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CANA-DE-AÇÚCAR

FISIOLOGIA DA CANA DE AÇÚCAR


Plantas C 4
• Cana-de-açúcar, milho, sorgo, tiririca, capim-arroz e grama seda
são exemplos de espécies que possuem o ciclo fotossintético C4.

• Nesse ciclo, a fixação do carbono é feita pela enzima


fosfoenolpiruvato carboxilase,

• PEPc na célula do mesófilo, originando uma molécula de 4


carbonos que é levada até a bainha vascular ou bainha de Krantz,
em que a rubisco está concentrada
Plantas C4
• O ciclo fotossintético C4 originou-se durante o processo
evolutivo, como um mecanismo de concentração de carbono,
em resposta à redução na concentração dessa molécula na
atmosfera terrestre;

• Em condições de alta temperatura e luminosidade, a


fotossíntese C4 tem uma taxa mais alta e é mais eficiente do
que a C3.

• Esse desempenho é possível pela presença da bainha


vascular. Essa característica reduz a atividade oxigenase da
rubisco e, em última análise, a fotorrespiração
Plantas C4, do tipo 1:

Fig . 12- Esquema da fixação de carbono em plantas C4 tipo 1, mostrando a compartimentação das
diferentes reações nos dois tipos de células envolvidas. Fonte:Loureiro e Martinez, 2003.
Plantas de Metabolismo C 3
• A primeira etapa do Ciclo de Calvin é a fixação do dióxido de
carbono pela rubisco, e as plantas que usam apenas este
mecanismo "padrão" de fixação do carbono são chamadas
de plantas C3,,

• Assim denominadas devido ao composto de três carbonos


(3-PGA) produzido pela reação

• Cerca de 85 % das espécies de plantas do planeta são


plantas C3​, incluindo o arroz, trigo, soja e todas as árvores
 A fase bioquímica composta pelo ciclo de Calvin pode ser
subdivididas em três fases:

Fig. 6 – Esquema simplificado do Ciclo de Calvin. Fonte:Loureiro e Martinez, 2003.


 Diferenças entre plantas C3, C4, CAM
C3 (SOJA) C4 (cana)
Características

Aceptor primário de RuBP (Ribulose-1,5- PEP (fosfoenol piruvato)


CO2 para bifosfato
fotossíntese
Produto primário da Ácido 3 carbonos: Ácido de 4 carbonos:
fotossíntese fosfoglicerato (PGA) oxaloacetato, malato,
aspartato
Diminuição da Sim, o CO2 e o O2 Não, o CO2 é concentrado
fotossíntese por O2? competem pelo sítio pela planta desse modo
da enzima (RuBP) aliviando a competição com
para fotossíntese O2 pelo sítio da enzima
Liberação de CO2 Sim Não
na luz
(fotorespiração)
Eficiência no uso da Baixa a moderada Alta
água

Requerimento 1:3:2 1:5:2


energético
CO2 : ATP :
NADPH
Quadro 1: Características diferenciais entre os três principais grupos de plantas, de acordo a seu mecanismo de fixação de carbono.
Fonte: WILLIS, K. J. & McELWAIN, J. C., 2002. The Evolution of Plants. Oxford, Oxford University Press.
MODELO DE TRANSLOCAÇÃO POR FLUXO DE PRESSÃO
NO FLOEMA
CARACTERÍSTICAS EDAFOCLIMATICAS

Altitude: cresce bem do nível do mar até 1000 m de


altitude;
Chuva: Um total de chuva entre 1100 e 1500 mm é
adequado se a distribuição for certa, abundante nos
meses de crescimento vegetativo seguido por um período
de amadurecimento.
Durante o período de amadurecimento, muita chuva
não é desejável porque isso leva a qualidade de suco
pobre, motiva o crescimento vegetativo.
Temperatura:
Brotação, perfilhamento e crescimento – 30oC
Maturação – Temperaturas baixas é desejável.

Umidade relativa: Alta umidade (80 - 85%) favorece


um alongamento de cana rápido durante o período de
crescimento.
Um valor moderado de 45 - 65 % junto com um
suprimento de água limitado é favorável durante a
fase de amadurecimento.
Luz Solar: Cresce bem em áreas que recebem energia
solar de 18 - 36 MJ/m2.
Sendo uma planta C4, a cana de açúcar é capaz de
produzir altos índices fotossintéticos.

O perfilhamento é afetado por intensidade e duração do


brilho do sol. Alta intensidade de luz e longa duração
promovem o perfilhamento enquanto dias curtos e
nublados afetam de forma inversa.
O pH ótimo varia em torno de 6,5, entretanto,
a cana-de-açúcar pode se desenvolver com um pH
entre 5 e 8,5.
CANA-DE-AÇÚCAR
PREPARO DO SOLO E PLANTIO
PREPARO DO SOLO
Sistema convencional
2 gradagens pesadas, 1 subsolagem e 2 gradagem
intermediária

Cultivo mínimo
Plantio direto
No preparo do solo, temos de considerar duas
situações distintas:

A cana vai ser implantada pela primeira vez

O terreno já se encontra ocupado com cana


RENOVAÇÃO DO CANAVIAL
Sistema de produção de cana-de-açúcar, área de 4.100 ha

Corte Produção (t) Produtividade (t/ha)


Cana planta 492.000 120
1º corte 410.000 100
2º corte 377.000 92
3º corte 332.000 81
4º corte 299.000 73
5º corte 135.000 66
A cana vai ser implantada pela primeira vez
faz-se uma aração profunda;
Seguida de gradagem, com o objetivo de
completar a primeira operação;

Em solos argilosos é normal a existência de uma


camada impermeável;

subsolagem, que só é aconselhada quando a


camada adensada se localizar a uma profundidade
entre 20 e 50 cm da superfície e com solo seco.
Nas vésperas do plantio, faz-se nova gradagem, visando
ao acabamento do preparo do terreno e à eliminação de ervas
daninhas.
O terreno já se encontra ocupado com cana
o primeiro passo é a destruição da soqueira,
que deve ser realizada logo após a colheita;

Aração rasa (15-20 cm) nas linhas de cana,


seguidas de gradagem ou através de gradagem
pesada, enxada rotativa ou uso de herbicidas;

Nas vésperas do plantio procede-se a uma


aração profunda (25-30 cm), por meio de arado
ou grade pesada. Seguem-se as gradagens
necessárias, visando manter o terreno destorroado e
apto ao plantio.
Sistema convencional

Inverter e revolver uma camada profunda


de solo;

Destruir e incorporar restos vegetais;

Expor plagas de solo a insolação;

Destorroar e nivelar o terreno.


Gradagem

Subsolagem ou escarificação

Aração;

Gradagem niveladora;

Preparo dos sulcos.


Cultivo mínimo
Visa a redução do número de operações
realizadas no preparo convencional;
Utilização de equipamentos mais leves;
Diminuição do tráfego de máquinas pesadas na
área.
Plantio Direto
O plantio direto proporciona melhorias nas
condições de fertilidade do solo;

 É eficiente alternativa em acumular matéria


orgânica no solo ;

Favorece o maior acúmulo de palha na


superfície do solo;

Menor desagregação do solo;

Maior retenção de água;


Maiores taxas de infiltração de água no solo;

Redução superior a 99% nas perdas de solo e


94% nas perdas de água ;

Menores temperaturas máximas e flutuação


térmica do solo.
Proporciona redução no número de operações,
tempo disponível de pessoal e equipamentos
envolvidos;

Ainda pode aumentar a produtividade.


PLANTIO DIRETO
Plantio convencional x plantio direto
Sulcos de plantio em área de cultivo de
forrageiras.
Foto: Raffaella Rossetto.
Sulcadores, e mesmo plantadoras equipadas com
disco corta palha a frente.

Permite o plantio direto mesmo com alta


quantidade de palha.

Sulca;
Aduba;
Pica;
Planta.
PALHADA DA CANA-CRUA
ÉPOCA DE PLANTIO

 cana-de-ano: se as mudas forem plantadas no início


da estação chuvosa (de setembro a novembro), o ciclo
apresenta duração média de 12 meses;

 cana-de-açúcar e meio: se o plantio for feito na


segunda estação (de janeiro a abril), o ciclo pode
variar de 14 a 18 meses.
PLANTIO
Etapas:

1. Corte, carregamento e transporte das


mudas;

2. Sulcação, adubação e

3. Plantio dos toletes;

4. Cobrição.
PLANTIO SEMI-MECANIZADO
PLANTIO SEMI-MECANIZADO
PLANTIO MECANIZADO
PLANTIO
TOTOAMENTE
MECANIZADO
Plantio mecanizado
de planta inteira

Plantio mecanizado de
cana picada
Plantio mecanizado de
cana picada
Plantio mecanizado de planta inteira

No plantio mecanizado de cana inteira, as mudas são


colhidas manualmente e carregadas por carregadeiras
mecanizadas;

Carretas acopladas em um implemento que sulca,


aduba e pica a cana em toletes de aproximadamente
50 cm,

Distribui no suco;

Aplica defensivos;

Necessita menos mão de obra.


Plantio mecanizado de cana picada

Neste método, a muda é colhida mecanicamente e


picada em toletes de 50 cm;

Neste método de plantio é necessário uma grande


estrutura:

•Colhedora adaptada a colheita de mudas;

•Transbordo para o transporte das mudas;

•Plantadora.
Colhedora adaptada a colheita
de mudas;

Transbordo para o transporte


das mudas;

Plantadora.
MUDAS

O material propagativo de ser de boa


procedência;

Com idade de 9 a 12 meses,

Procedente de cana-planta;

Ou primeira soca.


VIVEIRO

Desinfestação do podão;

Vigilância sanitária do vivieiro;

Rotação de culturas;

Tratamento térmico dos colmos


MICROPROPAGAÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR
ESPAÇAMENTO DE PLANTIO DA CANA-DE-
AÇÚCAR

Espaçamento de 1,50 metros, ideal para a


colheita mecanizada.

A redução da distância entre sulcos no plantio da


cana-de-açúcar na maioria das vezes resulta em
ganhos de produtividade.

Espaçamentos menores que 1,50 m pode levar a


injúrias na cana durante o processo de colheita
DECLIVIDADE

Para trabalhar com segurança em culturas


semi-mecanizadas, que constituem a maioria das
nossas explorações, a declividade máxima
deverá estar em torno de 12% ; declividade
acima desse limite apresentam restrições às
práticas mecânicas.

Para culturas mecanizadas, com adoção de


colheitadeiras automotrizes, o limite máximo de
declividade cai para 8 a 10%.
FILEIRA S SIMPLES X FILEIRAS
DUPLAS
Brotação das gemas
Profundidade de plantio;

Número de gemas por metro linear;

Idade das gemas;

cultivar;

Presença de bainha no momento do plantio;

Tempo de armazenamento;

Inclinação do tolete.
PROFUNDIDADE DE PLANTIO

Variável entre 5 a 50 cm, dependendo do tipo de


solo;

Solos mais argilosos, plantio mais raso;

Depende também da época de plantio.


PROFUNDIADE DE PLANTIO
NÚMERO DE GEMAS

É necessária a distribuição de ao menos 12 gemas


por metro de sulco. Para o plantio em épocas de
estiagem, é necessário dar preferência para
densidade de 15 a 18 gemas por metro.
IDADE DAS GEMAS
CULTIVAR
CULTIVAR
Presença da bainha

Colmo de Brotação (%) Tempo médio


plantio para emergência
(dias)
Sem bainha 100 10

Com bainha 92 13
Tempo de armazenamento da muda
Inclinação do tolete

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