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Alfenas - MG
2013
MARIO VIANA PAREDES FILHO
Alfenas - MG
2013
Paredes Filho, Mário Viana
Utilização de micro-organismos eficazes(EM) no
processo de compostagem.—Mário Viana Paredes Filho.--
2013.
63 f.,enc.,il.,color.
Referências: 58-63
1. Resíduos 2. Tratamento 3. Micro-organismos
Regenerativos 4. Composto orgânico 5. Legislação I. Título
CDU : 628.4:547-3(043)
Dedico este trabalho à memória de
Antônia Paulino Vicente (Tonha)
AGRADECIMENTOS
À orientadora Prof.a Dra. Ligiane Aparecida Florentino, pela disponibilidade, clareza nas
respostas, e pela autonomia dada no desenvolvimento deste trabalho.
À Prof.a Dra. Roberta Bessa Veloso, pela ótima vontade em auxiliar-me no estudo estatístico
deste trabalho.
À Prof.a Dra. Herlane Costa Calheiros que colaborou de forma brilhante na avaliação,
enriquecendo este trabalho.
À minha esposa Flávia, pelo apoio e compreensão durante o período dedicado à execução dos
estudos e trabalhos de campo.
The waste without proper treatment constitute an environmental problem and its management
should be conducted appropriately, either it be for its final disposal or recycling. Among the
conventional alternatives to the waste treatment are the landfill, incineration, use of
biodigesters and composting. The composting is a controlled aerobic decomposition process,
where through this, we obtain a final product stable, sanitized, rich in humic compounds and
whose use in soil offer no hazard to the environment and public health. The efficiency of the
composting process is directly related to techniques that can provide great conditions in wich
the microorganisms can multiply and work in the degradation of organic matter, such as the
use of effective microorganisms (EM). This present study had as aimed to evaluate the
reduction of the period of composting and the influence of the use of effective
microorganisms in compost quality of the organic compound. The work was developed in the
composting plant called Nutriorg Manufacture of Organic Fertilizers LTDA, located in São
Sebastião da Bela Vista, MG, from March 2013 to July 2013. The preparation of the EM was
performed using 4 m3 yogurt, 40 kg of wheat flour, 30 kg of sugar, 0,2 kg of bread yeast and 1
m3 of water. 5 windrows without EM where the same presented 1.5 m in height, 3m of base
and 100 m of length, resulting in a volume of 225 m3. For the application of the EM in the
windrows, the same was previously diluted in a proportion of 1:20, where it was applied in
approximately 110 tons of waste mass. The collected data were subjected to Student's t test at
the level of 5% significance to compare the averages of the obtained samples in the samples
without and with EM, where the physical and chemical parameters were evaluated. Also were
evaluated samples without and with EM to the biological agents and heavy metals to
determine the quality of the compost produced. That was proved the reduction in the period of
composting through the framing elements of CTC, pH and C / N ratio, indicating if the
decomposition of organic matter reached desirable levels to be accorded to the status of the
compound and for the "hand test". The performed statistical analyzes indicated a non-
significant (P> 0.05) for the physico-chemical parameters without and with EM. Regarding
biological agents and heavy metals, the same fell into the legislation and there was a
significant reduction in the parameters of the compound with the use of EM. It is concluded
that EM reduced composting period, however the effect was not justified the use of effective
microorganisms in the composting process because without the compound EM, it was
observed that the concentration of nutrients in the compound with EM were similar.
Quadro 1 – Destino final dos resíduos sólidos no Brasil, por unidades de destino – 1989/2008
...................................................................................................................................................18
Quadro 2 – Temperatura e tempo requeridos para inativação de patógenos............................29
Quadro 3 – Características dos principais resíduos utilizados na compostagem......................33
Quadro 4 – Valores de referência utilizados como limites máximos de contaminantes
admitidos em compostos orgânicos, resíduos de biodigestor, resíduos de lagoa de decantação
e fermentação, e excrementos oriundos de sistema de criação com o uso intenso de alimentos
e produtos obtidos de sistemas não orgânicos..........................................................................36
Quadro 5 – Especificações dos fertilizantes orgânicos mistos e compostos.............................37
Quadro 6 – Principais diferenças entre a produção de composto orgânico com EM e composto
orgânico tradicional...................................................................................................................42
Quadro 7 – Memorial descritivo da usina de compostagem.....................................................44
Quadro 8 – Análise microbiológica, química e física do EM...................................................45
Quadro 9 – Resultados analíticos de composto orgânico sem EM para metais pesados, CTC,
pH, umidade, matéria orgânica e relação C/N..........................................................................55
Quadro 10 – Resultados analíticos de composto orgânico com EM para metais pesados, CTC,
pH, umidade, matéria orgânica e relação C/N..........................................................................56
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................15
2 OBJETIVOS ...............................................................................................................17
2.1 Objetivo geral..............................................................................................................17
2.2 Objetivos específicos...................................................................................................17
3 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................18
3.1 Os Resíduos no Mundo...............................................................................................18
3.2 Os Resíduos no Brasil.................................................................................................18
3.3 Definição, origem e composição dos Resíduos Sólidos.............................................19
3.4 Características dos Resíduos Sólidos que influenciam o processo de compostagem
...................................................................................................................................................19
3.4.1 Teor de umidade............................................................................................................19
3.4.2 Compressividade...........................................................................................................20
3.4.3 Relação Carbono/Nitrogênio (C/N)..............................................................................20
3.4.4 Potencial Hidrogeniônico (pH).....................................................................................20
3.4.5 Espécies microbiológicas..............................................................................................20
3.5 Classe de Resíduos Sólidos utilizados na compostagem..........................................21
3.5.1 Resíduos classe II A - Não inertes ...............................................................................21
3.6 Origem dos Resíduos Sólidos utilizados na compostagem......................................21
3.6.1 Resíduos sólidos urbanos (RSU)...................................................................................21
3.6.2 Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico.................................................21
3.6.3 Resíduos industriais......................................................................................................22
4 COMPOSTAGEM......................................................................................................23
4.1 Definição.....................................................................................................................23
4.2 Fases da compostagem...............................................................................................24
4.3 Parâmetros de controle da compostagem................................................................25
4.3.1 Micro-organismos........................................................................................................25
4.3.2 Aeração........................................................................................................................27
4.3.3 Temperatura.................................................................................................................28
4.3.4 pH.................................................................................................................................30
4.3.5 Umidade.......................................................................................................................30
4.3.6 Granulometria...............................................................................................................31
4.3.7 Relação Carbono/Nitrogênio.........................................................................................32
4.4 Métodos de compostagem...........................................................................................33
4.4.1 Leiras revolvidas (Windrow)........................................................................................33
4.4.2 Leiras aeradas estaticamente (Static pile).....................................................................35
4.4.3 Reatores biológicos ( In-vessel)....................................................................................35
4.5 Legislação aplicada aos compostos orgânicos..........................................................35
5 MICRO-ORGANISMOS EFICAZES EM)..............................................................38
5.1 Histórico.......................................................................................................................38
5.2 Importância e benefícios do EM................................................................................38
5.3 Grupos de micro-organismos eficazes.......................................................................39
5.4 Modo de preparo do EM............................................................................................40
5.5 Formação e ativação do EM.......................................................................................40
5.6 Tipos de utilização do EM..........................................................................................41
5.6.1 Na compostagem...........................................................................................................41
6 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................43
6.1 Localização e caracterização da usina de compostagem.........................................43
6.2 Preparação e caracterização dos micro-organismos eficazes (EM).......................44
6.3 Preparação e manejo das leiras de compostagem sem e com a utilização de micro-
organismos eficazes ................................................................................................................45
6.4 Análise estatística........................................................................................................51
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................52
7.1 Período de Compostagem...........................................................................................52
7.2 Parâmetros físico-químicos, biológicos e metais pesados........................................53
8 CONCLUSÃO.............................................................................................................57
REFERÊNCIAS..........................................................................................................58
15
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo Leripio (2004), nos últimos 20 anos, a população mundial cresceu menos
que o volume de lixo por ela produzido. Enquanto que entre os anos de 1970 e 1990 a
população do planeta aumentou em 18%, a quantidade de lixo sobre a Terra tornou-se 25%
maior.
QUADRO 1
Destino final dos resíduos sólidos no Brasil, por unidades de destino – 1989/2008.
Destino final de resíduos sólidos no Brasil, por unidades de destino (%)
Ano
Vazadouro a céu aberto Aterro controlado Aterro sanitário
1989 88,2 9,6 1,1
2000 72,3 22,3 17,3
2008 50,8 22,5 27,7
Fonte: IBGE (2010).
19
3.4.2 Compressividade
São compostos pelos lodos gerados nas Estações de Tratamento de Água (ETA) e
Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), onde os mesmos devem ser desidratados e tratados
(BRASIL, 2010).
22
4 COMPOSTAGEM
4.1 Definição
Sobras de Resíduos
Frutas Orgânicos
Agroindustriais
Sobras de Resíduos
legumes Orgânicos
Industriais
Restos de Lodos
alimentos Orgânicos
4.3.1 Micro-organismos
TABELA 1
Bactérias, fungos e actinomicetos identificadas na compostagem de diferentes substratos e em diversos sistemas.
4.3.2 Aeração
7
Consumo de O2 (MG/(g/d))
6
5
4
3
2
1
0
0 20 40 60
Temperatura (°C)
FIGURA 4 – Relação entre a temperatura e a
taxa de consumo de oxigênio(taxa de
degradação) na compostagem.
Fonte: Epstein (1997).
4.3.3 Temperatura
QUADRO 2
Temperatura e tempo requeridos para inativação de patógenos.
Tempo de exposição (minutos)
Micro-organismo
50 ºC 55 ºC 60 ºC 65 ºC 70 ºC
Salmonella 10.080 2.880
Salmonella 30 4
Poliovirus tipo 1 60
Ascaris lumbricoidis 240 60
Ovos de ascaris 60 7
Mycobacteria tuberculosis 20.060 20
Escherichia coli 60 5
Coliformes fecais 60
Entamoeba histolytica 5
Necator americanus 50
Vírus 25
Shigella 60
Fonte: Adaptado de WPCF (1990); JICA (1993); UEL (1999).
2 7 20 60 90-180
Tempo (dias)
FIGURA 6 – Variação de temperatura na leira
durante a compostagem.
Fonte: Peixoto (2005).
30
4.3.4 pH
4.3.5 Umidade
4.3.6 Granulometria
QUADRO 3
Características dos principais resíduos utilizados na compostagem.
Resíduo % sólidos %N %C
Podas de árvores 65-75 0,8-1,2 45-55
Palha de arroz 80-90 0,9-1,2 35-40
Bagaço de cana 60-80 0,1-0,2 40-50
Palha de trigo 80-90 0,3-0,5 40-50
Serragem 65-80 0,1-0,2 48-55
Lodo bruto 1-4 1-5 30-35
Lodo digerido 1-3 1-6 22-30
Lodo digerido seco (leitos de secagem) 45-70 1-4 22-30
Lodo digerido desidratado (prensa desaguadora) 15-20 1-4 22-30
Lodo digerido desidratado (centrífuga) 17-28 1-4 22-30
Fonte: JICA (1993); UEL (1999); Metcalf e Eddy (1991); Malina (1993).
TABELA 2
Vantagens e desvantagens do método de compostagem de leiras revolvidas.
Método de compostagem Vantagens Desvantagens
Requer grandes áreas
Possível problema de odor
Leiras revolvidas Baixo custo de investimento Dificuldade em atingir a temperatura
Baixo custo de O&M (operação e necessária
manutenção) Potencial problema de mistura
Grande período de compostagem
Fonte: Adaptado de Teixeira Pinto (2001).
35
QUADRO 4
Valores de referência utilizados como limites máximos de contaminantes admitidos em compostos orgânicos,
resíduos de biodigestor, resíduos de lagoa de decantação e fermentação, e excrementos oriundos de sistema de
criação com o uso intenso de alimentos e produtos obtidos de sistemas não orgânicos.
Elemento Limite (MG kg-1 de matéria seca)
Arsênio 20
Cádmio 0,7
Cobre 70
Níquel 25
Chumbo 45
Zinco 200
Mercúrio 0,4
Cromo (VI) 0
Cromo total 70
Coliformes Termotolerantes (número mais provável por de
1000
matéria seca – NMP/g de MS)
Ovos viáveis de helmintos (número por quatro gramas de
1
sólidos totais - nº em 4 g ST)
Salmonella sp. Ausência em 10 g de matéria seca
Fonte: BRASIL, MINISTÉRIO DA AGRICULTURA (2011).
QUADRO 5
Especificações dos fertilizantes orgânicos mistos e compostos.
Garantia Misto/composto Vermicomposto
Classe A Classe B Classe C Classe D Classes A, B, C, D
Umidade (máx.) 50 50 50 70 50
N total (mín.) 0,5
*Carbono orgânico
15 10
(mín.)
*CTC Conforme declarado
pH (mín.) 6,0 6,0 6,5 6,0 6,0
Relação C/N (máx.) 20 14
*Relação CTC/Ca Conforme declarado
Outros nutrientes Conforme declarado
Fonte: BRASIL, MINISTÉRIO DA AGRICULTURA (2009b).
Notas: a É obrigatória a declaração no processo de registro de produto.
* Valores expressos em base seca, umidade determinada a 65 ºC.
5.1 Histórico
Uribe et al. (2001) relatam que os micro-organismos eficazes também podem ser
utilizados no controle dos maus odores, moscas, acelerar a estabilização do processo de
compostagem, pois o EM é um inoculado constituído pela mescla de vários microrganismos
benéficos como as leveduras, actinomicetos, bactérias acidoláticas e fotossintéticas, que são
compatíveis entre si e coexistem num meio líquido. Os micro-organismos eficazes produzem,
através da fermentação, ácidos orgânicos, hormônios vegetais como auxinas, giberelinas,
citoquininas, vitaminas, antibióticos e polissacarídeos (HIGA; PARR, 1994).
Higa e Parr (1994) reforçam que o EM não substitui as outras práticas de
gerenciamento de resíduos, sendo que estes micro-organismos promovem a melhoria dos
efeitos sinérgicos que ocorrem no processo de compostagem.
Fusarium spp. , que, pela fermentação da matéria orgânica não curtida, acabam liberando
nutrientes às plantas;
d) Bactérias fotossintéticas: utilizam a energia solar em forma de luz e calor. Utilizam as
substâncias excretadas pelas raízes das plantas na síntese de vitaminas e nutrientes,
aminoácidos, ácidos nucleicos, substâncias bioativas e açúcares, que favorecem o
crescimento das plantas, bem como, aumentam as populações de outros micro-
organismos eficazes, como os fixadores de nitrogênio, como os actinomicetos e fungos
micorrízicos.
Uribe et al. (2001) descreveram a seguir, as espécies de micro-organismos que
geralmente são encontrados em amostras de EM : Streptomyces albus, Rhodopseudomonas
sphaeroides, Lactobacillus plantarum, Propionibacterium freudenreichil, Streptococcus
lactis, Streptococcusfaecalis, Aspergillus yzae, Mucobacter hiemalis, Saccharomyces
cerevisiae e Candida utilis.
Segundo Bonfim et al. (2011), para realizar a formação do EM, deve-se seguir os
seguintes passos:
- Cozinhe aproximadamente 700 gramas de arroz sem sal,
- Coloque o arroz cozido em bandeja de plástico, madeira ou ainda em calhas de bambu.
- Cubra com tela fina para proteção,
41
- Coloque a bandeja com arroz e tela em mata virgem, para que ocorra a captura dos micro-
organismos (formação),
- Após 10 a 15 dias os micro-organismos já estarão formados e criados,
- As partes do arroz que ficarem com as colorações rosada, azulada, amarelada e alaranjada
estarão com os micro-organismos eficazes regeneradores e as partes que estiverem com a
coloração cinza, marrom e preto devem ser descartadas, pois são micro-organismos eficazes
degeneradores,
Para ativar o EM, deve-se seguir os seguintes passos:
- Distribuir o arroz colorido em torno de cinco garrafas de plástico de 2 litros,
- Colocar 200 ml de melaço ou caldo de cana em cada garrafa, onde estes elementos fazem
crescer a comunidade microbiana ativa, que pelas reações de fermentação, produzem ácidos
orgânicos, hormônios vegetais (giberelinas, auxinas, citocinina), além de vitaminas,
antibióticos e polissacarídeos, enriquecendo a solução,
- Completar as garrafas com água limpa, sem a presença de cloro, pois o mesmo mata os
micro-organismos,
- Fechar as garrafas e deixar à sombra cerca de 10 a 20 dias, liberando o gás armazenado nas
garrafas, de 2 em 2 dias,
- Coloque a tampa e certifique-se que não haja ar dentro da garrafa, pois a fermentação deve
ser anaeróbia,
- Agora o EM está pronto para uso, apresentando coloração alaranjada e cheiro agridoce,
podendo ser armazenado por um período de até 1 ano. Se o EM apresentar mau cheiro, não
deve ser usado em hipótese alguma.
5.6.1 Na compostagem
QUADRO 6
Principais diferenças entre a produção de composto orgânico com EM e composto orgânico tradicional.
Menor tempo de decomposição. Entre 1 a 2 meses. Maior tempo de decomposição. Normalmente entre
3 a 6 meses.
Não existe presença de maus odores. Pode haver presença de maus odores e moscas.
Produto final com maior conteúdo de nutrientes. Menor conteúdo nutricional em comparação com o
composto EM.
6 MATERIAL E MÉTODOS
QUADRO 7
Memorial descritivo da usina de compostagem.
DESCRIÇÃO QUANTIDADE
Capacidade de produção de composto orgânico
2000 ton / mês
Capacidade de processamento de composto orgânico
4000 ton
Área total 170.000 m2
Área utilizada 8210 m2
Galpões 11
Escritórios 01
Banheiros 02
Funcionários 06
07
Maquinários (02 tratores, 01 composteira, 01 peneirador, 01 mini
pá carregadeira, 01 pá carregadeira, 01 chorumeira).
QUADRO 8
Análise microbiológica, química e física do EM.
PARÂMETRO RESULTADO
Bactérias heterotróficas 4 x 107 UFC/ml
Bolores (Fungos filamentosos) 1 x 103 UFC/ml
Leveduras 1 x 103 UFC/ml
pH 2,5
Temperatura 23,8 °C
6.3 Preparação e manejo das leiras de compostagem sem e com a utilização de micro-
organismos eficazes
Revolvimento do composto
(trator ou composteira)
Peneiramento do composto
Composto Rejeito
Recobrimento das leiras pronto
Venda do Descarte
composto para aterro
O EM foi aplicado diariamente nas leiras por um período de um mês, pois neste
período ocorre uma alta taxa de degradação da matéria orgânica, devido à fase termófila do
processo de compostagem.
Realizou-se um reviramento por dia nas leiras, de acordo com o monitoramento
da temperatura obtido com uso de termômetro analógico tipo espeto, para o qual o valor não
ultrapassou 60 ºC, sendo que, acima deste valor, foi necessário o revolvimento da leira de
compostagem, de acordo com a FIG. 20. As medidas de temperaturas foram realizadas
diariamente, exceto nos finais de semana.
X1 − X 2
T=
1 1
S p2 +
n1 n2
sendo,
S p2 =
( n1 − 1) × S12 + ( n2 − 1) × S22
n1 + n2 − 2
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA 3
Médias comparadas pelo teste t de Student ao nível de 5% de significância para as amostras obtidas
sem EM e com EM em relação aos parâmetros físico-químicos levando em consideração as variâncias e
os tamanhos amostrais.
Tamanho
Média Variância
Parâmetros físico- da amostra P – valor
químicos (unidade)
Sem Com Sem Com Sem Com
EM EM EM EM EM EM
Cobre (mg/kg) 189,00 62,30 29596,00 2977,92 3 4 0,2145 ns
Zinco (mg/kg) 143,04 239,07 20869,84 13919,89 3 4 0,3752 ns
Manganês (mg/kg) 0,6 1,31 23002,45 0,6272 3 2 0,9999 ns
Nitrogênio (mg/kg) 2,4860 1,4267 10,6142 0,5641 5 3 0,6098 ns
Fósforo (mg/kg) 0,9067 0,8750 0,1906 0,4512 3 2 0,9516 ns
Potássio (mg/kg) 1386,05 0,5733 7672697 0,0696 4 3 0,3908 ns
Cálcio (mg/kg) 7,3575 2,0433 125,9126 2,4866 4 3 0,4625 ns
Magnésio (mg/kg) 0,4633 0,1200 0,3046 0,0008 3 2 0,4655 ns
Enxofre (mg/kg) 4,1500 1,9750 13,5225 2,5312 3 2 0,5031 ns
Matéria Orgânica(%) 33,63 49,86 12,4702 513,6546 4 3 0,3442 ns
Umidade (%) 28,80 30,80 26,2498 231,0990 5 3 0,7877 ns
pH 6,85 6,72 0,2833 0,3292 4 4 0,7602 ns
Relação C/N 18,60 22,33 17,8000 616,3333 5 3 0,8205 ns
CTC (mmol/kg) 240,00 230,00 7500,00 1600,00 3 3 0,8647 ns
*ns - não significativo ao nível nominal de 5% de significância pelo teste t de Student.
54
TABELA 4
Análise biológica de coliformes termotolerantes, salmonella sp. e ovos viáveis de helmintos de
composto orgânico sem EM e com EM em uma amostra.
Parâmetros Sem EM Unidade Com EM Unidade
Coliformes
124 NMP/g de MS 100 NMP/g de MS
Termotolerantes
Salmonella sp. Ausente NMP/10g de MS Ausente NMP/10g de MS
Ovos viáveis de
0 Ovos/ 4g de ST 0 Ovos/ 4g de ST
helmintos
QUADRO 09
Resultados analíticos de composto orgânico sem EM em uma amostra para metais pesados, CTC, pH, umidade,
matéria orgânica e relação C/N.
Parâmetro Resultado Unidade de Medida
Arsênio 14,5 mg/kg
Cádmio total 1,1 mg/kg
Chumbo total 47,9 mg/kg
Cobre total 119 mg/kg
Cromo VI 54,5 mg/kg
Cromo total 23,9 mg/kg
Mercúrio <1,0 mg/kg
Níquel total 29,9 mg/kg
Zinco total 289 mg/kg
CTC 270,0 mmol/kg
pH 7,4 -
Umidade 29,5 %
Matéria orgânica 37,30 %
Relação C/N 22/1 -
QUADRO 10
Resultados analíticos de composto orgânico com EM em uma amostra para metais pesados, CTC, pH, umidade,
matéria orgânica e relação C/N.
Parâmetro Resultado Unidade de Medida
Arsênio <0,005 mg/kg
Cádmio total <0,001 mg/kg
Chumbo total <0,01 mg/kg
Cobre total <0,004 mg/kg
Cromo VI <0,05 mg/kg
Cromo total <0,01 mg/kg
Mercúrio <0,001 mg/kg
Níquel total <0,01 mg/kg
Zinco total 195,3 mg/kg
CTC 270,0 mmol/kg
pH 7 -
Umidade 40 %
Matéria orgânica 41,70 %
Relação C/N 8/1 -
8 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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