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UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA

FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

LICENCIATURA EM TURISMO GESTÃO HOTELEIRA E ANIMAÇÃO

28251- LORENA BEATRIZ DIOGO ANTÓNIO

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DOS PARQUES PARA A PRÁTICA DO ECO-


TURISMO.

CASO DE ESTUDO: PARQUE NACIONAL DA QUIÇAMA

LUANDA
2022
2

UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA


FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

LICENCIATURA EM TURISMO GESTÃO HOTELEIRA E ANIMAÇÃO

28251- LORENA BEATRIZ DIOGO ANTÓNIO

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DOS PARQUES PARA A PRÁTICA DO ECO-


TURISMO.

CASO DE ESTUDO: PARQUE NACIONAL DA QUIÇAMA

Relatório de estágio apresentado a Faculdade de


Ciências Jurídicas e Sociais da Universidade Metodista
de Angola, para obtenção do grau de Licenciatura
Turismo Gestão Hoteleira e Animação, sob orientação
do Prof. MSc. Almeida Matias.

LUANDA
2022
DEDICATÓRIA

Dedico aos meus queridos pais pela minha formação e pela incansável motivação.
ii

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus todo poderoso, por permitir o meu existir neste mundo,
por estar comigo em todas as etapas e fases desta missão abençoada, por ser o meu eterno
guardião e por me guiar todos os dias da minha vida.

Aos meus familiares, em especial aos meus avós e a minha mãe, pela orientação
permanente e constante da vida, pelos conselhos e incentivos para nunca desistir, pelo amor e
carinho de todas as horas, pela coragem e ajuda nos bons e maus momentos desta batalha. Em
todos os momentos desta árdua tarefa, pela sua participação directa nos meus estudos, pelas
noites perdidas comigo, por toda a paciência e força que continuam me dando.

Ao meu orientador, muito obrigada pela orientação e apoio no preparo deste trabalho e
pelos seus estímulos e conselhos profissionais, que me auxiliaram a enfrentar os desafios e
acreditar na conclusão do mesmo. Aos meus professores, que para mim e os demais colegas
foram os nossos guias e encorajadores desta missão, que só foi possível com muita batalha,
dedicação e orientação certa para uma conquista confiável.

A todos os colegas e amigos do Curso, por todas as horas e momentos que juntos
passamos, por hoje e sempre já fazerem parte da minha família e não serem apenas os meus
colegas, mas por serem também companheiros e amigos. Tenho uma especial estima, a todos
os familiares e amigos (as) que contribuíram para que este momento se tornasse realidade, que
com certeza foi através do apoio destes que encontrei mais motivação para seguir em frente, ao
longo do desenvolvimento do meu trabalho. Pela força, que foi fundamental para o meu
empenho no trabalho e a todos aqueles que directa ou indirectamente contribuíram para
realização do meu trabalho, o meu, MUITO OBRIGADO DE CORAÇÃO.
iii

RESUMO

O presente trabalho visou analisar a utilização do parque nacional da Quiçama para a prática
do eco-turismo. O ecoturismo é uma actividade que se encontra em expansão no território
nacional, dada à riqueza ecológica. A presente pesquisa procurou responder a seguinte questão:
De que forma o Eco-turismo ajuda na Conservação Ambiental da Fauna e da Flora no parque
Nacional da Quiçama? O objectivo geral foi analisar o eco-turismo e a utilização do parque
nacional da Quiçama sobre o ponto de vista turístico social e ambiental. A presente pesquisa
justifica-se, então, pela importância do tema na esfera ambiental, econômica e social,
ecoturismo é de suma importância para a conservação ambiental. A pesquisa quanto aos
objectivos é de tipo Exploratória. O sujeito da pesquisa foi o eco-turismo enquanto o objecto
de estudo o parque nacional da Quiçama. Recorreu-se também a pesquisa bibliográfica e
documental. Para a colecta de dados utilizou-se a técnica de Observação directa e o inquérito
por entrevista. A pesquisa permitiu concluir que o eco-turismo é de suma importância para a
conservação ambiental da flora e fauna na Quiçama, pois a mesma promove visitas sustentáveis
aos patrimónios naturais, promove consciência ambiental. O eco-turismo promove um turismo
sustentável sem agredir a natureza, sem modificar a natureza garantindo um consumo
duradouro dos locais de interesse turístico como o parque nacional da Quiçama.

Palavras-chave: Turismo; Eco-Turismo; Conservação; Quiçama.


iv

ABSTRACT

The present work aimed to analyze the use of the Quiçama National Park for the practice of
eco-tourism. Ecotourism is an activity that is expanding in the national territory, given the
ecological wealth. The present research sought to answer the following question: How does
Eco-tourism help in the Environmental Conservation of Fauna and Flora in the Quiçama
National Park? The general objective was to analyze eco-tourism and the use of the Quiçama
national park from a social and environmental tourist point of view. The present research is
justified, therefore, by the importance of the theme in the environmental, economic and social
sphere, ecotourism is of paramount importance for environmental conservation. The research
regarding the objectives is exploratory. The subject of the research was eco-tourism while the
object of study was the national park of Quiçama. Bibliographic and documental research was
also used. For data collection, the technique of direct observation and the interview survey were
used. The research concluded that eco-tourism is of paramount importance for the
environmental conservation of flora and fauna in Quiçama, as it promotes sustainable visits to
natural heritage, promotes environmental awareness. Eco-tourism promotes sustainable tourism
without harming nature, without modifying nature, ensuring a lasting consumption of places of
tourist interest such as the Quiçama National Park.

Keywords: Tourism; Eco-Tourism; Conservation; Quiçama.


v

SUMÁRIO
DEDICATÓRIA .......................................................................................................................... i
AGRADECIMENTOS ...............................................................................................................ii
RESUMO ..................................................................................................................................iii
ABSTRACT .............................................................................................................................. iv
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1
Formulação do problema ............................................................................................................ 1
Hipóteses da pesquisa ................................................................................................................. 2
Objectivos da pesquisa ............................................................................................................... 2
Objectivo Geral........................................................................................................................... 2
Objectivos Específicos ............................................................................................................... 3
Justificativa ................................................................................................................................. 3
CAPÍTULO II – METODOLOGIA ........................................................................................... 5
2.1 Tipo de Pesquisa ................................................................................................................... 5
2.2 Paradigma de pesquisa.......................................................................................................... 5
2.3 Universo de Pesquisa ............................................................................................................ 6
2.4 Sujeito da pesquisa ............................................................................................................... 6
2.5 Técnica de colecta de dados ................................................................................................. 6
2.6 Instrumento de tratamento dos dados. .................................................................................. 6
CAPÍTULO III– REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................... 8
3.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 8
3.1.1 Gênese Histórica do Ecoturismo ....................................................................................... 8
3.1.2 Conceptualizações do ecoturismo ................................................................................... 11
3.1.3 Vantagens e desvantagens do ecoturismo ....................................................................... 16
3.1.4 Ecoturismo e sua importância para o desenvolvimento das comunidades ...................... 19
3.1.5 Ecoturismo em áreas protegidas ...................................................................................... 20
3.1.6 Ecoturismo e a comunidade local .................................................................................... 22
3.1.7 Ética e o Ecoturismo ........................................................................................................ 23
3.1.8 Ecoturismo e turismo sustentável .................................................................................... 24
3.1.9 A Poluição e o Ecoturismo .............................................................................................. 24
3.1.10 O Impacto do Ecoturismo sobre a Fauna...................................................................... 26
3.1.11 A importância e relevância económica do ecoturismo para Angola ............................. 28
3.1.12 Enquadramento legal sobre a prática do ecoturismo ..................................................... 30
3.1.12.1 Auscultação Pública .................................................................................................. 32
3.2 Caracterização do Campo de Investigação ......................................................................... 33
vi

3.2.1 Descrição do Parque Nacional da Quiçama .................................................................... 33


3.2.2 Localização Geográfica ................................................................................................... 34
3.2.3 Flora ................................................................................................................................. 35
3.2.3 Fauna ............................................................................................................................... 36
3.2.4 Clima ............................................................................................................................... 36
3.2.5 Topografia de Relevo, Geologia e Solos ......................................................................... 37
3.2.6 Hidrologia ........................................................................................................................ 38
CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................ 40
3.1 Dados do inquirido ............................................................................................................. 40
3.2 Opinião do inquerido sobre a analise que faz do eco-turismo e a utilização do parque
nacional da Quiçama sobre o ponto de vista turístico social e ambiental. ............................... 40
CAPÍTULO V –CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 45
PERSPECTIVAS FUTURAS .................................................................................................. 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 48
APÊNDICE .............................................................................................................................. 50
ANEXOS .................................................................................................................................. 52
1

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

O eco-turismo surge como uma alternativa ao turismo de massa, incorporando em sua


concepção os princípios do turismo alternativo, buscando assim, no ambiente natural sua
adequação aos princípios de inserção social e de mínimos impactos.

O surgimento da actividade aconteceu entre 1960 e 1970, quando os grandes temas ambientais,
já estudado, comprovado e definido pelo meio interessado nessa área de pesquisa, que
começaram a pôr em prática uma maneira de sensibilizar e mobilizar organizações de defesa e
proteção do meio ambiente nos países desenvolvidos (LOPES, 2003).

Ecoturismo é um segmento da actividade turística que utiliza, de forma sustentável, o


patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência
ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações.

Como essa actividade envolve turismo e natureza, com o objectivo de desenvolvimento


sustentável, ele também é confundido com o turismo sustentável e turismo ecológico. Mesmo
que haja essa confusão entre um e outro, sempre que houver uma viagem em que o propósito
seja o ecoturismo, a melhor idéia seria seguir os dez mandamentos, que visa integrar turistas,
meio ambiente e comunidade, para que haja lazer, desfrutando das modalidades e/ou
actividades e a preservação, para que futuramente outros também possam desfrutar dos mesmos
atrativos que estão sendo utilizados nos dias actuais.

A expansão desse campo é imprescindível para a valorização do meio ambiente,


sobretudo quando se fala do território Angolano, que engloba uma grande biodiversidade e um
rico patrimônio histórico-cultural. Dessa forma, é possível incentivar a educação ambiental,
garantindo o bem-estar das populações locais.

O ecoturismo é uma das actividades económica que mais interessa à conservação do


meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável. o ecoturismo é um grande aliado para obter
maior cuidados com o meio ambiente. Mas, por outro lado, deve-se entender que as actividades
realizadas na natureza têm que possuir estrutura adequada no planejamento turístico e
ambiental, juntamente com apoio do poder público através das legislações ambientais.

Formulação do problema

O problema é uma dificuldade, teórica ou prática, no conhecimento de alguma coisa de


real importância, para a qual se deve encontrar uma solução (MARCONI; LAKATOS, 2005).
2

Actualmente existe uma grande preocupação com o meio ambiente. É recorrente o


surgimento de organizações e governos que se preocupam com o aquecimento global, com a
exploração da fauna e da flora, e o ecoturismo surge como um dos mecanismos para a protecção
do meio ambiente, pois o mesmo prega um turismo responsável e sustentável.

Angola tem vivido uma crise económica e cambial que tem afectado a vida socio-
económica das populações, nesta senda muitos dos Angolanos que faziam turismo no exterior
viram se obrigado a recorrer ao turismo interno, neste sentido urge a necessidade de um turismo
responsável que não agride a natureza, e o parque nacional da Quiçama tem sido um dos locais
de maior preferências por parte dos visitantes, o que pressupõe a criação de condições por parte
das autoridades locais para a efectivação do ecoturismo, tendo em conta que é uma realidade
nova no país, numa época em que os movimentos ambientalistas tem se debatido com a proteção
da fauna e flora, o ecoturismo poderá ser uma ferramenta de proteção ambiental, apesar dos
obstáculos existentes. Em função do problema acima exposto levantou-se a seguinte questão de
partida:

De que forma o Eco-turismo ajuda na conservação ambiental no parque nacional


da Quiçama?

Hipóteses da pesquisa

H1- O Eco-turismo é de suma importância para a fauna e a flora, tendo em conta que o
mesmo ajuda a conservar por meio de um turismo responsável;

H2- O ecoturismo ajuda na mudança de comportamento dos turistas, pois promove um


turismo sustentável e responsável de maneira que se conserve o ambiente.

Objectivos da pesquisa

Segundo Marconi e Lakatos (2005), Os objectivos determinam o que o pesquisador quer


atingir com a realização do trabalho de pesquisa. Objectivo é sinónimo de meta, fim, Os
objectivos podem ser separados em objectivo geral e específicos.

Objectivo Geral

Compreender a actividade turística praticada ao nível do parque nacional da Quiçama e


o contributo para a conservação e preservação ambiental.
3

Objectivos Específicos

Identificar as políticas e acções voltadas ao eco-turismo que se estão definidas no parque


nacional da Quiçama.

Descrever como o eco-turismo pode ajudar na conservação ambiental no Parque


Nacional da Quiçama.

Propor um melhor aproveitamneto das potencialidades do parque voltadas a actividades


de eco-turismo.

Justificativa

A presente pesquisa justifica-se, pela importância do tema na esfera ambiental,


econômica e social, ecoturismo é de suma importância para a conservação ambiental. No que
tange a pesquisa ela é crucial para o trabalho de maneira que ajudará a solidificar os
conhecimentos para abordar com maior exactidão a importância do ecoturismo na conservação
ambiental no Parque Nacional da Quiçama, para sociedade, para a ciência e a universidade, será
como um suporte de investigação e material de pesquisa para estudantes que queiram falar sobre
o tema, assim como elemento de comparação e crítica para o enriquecimento desta área distinta
do saber no campo do turismo.

O histórico da evolução humana tem mostrado a necessidade de um novo olhar sobre as


questões ambientais A partir da revolução industrial, a velocidade de produção dos rejeitos da
sociedade, o avanço do mundo urbanizado e a força poluidora das actividades industriais
superaram a capacidade regenerativa dos ecossistemas e a reciclagem dos recursos naturais
renováveis, colocando em nível qualquer acção que busque a preservação ambiental deve passar
pela conscientização daqueles que estão envolvidos no processo, bem como o compromisso
com a análise da utilização do ecoturismo para o futuro. Desta forma, acredita-se que a análise,
tem o carácter de efetividade na busca de melhor qualidade de vida, sem comprometer as futuras
gerações.

O ecoturismo é encarado uma modalidade do turismo que visa à como uma alternativa
econômica e sustentável utilização do patrimônio natural, cultural e nas diversas esferas, desde
a local, até a nacional, sendo este um consciente ambiental de forma sustentável, meio de
preservação dos recursos naturais e com o objectivo de preservar, podendo gerar benefícios
para as convivência harmoniosa com a natureza. comunidades locais, sendo o ecoturismo,
atrelado à reflexão redutora dos impactos negativos causado pelo turismo. Assim sendo a
4

prática do eco-turimo é essencial não só para a geração actual, mas também para a geração que
se segue.
5

CAPÍTULO II – METODOLOGIA

2.1 Tipo de Pesquisa

Para Coutinho (2011, p.98), os tipos de pesquisa podem ser definidos por dois critérios:
quanto aos meios e quantos aos fins.

Quanto aos fins utilizou-se a pesquisa exploratoria e descritiva.


Pesquisa Exploratória: Segundo Prodanov e Freitas (2013), a pesquisa é do tipo
exploratória porque procura buscar um conhecimento através de um caso de estudo específico.
A pesquisa exploratória é aquela que busca por meio dos seus métodos e critérios, uma
proximidade da realidade do objecto estudado. Neste tipo de pesquisa, como anteriormente
referido, não existem ainda muitas informações sobre o tema analisado.

Pesquisa descritiva: é aquela em que o pesquisador apenas registra e descreve os factos


observados sem interferir neles. Visa descrever as características de determinada população ou
fenómeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas
padronizadas de colheitas de dados: questionário e observação sistemática. (PROBDANOV;
FEITAS, 2013, p.53).

Quanto aos meios utilizamos a pesquisa documental, bibliográfica e pesquisa de campo.

Pesquisa bibliográfica: Para a realização deste trabalho o autor teve como o seu ponto
de partida a recolha de dados através de livros, revistas, monografias teses e artigos de internet
existentes que aborda assuntos sobre resíduos sólidos urbanos.

Pesquisa documental: Segundo Prodanov e Freitas (2013), a pesquisa documental é a


colecta de dados em fontes primárias, como documentos escritos ou não, pertencentes a
arquivos públicos, arquivos particulares de instituições e domicílios e fontes estatísticas.

2.2 Paradigma de pesquisa

Quanto a abordagem do tema em estudo a pesquisa é qualitativa, por colher perceções


sobre a prática do ecoturismo no Parque Nacional da Quiçama.

A pesquisa qualitativa preocupa-se, portanto, com aspectos da realidade que não podem
ser quantificados, centrando-se na compreensão e na explicação da dinâmica das relações
sociais. Isso quer dizer que ela é capaz de identificar e analisar dados que não podem ser
mensurados numericamente (FREIXO, 2011).
6

2.3 Universo de Pesquisa

Segundo Freixo (2011), o universo é o conjunto de seres inanimados, que apresentam


pelo menos uma característica em comum. O Universo da pesquisa foi um parque Nacional da
Quiçama.

2.4 Sujeito da pesquisa

Conforme Freixo (2011), o sujeito de uma pesquisa pode ser definido como a pessoa, o
fato ou o fenômeno sobre o qual se quer saber algo. Com base no método probabilístico usado
neste trabalho, o sujeito foi um trabalhador sénior do Parque Nacional da Quiçama.

2.5 Técnica de colecta de dados

O instrumento usado para obtenção de dados é a observação directa e o guião de


entrevista que se aplicou aos sujeitos da pesquisa.

Técnica de Observação directa: Para Coutinho (2011), a observação direta é uma


técnica de coleta de dados que utiliza os sentidos para compreender determinados aspectos da
realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos
que se desejam estudar. O autor usou este método com intuito de querer observar a existência
de contentores na área de estudo, como um factor que possibilita a compreender se a gestão de
resíduos sólidos é feita de forma adequada.

Técnica de Entrevista: Segundo Freixo (2011), entrevista é um encontro entre duas


pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto,
mediante uma conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na
investigação social, para colecta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de
um problema social. O autor elaborou uma entrevista dirigida ao sujeito da pesquisa, com
objectivo de obter informação sobre a análise da utilização do Parque Nacional da Quiçama
para a prática do ecoturismo.

2.6 Instrumento de tratamento dos dados.

Segundo Coutinho (2011), o tratamento dos dados refere-se aquelas secções na qual se
explica como se pretende tratar os dados e colectar justificando porque tal tratamento é
adequado aos propósitos do projecto. Os dados depois de serem devidamente interpretados e
analisados serão expostos de maneira clara e explícita.
7

Utilizamos a análise de conteúdo. Que segundo Freixo (2011), a análise de conteúdo é


um método para analisar os dados de uma pesquisa qualitativa. Ou seja: é um método para
analisar dados que descrevem e ilustram a realidade, mas que não podem ser quantificados.
8

CAPÍTULO III– REVISÃO DA LITERATURA

O presente capítulo visa em tecer considerações teóricas referentes ao conceito de


ecoturismo e a sua importância enquanto factor ou actividade que visa na protecção do meio
ambiente, assegurando o equilíbrio da biodiversidade com a protecção das espécies e não só.
Seguidamente o enquadramento sobre a importância económica deste sector adaptado às novas
realidades do mundo.

3.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1.1 Gênese Histórica do Ecoturismo

O turismo constitui num dos grandes motores do desenvolvimento sustentável, social,


econômico e ambiental, sendo deste modo, um sector de importância crescente na economia de
um país. Para a Organização mundial do turismo OMT, o turismo é um fenómeno de aspecto
social, cultural e económico directamente relacionado com o deslocamento de pessoas para
lugares fora do seu ambiente pessoal, seja em localidades próximas, seja até mesmo em outros
países (UNWTO, 2021).

Para essas pessoas dá-se o nome de visitantes, nomeclatura que incluem turistas e
excursionistas, residentes ou não residentes. O termo “turismo” não possui um único
significado e é mais antigo do que a conceituação da própria palavra, de modo que há quem
considere que a origem do termo turismo derive das primeiras viagens na Grécia antiga, movida
pelos jogos Olímpicos de 776 a.C., de modo que milhares pessoas se deslocavam para lá,
misturando religião e desporto (ALMEIDA, et al s/d).

O turismo corresponderia ao conceito de “viagem de descoberta, de exploração, de


conhecimento. De todo modo, a noção de turismo, empregada nos dias actuais, teve sua gênese
na Inglaterra, no século VII, ligada à ideia do “Grand Tour” europeu, quando os aristocratas e,
mais tarde, a burguesia viajavam para contemplar monumentos, ruínas e obras de arte dos
antigos gregos e romanos (ALMEIDA, et al s/d).

A primeira conceituação desta linha de pensamento, no entanto, apenas foi apresentada


em 1942, pelos professores suíços Hunziker e Kraft, como sendo a totalidade de relações e
fenômenos com a permanência de pessoas em lugares distintos do local de sua residência, desde
que não seja para o exercício de uma actividade remunerada, permanente ou temporária
(UNWTO, 2021).
9

De acordo com a Aragão (2010, p.54), para a organização mundial de turismo, a contribuição do turismo
para a actividade econômica mundial é estimado em cerca de 5%, sendo que desde 1950 a 2010, o turismo
internacional expandiu-se, alcançando uma taxa anual de 6,2%, crescendo de 25 a 940 milhões. Apenas
em 2010, o turismo internacional gerou 919 bilhões dólares (693 bilhões de euros) em receitas de
exportação. Já em 2020 atingiu cerca de 272 milhões de doláres americanos , presentando 5,5% do
produto interno bruto PBI mundial.

Assim com aumento das actividades económicas através da exploração dos recursos
demandados pelas economias capitalistas do século XX, ocorreu que inúmeros países tiveram
que adaptar alguns sectores de importância económica, dentre estes sectores consta o do
turismo, que neste período registou mudanças, tendo em conta a necessidade de os governos
protegerem as espécies e algumas áreas de importância turística (ARAGÃO, 2010).

Nesta conformidade, observou-se que a preocupação do turismo com a natureza não


decorreu exclusivamente das tendências do mercado, mas foi de extrema importância a situação
em que o mundo começou a passar, com o susto causado após constatações de que o progresso
industrial e econômico extremo, no pós 2ª Guerra Mundial, acarrectou problemas e riscos
ambientais dos quais deviam ser colocados em questionamento, em virtude não só dos efeitos
sobre a saúde humana, como também pelos riscos causados ao potencial produtivo dos
ecossistemas e da sobrevivência dos seres vivos (ARAGÃO, 2010).

Além disso, a constatação de ocorrências de grandes acidentes ambientais associados à


criação e efeitos em matriz produtiva de escala mundial e do temporal fez com que a sociedade
percebesse que tais danos ultrapassariam a esfera do local, do visível e do imediato, revelando-
se como problemas concernentes a toda humanidade.

Através do Relatório Brundtland, tentou-se realizar um balanço do desenvolvimento econômico em nível


mundial, destacando as principais consequências socioambientais desse modelo de desenvolvimento,
além de propor estratégias ambientais de longo prazo visando um desenvolvimento sustentável que viesse
a atender às demandas actuais, sem que isso comprometesse as gerações futuras e suas necessidades
(BACCI, et al 2006).

Paiva (2007, p.89), considera que esta nova tendência de busca de espaços naturais para
fins turísticos e recreativos, quer por lado da oferta, quer por lado da procura, decorre,
basicamente, de quatro razões principais:

1. Saturação do turismo convencional;


2. Desenvolvimento do paradigma ecológico;
3. Comercialização do “eco” e da “natureza”, assumidos, por esta via, como bens de
consumo; e, ainda,
4. A busca pelo ócio.

Foi por conta de um movimento de conscientização para a protecção ecológica dos


espaços e das espécies , assim como a necessidade de mudança nos conceitos de
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desenvolvimento, o chamado desenvolvimento sustentável ligado a ideia de exploração dos


recursos, mas sem comprometer o interesse das gerações futuras, que passou – se a falar da
chamada “ética no turismo” (PAIVA, 2007, p.98).

Essa nova ética no turismo, buscava resgatar um caráter cultural e ideológico no seio
das sociedades, o que gerou o surgimento do pacifismo e o direito das minorias, assim como o
antimilitarismo. Esta nova ética então cedeu seus aspectos contestatários e inovadores às
aspirações de turismos alternativo.

O turismo em espaços naturais, praticado de forma responsável, passa a distinguir-se do


turismo convencional, seja pelas motivações dos agentes turísticos, frente às novas tendências
do mercado ; seja pela atitude dos turistas em busca da singularidade das áreas naturais, marcada
por recursos de alto valor ecológico e paisagístico; e, ainda pelo aparecimento de uma nova
classe de turistas, agora em fase de conscientização e preocupação com o paradigma ecológico,
diante dos problemas ambientais e do caráter finito dos recursos (ARAGÃO, 2011, p.87).

No ano de 1872, nos Estados Unidos, foi constituído o primeiro espaço legalmente
protegido destinado à utilização pública: Parque Nacional de Yellowstone, que incorporava a
noção de vida selvagem, ou vida natural das áreas virgens, e não habitadas, oferecendo a
oportunidade de aproximação com a natureza como alternativa à crescente urbanização que se
verificava a época.

Posteriormente, em África, destacam-se os “safaris fotográficos”, que vieram substituir


os “safaris de caça” em que as elites europeias iam à África em busca de peles e marfins de
animais, nesta nova perspectiva privilegia-se a contemplação da natureza, principalmente da
fauna representada pelos grandes animais das savanas africanas (PAIVA, 2007, p.98).

O ano de 2002 foi declarado pelas Nações Unidas como sendo o “Ano Internacional do
Ecoturismo”, apoiando, no mesmo ano, um encontro internacional sobre o tema cujo
documento oficial resultante da referida conferência internacional foi designado de “Declaração
de Quebec (LOPES, 2003).

Vemos, então, o nascimento de um tipo de turismo que não é apenas mercadológico –


como o turismo como indústria –, agora há um turismo que começa a se preocupar com os
efeitos causados no ambiente e na sociedade, um turismo com responsabilidades sociais e
ecológicas. Esse começa a ser chamado de turismo de natureza sustentável ou ecoturismo
(MORAES, 2012, p.63).
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3.1.2 Conceptualizações do ecoturismo

O termo ecoturismo teve sua origem na década de 60 do século passado, tendo sido
utilizado para “explicar o intricado relacionamento entre turistas e o meio ambiente e culturas
nos quais eles interagem.

Diversos autores tentaram conceituar essa nova forma de praticar turismo, sendo que
todos, apesar de intensidades de protecção diferente, buscaram demonstrar uma união da
actividade turística agregada à protecção do ambiente, seja ele natural ou artificial, bem como
o seu uso sustentável.

Segundo Mirra (2002, p.98), entende-se por ecoturismo como sendo um “turismo
desenvolvido em locais com potencial ecológico, de modo conservacionista, buscando conciliar
a exploração turística com o meio ambiente, harmonizando as acções com a natureza, bem
como, oferecer aos turistas um contacto íntimo com os recursos naturais e culturais da região,
em busca da formação de uma consciência ecológica.

O termo ecoturismo está bastante disseminado em nosso dia-a-dia, porém raríssimas


vezes é definido conceitualmente:

Em termo mais simples, “ecoturismo” significa simplesmente que a principal motivação


para a viagem é o desejo de ver ecossistemas em seu estado natural, sua vida selvagem assim
como sua população nativa (IRVING, 2005).
Ainda segundo Irving (2005, p.69), é muitas vezes utilizado de maneira intercambiável
com outros termos como “turismo suave”, “turismo responsável” e “turismo de natureza”.

Ainda que tal actividade turística venha se desenvolvendo sob o discurso de uma prática
que deve contribuir para melhorar as condições de vida das populações locais e
simultaneamente ser um instrumento na conservação dos recursos naturais é também um factor
de transformação dentro da visão capitalista de mundo. O ícone do "turismo sustentável" tem
sido utilizado no sentido de mascarar os elevados impactos ambientais e socioculturais
ocasionados na implantação dos grandes projetos turísticos (SWARBROOKE, 2000).

Neste contexto, percebe-se o uso indevido das áreas naturais com o único propósito de
aumentar a renda daqueles que estão subsidiando a divulgação e administração das áreas
visitadas. Para Lopes (2003), embora o turismo tenha impactos relevantes no meio ambiente,
eles podem ser inferiores aos de outras actividades econômicas, como a mineração, a indústria
florestal, os monos-cultivo agrícolas, a criação extensiva de gado e outros. Porém, deve-se
12

buscar o equilíbrio entre a capacidade de carga e a sensibilidade de um meio ambiente


natural/cultural com a prática turística.

Esse equilíbrio, no entanto, depende da percepção dos indivíduos diante das paisagens
naturais que permitem buscar e compreender o comportamento e as manifestações dos
indivíduos ao entrarem em contacto com o meio natural, revelando seus sentimentos em relação
à experiência vivida naquele momento. É através da experiência humana estabelecida com a
paisagem que a mesma pode ser valorizada, proporcionando o surgimento de um elo afectivo
entre o indivíduo e o lugar.

O ecoturismo é uma forma sustentável de turismo baseado nos recursos naturais, que
focaliza principalmente a experiência e o aprendizado sobre a natureza; é gerido eticamente
para manter um baixo impacto, é não predatório e localmente orientado (controle, benefícios e
escala). Ocorre tipicamente em áreas naturais, e deve contribuir para a conservação ou
preservação destas (LOPES, 2003),
Na perspectiva de Lindberg e Hawkins (1999, p.78), o ecoturismo é visto, por muitas
vezes, como um turismo em pequena escala, praticado por pessoas esclarecidas e conscientes;
turistas que não se importam com infra-estrutura pouco sofisticada, pois o motivo da viagem
seria o desejo de aprender e observar os ambientes e os costumes locais com a menor
interferência possível.
Todas as áreas naturais, protegidas ou não, juntamente com os elementos culturais são
grandes atrações para o ecoturista. Por isso a actividade turística é reconhecida como
importante ferramenta para preservação e recuperação das áreas naturais.

Entretanto, existe consciência de que ecoturismo e turismo sustentável não são a


mesma coisa. Existe um conflito entre essas duas actividades à medida que o fluxo de turistas
passa a se direcionar às novas áreas ou aumentam a carga já existentes em destinos turísticos
estabelecidos. Os danos provocados pela actividade turística mal-planeada e mal-administrada
podem ser fatais para todo o ecossistema (Lindberg; Hawkin, 1999), Daí a necessidade do
planejamento para que essas actividades não resultem em alguns efeito negativo, ou pelo
menos, minimizar os danos:

O ecoturismo, como componente essencial de um desenvolvimento sustentável, requer uma abordagem


multidisciplinar, um planejamento cuidadoso (tanto físico como gerencial) e diretrizes e regulamentos
rígidos, que garantam um funcionamento estável. Somente através de um sistema intersetorial, o
ecoturismo poderá, de fato, alcançar seus objectivos. Os governos, as empresas privadas, as comunidades
locais e as organizações não-governamentais todas têm um importante papel a desempenhar (Lindberg;
Hawkin, 1999).
13

O turismo sustentável visa a proteção do meio ambiente juntamente com a viabilidade


econômica a longo prazo. Para que haja um progresso sustentável é necessária a
conscientização e atitudes das empresas privadas, mais do que ações governamentais. Já o
ecoturismo requer um planejamento minucioso de acções rígidas, para garantir uma gestão
funcional estável, por parte de órgãos do setor público, comunidades locais, ONGs e empresas
privadas, os quais são essenciais nos serviços a serem executados (LINDBERG, & HAWKINS,
1999).

A OMT (1993, p. 22) citado por Dias (2003, p.95) considera a necessidade de uma
ampla participação de todos os envolvidos no planejamento ao afirmar que:

O turismo sustentável não pode funcionar unicamente à base de imposições da administração pública; é
preciso, também, que o setor turístico privado aceite esse conceito e coopere em sua execução, assim
como as comunidades locais e os turistas que devem prestar sua colaboração ao processo (OMT, 1993
apud DIAS, 2003, p.95).

Devido ao mau uso das áreas naturais, ocorrem impactos negativos sobre a natureza
decorrentes da falta de conscientização da necessidade de preservar o meio ambiente, causando
danos irreversíveis ao turismo local. Portanto é importante minimizar estes impactos, para que
não haja degradação ambiental.

Nesse sentido, segundo Dias (2003, p.98), é indispensável a educação entre os turistas
e a comunidade local sobre a importância da preservação e conservação do meio natural, para
que possam usufruir dos benefícios do desenvolvimento turístico e socioeconômico produzindo
baixo impacto negativo ambiental e social. O desenvolvimento da nação está nas mãos da
exploração consciente dos recursos naturais, pois depende-se deles para a existência humana.

Apesar dos esforços por parte do poder público em vários níveis, há os setores privados que procuram o
lucro fácil, explorando na maioria das vezes negativamente os recursos naturais, por não terem um
planejamento adequado para o local usufruído, ou ainda, não apresentando a devida cautela com o meio
ambiente. Além disso, todos os envolvidos no planejamento devem estipular estratégias de gestão para
atender aos objectivos, nos quais proporcionará benefícios aos processos de desenvolvimento do
ecoturismo e às actividades ecoturísticas (Dias, 2003, p.99).

Ainda segundo o autor, essas estratégias dependem de um equilíbrio entre os


proprietários do local e o comportamento dos visitantes, pois através do entendimento que o
ambiente visitado necessita de respeito com seus recursos naturais e merece atenção por parte
de todos, para manter o local turístico conservado, necessita-se também do apoio dos
proprietários no manejo e na implantação de infra-estrutura adequada para atender as
expectativas dos visitantes, para que os mesmos possam propiciar proteção ao atrativo natural.
Tais atitudes provavelmente acarretarão baixo impacto negativo, visando à qualidade nas áreas
naturais (DIAS, 2003, p.111).
14

Portanto, a fiscalização é importante nas áreas de proteção ambiental utilizadas como


atrativos turísticos. Além disso, esta deve actuar analisando a colaboração do homem na
utilização destes recursos e nas actividades praticadas.

Conforme documento publicado pela United Nation Education Scientific Cultural


Organization - UNESCO (1980) apud Dias (2003. p.78), “para contribuir com eficácia para
melhorar o meio ambiente, a acção da educação deve vincular-se com a legislação, as políticas,
as medidas de controle e as decisões que os governos adotem em relação com o meio ambiente
humano”.

Havendo projectos educacionais e ambientais para proprietários, funcionários e


comunidade local, os mesmos podem transmitir aos turistas, através de exposições e
programações especializadas na melhoria dos atrativos naturais com parcerias de ONGs
ambientalistas, programas patrocinados pela iniciativa privada e apoio do governo, nas quais
incentivarão os usuários a tratarem bem o meio ambiente, ajudando no desenvolvimento
sustentável do ecoturismo.

Segundo Dias (2003. p.78), “no que diz respeito à interação das ONGs ambientalistas
de acção local regional com as actividades turísticas, há um aumento da colaboração das
entidades com objectivo de alcançar a sustentabilidade das actividades turísticas”. Deve-se
incentivar a comunidade e os visitantes com informativos em folhetos e placas, despertando a
consciência do público e a preocupação com a conservação do meio natural.

Além da conservação dos atrativos turísticos é necessário que haja uma programação
de actividades para os visitantes a fim de que desempenhe sua finalidade proposta, sem sofrer
qualquer degradação.

Segundo Guerra (2006, p. 96), o ecoturismo é o “segmento da actividade turística que


utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca
a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente,
promovendo o bem-estar das populações”.

Lopes (2003, p. 59), considera que este ramo do turismo é caracterizado pelo contato
com ambientes naturais, pela realização de actividades que promovam a vivência e o
conhecimento da natureza e pela proteção das áreas onde ocorre. Isto é, ele está fundado nos
conceitos de educação, conservação e sustentabilidade. O ecoturismo pode ser entendido, então,
como as actividades turísticas baseadas na relação sustentável com a natureza, comprometidas
com a conservação e a educação ambiental.
15

É um segmento turístico importante ao fazer contribuições positivas significativas para o bem-estar


ambiental, social, cultural e econômico dos destinos e das comunidades locais ao redor do mundo: através
dele são oferecidos incentivos econômicos eficazes para a conservação e valorização da diversidade
biológica e cultural e ajuda a proteger o patrimônio natural e cultural ao redor do mundo. Ele se prova
também como uma ferramenta eficaz para capacitar as comunidades locais ao redor do mundo à alcançar
um desenvolvimento sustentável. Além disso, o ecoturismo tem incentivado a aplicação de práticas
sustentáveis aos demais segmentos da indústria do turismo (LOPES, 2003).

Hoje é o ramo da indústria do turismo que mais cresce. Enquanto o turismo


convencional cresce 7,5% ao ano, o ecoturismo cresce a taxas de 15 a 25% por ano. Segundo a
Organização Mundial de Turismo (OMT), 10% dos turistas em todo o mundo buscam o turismo
ecológico. O faturamento anual do ecoturismo, a nível mundial, é estimado em US$ 260 bilhões
(BELTRÃO, 2001).

Segundo Lopes (2003, p. 96), a oferta turística do segmento, além dos serviços comuns
de hospedagem, transporte, alimentação, entretenimento, agenciamento, recepção, guiamento e
condução, inclui também actividades na natureza que o caracterizam e permitem a integração
do turista com o ambiente natural. Algumas das actividades que podem ser realizadas no âmbito
do segmento de ecoturismo são: observação de fauna (relaciona-se com o comportamento e
habitats de determinados animais); observação de flora (permite compreender a diversidade dos
elementos da flora e seus usos); observação de formações geológicas e as visitas a cavernas
(espeleoturismo); observação astronômica (estrelas, eclipses, queda de meteoros); mergulho
livre; caminhadas; trilhas e safáris fotográficos.

O ecoturismo surgiu como movimento ambiental global no final de 1970, uma resposta
às preocupações com o desenvolvimento econômico, à degradação do meio ambiente e as
questões sociais provocadas pelo turismo em massa.

Segundo Fennel (2002, p. 66), o ecoturismo está associado a um sentido da ética, uma
vez que, para além do desfrute do viajante, procura promover o bem-estar das comunidades
locais (receptoras do turismo) e a preservação do meio natural. O turismo ecológico também
procura incentivar o desenvolvimento sustentável (isto é, o crescimento actual que não ponha
em risco as possibilidades futuras).

Os princípios do ecoturismo respeitam a cultura do país anfitrião (país de acolhimento),


minimizam o impacto negativo que possa causar a actividade turística e apoiam os direitos
humanos. Um ecoturista que se preze, por exemplo, não compra um produto para o qual tenha
havido mão-de-obra infantil (FENNEL, 2002).
16

Apesar do auge do ecoturismo, não existe qualquer regulamentação clara a seu respeito.
Há quem inclua no ecoturismo qualquer actividade turística que suponha o contato com a
natureza, o que é errado, já que muitas dessas excursões prejudicam bastante o ecossistema.

O turismo de massas acaba por ser prejudicial em praticamente toda a sua essência,
tendo em conta que envolve o transporte aéreo (em aviões) sendo que este é poluidor, a
utilização de hotéis muitas das vezes construídos em lugares naturais (em frente ao mar, por
exemplo) e a produção de uma grande quantidade de resíduos que nem sempre são tratados de
forma correta, entre outros problemas. Por isso, muitos especialistas consideram que o
verdadeiro ecoturismo deve ser minoritário, o que não significa que não se possa desenvolver
uma indústria turística mais responsável (FENNEL, 2002).

Para que uma actividade se classifique como ecoturismo, são necessárias quatro
condições básicas: respeito às comunidades locais; envolvimento econômico efetivo das
comunidades locais; respeito às condições naturais e conservação do meio ambiente e
integração educacional e garantia de que o turista incorpore para sua vida o que aprende em sua
visita, gerando consciência para a preservação da natureza e dos patrimônios histórico, cultural
e étnico (GUERRA, 2006, p.99).

3.1.3 Vantagens e desvantagens do ecoturismo

Segundo Beltrão (2001, p.36), o ecoturismo é um segmento da actividade turística que


utiliza de forma sustentável o património natural e cultural, incentiva a sua conservação e
procura a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente,
promovendo o bem-estar das populações locais.

Muitas comunidades de regiões afastadas têm no ecoturismo uma fonte de renda


relevante para a manutenção da preservação e da vida dos seus moradores. É importante
mencionar que há alguns tipos de turismo sendo que aquele que se baseia em ter um ponto
turístico comercial num determinado local não necessariamente trará retorno para comunidade
(BELTRÃO, 2001).

Um dos princípios básicos do ecoturismo diz respeito a oferecer benefícios para as duas
partes envolvidas, ou seja, para os moradores locais que estão abrindo sua comunidade para
receber pessoas de fora e para os turistas. Trata-se de um tipo de viagem em que ocorre uma
relação de troca entre quem está vindo de fora e quem está na comunidade. É maneira muito
mais instigante de viver a experiência de viagem.
17

Porém o ecoturismo, assim como qualquer actividade turística, também pode causar
impactos negativos que podem ser: perdas de valores culturais tradicionais, conflito entre
pessoas da comunidade e turistas, maior valorização de terras e imóveis, aumento do custo de
vida, descaracterização da paisagem, poluição da água, estradas inadequadas, etc (BELTRÃO,
2001).

Da mesma forma existem os efeitos e impactos potenciais, que de acordo com o que é
utilizado, os provocará no meio ambiente. É com a consciência de que os impactos negativos,
prejudicam e muito, é que se deve então, começar a pensar e planejar formas, que minimizem
esses impactos, com essa outra visão, começará um novo modelo de ecoturismo, o que é
planejado, organizado e praticado, fazendo a diferença necessária que o meio ambiente
necessita. Os impactos poder ser minimizados e os benefícios potencializados, desde que suas
actividades sejam corretamente planejadas” (BELTRÃO, 2001).

Quando o turismo acontece com base nesse viés mais comercial de grandes corporações
pode acabar modificando drasticamente a vida das comunidades que vivem em seu entorno. O
ecoturismo por sua vez tende a ser mais rentável para as comunidades que moram no entorno.
Basear as actividades turísticas em contato e manutenção da natureza não só ajuda a manter o
estilo de vida das comunidades locais como o próprio meio ambiente.

Esta actividade procura valorizar as premissas ambientais, sociais, culturais e


económicas e inclui a interpretação ambiental como um factor importante durante a experiência
turística.

Lopes (2003, p.96), afirma que o Ecoturismo se bem planeado e desenvolvido, pode
trazer às populações locais benefícios amplos, como oportunidades de diversificação e
consolidação económica, geração de empregos, conservação ambiental, valorização da cultura,
conservação e/ou recuperação do património histórico, recuperação da auto-estima, entre
outros.

Quando entramos numa área natural quase sempre nos sentimos bem, percebemos que alguma coisa
muda. Quanto mais nos aprofundamos nessa relação, nessa intimidade com os elementos naturais,
percebemos que ali há uma grande escola que nos proporciona uma das raras oportunidades que temos
para realmente evoluir. Quem já teve a experiência de, por exemplo, caminhar por uma mesma trilha
diversas vezes pode compreender isso: a cada vez que a percorremos existem coisas diferentes que
podemos ver ou coisas diferentes em que pensar. A situação nunca se repete, o que nos leva a reflectir
sobre a constante transformação de tudo. Ao perceber isso percebemo-nos a nós mesmos (CAMPOS,
2005).

O Ecoturismo é normalmente praticado em zonas protegidas pelo que os turistas são


levados a cumprir um conjunto de regras predefinidas com vista à preservação dos ecossistemas
no seu estado natural, da sua vida selvagem e da sua população nativa. Os impactes são
18

inevitáveis a partir do momento em que o ser humano, seja de que maneira for, intervém num
habitat natural. Por isso, a dificuldade está em conseguir conciliar desenvolvimento económico
e preservação da natureza. Mas uma coisa é praticamente certa: quem gosta da natureza e
reserva as suas férias ou fins-de-semana para a descobrir, tende a respeitá-la.

De acordo com Campos (2005, p.66), o ecoturismo pode ainda trazer como vantagem a
mudança de comportamento da pessoa que o pratica. Assim, ele seria um meio de educar essas
pessoas para que adotem comportamentos positivos no seu cotidiano, com a adoção de atitudes
em prol da conservação e sustentabilidade.

Mas além disso, a presença de turistas poderia contribui para o aprendizado dos
moradores. E esses últimos conseguiriam aprender novas habilidades. Porém, ainda que
existam vantagens com esse tipo de turismo, há também algumas desvantagens.

Em primeiro lugar, essa forma de turismo pode conferir novos empregos para aqueles
que residem em áreas turísticas, contudo esses empregos seriam algo sazonal ou sem
estabilidade.

Outra desvantagem se daria pela poluição. Ainda que o objectivo seja a redução dos
impactos ambientais, sustentabilidade e preservação, turistas podem visitar o local com seus
veículos, o que aumentaria a emissão de carbono. Assim, mesmo com esforços para evitar
impactos negativos, isso ainda poderia causar alguns danos (LOPES, 2003).

É evidente que o ecoturismo carrega inúmeras vantagens, principalmente quando o


comparamos às práticas tradicionais seculares que exploraram diversas regiões. Em primeiro
lugar, a sua realização diminui drasticamente os impactos que as visitas poderiam causar no
local, defendendo a natureza e os demais patrimônios. Desse modo, não só a consciência
ambiental é adquirida, mas também o respeito, criando um terreno fértil para o cultivo da
empatia (LOPES, 2003).

Também é possível fugir do estresse provocado pelo caos dos grandes centros urbanos.
Diante do contato direto com a natureza em sua essência, podemos revigorar as nossas energias
e passar por novas experiências, relaxando o nosso corpo e estimulando a nossa criactividade.
Outro ponto essencial consiste no fato de que muitas histórias ganham ainda mais força por
meio de seu compartilhamento. Desse modo, o turismo ecológico pode ser capaz de permitir o
maior reconhecimento de culturas e valores ancestrais, auxiliando a sobrevivência de tradições
que por muito tempo foram desvalorizadas, ou, até mesmo, completamente apagadas (LOPES,
2003).
19

3.1.4 Ecoturismo e sua importância para o desenvolvimento das comunidades

Para Bacci et al (2006, p.64), o objectivo idealista do ecoturismo é melhorar o mundo


por meio de viagens responsáveis. Embora seus efeitos provavelmente nunca correspondam aos
ideais, os viajantes podem oferecer benefícios muito reais às comunidades locais.

O ecoturismo, conforme explica a International Ecotourism Society, abrange todas as


viagens a áreas naturais que preservam o meio ambiente, contribuindo ao mesmo tempo para o
bem-estar da sociedade local.

Angola com suas dimensões e natureza exuberante, é um dos destinos mais procurados
por viajantes aventureiros de todo o mundo. Além de satisfazer a expectativa dos turistas, essa
preferência movimenta a economia de várias regiões, com grandes possibilidades de
participação local adequada e responsabilidade compartilhada pela preservação do meio
ambiente, do patrimônio cultural e do modo de vida das pessoas (BACCI et al 2006, p.64).

a) Conservação
A ideia principal por trás do ecoturismo é neutralizar os efeitos negativos do
desenvolvimento humano e educar os turistas e habitantes das comunidades sobre os esforços
de conservação e desenvolvimento de pesquisas em áreas naturais frágeis. Idealmente, os
esforços funcionam tanto para os viajantes quanto para os ambientes que eles visitam (BACCI
et al 2006).

Os ecoturistas ganham conhecimento dos ecossistemas, biologia e geologia de locais


naturais específicos. Parte do dinheiro que vai para o ecoturismo se destina aos esforços de
conservação, como repovoamento de espécies ameaçadas de extinção e reflorestamento.

b) Fonte de renda e negócios

As pessoas que moram em cidades costumam optar por visitar selvas, montanhas e
praias imaculadas para desfrutar de suas belezas. À medida que as comunidades locais
começam a ver seus recursos naturais como fontes de renda turística, elas se dedicam a proteger
estes recursos. Em muitos casos, os moradores encontram trabalho como guias turísticos e
descobrem que seus empregos dependem dos próprios esforços de conservação (BACCI et al.,
2006).

Além dos guias, uma série de empresas locais se beneficiam do ecoturismo. Artesãos,
comerciantes e donos de restaurantes e pousadas oferecem serviços com características que
complementam a experiência do turista e geram renda.
20

c) Preservação da cultura

Pessoas com mais educação são menos propensas a serem ambientalmente destrutivas.
Na verdade, a educação e a conscientização podem ser os verdadeiros benefícios do ecoturismo.
Além dos visitantes, os próprios moradores ganham a capacidade de buscar informação,
adquirindo uma melhor compreensão de questões mundiais ligadas ao meio-ambiente (BACCI
et al 2006).

Algumas tradições, costumes e histórias sobrevivem do ecoturismo, ganhando força e


notoriedade graças ao conhecimento compartilhado. Esse estímulo é fundamental para
preservar a cultura e transmiti-la para as próximas gerações.

3.1.5 Ecoturismo em áreas protegidas

Segundo Lima (2003, p.98), as áreas naturais protegidas para entretenimento e recreação
visam a conservação ambiental, promovendo a aproximação do homem com a sua própria
essência. O Turismo gerado nessas áreas abrange um potencial importante para a população
local, trazendo diversos benefícios econômicos. Além disso, equipando os atrativos naturais
com uma infra-estrutura de qualidade é possível incentivar os turistas a frequentar essas áreas
protegidas, no intuito de divulgar o ecoturismo.
O espírito de aventura juntamente com os produtos turísticos e o meio ambiente tornam-se alvo de
descoberta para a humanidade, uma vez que o ecoturismo é considerado um segmento de turismo mais
leve e seletivo, com ênfase no ambiente natural preservado ou pouco alterado. Ressalta-se ainda que este
segmento é motivado pelo desejo de sair do cotidiano e vivenciar o novo, a paisagem, o exótico e a fauna
e a flora, de preferência nas áreas naturais protegidas legalmente (LIMA, 2003, p.101)

Os turistas estão cada vez mais interessados em lugares intocados como as reservas e
os parques, buscando experiência de modo a compreender e preservar a natureza. Há uma
grande preocupação com a situação actual das áreas protegidas que requerem uma providência
urgente no tocante à administração. “As áreas protegidas do mundo todo têm recebido um fluxo
cada vez maior de visitantes e muitas dessas áreas não estão preparadas para o turismo. Elas
estão a cargo de pessoas sem treinamento em gestão de Turismo” (LINDBERG & HAWKINS,
1999, p.54).

Uma administração eficiente, nessas áreas, e em especial, no Parque Nacional da


Quiçama gerar alternativas de renda para as populações locais mediante a elaboração de planos
de manejo criativos. Estes benefícios podem se dar através de vendas de ingressos aos
turistas/visitantes, serviços de hospedagem, alimentação, passeios, eventos, artesanatos, dentre
outros.
21

A ausência de pessoas capacitadas para executar tais actividades predominantes nos


atrativos, serviços de monitores, guias, infra-estrutura em péssimas condições, são fatores que
comprometem o ecoturismo (LIMA, 2003).

Havendo estudos e monitoramento dos impactos causados pelos usuários, será possível
determinar a capacidade de carga e de suporte de uma Unidade de Conservação, de modo a
permanecerem as características e o potencial das áreas ambientais.

Está representada pelo número máximo de uso turístico-recreativo, associado à sua


infra-estrutura, que uma área pode acomodar. Se esse nível é ultrapassado pode ocorrer a
deterioração dos recursos, a diminuição da satisfação do visitante e impactos adversos sobre a
sociedade, cultura e economia locais (CEBALLOS-LASCURAÍN, 1996).
.
Segundo Lima (2003), “um sistema de áreas protegidas é uma criação social que além
de proteger amostras do mundo natural, produz uma série de valores e benefícios para a
sociedade”.

Porém, os grupos de usuários devem estar dispostos a proteger as áreas naturais,


apoiando o desenvolvimento sustentável dos recursos ecológicos e agregando a eles valores
culturais, sociais e históricos. Além disso, as actividades praticadas nos atrativos naturais
devem estar interligadas à educação ambiental para que se minimizem os impactos negativos
nos recursos e se possam aproveitar as belezas naturais e a diversidade ecossistêmica,
priorizando a qualidade do meio ambiente.

Neste mesmo raciocínio, Boo (1992) apud Lima (2003, p.85), detalha que as
actividades ecoturísticas podem ser um apoio importante e positivo para a preservação e
desenvolvimento sustentável destas áreas protegidas, gerando receitas a estas e às comunidades
locais, além de oportunidades de empregos e investimentos na educação ambiental. Podem
ainda, influenciar a mudança do uso dos recursos naturais de forma positiva e consciente,
fazendo do ecoturismo um meio de conscientizar as pessoas da importância em defender o
meio natural.

Lima (2003, p.87), defende “que a existência de uma área natural protegida é a garantia
básica que necessita o ecoturismo para progredir”. Ou seja, podemos considerar o ecoturismo
como um intermédio ao sufrágio de conservação das áreas de proteção ambiental, preservação
da biodiversidade e a sensibilização ecológica e socioeconômica da região local, visando
desenvolver o pensamento crítico no sentido da utilização racional dos recursos naturais
existentes.
22

3.1.6 Ecoturismo e a comunidade local

Tendo uma melhor compreensão do desenvolvimento sustentável dos produtos e


atrativos turísticos, toda sociedade lucrará. Além disso, havendo profissionais especialistas
nestes segmentos do Turismo, suas actividades serão realizadas com excelência, podendo
contribuir em vários aspectos: social, econômico e cultural, mediante geração de renda,
emprego, conhecimento sobre novas manifestações culturais e qualidade de vida (OLIVEIRA,
2006, p.88).

Hoje em dia, o ecoturismo é visto como uma maneira de se obter lucros. Porém, esta
visão gera uma preocupação quando pensamos em sustentabilidade econômica, social e cultural
em relação ao local aonde se realizará o ecoturismo. É essencial um planejamento adequado,
para evitar que o ecossistema e a comunidade local sofram impactos negativos.

Nos dias actuais, o turismo tende a desempenhar um papel cada vez mais relevantes na
economia de muitas cidades, especialmente as que têm em seus recursos naturais sua principal
fonte de atractividade. Entretanto, estes recursos naturais vêm sofrendo diversos tipos de
impactos, alguns dos quais causados diretamente pela actividade turística. (Oliveira, 2006,
p.52).
No entanto, são necessárias ações direcionadas ao manejo e planejamento das áreas
naturais, sendo seu desenvolvimento detalhado, imprescindível na minimização dos impactos
negativos.

Uma vez atentado para o manejo e planejamento das áreas naturais, a economia gerada
pela visitação desses atrativos turísticos poderá contribuir na redução das desigualdades
socioeconômica. Segundo:

A perspectiva sustentável deve considerar a relação entre pobreza, ambiente e


desenvolvimento, por meio de políticas de engajamento das comunidades de actividades
turísticas, de maneira a expandir as oportunidades de pequenos negócios, e oportunidades de
empregos em todos os níveis de operação. (Mendonça, 2003 apud Oliveira 2006, p.14).
Assim, o desenvolvimento sustentável visa o crescimento econômico, expandindo
várias oportunidades, tanto de negócios, quanto de empregos. Além disso, influencia os
aspectos de produção e de infra-estrutura, considerando o meio ambiente como fornecedor de
recursos para o bem estar nos segmentos turísticos.

Apesar de ecoturismo ser uma ferramenta a favor do desenvolvimento sustentável,


algumas comunidades não têm conseguido alcançar os benefícios esperados, já que o objectivo
23

colocado em prática tem sido o lucro imediato e não o desenvolvimento através dos princípios
defendidos pelo segmento. Sabe-se que é necessário cumprir várias etapas antes de se ter o
ecoturismo funcionando de uma maneira idealizada, e tão desejada no desenvolvimento
sustentável.

3.1.7 Ética e o Ecoturismo

Lima (2003, p.77), considera que “jamais se falou tanto da indústria de viagens e
turismo em Angola como agora. É tempo de investir no fortalecimento deste segmento, mas se
faz necessário antes, definir realmente o que é certo e o que é errado no uso da natureza
comercializada, estabelecendo os limites de convivência do homem com a natureza. Precisa-se
determinar uma ética, regulamentando o uso da natureza, da propriedade e um critério na sua
comercialização. Uma das medidas é evitar a massificação, o turismo ecológico é, por
definição, uma actividade seletiva”.
Na comercialização deve ser observada a venda do produto com o cuidado de ofertar
muita segurança e higiene, preparando o turista na questão da educação ambiental. Praticado
de maneira mal planeada, ele pode se transformar num instrumento de degradação ambiental e
cultural, ao invés de ser uma ferramenta para a conservação e desenvolvimento local.

Quando bem praticado, o ecoturismo pode ser uma alternativa sustentável de


exploração e conservação dos recursos naturais dos destinos selecionados, oferece experiências
únicas e autênticas ao turista, proporcionando uma vivência real como novas culturas e
ambientes, além de oferecer ao mercado oportunidades de pequenas iniciativas locais,
valorizando a especialização em determinados segmentos (LIMA, 2003).

A propriedade destinada a implantação ou que estiver em actividade turística deverá


estabelecer normas de sustentabilidade que garantam o futuro do empreendimento. As regras
de sustentabilidade devem ser dirigidas em todos os sentidos, tanto para a produção agrícola,
pecuária como para a agroindústria ou turismo.

Todo turista que busca conhecer os potenciais ecoturísticos nacionais, descobrindo


locais onde nossas riquezas naturais e culturais se manifestam em abundância, reconhece esta
actividade como algo concreto e como elemento fundamental e potencialmente valioso de
emprego e renda para a população. Um incentivo essencial para o desenvolvimento econômico
e social do país. O ecoturismo, é também, uma alternativa para afastar o problema da
sazonalidade e evasão dos turistas das férias (LIMA, 2003).
24

Calcula-se que o mercado mundial neste tipo de turismo seja da ordem de 8 milhões de
pessoas, partindo dos E.U.A, 20 milhões da Europa e de 2 a 3 milhões saindo de outros
continentes. Diante desta realidade, faz-se necessário exercitar uma inteligência comercial
diferenciada, incentivando cada vez mais a qualidade, investindo com criactividade na
divulgação de nossas riquezas, desta maneira, iremos incrementar esta actividade, pois
estaremos projetando a imagem do país para milhões de turistas potenciais e para formadores
de opinião em todo o mundo (PEREIRA, 2009, p. 55).

3.1.8 Ecoturismo e turismo sustentável

Na perspectiva de Lopes (2009, p. 87), apesar de turismo sustentável e ecoturismo


carregarem alguns elementos similares, esses tratam-se de conceitos distintos. E para que haja
uma melhor compreensão, há que se apresentar aqui as diferenças existentes entre ambos. O
ecoturismo mantém seu foco nas viagens que são realizadas para locais de beleza natural, ainda
gerando benefícios à comunidade local, além do que os viajantes mantêm hábitos ecológicos
durante suas viagens.

Por sua vez, o turismo sustentável gira em torno de ações em prol da sustentabilidade.
E para isso esse se preocupa em tornar as viagens menos prejudiciais. Ainda, essa forma de
turismo pode manter seu foco em diversos destinos, enquanto que no ecoturismo o foco se
mantém numa determinada área da natureza. Enquanto isso, o turismo tradicional pode gerar
escassez nos recursos naturais e também propiciar estímulos para que haja a destruição da
natureza conforme as empresas tentam acompanhar as demandas existentes (GUERRA, 2006,
p.52).

3.1.9 A Poluição e o Ecoturismo

Segundo Lopes (2003, p.96), o turismo, é o setor econômico, que cada dia mais depende
da natureza para sobreviver. A preocupação com o meio ambiente despertou o interesse de
muitas pessoas conscientes, que reconhecem os recursos naturais como um bem finito e passivo
de cuidados. A industrialização e a urbanização, trouxeram para a sociedade a poluição
ambiental, que desencadeou uma série de discussões para impedir que isto propiciasse a
destruição do patrimônio natural.

O grande perigo actual, é ver no turismo o remédio para todos os males que afligem os
municípios e desenvolve-lo sem um planejamento. A responsabilidade sobre a manutenção da
qualidade ambiental dos destinos turísticos é de todos, inclusive do próprio turista (CAMPOS,
2005).
25

O turismo responsável, é aquele capaz de respeitar as características dos destinos trabalhados, sem
transformar as comunidades visitadas em satélites desgarrados da cultura urbana, é necessário impedir a
destruição da beleza da paisagem, onde elas estão instaladas, ou a interferência no funcionamento dos
ecossistemas ali existentes, do qual dependem fauna, flora, água e ar saudáveis (CAMPOS, 2005, 54).
.
Os impactos ambientais mínimos precisam ser valorizados, mantendo-se distantes os
complexos hoteleiros e pacotes de viagem não preservacionistas e, acima de tudo, é preciso
investir na capacitação dos recursos humanos, ensinando a todos os envolvidos, a usufruir, sem
destruir.

Em 1972, com a Conferência das Nações Unidas (ONU) para o Meio Ambiente,
realizada em Estocolmo, na Suécia, que teve como objectivo principal mostrar ao mundo a
gravidade da situação nesse setor, as questões ambientais ficaram ainda mais evidentes.

Mais de 133 nações participaram da Conferência, onde a maioria eram países em


desenvolvimento. Nesta ocasião foi abordada a questão do subdesenvolvimento como uma das
causas mais frequentes de poluição sendo, portanto, importante a criação de programas que
ajudassem a diminuir a pobreza no mundo.

O meio ambiente serve como cenário para toda viagem que se pretenda fazer. O local
deverá oferecer belas paisagens, incluindo a natureza em todas as suas ações, devendo ter como
efeito do turismo a melhoria não só do nível de vida da população residente, como também
uma harmoniosa convivência com os visitantes.

Para Campos (2005, p.92), o mercado está exigindo cada vez mais das agências de
viagem uma atitude ética, não só de dar conforto ao cliente, mas também de proporcionar ao
turista uma proximidade com a população anfitriã. Embora seja o Turismo um gerador de
empregos e dinheiro novo, deve haver um comprometimento do turista com o local e um
respeito mútuo entre as pessoas.

Diversos problemas, como a prostituição infantil, o desrespeito ao patrimônio cultural


e natural nascem desta falta de relação afetiva maior com o núcleo receptor, já que após o tempo
de permanência numa localidade, restam apenas fotos, lembranças e alguns souvenirs.

Pensando nestes aspectos, a OMT-Organização Mundial do Turismo lançou um código


mundial de ética do turismo. A preparação deste código teve início na assembleia geral da
OMT, em Istambul em 1997 e foi aprovado por unanimidade, em Santiago do Chile em
1999.Trata-se de um projeto participativo, já que recebeu durante a sua feitura contribuições,
de mais de 70 países, entidades de turismo e organizações não governamentais (CAMPOS,
2005, p.87).
26

O código tem dez artigos e contempla a contribuição do turismo para compreensão da


preservação dos valores morais da sociedade, sendo o turismo considerado um instrumento de
desenvolvimento individual e coletivo. Este foi um primeiro passo normatizador para a
preparação dos turistas e do habitante local que irá recebê-lo.

O nativo precisa se conscientizar e actuar como um verdadeiro defensor do patrimônio


de sua cidade, reconhecendo os benefícios econômicos, sociais e culturais, mas ,
compreendendo, também, os seus riscos. O turismo, como prevê o código, é muito mais do que
"aumentar a ocupação dos hotéis" ou "simplesmente lotar cidades de turistas"(GUERRA, 2006,
p.98).

É um instrumento institucional de auto-educação, de tolerância mútua e de


aprendizagem das diferenças entre povos e culturas. Considerando que os turistas e visitantes,
de acordo com o artigo 13 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, devem ter acesso
aos locais turísticos e culturais, sem exageradas formalidades, como é o caso do visto de
entrada, que às vezes é outorgado, através de um verdadeiro ritual vexatório em função da
imigração, ressalta-se que defender o cidadão é dever constitucional.

Aflige-nos também a falta de projetos e continuidade das políticas de turismo no setor


público. Por meros desejos políticos, são admitidas pessoas, sem conhecimento técnico,
permitindo que o turismo se transforme numa verdadeira "poluição social”, e não uma solução
para a crise econômica. Governo e empresários têm investindo em projetos comunitários, mas
é preciso que reflitamos sempre sobre o papel do turismo, como forma de amadurecimento do
indivíduo, que deverá ser capaz de respeitar a outra comunidade, com seus valores culturais. É
a construção do turismo, pela cidadania, é a ética no turismo (GUERRA, 2006, p.98).

O ecoturismo precisa escrever uma história coerente, na qual a cultura local é muito
valorizada. Resta-nos saber se haverá tempo de disseminar os conceitos de turismo responsável,
sustentável, ecológico ou como se queira chamar, antes de se acabarem os destinos com
potencial para um trabalho sério. Antes de se matarem "as galinhas", ignorando que seus ovos
são de ouro (GUERRA, 2006, p.114).

3.1.10 O Impacto do Ecoturismo sobre a Fauna

Algumas leis foram criadas para defender os animais, mas ainda não estão sendo
cumpridas, por isto o ideal é que nós busquemos implantar maneiras de impedir que ocorram
certas atitudes reprováveis. Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabelecer
as condições para pesquisa e visitação pelo público, observadas as exigências e restrições
27

legais. Segundo Lopes (2003, p.88), cabe a nós, indivíduos, fazer do ecoturismo uma
ferramenta para o despertar responsável de cada um, transformando-se num instrumento capaz
de reafirmar o papel do indivíduo no mundo, se preocupando com a sustentabilidade, com a
educação ambiental e com a inclusão social.

Precisamos desenvolver "códigos de conduta" voluntários, a fim de controlar os


impactos ambientais e sociais de funcionários e clientes, e assegurar que o cumprimento destes
códigos seja monitorado adequadamente. Os safáris fotográficos devem ser realizados somente
dentro das trilhas, para permitir a renovação da flora com as mudas que estão em crescimento
mantendo assim o sistema da vida sempre puro e renovador do meio selvagem. Colheita de
plantas nativas pelos visitantes também devem ser proibidas (GUERRA, 2006, p.77).

As visitas às áreas de preservação devem acontecer num horário padrão, caso contrário
poderá ocasionar o stress nos animais nativos. A transmissão de doenças para os animais
selvagens ou mudanças repentinas da saúde deles através da perturbação de rotinas diárias ou
aumento dos níveis de estresse, apesar de não aparentes para o observador casual, podem se
traduzir em taxas de sobrevivência e procriação menores (LIMA, 2003, p.91).

As placas de sinalização não devem utilizar arames, pregos ou qualquer objecto


estranho para serem colocadas em espécimes vegetais, porque além de prejudicar a saúde dos
espécimes vegetais provocando o estrangulamento e saída da seiva, enfraquecendo-as, é de
péssimo gosto visual ver essa agressão. A sinalização pode existir em toda a propriedade, mas
de maneira discreta para evitar a poluição visual, principalmente nas trilhas e locais de
fragilidade maior do meio ambiente. As placas devem ser fincadas no chão e não amarradas ou
pregadas.

Alimentar ou tentar domesticar os animais silvestres é muito prejudicial, porque eles


passarão a depender da alimentação dada pelo homem provocando um descompasso no
equilíbrio ecológico. Biólogos e ambientalistas estão preocupados porque ursos polares,
golfinhos, pinguins e outras criaturas estão ficando estressadas, perdendo peso e algumas estão
morrendo, devido ao aumento da presença humana em seu ambiente.

Ambientalistas estão pedindo novas pesquisas avaliando o impacto do ecoturismo sobre


os animais e dizem que esta actividade deve se desenvolver cuidadosamente. O bem-estar dos
animais e a preservação da flora devem estar acima de tudo, sem eles, não há ecoturismo
(LIMA, 2003, p.99).
28

3.1.11 A importância e relevância económica do ecoturismo para Angola

Segundo Netto e Gaeta (2010, p.96), o ecoturismo abre um amplo leque de


possibilidades para quem deseja empreender uma viagem de maior contato com a natureza.
Uma experiência que contribui para que os envolvidos mergulhem em novas culturas e
conheçam de perto outros estilos de vida. O ecoturista com certeza vive uma experiência que
vai muito além de simplesmente tirar fotos.

Uma viagem de ecoturismo apresenta uma série de vantagens dentre as quais estão
oferecer um passeio com mais responsabilidade pelos mais variados lugares aprendendo como
respeitar os diferentes ambientes e ainda permitindo um contato mais direto com as
comunidades locais. Além disso, regiões pouco exploradas podem ser acessadas com um
comportamento alinhado as necessidades locais.

Essa forma de turismo sustentável contribui para uma experiência de viagem com mais
aprendizado para todas as partes. Os guias turísticos e os anfitriões são educados num nível
mais profundo a respeito de como levar os interessados para um passeio mais completo. O
turismo é uma actividade com finalidade econômica, mas também é uma dinâmica de troca de
experiências e de valorização do que há de mais valioso no mundo, a natureza esplendorosa
(NETTO& GAETA, 2010, p.87).

O sector do turismo é visto por muitos países como sendo a indústria da paz, com uma
relevância considerável para o desenvolvimento dos países através da captação de recursos para
os cofres públicos. Em África os seus países são vistos e conhecidos geralmente pelo seu
turismo na natureza e na vida selvagem, por providenciarem experiências únicas aos turistas
(PEREIRA, 2009, p. 77-120).

Nestes termos dizer que este tipo de turismo considerado como um segmento da
actividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural,
incentivando a sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através
da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações, para a sua efetivação
nestes países em vias de desenvolvimento , estes precisam superar algumas barreiras .ligadas
as infraestruturas básicas (PEREIRA, 2009, p. 77-120).

Em Angola o ecoturismo a sua prática é protegida pelo Decreto Executivo Conjunto n.º
470/15 de 14 de Julho , exercidas dentro dos parques e em outras reservas protegidas pelo estado
de importância particular. Assim o país possui um elevado potencial com a sua fauna e flora e
com a sua diversidade do seu ecossistema únicos no mundo, tem assim o potencial para tirar o
29

máximo proveito no mercado do turismo sustentável especificamente no ecoturismo. O


ecoturismo tem como princípios os seguintes:

a) Minimizar o impacto ambiental;


b) Sensibilização ambiental e cultural;
c) Experiência positiva para os turistas e para a comunidades onde os paços usados para a
prática do ecoturismo estejam localizados;
d) Promoção do bem estar das populações vizinhas das zoas protegidas;
e) Benefícios financeiros, com especial atenção para a conversão ambiental;
f) Uso eficiente dos recursos.

Segundo dados da organização mundial do turismo no seu relatório publicado em 2019


estima que a tendência actual para o turismo deve-se às seguintes razões:

1. Viver como um nativo;


2. A procura de autenticidade e melhores locais;
3. Aumento da consciencialização sobre a sustentabilidade( sem plásticos, e com foco nas
mudanças climáticas);
4. Em busca do bem-estar nos seus destinos turísticos.

Raul (2010, p.98), considera que em países onde as infraestruturas básicas o ecoturismo
afigura-se em ser um projecto para o futuro na medida em que estes países precisam vencer
vários desafios como ; a capacidade de distribuição de bens fundamentais e outros recursos
necessários a sobrevivência das pessoas, assim como o acesso a água potável ,a segurança
alimentar, , os serviços de saúde e os de segurança pública precisam ser funcionais, assim como
a energia , assim como devem superar as diferenças entre certos extratos sociais ,como
resultado da má distribuição da renda , causando para uns a pobreza extrema.

O outro problema que o ecoturismo pode enfrentar para sua implementação em países
em vias de desenvolvimento está ligado ao facto dos modelos estruturados, utilizados por estes
não estarem de acordo com a realidade das populações e também com as dificuldades
económicas (LOPES, 2003, p.120).

Ainda sobre os desafios , importa frisar que, uma vez que este segmento do turismo
implica essencialmente na prática integrada de actividades diversificadas, que vão desde o
usufruto da natureza através de um passeio à prática de caminhadas, escalada, espeleologia,
orientação, passeios de bicicleta ou a cavalo, actividades aquáticas e subaquáticas, entre outras,
ao contacto com o ambiente rural e culturas locais, através da sua gastronomia e manifestações
30

etnográficas, rotas temáticas, nomeadamente históricas, arqueológicas e ou gastronómicas, e a


estada em casas tradicionais (Guerra, 2006). Aqui a questão da desminagem constitui num
desafio a resolvido por quem estiver interessado em aproveitar certas zonas de conservação
para a prática do ecoturismo.

Este segmento da indústria do turismo é muito importante para o desenvolvimento das


sociedade , da economia e do meio ambiente ,dado que assegura a sustentabilidade. segundo
Beni (2006, p.200) , caracteriza essas formas de sustentabilidade em categorias específicas:
sustentabilidade social ,cultural, social, económica e político-legal.

3.1.12 Enquadramento legal sobre a prática do ecoturismo

Em Angola a protecção do meio ambiente e dos espaços de conservação com


relevância turística encontra-se previstas os procedimento de controle e uso nos seguintes
diplomas legais vigentes.

Em primeira instância figura disposto do artigo 39ª da Constituição da República de


Angola CRA, que estabelecer a responsabilidade do estado para protecção do meio ambiente,
seguidamente temos a lei de base do ambiente LBA.

Raul (2010, p.42), consagra quatro tipos de instrumentos de protecção do ambiente:


formativos (educação ambiental); preventivos (áreas de protecção ambiental; avaliação de
impacto ambiental; licença ambiental), repressivos (auditorias; contravenções e crimes
ambientais); e reparatórios (responsabilidade civil e seguro ambiental).

A LBA deixa bem vincada uma das regras de ouro do Direito do Ambiente: autorização
prévia de qualquer actividade que possa causar impactos ambientais significativos. No
procedimento autorizativo, a Administração deverá incluir uma dimensão de avaliação de
riscos, sempre que o projecto apresentado sinalizar um impacto significativo para o ambiente
(LEI DE BASE DO AMBIENTE, Lei 9/04, de 9 de Novembro, artigo 27º)

Em razão da forte componente técnica das decisões ambientais porque nunca há risco
zero e a Administração, de acordo com as conclusões apuradas na avaliação de impacte, deverá
impor medidas de minimização de riscos decisivas para a viabilidade do projecto , o
procedimento de avaliação de impacto ambiental deverá culminar num parecer favorável ao
projecto, sob pena de o licenciamento ambiental ser inválido, como veio a determinar o artigo
13º do RAIA, em 2004.
31

Na verdade, as áreas de protecção pré-existem à LBA, na medida em que perduram


desde a época colonial (as categorias são: parque nacional, reserva natural integral, reserva
parcial e reserva especial). O artigo 14º/6 da LBA promove uma autêntica novação do instituto,
determinando a manutenção das existentes até reavaliação, e a Lei de terras (Lei 9/04, de 9 de
Novembro, artigo 27º.

Na verdade, as áreas de protecção pré-existem à LBA, na medida em que perduram


desde a época colonial (as categorias são: parque nacional, reserva natural integral, reserva
parcial e reserva especial). O artigo 14º/6 da LBA promove uma autêntica novação do instituto,
determinando a manutenção das existentes até reavaliação, e a Lei de terras Lei 9/04, de 9 de
Novembro, artigo 27º.

Directrizes básicas das leis ambientais:

1. Atingir na sua plenitude um desenvolvimento sustentável em todos os aspectos das


condições de vida no país.
2. Manter o equilíbrio entre a satisfação das necessidades básicas do cidadão e a
capacidade natural de resposta.
3. Garantia do mínimo possível impacto das acções necessárias para o desenvolvimento
dos pais, pela implementação, ordem territorial correcta e aplicação de técnicas e
tecnologias adequadas.
4. Prestar mais atenção a qualidade ambiental urbana através de aplicação eficiente de
administração local e municipal. Constituir, consolidar e fortaleceu uma rede, ambiental
protegida, de nada a assegurar a manutenção da biodiversidade, usando aquelas áreas
para educação ambiental e reacção das populações
5. Promover a aplicação de pesquisa e estudo cientifico em todos os domínios da ecologia,
usando a capacidade nacional, principalmente das universidades e institutos de
pesquisa.
6. Promover a aplicação de normas de qualidade ambiental em todos os serviços e sectores
produtivos, com base em normas internacionais adaptadas a realidade do país.
7. Assegurar a participação dos cidadãos, que impliquem o desequilíbrio social e
ambiental. Promover de acordo com outros sectores da vida nacional, a defesa do
consumidor. Estabelecer regras aplicáveis e de clareza em defesa do nosso património
natural, cultural, e social.
32

8. Proceder com reconstrução de áreas degradadas no território nacional. Articular acções


de defesa ambiental e incrementar ou aumentar a qualidade de vida das populações
regionais, com os países vizinhos.

Seguidamente, dentro do ordenamento jurídico angolano em matérias para protecao do


ambiente, a lei de terra , lei nº 9/04, de 9 de Novembro, é um instrumento que regula o
ordenamento do território de Angola através de procedimento e directrizes para uma utilização
adequada da terra. Estudo de Impacto Ambiental:

No artigo 6ª sobre a descrição do projecto relatório de Estudo de Impacto Ambiental:


Todas as alternativas tecnológicas e a localização do projecto, tendo em conta a probabilidade
do projecto não ser aprovado;

Identificação sistemática e Avaliação de Impacto Ambiental que tiver decorrido no


início das fases operacionais das actividades projectadas;

Definição do limite geográfico da área de projecto, directamente ou indirectamente


afectável pelo impacto, denominando as áreas de influência do projecto, levando em conta todas
as populações humana e de outros seres vivos e as bacias hidrográficas onde estão localizadas;

Consideração dos planos e programas governamentais e aqueles em andamento na área


de influência do projecto e suas compatibilidades; Outros elementos considerados relevantes,
pela particularidade ou natureza do projecto:

3.1.12.1 Auscultação Pública

Artigo 10º Os projectos cujas acções interfiram com os interesses da comunidade, com
o equilíbrio ecológico e o uso dos recursos naturais de que resulte a perda para terceiros, deve
ser submetida a um processo de avaliação de impacto social e ambiental, em que a consulta
pública é obrigatória.

A consulta pública inicia com a divulgação prévia de um resumo não técnico do Estudo
de Impacto Ambiental do qual consistem os efeitos mais importantes que o projecto pode gerar
no ambiente. Nomeadamente nos recursos de utilização naturais.

A divulgação dos elementos referidos anteriormente deve respeitar o sigilo industrial e


a observação dos instrumentos legais de formas a proteger os conhecimentos técnicos que não
estão patenteados. No âmbito das consultas públicas, as opiniões e considerações das
declarações apresentadas relacionadas com o projecto serão analisadas e tomadas em
consideração.
33

A consultoria pública deve realizar-se por um período não inferior a 5 dias, nem superior
a 10 dias, descritos no anexo do projecto. Findo prazo fixado para consulta pública é elaborado
nos oito (8) dias subsequentes. Um relatório programático especificando diligências efectuadas
a participação registrada e a conclusão a extrair. Os custos relativos a realização de consultas
públicas serão incluídos todas as despesas ao dono da obra.

Publicação da Decisão: Artigo 14ª decisão final sobre a análise de projectos sob o termo
deste artigo e o respectivo processo devem ser sujeitos à publicação, sem prejuízos às limitações
estabelecidas em lei . Em matérias de protecção das águas temos a lei de águas , embasada nos
“princípios de gestão de águas” de Angola, visa a implementação das seguintes políticas de
gestão pelos Ministérios competentes:

a) Garantir ao cidadão o acesso à água;


b) Assegurar o equilíbrio entre os recursos hídricos disponíveis e a demanda; c) Garantir
o uso das águas disponíveis;
c) Abastecer as populações de forma contínua e suficiente em água potável e para
satisfação das suas necessidades domesticas e de higiene;
d) Promover e regulamentar a utilização da água para fins agrícolas, pecuárias, industriais
e hidro-eléctricos;
e) Promover acções de pesquisa e uso eficiente dos recursos hídricos existentes; Regular
o lançamento de afluentes;
f) Salvaguardar a navegação, as actividades pesqueiras e a prática desportiva e a recreação
nos corpos de água.

3.2 Caracterização do Campo de Investigação

O presente capítulo faz a caracterização do Parque Nacional da Quiçama, foram


apresentados detalhadamente os aspectos relacionados com a área territorial, localização,
geográfica, fauna e flora.

3.2.1 Descrição do Parque Nacional da Quiçama

O Parque Nacional da Quissama é um parque nacional angolano, actualmente localizado


na província de Luanda. Ocupa uma área de 9.600 km².

O parque nacional da Quiçama é caracterizado por suas diversas paisagens. As savanas


de árvores impressionantes alternam com pastagens abertas. Tão variada quanto a vegetação,
tão rica é a biodiversidade. Além de elefantes, girafas, gnus, zebras, crocodilos, guepardas,
34

rinocerontes, hipopótamos, tartarugas marinhas, várias gazelas e espécies de macacos, também


existem espécies mais raras, como anão-búfalo (RAUL, 2010).

O parque nacional do Quissama foi estabelecido como reserva de caça em 1938 e


transformado em parque nacional em 1957. O Parque Nacional do Quissama foi gravemente
danificado durante os anos de guerra civil (RAUL, 2010).

A maioria das espécies (animais) nesta região foram quase erradicadas ou muito
minimizadas. Em 2001, os elefantes do Botswana e da África do Sul foram reassentados com
êxito e têm aumentado constantemente seus números desde então. Como resultado, a população
dos animais está se recuperando lentamente (RAUL, 2010).

O Parque Nacional da Kissama não é uma reserva privada, como é visto frequentemente
na Tanzânia ou na África do Sul. Os animais vivem lá livre e seguem seu próprio caminho.
Portanto, os avistamentos de espécies individuais não podem ser garantidas. Mas a flora e a
fauna, bem como a estrada de acesso, valem a viagem. Tire um dia de folga e experimente a
biodiversidade do país, não muito longe da capital (RAUL, 2010).

O Parque Nacional da Quiçama fica próximo a cidade de Luanda, a 71 km por estrada


e a 45 km em linha recta, a estrada está ligada a Barra do Cuanza por uma ponte dando passagem
todo o ano (Figura 1). Os limites geográficos do parque: 9º09’ a 10º23’ de latitude Sul, 13º09’
a 14º08’ de longitude Este. Tem uma área total de 9960 km2 com altitudes máximas de 265 m
e mínimas ao nível do mar.

3.2.2 Localização Geográfica

A 75 km a sul de Luanda, o Parque Nacional da Quissama tem uma área total de 9600
km². Os seus limites são, a norte o rio Cuanza, desde a sua foz até à Muxima; a sul o rio Longa,
entre a foz e a estrada de Mumbondo a Capolo; a oeste a linha da costa entre a foz dos rios
Cuanza e Longa; e a leste a estrada que vai da Muxima, Demba Chio, Mumbondo e Capolo até
ao rio Longa. O parque conta com um estabelecimento para visitantes, uma pousada e vários
bungalous.
35

Figura 1- Mapa de localização da Quiçama

Fonte: Raul (2010)

3.2.3 Flora

A vegetação varia muito das margens do Rio Cuanza para o interior do Parque, com
manguezais, mata densa, savana, árvores dispersas, cactos, imbondeiros e grandes zonas de
arvoredo.

A variedade de vegetação resulta numa fauna abundante e variada. Existem manatins-


africanos (Trichechus senegalensis), palancas vermelhas (Hippotragus equinus), talapoins
(Miopithecus talapoin) e tartarugas marinhas. Existe também uma grande variedade de aves.
36

3.2.3 Fauna

Diversidade nas espécies que podemos encontrar neste parque natural, desde elefantes,
girafas, bâmbis, leque, tartarugas, cobras, gnus, crocodilos, cabras-de-leque, hipopótamos,
zebras, manatins, aves diversas, esquilos, macacos, entre outros.

Figura 2 - A fauna da Quiçama

Fonte: Raul (2010)

3.2.4 Clima

Seguindo o sistema de classificação Koppen-Geiger, a Quiçama possui um Clima Semi-


Árido Quente (tipo BSh) que indica um clima definido por pouca precipitação; com 70% de
precipitação no Verão; e com uma temperatura média anual acima de 18 °C. O clima é regido
pelas influências combinadas da Corrente de Benguela; pelos pulsos da Zona de Convergência
Intertropical (ZCIT); o anticiclone do Atlântico Sul; e o Anticiclone do Botswana. A pulsação
do ZCIT traz a chuva como dois picos rasos no Verão, com um curto período seco a meio do
Verão (RAUL, 2010).

Os verões são quentes e húmidos, com a humidade relativa média às 08h00 de 80%,
durante a maior parte do ano, devido à influência dos ventos terrestres do Atlântico fresco. O
orvalho pesado é verificado até mesmo durante o Inverno, quando os céus cinzentos e nebulosos
- o cacimbo - são uma característica da costa angolana. Os cacimbos são suaves e secos. A
37

precipitação média anual é de ca. 350 a ca. 400 mm, aumentando para oeste a partir da costa.
Apesar desta aridez, a neblina costeira é responsável pela densa cobertura de líquenes - Rocella
e Usnea – nas brácteas e troncos secos das comunidades lenhosa

3.2.5 Topografia de Relevo, Geologia e Solos

O Parque Nacional da Quiçama, de 996 000 há de extensão, encontra-se inteiramente


dentro da Bacia Sedimentar do Cuanza, compreendendo uma plataforma costeira que se eleva
de praias estreitas e falésias marinhas íngremes, 275 m acima do nível do mar em Muxito, a sul
da Muxima.

A Quiçama é caracterizada por seis paisagens que se fundem:

• A costa Atlântica, ladeada por praias estreitas e altas falésias;


• As várzeas dos rios Cuanza e Longa;
• As escarpas norte e nordeste;
• Um planalto arenoso suavemente graduado, que se estende ao longo da metade ocidental
do parque de norte a sul e de 80 a 275 m
• Colinas ondulantes de solos negros de algodão até o sul do rio Cuanza, delimitando o
rio Mengueje, e até ao norte do rio Longa;
• O interior oriental coberto por floresta seca formando um cordão ao longo da fronteira
leste do parque.

A maior parte da peneplanície costeira (Platô de Luanda) das areias vermelhas do


Pleistoceno, fica entre 80 e 200 m, com colinas separadas pelas bacias de drenagem dos rios
Cuanza e Longa e vários córregos efémeros como o Nascimento (que desagua no rio Cuanza),
o Omba (que desagua no Rio Longa), o Perdizes, o Sangano, o Menguege e o Bembeje (que
desaguam no Atlântico). O levantamento tectónico é responsável por falésias costeiras
ascendendo verticalmente até mais de 100 m em Cabo Ledo e no Cabo de São Braz, onde são
cobertas por exposições de calcário Terciário Tardio. Uma escarpa abrupta reveste o planalto
norte da Quiçama, conforme exposto no Acampamento do Cáua - revelando o calcário Terciário
inicial subjacente e o calcário Cretáceo tardio, margas não consolidadas e sedimentos argilosos
(RAUL, 2010).

Os solos formados a partir desses substratos são comuns à extensa plataforma costeira
da Bacia do Cuanza, estendendo-se de Porto Amboim ao Rio Bengo. Os rios Cuanza e Longa
possuem amplas várzeas de solos aluviais. Os planaltos são cobertos por areias pleistocénicas
não estruturadas de cores amarela, laranja e vermelho vivo (terras de musseque); escarpas,
38

colinas e vales em erosão expõem os sedimentos argilosos e margas do Oligo-Mioceno. Com a


presença de solos de algodão preto, que são geralmente argilosos, profundos e impermeáveis
(RAUL, 2010).

Esses solos expandem-se e tornam-se pegajosos durante a estação chuvosa e contraem-


se durante a estação seca, causando rachaduras profundas no solo (terras de catete); e o calcário
Cretáceo produz margas e cascalhos calcários bem estruturados com concreções e nódulos de
carbonato de cálcio e gesso (solos de calcários pardos). O calcário Cretáceo também ocorre
como uma faixa que vai do Norte de Capolo até à Muxima, onde ocorrem afloramentos locais
de fino talco branco (RAUL, 2010).

3.2.6 Hidrologia

Entre os rios Cuanza e o Longa, há muito pouca água superficial natural. A Quiçama
permaneceu livre de colonização, até ao início do século XX, altura em que ocorreram pequenas
invasões de fazendeiros ao longo da costa e de plantadores de cana-de-açúcar ao longo do
Cuanza.. O interesse colonial relativamente a Quiçama era fraco pois havia uma falta de fontes
fiáveis e permanentes de água potável na maior parte da paisagem, que fez com que, em 1938,
se tornasse uma Reserva de Caça e, em 1957, um Parque Nacional. As fazendas de gado da
Pecuária da Barra do Cuanza (PBC) bombearam a água do sul do Cuanza para as suas estações
de gado ao longo da costa, em Sangano e Cabo Ledo, e para o norte desde o Longa até as
estações em direcção ao Cabo de São Braz. Eles também construíram represas de terra
(chimpacas) em Sangano e em alguns outros córregos intermitentes. No interior, aldeias muito
pequenas em Cassebo, Quindembele, Mucolo, Galinda, entre outras, dependiam da água de
pequenas charcas, de córregos intermitentes em Pitchi, Gunza Demba e outros locais remotos
(RAUL, 2010).

Quanto ao resto, Quiçama foi e continua a ser essencialmente um deserto delimitado por
dois rios abundantes - o Cuanza.
39

Figura 3 - O abundante rio Longa que forma o limite Sul do Parque Nacional.

Fonte: Raul (2010).


40

CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO

No presente capítulo apresentaremos os dados colectados diante da entrevista que


mantemos com um alto funcionário do parque em estudo, que nos forneceu dados com vista a
se fazer a devida analise da Utilização do Parque Nacional da Quiçama para a Prática do Eco-
Turimso.

3.1 Dados do inquirido

IDADE GÊNERO FORMAÇÃO CARGO TEMPO DE


ACADÊMICA SERVIÇO

55 M Marketing Director de 13 anos


Marketing

3.2 Opinião do inquerido sobre a analise que faz do eco-turismo e a utilização do


parque nacional da Quiçama sobre o ponto de vista turístico social e ambiental.

Para se obter dados mais extensivos, sobre o eco-turismo e a utilização do parque


nacional da Quiçama sobre o ponto de vista turístico social e ambiental. O processo de recolha
de dados foi realizado, por meio de uma entrevista, feita a partir de 9 perguntas abertas.

A entrevista realizada com um funcionário sênior do Parque Nacional da Quiçama, onde


lhe foi feita as seguintes perguntas:

Na primeira questão, procurou-se saber, a como está o nível do eco-turismo em


Angola.

Entrevistado: Falando em turismo no seu geral, e não apenas o eco-turismo, temos


aqui dois segmentos claros. O primeiro são os residentes de Angola que gostam de sair para
fins de semana, por obrigações laborais limitados a 2 ou 3 dias. Por norma este segmento
procura mais visitas ao Parque Nacional da Quissama, Quedas de Kalandula, Pedras de Pungo
a Ndogo, Barra do Kwanza e Outros sítios, porém é de notar cada vez Mais a procura de outros
destinos para passar férias, como o Lubango, Namibe e Beguela.

Entre muitos sítios nunca visitados que Angola oferece para a Aventura Africana, o
turista tem alguns lugares tais como as Cachoeiras ou a as magníficas quedas de água de Serra
da Leba perto da Huila, e milhares de quilómetros de praias inexploradas e matas virgens.
41

Na segunda questão, procurou-se saber, sobre o caracteriza o Parque Nacional da


Quiçama.

Entrevistado: O Parque Nacional da Quiçama, ou Kissama, está situado na costa oeste


de Luanda. O parque consiste numa savana litoral com imbondeiros, prados e mangais. O rio
Cuanza situa-se a norte. O rio Longa situa-se a sul. Após a Guerra Civil Angolana, foi
desenvolvido um programa de reintrodução da vida selvagem que acrescentou elefantes, girafas
e zebras às tartarugas marinhas e à extensa avifauna do parque. A principal base para safaris é
o Acampamento do Kawa.

Na terceira questão, procurou-se entender, as potencialidades do Parque Nacional


da Quiçama para o exercício do eco-turismo

Entrevistado: A Quiçama é um parque com inúmeras potencialidades para a prática


do eco-turimos, pois o mesmo está equipado com instalações e tem varias actividades
relacionadas com o eco-turismo.

E recentemente existem animais que têm sido reassentados no Parque Nacional da


Quissama, com projetos que têm mostrado resultado. Dessa maneira, o visitante pode ter maior
sorte de encontrar espécies como elefantes.

Na quarta questão, procurou-se perceber se o parque Nacional da Quiçama tem


recebido muitos turistas para o ecoturismo.

Entrevistado: Sim tem recebido muitos turisto, isto porque o Parque Nacional da
Quissama é um dos principais locais de visitação natural em todo território angolano. Este
parque tem uma grande variedade de paisagens e de espécies de animais e de plantas. Com toda
essa biodiversidade, realizar um safari na Quiçama é algo que atrai a muitos turistas.

Na quinta questão, procurou-se entender, quais são as actividades de eco-turismo


que os visitantes podem encontrar no Parque Nacional da Quiçama.

Entrevistado: O parque nacional da Quiçama é um lugar ideal para o exercício do eco-


turismo, as suas infraestruturas têm ao dispor dos visitantes um roteiro turístico que permite
observara vários animais, e ainda usufruir de paisagens naturais imponentes.

O que corrobora com os pensamentos de Aragão (2010), que afirma que o ecoturismo é
uma actividade que se encontra em expansão em Áfroca, dada a riqueza ecológica. Os
elementos naturais despertam a curiosidade das pessoas e acabam por motivá-las a praticar
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algumas das actividades ecoturísticas, que são variadas e, ao mesmo tempo em que
proporcionam prazer ao turista, proporcionam uma interação com os aspectos naturais.

Na sexta questão, procurou-se descrever de que forma o eco-turismo ajuda na


conservação ambiental da fauna e da flora no Parque Nacional da Quiçama.

Entrevistado: O eco-turismo é de suma importância para a conservação ambiental da


flora e fauna da Quiçama, pois a mesma promove visitação sustentável de patrimônios naturais,
promove consciência ambiental. O eco-turismo promove um turismo sustentável se agredir a
natureza, sem modificar a natureza. O que vai de encontro com Oliveira (2006), que considera
a conservação da natureza tem enorme potencial de desenvolvimento socioeconômico, sendo o
eco-turismo uma das actividades com maior capacidade de proteção ao meio ambiente e
geração de renda e empregos.

A busca por contato com a natureza e a visitação de espaços naturais sempre foi de
grande importância para a humanidade. A indústria do turismo busca se apropriar do desejo
humano de contato com paisagens extraordinárias e, em última análise, com a natureza, como
motor econômico. A forma que esta exploração econômica se dá é determinante para a
sustentabilidade das próprias paisagens e atributos naturais (OLIVEIRA, 2006).

Na setima questão, procurou-se avaliar como o ecoturismo ajuda a minimizar as


consequências negativas associadas à presença dos turistas no Parque Nacional da
Quiçama.

Entrevistado: O eco-turismo além de proporcionar descanso, o turismo ecológico


também pode colaborar com a conservação do meio ambiente, isto por meio de um turismo
sustentável e consciente, que não agride a natureza.

Segundo Lopes (2003), o ecoturismo é capaz de estreitar os laços do homem com a


natureza, desde que seja realizada de acordo com alguns critérios. É fundamental que as
empresas que promovem o ecoturismo se comprometam a tomar medidas para que sua actuação
não desrespeite as comunidades locais, as condições naturais e nem danifique a natureza.

Na oitava questão, procurou-se compreender de que forma o Estado tem


incentivado a prática do ecoturismo com vista a conservação dos recursos naturais do
parque?

Entrevistado: Diante da crise econômica que Angola vive o Governo viu-se obrigado
a divertia a economia, nesta senda o turismo aparece como uma forma de promover a
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empregabilidade, educação e receitas para os cofres do Estado, e sendo o eco-turismo em


segmento do turismo está em voga na actualidade, pois o turista actual é mais consistente e
procura um turismo sustentável que não agride a natureza.

Para alavancar este sector o Estado Angolano lançou o Plano Nacional do Turismo de
Angola, um documento estratégico para o fomento do turismo, reconhece quatro polos de
desenvolvimento do turismo e dois deles estão associados ao fomento do ecoturismo, sendo
assim o Parque da Quiçama tem se beneficiado das políticas Governamentais para alavancar
este sector, politicas estás que envolvem financiamento de programas do parque.

A caracterização do país nos permite entender que as autoridades angolanas consideram


pertinente o turismo e o seu impacto no desenvolvimento social e económico. O país reúne
informção necessária para desenvolver de forma sustentável o turismo.

A nona questão, procurou-se analisar o impacto socioeconómico do eco-turismo a


nível local.

Entrevistado: O desenvolvimento do eco-turismo em Angola pode contribuir para a


diversificação da economia. O eco-turismo tem impactos econômicos positivos. Há um
aumento das receitas de quase todos os tipos de serviços, com um incremento direto na renda
dos habitantes. Há geração de empregos em todos os setores de serviços relacionados. Em
decorrência da própria actividade turística ocorre uma elevação do nível cultural da população.

Em consequência da geração de empregos, muitos com algum tipo de treinamento


específico, ocorre a elevação no nível de preparo profissional das populações. Em geral também
se manifesta uma expansão na construção civil (hotéis, restaurantes, posadas e até mesmo
conjuntos habitacionais, para abrigar as populações de trabalhadores ou o fluxo de turistas que
deseja uma segunda residência de veraneio, etc.

Pequenos negócios artesanais, com frequência, acabam se transformando em pequenas


indústrias locais, trazendo industrialização básica para a economia regional. Tudo isto gera
modificações positivas da estrutura econômica e social local ou regional. As cidades que
concentram actividades de eco-turismo funcionam como pólos de migração, atraindo
populações que buscam oportunidades de trabalho.

O que corrobora com Campo (2005), que afirma que a actividade turística tem
apresentado impactos de diversos tipos em relação às comunidades, às pessoas e aos lugares
explorados. Os impactos positivos, no campo social e económico, são: Geração de emprego e
renda, a actividade turística absorve a mão-de-obra gerando empregos e consequentemente o
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aumento da renda da comunidade.; Geração de divisas, os gastos gerados por esta actividade
podem ser assim classificados: primários - são os gastos efetuados pelos turistas estrangeiros
no destino receptor; e aumento na oferta de emprego e absorção da mulher no mercado de
trabalho.
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CAPÍTULO V –CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Quiçama é um parque com inúmeras potencialidades para a prática do eco-turimos,


pois o mesmo está equipado com instalações e tem varias actividades relacionadas com o eco-
turismo.

O parque nacional da Quiçama é um lugar ideal para o exercício do eco-turismo, as suas


infraestruturas têm ao dispor dos visitantes um roteiro turístico que permite observara vários
animais, e ainda usufruir de paisagens naturais imponentes.

O eco-turismo é de suma importância para a conservação ambiental da flora e fauna da


Quiçama, pois a mesma promove visitação sustentável de patrimônios naturais, promove
consciência ambiental.

O desenvolvimento do eco-turismo em Angola pode contribuir para a diversificação da


economia. O eco-turismo tem impactos econômicos positivos. Há um aumento das receitas de
quase todos os tipos de serviços, com um incremento direto na renda dos habitantes. Há geração
de empregos em todos os setores de serviços relacionados. Em decorrência da própria
actividade turística ocorre uma elevação do nível cultural da população.Dessa forma, o trabalho
teve como objectivo principal uma análise do Ecoturismo e a utilização do Parque Nacional da
Quiçama sob o ponto de vista turístico, social e ambiental por ser uma área de preservação.

Portanto, pôde-se constatar que o Parque Nacional da Quiçama tem as características


naturais para tornar-se uma importante atração turística se cuidar da sua sustentabilidade e
implantar um projeto de manejo que controle a utilização do seu espaço sem devastar a principal
riqueza do ambiente natural que todos apreciam.

Não existe ainda, ali, uma estrutura de receptivo e acompanhamento por monitores e
guias locais treinados que proporcionem visitas mais proveitosas. Além disso, ainda não há
atendimento de primeiros socorros em caso de eventual acidente. Do modo como a visitação
ocorre hoje, compromete-se a potencialidade e a imagem do atrativo para o futuro. Daí a
importância de se criar um conceito de responsabilidade e cuidado, tendo em vista que existe,
segundo seus administradores, a intenção de melhorar os serviços actualmente disponíveis e
reativar uma infra-estrutura de hospedagem na forma de pousada que no momento encontra-se
desativada.

Percebe-se ainda que os freqüentadores do Parque Nacional da Quiçama não têm uma
consciência ecológica. Em sua maioria, visitam o lugar apenas para fugir do ambiente urbano
e do stress do dia a dia. Não há um projeto de educação ambiental para integrar os usuários,
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nem uma proposta de planejamento para melhorar a infraestrutura do lugar como forma de
embasar uma divulgação do local, evidenciando-o como uma alternativa de lazer cultural e
entretenimento popular focado na preservação ambiental.

No Parque Nacional da Quiçama, o que se observa, é a falta do comprometimento com


a causa ecológica e com os conceitos mais simples de conservação ambiental. Os usuários desta
área preservada deveriam ter consciência e iniciativas de transformação do lugar em modelo
de ecoturismo.

Sendo assim, apesar da inexistência do turismo sustentável no Parque Nacional da


Quiçama, o Ecoturismo, se bem planejado, poderá ser uma alternativa de incentivo e
conscientização dos usuários e funcionários, por meio de ações que minimizem os impactos
adversos ao solo e à vegetação, à água e ao ar. Serão necessários, para tanto, estudos e projetos
elaborados por profissionais capacitados e qualificados.

O Parque Nacional da Quiçama poderá ter, futuramente, um programa de


desenvolvimento sustentável, que envolva as comunidades locais, melhorando sua qualidade
de vida. Esse programa poderá contribuir com a elevação do conhecimento ambiental e do nível
cultural garantindo a proteção dos recursos naturais sob sua responsabilidade e preservando-os
para que as futuras gerações possam desfrutá-los com qualidade e dedicação, assegurando-se
assim, o bem-estar de todos.

Durante a pesquisa, houve algumas dificuldades em encontrar materiais bibliográficos


a respeito do Parque Nacional da Quiçama, como também profissionais capacitados para
informações desta área.

Com a análise realizada, este trabalho pode ser considerado uma fonte de coleta de dados
da área do Parque Nacional da Quiçama, contribuindo para pesquisas futuras sobre o incentivo
da conservação e proteção em áreas naturais. A natureza “agradecerá”, retribuindo com beleza,
pureza, proporcionando satisfação e alegria.

Tendo como base o conteúdo discutido, pode-se considerar que o parque nacional da
Quiçama apresenta características do ecoturismo, uma vez que há possibilidade de práticas de
caminhadas, além de banhos nas águas do rio. Na localidade, a natureza propicia o contacto do
ecoturista com a diversidade da fauna e flora, com as belezas das águas e principalmente insere-
o no contexto ético e ambiental tão discutido nos dias de hoje.
47

PERSPECTIVAS FUTURAS

Realizada a análise da utilização do Parque Nacional da Quiçama para a prática do eco-


turismo, sugere-se que:

• Que as autoridades governamentais, criem mecanismos com vista a incentivar a prática


do eco-turismo, de maneira a se proporcionar um turismo consciente;
• Que se invista na educação ambiental dos turistas, de maneira a terem a consciência do
perigo de um turismo irresponsável;
• Que Parque Nacional da Quiçama invista em mais actividades e programas de
ecoturismo de maneira a se captar mais turistas para este segmento;
• Que haja estudos a nível local de maneira a se determinar o impacto socioeconômico e
ambiental do eco-turismo.
48

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50

APÊNDICE
51

Apêndice 1

ROTEIRO DE ENTREVISTA
O inquérito tem por objectivo recolher informações para a elaboração da monografia com o
tema “Análise da utilização do Parque Nacional da Quiçama para a prática do eco-turismo”.
Inquérito realizado pela estudante Lorena Beatriz Diogo António, curso de Turismo, Gestão
hoteleira e animação pela Universidade Metodista de Angola

1- Como está o nível do eco-turismo em Angola?

2- Como caracterizas o Parque Nacional da Quiçama?

3- Qual é a potencialidade do Parque Nacional da Quiçama para o exercício do eco-turismo?

4- O parque Nacional da Quiçama tem recebido muitos turistas para o eco-turismo?

5- Quais são as actividades de eco-turismo que os visitantes podem encontrar no Parque


Nacional da Quiçama?

6- De que forma o eco-turismo ajuda na conservação ambiental da fauna e da flora no Parque


Nacional da Quiçama?

7- Como o ecoturismo ajuda a minimizar as consequências negativas associadas à presença dos


turistas no Parque Nacional da Quiçama?

8- De que forma o Estado tem incentivado a prática do ecoturismo com vista a conservação dos
recursos naturais do parque?

9- Quais são as estratégias adoptada pelo Parque Nacional da Quiçama com vista a atrair os
turistas para a prática do eco-turismo?

10- Qual é o impacto socioeconómico do eco-turismo a nível local?


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ANEXOS
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Anexos 1

Figura 4 - Parque Nacional da Quiçama

Figura 5- “Eco Tur” na Quiçama

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