, as folhas atacadas
na fase inicial de desenvolvimento ficam pequenas, diminuem o rítmo de
crescimento da planta, os frutos ficam pequenos e com maturação precoce, também
causam manchas nos frutos (Gobeia, 2021).

2.8.9. Impacto económico


Os ácaros vermelhos são espécies essenciais de praga na África tropical e regiões
temperadas, estes Aracnídeos causam sérios danos devido a sua grande capacidade
reprodutiva, destroem as plantas dentro de um curto período de tempo, dificultando
o seu controlo, quando o maneio não for bem feito pode se perder a produção dentro
de semanas e consenquentemente menores retornos monetários na produção da
cultura de tomate (Dam, 2005).

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A partir do memento em que foi introduzido no Sul, o ácaro vermelho está


movendo-se lentamente para o Norte da África. Actualmente é um dos maiores
constrangimentos na produção de tomate em Moçambique, Namíbia, Malawi,
Zimbabué e Zâmbia, causando grandes perdas de rendimento. As perdas de
rendimento devido ao ataque dos ácaros vermelhos chegam a atingir 90% obtido em
ensaios de campo (Vasconcelos, 2005).

2.9. A cultura de tomate


O tomateiro é uma planta perenal e de porte de forma arbustiva. Aplanta pode
desenvolver-se de forma rasteira, semiereta ou ereta (erguido verticalmente), variando
de acordo com a exploração comercial desejada, seja para mesa ou para indústria. Pode
apresentar crescimento limitado ou ilimitado, a depender da variedade e o hábito de
crescimento (Alvarenga, 2007).
O tomate, Solanum lycopersicum L., pertence à família Solanaceae, e é considerada a
hortaliça mais produzida no mundo em relação aos seus efeitos económicos e sociais,
de forma que gera oportunidades de emprego, de maneira directa e indirecta, tendo
maior destaque na agricultura familiar (Turnes, 2017). Suas características qualitativas
tornam-se importantes para o consumidor final ou para seleção de frutos na
industrialização, tendo como normas da produção: o menor custo, maior qualidade e
produtividade, desencadeando na agregação de valor ao produto final (Peixoto et al.,
2017).

2.9.1. Taxonomia
O tomate Solanum lycopersicum L é o fruto do tomateiro, planta pertencente à
família Solanaceae, classe Dicotyledones, ordem Solanales (personate) subfamília
Solanoideae, tribo Solaneae, género lycopersicon, espécie esculentum é originária
da região dos Andes, concretamente da zona costeira ocidental da América do Sul,
entre Equador e o Chile (abrangem também regiões da Bolívia, Colômbia e Perú).
(Costa & Heuvelink, 2005).

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2.9.2. Origem
O tomateiro é uma hortaliça fruto da família Solanaceae, seu centro de origem é na
América do Sul, em países como Bolívia, Chile, Colômbia, Peru e Equador.
(Alvarenga, 2004).
O tomate (Solanum lycopersicum L.) é de origem Sul Américana e é planta de
estação fresca. Possui quantidades de vitaminas A e C. É uma das mais importantes
hortícolas a nível mundial, pois, se tem verificado um aumento generalizado da sua
produção, devido a suas várias utilizações, tais como o consumo fresco, indústria e
bem como produto secundário é extraído o óleo das suas sementes, o que o torna
uma olerícola (Gobeia, 2021).

2.9.3. Produção e importância da cultura de tomate


A despeito de muitos pensarem que o tomate é uma hortaliça, na verdade o tomate é
uma fruta e que por muito tempo esteve pouco valorizada por acreditarem que o
tomate era pouco nutritivo, mas nas últimas décadas estudos feitos comprovaram o
quanto o tomate é essencial sobdiversos aspectos e isso fez com que ele subisse na
lista de alimentos ricos em propriedades nutricionais e valores funcionais (Alencar,
2017).

Segundo estudos realizados pela Universidade de Harvard, consumir o tomate


regularmente diminui o risco de cancro de próstata. O fruto do tomate é muito rico
em vitaminas A, B e C, e sais minerais como fósforo, ferro e potássio. É muito
recomendado em dietas com restrição de calorias por ter baixo valor calórico. O
tomate por ser consumido de várias formas: saladas, purês, molhos, porém o ideal é
utilizá-lo in natura, cru seus nutrientes são bem conservados que processados
(Alencar, 2017).

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2.9.4. Valor nutricional do tomate


No que diz respeito ao valor nutricional, o tomate contém quantidades apreciáveis
de β-caroteno (transformado em Vitamina A no corpo humano) e Vitamina C,
contudo é menos nutritivo do que outras hortícolas de folhas. O consumo dos frutos
do tomatateiro contribui para uma dieta saudável e bem equilibrada. Estes são ricos
em minerais, vitaminas, aminoácidos indispensáveis, açucares e fibras dietéticas. O
fruto contém grandes quantidades de vitaminas B e C, ferro e fósforo (Naika, 2006).

A vitamina A que predomina no tomate é a responsável pela acção oxidante no


organismo, e junto com a vitamina C, combatem os radicais livres, retardando o
envelhecimento. Proporciona resistência aos ossos, contribui para a contracção
muscular (devido ao sódio e ao magnésio), toma parte da coagulação do sangue,
auxilia no metabolismo, reduz danos oculares causados por exposição aos raios
solares, mantém o equilíbrio da água (Alencar, 2017).

O tomate possui a seguinte composição química: 92,5% a 95% de água e 5 a 7,5 %


de matéria seca; destacam se os açucares (principalmente glicose e frutose) que
representam aproximadamente, 48 % da sua composição, e os ácidos orgânicos
(cítrico e málico, principalmente) com 13 % (Padilha, 2019).

2.9.5. Os órgãos da planta


O tomateiro é uma planta herbácea e perene que é cultivada como anual. A planta
possui folhas alternas e divididas em folíolos. O crescimento é do tipo simpodial,
pois, ao longo do processo do seu desenvolvimento diversas gemas vão se formando
na estrutura da planta. O fruto é do tipo baga, peso incostante, de cor rosa ou
vermelho, têm diversos formatos (achatado, oblongo, redondo), dois lóculos, sendo
mais comuns com três a quatro lóculos, atingem a maturação em torno de 30 a 40
dias, após a fecundação do óvulo. Os frutos desenvolvem-se em inflorescências do
tipo cacho ou racemo, que podem ter mais de 30 flores (Caliman, 2005).

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2.9.5.1. Sementes
As sementes da cultura de tomate são abundantes, com forma de rim ou pera, são
peludas, de cor acastanhada clara, com 3-5 mm de comprimento e 2-4 mm de
largura (Rulken & Ribeiro, 1999).

2.9.5.2. Raiz
O sistema radicular é constituído por uma raiz principal aprumada, que pode
alcançar até 40-60 cm de profundidade, e por raízes secundárias e adventícias. A
raiz principal pode chegar a atingir uma profundidade de 50 cm ou mais, ela produz
um denso conjunto de raízes laterais e adventícias, cujo caule pode ser reto ou
prostrado e pode chegar e atingir uma altura de 2-4 m, ele é sólido, áspero, peludo e
glandular (Naika, 2006).

2.9.5.3. Caule
O caule tém um porte inicial ereto e posteriormente decumbente. O caule é
pubescente, com tricomas unicelulares e pluricelulares, alguns com glândulas que
conferem ao tomateiro um aroma característico, situação, comuns e específicas de
muitas plantas solanáceas. O caule apresenta um alongamento simpodial, no final
do período de crescimento, ou durante este período, o meristema apical do eixo
caulinar aborta ou diferencia-se numa cor (Brito Júnior, 2012).

2.9.5.4. Folha
As folhas são pecioladas, compostas por folíolos (imparifolioladas), do qual
número, dimensão e configuração apresentam variação consoante às variedades. Na
variedade estudada, Roma, o número de folíolos por folha varia entre 20 – 28. A
média da área foliar é aproximado a 160 cm2, a média da área dos folíolos é de 7
cm2, com valores médios máximos de 14,2 - 16,5 cm2 e valores mínimos de 1,61
cm2 - 1,67 cm2. À semelhança do caule, as folhas são pubescentes e revestidas por
tricomas (Brito Júnior, 2012).

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2.9.5.5. Flores
As flores formam cachos, produzindo 6-12 flores, são bissexuais e se desenvolvem
opostos ou entre as folhas. Geralmente, há 6 pétalas de cor amarela e recurvas
quando maduras. Há 6 estames, e as anteras são de cor amarela clara, dispostas em
redor do estilete, o ovário tem uma posição superior e contém 2- 9 compartimentos.
A maior parte dos casos há autopolinização, e também há polinização cruzada. Os
agentes polinizadores mais importantes são abelhas e os abelhões. No que concerne
a sua a sua flor é hermafrodita, se encontra em cachos, tem coloração amarela e são
pequenas (Brito Júnior, 2012).

2.9.5.6. Frutos
Os frutos do tomateiro são carnosos e suculentos, do tipo baga, com massa média
que varia de 5 a 500g, podendo possuir formato achatado, alongado ou globular, e
ser biloculares, triloculares ou pluriloculares. Podendo ser alterados de acordo com
a variedade da espécie (Pinto & Casali, 1980). Os frutos se apresentam com cor
vermelha viva quando estão maduros. O pigmento vermelho, que provoca a cor
vermelha de maneira atrativa, tanto no tomate in natura, quanto nos produtos
industriais derivados deste, é resultante da substância licopeno, a qual se admite ser
anticancerígena. Sendo seu interior fragmentado por lóculos. (Peixoto et al., 2017).

2.9.6. Condições ambientais


Para o desenvolvimento com qualidade do tomate, seja para finalidade de
industrialização ou de consumo comum, deve se ter em consideração aspectos
como, as influências que o clima, luminosidade e pluviosidade introduzem na
cultura de tomate. Dessa maneira, pese embora o tomateiro sofra interferência
significativa das condições climáticas, se adapta na maioria dos climas, tendo a
possibilidade de ser cultivado em diversas partes do mundo. Factores como:
adequadas condições de temperatura, luminosidade e humidade relativa do ar
contribuem bastante para a qualidade dos frutos e no desempenho da cultura.
(Oliveira, 2014).

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2.9.6.1. Tempertura
A cultura de tomate tem por exigência o clima temperado, ainda assim, um factor
essencial para a manutenção dessa característica diz respeito à temperatura. Entre os
malefícios ocasionados pela alta temperatura têm-se: diminuição da germinação e
liberação do grão de pólen; menor fixação dos frutos; aparição de frutos pequenos e
com deficiência em relação à quantidade de sementes; anomalias. Pode-se afirmar
que o tomateiro não suporta temperaturas extremas, porém, dependendo da
variedade, pode ser tolerante ao estresse de temperatura (Gomes, 2016).

Temperaturas abaixo de 10 ºC no tomateiro ocasionam:


 Redução da taxa de crescimento da planta;
 Polinização deficiente, influenciando negativamente na fecundação dos
ovários;
 Abortamento de flores e queda de frutos;
 Paralisação da absorção de água e nutrientes do solo;
 Amarelecimento das folhas;
 Hastes muito duras, quebradiças e arroxeadas, devido ao acúmulo de
antocianina.

Por outro lado, temperaturas acima de 35 ºC o tomateiro sofre os seguintes danos:


 Redução na porcentagem de germinação das sementes;
 Prejuízo na polinização das flores;
 Menor aproveitamento dos nutrientes do solo;
 Morte prematura das plântulas;
 Menor desenvolvimento das plantas;
 Queda de algumas flores;
 Abortamento e queima de muitos frutos (Machado, 2007).

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Tabela 1: Temperaturas necessárias para diferentes estágios da produção do


tomateiro

Estágio de desenvolvimento das plantas Temperatura em ºC


Mínima Óptima Máxima
Germinação 11 16-29 34
Crescimento vegetativo 18 20-24 32
Desenvolvimento de cor vermelha 10 20-24 30
Desenvolvimento de cor amarela 10 21-32 40
Fonte: (Ribeiro & Rulkens, 1999).

2.9.6.2. Luminosidade
Para além da temperatura, outro factor climático importante para o desenvolvimento
da cultura de tomate é a luminosidade. Sua importância se dá, pois fornece energia à
plantação para que esta possa realizar o processo de fotossíntese, e que, de forma
subsequente, provoque o acúmulo de fotoassimilados. Assim, a luminosidade
influencia no alto teor de açúcar nos frutos e sua alta irradiação contribui para o seu
desenvolvimento (Gomes, 2016).

2.9.6.3. Humidade
O tomateiro precisa de um clima relativamente fresco. É essencial que haja um
período de três meses de chuva no mínimo para que o cultivo do tomate não tenha
dificuldades. Longos períodos com escassez de humidade e secos provocam quedas
de botões, de flores e racha dos frutos, enquanto que longos períodos de humidade
excessiva e chuva facilitam o desenvolvimento de fungos e o apodrecimento dos
frutos. O tomateiro adapta-se a várias condições climáticas, variando entre a
temperatura quente e húmida tropical. Não suporta temperaturas abaixo de 10 e nem
acima de 38 ºC (Naika, 2006).

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2.9.6.4. Solos
A cultura de tomate adapta-se bem em grande parte dos solos minerais e de
preferência, arenosos profundos e bem drenados. Tem bom desenvolvimento em
solos com pH = 5,5 - 6,8. Quando se trata de produção orgânica de tomate segundo
a agricultura biológica, o solo deve ser micro biologicamente ativo, enriquecido
com matéria orgânica e nutrição equilibrada de minerais. Deve se fazer a rotação de
culturas, leguminosas de forragem, culturas de cobertura, adubos verdes, estrume,
cal, fosfato e outros minerais procedentes de rochas, além de fertilizantes orgânicos
adicionais (Martins, 2017).

O tomateiro é altamente exigente quanto à fertilidade de solo, mais de forma


específica com o teor de nutrientes no solo. O tomate prefere solos permeáveis,
profundos, boa drenagem e fertilidade, com bom teor de Ca e Mg, pH 6 - 6,5 areno
argiloso. Deve se vitar plantios em terrenos inclinados, expostos ao vento frio,
gargantas, baixadas frias. Solos excessivamente compactados, sujeitos a
encharcamentos são evitados (Filgueira, 2003).

2.9.6.5. Época de sementeira/plantio


O plantio feito na época fresca produz melhor e maiores rendimentos devido ao
clima mais ameno. As pragas e doenças aparecem menos nessa época, levam o
produtor a gastar menos insumos. O plantio na época quente e chuvosa a
temperatura é elevada e as condições são em geral menos favoráveis à frutificação e
isto afecta a qualidade de frutos (Ferreira, 2010).

Em Moçambique existem duas estações ao longo do ano: Estação fresca e seca


(Inverno), que vai de Abril a Setembro, é a mais apropriada para o cultivo de
tomate, necessitando de regas frequentes, e a outra, é a estação quente e chuvosa
(Verão), de Outubro a Março, que apresenta maiores problemas com pragas e
doenças (Jerônimo et al., 2007).

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CAPÍTULO III: MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Local do ensaio


O ensaio experimental foi realizado na Chimunda Commercial Farmers, em Mambone
no distrito de Govuro na província de Inhambane.

Segundo o Ministério de Administração Estatal, (2010). O distrito de Govuro situa-se


na região norte da província de Inhambane, a 431 km da capital provincial- a cidade de
Inhambane. A área do Distrito de Govuro é de 3.961 km2 e com uma população total de
35.460 habitantes. O Distrito se encontra dividido em dois postos administrativos: Nova
Mambone e Save. Sua sede é a povoação de Nova Mambone. Tem limites geográficos,
a norte com o Distrito de Machanga da Província de Sofala através do rio Save, a leste
com o Oceano Índico, a sul com o Distrito de Inhassoro e a oeste é limitado pelo
Distrito de Mabote.

3.2. Material experimental


Para a execução do ensaio foram utilizados os seguintes materiais: Sementes da cultura
de tomate (Solanum lycopersicum L.), da variedade Roma VF. É notável que V indica
resistência a murcha causada pelo fungo verticillium, e F indica resistência à murcha-
do-fusarium. Trata-se de uma variedade de crescimento determinado que atinja a
maturação aos 110-120 dias. O seu fruto pode ser consumido fresco ou processado e
apresenta uma forma de pêra que pode atingir um peso médio de 55g (Ribeiro &
Rulkens, 1999). Usou-se também bioninsecticidas (na base de piri-piri, margosa, rícino,
e tabaco). Bioinsecticida é toda substância com efeitos pesticida, insecticida,
nematocida, rodenticida, avicida, herbicida, com certo potencial de combate as pragas,
derivados de uma planta ou qualquer outra substância natural.

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3.2.1. Material de produção


Enxada, ancinho, diastímetro, cordas, pulverizador, balança de precisão, estacas, pilão e
almofariz, baldes, ceifas, e máscara.

3.3. Preparação dos bioinsecticidas


Os bioinsecticidas usados no ensaio foram sempre preparados um dia antes da sua
aplicação, bioinsecticidas estes produzidos na base de produtos nomeadamente
margosa, rícino, tabaco e piri-piri. Actividade esta que foi levada a cabo aos 22 (52
dias depois do transplante) e 29 de Abril de 2023 (59 dias depois do transplante).
(Apêndice 4)

3.3.1. Folhas de margosa


No que concerne à preparação da calda de Margosa, um dia antes da aplicação
foram colhidas às folhas, de seguida fez-se a trituração das folhas com almofariz e
pilão até ficar em massa verde escura, deixou-se em um recipiente por 24 horas e a
quantidade de folhas de margosa colhida foi de 600g. Segundo (Ascher, 1993) deve
ser usado 100g/l litro de água. Após 24h separou-se a calda do resto dos materiais
vegatais, e depois se usou coador para coar a calda de modo a evitar o entupimento
do pulverizador.

3.3.2. Folhas de rícino


Para a preparação da calda de rícino, um dia antes da aplicação foram colhidas às
folhas, de seguida fez-se a trituração das folhas com almofariz e pilão até ficar em
massa verde escura, deixou-se em um recipiente por 24 horas e a quantidade de
folhas de rícino colhida foi de 600g. Segundo (Ascher, 1993) deve ser usado 100g/l
litro de água. Após 24h separou-se a calda do resto dos materiais vegatais, e depois
se usou coador para filtrar a calda de modo a evitar o entupimento do pulverizador.

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3.3.3. Folhas de tabaco


Para a preparação da calda de tabaco, um dia antes da aplicação as folhas foram
despedaçadas, de seguida fez-se a trituração das folhas com almofariz e pilão até
ficar em massa verde escura, deixou-se em um recipiente por 24 horas e a
quantidade de folhas de tabaco colhida foi de 600g. Segundo (Ascher, 1993) deve
ser usado 100g/l litro de água. Após 24h separou-se a calda do resto dos resíduos
vegetais, e depois se usou coador para coar a calda de modo a evitar o entupimento
do pulverizador.

3.3.4. Piri-piri
Para a preparação da calda de piri-piri, um dia antes da aplicação moeu-se o piri-piri
maduro e seco com almofariz e pilão até ficar em pó, deixou-se em um recipiente
por 24 horas e a quantidade de piri-piri colhida foi de 600g. Segundo (Ascher, 1993)
deve ser usado 100g/l litro de água. Após 24h separou-se a calda do resto dos
resíduos vegetais, e depois se usou coador para coar a calda de modo a evitar o
entupimento do pulverizador.

3.4. Métodos
Para o alcance dos objectivos foi estabelecido um ensaio no campo. Onde os
tratamentos consistiam de pulverizações periódicas com os quatro bioinsecticidas em
estudo e um testemunho (controlo). Antes do estabelecimento do campo de ensaio as
plantas passarm um período de cerca de quatro semanas em tabuleiros deixados na
estufa.

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3.4.1. Delineamento Experimental


Para o ensaio, foi usado o Delineamento de Blocos Completos Casualizados
(DBCC), sendo constituidos de 4 repetições, 5 tratamentos em cada uma das
repetições, contando com um total de 20 parcelas em todo ensaio e cada parcela
tinha dimensão de 18 m2. No âmbito da condução, cada parcela tinha 3 linhas no
compasso 90 cm x 50 cm, cabendo desta forma 12 plantas por cada linha,
complentando 36 plantas por cada parcela. Foi definido uma área útil de 3 m2 por
parcela contudo perfazendo uma área total de 360 m2. A distância entre as
repetições foi de 1.5 m e entre os tratamentos de 0.5 m. Cada parcela tinha como
comprimento 6 m e largura de 3 m totalizando 528 m2 de área total do ensaio. O
esquema experimental do ensaio pode ser visto no (Apêndice 3).

3.4.2. Codificação dos tratamentos

Tabela 2: Codificação dos tratamentos

Tratamentos Bioinsecticida Doses Nr de


pulverizaçoes
T1 Margosa 600g/l 3
T2 Rícino 600g/l 3
T3 Tabaco 600g/l 3
T4 Piri-piri 600g/l 3
T5 Acaricida (controlo) 6 ml/6l de água 3

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3.4.3. Metodologia usada para alcançar os objectivos

Determinar o índice de ataque da praga em diferentes tratamentos

Para determinar o índice de ataque da praga em diferentes tratamentos observou-se


o comportamento dos diferentes bioinsecticidas em relação ao índice de ataque dos
ácaros vermelhos, se estavam a aumentar ou diminuir. As pulverizações foram
feitas no período da tarde, concretamente ao fim do dia por volta das 16h às 17h,
para evitar a degradação dos bioinsecticidas pela raciação solar.
A fase larval é a mais vulnerável na vida do ácaro e dura 3 a 5 dias. A persistência
do bioinsecticida é de 5 a 10 dias. Para se obter um bom controlo escolheu-se um
intervalo entre as pulverizações de 7 dias. Na fase adulta o combate dos ácaros
vermelhos é defícil porque forma teias.
Antes das pulverizações fez-se contagem dos ácaros vermelhos e depois de cada
pulverização, 3 dias depois fez-se a contagem de números de ácaros por folha, para
determinar o aumento ou diminuição pelo efeito da aplicação dos bioinsecticidas. A
partir do índice de redução ou aumento do número de ácaro foi determinado o
bioinsecticida em eventos diferentes de aplicações.
Para a medição da variável, foi usada a fórmula de Townsend e Heuberger com
cinco classes de danos (Olmi, 2004).
( )

Onde:
P- Percentagem de dano; N- Plantas observadas em cada classe; n- Total de classes;
V- Classes de danos; NT- Total de plantas observadas;
Foram usadas cinco classes, nomeadamente: 0- Sem danos; 1-Ataque muito ligeiro;
2- Ataque ligeiro, 3- Ataque médio; 4- Ataque sério.

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Determinar o índice de severidade de ataque de Ácaros vermelhos (Tetranychus


evansi Baker & Pritchard) em diferentes tratamentos

Para se determinar o índice de severidade de ataque de Ácaros vermelhos em


diferentes tratamentos, foram feitas observações das plantas antes e após terem sido
atacadas, com o objectivo de avaliar o grau de severidade que os ácaros vermelhos
possam ter criado nas plantas. A determinação do índice de severidade singiu em
obsevar o estado final das folhas da planta do tomateiro depois de serem atacadas, e
se o ataque foi ligeiro, médio ou severo.

Determinar variáveis de rendimento (nº de frutos por planta, frutos comerciais e


não comerciais).

Corresponde a somatória dos frutos comerciais e não comerciais de todas as


colheitas que multiplicado por dez mil e dividido pela área na qual os frutos foram
colhidos obteve-se o rendimento total por hectare para o devido tratamento.

( ) ( )

Onde:
R (ton/ha) – Rendimento total em tonelada por cada hectare.
Foram colectados dados numéricos dos frutos por tratamento, a colecta foi feita uma
vez por cada semana tendo obtido o número total dos frutos por tramento.Os frutos
foram colhidos a partir do momento que mostravam sinais de amadurecimento,
onde foi avaliado o número de plantas por tratamento.
Sabendo que o mercado é em norma, muito exigente, existe certo padrão em que os
frutos colhidos deveram chegar ao mercado, isto é, sem apresentar sinais de
doenças, bom tamanho, bom aspecto físico. Portanto, foi feita a avaliação
qualitativa dos frutos usando-se como critérios os defeitos fisiológicos, cor de frutos
e ataque por pragas e doenças, tendos os frutos sido classificados em dois grupos
(frutos comerciais e frutos não comerciais).

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Identificar o bioinscticida mais eficaz no controlo dos Ácaros vermelhos


(Tetranychus evansi Baker & Pritchard)

Para se identificar o bioinsecticida mais eficaz no controlo dos ácaros vermelhos no


campo, foi necessário deixar o campo ser infestado até ao nível económico de
ataque, isto para que pudesse se fazer a primeira pulverização. Porem, para as
subssequentes pulverizações seguiu-se os intervalos de aplicações pré-estabelecidos
neste presente estudo. Os bioinsecticidas do presente estudo mostraram ser
diferentes no modo de acção.

3.5. Condução do ensaio

3.5.1. Identificação do terreno


A identificação do terreno foi efetuada no mês de Janeiro, escolheu-se uma área em
que os solos eram moderadamente bem drenados, ligeira a fortemente lixiviados,
contudo que apresentaram uma boa capacidade de retenção de água.

3.5.2. Preparação da área


A preparação do campo definitivo teve o início com a limpeza realizada três
semanas após a sementeira, esta actividade culminou com lavoura e gradagem
macanizada, demarcação e montagem de parcelas, o trabalho de montagem de
parcelas fora feita manualmente com enxada e ancinho. Os canteiros foram
levantados a uma altura de aproximadamente 15 cm para evitar a acumulação de
água na superfície.

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3.5.3. Sementeira
Esta actividade teve lugar aos 26 de Janeiro de 2023, que iniciou com enchimento
dos tabuleiros com substrato (mistura de esterco de bovino curtido, materia-seca
decomposta e areia preta). De seguida, a sementeira em tabuleiros foi efeituada no
mesmo dia. A emergência foi de 100%. Aos vinte e um dias após a sementeira as
plântulas tinham em média 18 cm de altura. Não houve registo de ataque de pragas
e doenças. A duração na estufa foi de 36 dias (aos 29 dias as plântulas já se
encontravam em condições para serem transplantadas, mas por conta das cheias que
assolaram o Distrito de Govuro, o transplante teve atraso de uma semana, pois, os
campos se encontravam submersos.) na qual não se fez nenhuma pulverização, mas
realizaram-se determinados amanhos culturais tais como moda e regas.

3.5.4. Transplante
Esta actividade foi realizada aos 2 de Março de 2023, 36 dds (dias depois da
sementeira) no compasso de 90 cm x 50 cm em cada parcela contando com 36
plantas em cada parcela e um universo de 720 plantas em todo ensaio. Foram
selecionadas as melhores plântulas, com diâmetro e altura recomendados e em boas
condições fitossanitárias.

3.5.5. Irrigação
O sistema de rega usada foi gota a gota, com três mangueiras por parcelas dispostos
de forma vertical medido 40 m, foram no total, 12 mangueiras usadas em todo
ensaio, as regas eram feitas de acordo com as necessidades das plantas, sem muita
humidade, nem pouca.

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3.5.6. Tutoramento
Aos 41 (dias depois do transplante), foi efectuada a montagem de tutores convista
assegurarem um crescimento de forma erecto e minimizar-se a queda das plantas
por danos culturais. O tamanho de cada tutor foi de um metro e meio (1,5 m), para o
ensaio o número necessário de tutores foi de 120 estacas.

3.5.7. Sacha e amontoa


Durante o período que a cultura esteve no campo foram feitas duas sachas, a
primeira aos 14 de abril de 2023 e a segunda aos 11 de Maio de 2023 (44 e 71 ddt,
respectivamente). Efetuadas manualmente usando enxadas que permitiram limpar as
plantas indesejadas e ervas daninha dentro das parcelas deixando desta forma de
competir com a cultura lá estabelecida e permitir maior eficácia em termos de uso
de nutrientes do solo. E foram feitas duas amontoas, em simultâneo com as sachas,
em que consistiu em juntar a terra ao redor da base do caule com objectivo de
controlar as infestações juntamemente com a sacha, estimular formação das raízes
adventícias e aumentando a capacidade de absorção de nutrientes no solo.

3.5.8. Controlo fitossanitário


Aplicação dos bioinsecticidas sobre as plantas, como um dos principais factores de
estudo deste ensaio experimental, aplicação esta que foi realizada aos 23 e 30 de
Abril de 2023 e a última aos 07 de Maio de 2023, 54 dias depois do transplante,
enquanto as plantas já se encontravam na sua fase inicial reprodutiva (floração).
Não se efectuou nenhuma pulverização durante a fase em que as plantas estavam na
estufa, pois não se verificou ataque de pragas. As pulverizações das parcelas em
campo definitivo eram feitas com o intervalo de 7 dias com ambos bioinsecticidas e
no total foram feitas 3 pulverizações.

3.5.9. Colheita
A colheita foi manual. A primeira foi realizada aos 31 de Maio, 90 dias após a
sementeira, a segunda aos 12 de Junho, 102 dias após a sementeira e a última aos 19
de Junho, 125 dias após sementeira. Apêndice 6.

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3.5.10. Colecta de dados


No processo de colecta de dados foi efectuada uma seleção aleatória dos indivíduos
nas parcelas. O número de indivíduos selecionados aleatoriamente é de 12 plantas
equivalentes a 30% da população em cada parcela.
Os materiais usados na colecta de dados foram balança de precisão e material de
anotações.

Variáveis de medição:
 Número de frutos por planta;
 Frutos comerciais e não comerciais.

As leituras das variáveis 1 e 3 foram obtidas 90 dias depois da sementeira e para a


variável 2 teve três leituras nomeadamente 31 de Maio, 12 de Junho e 19 de Junho,
125 dias depois da sementeira.

Variaveis entomologicas:

 Determinar o índice de ataque da praga em diferentes tratamentos;

 Determinar o índice de severidade de ataque de Ácaros vermelhos (Tetranychus


evansi Baker & Pritchard) em diferentes tratamentos.

3.5.11. Amostragem e amostra


Para amostragem foi usado o método probabilístico (que pressupõem que cada
membro tem a mesma chance de ser escolhido para a amostra), concretamente
amostragem aleatória simples (a probabilidade de um elemento da população ser
escolhido é conhecida)- fez-se uma lista da população e posteriormente o sorteio
dos elementos que fizeram parte da amostra. Amostra: cada parcela tinha 36 plantas,
e em cada parcela levamos um terço para amostra: 36 x 3= 12 (nº de amostras que
foram colhidas por parcela). 12 x 20 = 240 (nº total de amostras que foram colhidas
em todo ensaio).

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3.5.12. Análise estatística


A análise estatística de todos dados deste estudo foram feitas no pacote estatístico
Statistix 10 as variáveis que apresentarem diferenças significativas, foram
submetidas ao teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Tabela 3: Esquema da ANOVA


FV g.l SQ QM F
Blocos b-1 SQ bloc QM bloc QM bloc/QM
erro
Tratamento t-1 SQ trat QM trat QM trat/QM
erro
Erro (t-1)(b-1) SQ erro QM erro
Total tb-1 SQ Total
Legenda: Fontes de variação (FV), Graus de liberdade (g.l.), Soma de quadrados (SQ),
Quadrados médios (QM), F calculado (F).

3.5.13. Limitação de estudo


Não se fez a análise química dos bioinsecticidas usados no estudo (para puder se
saber a percentagem dos princípios activos e daí se aplicar doses de acordo com a
percentagem da cada bioinsecticida); e análise dos solos que pudessem guiar a
quantidade de fertilizantes a serem aplicados.

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CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÕES


Neste capítulo, apresentam-se os resultados obtidos do estudo experimental bem como a
respectiva discussão.

Gráfico 1: Índice de ataque da praga em diferentes tratamentos

Índice de ataque antes e depois de aplicação


80

70

60

50

40

30

20

10

0
MARGOSA PIRIPIRE RICINOS ACARICIDA TABACO
Indice de ataque da praga antes 67 64,4 64,4 63 60,8
Inice de ataque da praga depois 45,2 52,4 35,2 39,4 36,8

Indice de ataque da praga antes Inice de ataque da praga depois

Em concordância com os resultados da análise de variância, mostra haver diferenças


significativas a 5% de significância entre os tratamentos neste parâmetro. A comparação
das médias pelo teste de Tukey a 5% de significância indicou que os tratamentos com
Margosa (Azadirachta indica A. Jus), Piri-piri (Capsicum frutescens) e Rícino (Rícinus
communis L.) antes da aplicação dos bioinsecticidas obtiveram maior índice de ataque, e o
tratamento com Tabaco (Nicotina Tabacum L.) antes das aplicações teve menor índice de
ataque da praga e depois das pulverizações os tratamentos com Rícino (Rícinus communis
L.) e Tabaco (Nicotina Tabacum L.) é que obtiveram uma maior redução o que difere
significativamente com os restantes tratamentos.

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Feitas as aplicações dos bioinsecticidas os resultados mostraram que o tratamento com Piri-
piri (Capsicum frutescens) teve uma fraca eficácia. Segundo Previero et al., (2010), os
extratos de Piri-piri inibem a alimentação de insetos, repelente natural de insetos,
interrompe o crescimento do inseto por provocar distúrbios na ecdise, troca de fase, impede
comunicação sexual dos insetos, diminuindo a postura e matando ovos, larvas e insetos,
não contamina insetos benéficos à lavoura e predadores naturais. Esta fraca eficácia deve
estar associada aos princípios activos que é diferente entre os bioinsecticidas e o piri-piri
tem menor percentagem de susbtâncias activas concentradas.

Por outro lado, a redução do índice de ataque dos ácaros vermelhos é sustentada pelo facto
do Rícino (Rícinus communis L.) ter acção insecticida, larvícida e vermífuga para várias
pragas incluindo os ácaros, sendo que o vegetal é tóxico tanto para as plantas assim como
para o homem, os princípios activos são Alcalóides (Ricinina), Glucoproteina (Maciel et al,
2008). Actua sobre várias pragas das seguintes maneiras: rompendo ou inibindo o
desenvolvimento de ovos e larvas, bloqueando a mudança de pele de larvas e ninfas,
impedindo a fêmea de pôr ovos, envenenando larvas e adultos, esterilizando os adultos
(Oliveira et al., 2008).

Houve redução do índice de ataque dos ácaros vermelhos, pelo facto do Tabaco (Nicotina
tabacum L.) actuar como insecticida, acaricida de contacto, ingestão e de inalação,
repelente e fungicida, a nicotina é um bioinsecticida muito fitotóxico, pois, a planta
apresenta alto teor tóxico utilizado no controle de pragas na agricultura (Romua, 2021).

O índice de ataque no tabaco em realação ao rícino foi baixo, mas o número de frutos foi
inverso, este facto é justificado por não se ter feito exame químico dos bioinsecticidas para
se saber os principios activos ( % percentagem de toxicidade) e também por não ter se feito
a análise do solo que pudessem guiar a quantidade de fertilizantes a serem aplicados.

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Gráfico 2: Índice de severidade de ataque de Ácaros vermelhos (Tetranychus evansi


Baker & Pritchard) em diferentes tratamentos

Índice de severidade antes e depois de aplicação


45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
MARGOSA PIRIPIRE RICINOS ACARICIDA TABACO
Indice de severidade antes do
38,8 37,4 35,6 35 34,4
tratamanto (%)
Indice de severidade depois do
19,8 30,6 17 17 16,2
tratamento(%)

Indice de severidade antes do tratamanto (%) Indice de severidade depois do tratamento(%)

De acordo com a análide de variância (ANOVA), os bioinsecticidas afectaram


significativamente a severidade de ataque de ácaros vermelhos (P>0,05).

Com base no teste de comparação das médias, pelo teste de Tukey a 5% de significância,
para o dano causado pelos ácaros vermelhos, observaram-se diferenças significativas, todos
os bioinsecticidas apresentaram diferença em relação ao tramento com Acaricida
(Abametin), porém, antes das aplicações dos bioinscticidas o menor índice de severidade
foi observado no tratamento com Tabaco (Nicotina Tabacum L.) em relação ao tratamento
com Acaricida (Abametin) e os restantes tratamentos. Depois das aplicações dos
bioinsecticidas o tratamento com Piri-piri (Capsicum frutescens) teve maior índice de
severidade, facto explicado por o piri-piri ter menor percentagem de susbtâncias activas
concentradas no que diz respeito a princípios activos em relação aos outros bioinsecticidas
(Previero et al., 2010). Acredita-se também que a persisténcia do pesticida (tempo durante
o qual o bioinsecticida se conserva antes da sua decomposição) tenha cido influenciada

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pelos factores ambientais tais como: temperatura e vento, consenquentemente tenha


afectado a toxicidade do piri-piri. (Dam, 2006).

Os tratamentos com Tabaco (Nicotina tabacum L.), Acaricida (Abametin), Rícino (Rícinus
communis L.), Margosa (Azadirachta indica A. Jus) mostraram redução no que concerne ao
índice de severidade.

Fenomeno justificado pelo facto do Tabaco (Nicotina tabacum L.) actuar como insecticida,
acaricida de contacto, ingestão e de inalação, repelente e fungicida, a nicotina é um
bioinsecticida muito fitotóxico, pois, a planta apresenta alto teor tóxico utilizado no
controle de pragas na agricultura (Romua, 2021).

O Rícino (Rícinus communis L.) tem acção insecticida, larvícida e vermífuga para várias
pragas incluindo os ácaros, sendo que o vegetal é tóxico tanto para as plantas assim como
para o homem, os princípios activos são Alcalóides (Ricinina), Glucoproteina (Maciel et al,
2008). Actua sobre várias pragas das seguintes maneiras: rompendo ou inibindo o
desenvolvimento de ovos e larvas, bloqueando a mudança de pele de larvas e ninfas,
impedindo a fêmea de pôr ovos, envenenando larvas e adultos, esterilizando os adultos
(Oliveira et al., 2008).

A margosa (Azadirachta indica A. Jus) tem acção insecticida, fungicida, nematocida e


repelente, actuam sobre vários insectos, rompendo o desenvolvimento de ovos e larvas,
impedindo a fêmea de pôr ovos, bloquendo a mudança de pele de larvas e ninfas,
envenenando larvas adultas e esterilizando os adultos (Gobeia, 2021). Além de provocar
mortalidade aguda em algumas pragas, devido à acção rápida e diversificada dos
ingredientse activos, não há um desenvolvimento de individuos mais resistentes na
população. (Oliveira et al., 2008).

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Tabela 4: Médias de número de frutos por planta (NFP)

Tratamentos Médias
Margosa (Azadirachta indica A. Jus). 29.833 A
Rícino (Rícinus communis L.) 28.979 A
Controlo (Abametin) 27.417 A
Tabaco (Nicotina tabacum L.) 26.562 A
Piri-piri (Capsicum frutescens) 20.064 A
CV (%) 39.13
Media Geral 26.571
Probabilidade 0.6415

O resultado de análise de variância mostra que não existem diferenças significativas em


relação ao número de frutos por planta em todos os tratamentos, facto justificado
provavelmente devido a cheias que assolaram o distrito de Govuro uma semana antes do
transplante. As letras (A) apresentadas na tabela significam que não há diferenças entres as
médias.

Foram colectados dados numéricos dos frutos por tratamento, a colecta foi feita uma vez
por cada semana tendo obtido o número total dos frutos por tramento. Os frutos foram
colhidos a partir do momento que mostravam sinais de amadurecimento, onde foi avaliado
o número de plantas por tratamento.

Pese embora não temha havido diferenças significativas, os valores absolutos mostram que
o tratamento Margosa (Azadirachta indica A. Jus) obteve maior número de frutos com uma
média de 29.833 em relação ao tratamento com Piri-piri (Capsicum frutescens) que
apresentou à média mais baixa de 20.064.

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Tivane (2006), no estudo refente a avaliação do efeito de adubação verde com gliricidia
sepium no rendimento de tomate tengeru-97, na variável número de frutos por planta
encontrou médias que variam de 31.428 a 38.571, os resultados obtidos no presente estudo
(médias que variaram de 20.064 a 29.833), estão abaixo em relação aos obtidos pelo autor
acima citado.

Os resultados obtidos no presente estudo, vão de acordo com os de Gonçalves et al., (2010)
e Silva (2019), que afirmam que plantas conduzidas com maior número de hastes e cachos,
em geral, apresentam maior número de frutos. Portanto, se não se fizer a poda apical das
hastes, o número de frutos será maior. Sensivelmente esta deve ser a justificação dos
resultados obtidos.

De acordo com Seleguini et al., (2006), plantas conduzidas com número maior de cachos
apresentam um efeito positivo na produção de frutos, não afetando o pegamento e a
qualidade final destes. O presente estudo obteve número de frutos próximo
comparativamente com as dos autores acima citados.

Tabela 5: Médias de frutos comerciais por tratamento (FC)

Tratamentos Médias
Rícino (Rícinus communis L.) 26.291 A
Controlo (Abametin) 23.229 A
Margosa (Azadirachta indica A. Jus). 22.312 A
Tabaco (Nicotina tabacum L.) 22.187 A
Piri-piri (Capsicum frutescens) 19.874 A
CV (%) 23.50
Media Geral 22.779
Probabilidade 0.6415

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Para o parâmetro frutos comerciais a análise de variância mostra que não houve diferenças
significativas entre os tratamentos. As letras (A) apresentadas na tabela significam que não
há diferenças entres as médias.

Mesmo sem diferenças significativas, a partir dos valores absolutos observados no quadro
desta variável revelam que o tratamento Rícino (Rícinus communis L.) lidera a coluna das
médias com um valor de 26.291 e a menor média foi a do tratamento com Piri-piri
(Capsicum frutescens) 19.874.

Para cada colheita, foi feita a avaliação qualitativa dos frutos usando-se como critérios os
defeitos fisiológicos, cor de frutos e ataque por pragas e doenças, tendos os frutos sido
classificados em dois grupos (frutos comerciais e frutos não comerciais). De acordo com
Amadeu (1975, citado em Tivane, 2006) no estudo refente a avaliação do efeito de
adubação verde com gliricidia sepium no rendimento de tomate tengeru-97: Frutos
comerciais (frutos livres de ataques, bem maduros, polpa de cor vermelha e livre de
doenças e defeitos fisiológicos).

Tabela 6: Médias de número de frutos não comerciais (FNC)

Tratamentos Médias
Controlo (Abametin) 5.3120 A
Piri-piri (Capsicum frutescens) 5.2495 A
Margosa (Azadirachta indica A. Jus). 4.3540 A
Rícino (Rícinus communis L.) 2.8950 A
Tabaco (Nicotina tabacum L.) 2.8745 A
CV (%) 2.56
Media Geral 4.1370
Probabilidade 0.6415

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Os dados obtidos a partir da variável frutos não comerciais mostram que não houve
diferença significativa entre os tratamentos de acordo com a análise de variância. As letras
(A) apresentadas na tabela significam que não há diferenças entres as médias.

O tratamento Controlo (Abametin) teve um amadurecimento precoce dos frutos, tendo este
começado a sua colheita aproximadamente uma semana antes da colheita de frutos do
tratamento Tabaco (Nicotina tabacum L.). De acordo com a aparência dos frutos foi
possível detectar que os frutos provenientes do Controlo (Abametin) eram de baixa
qualidade, pois, apresentavam rachas e podridões. (Apêndice V)

Para cada colheita, foi feita a avaliação qualitativa dos frutos usando-se como critérios os
defeitos fisiológicos, cor de frutos e ataque por pragas e doenças, tendos os frutos sido
classificados em dois grupos (frutos comerciais e frutos não comerciais). De acordo com
Amadeu (1975, citado em Tivane, 2006) no estudo refente a avaliação do efeito de
adubação verde com gliricidia sepium no rendimento de tomate tengeru-97: Frutos não
comerciais (frutos com ataques de insectos, com queimaduras de sol, amolecidos ou
defeitos fisiológicos).

Para Wamser (2009) e Gonçalves et al., (2010), frutos com rachadura, maior causa de
frutos defeituosos ocorrida neste presente trabalho, pode estar relacionada a poda apical das
plantas bem como a suas conduções e chuvas quem acredita-se que teria contribuido.

Os resultados obtidos vão de acordo com Azevedo et al., (2010), aborda que as plantas com
maior número de cachos, os frutos geralmente apresentam massa menor em decorrência,
principalmente, da maior competição por fotoassimilados estabelecida entre os frutos.

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Tabela 7: Médias do rendimento (ton/há)

Tratamentos Médias
Rícino (Rícinus communis L.) 14065 A
Tabaco (Nicotina tabacum L.) 13765 A
Controlo (Abametin) 12704 A
Margosa (Azadirachta indica A. Jus). 12466 A
Piri-piri (Capsicum frutescens) 11251 A
CV (%) 28.66
Media Geral 12850
Probabilidade 0.6415

Para o parâmetro de rendimento a análise de variância não encontrou diferenças


significativas, mas em termos globais observa-se que o tratamento Rícino (Rícinus
communis L.) foi o que teve maior rendimento com uma média de 14.065 ton/ha e o menor
rendimento foi encontrado no tratamento Piri-piri (Capsicum frutescens) com uma média
de 11.251 ton/ha. As letras (A) apresentadas na tabela significam que não há diferenças
entres as médias.

Sengundo Ribeiro e Rulkens (1999), o rendimento de tomate varia de 50-90 ton/ha


dependendo das variedades, os mesmos autores dizem que em Moçambique a produção
varia de 6 a 10 ton/há. O resultado obtido no presente estudo comparado com os dos
autores acima citados se obteve uma média acima, que foi de 14 ton/ha.

Segundo Melo (2018), atualmente estima-se que a produtividade média nacional seja 8,5
ton/ha para o tomate, de acordo com este autor, o presente estudo também obteve resultado
acima do que o autor acima citado tera encontrado.

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Segundo Govanhica (2019), na obra sobre avaliação do potencial para produção de tomate
em ambiente protegido em Moçambique, salientou que o rendimento da cultura de tomate
em Moçambique está em torno de 7 ton/ha a 21 ton/há. Os resultados do estudo em epigrafe
vão de acordo com os resultados obtidos no presente estudo.

Segundo Gobeia (2016), no estudo da biodiversidade do ácaro vermelho (Tetranychus spp)


e seus inimigos naturais (na cultura de tomate- Lycopersicon esculentum Miller) nos
distritos de Sábie, Chokwé e Moamba-sede (Moçambique). Aborda que o rendimento
médio do tomate é de 31 ton/ha. Portanto, de acordo com os dados encontrados no presente
estudo estão abaixo, comparativamente em relação ao valor encontrado pelo autor acima
citado.

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CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES


Conlusões:

Quanto ao índice de ataque da praga em diferentes tratamentos, não houve efeito


significativo na aplicação de diferentes bioinsecticidas no controlo do ácaro vermelho
(Tetranychus evansi Baker & Pritchard) no rendimento da cultura de tomate. Apesar do
extrato de folhas de Rícino apresentar o menor índice de ataque de ácaros vermelhos.

Após aplicações dos bioinsecticidas, observaram-se diferenças significativas entre os


tratamentos, porém, os tratamentos com Tabaco (Nicotina tabacum L.), Acaricida
(Abametin), Rícino (Rícinus communis L.) e Margosa (Azadirachta indica A. Jus)
mostraram redução no que concerne ao índice de severidade. Ao passo que o tratamento
com Piri-piri (Capsicum frutescens) teve maior índice de severidade.

Em termos de número de frutos por planta, os tratamentos com Margosa (Azadirachta


indica A. Jus), Rícino (Rícinus communis L.), Controlo (Abametin), Tabaco (Nicotina
tabacum L.) e Piri-piri (Capsicum frutescens) tiveram uma média de 29.833, 28.979,
27.417, 26.562 e 20.064 respectivamente. Estas médias estão abaixo do recomendado que é
de 31.428 a 38.571. Acreditamos que foi por conta de ataque dos ácaros vermelhos e
inundações que ocorreram antes do transplante possam escoado alguns nutrientes do solo.

Em termos de frutos comerciais, os tratamentos com Rícino (Rícinus communis L.),


Controlo (Abametin), Margosa (Azadirachta indica A. Jus), Piri-piri (Capsicum frutescens)
e Tabaco (Nicotina tabacum L.) obtiveram seguintes médias: 26.291, 23.229, 22.312,
22.187 e 19.874 respectivamente. As médias obtidas no presente estudo estão dentro do
intervalo recomendado. Pois, alguns bioinsecticidas até certo ponto foram eficazes.

Em termos de número de frutos não comercias, os tratamentos com Controlo (Abametin),


Piri-piri (Capsicum frutescens), Margosa (Azadirachta indica A. Jus), Rícino (Rícinus
communis L.) e Tabaco (Nicotina tabacum L.) tiveram seguintes médias: 5.3120, 5.2495,
4.3540, 2.8950, 2.8745 respectivamente. Os valores obtidos no presente estudo foram

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elevados, isto se deveu ao ataque dos ácaros e a persistência dos bioinsectidas que foram
afectados pela temperatura e vento.

Em termos de rendimento, os tratamentos com Rícino (Rícinus communis L.), Tabaco


(Nicotina tabacum L.), Controlo (Abametin), Margosa (Azadirachta indica A. Jus) e Piri-
piri (Capsicum frutescens) obtiveram seguintes médias: 14.065, 13.765, 12.704, 12.466 e
11.251 respectivamente. Os resultados obtidos no presente estudo são elevados em relação
ao recomendado em Moçambique (6 a 10 ton/ha).

Os extratos de Margosa, Rícino, Tabaco e Piri-piri não foram eficazes no controlo dos
ácaros vermelhos.

Pelos resultados obtidos no presente trabalho, se aceita a hipótese alternativa que diz pelo
menos um dos tratamentos apresentou efeito significativo na aplicação de diferentes
bioinsecticidas no controlo do ácaro vermelho (Tetranychus evansi Baker & Pritchard) no
rendimento da cultura de tomate.

Recomendações

 Recomenda-se que se incetive os agricultores o uso de bioinsecticidas, visto que são


de fácil aquisição, precisam de menor cuidado na sua aplicação e é ambientalmente
sustentável;
 Recomenda-se que se capacite os agricultores na preparação dos bioinsecticidas,
para o controlo de pragas;
 Quanto ao rendimento, recomenda-se o uso de extratos de Rícino e de Tabaco, uma
vez que estes bioinsecticidas obtiveram melhores resultados;
 Recomenda-se que sejam feitos mais estudos com estes bioinsecticidas para o
controlo do ácaro vermelho na cultura de tomate;
 Recomenda-se que nos futuros estudos do gênero, que se faça análise química dos
bioinsecticidas.

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Pritchard) na cultura de Tomate (Solanum lycopersicum L.), nas Condições Agro-
ecológicas de Mambone-Govuro

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Apêndices
Apêndice 1: Protocolo do ensaio
1-Responsável: Pedro Doda

2-Ensaio de: Efeito de bioinsecticidas no controlo de ácaros vermelhos (Tetranychus evansi Baker &
Pritchard) na cultura de tomate (Solanum lycopersicum L.), nas condições agro-ecológicas de Mambone-
Govuro.

3-Supervisor: Paulo Tebulo 4-Local: Govuro-Inhamabne 5-Duração: 6 meses 6- Cultura: Tomate 7-


Variedade: Roma

8- Objectivo: Avaliar o efeito de bioinsecticidas no controlo de ácaros vermelhos (Tetranychus evansi Baker
& Pritchard) na cultura de tomate (Solanum lycopersicum L.), nas condições agro-ecológicas de Mambone-
Govuro.

9-Delineamento experimental: Blocos Completos casualizados (DBCC)

10-Número de repetições ou bloco: 4

11-Número de tratamentos: 5

12-Número de plantas por parcela: 36

13-Compasso: 0.9 m entre as linhas e 0.5 m entre as plantas na linha

14-Números de linhas por talhão: 3 linhas de 6 metros

15-Número de plantas por linha: 12

16-Número de plantas total do ensaio: 720 plantas

17-Número de parcelas: 20

18-Comprimento da parcela: 6 m

19-Largura da parcela: 3 m

20-Área total da parcela: 6 m x 3 m = 18 m2

21-Comprimento útil: 30 m

22-Largura útil: 12 m

23-Área útil= 30 m x 12 m= 360 m2

24-Boradura: 1 m

25-Comprimento do campo: 32 m

26-Largura do campo: 16.5m

27-Área total do ensaio: C x L = 32 m x 16.5 m = 528 m2

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Apêndice 2: Cronograma de actividades

Meses Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul.

Semanas 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4

Actividades

Apresentação
a empresa

Preparo do
alfobre e
Sementeira

Lavoura e
Demarcação
do campo

Transplante

Retancha

Sachas e

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amontoa

Controle
fitossanitário

Tutoragem

Colheita

Pesagem

Processamento
de dados

Análise dos
dados

Preparação do
relatório

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Apêndice 3: Esquema do ensaio


6m 0.5 m

T1 T2 T3 T4 T5
3m Bloco I

T5 T4 T2 T3 T1
Bloco II 16.5 m

1.5 m 1m
T2 T3 T1 T5 T4
Bloco III

Bloco IV T3 T5 T4 T1 T2

32 m

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Apêndice 4: Preparação dos bioinsecticidas

Apêndice 5: Fruto não comercial (com defeito fisiológico)

Autor: Pedro Fernando Doda Page 71


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Apêndice 6: imagem do ensaio

Apêndice 7: Imagem de colheita do tomate

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