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Tem sido utilizada a grande variabilidade genética observada entre plantas de acerola
oriundas de semente, associada à clonagem, via propagação vegetativa, daqueles
genótipos que reúnem maior número de características agronomicamente desejáveis.
As plantas selecionadas devem apresentar elevada produção de frutos (acima de 40
kg/planta/ano), sendo estes de tamanho médio a grande e com alto conteúdo de polpa
em relação ao caroço, ricos em vitamina C (acima de 1.000 mg de ácido ascórbico/100
g de polpa), de casca vermelha, grossa, e polpa firme, visando resistir a danos
mecânicos durante a colheita e transporte; além disso, os frutos devem apresentar
sabor agradável, conforme a preferência pessoal e uso: frutos doces para consumo in
natura, ácidos para processamento industrial e exportação, e semi-doces para uso
geral. O hábito de crescimento é variável entre genótipos, sendo que alguns
produtores preferem o tipo globular e aberto.
A acerola pode ser cultivada em quase todo o território nacional, havendo restrições
em localidades que apresentam temperaturas muito baixas e chuvas em excesso.
Devido à sua rusticidade, a acerola desenvolve-se bem tanto em climas tropicais como
subtropicais. Temperaturas médias, em torno de 26ºC, são consideradas adequadas.
Entre os métodos de avaliação dos teores de nutrientes do solo os mais comuns são a
utilização das análises químicas do solo, de tecido vegetal e experimentação em
condições de campo.
Em plantios em produção deve-se retirar amostras nos locais onde foram aplicados os
adubos, nas mesmas profundidades.
Os solos variam entre locais e até dentro de uma mesma quadra, exigindo a
subdivisão da área em sub-áreas mais ou menos homogêneas, de maneira a se obter
uma amostra representativa e que reflita o estado nutricional da gleba amostrada.
Para tal, consideram-se a topografia, a cor e o tipo de solo, bem como a textura, grau
de erosão, drenagem, vegetação e histórico de utilização.
Em cada quadra, as amostras devem ser retiradas da camada superficial (0-20 cm),
tendo-se o cuidado de remover restos de cultura ou qualquer outro material orgânico
existente na superfície do solo. Deve-se evitar, também, a retirada de amostras em
locais próximos a galpões, estradas, formigueiros, depósitos de adubos, pocilgas,
currais e residências. Na avaliação inicial de uma área e para acompanhamento das
transformações ocorridas no solo em função do manejo, recomenda-se coletar, a cada
dois a três anos, amostras nas camadas de 20 a 40 cm e de 40 a 60 cm;
Cada amostra composta deve ser identificada com o mesmo número registrado na
ficha de coleta, ou outros apontamentos de controle;
As amostras de solo podem ser coletadas em qualquer época do ano, aconselhando-
se, porém, amostrar o solo com uma certa antecedência ao plantio, pois, se houver
necessidade de calagem, esta deve ser efetuada um ou dois meses antes do plantio.
10. Quais são os nutrientes mais exigidos pela aceroleira e quais são os adubos
recomendados?
12. Por que obter mudas pelo métodos de propagação por estaquia?
O material propagativo usado na estaquia deve ser coletado a partir de matrizes pré-
selecionadas, comprovadamente produtivas e com boa qualidade de frutos, livres de
pragas e doenças. É importante observar a utilização de estacas herbáceas (ramos
terminais), vigorosas, túrgidas, com 0,3 a 0,4 cm de diâmetro e 10 a 15 cm de
comprimento, contendo de dois a quatro internódios e dois pares de folhas, sendo
recomendável plantá-las o mais rápido possível após a coleta, pois isto determina um
maior percentual de enraizamento.
areia lavada;
areia lavada acrescida de vermiculita, na proporção de 1:1;
areia lavada acrescida de casca de árvore triturada, a exemplo do pinheiro, ou de
serragem, na proporção de 1:1;
areia lavada acrescida de esterco bovino, curtido, na proporção de 3:1;
vermiculita acrescida de casca de árvore triturada, a exemplo do pinheiro, ou de
serragem, na proporção de 1:1;
vermiculita acrescida de esterco bovino, curtido, na proporção de 3:1.
Cabe lembrar que as mudas propagadas por enxertia, tendo, como base, porta-
enxertos obtidos de sementes, possuem um sistema radicular vigoroso, o qual, por
apresentar raiz pivotante, confere uma maior firmeza da planta ao solo, efeito este que
deve ser levado em conta principalmente na implantação de pomares em áreas
sujeitas a ventos fortes.
A partir da repicagem para sacos plásticos (sacos de polietileno preto com dimensões
de 18 cm a 20 cm de diâmetro x 20 cm a 25 cm de altura x 0,010 mm de espessura), a
fase de viveiro pode ser conduzida a céu aberto ou sob condições de ambientes
protegidos com estruturas formadas com palhas, ripas, telas sintéticas ou outros
materiais disponíveis, recomendando-se 60% a 70% de luminosidade natural. Em se
tratando de tubetes (8 cm de diâmetro x 20 cm de altura), é preferível que a condução
do viveiro não seja feita a céu aberto, de modo a evitar a ocorrência de estresses
hídricos, em razão do pequeno volume de solo disponível ao desenvolvimento do
sistema radicular das plantas e do fato dos tubetes, por serem sustentados por uma
estrutura que os mantêm afastados do solo, ficarem mais expostos à perda de
umidade em decorrência de uma maior circulação do ar em torno de suas superfícies.
20. De onde provêm os garfos para a enxertia e qual o período ideal para a
coleta?
22. Como obter uma muda de acerola padronizada e de boa qualidade e quando
deve ser feito o plantio?
Após sua formação, quando a muda se encontra pronta para o plantio, é fundamental
que se faça sua prévia aclimatação, visando evitar danos à mesma causados pela
insolação. Esta prática é efetuada ainda no viveiro, consistindo na remoção gradual do
sombreamento. Este, durante o período de formação da muda, deve ser da ordem 30
a 40%, a depender da intensidade local de insolação. Por ocasião da aclimatação, o
sombreamento deve ser reduzido gradativamente, até sua eliminação total.
É recomendável que as mudas sejam plantadas em dias nublados ou nas horas mais
frescas, sempre que possível, de modo a aumentar seu índice de pegamento. Logo
após o plantio, recomendam-se regas leves e freqüentes, observando-se o tipo de solo
(leves ou pesados) e o sistema de irrigação. O plantio das mudas em áreas não
irrigadas deve ser feito durante o período de chuvas.
Caso o plantio seja feito em sulcos, estes devem ter uma profundidade de 40 a 60 cm.
Se forem abertas covas, estas devem ter as dimensões de, no mínimo, 40 cm x 40 cm
x 40 cm. A abertura das covas pode ser feita utilizando-se uma broca acoplada ao
trator, o que resulta em maior rendimento, atentando-se, porém, para os
inconvenientes da compactação lateral do solo nas paredes das covas. Nesta
situação, deve-se quebrar a superfície vertical interna da cova, que ficou endurecida
na operação de abertura, impedindo a penetração das raízes.
Caso as covas sejam abertas manualmente, recomenda-se que a terra retirada da
superfície (camada "A") seja colocada em um lado e a da porção mais profunda
(camada "B") em outro lado da cova. Na porção superficial, são misturados os
fertilizantes químicos e orgânicos e então a cova é preenchida, invertendo-se as
camadas: primeiro a camada "A" (terra superficial misturada aos adubos) e depois a
camada "B".
Em grandes áreas, o controle de plantas daninhas pode ser feito com aplicação, nas
linhas de plantio, de herbicidas pós-emergentes, e nas entrelinhas, com controle
mecânico utilizando grade (apenas nos primeiros meses após o plantio) ou roçadeira.
O controle de plantas daninhas tem como objetivo principal evitar que elas
prejudiquem o desenvolvimento da aceroleira. Além disso, contribui para o controle
preventivo de pragas e doenças e facilita a circulação na área para a realização das
atividades de colheita, manejo da irrigação, fertilização e podas.
A poda de formação objetiva originar uma planta com copa baixa, aberta, com 3 a 4
ramos principais dispostos simetricamente entre 30 a 40 cm de altura da superfície do
solo. Esta poda inicia-se no viveiro e se estende até o primeiro ano após o plantio para
um crescimento uniforme das plantas. Podas de limpeza são recomendadas após
cada colheita, retirando-se ramos velhos, secos e debilitados. Anualmente pode ser
realizada uma poda dos ramos terminais, no final do inverno, antes da brotação
primaveril para estimular novas brotações que contêm os botões florais.
Em razão do aparecimento de brotações laterais, tanto no tronco principal como
também nos quatro a cinco ramos secundários, são necessárias podas corretivas. A
eliminação dessas brotações evitará o adensamento da copa, melhorando seu
arejamento e penetração dos raios solares, favorecendo a frutificação. Além disso,
podas corretivas também podem ser dirigidas aos ramos basais localizados na
projeção da copa (saia) em contato com o solo, de modo a facilitar outras práticas
culturais como irrigação, adubação de cobertura e controle fitossanitário.
Sim. O plantio de culturas intercalares como alternativa para reduzir os custos com o
controle de plantas daninhas, também possibilita proteger o solo contra erosão, além
de diversificar o meio ambiente, aumentando a presença de inimigos naturais de
determinadas pragas, e obter uma renda suplementar. É recomendável que se utilize
entre as linhas do pomar culturas de ciclo curto, a saber: abacaxi, amendoim, feijão
Caupi, feijão-de-porco, crotalária, milho, mamão, maracujá, batata-doce, mandioca,
inhame, fumo entre outras.
IRRIGAÇÃO E FERTIRRIGAÇÃO
DOENÇAS E PRAGAS
O uso de produtos químicos sempre aparece como uma alternativa para o controle de
doenças e pragas. No caso do cultivo de acerola, entretanto, a utilização desta
alternativa esbarra em dois problemas básicos:
Diante disto, a utilização do controle químico deve ser direcionada para problemas que
estejam afetando mudas em viveiro e plantas fora da época de floração e frutificação.
Recomenda-se ainda a utilização de produtos de baixa toxicidade e curto período de
carência, principalmente na eventualidade de utilização do controle químico em
plantas no estádio inicial de floração.
COLHEITA E PÓS-COLHEITA
42. Qual é o estádio de maturação mais adequado para a colheita dos frutos de
acerola?
O fator determinante do ponto de colheita é o destino que se pretende dar aos frutos.
No caso de congelamento ou processamento na forma de suco ou polpa e para
consumo ao natural em mercados locais, os frutos devem ser colhidos com coloração
vermelho intensa (maduros), mas ainda firmes para suportar o manuseio. Neste
estádio de maturação o fruto apresenta teor de açúcar mais elevado e acidez mais
baixa. Os frutos maduros são também mais saborosos e suculentos, mas exigem
consumo imediato (dentro de 24 horas após a colheita), caso não sejam congelados,
pois a sua epiderme (pele) é bastante delicada e qualquer impacto provoca rupturas e
rápida fermentação da polpa. Os frutos devem ser colhidos ainda verdes ou imaturos
quando se destinam à fabricação de produtos onde o teor de vitamina C é a
característica mais importante, a exemplo de produtos em pó ou liofilizados, ultra
filtrados, cápsulas e concentrados para enriquecimento de outros alimentos.
Inicialmente, os frutos colhidos devem ser protegidos do sol, pois a sua exposição à
radiação diminui o teor de vitamina C e os deprecia por perda de umidade, e devem
ser transportados o mais rápido possível para o beneficiamento. Lá, os frutos são
submetidos a uma seleção rigorosa, eliminando-se frutos feridos, podres, moles e
quaisquer detritos, além de frutos imaturos. Em seguida, os frutos são lavados com
água fria, se possível clorada, visando proteger os frutos de contaminação por
diversos fungos que atuam na fase pós-colheita. Após, os frutos são acondicionados
em embalagens, a exemplo de pequenas cumbucas plásticas, e pesados.
Tem sido constatado que acerolas colhidas verdes, semi-maduras e maduras, não
alteraram algumas das suas características químicas como acidez, pH, teores de
sólidos solúveis totais e de ácido ascórbico, quando mantidas a temperaturas de –
19ºC a –21ºC por um período de até 40 dias. No entanto, mesmo a temperaturas tão
baixas podem ocorrer mudanças físicas, bioquímicas, microbiológicas e nutricionais,
que variam em função do tempo e da temperatura de armazenamento dos frutos
congelados.
PRODUTOS E VALOR NUTRITIVO
ASPECTOS ECONÔMICOS
O custo de produção pode variar em função de uma série de fatores, dentre os quais
destacam-se a capacidade do produtor utilizar as tecnologias disponíveis, as
características da região onde a cultura é explorada, a disponibilidade de mudas de
boa qualidade e a variação dos preços dos insumos e da mão-de-obra. Por essa
razão, a informação abaixo, na tabela, não traz o custo de produção, apenas os
coeficientes técnicos. Optou-se por deixá-la em aberto, para que o próprio produtor a
complete com base nos preços, atualizados, dos insumos e da mão-de-obra de sua
própria região.