Você está na página 1de 57

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÓMICAS

Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus


communis, no Combate á Plutella xylostella L. (Lepidoptera: Plutellidae)
na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-ecológicas de
Cuamba

Bernardino Bernardo Sidónio Mazive

Cuamba, Maio de 2021.


EFEITO DA EFICIÊNCIA DE Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, NO
COMBATE Á Plutella xylostella L. (LEPIDOPTERA: PLUTELLIDAE) NA CULTURA
DA COUVE TRONCHUDA NAS CONDIÇÕES AGRO-ECOLÓGICAS DE CUAMBA

BERNARDINO BERNARDO SIDÓNIO MAZIVE

O presente trabalho é submetido a


Universidade Católica de
Moçambique ,Faculdade de Ciências
Agronômicas de Cuamba como requisito
parcial para a obtenção do grau de
licenciatura em Ciências Agrarias.

Supervisor: Engo Mussa Juma Joaquim, MSc.

Cuamba, Maio de 2021


EFEITO DA EFICIÊNCIA DE Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, NO
COMBATE Á Plutella xylostella L. (LEPIDOPTERA: PLUTELLIDAE) NA CULTURA
DA COUVE TRONCHUDA NAS CONDIÇÕES AGRO-ECOLÓGICAS DE CUAMBA

O Presente trabalho de conclusão de curso é submetido à Universidade Católica de


Moçambique, Faculdade de Ciências Agronómicas –Cuamba, como condição parcial para a
obtenção do grau de Licenciatura em Ciências Agrárias.

BERNARDINO BERNARDO SIDÓNIO MAZIVE

Aprovação do Júri
O trabalho foi sujeito a avaliação do júri no dia ___ de ___________ de 2021, tendo sido
aprovado com a classificação final de _____ valores.
Júri examinador:
Presidente: ___________________________________
Eng°. Sueco Cipriano
UCM -FCA
Oponente: ___________________________________
Eng°. Paulo Tebulo
UCM –FCA
Supervisor: ___________________________________
Eng°. Mussa Juma Joaquim
UCM -FCA
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Declaração de honra

Eu, Bernardino Bernardo Sidónio Mazive, declaro por minha honra que o presente
trabalho para obtenção do grau de Licenciatura em Ciencias Agrarias, com o tema,
"Avaliação da eficácia de Ricinus communis, Azadirachta indica e Carica papaya no
combate á Plutella xylostella L. (LEPIDOPTERA: Plutellidae) na cultura da couve no
distrito de Cuamba", na Província de Niassa, foi por mim elaborado e resulta de um
trabalho de investigação feito em ensaio de campo com instruções do supervisor, consultas
bibliográficas que se encontram citadas e enumeradas nas referências bibliográficas, sendo
de referir que este trabalho nunca foi apresentado por nenhum outro estudante, em condições
similares, para obtenção de qualquer grau académico.

_________________________________________

Bernardino Bernardo Sidónio Mazive

I
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Dedicatória

Aos meus Pais. Sem eles este trabalho seria impossível! Dedico inteiramente ao meu Avo
Manuel Gomes que me manteve focado nos meus objectivos de certa forma para a conclusão
satisfatória deste curso.

Aos meus primos, Aníbal, Riquito, José, Nelito, Dércio, Eládio em especial e a toda minha
família, pelo carinho, atenção, compreensão, apoio incondicional, amor, e por tornarem esse
sonho uma realidade.

Em memória a minha falecida "Avo" Alabia Ofesse que foi como uma Mãe para mim durante
todos os anos da sua vida.

DEDICO

Que este trabalho sirva de fonte de inspiração para minha irmã Mirela das Dores Biquenosse,
e os meus primos.

AMO-VOS

II
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Agradecimentos

A Deus, meu anjo da guarda, pela vida, saúde e coragem para enfrentar todos os desafios,
além de iluminar meu caminho para que eu pudesse conhecer lugares e pessoas incríveis.

Ao amigo e orientador MSc. Mussa Juma Joaquim a quem tenho uma grande dívida de
gratidão, pelo exemplo profissional, amparo, atenção, compreensão e paciência.

Ao sector de produção da Faculdade, em especial aos engenheiros (Paulito Clavete, Sueco


Albino Cipriano, Gregor Saxony),

Aos meus amigos e colegas da faculdade, Delfim Manuel ArmazemGenito Barbosa, Justo
Mucopa, Aguinaldo Abrão Armando, Hélder Da Silva, Estevão Gidião Nguenha Aos meus
pais, tios, primos e toda minha família por sempre confiarem em mim e acreditarem nos
meus sonhos.

III
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Resumo

Com o intuito de implementar o programa de Maneio Integrado de Pragas (MIP) através do uso do
controlo biológico com relevância na avaliação da eficiência de três pesticidas naturais,
referidamente, o Ricinus communis, Azadirachta indica e a Carica papaya sobre larvas da traçada-
couve (Plutella xylostella L.) na couve (Brássica olerácea var. acephala) no distrito de Cuamba,
província do Niassa, foi estabelecido um ensaio no campo de produção de hortícola que se localiza
dentro do campus da Faculdade de Ciências Agronômicas. O delineamento usado neste ensaio, foi o
de blocos completos causalizados (DBCC) com quatro tratamentos e quatro repetições de entre os
quais: Controlo (T1), Carica papaya (T2), Ricinus communis (T3) e (T4) Azadirachta indica,
provenientes de 50g de sementes de Rícino, Margosa e folhas de Papaeira correspondentes ao
segundo, terceiro e quarto tratamento, respectivamente. As espécies de pragas decorrentes durante o
ensaio foram, a Plutella xylostella, Spodoptora littoralis e Helllula undalis Fabricius. Os dados
adquiridos foram analisados estatisticamente pela ANOVA, sendo que os resultados comparados
pelo teste de Tukey a 5% de significância. Com os resultados obtidos conclui-se que os extractos de
Azadirachta indica e Carica papaya de uma maneira geral, foram os que se apresentaram eficazes na
diminuição da incidência de populações da Plutella xylostella, praga que esteve presente em todas
fases de crescimento da cultura. Verificou-se uma incidência da Plutella xylostella ligeiramente
acentuada no tratamento controlo e no T3 uso de Ricinus communis em comparação com T4
(extractos de Azadirachta indica) e T2 (Carica papaya) não se tendo registado diferenças
significativas no nível médio de ataque entre estes últimos dois tratamentos.
Palavras-chave: traça-da-couve, pesticidas naturais, controlo biológico.

IV
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Abstract

In order to implement the Integrated Pest Management (MIP) program through the use of
biological control with relevance in assessing the effectiveness of three natural pesticides,
namely, Ricinus communis, Azadirachta indica and Carica papaya on cabbage-tracked larvae
(Plutella xylostella L.) on cabbage (Brássica olerácea var. Acephala) in the Cuamba district,
Niassa province, a test was established in the horticultural production field that is located
within the campus of the Faculty of Agricultural Sciences. The design used in this test was
that of complet randomize block desigin (DBCC) with four treatments and four repetitions,
among which: Control (T1), Carica papaya (T2), Ricinus communis (T3) and (T4)
Azadirachta indica, from 50g of Rícino, Margosa seeds and papaya leaves corresponding to
the second, third and fourth treatment, respectively. The species of pests arising during the
test were Plutella xylostella, Spodoptora littoralis and Helllula undalis Fabricius. The data
collected in the trial were statistically smoothed by the ANAVA test, and the results were
subjected to Tukey test at 5% significance. From the results obtained, it can be concluded the
extracts of Azadirachta indica and Carica papaya in general, were the ones that showed to be
effective in reducing the incidence of Plutella xylostella populations, a pest that was present
in all phases of crop growth. There was a slightly higher incidence of Plutella xylostella in
the control treatment and in the plots treated with Ricinus communis compared to plots
treated with extracts of Azadirachta indica and Carica papaya, with no significant differences
in the mean attack level.
Keywords: cabbage moth, natural pesticides, biological control.

V
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Lista de siglas e abreviatura

* Não significativo

** Significativo

AID Agency for International Development


ANOVA Análise de variância
CARE Cooperative for Assistance and Relief Everywhere
CV coeficiente de variação
ddt dias depois do transplante
DMS diferença mínima significativa
Dens densidade
FV fonte de variação
GL graus de liberdade
ppm partes por milhão
QM quadrado médio
Rep repetição
SDAE Serviços Distritais de Actividades Económicas
SQ soma de quadrado
ton tonelada
Trat tratamento

VI
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Lista de tabelas

Tabela 1. Composição Nutricional da Couve............................................................................5


Tabela 2. Descrição dos tratamentos........................................................................................17
Tabela 3. Classificação dos níveis de infestação.....................................................................22

VII
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Lista de gráficos

Gráfico 1: Percentagem de infestação......................................................................................24


Gráfico 2: Nível médio de ataque............................................................................................25
Gráfico 3: Densidade populacional..........................................................................................26
Gráfico 4 Rendimento..............................................................................................................28

VIII
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Lista de figuras

Figura 1: Mapa da localização do local do estudo...................................................................15

IX
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Lista de apêndices

Apêndice 1. Cronograma de actividades..................................................................................38


Apêndice 2. Esquema de Ensaio..............................................................................................39
Apêndice 3: Resultados de análise de variância......................................................................40

X
Índice
Declaração de honra....................................................................................................................I
Dedicatória................................................................................................................................II
Agradecimentos........................................................................................................................III
Resumo....................................................................................................................................IV
Abstract.....................................................................................................................................V
Lista de siglas e abreviatura.....................................................................................................VI
Lista de tabelas.......................................................................................................................VII
Lista de gráficos....................................................................................................................VIII
Lista de figuras.........................................................................................................................IX
Lista de apêndices.....................................................................................................................X
1.1. Generalidades......................................................................................................................1
1.2. Definição de problema........................................................................................................2
1.3. Justificativa.........................................................................................................................2
1.4. Objectivos...........................................................................................................................3
1.4.1 objectivo geral...............................................................................................................3
1.4.2. Objectivos específicos..................................................................................................3
1.5. Hipóteses.............................................................................................................................3
CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA........................................................................4
2.1. Couve Tronchuda................................................................................................................4
2.1.1. Origem da cultura........................................................................................................4
2.1.2. Taxonomia da cultura...................................................................................................4
2.1.3. Produção da couve em Moçambique e no Mundo.......................................................4
2.1.4. Utilização e Composição da Cultura...........................................................................5
2.1.5. Principais factores (Abióticos e Bióticos) limitantes na cultura da couve..................6
2.1.5.1. Factores Abióticos....................................................................................................6
2.1.5.2. Factores Bióticos......................................................................................................6
2.1.6. Pragas da Couve mais importantes em Moçambique..................................................6
2.1.6.3. Traça-da-couve (Plutella xylostella L.).....................................................................7
2.1.6.3.1. Origem e Distribuição............................................................................................7
2.1.6.3.2. Biologia..................................................................................................................7
2.1.6.3.2.1 Ovo.......................................................................................................................7
2.1.6.3.2.2. Larva....................................................................................................................7
2.1.6.3.2.3. Pupa.....................................................................................................................8
2.1.6.3.2.4. Adulto..................................................................................................................8
2.1.6.3.2.5. Danos...................................................................................................................8
2.1.7. Pesticidas derivados de plantas (Botânicos)................................................................8
2.1.7.1. Uso de pesticidas tradicionais pelo sector familiar.................................................9
2.1.7.2. Desvantagens do uso pesticidas botânicos e sintéticos...........................................10
2.1.7.2.1 Vantagens:.............................................................................................................10
2.1.7.2.2. Desvantagens:......................................................................................................10
2.1.7.3. Margosa (Azadirachta indica A. Juss)....................................................................10
2.1.7.4. Rícino (Ricinus communis L.)..................................................................................11
2.1.7.5. Papaeira (Carica papaya).......................................................................................12
2.1.7.6. Importância da Papaeira........................................................................................12
2.1.7.7. Métodos artesanais de extracção dos princípios activos........................................12
2.1.7.7.1. Trituração.............................................................................................................13
2.1.7.7.2. Maceração............................................................................................................13
2.1.7.7.3. Cozimento.............................................................................................................13
2.1.7.7.4. Infusão..................................................................................................................13
2.1.7.7.5. Extracção de sumo...............................................................................................13
2.1.8. Pesticidas sintéticos...................................................................................................14
CAPITULO III. MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................15
3.1 Local de estudo..................................................................................................................15
3.2 Características Edafoclimáticas.........................................................................................15
2.2.1. Temperatura...............................................................................................................15
2.2.2. Precipitação...............................................................................................................16
2.2.3. Humidade...................................................................................................................16
2.2.4. Material experimental................................................................................................16
3.3 Método...............................................................................................................................17
3.3.1. Delineamento experimental........................................................................................17
3.3.2 Descrição dos tratamentos..........................................................................................17
3.3.2. condução de Ensaio....................................................................................................17
3.3.3. Obtenção dos extractos aplicados..............................................................................19
3.3.3.1. Rícino (Ricinus communis)......................................................................................19
3.3.3.2. Margosa (Azadirachta indica)................................................................................19
3.3.3.3. Folhas de papaeira (Carica papaya)......................................................................20
3.3.3.4. Sabão.......................................................................................................................21
3.3.3.5. Tratamentos e aplicações dos insecticidas..............................................................21
3.3.3.6. Variáveis observadas...............................................................................................21
3.3.3.6.1. Infestação dos tratamentos...................................................................................21
3.3.3.7. Variáveis Medidas...................................................................................................22
3.3.3.7.1. Percentagem de Infestação..................................................................................22
3.3.3.7.2. Nível Médio de Ataque.........................................................................................22
3.3.3.7.3. Densidade Populacional......................................................................................23
3.3.3.7.4. Rendimento por Tratamento.................................................................................23
3.3.3.7.5. Situação da Plutella xylostella L. no sector familiar...........................................23
3.3.3.9. Análise estatística dos dados...................................................................................23
3.7.1 para dados do experimento.........................................................................................23
5.1 Conclusões.........................................................................................................................30
5.2 Recomendações..................................................................................................................31
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................32
Apêndices.................................................................................................................................37
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

CAPITULO I. INTRODUÇÃO

1.1. Generalidades
A traça da Couve, (Plutella xylostella. L), é considerada como principal praga desta cultura.
Um total de 1 bilhão de dólares por ano estimam-se ser necessários para a sua monitoria a
nível mundial (Talekar e Shelton, 1993). Os danos são causados por uma lagarta verde-clara
com a cabeça de cor parda cujo tamanho do corpo varia entre 7 a 10 mm de comprimento
(Carneiro, 1983).

A produção da cultura de couve em Moçambique é feita pelo sector familiar nas baixas ou
sistemas de Regadios com Objectivo de consumo e venda em mercados locais. Brássica
oleácea, é de extrema importância para os produtores de baixa escala, por ser fonte de renda e
nutrição e por fazer com que os agricultores permaneçam financeiramente viáveis
especialmente na agricultura peri-urbana ao longo de todo tempo do ano. (Haber 2015).

Traça da couve - Plutella xylostella L. É uma praga, originária da Europa Ocidental, mas que,
actualmente, está expandida por todo o mundo e, é considerada como uma das pragas mais
importantes das crucíferas cultivadas. O adulto é de hábitos nocturnos, permanecendo oculto
durante o dia, debaixo das folhas. (Caniço et al, 2013).

Faz a postura isoladamente ou em pequenos grupos, na página inferior das folhas, próximo da
nervura principal. Cada fêmea pode pôr 200 ovos. A larva no seu 1º estádio de
desenvolvimento é minadora, fazendo galerias de 3 a 4 mm de comprimento. A partir do 2º
estádio a lagarta vive no exterior, sobretudo na página inferior das folhas. (Caniço et al,
2013).

Com o aumento que se tem destacado de produção de Couve Tronchuda em Moçambique, A


Traça da Couve constitui um dos problemas principais para os Agricultores Em Moçambique
tida como uma das alternativas de disponibilizar o alimento em todas épocas do ano (Caniço
et al, 2013).

1
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

1.2. Definição de problema


Moçambique faz parte um dos países do terceiro mundo em que a principal pratica para a
sobrevivência da maior parte da população é agricultura e, o sector familiar é a maior força
de produção hortícola, sendo a couve uma das principais apostas para garantir a renda
familiar, sendo que esta produção pode ser afectada por diversos problemas relacionados com
o ataque de pragas, destacando-se mais a traça da couve.
Devido a elevados custos na aquisição de pesticidas sintéticos, e a utilização indiscriminada
destes tem ocasionado sérios problemas relacionados com o meio ambiente, contaminação da
couve e posteriormente ao homem. Diante deste pressuposto, surge a presente pesquisa com
intuito de saber: Qual é a eficiência do uso de pesticidas botânicos no controlo da traça da
couve no distrito de Cuamba?

1.3. Justificativa
Moçambique faz parte um dos países do terceiro mundo, em que a principal pratica para a
sobrevivência da maior parte da população é agricultura e, o sector familiar é a maior força
de produção hortícola. Esta actividade neste país é caracterizada por baixos “inputs” e
consequentemente baixos “outputs” e carências nutricionais para a maior parte da sua
população.

O uso de pesticidas botânicos no controlo de pragas e doenças nas culturas, poderia ser uma
maior alternativa nas comunidades rurais por ser de baixo custo, aquisição, formulação além
de ser ecologicamente sustentável.

Quanto a academia, a pesquisa tem como proposito garantir fontes cientificas para estudos
futuros referentes à cultura de couve tronchuda no distrito de Cuamba, também servira de
base para o provimento de recomendações sabias e cientificas aos agricultores e todos que
optarem em produzir esta cultura livre de pragas baseando-se no uso de pesticidas botânicos.

Quanto ao meio ambiente, tem por objectivo garantir a sustentabilidade ecológica do meio
ambiente de modo a que os recursos sejam encontrados e usados pelas gerações vindouras.

2
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

1.4. Objectivos

1.4.1 objectivo geral


 Avaliar a eficiência de Ricinus communis, Azadirachta indica e Carica papaya no
controlo de larvas da traça-da-couve (Plutella xylostella L.) na couve (Brássica
olerácea var. tronchuda) no distrito de Cuamba.

1.4.2. Objectivos específicos

 Determinar e comparar a percentagem de infestação, nível de ataque e densidade


populacional de traça-da-couve (Plutella xylostella) em diferentes extractos usados.
 Identificar o melhor extracto no controlo da traça-da-couve (Plutella xylostella).

1.5. Hipóteses
H0: Os diferentes pesticidas naturais Ricinus communis, Azadirachta indica e Carica papaya
não tem efeitos no controlo da traça-da-couve.

H1: Os diferentes pesticidas naturais Ricinus communis, Azadirachta indica e Carica papaya
tem efeitos positivos no controlo da traça-da-couve.

3
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Couve Tronchuda

2.1.1. Origem da cultura


A espécie Brássica olerácea L. é extremamente polimórfica. Admite-se que o antepassado
das actuais brássicas hortícolas seja originário das zonas costeiras da Europa temperada e
mediterrânica e distribuída actualmente em muitas regiões tropicais e subtropicais (Almeida,
2006). O mesmo autor, admite que a couve-tronchuda, resultou provavelmente da hibridação
entre formas de couves de repolho e formas de couves de folhas e foi seleccionado na
Península Ibérica.

De acordo com Tindall (1993) citado por Leão (2006), a couve é cultivada no Este e Oeste de
África, Sudeste da Ásia, incluindo Sul da China, Indonésia e Malásia, Oeste da Índia e muitas
áreas tropicais onde é tratado e propagado.

A couve tronchuda foi domesticada a cerca de 5000 anos e agora é cultivada em todo o
mundo, embora nos trópicos o seu cultivo seja maioritariamente restrito a elevações.
Provavelmente é a primeira cultura das couves a ser praticada e o mais importante vegetal de
folhas nas terras do Quénia e países vizinhos.

2.1.2. Taxonomia da cultura


O género Brássica encontra-se na tribo Brassiceae da família Brassicaceae. Sob a designação
genérica de couves de folhas consideram-se duas variedades botânicas da espécie (Almeida,
2006):
1. Brassica oleracea var. acepala DC., onde se inclui a couve-galega, também cultivares de
couves ornamentais e de couves forrageiras.
2. Brassica oleracea var. costata DC (sin. B. oleracea var. tronchuda L.H. Bailey), a que
pertencem as cultivares de couve-tronchuda, também designada por couve-penca ou couve-
portuguesa.

2.1.3. Produção da couve em Moçambique e no Mundo


As couves são uma das principais culturas hortícolas a nível mundial. O leste de Europa
(Rússia, Polónia, Ucrânia, Roménia), o Leste da Asia (China, Japão, e Coreia do Sul) e os
EUA são importantes produtores de couves (Almeida, 2006).

4
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Em Moçambique, a couve conheceu um grande crescimento nos princípios da década de 70,


desenvolvido por Portugueses e Chineses. Esta cultura, e produzida em maior escala nos
vales dos rios Incomáti, Umbeluzi e Limpopo, no sul do País, nas planícies de Manica na
província de Manica, o planalto de Angónia na província de Tete, o planalto de Lichinga, na
província do Niassa e na região de Lioma na província da Zambézia (Tembe, 1990 citado por
Celestino, 2000).

2.1.4. Utilização e Composição da Cultura


Em relação às couves de repolho, as couves de folhas tendem a ter maior teor de clorofila e
carotenoides, sendo mais ricas em provitamina A vitamina C, B1, B2, ferro, magnésio,
potássio e em cálcio de elevada biodisponibilidade (Almeida, 2006; Rau, s/d). É ainda rica
em proteína de elevado valor biológico, com uma quantidade importante dos aminoácidos
que contêm enxofre, metionina e cisteína (Moreira, 2014).

Do ponto de vista “funcional”, o consumo de couves é importante por prevenir a incidência


de certos tipos de cancro, devido à presença nas plantas de glucosinolatos, metabolitos
secundários que, para além de determinarem o aroma característico destas plantas, previnem
a iniciação daquela doença (Moreira, 2014).

Tabela 1. Composição Nutricional da Couve

Composição Nutricional da Couve Tronchuda

Água 82,7%

Hidrato de carbono 9,0g

Cálcio 249mg

Fósforo 93g

Ferro 2,7mg

Ácido ascórbico 186mg

Sódio 75mg

Potássio 378mg

5
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Vitamina A 10000 UI

Tiamina 0,16mg

Niacina 2,1mg

Valor energético 53cal

Fonte: Maroto (1994)

2.1.5. Principais factores (Abióticos e Bióticos) limitantes na cultura da couve

2.1.5.1. Factores Abióticos


Celestino (2000) afirma que há vários factores climáticos que influenciam a produção
hortícola, a temperatura é um dos mais importantes. A temperatura tem primordial
importância no crescimento e desenvolvimento das hortícolas e também no grau de
ataque e desenvolvimento de pragas e doenças, sendo o grau de ataque da maioria das
pragas e doenças, directamente proporcional à temperatura.

2.1.5.2. Factores Bióticos


As principais causas dos baixos rendimentos nas hortícolas são as pragas e doenças e
as perdas causadas por estas, são descritas mundialmente (Celestino, 2000).

2.1.6. Pragas da Couve mais importantes em Moçambique


O conceito de pragas é clarificado pelo Ministério da Agricultura (MINAG) como sendo:
todos organismos ou microrganismos (insectos, vertebrados-roedores, pássaros, porcos,
elefantes, fungos, vírus, bactérias) cuja ocorrência ou surto causa danos económicos as
culturas (MINAG, 2008).

De acordo com Segeren et al. (1994), das várias pragas que atentam a cultura da couve em
Moçambique são de especial destaque as seguintes:

6
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

2.1.6.3. Traça-da-couve (Plutella xylostella L.)

2.1.6.3.1. Origem e Distribuição


A traça-da-couve provavelmente é de origem europeia, mas actualmente é encontrado ao
longo das Américas, Sudeste da Ásia, Austrália e Nova Zelândia. Foi observada pela primeira
vez na América do Norte em 1854, em Illinois, tendo-se disseminado para a Flórida e
Montanhas Rochosas antes de 1883, e foi relatada na Colômbia Britânica antes de 1905. Na
América do Norte, a traça-da-couve é registada em todos locais que possuem Brássicas
(Capinera, 2012).

2.1.6.3.2. Biologia

2.1.6.3.2.1 Ovo
Os ovos da traça-da-couve são ovais e aplanados, e medem 0.44 mm de comprimento e 0.26
mm de largura. Possuem a cor verde-amarelada ou pálida, e são depositados isoladamente ou
em pequenos grupos de dois a oito ovos em depressões na superfície da folha, ou
ocasionalmente em outras partes de planta. As fêmeas podem depositar 250 a 300 ovos, mas
a produção comum dos ovos provavelmente é de 150 ovos. O tempo de desenvolvimento
calcula-se que seja em média 5-6 dias (Capinera, 2012).

2.1.6.3.2.2. Larva
A larva da traça-de-couve tem quatro instares. Em média o tempo de desenvolvimento e
aproximadamente: 1º estágio - 4,5mm (3-7), 2º estágio – 4mm (2-7), 3º estágio – 4mm (2-8),
e 4º estágio – 5mm (2-10) dias, respectivamente (Capinera, 2012).
Ao longo do seu desenvolvimento, as larvas permanecem bastante pequenas e activas. O
comprimento global de cada instar raramente excede 1.7, 3.5, 7.0, e 11.2 mm,
respectivamente, para instar 1 a 4. As larvas são incolores no primeiro instar, mas depois são
de cor verde podendo medir 12 mm de comprimento (Capinera, 2012).
Estas lagartas alimentam-se das folhas, fazendo pequenos furos de 2-10 mm de diâmetro.
Ficam de preferência na página inferior das folhas protegidas por uma leve tela de seda. As
larvas ao fim do seu desenvolvimento fixam-se nas folhas dentro de um invólucro de seda
solto e transformam-se em pupas dentro deste casulo (Massimo, 2006).

7
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

2.1.6.3.2.3. Pupa
A Pupa desenvolve-se em um casulo de seda solta, normalmente formado nas mais baixas ou
exteriores folhas. Em couve-flor e brócolos, as pupas podem desenvolver no flósculo. A pupa
mede cerca de 7 a 9 mm em comprimento. A duração do casulo calcula-se em média
aproximada de 8,5 dias num intervalo que pode variar de 5 a 15 dias e o período de pupa dura
5-10 dias (Capinera, 2012).

2.1.6.3.2.4. Adulto
O adulto é uma traça pequena, esbelta, cinzenta-marrom com antena pronunciada, asas
anteriores que têm 3 linhas claras triangulares ao longo da margem interna podendo medir
aproximadamente 6 mm de comprimento, e marcado com uma nata larga ou faixa de marrom
clara ao longo da parte de trás. A faixa às vezes é constringida para formar um ou mais
diamantes com luz-colorida na parte de trás que é a base para o nome comum deste insecto.
Quando observado de lado, podem ser vistas as gorjetas das asas que ficam na face superior
ligeiramente (Capinera, 2012).

2.1.6.3.2.5. Danos
Os danos na planta são causados através da alimentação larval. Embora as larvas são muito
pequenas, elas podem ser bastante numerosas, resultando em remoção completa do tecido
folhar com excepção das veias da folha. Também danifica particularmente as mudas, e pode
romper formação de cabeça em repolho, brócolos, e couve-flor. A presença de larvas em
flósculo pode resultar em rejeição completa do produto, até mesmo se o nível de remoção do
tecido de planta é insignificante (Capinera, 2012).

Os machos adultos e fêmeas vivem 12 a 16 dias, respectivamente, onde as fêmeas


depositam ovos durante aproximadamente 10 dias. As traças voam dentro de 2 m do
chão, e não voando distâncias longas. Porém, elas são levadas facilmente pelo vento
(Capinera, 2012).

2.1.7. Pesticidas derivados de plantas (Botânicos)


Pesticida é toda substância química ou biológica usada para combater pragas, doenças, ervas
daninhas ou outras formas de vida, animal ou vegetal prejudiciais a agricultura, pecuária e
seus derivados (Chiconela et al, 1999).

8
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Pesticidas naturais (botânicos) são produtos derivados de plantas ou partes das mesmas,
podendo ser o próprio material vegetal, normalmente moído até ser reduzido a pó, ou seus
produtos derivados por extracção aquosa ou com solventes orgânicos, tais como álcool, éter,
acetona, clorofórmio, etc. ou destilação com capacidade de combate aos insectos-praga ou
suas larvas (Wiesbrook, 2004).

Insecticida é toda substância com efeito pesticida com um certo potencial no combate aos
insectos (Olmi, 2004).
Segeren (1996), admite que as plantas são atacadas por pragas e doenças já desde milhares de
anos. Durante este período todas as espécies de plantas têm desenvolvido sistemas de
protecção, às vezes muito sofisticados, e baseados principalmente na produção de substâncias
químicas que afastam ou matam o organismo nocivo.

Ainda Segeren (1996), sustenta que este fenómeno é exemplificado pelo facto que existem no
País mais de um milhão de espécies de insectos, ácaros, fungos, bactérias, vírus e nemátodos,
mas o número de espécies realmente nocivos não ultrapasse duzentos, enquanto os maiores
danos são provocados por não mais do que 25 espécies desses organismos. Isto indica que as
plantas têm uma grande capacidade de defender-se, e são realmente fábricas de produtos
químicos constituindo uma fonte de quase ilimitada de pesticidas botânicos.

2.1.7.1. Uso de pesticidas tradicionais pelo sector familiar


Enquanto existem poucos dados científicos sobre o assunto por falta de investigação
em Moçambique, vários foram os usos mencionados pelos camponeses quando se
realizaram os primeiros inquéritos sobre este assunto. O uso de " ntuto" (Tephrosia
vogelli) contra pulgas é mencionado de Lichinga e também de Gorongosa (em ambos
os sítios conhecidas como "matapeixe").

Da "manuguana" (Chenopodium ambrosioides), "nembe-nembe" (Cassia petersiana)


e de muhlo (Syzygium cordatum) usam-se também os ramos com folhas na casa para
expulsar as pulgas. De Spirostachys africana aplicam-se pedaços de madeira para
afastar insectos da guardaroupa. A erva Sesamum alatum nunca é eliminada durante
as sachas nos campos de amendoim no sul do País, embora os camponeses não
conseguem explicar a sua acção (Segeren, 1996).

9
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

2.1.7.2. Desvantagens do uso pesticidas botânicos e sintéticos


As principais vantagens e desvantagens da aplicação de pesticidas botânicos em relação aos
sintéticos são (Segeren, 1996):

2.1.7.2.1 Vantagens:
 São baratos;
 São de baixa toxicidade para o homem e o meio ambiente e,
 São localmente disponíveis ou as suas fontes podem ser plantadas na vizinhança dos
campos.

2.1.7.2.2. Desvantagens:
 Necessitam de algum tempo para actuar;
 São mais rapidamente desactivados pelos raios solares;
 São menos eficazes no controlo do que pesticidas sintéticos e,
 A sua preparação leva um longo tempo.

2.1.7.3. Margosa (Azadirachta indica A. Juss)


Esta árvore pertence à família Meliaceae. Esta espécie com propriedades insecticida é usada
na protecção de culturas (Malaya e Banda, 1995 citados por Augusto,1996).
A árvore de margosa é considerada uma fonte promissora de insecticidas naturais, usando-se
as folhas, semente e ramos. Ela tem muitos usos medicinais, que até certo ponto é
considerada uma farmácia natural.
Existe muita divergência em relação à sua origem; muitos investigadores atribuem-na Índia,
mas alguns o Irão, Paquistão, Srilanka, Burma, Assam e Himalaias.
Na Índia, esta árvore é sagrada, as pessoas veneram-na desde os séculos passados.
Esta planta é de grande interesse, especialmente para as agências dedicadas ao
desenvolvimento e ajuda alimentar, instituições ligadas á agricultura e florestas nos países
tropicais, como é o caso da CARE; é uma árvore que cresce em solos secos e férteis e solos
ácidos bem drenados, com até 1000 m de altitude, numa precipitação que varia de 400-1200
mm (Vietmeyer, 1992).
Para a sua propagação, o mais usual é o uso de semente, com plantio directo ou
transplantado, do viveiro ao campo (Vietmeyer, 1992; Stoll, 1986).
Em Moçambique, esta árvore pode ser encontrada plantada á berma das ruas, das cidades
como Ilha de Moçambique.

10
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Algumas organizações como a CARE, AID, estão promovendo activamente a introdução e o


uso da margosa no sudeste da Ásia, África, Caribe, América central e na América do sul
(www.ajtsc.com/bahama.htm, 2015).
Para além de uso como insecticida, usa-se para tratar doenças do homem como: asma,
eczema, diabete e reumatismo (Sabillón et al, 1996).
Na última década, os entomologistas descobriram que o material da margosa pode afectar
mais que 200 espécies de insectos, assim como Nemátodos, fungos e bactérias. (Vietmeyer,
1992).
Esta planta tem vários efeitos no organismo dos insectos, o que impede ou reduz o ataque. De
entre os efeitos, destaca-se o fungicida, insecticida, anti-alimentário e repelente (Vietmeyer,
1992; Sabillón et al, 1996). A margosa contem quatro principais substâncias activas
(Azadirachtin, Salanim, Meliantriol e Ninbim) que actuam de maneiras diferentes e sob
circunstâncias diferentes; são estas substâncias que proporcionam à margosa a propriedade
insecticida (Vietmeyer, 1992; Schmutterer et al, 1984).

2.1.7.4. Rícino (Ricinus communis L.)


O rícino é uma Euphorbiaceae do género Ricinus, de origem tropical, possivelmente da
Etiópia, leste da África, bastante resistente à seca e heliófila, exigente em pelo menos 500
mm de chuvas para o seu crescimento e desenvolvimento, temperatura do ar entre 20 e 30ºC,
de preferência com altitude superior a 400 m, condições ecológicas necessárias para
expressar seu potencial produtivo (Beltrão et al, 2005).
A planta tem folhas alternas, pecioladas, peltadas, palmadas e divididas em sete lóbulos
serrilhados, com estipulas grandes, soldadas e que cobre o botão. O fruto é uma cápsula
tricarpelar, trilocular, com uma semente em cada lóculo (Smith et al. 1988).

Os efeitos do rícino contra insectos, são devidos a uma toxina denominada de ricina, que e
um corpo cristalino nitrogenado, de fórmula C8H8O2N2, esta que e uma das mais tóxicas
estudadas pelo Homem, sendo encontrada no endosperma das sementes (Moshkin, 1986;
Pinkerton et al., 1999). Esta toxina possui duas subunidades com diferentes funções, porém
agindo de forma conjunta. Uma delas tem efeito inibidor da digestibilidade pela acção de
inibidores proteicos da enzima alfa-amílase, impedindo a digestão e absorção do amido
(Olsnes e Kozlov, 2001) e a outra tem efeito insecticida devido à acção de proteínas
inactivadoras de ribossomas (RIPs) que promovem a morte da célula por inibição da síntese
proteica (Lord et al., 1994).

11
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

2.1.7.5. Papaeira (Carica papaya)


A papaieira, é uma planta herbácea tipicamente tropical, pertencente à família Caricaceae,
dividida em quatro géneros que agrupam trinta espécies, das quais, a Carica papaya L. se
destaca comercialmente. O Centro de origem é provavelmente, o Noroeste da América do Sul
(bacia Amazônica Superior) (Mendonça e Medeiros, 2011).

Considerada planta herbácea gigante, pode atingir entre 3 a 8 metros de altura, apresentando
uma raiz pivotante tipo napiforme, que pode atingir mais de 3 metros de profundidade e
raízes secundárias que se concentram em maior quantidade na camada de 30 cm do solo. O
caule é cilíndrico, dividido em entrenós, com porções ocas e diâmetro de até 30 cm
(Mendonça e Medeiros, 2011).

2.1.7.6. Importância da Papaeira


A cultura de papaia e rca em nutrientes essenciais para o organismo humano, nao o bastante
suas folhas e frutos produzem diversas proteínas, enzimas e alcalóides com importantes
aplicações farmacêuticas e industriais. Destes, no entanto, a papaína, uma enzima proteolítica
particularmente importante que é produzida no látex leitoso dos frutos e folhas verdes (papaia
madura não contém látex ou papaína) esta associada na protecção contra predadores
frugívoros e herbívoros sendo utilizada como fungicida e nematicida (Rigotti, s/d; Brechelt,
2004). O látex da papaia é um fluido tixotrópico, com uma aparência leitosa, que contém
cerca de 15% de matéria seca (Roth; Claunsitzer, 1972).

2.1.7.7. Métodos artesanais de extracção dos princípios activos


A extracção dos compostos bioactivos presentes nas plantas é um processo muito importante,
devendo-se seleccionar adequadamente o método a ser usado. A trituração e a maceração são
processos que não alteram a composição química dos materiais. No entanto, os métodos que
necessitam da aplicação de calor devem ser empregues somente quando se tem certeza que as
substâncias activas não são termos sensíveis, já que a transformação pode produzir
substâncias menos activas. Para raízes, talos e cascas, o tempo de extracção, em geral, pode
ser maior que para flores e folhas (Escalona et al., 1998).
O material vegetal colectado deve ser lavado com água de modo a eliminar a poeira e outros
materiais estranhos. Em geral, recomenda- se secar estendendo o material vegetal em um
lugar sombreado e com ventilação, para evitar que substâncias foto e termos sensíveis não se
decomponham pela acção da luz e do calor (Escalona et al., 1998).

12
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

2.1.7.7.1. Trituração
O material vegetal deve ser seco em um lugar fresco e sombreado, devendo-se fraccionar as
partes mais suculentas para facilitar a evaporação e evitar a putrefacção. Posteriormente, o
material deve ser reduzido a pó, por meio de moagem ou pisoteamento. Existem alguns
materiais que podem ser desidratados ao sol (Escalona et al., 1998).

2.1.7.7.2. Maceração
É um processo de extracção que se realiza à temperatura ambiente, adicionando-se ao
material vegetal seco e triturado ou fresco e picado, um solvente extractor em um recipiente
fechado. O solvente pode ser água, álcool etílico (etanol) ou uma mistura hidra alcoólica. O
tempo de maceração é variável, desde algumas horas até dias (para água, não mais de um dia)
(Escalona et al., 1998).

2.1.7.7.3. Cozimento
É um processo de extracção semelhante ao anterior, porém realizado com o uso de calor,
adicionando-se ao material seco e triturado ou fresco e picado, o solvente extractor em um
recipiente aberto. O solvente pode ser água, etanol ou uma mistura hidra alcoólica. O tempo
de cozimento é variável, porém menor que no caso anterior, podendo oscilar entre 15 e 60
minutos (Escalona et al., 1998).

2.1.7.7.4. Infusão
A extracção se realiza adicionando-se ao material vegetal seco e triturado ou fresco e picado,
o solvente extractor fervente, porém já afastado da fonte de calor e em um recipiente
tampado. O tempo de extracção é menor e varia entre cinco e dez minutos. É o mesmo
procedimento utilizado para o preparo de chá (Escalona et al., 1998).

2.1.7.7.5. Extracção de sumo


Este método pode ser utilizado quando se necessita utilizar plantas ou partes de plantas que
são suculentas. Consiste em prensar de forma mecânica o material fresco, tal como se extrai a
garapa da cana-de-açúcar, ou batendo e moendo o material para depois filtrar prensando
(Escalona et al., 1998).

13
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

2.1.8. Pesticidas sintéticos


Vantagens:

 Têm uma acção imediata;


 São muito eficazes no combate e,
 São bastante resistentes aos raios solares.

Desvantagens:

 São bastante caros;

 São tóxicos a muito tóxicos para o homem;

 A maioria destes produtos elimina também os inimigos naturais e,

 Não são disponíveis na maioria das localidades.

14
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

CAPITULO III. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local de estudo


O ensaio foi realizado no campo da Faculdade de Ciências Agronómicas, no distrito de
Cuamba, e cujo este está localizado na parte Sul da Província do Niassa, a 295 Km de
Lichinga, confinando o Norte com os distritos de Mandimba e Metarica, a Sul com os
distritos de Mecanhelas e Gurué, este último da Província da Zambézia, a Este com os
distritos de Lalaua e Malema da Província de Nampula e com o distrito de Gurué da
província da Zambézia, e a Oeste com o distrito de Mecanhelas.

Figura 1: Mapa da localização do local do estudo.


Fonte: Google Maps

3.2 Características Edafoclimáticas

2.2.1. Temperatura
A temperatura média anual é de 26°C, com excepção das regiões com altitudes elevadas que
não ultrapassam os 24°C. As temperaturas elevadas são acompanhadas pela pluviosidade
nos meses de Novembro a Março.

15
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

2.2.2. Precipitação
É considerado dia com precipitação aquele com precipitação mínima líquida ou equivalente a
líquida de 1 milímetro. A probabilidade de dias com precipitação em Cuamba varia
acentuadamente ao longo do ano.

A estação de maior precipitação dura 4,0 meses, de 25 de Novembro a 24 de Março, com


probabilidade acima de 41% de que um determinado dia tenha precipitação. A probabilidade
máxima de um dia com precipitação é de 82% em 20 de Janeiro. A estação seca dura 8,0
meses, de 24 de Março a 25 de Novembro. A probabilidade mínima de um dia com
precipitação é de 1% em 13 de Junho.

Dentre os dias com precipitação, distinguimos entre os que apresentam somente


chuva, somente neve ou uma mistura de ambas. Com base nessa classificação, forma de
precipitação mais comum ao longo do ano é de chuva somente, com probabilidade máxima
de 82% em 20 de Janeiro.

2.2.3. Humidade
Baseamos o nível de conforto de humidade no ponto de orvalho, pois ele determina se a
transpiração vai evaporar da pele e, consequentemente, esfriar o corpo. Pontos de orvalho
mais baixos provocam uma sensação de mais secura. Pontos de orvalho mais altos provocam
uma sensação de maior humidade. Diferente da temperatura, que em geral varia
significativamente do dia para a noite, o ponto de orvalho tende a mudar mais lentamente.
Assim, enquanto a temperatura pode cair à noite, um dia abafado normalmente é seguido por
uma noite abafada.

Cuamba tem variação sazonal extrema na sensação de humidade. O período mais abafado do


ano dura 5,7 meses, de 13 de Novembro a 2 de Maio, no qual o nível de conforto
é abafado, opressivo ou extremamente húmido pelo menos em 24% do tempo. O dia mais
abafado do ano é 26 de Janeiro, com condições abafadas durante 96% do tempo. O dia menos
abafado do ano é 30 de Julho, quando condições abafadas são praticamente inexistentes.

2.2.4. Material experimental


Para o estudo em causa, usou-se sementes de Couve Tronchuda, Pesticidas naturais
preparados na base de substratos de planta de Rícino, Margosa e Papaia.

16
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

3.3 Método

3.3.1. Delineamento experimental


O Delineamento experimental usado foi o de Blocos Completos Casualizados, com 4 blocos
e 4 tratamentos, 4 repetições, integrando um total de 16 unidades experimentais. A separação
dos blocos foi de 1 m e entre parcelas de 0,5m, com uma área total de 71,25m2

3.3.2 Descrição dos tratamentos


Para a elucidação dos tratamentos alocados nas unidades experimentais deste estudo, pode-se
observar a tabela a seguir:
Tabela 2. Descrição dos tratamentos

Trat Descrição Dose aplicada Interpretação

T1 Controlo 0 Tratamento
aplicado sem
nenhuma aplicação
T2 Carica papaya 11g de sabão + 1 litro de água + Tratamento com
50g de estratos de folhas da aplicação à extracto
Carica papaya de Carica papaya .

T3 Ricinus communis 11g de sabão + 1 litros de água + Tratamento com


50g de estratos de Ricinus aplicação ao
communis extracto de Ricinus
communis.

T4 Azadirachta indica 11g de sabão + 1 litro de água + Tratamento com


50g de estratos de Azadirachta aplicação ao
indica extracto de
Azadirachta
indica.

3.3.2. condução de Ensaio


a) Preparação de alfobre
Para a obtenção de plântulas para o campo definitivo foi usado o sistema de alfobre semi-
suspenso que contou com o material seguinte: 3 bambus, 6 estacas (paus), capim.
Os referidos viveiros semi-suspensos foram estabelecidos a uma altura de 0,5m, 2 m de
comprimento e 1,2m de largura totalizando uma área de 2,4 m 2, onde dentro destes, foi
misturada uma quantidade de esterco de bovino curtido (1 carinha de mão) com o solo de

17
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

modo a fertilizar o mesmo, e em seguida efectuaram-se regas diárias no alfobre objectivando


a mineralização do esterco no solo até o dia da sementeira

b) Sementeira
A sementeira no alfobre foi efectuada no dia 09-02-2020 com 1 pacote de couve
variedade tronchuda (10g), as sementes foram enterradas a uma profundidade de 2 a 3
cm, numa distância entre linhas de 0,5 metros.

c) Compasso
O compasso usado para o estabelecimento da cultura no campo, foi de 0.40m x 0.50m, sendo
0.50 m entre linhas e 0.40 m entre plantas dentro das linhas.

d) Transplante
O transplante, efectuou-se na tarde do dia 20 de Marco 2020 após as plântulas apresentarem 3
a 4 folhas verdadeiras, altura de 15 a 18 cm e diâmetro do talo de 4 a 5 mm objectivando a
obtenção de uma densidade de plantas adequadas, e colocou-se duas plântulas por covacho de
modo a proporcionar bom desenvolvimento das mesmas. As plântulas foram enterradas até
logo abaixo da primeira folha, 2 a 3 cm.

e) Etiquetagem
No dia 10 de Abril de 2020, foi efectuada a etiquetagem dos tratamentos. O objectivo da
etiquetagem foi de facilitar a identificação dos blocos e dos tratamentos de modo a facilitar o
processo de controlo do ensaio assim como da colecta de dados.

f) Sacha e Monda
Foram efectuadas 5 sachas, em efectuava-se em simultâneo com a monda. A primeira
efectuou-se 10 ddt, que culminou com a escarificação do terreno, actividade de primordial
importância por facultar a aeração do solo, que influência o desenvolvimento da zona
radicular e posterior crescimento e desenvolvimento da planta. A segunda 20 ddt, a terceira
30 ddt, a quarta 45 ddt e a quinta e a ultima 60 ddt. Houve maior incidência de Tiririca por
isso que se realizou várias Sachas.

g) Colheita
A colheita foi efectuada 65 ddt. Aplicou-se a colheita manual, quando as folhas interiores se
apresentaram sobrepostas, formando um “repolho” pouco firme. Colheram-se as folhas

18
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

quebrando-se o pecíolo rente ao caule, e deixando-se sempre junto ao broto central da planta,
4 a 5 folhas menores em crescimento.

3.3.3. Obtenção dos extractos aplicados

3.3.3.1. Rícino (Ricinus communis)


Foram usadas sementes de rícino da última época, proveniente das localidades de Malapa e
em Matia, um dia antes da aplicação, com uso de almofariz, trituravam-se 250g de semente
de rícino até ficar em farinha. Num balde de 5 litros (cheio de água), mergulhava-se a farinha
de rícino amarrada em pano branco (a razão de 50 g/l), esta actividade era feita no período da
tarde e deixava-se a calda toda noite tapada, para evitar a perca das qualidades do rícino.
No dia seguinte, uma hora antes da aplicação, com ajuda do pano branco (primeiro),
separava-se a solução dos restos do material vegetal e finalmente, usava-se o crivo para coar
a solução e evitar o entupimento do bico do pulverizador.

A calda de 5 litros de rícino, inicialmente preparada, correspondia a 2 tratamentos, que era


aplicado em 4 parcelas (um em duas repetições), na razão de 4 litro de água para 1 litro de
composto activo, tendo em consideração o coadjuvante a usar na aplicação para cada
tratamento específico. O coadjuvante (sabão) numa proporção de 11g para 1 litro de água, era
misturado na calda, meia hora antes da aplicação.

Para cada talhão, tendo em conta o tratamento, eram aplicados 3,5 litros de solução, e a
capacidade de um pulverizador era suficiente para os tratamentos nas quatro repetições. A
dose de rícino usada foi de 50g/l.

3.3.3.2. Margosa (Azadirachta indica)


Foram usadas sementes de margosa da última época, proveniente a localidade de Malapa
(Cuamba).
Um dia antes da aplicação, com uso de almofariz, triturava-se 250g de semente de margosa
até ficar em farinha. Num balde de 5 litros (cheio de água), mergulhava-se a farinha de
margosa amarrada em pano branco (a razão de 50 g/l), esta actividade era feita no período da
tarde e deixava-se a calda toda noite tapada, para evitar a perca das qualidades da margosa.
No dia seguinte, uma hora antes da aplicação, com ajuda do pano branco (primeiro),
separava-se a solução dos restos do material vegetal e finalmente, usava-se o crivo para coar
a solução e evitar o entupimento do bico do pulverizador.

19
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

A calda de 5 litros da margosa, inicialmente preparada, correspondia a 2 tratamentos, que era


aplicado em 4 parcelas (um em duas repetições), na razão de 4 litro de água para 1 litro de
composto activo, tendo em consideração o coadjuvante a usar na aplicação para cada
tratamento específico. O coadjuvante (sabão) numa proporção de 11g para 1 litro de água, era
misturado na calda, meia hora antes da aplicação.
Para cada talhão, tendo em conta o tratamento, eram aplicados 2,5 litros de solução, e a
capacidade de um pulverizador era suficiente para os tratamentos nas quatro repetições. A
dose de margosa usada foi de 50g/l.

3.3.3.3. Folhas de papaeira (Carica papaya)


Usaram-se folhas verdes de papaeira colhidas nos arredores da cidade de Cuamba. Um dia
antes da aplicação, com uso de almofariz, triturava-se 250g de folhas de papaeira até ficarem
em massa verde-escura. Numa bacia com 5 litros de água, mergulhava-se a massa de
papaieira que posteriormente foram amarradas em pano branco (a razão de 50 g/l). Momentos
depois, a calda foi imersa num balde de 15 litros; toda esta actividade era feita no período da
tarde e deixava-se a calda toda noite tapada, para reduzir a perca de propriedades das folhas
de papaieira.

No dia de aplicação, uma hora antes, com ajuda do pano branco (primeiro), separava-se a
solução dos restos do material vegetal e finalmente, usava-se o crivo para coar a solução e
evitar o entupimento do bico do pulverizador. A calda de 5 litros de folhas de papaieira,
inicialmente preparada, correspondia a 2 tratamentos, que era aplicado em 4 talhões (um em
duas repetições), tendo em consideração o coadjuvante a usar na aplicação para cada
tratamento específico. O coadjuvante (sabão) numa proporção de 10g para 1 litro de água, era
misturado na calda, meia hora antes da aplicação.
Para cada parcela, tendo em conta o tratamento, eram aplicados 2,5 litros de solução, e a
capacidade de um pulverizador (20 litros) era suficiente para os tratamentos nas quatro
repetições.

O pulverizador usado para as folhas de papaeira (em todos seus tratamentos) foi diferente do
usado na aplicação da margosa assim como do rícino. A dose das folhas de papaeira usada foi
de 50g/l.

20
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

3.3.3.4. Sabão
Foi usado sabão “mainato”, mole e escuro. Este coadjuvante era preparado e adicionado aos
insecticidas meia hora antes da aplicação. A quantidade usada foi de 11 g/l. Depois de se ter a
quantidade necessária para cada tratamento, o sabão era ralado com garfo de mesa/faca
dentro do balde onde se encontrava a solução do insecticida natural.

3.3.3.5. Tratamentos e aplicações dos insecticidas


Como um dos objectivos do trabalho era a comparação dos tratamentos, foi necessário fazer-
se a aplicação dos mesmos.
O ensaio consistia de quatro tratamentos, que foram feitos em número de quatro repetições.
As aplicações foram feitas em intervalos semanais, sendo a primeira 25 ddt, a segunda 32 ddt
e a última terceira 39 ddt.

Antes da primeira aplicação, fez-se um teste com água, o que confirmou a necessidade de 2,5
litros para cada parcela, correspondente á uma volta de pulverização.
As pulverizações, foram realizadas nas horas mais frescas do dia, isto é, no final do dia (a
partir 16:00 horas) com vista a diminuir os efeitos negativos dos raios solares sobre os
insecticidas aplicados. As referidas pulverizações foram antecedidas por uma rega,
objectivando a permanência por maior tempo possível dos insecticidas aplicados nas folhas
assim como no próprio solo.

Foram realizadas três pulverizações com extractos de Ricinus communis, Azadirachta indica
e folhas frescas de Carica papaya mensalmente, durante um mês e de 07 em 07 dias.

3.3.3.6. Variáveis observadas

3.3.3.6.1. Infestação dos tratamentos


Para este estudo, o nível de ataque foi avaliado de acordo ao número de larvas presentes bem
como sintomas visíveis nas diferentes partes da planta, tal como procedido por Segeren
(1996). Para tal, foi usada a escala (Tabela 3), para a classificação dos diferentes níveis de
infestação.

21
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Tabela 3. Classificação dos níveis de infestação

Valor Percentagem Descrição

0 0 Ausência de dano 0% de área foliar


destruída

1 1 a 20 Planta com 1-20% de área foliar


destruída

2 21 a 40 Planta com 21-40% de área foliar


destruída

3 41 a 70 Planta com o coração destruído 41 -


70% de área destruída

4 71 a 100 Planta morta 71 -100% de área foliar


destruída

Fonte : Segeren (1996)

3.3.3.7. Variáveis Medidas

3.3.3.7.1. Percentagem de Infestação

A percentagem de infestação (PI) foi determinada usando a seguinte expressão:

PI = número de plantas infestadas x 100%


N

Onde:

PI: Percentagem de plantas infestadas

N: é o número total das plantas observadas por cada talhão


3.3.3.7.2. Nível Médio de Ataque

Para determinação do dano usou-se a seguinte formula:

NMA = Σ índices de ataque das plantas


atacadas
N

22
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Onde:

NMA: Nível médio de Ataque

N: número total das plantas observadas

Σ: representa o somatório dos índices de ataques

3.3.3.7.3. Densidade Populacional

A Densidade de infestação foi determinada de acordo a seguinte expressão:

DP = número de indivíduos nas plantas observadas

número total de plantas observadas

3.3.3.7.4. Rendimento por Tratamento


O rendimento foi calculado usando as plantas comercializáveis. Para tal considerou-se a
seguinte fórmula:
Rendimento (Kg/há) = peso de folhas comercializáveis (kg) x 10000 m2

área útil (m2)

3.3.3.7.5. Situação da Plutella xylostella L. no sector familiar

3.3.3.9. Análise estatística dos dados

3.7.1 para dados do experimento


Para análise de dados colhidos, primeiro foram introduzidos e organizados no Microsoft
Excel. E em seguida, foi usado o pacote estatístico Sisvar versão 5.7, para fazer análise de
variância (ANOVA) e o teste Tukey para as comparações das médias de todas variáveis
em estudo. Segundo Guilherme (2013) citado por Amaral (2014), há diferenças
significativas entre os tratamentos quando o valor de F calculado é maior que o valor F
tabelado a nível de 5% de probabilidade. Uma outra mediada que auxiliou a observação
das diferenças significativas entre as variáveis foi a optimização do erro padrão ao nível de
5% para todas as variáveis analisadas.

23
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

CAPITULO IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES

% de Infestacao
80b
70b

50ab

20a

1 2 3 4
Tratamentos

Gráfico 1: Percentagem de infestação


O gráfico acima esboça os resultados de percentagem de infestação sendo que a análise de
variância ao nível de 5 % de significância revelaram que a percentagem de infestação variou
significativamente, havendo deste modo diferenças significativas entre os diferentes bios
pesticidas.

De uma forma geral, os resultados de percentagem de infestação das plantas em função dos
diferentes tipos de bio pesticidas, variaram 20a – 80b.

Assim, o teste de Tukey (pr. <0.05), a partir do gráfico acima, revelou que os bio pesticidas
usados foram estatisticamente significativos sendo que a maior média foi 80b no tratamento
testemunha (T1) e este que por sua vez não deferiu estatisticamente do Tratamento com
aplicação de extracto de Ricinus communis (T3) que apresentou média de 70b indicando
deste modo maior infestação das plantas, e a menor média foi de 20a registada com aplicação
de extracto de Azadirachta indica (T4) e o (T2) Tratamento com aplicação de extracto de
Carica papaya com média de 50ab demostrando assim menor infestação das plantas
respectivamente, desta forma pode se dizer que a percentagem de infestação varia quando
submetidas a diferentes tipos de bio pesticidas.

Este efeito tóxico da Azadirachta indica já havia sido relatado por Sharma1 et al. (2014),
quando avaliou o efeito tóxico da Azadirachta indica sobre a Plutella xylostella (L.), e obteve

24
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

uma mortalidade larval (86, 76%) nos primeiros estágios larvais que foi significativamente
maior em relação ao tratamento controlo.
A Carica papaya por sua vez, já foi apontada como promissora no controlo de pragas
quando, Siahaya e Rumthe (2014), testando o extrato de folhas de Carica papaya sobre larvas
de S. frungiperda, obtiveram uma percentagem de mortalidade entre 50 e 73% em
concentrações de 10, 100 e 1000 ppm.

Santos et al., (2008) citado por Peron e Ferreira (2012), constataram que o extrato do fruto
verde de Ricinus communis L. a 10% apresentou bioatividade, na duração e peso das fases
larval e pupal de S. frugiperda. Apesar os resultados relatados por estes autores acerca do
Ricinus communis, no presente estudo não se verificou a eficácia, onde este tratamento
apresentou em algumas vezes, resultados abaixo do tratamento controlo. Este efeito pode
estar provavelmente associado, ao método de preparo do material pois, a existência de casca
juntamente com o óleo de Rícino reduz a eficácia deste pesticida (Almeida at al, 2005).
Resultados similares foram obtidos por Almeida at gele, (2005), quando constatou que a
casca do Rícino parece funcionar como material contaminante, que favorece a proliferação de
pragas.

4.8d Nível Médio de Ataque

3.2c

1.4b

0.5a

1 2 3 4
Tratamentos

Gráfico 2: Nível médio de ataque


Os dados do gráfico acima mostram haver diferenças significativas entre os tratamentos para
a variável nível médio de ataque de acordo com o teste de tukey com 5% de nível de
significância, sendo que as melhores médias foram observadas com o uso de extracto na base
25
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

de Azadirachta indica (T4) com 0.5a seguido do tratamento na base de Carica papaya (T2)
com média de 1.4b respectivamente, os tratamentos T1 e T3 tiveram medias elevadas que os
dois anteriores sendo que os valores variaram de 3.2c para o tratamento na base de rícinos
comunis (T3) a 4.8 para o testemunha (T1), estes resultados evidenciam a eficiência da
Azadirachta indica no controlo de traça- da- couve nas condições agro-ecológicas de
Cuamba.

Estas oscilações no nível médio de ataque podem estar relacionadas a desvantagem que os
pesticidas naturais têm de serem facilmente lavados pela água das chuvas e a fraca
persistência aos raios solares o que pode estar associado as chuvas que fustigaram em quase
todo período que o estudo foi levado a cabo. Segundo Capinera (2001), uma grande
proporção de larvas jovens é muita das vezes mortas por chuvas (a chuva é factor de
mortalidade); a Plutella xylostella por sua vez, demanda mais quantidade de alimento
(preferência as folhas) na fase de larva de modo a completar com sucesso as restantes fases
da metamorfose (pupa e adulto).

Dens. Populacional
154.25d
134.25c

53b
30.53a

1 2 3 4
Tratamentos

Gráfico 3: Densidade populacional


O gráfico acima esboça os resultados de densidade populacional sendo que a análise de
variância ao nível de 5 % de significância revelaram que a densidade populacional variou
significativamente, havendo deste modo diferenças significativas entre os diferentes bio-
pesticidas.

26
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

De uma forma geral, os resultados de percentagem de infestação das plantas em função dos
diferentes tipos de bio pesticidas, variaram 30.53a – 154.25d.

Assim, o teste de Tukey (pr. <0.05), a partir do gráfico acima, revelou que os bios pesticidas
usados foram estatisticamente significativos sendo que a maior média foi 154.25d no
tratamento testemunha (T1) deferindo estatisticamente com os demais tratamentos. O
Tratamento com aplicação de extracto na base de Carica papaya (T2) g apresentou média de
134.25c indicando deste modo maior densidade populacional, e a menor média foi de 3053a
registada com aplicação de extracto de Azadirachta indica (T4) e o (T3) Tratamento com
aplicação de extracto de Ricinus communis com média de 53b demostrando assim menor
densidade populacional da traça- de- couve respectivamente.

Embora o efeito tóxico dos dois pesticidas tidos como eficazes, Caniço et al (2013) citando
Talekar & Shelton (1993), afirma que o problema de ataque pela Plutella, é tido como grave
no verão o que significa que a época (fresca) em que o presente estudo foi conduzido,
também pode ter influenciado nas tendências da diminuição da densidade populacional.
Como a Plutella, apresenta densidades altas na estação quente, faz sentido que os danos
também são mais elevados nesta estação do ano.

A mortalidade de adultos, é considerada factor mais importante nas tendências da população


de Plutella xylostella (Capinera, 2001). Segundo Viana et al (2006), a azadiractina é o
principal composto da Azadirachta indica com acção sobre os insectos, sendo os frutos a sua
principal fonte, além da casca e das folhas. A azadiractina-A (85 %) tem sido considerada a
substância responsável pela actividade insecticida. A Azadirachta indica, actua sobre os
insectos como repelente e anti alimentar, interferindo nas hormonas reguladoras de
crescimento, metamorfose e na reprodução. A acção no ciclo biológico é mostrada através da
redução na longevidade dos adultos.
Segundo Siahaya e Rumthe (2014) citando Trizelia (2001), a enzima papaína principal
enzima da Carica papaya, pode funcionar como enzima protéase que pode afectar vários
sistemas regulares do desenvolvimento fisiológico e dissolver os componentes da cutícula
dos insectos. Os danos ou defeitos nos estágios da Plutella xylostella ocorrem devido a
substâncias tóxicas que danificam redes neurais, tais como o composto alcaloide que pode
inibir o processo de larvas em pupa (Siahaya e Rumthe, 2014).

27
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Rend. Kg/ha
832.2a
732.25ab 709.45ab
619.45b

1 2 3 4
Tratamentos

Gráfico 4 Rendimento
Os dados do gráfico acima mostram haver diferenças significativas entre os tratamentos para
a variável nível rendimento em kg/ha de acordo com o teste de tukey com 5% de nível de
significância, sendo que o melhor rendimento foi obtido com o uso de extracto na base de
Azadirachta indica (T4) com 832.2a, e os tratamentos T2 e T3 não diferiram estatisticamente
sendo que as médias variaram de 732.25ab para o tratamento com o uso de extracto na base
de Carica papaya (T2) e 709.45ab para o tratamento com o uso de extracto na base de rícinos
comunis (T3) respectivamente. O menor rendimento foi observado no tratamento testemunha
(T1) com 619.45, evidenciando assim a influência directa da eficácia do uso de bio pesticida
no rendimento desta cultura.

Segundo a SEMOC (s/d), o rendimento da couve tronchuda e estimada em cerca de 10 ton/ha


que se verifica aos 65 ddt. Tendo-se feito uma única colheita, respeitando o período
recomendado, observou-se diferenças no rendimento, estas que podem ser justificadas pelo
facto de, na fase de brotação, a primeira colheita apresentar somente uma gema, enquanto na
segunda colheita surgem várias gemas laterais, o que leva a produção de maior número de
folhas (Leão, 2006).
Não só, mas também se observou a incidência da podridão-mole, e de acordo com Leão
(2006), as doenças fisiológicas são referentes à desordem interna e estão associadas a vários
factores de desenvolvimento como: nutrição, humidade, luz entre outros. Rice et al (1990)
citado por Leão (2006), afirma que a actividade infecciosa do patógeno é acelerado quando

28
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

existem ferimentos nas plantas, e a existência de feridas é uma das consequências de má


gestão (quer no viveiro, quer de campo definitivo) causada por elevadas densidades.

29
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

CAPÍTULO V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES


Neste capitulo são apresentados os resultados relacionados as diferentes observações e
medições obtidas durante o ensaio. Também são apresentadas interpretações e as respectivas
discussões com base em obras consultadas.

5.1 Conclusões
Em linhas gerais, com base nos objectivos propostos e nas condições em que foi realizado o
presente estudo, foi possível concluir que:
- A menor percentagem de infestação, nível de ataque e densidade populacional de traça de
couve foi obtida com a aplicação de substrato na base de Azadirachta indica.
- Os melhores rendimentos da couve foram observados nos talhões tratados com Azadirachta
indica 832.2 (kg/ha), diferenciando-se dos demais substratos em estudo;
- A aplicação da Azadirachta indica e Carica papaya actuaram de forma positiva na redução
de infestação de traça da couve em todas as observações, embora, os tratamentos (T1)
testemunha e (T3) Ricinus communis tenham apresentado maior percentagem de infestação; e
com base nestes resultados e valida a hipótese alternativa que diz que os diferentes pesticidas
naturais Ricinus communis, Azadirachta indica e Carica papaya tem efeitos positivos no
controlo da traça-da-couve

30
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

5.2 Recomendações
Com base no constatado durante a condução do presente estudo sobre avaliação da eficácia
de Ricinus communis, Azadirachta indica e Carica papaya no combate á Plutella xylostella
L. (LEPIDOPTERA: Plutellidae) na cultura da couve no distrito de Cuamba, recomenda-se:
 Aos produtores do distrito de Cuamba recomenda-se a introdução (nas comunidades
rurais) da Azadirachta indica e incentivar o plantio da Carica papaya (papaeira) pois
além do seu valor nutritivo como alimento, tem a importância de ser usada como
insecticida natural; que façam estudos principalmente no meio rural, sem lavoura e
gradagem isto e, nas condições do camponês;
 A comunidade cientifica recomenda-se que se realize estudos similares a este na
época quente, usando diferentes concentrações dos pesticidas naturais ora avaliados e,
de modo validar ou refutar os resultados obtidos no presente trabalho, com vista a
identificar o melhor substrato natural no combate de traça de couve.

31
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Almeida, D. (2006). Manual de culturas hortícolas. Editora Presença, 1ª edição,
Lisboa.

Almeida, I, P; Duarte, M, E, M; Mata, M, E, R, M, C; Freire, R, M, M; Guedes, M, A.


(2005). Armazenamento de feijão macassar tratado com mamona: estudos da
prevenção do Callosobruchus maculatos e das alterações nutricionais do
grão. Campinas Grande, Brasil.

Augusto, P. (1996). Avaliação do efeito de 7 pesticidas botânicos no rendimento, nos


componentes de rendimento e na qualidade de feijão nhemba (Vigna
unguiculata (L)Walp). Tese de licenciatura. UEM. Maputo.

Beltrão, N. E.M.; Nóbrega, M. B. M; Gondim, T. M. S; Severino, L. S; Cartaxo, W.


V; Vale, D. G; Cardoso, G. D. (2005). Sistema de produção para a cultura da
mamona na agricultura familiar no semi-árido nordestino. Centro Nacional de
Pesquisa de Algodão - EMBRAPA. Campina Grande.

Berger, A. (1994). Using natural pesticides. Current and future perspectives. A report
of the plant protection improvement programme in Botswana, Zâmbia and
Tanzânia. Report 2. Swedish University of Agriculture Science. Uppsala.

Brechelt, A. (2004). O manejo ecológico de pragas e doenças. 1ª edição, RAP-AL


editora, República Dominicana.

Capinera, J. L. (2012). Diamondback Moth, Plutella xylostella (Linnaeus) (Insecta:


Lepidoptera: Plutellidae). University of Florida, IFAS Extension. Também
disponível em: http://entomology.ifas.ufl.edu/creatures

Carvalho, J. S. (2008). Efeito da Sinigrina Aplicada em Folhas de Couve e Brócolis


no controlo da Plutella xylostella (Linnaeus, 1758) (Lepidoptera: Plutellidae).
Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias Campus de Jaboticabal Jaboticabal, São
Paulo, 690p9Brasil.

Capinera J, L. (2001). Handbook of Vegetable Pests. Academic Press, San Diego.

32
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Caniço, A; SANTOS, L; Massinga, R. (2013). Development and adult longevity of


diamondback moth and its parasitoids Cotesia plutellae and Diadegma
semiclausum in uncontrolled conditions. UEM, Maputo, Mozambique.

Celestino, F, Belém. (2000). Métodos de extracção de estratos de folhas de


seringueira no controlo das pragas da couve na cultura do repolho. Tese de
licenciatura, UEM, Maputo, pp. 17.

Chiconela, T; Cugala, D; Santos, L. (1999). Protecção de plantas. Colecção jovem


agricultor. Maputo.183 pp.

Escalona, M. H.; Fiallo, V. R. F.; Hernández, M. M. A.; Pacheco, R. A.;

Aja, E. T. P. (1998). Plaguicidas naturales de origen botánico. Habana:


CIDISAV.

Ferronatto, E. Maria de Oliveira. (1984). Abundância de larvas de Plutella xylostella


(LINNAEUS, 1758) em Brassica oleracea L. var. acephala D.C., mortalidade
causada por parasitóides e biologia de Tetrastichus sokolowskii kurdjmov,
1912 (HYMENOPTERA: EULOPHIDAE). Dissertação de Mestrado, Brasil.

Leão, C. C. M. (2006). Efeito da taxa da sementeira em viveiros no cultivo da couve


(Brassica oleracea var. acephala). Tese de Licenciatura, UEM, Maputo.

Lord, M. J., Roberts, L. M. & Robertus, J. D. (1994). Ricin: structure, mode of action
and some current applications. Faseb J.

Mae (Ministério da Administração Estatal). (2005). Perfil do distrito de Cuamba província


do Niassa. República de Moçambique, Maputo: Ministério da Administração Estatal.

Mapilele, C, S., Saifodine, N., Javaid, I.; Segeren, P. (1996). 1º Simpósio Nacional
sobre o uso de pesticidas naturais na agricultura. Departamento de sanidade
vegetal/INIA. Moçambique, série de investigação nº 24.

Massimo, O. (2006). Pragas das plantas cultivadas em Moçambique. Impressão:


imagina s.r.l., 1ª edição, Viterbo.

Mendoça, V. & de Medeiros, L. F. (2011). Boletim técnico. Cultura do cajueiro, do


coqueiro e do mamoeiro. v.3, MOSSORÓ-RN, Brasil.

33
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Minag (Ministério da Agricultura). (2008). Manual de apoio sobre sanidade vegetal.


DSV. p.50.

Moreira, J. (2014). Jardinagem. Couve-tronchuda, a rainha da ceia do natal, FUGAS


público, Portugal.

Morais, L; Termignoni, C; Sales, C. (1994). Biochemical characterization of a new


cysteine endopeptidase from Carica candamarcensis L. Plant science

Moshkin, V.A. (1986). Castor. New Delhi, Amerind.

Olmi, M. (2002). Apontamentos de fitossanidade.

Olmi, M. (2004). Apontamentos de métodos de controlo.

Olsnes, S & Kozlov, J. (2001). Ricin. Toxicon.

Oliveira, A. T; Junqueira, A. M. R; França, F. H. (2000). Impacto da Irrigação por


aspersão convencional na dinâmica populacional da traça-das-crucíferas em
plantas de repolho. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 18, n. 1, p. 37-40.

Pádua, E. M. M. (2004). Metodologia de pesquisa. Colecção, Magistério: Formação


de trabalho pedagógico, 10ª edição, Papirus editora, São Paulo, 124pp.

Pinkerton, S. D.; Rolfe, R. & AULD, D. L. (1999). Selection of castor with divergent
concentration of ricin and Ricinus communis agglutinin. Crop science.

Peron F; Ferreira, G, C, A. (2012). Potencial insecticida de extractos de sementes de


mamona Ricinus communis L.) no controle da lagarta-do-cartucho
(Spodoptera frugiperda). Departamento de Ciências Biológicas do Centro
Universitário de Maringá – Cesumar, Maringá – Paraná.

Rau, P (s/d). Método biológico. Cultura da couve de folhas. Agriloja, Brasil.

Rigotti, M. (s/d). Cultura do Mamoeiro. p.3-9, Brasil.

Roth, I; Claunsitzer, I. (1972). Acta Botanica Venez. Volume 7


Sabillón, A; Bustamante, M. (1996). Guia fotográfica para la identification de plantas
com propriedades plaguicidas. Honduras. 110 pp.

34
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Santiago, G. S. (2005). Avaliação dos efeitos de extratos aquosos de plantas sobre


biologia da lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797)
mantida em dieta artificial. TERESINA, Estado do Piauí, Brasil.

Schmutterer, H; Ascher, K. R. S. (1984). Natural pesticides from the neem tree


(Azadirachta indica A. Juss) and other tropical plants. Proceding of the
second international neem conference. Eschborn. 587 pp.

Segeren, P. (1996). Os princípios básicos da protecção das plantas. Departamento de


sanidade vegetal, Maputo, p.150-153.

Segeren, P.; Van Den Oever.; Compton, J (1994). Pragas, doenças e ervas daninhas
nas culturas alimentares em Moçambique. INIA, Maputo, 150-154 pp.

Haber L. L. (2015). Horticultura em Moçambique, Características, Tecnologias de


Produção e de Pós-Colheita. Embrapa Brasília,
Smith, L. B.; Downs, R. J.; Klein, R. M. (1988). Euforbiaceae: flora ilustrada
catarinesense.

Siahaya dan, V. G. e Rumthe, R.Y. (2014). Uji ekstrak daun pepaya (Carica papaya)
Terhadap larva Plutella xylostella (Lepidoptera: Plutellidae). Fakultas
Paertanian Universitas Pattimura

Sharmal, S; Senrung, A e SINGH A. K. (2014). Efeito tóxico do neem , Azadirachta

indica A. Juss ) ( extractos folhagem contra a traça da couve ( DBM ) , Plutella


xylostella (L.) (Lepidoptera , Plutellidae ). JBiopest 7

Stoll, G. (1986). Natural crop protection. Based on local farm resources in the tropics
and subtropics. Germany. 188 pp.

Talekar, N. S. & Shelton, A. M. (1993). Biology, ecology, and management of the


diamondback moth. Annual Review of Entomology 38, 275-301 pp.

Sambo, A. A; Assamo, S. P; TANGA, E .V. (2009). Incidência das principais pragas


que ocorrem nas zonas verdes, e suas medidas de controlo. Tese de
Licenciatura, UEM, Maputo.

Vendramim, J. D. (1997). Uso de plantas insecticidas no controlo de pragas. In: Ciclo


de palestras sobre agricultura orgânica, São Paulo: Fundação Cargill.

35
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Viana, P, A; Prates, H, T; Ribeiro, P, E. (2006). Uso de estrato aquouso de folhas de


NIM para o controle de Spodoptera frugiperda na cultura. EMBRAPA, Brasil

Vietmeyer, N. D. (1992). Neem. A tree for solving global problem. Report of an ad


hoc panel of the board on science and technology for international
development. National research council. National academy press. Washington,
D.C. 32 pp.

Wiesbrook, M. L. (2004). Natural indeed: are natural insecticides safer and better
than conventional insecticides? Illionois Pesticide Review, Urbana, v. 17.

36
Efeito da Eficiência de Carica papaya, Azadirachta indica, e Ricinus communis, no Combate á
Plutella xylostella l. (Lepidoptera: Plutellidae) na Cultura da Couve Tronchuda nas condições Agro-
ecológicas de Cuamba

Apêndices

37
Apêndice 1. Cronograma de actividades

O Actividades Meses
r
Janeiro Fevereiro Marco Abril Maio Junho
d
e Semanas semanas semanas semana semanas semana
m s s

1 2 3 4 1 2 3 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3
1 Limpeza do
terreno
2 Lavoura
3 Gradagem
4 Demarcação da
Área
5 Montagem de
alfobre
6 Sementeira
7 Arrumação de
terreno
9 Transplante
10 Regas
11 Retancha
12 Sacha e
escarificação
13 Amontoa
14 Pulverização
15 Colecta de
dados
16 Análise de
dados
17 Elaboração de
relatório

38
Apêndice 2. Esquema de Ensaio

2m

Bloco V T3 T4 T2 T1

Bloco III 1,5m T1 0,5m T2 T4 T3


7,5m

Bloco II T3 T2 T4 T1

1m
Bloco I T4 T2 T1 T3

9,5m

T1: Controlo
T2: Carica papaya
T3: Ricinus communis
T4: Azadirachta indica

39
Apêndice 3: Resultados de análise de variância.
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
BLOCO 3 160.345000 53.448333 0.264 0.8496
TRATAMENTO 3 8400.000000 2800.000000 13.836 0.0010
erro 9 1821.395000 202.377222
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 15 10381.740000
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 25.87
Média geral: 55.0000000 Número de observações: 16
--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
BLOCO 3 1.381399 0.460466 0.572 0.6473
TRATAMENTO 3 46.790769 15.596923 19.383 0.0003
erro 9 7.241950 0.804661
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 15 55.414117
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 12.44
Média geral: 7.2136411 Número de observações: 16
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
BLOCO 3 2.250000 0.750000 5.672 0.0184
TRATAMENTO 3 43.950000 14.650000 110.798 0.0000
erro 9 1.190000 0.132222
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 15 47.390000
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 14.69
Média geral: 2.4750000 Número de observações: 16
--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
BLOCO 3 0.196920 0.065640 7.217 0.0091
TRATAMENTO 3 4.001996 1.333999 146.679 0.0000
erro 9 0.081852 0.009095
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 15 4.280767
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 5.80
Média geral: 1.6454337 Número de observações: 16
--------------------------------------------------------------------------------
TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
BLOCO 3 96.256875 32.085625 1.014 0.4307
TRATAMENTO 3 43825.001875 14608.333958 461.687 0.0000
erro 9 284.770625 31.641181
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 15 44206.029375

40
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 6.05
Média geral: 93.0062500 Número de observações: 16
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
BLOCO 3 0.542001 0.180667 1.076 0.4070
TRATAMENTO 3 133.094124 44.364708 264.269 0.0000
erro 9 1.510895 0.167877
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 15 135.147020
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 4.44
Média geral: 9.2227741 Número de observações: 16
--------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
BLOCO 3 34569.312500 11523.104167 2.840 0.0981
TRATAMENTO 3 91663.807500 30554.602500 7.531 0.0079
erro 9 36514.497500 4057.166389
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 15 162747.617500
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 8.81
Média geral: 723.3375000 Número de observações: 16
--------------------------------------------------------------------------------

TABELA DE ANÁLISE DE VARIÂNCIA

--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
BLOCO 3 11.637519 3.879173 2.858 0.0968
TRATAMENTO 3 31.345266 10.448422 7.699 0.0074
erro 9 12.214729 1.357192
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 15 55.197515
--------------------------------------------------------------------------------
CV (%) = 4.34
Média geral: 26.8400383 Número de observações: 16
--------------------------------------------------------------------------------

41

Você também pode gostar