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BOTUCATU/SP
2023
THIAGO BARCAÇA MARIANO
Versão Original
Banca Examinadora
Dedico este trabalho, primeiramente a Deus, por me dar força e saúde para continuar;
aos meus pais, Edléia Regina Barcaça Mariano e Gilberto José Mariano, por todo amor,
trabalho duro e dedicação que tiveram, todos esses anos de graduação; À minha irmã,
Tainá Mariano, que sempre foi um exemplo de vida para mim; À minha Tia/Mãe
Sandrinéia Aparecida Barcaça, por toda ajuda afetiva e emocional (mesmo nas maiores
dificuldades acreditou no meu sonho); Aos meus amigos, que de forma indireta me
fizeram persistir, e por fim a todos os professores que me motivaram a ser fisicamente e
intelectualmente mais forte e capaz.
Ao professor Dr. Adalberto Pessoa Junior pela sua orientação e ensinamentos que
auxiliaram no meu crescimento profissional e pessoal.
Por fim, a FCA-UNESP por conceder todo conhecimento necessário para realização
deste trabalho.
Sumário
1. Introdução 10
2. Revisão teórica 11
2.1 Saccharopolyspora spinosa 11
2.1.1 Fisiologia do microrganismo 11
2.2 Biomolécula de interesse 12
2.2.1 Estrutura química 13
2.2.2 Mecanismos de ação 15
2.3 Processos fermentativo 17
2.3.1 Meio de cultura, substrato e processo 17
2.3.2 Purificação da molécula 18
3. Metodologia de pesquisa 19
4. Referências 20
Resumo
Este estudo aborda a revisão teórica da produção da espinosina, um composto bioativo
com propriedades inseticidas (Biocidas), obtido a partir da bactéria Saccharopolyspora
spinosa. A pesquisa destaca a importância dessa descoberta na biotecnologia agrícola,
enfatizando a seletividade da espinosina para pragas e seu menor impacto ambiental em
comparação com inseticidas convencionais. O trabalho também explora a otimização do
processo fermentativo e a aplicação de técnicas de engenharia genética para aumentar a
produção do composto. A metodologia incluiu a busca de referências em plataformas
acadêmicas, análise crítica dos estudos selecionados e a síntese dos principais achados.
Os dados obtidos fornecem uma base sólida para a aplicação prática da espinosina na
agricultura sustentável.
1. Introdução
2. Revisão teórica
2.1. Saccharopolys
pora spinosa
2.1.1. Fisiologia do microrganismo
A análise da fisiologia, parte da taxonomia, que evidencia uma espécie
pertencente ao gênero Saccharopolyspora, que, por sua vez, faz parte da família
Pseudonocardiaceae, que tem seu crescimento favorável em temperaturas de 15 a 37 °C
(MERTZ e YAO, 1990). Formada do latim “Saccharopolyspora”, que significa açúcar
com esporos e “spinosa” referente à espinhos (THOMPSON et al., 1997), esta bactéria é
classificada como Gram-positiva, o que significa que possui uma parede celular espessa
composta principalmente de peptidoglicano.
É importante notar que, assim como outros membros de seu gênero, a parede
celular de S. spinosa se destaca pela ausência de ácidos micólicos. Estes são ácidos
graxos β-hidroxilados de cadeia longa substituídos por α, característicos de algumas
espécies de bactérias Gram-positivas, como já descrito anteriormente. Esta distinção na
composição da parede celular implica em diferenças significativas na estrutura e nas
propriedades da membrana entre S. spinosa e outras linhagens bacterianas, contribuindo
para suas características únicas e funcionalidades específicas (ALEXANDER et al.,
2000). Esta complexidade arquitetônica da parede celular desempenha um papel crítico
na fisiologia e no comportamento, e compreendê-la é essencial para a exploração de
suas potencialidades em diversas aplicações biotecnológicas.
Além disso, S. spinosa é uma bactéria anaeróbica facultativa, o que significa que
pode crescer em ambientes com ou sem oxigênio (KIRST et al., 2002). O seu formato
filamentoso é uma das características morfológicas distintivas, e ela possui a capacidade
de formar esporos, uma estratégia de sobrevivência em condições ambientais adversas,
como destacada na figura 1.
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2.2. Biomolécula
de interesse
Especificamente para o controle de pragas, aproximadamente 8% dos inseticidas
utilizados na atualidade possuem os microrganismos como fonte ou equivalente
sintético. A espinosina é um exemplo de inseticida de origem microbiana
comercialmente disponível (SPARKS; HAHN; GARIZI, 2017).
As espinosinas são metabólitos secundários da fermentação aeróbica da
actinobactéria Saccharopolvspora spinosa (MERTZ; YAO, 1990). Atualmente, os dois
ingredientes ativos comerciais a base de espinosina para o controle de pragas agrícolas
são o espinosade e o espinetoram (PINTO et al., 2018).
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Figura 2. Estrutura da espinosina com marcação para cada radical e seus respectivos
fatores.
Dentro das estruturas químicas da molécula, para que ela tenha ações inseticidas
é necessária a formação de espinosade, que é composto por um grupo de espinosinas
denominadas por letras, sendo elas as espinosinas A e D, já descritas na figura 2
(Salgado, 1998).
A espinosina A é uma molécula complexa composta por uma aglicona
tetracíclica e dois açúcares, um sacarídeo neutro (2,3,4-tri-O-metil-a-eu-ramnosil) e uma
fração de aminoaçúcar (b-D-forosaminil). A estrutura da espinosina A foi determinada
por análises de RMN, MS e raios-X, assim como a D, que será descrita a seguir
(Bertasso, 2003).
A segunda estrutura de fermentação mais abundante é a espinosina D, a qual é 6-
metil-espinosina A. A espinosina D, segundo Orr em 2009 é formada pela junção de
propionato de etila.
Figura 4. Transmissão dos sinais nervosos em uma sinapse do sistema neuromuscular dos
insetos.
3. Metodologia da pesquisa
A metodologia empregada neste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) se
concentrou na análise do processo de produção de espinosina pela bactéria
Saccharopolyspora spinosa. O objetivo primordial da pesquisa foi compreender os
mecanismos e as etapas envolvidas na produção desse biocida.
Inicialmente, a pesquisa começou com a seleção do tema e a formulação de
perguntas de pesquisa específicas voltadas para o processo. Isso proporcionou uma base
sólida para a busca por referências científicas relevantes.
A plataforma Google Acadêmico foi a primeira ferramenta utilizada para a coleta
de dados. Termos de busca precisamente formulados, como "produção de espinosina",
"Saccharopolyspora spinosa" e "biocida natural", foram inseridos para garantir a
obtenção de uma ampla gama de artigos, teses e publicações acadêmicas relacionadas
ao tema.
Em paralelo, a plataforma Science Direct foi também empregada para a busca de
literatura acadêmica. Os mesmos termos de busca utilizados no Google Acadêmico
foram inseridos na plataforma, assegurando uma abordagem abrangente na coleta de
dados.
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4. Referências
Mertz, F. P., & Yao, R. C. (1990). Saccharopolyspora spinosa sp. nov. isolated from soil
collected in a sugar mill rum still. International Journal of Systematic and Evolutionary
Microbiology, 40(1), 34-39.
Thompson, D.; Michel, H.; Yao, C.; Mynderse, S.; Mosburg, T.; Worden, V.; Chio, H.;
Sparks, C.; Hutchins, H. The discovery of Saccharopolyspora spinosa and a new class
of insect control products. Dow to Earth, v.52, p.1-5, 1997.
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physiological correlates. Pesticide Biochemistry and Physiology, 107(1), 1-7.
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