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Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude

Departamento das Engenharias e Ciências Exactas

Pré-projecto de Fim de Curso de Licenciatura em Engenharia de Recursos Naturais e


Ambiente.

Realizado por: Indira Cabral

TEMA:

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO DOS


PROFISSIONAIS DO TURISMO.

Caso de Estudo: Escola Superior de Hotelaria e Turismo


(ESHOTUR)

Orientador: Prof. MSc. Manuel Diaz

Nº do registro:
Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude

Departamento das Engenharia e Ciências Exactas.

Ttrabalho de Fim de Curso de Licenciatura em Engenharia em Recursos Naturais e


Ambiente

TEMA:

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO DOS


PROFISSIONAIS DO TURISMO.

Caso de Estudo: Escola Superior de Hotelaria e Turismo


(ESHOTUR)

Apresentado por: Indira Cabral

Orientador: Prof. Manuel Diaz

Luanda 2019
DEDICATÓRIA

“Dedico este projecto a pessoa mais importante da minha vida, a minha mãe que muito
vem contribuída para a minha formação dando conselhos, amor e apoio incondicional”

i
AGRADECIMENTOS

Ao todo Poderoso Deus por estar comigo em todos os momentos difíceis, iluminado
meu caminho colocando na minha vida pessoas que me conduziram ao sucesso.

A minha mãe e ao meu pai pelo amor incondicional, paciência e seus conselhos e por
nunca duvidarem do meu potencial.

Ao meu Orientador pelo incentivo e paciência e pela sua colaboração com seus
conselhos e motivação.

Aos meus amigos pela ajuda e atenção que me foi prestada durante a elaboração do
meu trabalho.

Ao Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude, em especial aos professores


e colegas que muito contribuíram para a minha formação.

ii
RESUMO

O turismo se constitui uma actividade de grande impacto, nos quais se incluem os


ambientais. A partir da compreensão que a atividade turística depende do meio ambiente e
diante da característica multidisciplinar do turismo, observa-se a necessidade do enfoque
ambiental ser incorporado na formação profissional do turismólogo, nos cursos de
bacharelado.

A educação ambiental torna-se um componente que contribui para a reflexão e a


mudança de comportamentos individuais e coletivos em torno do tema. Nesse sentido,
destaca-se a atuação e a responsabilidade socio ambiental das Instituições de Ensino
Superior na construção e no desenvolvimento não somente na educação formal acadêmica,
mas também na continuidade da formação daqueles que já são profissionais, para a
sensibilização de todos os indivíduos com a questão ambiental.

Em Angola, cerca de 60 % dos empreendimentos hoteleiros, estão em Luanda, ficando


apenas 40 % para as restantes 17 províncias. O sector dispõe de 28 462 quartos, dos quais 14
088 são quartos de hotel e 14 374 são de outros tipos de alojamentos. Ainda que existem
235 hotéis, 1 771 empreendimentos hoteleiros, 5 829 restaurantes e similares, bem como
317 agências de viagens.

As principais dificuldades do turismo em Angola apontam: a carência e a fragilidade


de infraestructura e acessibilidades, o deficit de produção interna e dependência das
importações e a escassez de equipamentos hoteleiros, oferta complementar; formação e
qualificação da força de trabalho, incluindo dos gestores.

Diante da legislação vigente e da demanda do mercado globalizado, considera- se


relevante discutir a educação ambiental relacionada a formação profissional do turismólogo,
para que o mesmo tenha domínio das prácticas ambientais no exercício responsável de sua
profissão.

Palavras-chave: Turismo, Educação Ambiental, Formação profissional em


Turismo.

iii
ABSTRACT

Tourism is a major impact activity, which includes environmental impacts. Based on


the understanding that tourism activity depends on the environment and the multidisciplinary
characteristic of tourism, it is observed the need of the environmental focus to be
incorporated in the professional training of the tourist in the baccalaureate courses.

The environmental education becomes a component that contributes to the reflection


and the change of individual and collective behaviors around the theme. In this sense, the
performance and social-environmental responsibility of Higher Education Institutions in
building and developing not only in formal academic education, but also in the continuity of
the training of those who are already professionals, to raise awareness of all individuals with
the environmental issue.

In Angola, about 60% of hotel developments are in Luanda, with only 40% remaining
in the remaining 17 provinces. The sector has 28 462 rooms, of which 14 088 are hotel
rooms and 14 374 are other types of accommodation. Although there are 235 hotels, 1 771
hotel developments, 5 829 restaurants and the like, as well as
317 travel agencies. The main difficulties are tourism in Angola: the lack of infrastructure
and accessibility, the lack of internal production and dependence on imports and the scarcity
of hotel equipment, a complementary offer; training and qualification of the workforce,
including managers.

Given the current legislation and the demand of the globalized market, it is considered
relevant to discuss the environmental education related to the professional training of the
tourist, so that it has a mastery of environmental practices in the responsible exercise of their
profession

Keywords: Tourism, Environmental Education, Professional Training in


Tourism.

iv
INDICE DE TABELAS

Tabela 1: Número de estudantes por género do grupo amostral do curso de Gestão Turística
.............................................................................................................................56
Tabela 2: Análise de frequência de idade dos estudantes pesquisados…............................57
Tabela 3: Tabela de frequência sobre realização de estágio e trabalho na área
do curso prospectado........................................................................................57
Tabela 4: Tabela de frequência sobre curso ou treinamento sobre meio ambiente e
suficiência da abordagem sobre as questões ambientais
no curso para aplicação no mercado de trabalho..............................................58
Tabela 5: Análise do levantamento dos hábitos domésticos relativos a sustentabilidade...60
Tabela 6: Análise do levantamento dos hábitos quotidianos relativos
a sustentabilidade através de estatísticas descriptivas........................................61
Tabela 7: Análise do levantamento dos hábitos quotidianos relativos
a sustentabilidade através de estatísticas descriptivas.......................................61
Tabela 8: Análise do levantamento dos hábitos de locomoção quotidianos
com relação a sustentabilidade através de estatísticas descriptivas....................62
Tabela 9: Análise do levantamento dos hábitos de consumo relativos
a sustentabilidade através de estatísticas descriptivas.......................................63
Tabela 10: Análise do levantamento das práticas da universidade relativas à
sustentabilidade através de estatísticas descritivas. (Análise de frequência do
Constructo PU).................................................................................................64
Tabela 11: Análise do entendimento da responsabilidade em relação a
sustentabilidade entre governo e empresa,.......................................................65
Tabela 12: Análise do entendimento da responsabilidade em relação
a sustentabilidade entre governo e empresa....................................................66
Tabela 13: Análise do entendimento da responsabilidade profissional em
relação a sustentabilidade...............................................................................67
Tabela 14: Análise de frequência do entendimento da participação da
população em relação a sustentabilidade.........................................................67
Tabela 15: Análise do entendimento pessoal de questões relacionada

v
à sustentabilidade,..............................................................................................69
Tabela 16: Distribuição das disciplinas do curso de Gestão Turística.................................72

vi
INDICE DE GRÁFICOS E FIGURAS

Figura 1- Fluxograma do Método de Pesquisa.......................................................................52

Figura 2- Mapa e foto satelital do local da pesquisa..............................................................53

Gráfico 1: Alunos do grupo amostral, por género..................................................................56

Gráfico 2: Gráfico demonstrativo da distribuição amostral de alunos por faixa etária......57

vii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EA-. Educação Ambiental

EA-. Educação Ambiental

DS-. Desenvolvimento sustentável

PT.- Profissional do turismo

ES.- Entendimento em Relação a Sustentabilidade PU-.

Práticas da Universidade.

HS Hábitos em Relação a Sustentabilidade FPT-.

Formação dos profissionais do turismo MA-.

Meio ambiente

OMT-. Organização Mundial do Turismo FPT-.

Formação do profissional Turismólogo UAN-.

Universidade Agostinho Neto

ONU.- Organização das Nações Unidas

viii
ÍNDICE
Dedicatória............................................................................................................................i
Agradecimentos...................................................................................................................ii
Resumo...............................................................................................................................iii
Abstract...............................................................................................................................vi
Lista de tabelas....................................................................................................................vi
Lista de gráficos e figuras..................................................................................................vii
Lista de abreviaturas e siglas............................................................................................viii
Índice...................................................................................................................................ix
INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
Problematização da pesquisa...............................................................................................3
Hipótese...............................................................................................................................4
Objectivos............................................................................................................................5
Objectivo geral.....................................................................................................................5
Objectivos específicos..........................................................................................................5
Justificativa..........................................................................................................................6
Estructura do trabalho..........................................................................................................7
Limitação.............................................................................................................................8
Delimitação..........................................................................................................................8
CAPÍTULI I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................9
1.1. Conceitos e definições................................................................................................9
1.2. Os principais factos da EA a nível mundial..............................................................13
1.3. Análise da história da educação ambiental em Angola............................................17
1.4. O Turismo em Angola..............................................................................................21
1.5. Legislação Ambiental e do Turismo de Angola.......................................................22
1.5.1. Regulamentação da actividade turística em Angola.......................................24
1.6. Planos e programas do desenvolvimento do turismo em Angola.............................25
1.7. Formação do profissional.........................................................................................27
1.8. A educação Ambiental na formação dos profissionais do Turismo
em Angola.................................................................................................................29
CAPÍTULI II. METODOLOGIA DA PESQUISA..............................................................31

ix
2.1. Metodologia Aplicada..............................................................................................31
2.2. Local da pesquisa.....................................................................................................32
2.3. Tipo de Pesquisa......................................................................................................32
2.4. Instrumentos de coleta de dados..............................................................................32
2.5. População e amostra................................................................................................33
2.6. Análise dos dados.....................................................................................................33
CAPÍTULO III. ANÁLISE E DISCUSÃO DOS RESULTADOS.....................................34
3.1. Conhecendo a População Pesquisada........................................................................34
3.1.2. Análise dos Hábitos em Relação a Sustentabilidade (HS)..............................38
3.1.3. Análise das Práticas da Universidade (PU).....................................................42
3.1.4. Análise do Entendimento em Relação a Sustentabilidade (ES)......................44
3.2. Análises da Educação Ambiental na formação dos estudantes da ESHOTUR através
do Currículo do Curso de Gestão Turística..............................................................49
3.2.1. Esferas de Actuação Profissional do graduado do Curso de
Gestão Turística..............................................................................................49
3.2.2. Currículo do curso de Gestão Turística..........................................................50
CONCLUSÕES...................................................................................................................53
RECOMEDAÇÃOES..........................................................................................................54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................55
APÉNDICES........................................................................................................................57
ANEXOS.............................................................................................................................62

x
INTRODUÇÃO

O presente tema debruça-se sobre a Educação Ambiental (EA) na formação dos


profissionais do turismo (FPT), visando o respeito ao meio ambiente (MA) e principalmente
ao comprometimento ético-ambiental para garantir melhor qualidade de vida.

O envolvimento e participação de todos é fundamental para a elaboração de estratégias


que podem amenizar possíveis soluções de impactos e é um instrumento de auxílio a
preservação ambiental, bem como é importante a compreensão da Educação Ambiental no
currículo do profissional do turismo (PT) para proteger o ambiente na comunidade local, no
município, no país e no mundo.

As constantes e aceleradas transformações pelas quais o mundo passa têm afectado


significativamente o ambiente, essas transformações provocadas pelo modelo de
desenvolvimento da economia e interesse pelo turismo estão a surtir efeitos positivos e vêm
despertando a consciência de um número cada vez maior de pessoas, por isso, há que
proporcionar experiências que possibilitem colocar as pessoas em contacto directo com o
mundo e sensibilizá-las para o ecossistema que as envolvem; retratar a importância do
ambiente para a saúde e o bem-estar do ser humano e para o exercício da cidadania; avaliar o
desenvolvimento econômico aliado à degradação ambiental e a qualidade de vida, e
desenvolver no educando o valor ético-social diante dos problemas ambientais que serve
como base para um desenvolvimento sustentável (DS).

Até 1975, Angola havia desenvolvido certa tradição turística que sucessivamente foi
cancelada pela guerra. O turismo, como outras riquezas de país, é ainda somente um factor
“potencial”, mas certamente o pais oferece muitas oportunidades nesse sentido, graças a seu
território vasto e extremamente variado do ponto de vista climático, agrícola e paisagístico.

Dentre as principais dificuldades do turismo em Angola está a formação e qualificação


da força de trabalho, incluindo dos gestores.

1
As Instituições de Ensino Superior, nesse sentido, possuem importantes responsabilidades
com relação à formação profissional, produção do conhecimento e capacitação de recursos
humanos, ao educar para o desenvolvimento sustentável.
Angola tem de aumentar o financiamento para melhorar e aumentar a oferta formativa
nas instituições de ensino superior e de formação profissional nas áreas da hotelaria e turismo.
Deve-se apontar a formação de profissionais com um perfil adequado, capazes de um bom
desempenho, razão pela qual é necessário existir uma ligação entre a teoria e a prática durante
a formação,

Entre as Instituições mais competente que ministram a formação dos profissionais nesta
área, está a Escola Superior de Hotelaria e Turismo (Eshotur), a qual existe desde 2014 e não
é autónoma, é uma unidade orgânica da Universidade Agostinho Neto (UAN); com docentes
angolanos e cubanos;

O presente trabalho pretende contribuir a análises da formação dos profissionais em


Hotelaria e Turismo na temática meio ambiental.

2
PROBLEMATIZAÇÃO DA PESQUISA

O desenvolvimento do turismo num país precisa de regulamentações e conhecimentos


para a sua gestão e bons resultados. Em Angola, o turismo é uma das alternativas para a
diversificação da economia e o sucesso vai depender do grau de integração com os aspectos
ambientais associados a ele.

Assim colocamos as seguintes questões:

Os estudantes da especialidade de turismo da ESHOTUR, precisam de educação


ambiental para o seu desempenho como profissionais do sector?

A Eshotur dispõe no seu programa de ensino, disciplinas para a Educação Ambiental?

3
HIPOTESE

H1-. Nos programas de ensino existem disciplinas que contribuem para a EA dos
futuros profissionais de turismo, mais não são suficientes nem estão devidamente
estruturadas.

H2-. Os estudantes da ESHOTUR precisam de uma sólida educação ambiental na sua


formação como profissionais do turismo.

4
OBJECTIVOS

Objetivo geral

Verificar se a Faculdade ESHOTUR tem nos programas de ensino as disciplinas que


contribuem a educação Ambiental de seus estudantes e a importância desse conhecimento no
desempenho profissional dos mesmos.

Objetivos Específicos

1. Descrever os programas de ensino da ESHOTUR.


2. Realizar um estudo da percepção dos estudantes de ESHOTUR da problemática
ambiental e a sustentabilidade.
3. Analisar as disciplinas que contribuem a Educação Ambiental dos estudantes.
4. Propor recomendações para a melhoria da Educação Ambiental dos
estudantes da ESHOTUR.

5
JUSTIFICATIVA

Descrever a importância da implementação de programas de Educação


Ambiental no ensino superior é de grande valia para o desenvolvimento da sociedade, criar
projectos com intuito de educar comunidades, procurando sensibilizá-las para as questões
ambientais e mobilizar para a modificação de atitude nocivas e apropriadas posturas
benévolas ao equilíbrio ambiental.

Segundo Curie, “as crianças de hoje precisam desenvolver atitudes ambientais


básicas durante a sua permanência na escola para futuramente poder contribuir de forma
consciente para a melhoria da nossa aldeia global como adultos, cidadãos plenos do mundo”,
(Curie, 1998)

Segundo Andrade, “aplicar a Educação Ambiental nas escolas tem-se mostrado


uma tarefa exaustiva, uma vez que existem grandes dificuldades nas actividades de
sensibilização e formação, na implementação de actividades de projectos e, principalmente,
na manutenção e continuidade dos já existentes”. Ele afirma que: “factores como o tamanho
da escola, número de alunos e de professores, predisposição destes professores em passar por
um processo de treinamento, a vontade da direcção de realmente incentivar um projecto
ambiental que vai alterar o quotidiano na escola”, (Andrade, 2000)

Além de factores resultantes da integração acima citados e ainda outros podem servir
como obstáculos à implementação da Educação Ambiental, dado que esta não se dá por
actividades pontuais, mas por toda uma mudança de paradigmas que exige uma contínua
reflexão e apropriação dos valores que remetem a ela, as dificuldades enfrentadas assumem
características ainda mais contundentes.

Considerando a importância da implementação de programas de Educação


Ambiental no ensino superior como um papel fundamental para alcançar objectivos, metas e
mitigar impactos isso auxiliará no processo de conhecimento socio ambiental.

6
ESTRUCTURA DO TRABALHO

Este trabalho apresenta inicialmente o levantamento do referencial teórico no qual


foram embadas as questões que compuseram o questionário construído e, possibilitaram o
conhecimento acerca do estudo da Percepção Ambiental.

Através deste conhecimento adquirido foi possível a melhor interpretação e discussão


dos resultados obtidos nesta pesquisa.

A Revisão Bibliográfica foi seguida pela descrição da Metodologia de Pesquisa


utilizada para alcançar os objetivos traçados para este projeto, desde a criação e validação do
instrumento de pesquisa até o tratamento e análise dos dados levantados pelo pesquisador.

Os dados obtidos através da aplicação do questionário utilizado como instrumento de


pesquisa foram expostos e explorados no capítulo Resultados e Discussão, seguido pelas
Conclusões desta pesquisa, as limitações encontradas e as sugestões.

7
LIMITAÇÃO DO ESTUDO.

Foi delimitado o grupo de estudantes do 1º ano letivo e, alunos finalistas frequentando o


4º ano letivo, matriculados em 2015.

DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Neste trabalho procuram-se fazer uma abordagem geral de como é tratada a componente
ambiental na Escola Superior de Hotelaria e Turismo (ESHOTUR), qual é o domínio sobre o
mesmo e através da percepção dos estudantes e a análises do currículo do curso de Gestão
Turística.

8
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Conceitos e definições.

Meio Ambiente: (do termo latino ambiens/ambientis) consiste no lugar onde os seres
vivos habitam incluindo seres inanimados. (Currie, K. L., 1998)

Na Lei Constitucional da República de Angola no seu artigo 24.º assegura que


«todos os cidadãos têm o direito de viver num meio ambiente sadio e não poluído» e mais
adiante expõe que «o Estado adopta as medidas necessárias à proteção do meio ambiente e das
espécies da flora e fauna nacionais e em todo território nacional e à manutenção do equilíbrio
ecológico»;

Assim sendo, considerando que Angola entrou num novo ciclo de desenvolvimento e
crescimento econômico que exige uma utilização intensiva de recursos naturais, por um lado e
por outro, considerando que a concretização dos princípios do desenvolvimento sustentável e
o combate à pobreza, enquanto desideratos deste crescimento passam pela melhoria da
qualidade ambiental.

Angola é rica em biodiversidade e é responsabilidade de todos angolanos na


preservação da vida destes ecossistemas aperfeiçoando o ambiente para o nosso bem-estar e
termos sucesso no desafio de não destruir o MA e com a capacidade de mobilizar-se na
construção de um futuro melhor com a recuperação e conservação ambiental, será algo
vantajoso e vale a pena a cooperação de todos, pois assim não estaremos comprometidos com
as novas gerações

A reflecção sobre a complexidade do MA abre um incitamento de oportunidade para


compreender um processo educacional e comprometimento com a sustentabilidade, buscando
soluções para os problemas do MA presentes e futuros.

O Turismo: é uma actividade resultante do movimento de pessoas em busca de lazer


ou outra motivação, que necessita de um planeamento eficaz e integrado com a comunidade
receptora. O desenvolvimento da actividade turística interfere não somente nas actividades
econômicas, mas também nas actividades políticas, sociais e culturais, (Moesch, 2000).

Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT) o turismo é: “o fenômeno

9
que ocorre quando um ou mais indivíduos se transladam a um ou mais locais diferentes de sua
residência habitual, por um período superior a 24 horas e inferior a 180 dias, sem participar
dos mercados de trabalho e capital dos locais visitados”. Portanto, o turismo está relacionado
com viagens, com visitas a um local diverso e residência.

Para o turismo, o MA está muito próximo, é a base do turismo. Meio Ambiente, tem
uma definição mais ampla: “meio ambiente se refere ao meio físico o qual é formado por
componentes naturais e construídos. O ambiente natural é aquele que provém da natureza-
clima e temperatura, água, topografia e solos, fauna e flora, etc.
– e o meio ambiente construído é aquele fabricado pelos homens, principalmente todos os
tipos de construções e outras estruturas” (Lickorish, 2000).

Para a OMT o desenvolvimento sustentável do turismo é um processo contínuo que


requer monitoramento constante dos impactos que a actividade pode causar, de modo que,
com acções de manejo, seja possível minimizar os impactos negativos e maximizar os
benefícios potenciais, introduzindo medidas preventivas ou de correção de rumos.

O turismo sendo uma actividade económica como outra qualquer, também provoca
mudanças onde for instalada, como construção de hotéis de luxo em áreas de preservação
ambiental, impermeabilização de áreas, descaraterização de dunas. Esses factos podem ser
vistos como contraditório porque o MA (estruturas naturais) é a matéria-prima do turismo. A
questão ambiental no turismo está focada nas acções para minimizar dos impactos que vêm
causando danos ao ambiente provocando assim algumas perdas da flora e da fauna.
(Lickorish, 2000).

O turismo existe desde os nossos ancestrais e tornou-se uma necessidade para o bem-
estar humano que tinham como objectivo o descanso, apreciar a paisagem, exploração do
área, etc... Por conseguinte, a sua evolução teve interesses relacionados à produção
empresarial e restaurar a paz no cosmo. Afinal a existência do mesmo constitui parte
integrante do estilo de vida das pessoas, não sendo prerrogativa para outras pessoas, pois
permite-lhes que se distanciam do seu meio e

do quotidiano.

1
Os turismólogos buscam novos ambientes que possibilitam grande contacto entre a
sociedade civil com as belezas naturais e essa tarefa vem despertando o interesse dos
acadêmicos e governantes de criarem uma relação que vai em prol de modo geral pelo
impacto que exerce no meio ambiente, porque para além da economia o turismo origina a
geração de empregos, aumenta o número de viajantes, o desenvolvimento das zonas
turísticas... Desta forma não haverá agressão no ambiente podendo evitar o desperdício
desnecessário

Contudo, o turismo é um movimento de pessoas, um fenômeno que envolve gente,


sendo ou pelo menos deveria ser um direito de todos, e não um luxo apenas para às pessoas
que estão bem financeiramente.

Sustentabilidade: é reunir as necessidades do presente sem comprometer as


necessidades das gerações vindouras (engloba o meio ambiente). Essa definição foi criada
pela World Commission on Environment and Development (Comissão sobre Ambiente e
Desenvolvimento). Trata-se de uma definição padrão e que deixa bem clara a ideia de que
devemos saber como usar os recursos do nosso planeta, sem comprometer os mesmos
recursos para as gerações procedentes, ou seja, trata-se de cuidar da nossa (nós e nossos
descendentes) capacidade de existência a longo prazo. (Araújo, L. Brito, 2002)

A sustentabilidade depende de factores como o espaço existente, a capacidade de gerar


suporte econômico, a capacidade de participar de modo voluntário da população local na
actividade, a estrutura já existente. Por isso, deve-se usar o MA de maneira racional, com
determinação em que os torna capazes de agir individualmente ou colectivamente.

A ideia de se executar as actividades turísticas de maneira sustentável desde


empreendedores, trabalhadores, já é algo constatada em vários lugares do planeta, e deve ser
um exemplo a ser seguido. A sustentabilidade favorece a implementação de medidas
mitigadoras e mudança ou adaptação do pensamento das pessoas que é muito importante no
que se referente ao turismo, dando espaço ao turismo sustentável desenvolvendo uma
sociedade com maior qualidade de vida e com menos desigualdades socias. (Araújo, L. Brito,
2002)

1
Educação Ambiental: a educação ambiental é proporcionar a todas as pessoas o
conhecimento de maneira óbvia para que o educando quando compreender a sua importância
por si mesmo dará o seu contributo. (Andrade, 2000).

Adquirindo este conceito e objectivo, mostra-lhes os principais impactos ambientais e


sociais causados pelo turismo, etc... além de possuir uma ampla bagagem de MA e próxima à
realidade e não como algo distante, isso irá também consciencializa-las sobre os percalços a
ter com o mesmo e sua preservação, entretanto, vai trazer grandes mudanças positivas
havendo mudanças de atitude e comportamento que os fará observar e fazer uma reflexão dos
danos sócio ambientais, isto é fundamental para promover cidadãos conscientes que atuem de
forma responsável na realidade em que vivem, contribui para o DS no planeta e valores que
poderão favorecer a adopção de comportamentos individuais responsáveis.

Com os desastres ambientais que estão ocorrendo surgindo e pelo crescimento


populacional (a maioria das famílias vive em carência extrema e habitação inadequada) urge a
necessidade de PT estarem comprometidos a trabalhar colocar a aplicabilidade dos seus
conhecimentos para minimizar os problemas, e também é importante que os PT tenham uma
colaboração com a comunicação social para participar no processo educacional porque sem
ela será difícil pensarmos em sustentabilidade.

Em Angola, a EA se manifesta como indispensável processo de ensino e


aprendizagem, também é uma ferramenta poderosa de motivação para a preservação e
conservação do ambiente, e sensibilização dos cidadãos.

Um dos grandes desafios em Angola é a implementação da EA nas escolas em todos os


níveis de ensino do país, esta tarefa não tem sido fácil porque requer ainda muito esforço por
parte do governo visto que o país esta a caminhar para o desenvolvimento e, neste caminhar
encontramos dificuldades na formação quadros, nas actividades de sensibilização, apoio a
projectos relacionados à EA, na proteção, na conservação e recuperação do meio ambiente.

Diante dos problemas vividos na nossa sociedade a necessidade de apostar

1
mais na formação de professores especializados em EA porque existe um eminente défice de
conhecimento no país desde as crianças até aos adultos, e devido a falta de escolaridade e a
carência de conhecimento necessitam um direcionamento educacional (mais campanhas
publicitárias, aumento de escolas e disciplinas que abordam sobre a EA) fazendo com que eles
integram os saberes tirem aproveitamento para posteriormente usá-la ou colocar em prática.

A EA é vista como uma trajetória para resolver ou minimizar impactos, preservar e


proteger o meio ambiente. A EA dirigida ao turismo deve ser construída com a participação
da sociedade em geral visando assim um DS. A sustentabilidade acarreta o desenvolvimento
do turismo a uma perspectiva de longo prazo, e esse desenvolvimento tenta manter os
costumes locais, garantir a conservação de áreas de beleza natural e dos recursos naturais,
objectos históricos entre outros.

A EA é para todos os angolanos, e desta forma podemos desenvolver uma multiplicação


de outros educadores

1.2. Os principais factos da EA a nível mundial

A génese da EA pode ser reportada aos anos 60, surgiu a tomada de consciência que a
revolução Industrial e o progressivo desenvolvimento tecnológico estavam a colocar em risco
não só a nossa sobrevivência, mas também a das gerações futuras (Morgado F; Pinho R.; Leâo
F., 2007).

Mas, há que referir que em 1801 nos Estados Unidos da América tinha sido publicada a
obra “Man and Nature or physical Geography as Modified by Human Action” e, essa
sim, foi encarada como a primeira chamada de atenção para a exploração desmedida dos
recursos naturais e para as perigosas consequências que esse tipo e descontrolo poderiam
levar para sobrevivência da humanidade e do planeta (Esteves, 1998).

Ou seja, tornou-se então imprescindível e inadiável a sensibilização e modificação de


certos comportamentos para tentar responsabilizar cada um de nós.

Em 1962, a Bióloga Americana Rachel Carson publicou o livro “Primavera

Silenciosa” poucos, muito pouco eram os homens que reconheciam a vulnerabilidade

1
da natureza face à actuação humana e muito menos ainda os que aceitavam a natureza como
meio natural do seu próprio desenvolvimento.

A obra da cientista veio denunciar os efeitos nefastos na vida animal, vegetal e humana
da aplicação exagerada de insecticida, ela encontrou sérios opositores junto de departamentos
governamentais americanos, onde a obra foi inicialmente publicada e, sobretudo, nos sectores
económicos de agropecuária, mas ultrapassou os obstáculos e ficou marcado para sempre
como o primeiro grande alerta à humanidade sobre os males que acção e a intervenção
humana estavam a provocar no ambiente.

A Primavera em que os pássaros “deixaram” de cantar marca o ponto de viragem na


história da humanidade face à sua relação com o ambiente e marca, da mesma maneira, o
início da história da Educação Ambiental. (Morgado F; Pinho R.; Leâo F., 2007).

O seu alerta foi assustador demais para ser ignorado: a contaminação de alimentos; os
riscos de obter vários tipos de cancro; as alterações genéticas eram agora realidades palpáveis,
porque até de facto os americanos deixaram de ouvir os pássaros cantar pois que estes
sucumbiram à força das insecticidas. Eram estas realidades que tinham que ser evitadas e
todos concordaram que a melhor maneira de começar o trabalho era regulamentar a produção
industrial em função da protecção do meio ambiente e educar os industriais e os cidadãos para
a aceitação das novas leis.

A obra de Rachel Carson está pois intimamente ligada ao aparecimento da Educação


Ambiental embora a terminologia lhe tenha sido posterior. A expressão Environmental
Education (Educação Ambiental) surgiu três anos depois da publicação da obra de Rachel
durante uma conferência de educação levada a cabo pela Universidade de Keele na Grã-
Bretanha, onde, entre outras temáticas, se chegou a consenso sobre a necessidade dos
problemas ambientais a serem incorporados como matéria educativa nos planos pedagógicos
formais. As mesmas conclusões foram alcançadas poucos meses depois, já em 1966, pela
Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que considera a EA no Pacto
Internacional sobre os Direitos Humanos.

1
A ONU pela primeira vez na história da humanidade preparou, em Estocolmo, na
Suécia, uma conferência mundial que juntou 113 países e 400 organizações governamentais e
não-governamentais para debater, unicamente, as questões relativas ao ambiente. Pela
primeira vez também se determina como princípio fundamental a necessidade para o
ambiente.

O Princípio 19 da “Declaração Sobre o Ambiente Humano”, que resultou da primeira


Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente estabelece que é indispensável um
trabalho de Educação em questões ambientais, dirigido, seja às gerações jovens, seja aos
adultos, o qual dê a devida atenção nos sectores menos privilegiados da população, a fim de
favorecer a formação de uma opinião pública bem informa e uma conduta dos indivíduos, das
empresas e colectividades, inspirada no sentido da sua responsabilidade com a proteção e
melhoria do meio, em toda a sua dimensão humana (ONU, Estocolmo, 1972).

Em 1975, as metas e os princípios da EA são definidos num outro Congresso desta feita
levado a cabo em Belgrado, que resultou o importante documento “Carta de Belgrado” ainda
hoje considerada “a estrutura global para a EA” por secretarias governamentais do ambiente
de vários países do mundo.

Depois de considerada e acordada a importância de educar para preservar e conviver


respeitosamente com o meio ambiente este histórico documentado suporta- se num outro
acontecimento que não podemos deixar de considerar aqui para fundamentar a direção que irá
apontar à EA.

A UNESCO, em 1975, publica também o Programa Internacional de Educação


Ambiental. Em 1976, realiza-se um importante Congresso Mundial sobre EA, desta vez no
continente Africano, em Brazzaville, tendo daqui resultado o reconhecimento da pobreza
como o maior de todos os problemas ambientais, um problema, que como todos os que
afectavam o globo terrestre, poderia se erradicado através da educação.

A EA enquanto promotora da mudança de mentalidades e conquista melhorias no


respeito pelo meio envolvente, ganhava forças pois que sucediam eventos onde esta temática
era chamada a ser centro das atenções, e dessa força constavam cada vez mais linhas de
actuação concreta para esta nova disciplina.

1
Em 1983, e sempre tendo em viste o objectivo comum de salvaguardar e promover o
uso responsável dos recursos naturais, Comissão Mundial Sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento das Nações Unidas promove a criação de uma outra comissão, composta
por organizações não-governamentais e por cientistas do mundo inteiro, e entrega a liderança
da mesma a Gro Harlem Brundtland, Primeira ministra da Noruega, e a Monsour Khalid,
ministro do governo do Sudão, visando conseguir um estudo global sobre o ambiente e todos
os itens com que este se relaciona.

O resultado desta comissão, que demorou 4 anos a ser elaborado, foi em forma de
Relatório a que os seus autores chamaram “Our Commom Future” (O Nosso Futuro
Comum) mas que ainda hoje o mundo sustenta, sob a designação de Relatório Brundtland.
Este documento veio apresentar uma visão complexa das causas dos problemas
socioeconómicos e ecológicos da sociedade e as inter-relações entre a economia, tecnologia,
sociedade e a política, alertando para a necessidade de adoção de uma nova postura ética,
caracterizada pela responsabilidade tanto entre as gerações como entre os membros da
sociedade.

A publicação deste relatório serviu de alavanca à promoção do conceito de


Desenvolvimento Sustentável, que já se falava desde a década de 70 mas que ninguém tinha
ainda encarado de frente. O documento assinado por Gro Brundtland veio exigir ao mundo
uma mudança nas perspectivas de crescimento a fim de que este passasse a ser menos
intensivo a face à aquisição de matérias-primas e energias e mais equitativo nos seus
impactos. De acordo com a redação do próprio relatório o DS é “aquele que atende às
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às
suas necessidades” (O Nosso Futuro Comum, 1987)

Tendo em vista o alcance de tão ambicioso objectivo o trabalho da Comissão proposta


pelas Nações Unidas sugere varias medidas de actuação, como a limitação do crescimento
populacional; a diminuição do consumo de energia; o controlo da urbanização desordenada; o
aumento da produção industrial nos países não- industrializados, entre muitas outras, e estas
medidas, não caíram nas boas graças dos líderes dos sectores económicos e produtivos do
mundo, pois que iam ao encontro directo das suas maiores fontes de lucro.

1
O sentido de reforçar e implementar mais capacidade de acção à EA realiza-se no ano
da divulgação do Relatório O Nosso Futuro Comum (1987) um terceiro Congresso
Internacional da UNESCO sobre Educação e Formação Ambiental (terminologia que aparece
pela primeira vez agregada a este tipo de iniciativas).

Durante os anos que se seguiram a este histórico da luta mundial pela salvaguarda da
Natureza e dos seus recursos, as Nações Unidas haviam de voltar a olhar para EA outras
vezes, a fim de perceber a evolução da aplicabilidade das determinações nela contida.

Algumas das principais determinações da EA do séc. XX|, que quase todos os países do
mundo ratificaram, ainda não tinham sido implementadas e registava-se um sentido de
dificuldade por parte dos países mais desenvolvidos em reconhecerem a responsabilidade que
lhes cabia na implementação das medidas para EA.

Entre muitos eventos, encontros, seminários, congressos, programas e linhas


orientadoras passadas e as recomendações num quadro de intenções verdadeiramente
arrojado, em contraste com a prática que, mais uma vez e com alguns progressos verificados
em alguns sectores, fazendo perigar a sustentabilidade do planeta, aconteceram nos últimos
anos verdadeiros exemplos e avisos redundam num avolumar de preocupações globais e
serias evidências pelos factos científicos amplamente divulgados.

A título de exemplo podemos ver o impacto que teve o movimento e esforço planetário
levado a cabo pelo ex. vice-presidente do EUA, Al Gore, coroado com o documentário
vastamente premiado “An Inconvenient Truth” (Uma Verdade Inconveniente), o qual assume
um papel de liderança mundial nesta área ao levar a um importante encontro a acontecer em
Paris um dos mais, se não o mais arrojado plano de redução de emissão de CO2 no sector, no
caso em 32% nos EUA, até 2030, denominado de Plano de Energia Limpa nos Estados
Unidos e que, assim crê seu mentor irá ter largo consenso mundial. (Morgado F; Pinho R.;
Leâo F., 2007).

1.3. Análise da história da educação ambiental em Angola.

Angola possui 1.246.700 km2 de superfície. O evoluir da história determinou as

1
fronteiras que hoje conhecemos, o que significa que nas dezoito províncias que compõem a
divisão actual administrativa, habitam sete comunidades culturais, das quais emergem outros
subgrupos (acerca de cem), que se distinguem pelas suas particularidades sociolinguísticas e
culturais a saber, os Ovimbundo, Ovinganguela, Ambundo, Bacongo, Tchokwe, Ociwambo e
khoisan. Angola esta situada na Costa Ocidental de Africa, abaixo do equador. A fronteira
angolana tem uma extensão de
6.487 km dos quais 4.837 são fronteira terrestre e 1.650 de fronteira marítima (Melo, 2010).

A dimensão territorial de Angola possui 65% de florestas ou terrenos não exploráveis,


existe uma biodiversidade invejável, com seus rios a se deslocarem do Norte para o Sul e do
Este para o Oeste e vice-versa. Mas embora enumeremos esses benefícios todos que podemos
encontrar em Angola, denota-se também uma pobreza extrema onde a maior de recurso
sustenta as famílias angolanas são as suas florestas ou a sua vasta biodiversidade. Encontra-se
aqui uma discrepância naquilo que são as forças e as fraquezas da população.

A história da educação ambiental começou a nível das comunidades com uma situação
de forma isolada, mas com a mensagem do regedor da Aldeia ou comunidade a aconselhar a
população para evitar o derrube de árvores para prevenir das possíveis pragas o males que são
direcionadas por aquelas comunidades ou pessoas que não gostavam da comunidade, por
outra algumas árvores eram cortadas pois suas folhas e raízes eram usadas como
medicamentos ou tinham propriedades medicinais. E assim a mensagem era passada de uma
geração para outra como legado.

O estado angolano sempre se preocupou com o meio ambiente, embora com algumas
decisões menos céleres do que desejável, sempre deteve acções que indicavam um indício
naquilo que eram as questões ligadas ao meio ambiente, pois a nível dos manuais da
disciplina de Ciências da Natureza constavam acções de preservação do meio, aquelas ligadas
com a água, no cuidado com a higiene (lixo), na relação com as plantas e animais. Mas só em
1998 a Educação Ambiental foi institucionalizada, com a aprovação e entrada em vigor da Lei
de Bases do Ambiente, a Lei nº5/98 de 19 de Junho que propõe a Educação Ambiental como:

1
“Medida de protecção ambiental que deve acelerar e facilitar a
implementação do Programa Nacional de Gestão Ambiental, através do
aumento progressivo de conhecimento da população sobre os
fundamentos ecológicos, sociais que regem a sociedade humana (Art. 20,
Lei nº5/98 de 19 Junho de 1998) ”.

Esses objectivos começaram a ser postos em prática em Angola há mais de uma década
e, desde 2001, é considerada a possibilidade de intervenção dos professores como agentes de
intervenção nesta dinâmica. De facto, nesse ano, o Ministério das Pescas e Ambiente, através
do programa denominado Programa de Educação e Conscientização Ambiental, que definia
princípios, finalidades e objectivos para a implementação da Educação formal e não formal
em Angola, determinou que, a educação ambiental em Angola começou com a conceção de
um programa de longo prazo que prevê acções direcionadas para a educação formal e não
formal.

Esse programa produziu um primeiro projecto, dirigido a coordenadores de disciplinas


dos Institutos Médios de Educação, cujos objectivos gerais são de sensibilizar os professores
face aos problemas ambientais; fazê-los adquirir conceitos básicos da Ciência Ecológica;
fazê-los adquirir competências indispensáveis para a utilização de métodos e recursos
específicos que permitem o desenvolvimento da Educação Ambiental nas escolas; e favorecer
o desenvolvimento de uma consciência ecológica nos alunos (Ministério das Pescas e
Ambiente, 2001, Ministério das Relações Exteriores & Ministério do Meio Ambiente, 2006).

Desde a aprovação das presentes leis, deu-se a conhecer oficialmente aos cidadãos do
verdadeiro interesse do estado no que concerne à sua visão ambiental, para tal algumas acções
têm sido realizadas, com algumas instituições filantrópicas de direito cívico para preservação
ambiental, apoiadas também pelo Governo, no nosso entender pouco se tem vindo a fazer
visto que a temática não se acompanha com uma acção que se prolongue muito no tempo.
Pelo contrário, é uma temática que necessita de acção e de uma prática intensa e continuada
para outras formas de combater a pobreza que não passam necessariamente por destruir o
meio ambiente.

O século passado fica marcado com por avanços e recuos significativos no que

1
diz respeito a sensibilização da população para as questões centrais da sustentabilidade
ambiental do planeta que recebemos e que legado (denominado de “pegada ecológica”) deixa
para as gerações vindouras.

Todas as convenções, congressos, debates e campanhas publicitárias tiveram efeitos


mas, por outro lado, valores surgiram em determinadas épocas, momentos e ciclos
essencialmente económicos que contrariaram e acabaram por se constituírem como barreiras,
por vezes intransponíveis, a uma vida mais equilibrada e sustentável do planeta, da gestão e
atenção atribuída aos seus recursos e à qualidade de vida do próprio ser humano como agente
da mudança. Infelizmente, muitas as pessoas que consideraram (e consideram) que a natureza
era uma fonte inesgotável de recursos ou simplesmente o respeito pelo ambiente existe
quando protegido e imposto o seu cumprimento pela lei (maioritariamente por parte de
estados, membros de organizações internacionais).

Fala-se em equilíbrio ecológico, instituem-se unidades de conservação, combate-se a


integridade dos biomas e ecossistemas, reconhece-se o dever de recuperar o meio ambiente
degradado - tudo isso com o intuito de assegurar no amanhã um planeta em que se mantenham
e se ampliem, as condições que propiciam a vida em todas as suas formas.

De todo o processo e discussão, nasce de certa forma, a necessidade de estes valores e


práticas mais ecológicas em ambientalmente mais sustentáveis a chegarem finalmente à
escola e a educação. Os valores que alicerçam o que podemos chamar de educação ambiental
existem de forma transversal em vários programas, ciclos de estudos e em diversos projectos
levados a cabo por agrupamentos e escolas em todos quadrantes do mundo.

A implementação de políticas e actos em ordem a conservar e proteger o ambiente


resultarão, assim cremos, em ganhos significativos para Angola, e para tal, é absolutamente
necessário empreender um esforço conjunto que abarque múltiplos agentes, estando entre
eles, especialmente o Estado enquanto legislador e, por outro lado, o contributo individual e
coletivo de pessoas que abraçam acções e grupos não formais de relevância no que concerne à
sensibilização e luta por causa nobres em

2
defesa deste bem comum.

1.4. O Turismo em Angola.

Até 1975, Angola havia desenvolvido certa tradição turística que sucessivamente foi
cancelada pela guerra. Poucos conhecem o grande potencial turístico desse território que
permaneceu fechado ao mundo durante décadas.

O turismo, como outras riquezas do país, é ainda somente um factor “potencial”, mas
certamente Angola oferece muitas oportunidades nesse sentido, graças a seu território vasto e
extremamente variado do ponto de vista climático, agrícola e paisagístico, ainda desconhecido
por parte do grande público do turismo internacional. Alguns empreendedores sul-africanos e
namibianos já estão a explorar, com considerável sucesso, esse potencial.

Pode parecer excesso de otimismo falar de turismo num país que saiu de uma guerra
civil de 27 anos de duração, com suas infraestruturas destruídas, mas é exactamente isso o que
faz de Angola um caso particularmente interessante também para esse sector.

Para além das áreas de difícil acesso no interior do país, são amplas as áreas que já
oferecem possibilidades interessantes para investimentos no sector do turismo. Naturalmente,
trata-se ainda de um turismo orientado para um nicho de mercado empreendedor e menos
exigente em termos de conforto. O território virgem é muito adequado para o turismo
ecológico, sustentável, respeitoso do meio ambiente.

Angola tem capacidade para se tornar uma nova fronteira do turismo do século
XXI. Tomando todas as precauções necessárias para viajar em condições de segurança,
inclusive do ponto de vista sanitário, o turista descobre enormes territórios inexplorados, que
permaneceram isolados do mundo por longos anos e que, pela

primeira vez, se abrem aos estrangeiros.

Três exemplos de investimento no sector do turismo: as praias tropicais entre Luanda e


Benguela, com panoramas encantadores e ao alcance do turista contemporâneo; o deserto Do
Namibe (que marca o início do deserto que dá o nome ao país vizinho, a Namíbia), tão belo
quanto a Namíbia em termos de belezas naturais

2
e interesse cultural; as montanhas de tirar o fôlego do Planalto da Huíla.

Regista-se já um turismo crescente que descobre as belezas angolanas. Com o aumento


da procura interna e as potencialidades do turismo estrangeiro, que já registou os primeiros
sinais de interesse. Os investimentos no sector hoteleiro e turístico ganham crescente
interesse.

1.5. Legislação Ambiental e do Turismo de Angola.

A Legislação Ambiental de Angola, no seu Artigo 1.°, “Natureza”, estabelece que:

“O Ministério do Ambiente, designado por MINAM, é o órgão do


Governo Central responsável pela coordenação, elaboração, execução e
fiscalização das políticas do ambiente, nomeadamente nos domínios da
biodiversidade, das tecnologias ambientais e da preservação e avaliação
de impactes, bem como da educação ambiental”.

Já no Artigo 2° define as “Atribuições”, Resaltando, entre outras:

1) No domínio da biodiversidade: biodiversidade e integridade dos ecossistemas, com


ênfase para as espécies ameaçadas ou em vias de extinção e áreas sensíveis;
a) Promover acções de conservação da natureza e da proteção
paisagística;
b) Promover e incentivar a participação das populações locais na
cogestão dos recursos naturais e seus ecossistemas;
2) No domínio das tecnologias ambientais:
a) Promover e incentivar a utilização, em todos os sectores de actividade
económica, de tecnologias ambientais, de forma a reduzir a pressão
sobre os recursos naturais e preservar o bem-estar e saúde do homem;
b) Desenvolver, incentivar e orientar programas de investigação científica
no domínio das tecnologias ambientais;
c) Assegurar a fiscalização permanente das actividades que pela sua
natureza ou tecnologia interfiram directa ou indirectamente no ambiente;
3) No domínio da prevenção e avaliação de impactes:

2
a) Promover a identificação, avaliação e prevenção dos impactes da
actividade humana sobre o ambiente;
b) Participar na avaliação e gestão de riscos naturais e industriais;
c) Realizar, orientar e efectuar avaliações e auditorias de impactes
ambientais;

Mediante o Artigo 17.°cria-se a “Direcção Nacional da Biodiversidade”, sendo a


responsável pela concepção e implementação das políticas e estratégias da conservação da
natureza e do uso sustentável dos recursos naturais e com as seguintes atribuições.
a) Promover a utilização sustentável dos recursos da biodiversidade;
b) Promover acções tendentes a inventariar e avaliar os sistema ecológicos,
nomeadamente os seus factores abióticos sua composição, estrutura e
produtividade, bem como assegurar a implementação das medidas que
visam a sua preservação;
c) Assegurar a protecção de componentes da biodiversidade dos
ecossistemas sensíveis e vulneráveis e das espécies da fauna e flora
endémica, raras e ameaçadas pela extinção;
d) Zelar pela implementação da política de recuperação e reabilitação dos
sítios naturais que tenham sido afectados por qualquer processo antrópico
ou natural;
e) Propor a criação de novas áreas de preservação ambiental de nacional,
regional e internacional;
f) Zelar pela recuperação das zonas ecologicamente degradadas pelas
actividades da exploração de recursos naturais não renováveis;
g) Promover, dinamizar e apoiar os estudos técnicos e científicos sobre a
conservação da natureza e dos recursos naturais renováveis;
h) Criar mecanismos de publicitação das áreas de protecção;
i) Adoptar políticas com o objectivo de educar os cidadãos a respeitar as
áreas de protecção;
j) Criar o sistema de incentivos que levam os cidadãos ao auto fiscalização e
ao respeito pelas áreas de protecção;

2
Já no Artigo 18° especifica-se que a “Direcção Nacional de Prevenção e Avaliação
de Impactes Ambientais é o serviço responsável pela concepção e implementação
das políticas e estratégias de prevenção das incidências dos impactos ambientais” e
detalha as suas competências:
a) Promover a identificação e a prevenção dos impactes da actividade
humana sobre o ambiente;
b) Participar na avaliação e gestão de riscos naturais e industriais;
c) Orientar e monitorar as auditorias ambientais e efectuar a avaliação dos
impactes ambientais em projectos e empreendimentos de entidades
públicas e privadas;
d) Realizar, orientar e efectuar avaliações e auditorias as actividades
susceptíveis de criarem impactes ambientais;
e) Orientar a aplicação de medidas preventivas que visam atenuar os riscos
diagnosticados na avaliação de impactes ambientais e assegurar a
aplicação de alternativas tecnológicas;

1.5.1 Regulamentação da actividade turística em Angola

Na regulamentação turística foram definidos conceitos e os deveres dos agentes


públicos, agentes privados (Agências de Viagens e Turismo, Prestadores do Serviço de
Turismo da Natureza, Aluguer de veículos para fins de turismo, informação turística,
Transporte Turístico, etc...) e individuais da actividade do turismo em Angola estabelece
regras para que as pessoas exercem as suas actividades com sustentabilidade de maneira
organizada para uma boa produção.

O incumprimento das leis determina a aplicação de sanções como multa e advertências,


suspensão temporária no caso de estabelecimentos.

O Ministério de Hotelaria e Turismo no capítulo Ι, Artigo 1.° (Definição) diz que:

O Ministério de Hotelaria e Turismo é o órgão do governo que dirige, coordena e


assegura a execução da política do governo no domínio da hotelaria e do turismo.

No Artigo 2°, “Atribuições”, estabelece que:

1. Ao Ministério de Hotelaria e Turismo compete:

2
a) Inventariar, orientar fomentar e promover, o aproveitamento e conservação
dos recursos turísticos do país;
b) Licenciar, orientar, disciplinar, fiscalizar e apoiar a indústria hoteleira e
turística, as Agências de Viagens, os operadores turísticos bem como
todas as actividades directamente relacionadas ao turismo;
c) Desenvolver acções com vista a formação da consciência da população
sobre a importância do turismo para o país;
d) Dar parecer sobre os planos de ordenamento do território sujeitos a
ratificação do Governo;
e) Estudar e propor ao Governo as áreas de aproveitamento ou de
desenvolvimento turístico bem como aqueles que possuem especial
aptidão para o turismo, delimitando-as;

No Artigo 10° cria-se o “Conselho Nacional de Hotelaria e Turismo”, e define que é o


órgão de consulta do Ministério de Hotelaria e Turismo para análise das políticas e programas
de fomento do turismo no qual participam representantes do sector publico e privado.
Também indica que esse Conselho tem a estrutura, composição e funções que consta no
decreto de executivo aprovado pelo Ministro de Hotelaria e Turismo.

1.6 Planos e programas do desenvolvimento do turismo em Angola.

Em Angola, cerca de 60 % dos empreendimentos hoteleiros, estão em Luanda, ficando


apenas 40 % para as restantes 17 províncias. O sector dispõe de 28 462 quartos, dos quais 14
088 são quartos de hotel e 14 374 são de outros tipos de alojamentos. Ainda que existem 235
hotéis, 1 771 empreendimentos hoteleiros, 5 829 restaurantes e similares, bem como 317
agências de viagens. (WWW.Expansão.co.ao)

As principais dificuldades do turismo em Angola apontam: a carência e a fragilidade de


infraestructura e acessibilidades, o deficit de produção interna e dependência das importações
e a escassez de equipamentos hoteleiros, oferta complementar; formação e qualificação da
força de trabalho, incluindo dos gestores.

O Ministério do Turismo tem directrizes definidas no plano do turismo que

2
estruturam um conjunto de estratégias e acções para o desenvolvimento sustentado e
equilibrado do turismo em Angola. O turismo em Angola apresenta um défice de oferta a
vários níveis, mas dispõe de um grande e rico conjunto de recursos favoráveis turísticos para
o desenvolvimento do turismo

No Cuando-Cubango o Ministério de Hotelaria e Turismo tem planos de ampliar o


projecto Okavango-Zambeze para tornar um facto, por isso, o mesmo esta reunindo esforços
para transformar as ideias, planos e programas em acções práticas, Angola será o maior
beneficiário. Este território tem grandes potencialidades, e é um pulmão florestal que precisa
ser bem aproveitado, tratado e preservado garantindo condições excepcionais para
desenvolver o turismo

O projecto Okavango integra cinco (5) países como Angola, Botswana, Namíbia,
Zâmbia e Zimbabwe, tendo como objectivo a implementação do turismo entre as fronteiras a
fim de tributar o desenvolvimento socioecónomico em Angola, e tem como finalidade o
crescimento responsável sustentável que constitui uma mais-valia para o país e povos das
áreas abrangidas pelo projecto Okavango

Os impactos económicos, sociais e ambientais gerados pelo turismo exigem um


processo de planeamento, e se constitua em um instrumento importante para o
desenvolvimento da actividade a nível local, regional e nacional.

Aspectos relevantes a realçar:

1. Oportunidade de criar uma visão e de potenciar uma dinâmica integrada do


turismo;

2. Mão-de-obra pouco qualificada;

3. Necessidade de meios de trabalho eficientes;

4. Necessidade de inventariação

O país tem um amplo potencial para um desenvolvimento do turismo e precisa de muita


sustentabilidade e especialistas na área, as 18 províncias de Angola têm muito à oferecer
como a extraordinária herança natural, e ajuda a fixar a congruência do homem e a natureza
tornando-a numa experiência inesquecível.

Qualquer uma das províncias angolanas tem muito para mostrar com as diversas
2
paisagens e com grandes belezas estonteantes naturais como a famosa Serra da Leba situada
no Lubango e pelo seu clima, as praias de água morna de Benguela, pela rica floresta de
Maiombe em Cabinda, o lendário Deserto do Namibe e o único lugar do mundo onde cresce a
peculiar Weliwítschia Mirabilis, pelas terras de Malange temos uma relíquia a Palanca Negra
Gigante e às Quedas de Kalandula, entre outras deslumbrantes maravilhas dos vários pontos
turísticos do país.

Para que o turismo em Angola cresça equilibradamente e atinge os seus principais


objectivos deve-se atribuir o seguinte:

 Incentivar e trabalhar no turismo;


 Investir nas estradas;
 Trabalhar no meio ambiente de maneiras a recuperá-lo e preservá-lo;
 Cumprir com legislação angolana;
 Conquistar o turista e fazer com que sinta-se satisfeito em todas as suas
necessidades e direitos;
 Desenvolver o turismo de forma sustentável.

1.7. Formação do profissional do Turismo

Neste contexto, o profissional que estuda, analisa e atua no sector turístico é de

hotelaria. Com relação à formação do profissional do turismólogo, a mesma é desenvolvida


através de um curso superior de graduação (nível bacharelado), com uma formação em média
de quatro anos.

Dessa forma, entendendo que a actividade turística depende do meio ambiente e diante
da característica multidisciplinar do turismo, observa-se também a necessidade deste enfoque
ser incorporado na FPT, convergindo à diversidade de áreas do conhecimento científico afins.
É de tamanha importância a FPT para que se faça um planeamento em longo prazo dando a
capacidade de se obter uma discussão coesa sobre a concepção do desenvolvimento turístico
centrada em compromissos sociais e ambientais.

O papel dos docentes é essencial par impulsionar as transformações de uma educação


que assume um compromisso com a formação de valores de

2
sustentabilidade, como parte de um processo educativo. Diante deste contexto, cabe aos
educadores enquanto colaboradores na formação dos indivíduos, desenvolverem métodos e
estratégias que levam os educandos a compreenderem o meio em que vivem e o que fazer
para amenizar os problemas existente no país.

O curso de graduação em turismo é classificado na área de ciências humanas e se


caracteriza pela multidisciplinaridade, tendo sido criado com a contribuição de diversas áreas,
com destaque para História, Geografia, Sociologia e a Antropologia.

O mercado de trabalho na área do turismo é amplo e diversificado. O turismólogo pode


actuar tanto no sector privado, como, por exemplo em meios de hospedagens, agências de
viagens, empresas organizadoras de eventos, quanto no sector público, em órgãos relativos ao
turismo. Além disso o turismólogo também pode actuar como profissional autônomo ou ainda
no ensino.

Neste sentido, destaca que, pela demanda do mercado globalizado, os profissionais do


sector do turismo devem ter domínio de práticas sustentáveis. “[...] a adopção de práticas
sustentáveis é consequência das pressões vindas de várias partes: legislação turística e
ambiental, comunidades receptoras, accionistas das empresas turísticas e consumidores dos
produtos turísticos”. (Bernardo, 2010).

Existem metas de criar condições de melhoria de vida para os seres vivos, metas essas
que será preciso a colaboração da sociedade que, tem um papel fundamental na implantação e
manutenção da sustentabilidade, explorar o ambiente de maneira sustentável, planejamento ou
ousadia dos empreendedores do turismo, ter uma visão crítica, capacitação e relações com
empregadores que lhes permitem entrar ou progredir no mercado de trabalho, palestras a
incentivar a preservação do MA, pois ele é a génese do turismo.

Angola tem caminhado para a formação do profissional para contribuir no

processo de produção de conhecimento ideologicamente útil,

O profissional de turismo dever ter o seguinte:

 Competências no saber fazer, profissionalismo;

 Fácil comunicador, responsabilidade pela formação;

2
 Promover, participar e coordenar actividades de monitoramento

 Capacidade de inovação;

 Incentivar os alunos a serem criativos;

1.8. A educação Ambiental na formação dos profissionais do Turismo em


Angola.
Atualmente, com a velocidade de consumo dos recursos naturais e consequentes
impactos ambientais, é possível observar que a preocupação com a dimensão ambiental é
inerente em toda a sociedade.
As Instituições de Ensino Superior, nesse sentido, possuem importante responsabilidade
com relação à formação profissional, produção do conhecimento e capacitação de recursos
humanos, ao educar para o desenvolvimento sustentável.
A educação ambiental pode ser considerada um instrumento ao longo do processo de
aprendizagem capaz de sensibilizar os indivíduos e desenvolver uma consciência crítica sobre
as relações dos seres humanos com o meio ambiente.
Sendo o turismo uma atividade multidisciplinar e com intrínsecas inter-relações com o
meio ambiente e diante da realidade de mercado, a abordagem da dimensão ambiental na
formação profissional do turismólogo é considerada relevante, a fim de enfatizar efetivamente
nas suas atividades profissionais práticas ambientais sustentáveis.
A actividade do turismo é indispensável para a economia de Angola, que traz
possibilidades e alternativas de crescimento nacional, regional e local, por isso deve ser feito
de maneira planejada e sustentável para promover o bem-estar da população. Nesse sentido, a
formação dos profissionais que manejam o sector, é básica para o seu desenvolvimento
sustentável, evitando a degradação do ambiente e combinando de forma harmoniosa a
economia e o meio ambiente.
Angola tem de aumentar o financiamento para melhorar e aumentar a oferta formativa
nas instituições de ensino superior e de formação profissional nas áreas da hotelaria e turismo.
Deve-se apontar a formação de profissionais com um perfil adequado, capazes de um bom
desempenho, razão pela qual é necessário existir uma ligação entre a teoria e a prática durante
a formação, (WWW.Novagazeta.co.ao)

2
Exemplos de Instituições de ensino superior que ministram formação em Hotelaria e
Turismo em Angola:

Instituição de Ensino Curso

Instituto Superior Politécnico de Licenciatura em Hotelaria e Turismo


Ciências Tecnológicas

Universidade Privada de Angola Licenciatura em Turismo e Gestão Hoteleira

Universidade Metodista de Angola Licenciatura em Turismo, Gestão Hoteleira e


(Faculdade de Ciências Económicas e Animação
Empresariais)

Escola Superior de Hotelaria e Licenciatura em Gestão Turística


Turismo (ESHOTUR), UAN.

Centro de Formação Profissional de  Curso de Comissário e Hospedeira de Bordo.


Hotelaria e Turismo - Aka Suku  Curso de Pastelaria & Panificação
 Curso de Aprovisionamento e Logística
Escola de Hotelaria e Restauração de  Curso de Gestão Hotelaria
Angola (EHR). Ensino Médio Profissional  Curso de Restauração
 Curso de Turismo
 Técnico de Recepção
 Técnico de Alojamento
 Técnico de Agência de Viagem
 Técnico de Guia de Turismo
 Técnico de Cozinha
 Técnico de Pastelaria
 Técnico Restaurante & Bar

3
CAPÍTULI II. METODOLOGIA DA PESQUISA

2.1. Metodologia Aplicada

Para a condução desta pesquisa foram tomados os seguintes procedimentos


metodológicos descritos na Figura:

Definição da proposta de pesquisa Revisão da bibliografia

Escolha e caracterização da população Definição do grupo amostral

Construção do questionário
Primeiro ano lectivo Último ano lectivo

Alunos

Aplicação do Professores
questionário

Tratamento e análises de dados

Resultados e
discussão
Conclusões
Figura 1- Fluxograma do Método de Pesquisa.
Fonte: Autora.
A presente pesquisa de cunho descritivo foi realizada por meio de levantamento

de dados quantitativos por amostragem (survey), no qual foi aplicado o estudo de corte

3
transversal em que os dados coletados tem como objetivo verificar o que acontece em um
determinado momento. Foi feita a mensuração das variáveis levantadas por meio de software
estatístico e, foram realizadas comparações e associações entre os grupos estudados

2.2. Local da pesquisa

A pesquisa realizou-se na Escola Superior de Hotelaria e Turismo (ESHOTUR),


Município de Belas na Centralidade do Kilamba quarteirão U19, como uma das Unidades
Orgânicas que faz parte da UAN.

Figura 2- Mapa e foto satelital do local da pesquisa.


Fonte: Google Earth

2.3. Tipo de Pesquisa

O trabalho apresentará uma abordagem quantitativa-qualitativa, porque, refere- se a


fenómenos sociais, culturais e históricos, que não podem ser medidos apenas
quantitativamente, mas compreendidos em sua totalidade e complexidade, interpretados e
analisados também sob a óptica qualitativa (TOZONI-REIS, 2008).

As pesquisas qualitativas possuem um carácter exploratório, pois estimulam os


entrevistados a pensar livremente sobre um tema. Elas fazem emergir aspectos subjectivos,
atingem motivações não explícitas, ou mesmo não conscientes, de forma espontânea
(MINAYO, 1994).

2.4. Instrumentos de coleta de dados

Para a obtenção da informação foram elaborados dois tipos de questionários, sendo

estes:

3
 Aos professores, para verificar o modo e a frequência com que o tema meio
ambiente é tratado na sala de aula.
 Aos alunos, para verificar os conhecimentos que eles tem sobre o meio
ambiente.
Também foi avaliado, com a óptica ambientalista, o currículo do curso de Gestão Turística
da ESHOTUR.
2.5. Amostra

Para o desenvolvimento deste estudo foi escolhida como amostra os estudantes de 1º e


4º ano do curso de Gestão Turística de ESHOTUR,

2.6. Análise dos dados

O questionário modelo aplicado às turmas foram organizados através de ficha de


controlo (Apêndice – Item 1) e, colocados em planilha do software Microsoft Office Excel
2010 (Apêndice – Item 3) para a análise posterior dos dados em software estatístico IBM
SPSS, versão 21 (Statistical Package for the Social Sciences).

Os dados numéricos obtidos, através da aplicação dos métodos estatísticos, no estudo de


determinado fenômeno expressam as variações quantitativas de forma a resumir em tabelas, o
máximo de informações obtidas no menor espaço possível, possibilitando sua melhor
visualização para fins de futuras análises pelo pesquisador (Prodanov e Freitas, 2013).

Para este estudo, realizou-se inicialmente uma análise univariada, uma análise
individual das variáveis, qualificando-as e estabelecendo a partir deste ponto, o tipo de análise
a ser realizada. Neste caso, em relação às variáveis categóricas, foram analisadas através de
ferramentas como tabelas de frequência e tabelas de referências cruzadas.

3
CAPÍTULO III. ANÁLISE E DISCUSÃO DOS RESULTADOS

Na pesquisa foram desenvolvidas duas questões básicas para determinar a formação


Ambiental dos profissionais do Turismo

1) Análises da percepção relacionada às práticas da Universidade, para explicar os


mais diversos fenômenos comportamentais dos estudantes de ESHOTUR,
mediante a problemática ambiental e a sustentabilidade.
2) Análises da Educação Ambiental na formação dos estudantes da ESHOTUR
através do Currículo do curso de Gestão Turística.

3.1. Análises da percepção dos alunos relacionada às práticas da


Universidade.

As análises da percepção foram realizadas com base nos inquéritos elaborados, nos
quais as perguntas que compõem o questionário foram agrupadas de forma à permitir as
comparações entre si, possibilitando maior profundidade na investigação. Os inquéritos para
análise são:

a) Inventário Sócio Demográfico (Perfil) – trata-se de questões para caracterização da


população estudada;

b) Hábito em relação à Sustentabilidade (HS) – trata-se de perguntas através das quais


buscou-se compreender os hábitos em ambiente doméstico e público relativo à
sustentabilidade apresentados pelos estudantes;

c) Prática da Universidade (PU) – trata-se de perguntas através das quais buscou-se


identificar a percepção dos estudantes quanto a participação da universidade nas
questões ambientais; e,

d) Entendimento em relação à Sustentabilidade (ES) – são perguntas utilizadas para o


levantamento da compreensão dos estudantes em relação às mais diversas questões
relacionadas à sustentabilidade em seu quotidiano.

3.1.1. Inventário Sócio Demográfico.

Para a análise da população representativa dos profissionais do turismo em


3
formação, foi inquerida a população composta de estudantes universitários do curso de
Gestão Turística da Facultade ESHOTUR.

Conforme dados apresentados na Tabela 1, observa-se a distribuição da população.


Tabela 1 - Número de estudantes por género do grupo amostral do curso de
Gestão Turística
Curso Feminina Masculina Total
Primeiro ano letivo 48 32 80
Último ano letivo 32 28 60
TOTAL 80 60 140

Fonte: Autora.

O curso analisado é ofertado em um turno, diurna, assim, a amostra foi composta por
80 estudantes do primeiro ano lectivo e 60 do último ano para um total de 140 inqueridos.

Através dos dados levantados obteve-se uma amostra composta por 60 estudantes do
sexo masculino e 80 estudantes do sexo feminino.

160
140
120
100
80
60
40
20
0

FEMININA MASCULINA TOTAL

Primeiro ano letivoÚltimo ano letivoTOTAL

Gráfico 1: Alunos do grupo amostral, por género.


Fonte: Dados da pesquisa.

Considerando as idades dos inqueridos conforme Tabela # 2, percebe-se uma


população consideravelmente jovem, tendo como base que 80 são estudantes do 1º ano
letivo e 60 são alunos finalistas cursando o 4º ano lectivo.

3
Tabela 2 - Análise de frequência de idade dos alunos pesquisados.
Idade Frequência Percentual
Sem resposta 0 0
Até 21 anos 62 44.3
22 a 25 anos 48 34.3
26 a 29 anos 22 15.7
30 a 33 anos 6 4.3
Acima de 34 anos 2 1.4
Total 140 100
Fonte: Autora.

Dos estudantes inqueridos, 78.6 % tem idade até 25 anos e 20% possui a idade superior
a 26 anos e, apenas 1.4 % ultrapassa os 34 anos.

150

100

50

0
SemAté 2122 a 25 26 a 29 30 a 33Acima deTotal
respostaanosanos anos anos 34 anos

Gráfico 2: Gráfico demonstrativo da distribuição amostral de alunos por faixa


etária.
Fonte: Autora

Em relação a experiência no mercado de trabalho dos alunos, é possível visualizar a


distribuição dos inqueridos através da Tabela 3.
Tabela 3: Tabela de frequência sobre realização de estágio e trabalho na área
do curso analisado.
Já fez estágio na área do curso Já trabalha ou trabalhou na
indicado? área do curso indicado?
Frequência Percentual Frequência Percentual
Sem resposta 2 1.4 2 1.4
Sim 35 25 66 47.4
Não 103 73.6 72 51.2
Total 140 100 140 100
Fonte: Autora.

3
Observa-se que 35 estudantes, o equivalente a 25 % da amostra, afirmam ter realizado
estágios na área do curso prospectado e, 103 estudantes, o equivalente a
73.6 % da amostra, ainda não participaram de estágios na área.

Com relação a experiência efectiva através do trabalho na área do curso analisado, 66


estudantes, o que corresponde a 47.4 % da amostra, afirmaram já ter trabalhado na área do
curso e, 72 estudantes, o equivalente a 51.2 % da amostra informaram não ter trabalhado na
área do curso analisado.

Com relação as questões relacionadas ao meio ambiente no curso em questão,


perguntou-se sobre a suficiência de sua abordagem para aplicabilidade no mercado de
trabalho e, se os universitários procuraram conhecimento complementar relacionado as
questões ambientais fora do curso de graduação, conforme é possível observar através da
Tabela 4.
Tabela 4 - Tabela de frequência de curso ou treinamento sobre meio ambiente
e suficiência da abordagem sobre as questões ambientais no
curso para aplicação no mercado de trabalho.
A abordagem de questões ambientais
Fora da graduação, já fez algum
em seu curso é suficiente para a
curso ou treinamento sobre o meio
aplicação no mercado de
ambiente?
trabalho?
Frequência Percentual Frequência Percentual
Sem 4 2.9 4 2.9
Sim 14 10 9 6.4
Razoável 32 22.8 - -
Não 90 64.3 127 90.7
Total 140 100 140 100
Fonte: Autora.

Com base na Tabela 4 se observa a insatisfação dos respondentes em relação à


abordagem das questões ambientais em sala de aula para aplicabilidade no mercado de
trabalho. Segundo 90 alunos, o equivalente a 64.3 % da amostra, afirmam que as questões
relacionadas ao meio ambiente abordadas no curso prospectado não são suficientes para a
aplicação no mercado de trabalho.

Considerando a soma dos alunos que responderam “sim” e “razoável” só 46

3
estudantes, o que equivale a 32.8 % da amostra afirmaram reconhecer alguma aplicabilidade
para o conteúdo acerca do meio ambiente recebido no curso, porém deste total apenas 10 %
sinalizou a resposta “sim”.

Nesta mesma tabela apresentada, é possível verificar que o 90.7 % dos estudantes não
procuraram nenhum tipo de curso ou treinamento para complementar o conhecimento
adquirido acerca do meio ambiente ofertada no curso, apesar da maioria dos alunos
sinalizarem que a abordagem curricular das questões ambientais em seu curso não são
suficientes para a aplicação no mercado de trabalho.

Nota-se pouco interesse no desenvolvimento do conhecimento acerca desta temática por


parte dos universitários pesquisados.

3.1.2. Análise dos Hábitos em Relação a Sustentabilidade (HS)

Para as análises dos questionários mensuráveis através das escalas tipo Likert, foram
somados os percentuais de respostas “Discordo totalmente” e “Discordo em partes” para
representar o grau de discordância em relação às perguntas propostas.

Para mensurar o grau de concordância dos inqueridos em relação às perguntas propostas


foram somadas os percentuais de respostas “Concordo em partes” e “Concordo totalmente”.

Para a análise do HS, conforme observa-se em Tabela 5, foi levantada a relação entre os
hábitos domésticos da população estudada, representada por 140 universitários, para entender
a preocupação dos indivíduos, a assimilação e prática do conhecimento adquirido acerca das
questões ambientais em seu quotidiano.

As 3 questões formuladas:
a) Em casa, sempre procuro economizar energia elétrica.
b) Em casa, sempre procuro economizar água
c) Em casa, sempre separo o lixo em recipientes diferentes

Os dados da tabela 5 demonstram que os indivíduos preocupam-se menos com questões


relacionadas à separação e reciclagem do lixo em ambiente doméstico do que em relação às
questões de economia de água, que apresentou concordância de
73.9 % da amostra e, para a economia de energia elétrica, a concordância de 57 %

3
da amostra. Em ambas questões a preocupação está por abaixo do recomendável para
estudantes neste nível educacional.
Tabela 5 - Análise do levantamento dos hábitos domésticos relativos a
sustentabilidade.

Em casa, sempre Em casa, sempre Em casa, sempre separo o lixo


procuro economizar procuro economizar em recipientes diferentes (papel,
Respostas energia elétrica. água plásticos, embalagens)

Nº % Nº % Nº %

Sem resposta 4 3 8 5.9 0 0


Discordo
19 13 5 3.9 72 51.1
totalmente
Discordo em
22 16 6 4.3 32 23
partes
Não concordo
16 11 17 12 25 17.9
nem discordo
Concordo em
32 23 35 24.9 7 5
partes
Concordo
47 34 69 49 5 3
totalmente
TOTAL 140 100 140 100 140 100

Fonte: Autora.

Observa-se também que 13.6 % dos estudantes não se posicionaram em relação aos seus
hábitos domésticos relativos a sustentabilidade. Dos inqueridos válidos, 57
% apresentaram tendência comportamental pró-ambiental reconhecendo a importância da
economia de energia, sendo ligeiramente predominante a categoria de total concordância com
a afirmação representando 34 %.

No levantamento representado pelas Tabela 6 e 7, dos hábitos quotidianos em local


público, as questões formuladas foram:

a) Sempre utilizo as lixeiras públicas para descartar o lixo


b) Descarto sempre o lixo em recipientes públicos para reciclagem
c) Descarto sempre o óleo de cozinha usado em locais apropriados
d) Nunca descarto os eletrodomésticos em locais apropriados

3
Tabela 6 - Análise do levantamento dos hábitos quotidianos relativos a
sustentabilidade através de estatísticas descritivas
Sempre utilizo as lixeiras públicas Descarto sempre o lixo em recipientes
para descartar o lixo públicos para reciclagem
Nº % Nº %
Discordo
15 10.7 86 61.5
totalmente
Discordo em
20 14.3 40 28.6
partes
Não concordo
5 3.6 10 7.1
nem discordo
Concordo em
22 15.7 1 0.7
partes
Concordo
78 55.7 3 2.1
totalmente
Fonte: Autora.

Para a pergunta relacionada à utilização de lixeiras públicas para o descarte de lixo,


obteve-se a concordância de 71.4 % dos inqueridos e, a discordância observada representou
apenas 25% da amostra. A pergunta relacionada ao descarte de lixo em recipientes públicos
para reciclagem obteve um percentual de concordância muito baixo, de 2.8 % da amostra. A
discordância observada para esta questão foi de 90.1
% dos inqueridos.

Tabela 7 - Análise do levantamento dos hábitos quotidianos relativos a


sustentabilidade através de estatísticas descritivas
Descarto sempre o óleo de cozinha Nunca descarto os electro-
usado em locais apropriados domésticos em locais apropriados
Nº % Nº %
Discordo
103 73.6 3 2.1
totalmente
Discordo em
20 14.3 5 3.6
partes
Não concordo
12 8.6 27 19.3
nem discordo
Concordo em
3 2.1 15 10.7
partes
Concordo
2 1.4 90 64.3
totalmente
Fonte: Autora.

4
Neste caso observa-se que os universitários não têm hábito na destinação correta de
eletrodomésticos,

Em relação ao hábito de descarte de óleo de cozinha em locais apropriados, tais valores


sugerem que o hábito do descarte correto do óleo de cozinha não é uma preocupação dos
universitários pesquisados

Os resultados levantados para as análises sobre os hábitos de locomoção dos


universitários foram apresentados nas Tabelas 8.

As questões formuladas foram:


a) Procuro sempre fazer minhas locomoções a pé.
b) Utilizo sempre o transporte público para minhas locomoções.
c) Nunca participo de acções a favor do meio ambiente.

Identifica-se, através dos resultados descritos na Tabela 8, a menor adesão dos


inqueridos à locomoções a pé, indicando o maior uso do transporte público ou veículo
particular. Também se evidencia a pouca participação em atividades públicas a favor do meio
ambiente
Tabela 8 - Análise do levantamento dos hábitos de locomoção quotidianos com
relação a sustentabilidade através de estatísticas descritivas.
Procuro sempre fazer Utilizo sempre o Nunca participo de
minhas locomoções a transporte público para acções a favor do meio
pé. minhas locomoções ambiente
Nº % Nº % Nº %
Sem resposta 2 1.4 2 1.4 3 2
Discordo
48 34.1 2 1.4 4 3
totalmente
Discordo em
31 22.1 11 7.9 7 5
partes
Não concordo
22 15.5 25 17.9 18 13
nem discordo
Concordo em
27 19.2 42 30 17 12
partes
Concordo
11 7.8 58 41.4 91 65
totalmente
Fonte: Autora.

4
Para a análise dos hábitos de consumo dos universitários pesquisados foram dispostas,
na Tabela 9, as perguntas relacionadas a compra de produtos ecológicos, que não contaminem
o meio ambiente e, a pergunta que trata da preferência por produtos que utilizem embalagens
recicláveis ou reutilizáveis.
Tabela 9 - Análise do levantamento dos hábitos de consumo relativos a
sustentabilidade através de estatísticas descritivas.
Sempre compro Prefiro produtos em Quando faço compras,
produtos embalagens levo sacolas retornáveis
ecológicos recicláveis
Nº % Nº % Nº %
Sem resposta 1 0.7 1 0.7 1 0.7
Discordo totalmente 90 64.3 95 67.9 110 78.6
Discordo em partes 30 21.4 25 17.9 22 15.7
Não concordo nem
5 3.6 5 3.6 5 3.6
discordo
Concordo em partes 5 3.6 3 2.1 1 0.7

Concordo totalmente 10 7.1 12 8.6 1 0.7


Fonte: Autora.

Percebe-se, neste caso, que a importância do consumo de produtos com características


sustentáveis não é reconhecida, por tanto, a prática ainda necessita de disseminação.

Confirma-se nas tabelas 6, 7, 8 e 9, uma relação insatisfactória dos estudantes da


ESHOTUR em relação aos hábitos quotidianos em ambiente doméstico e público relativo à
sustentabilidade.

3.1.3. Análise das Práticas da Universidade (PU).

A atuação da universidade na disseminação da informação, assim como no estímulo dos


estudantes em práticas sustentáveis pôde ser observada através dos dados obtidos para o
questionário PU, disponíveis na Tabela 10.

De forma geral foi observado que as práticas sustentáveis da instituição de ensino


superior pesquisada são pouco percebidas pelos estudantes do curso de Gestão Turística.

4
Tabela 10 - Análise do levantamento das práticas da universidade relativas à
sustentabilidade através de estatísticas descritivas. (Análise de
frequência do Constructo PU)
Sem Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
resposta totalmente em partes nem discordo em partes totalmente
a) A Universidade desenvolve programas de redução de resíduos sólidos
Frequência 2 75 22 4 12 25
Porcentual 1.4 53.6 15.7 2.9 8.6 17.9
b) A Universidade incentiva formas de reciclagem de resíduos
Frequência 0 95 20 2 2 21
Porcentual 0 67.9 14.3 1.4 1.4 15.0
c) O curso sempre oferece atividades relacionadas a questões ambientais
Frequência 2 88 23 8 7 12
Porcentual 1.4 62.9 16.4 5.7 5 8.6
d) A Universidade sempre desenvolve programas de redução de consumo de energia
Frequência 1 98 12 5 11 13
Porcentual 0.7 70 8.6 3.6 7.9 9.3
e) A Universidade nunca desenvolve programas redução de consumo de água
Frequência 1 11 12 5 13 98
Porcentual 0.7 7.9 8.6 3.6 9.3 70
f) A Universidade sempre promove a coleta seletiva em suas dependências
Frequência 0 112 10 0 3 15
Porcentual 0 80 7.1 0 2.1 10.7
Fonte: Autora.

Para a pergunta de que a universidade desenvolve programas de redução de resíduos


sólidos, a concordância apresentada representou 26.5 % dos universitários pesquisados e, a
discordância observada para esta pergunta foi de 69.3 % da amostra.

Ainda para a questão dos resíduos, especificamente sobre a pergunta de que a


universidade incentiva formas de reciclagem de resíduos, o resultado não foi muito diferente
do que foi obtido para a questão anterior.

Este resultado relacionado ao incentivo de formas de reciclagem é corroborado pela


questão que afirma que a Faculdade sempre promove a colecta seletiva em suas dependências,
na qual a percentual de discordância representou 87.1 % dos alunos inqueridos.

Tais resultados demostram a insuficiente promoção que realiza a Faculdade para


incentivarem a cultura ambiental dos seus estudantes.

4
A percepção do aluno referente a participação da universidade é importante pois,
conforme o descrito por Sibbel (2009), “o papel da universidade é educar e aprimorar os
currículos, oferecendo exemplos e experiências que tragam a capacidade de desenvolvimento
da conscientização dos indivíduos e, suas responsabilidades sociais e morais que estão
associadas às práticas profissionais”.

Da tabela 10 demonstra-se a necessidades de que a instituição de ensino (ESHOTUR)


difunda o conhecimento acerca da problemática ambiental para a formação de profissionais do
turismo mais bem capacitados, para atuar perante as adversidades ambientais da actualidade.

3.1.4. Análise do Entendimento em Relação a Sustentabilidade (ES)

Foram levantadas as variáveis para o ES, em relação ao entendimento dos estudantes da


ESHOTUR pesquisados sobre questões ambientais ligadas a sustentabilidade. Os dados
apresentados indicam a percepção dos estudantes sobre os possíveis responsáveis pelos
problemas ambientais, conforme pode-se observar através das Tabelas 11 e 12.

Tabela 11 - Análise do entendimento da responsabilidade em relação a


sustentabilidade entre governo e empresa,

As empresas são asmaiores


O governo é o maior responsável pelos
responsáveis pelos problemas
problemas ambientais
ambientais
Frequência Porcentual Frequência Porcentual
Sem resposta 0 0 0 0
Discordo
10 7.1 10 7.1
totalmente
Discordo em
21 15 20 14.5
partes
Não concordo
18 12.9 15 10.9
nem discordo
Concordo em
47 33.6 43 30.4
partes
Concordo
44 31.4 52 37.1
totalmente
TOTAL 140 100 140 100
Fonte: Autora.

4
Conforme aos resultados de concordância ou discordância, pode-se assumir que mais da
metade dos universitários acreditam que as empresas têm um importante poder de decisão,
sendo responsabilizadas pelos alunos pesquisados.

Em relação a afirmação de que as empresas devem receber incentivos governamentais


para reduzir os seus impactos ambientais, 70.7 % da amostra (99 inqueridos) responderam
positivamente. Em relação a afirmação de que os governos devem criar leis mais rigorosas
para proteção do meio ambiente, 79.6 % da amostra (112 inqueridos) concordou.
Tabela 12 - Análise do entendimento da responsabilidade em relação a
sustentabilidade entre governo e empresa.
As empresas devem receber incentivos Os governos devem criar leis
governamentais para reduzir os seus mais rigorosas para
impactos ambientais proteção do meio ambiente
Frequência Percentual Frequência Percentual

Sem resposta 9 6.1 10 7.3


Discordo
11 7.9 2 1.4
totalmente
Discordo em
5 3.9 3 2.3
partes
Não concordo
16 11.3 13 9.5
nem discordo
Concordo em 28 19.7 22 15.4
partes
Concordo
71 51 90 64.2
totalmente
Total 140 100,0 140 100,0

Fonte: Autora.

A interpretação de que as empresas devem receber incentivos governamentais para


reduzir os seus impactos ambientais, isenta de responsabilidade as atividades empresariais
sobre o meio ambiente. Ela indica que somente se a empresa receber incentivos deverá
colaborar com as questões

ambientais.

O entendimento dos estudantes da responsabilidade profissional em relação a


sustentabilidade foi pesquisado a traves da tabela 13.

4
Tabela 13 - Análise do entendimento da responsabilidade profissional em
relação a sustentabilidade.
O profissional sempre deverá se A utilização de ferramentas de
preocupar com questões ambientais sustentabilidade deve ser uma
em sua carreira profi- preocupação do gestor de uma
ssional empresa
Frequência Percentual Frequência Percentual
Sem resposta 11 8.2 10 7.1
Discordo
4 2.7 7 4.1
totalmente
Discordo em
4 2.7 7 4.8
partes
Não concordo
23 16.3 28 20.2
nem discordo
Concordo em
35 25.2 33 24.5
partes
Concordo
63 44.9 55 39.3
totalmente
Total 140 100,0 140 100,0

Fonte: Autora.

Para a pergunta de que o profissional sempre deverá-se preocupar com as questões


ambientais em sua carreira, 70.1 % da amostra (98 inqueridos) indicam concordância com sua
importância nas questões relacionadas ao meio ambiente. Tal informação é corroborada pela
concordância de 63.8 % da amostra (88 inqueridos) à pergunta sobre a preocupação dos
profissionais e futuros gestores com a utilização de ferramentas de sustentabilidade em sua
carreira, remetendo a necessidade da aplicação prática do conhecimento adquirido pelos
universitários em sua formação.

A análise do entendimento da influência da população em relação à sustentabilidade foi


realizada através dos resultados disponibilizados em Tabela 14.

Tabela 14 - Análise de frequência do entendimento da participação da


população em relação a sustentabilidade.
Sem Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
resposta totalmente em partes nem discordo em partes totalmente

a) O crescimento populacional deve ser controlado para conservar o meio ambiente


Frequência 2 20 22 10 40 50
Percentual 1.4 14.3 15.7 7.1 28.6 35.7

4
Sem Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
resposta totalmente em partes nem discordo em partes totalmente
b) A espécie humana tem o direito de alterar a natureza para garantir sua
sobrevivência
Frequência 4 50 30 5 15 40
Percentual 2.8 35.7 21.4 3.6 10.5 28.6
c) O aumento da escolaridade de uma população contribui para a melhoria do meio
ambiente
Frequência 0 20 15 2 15 78
Percentual 0 14.3 10.7 1.4 10.7 55.7
d) É possível equilibrar o desenvolvimento econômico e proteção ambiental
Frequência 2 4 9 5 30 90
Percentual 1.4 2.8 6.4 3.6 21.4 64.3
Fonte: Autora.

Os dados revelaram a concordância de 64.3 % da amostra (90 inqueridos) em relação a


afirmação de que o crescimento populacional deve ser controlado para conservar o meio
ambiente. A discordância em relação a mesma afirmação foi de 30
% da amostra (42 inqueridos).

Entende-se através destes números a consciência em relação ao papel da população no


que tange a preservação de meio ambiente e o consumo de seus recursos.

Em relação a afirmação de que a espécie humana tem o direito de alterar a natureza para
garantir sua sobrevivência, o grau de concordância apresentado foi de
29.1 % da amostra (55 inqueridos). Para o grau de discordância obteve-se 80 respondentes, o
equivalente a 57.1 % da amostra.

Compreende-se por estes resultados a conscientização dos universitários em acerca dos


limites a serem respeitados relacionados às modificações exercidas pela espécie humana no
meio ambiente.

As questões relacionadas a combustíveis fósseis e energia atômica tiveram resultados


parecidos, apresentando maior percentual de hesitação dos inqueridos, percebida através de
análise da Tabela 15.

Através dos dados apresentados é possível observar que a questão do aquecimento


global é reconhecida por 115 inqueridos, como o principal na atualidade

4
apresentando o percentual de concordância de 82.2 % da amostra. É possível notar uma
concordância quando analisado o entendimento dos estudantes em relação as perguntas sobre
o impacto dos combustíveis fósseis sobre o aquecimento global e, a energia atômica como
alternativa segura para a redução do aquecimento global.

Tabela 15 - Análise do entendimento pessoal de questões relacionada à


sustentabilidade,
Sem Discordo Discordo Não concordo Concordo Concordo
resposta totalmente em partes nem discordo em partes totalmente

a) Os combustíveis fósseis são os vilões do aquecimento gobal


Frequência 1 10 12 2 20 95
Percentual 0.7 7.1 8.6 1.4 14.3 67.9
b) A energia atômica (nuclear) é uma alternativa segura para reduzir o aquecimento
Frequência 1 60 28 14 15 22
Percentual 0.7 42.9 20.0 10.0 10.7 15.7
c) A poluição do ar afeta a qualidade de vida das pessoas da minha cidade
Frequência 1 27 20 10 15 67
Percentual 0.7 19.3 14.3 7.1 10.7 47.9
d) A poluição do ar na minha cidade é algo que me preocupa
Frequência 2 26 15 12 20 65
Percentual 1.4 18.7 10.7 8.6 14.3 46.4
e) O aquecimento global é o principal problema ambiental na atualidade
Frequência 1 15 12 8 25 79
Percentual 0.7 10.7 8.6 5.7 17.9 56.4
f) Os movimentos ambientais são importantes na luta pela preservação da natureza
Frequência 1 12 15 12 25 75
Percentual 0.7 8.6 10.7 8.6 17.9 53.6
Fonte: Autora.

Obteve-se 82.2 % da amostra indicando concordar com o impacto dos combustíveis


fósseis sobre o aquecimento global. Para a pergunta acerca do uso alternativo da energia
atômica para a redução do aquecimento global, foi observado que 37 inqueridos, ou seja, 26.4
da amostra apresentaram concordância com a afirmação.

Com relação a pergunta de que a poluição do ar afeta a qualidade de vida das

4
pessoas, 82 inqueridos que representa 58.6 % da amostra, apresentou concordância com a
afirmação. Em relação a afirmação sobre a preocupação dos inqueridos sobre a poluição do ar
na cidade à qual pertencem, obteve-se a concordância de 85 estudantes que representa 60.7 %
da amostra.

A importância dos movimentos ambientais na luta para a preservação da natureza


obteve a concordância de 71.5 % da amostra,

Percebe-se certa coerência dos inqueridos ao se comparar os resultados das perguntas


pois, a identificação do problema por parte dos estudantes e a preocupação frente ao problema
identificado foram registrados através do questionário. Sendo o aquecimento global um
assunto de grande “apelo ecológico” na atualidade e de grande disseminação, porém foi
percebido um provável desconhecimento dos estudantes em relação à energia nuclear como
alternativa ao problema do uso de combustíveis fósseis e a poluição do ar decorrente de seu
consumo.

3.2. Análises da Educação Ambiental na formação dos estudantes da


ESHOTUR através do currículo do curso de Gestão Turística.

No Projecto Pedagógico do curso de Gestão Turística de ESHOTUR estabelece- se:


“Durante a permanência no curso de Gestão Turística o estudante será dotado de altos valores
éticos e morais, conhecimentos filosóficos, econômicos e históricos, conforme as
peculiaridades do país, que assegurem seu desempenho em função de contribuir para o
desenvolvimento econômico e a divulgação da identidade cultural e nacional”.

3.2.1. Esferas de Actuação Profissional do graduado do Curso de


Gestão Turística.

Conforme Esferas de Actuação Profissional do Projecto Pedagógico do Curso de Gestão


Turística de ESHOTUR, o profissional pode trabalhar como gestor em entidades que
desenvolvem as atividades de turismo, viagens e hospitalidade, que podem ser:

 Agências de viagens e operadores do turismo.


 Escritórios de Informação Turística

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 Alojamentos (hotéis, motéis, etc.)
 Alimentos e bebidas, além de Alimentação Coletiva de toda índole
 Transporte (no relacionado com a organização do transporte de passageiros)
 Entidades de lazer (lazer e entretenimentos).
 Entidade de comércio e logística de productos para as vendas a visitantes.
 Publicitárias.
 Entidades ou escritórios de tipo territorial relacionadas com o turismo, as
viagens e a hospitalidade.
 Escolas e Entidades de consultoria e pesquisa.

Ao analisar as atividades as quais o profissional pode trabalhar como gestor percebe-se


uma lacuna, visto que a dimensão ambiental não está diretamente contemplada nas práticas
profissionais. Entretanto, também é possível inferir que determinadas atividades pressupõem
que o profissional considere as questões ambientais para o exercício da sua profissão.

3.2.2. Currículo do curso de Gestão Turística.

O currículo do curso de Gestão Turística da ESHOTUR está integrado em 46 disciplinas


estructuradas em 6 grupos:
1. Formação Humanística
2. Idiomas
3. Matemática e Informática
4. Disciplina principal integradora
5. Turismo e Viagens
6. Entidades de Hospitalidade

No currículo do curso de Gestão Turística, o tema ambiental é abordado em duas


disciplinas (Geografia Turística e Meio Ambiente, Sustentabilidade no turismo), sendo
insuficiente, dado o desenvolvimento e a diversidade das técnicas e procedimentos atualmente
utilizados para mitigar os impactos ambientais relacionados as actividades turísticas.

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Tabela 16: Distribuição das disciplinas do curso de Gestão Turística.

Formação Humanística Turismo e Hospitalidade

 Fundamentos Filosóficos e económicos da  Turismo e Hospitalidade 1


Ciência e da Tecnologia.  Turismo e Hospitalidade, Práctica,
 Panorama da História Universal familiarizão (2)
 História de Angola  Turismo e Hospitalidade. Serviços y
 Seminário de Pedagogia Processos. (3)

Matemática Aplicada e Informática.  Turismo e Hospitalidade 4


 Turismo e Hospitalidade 5
 Matemática Superior
 Turismo e Hospitalidade. Modalidades
 Informática Básica
Turísticas (6)
 Estatística Aplicada ao Turismo
 Turismo e Hospitalidade. Gestão de Destinos
 Comércio Electrónico no Turismo
(7)
Idiomas  Turismo e Hospitalidade Práctica

 Português I: II; III Profissional Alojamento (8)

 Inglês I; II; III;  Turismo e Hospitalidade, Práctica

 Línguas Nacionais I, II Profissional de entidades turísticas (9)


 Metodologia da Investigação
 Trabalho de Diploma / Exame Estatal
Turismo e Viagens Entidades de Hospitalidade

 Comunicação Interpessoal  Contabilidade e Finanças


 Sociologia do turismo  Direção e Estratégia
 Comercialização Turística  Gestão da Qualidade
 Geografia Turística e Meio Ambiente  Gestão de Recursos Humanos
 Panorama da Cultura Angolana  Direção Integrada e Avaliação de
 Economia do Turismo Projectos
 Gestão de transportes turísticos e  Gestão de Alojamentos
Agências de Viagens  Gestão de Restauração
 Assistência e condução de grupos (Guia  Negociação no turismo
Turístico)  Gestão de entidades de lazer
 Sustentabilidade no turismo  Comércio de produtos
 Comunicação promocional no turismo  Empreendimentos turísticos
Fonte: Secretaria docente de ESHOTUR

5
Após uma análises profunda do contudo das disciplinas do curso de Gestão Turística, e
ao questionários realizados aos professores, para verificar o modo e a frequência com que o
tema meio ambiente é tratado na sala de aula, conclui-se o seguinte:

A ESHOTUR deve, entre outras ações, rever conceitos no currículo do curso de Gestão
Turística, inovar na gestão acadêmica e desenvolver programas de educação ambiental para a
sensibilização (quanto à dimensão ambiental) dos profissionais durante sua formação, bem
como de toda a comunidade acadêmica – incluindo professores, administradores,
fornecedores, entre outros – com um sentido mais humanizado, criterioso e comportamental,
ou seja, através de mudanças de atitudes e ações.

5
CONCLUSÕES

 Comprovou-se que una das principais dificuldades do turismo em Angola aponta a


formação e qualificação da força de trabalho, incluindo dos gestores.
 Conclui-se que os estudantes de ESHOTUR, mostram pouco interesse no
desenvolvimento do conhecimento acerca dos “Hábitos em Relação a
Sustentabilidade” (HS).
 A Faculdade não realiza insuficiente promoção para incentivarem a cultura
ambiental dos seus estudantes.
 O tema ambiental não é prioritário no currículo do curso de Gestão Turística de
ESHOTUR.

5
RECOMEDAÇÃOES

Recomenda-se a ESHOTUR

 Rever conceitos do curso de Gestão Turística, inovar na gestão acadêmica e


desenvolver programas de educação ambiental para a sensibilização dos
profissionais durante sua formação,
 Estimular atividades que proporcionem, aos estudantes e professores, o engajamento
e educação em prol do desenvolvimento sustentável.
 Revisar o currículo do curso a favor da introdução de mais conteúdos programáticos
sobre á problemática ambiental, relacionadas com o turismo.

5
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

1. ANDRADE, D. F. Implementação da Educação Ambiental em escolas: uma reflexão.


In: Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Revista Electrônica do Mestrado
em Educação Ambiental, out//nov/dez 2000.
2. ARAÚJO, L. Brito de, Programa de Educação Ambiental, PBA 04. Ministério da
Integração, Projecto de Integração do Rio São Francisco. 2002
3. BARBIERI, J. C; SILVA, D. Desenvolvimento Sustentável e Educação Ambiental:
Uma trajetória comum com muitos desafios. Revista de Administração Mackenzie,
São Paulo, maio/ jun. 2011.
4. CARRUS, G.; PASSAFARO, P.; BONNES, M. Emotions, habits and racional choices
in ecological behaviours: The case of recycling and use of public transportations.
Journal of Environmental Psychology, 2008.
5. COSTA, J. et al. Valores pessoais e Gestão Socio ambiental: Um estudo com
estudantes de administração. Revista de Administração Mackenzie, 2013.
6. CURRIE, K. L. Meio ambiente e interdisciplinaridade na prática. 1998
7. ESTEVES, F. Fundamentos de limnologia, 1998.
8. LAVES, N; SOUZA, V. M. D.; LEITE, P. R. O papel da logística reversa no
reaproveitamento do "lixo eletrônico" - um estudo no setor de computadores. RGSA -
Revista de Gestão Social e Ambiental, jan./ Abr, 2011.
9. LICKORISH L. , Introdução ao turismo, Elsevier Editora, 2000.
10. MELO, G. P. Educação Ambiental para Professores e outros Agentes Multiplicadores.
João Pessoa, Paraíba, 2010.
11. MINAYO, M. C. S. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In: (Org.).
Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 18. ed. Petrópolis: Vozes, 1994.
MORGADO F; PINHO R.; LEÂO F. "Educação Ambiental, Para um ensino
interdisciplinar e experimental da Educação Ambiental", 2007.
12. MOESCH M. A., Produção do saber turístico. Editora Contexto, 2000.
13. ONU, Conferência de Estocolmo “Declaração Sobre o Ambiente Humano”, 1972.
14. ONU. Relatório “O Nosso Futuro Comum”, 1987.

5
15. PRODANOV C. C. , E.C. de Freitas. Metodologia do trabalho Científico, Novo
Hamburgo - Rio Grande do Sul – Brasil, 2013
16. RANDOLPH, B., Troy, P. Attitudes to conservation and water consumption.
Environmental Science & Policy. 2008
17. SIBBEL, A. Pathways towards sustainability through higher education.
International Journal os Sustainability in Higher Education, 2009.
18. TOZONI-REIS M. F. C, Pesquisa-ação em Educação Ambiental, 2008.
19. UNESCO, “Programa Internacional de Educação Ambiental”, 1975.
20. WHITMARSH L. "climate change" and "global warming", Public Understanding of
Science, 2009.
21. WWW.Novagazeta.co.ao
22. WWW.Expansão.co.ao

5
APENDICES

5
ITEM 1 – FICHA DE CONTROLE

5
ITEM 2 a- QUESTIONÁRIO FRENTE

5
ITEM 2 b- QUESTIONÁRIO VERSO

6
ITEM 3 – MODELO DE PLANILHA DE TABULAÇÃO EM SOFWARE MICROSOFT OFFICE EXCEL

6
ANEXOS

6
ITEM 1- IMÁGENS DE SHOTUR

ITEM 2- LOGOTIPO ESHOTUR

ESTUDANTES DE ESHOTUR

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