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Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude

Departamento das Engenharias e Ciências Exactas

Pré-projecto de Fim de Curso de Licenciatura em Engenharia de Recursos Naturais e


Ambiente.

Realizado por: Indira Cabral

TEMA:

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FORMAÇÃO DOS


PROFISSIONAIS DO TURISMO.

Caso de Estudo: Escola Superior de Hotelaria e Turismo


(ESHOTUR)

Orientador: Prof. MSc. Manuel Diaz

Nº do registro:
DEDICATÓRIA

“Dedico este projecto a pessoa mais importante da minha vida, a minha mãe que muito
vem contribuída para a minha formação dando conselhos, amor e apoio incondicional”

AGRADECIMENTOS
i
Ao todo-Poderoso Deus por estar comigo em todos os momentos difíceis, iluminado meu
caminho colocando na minha vida pessoas que me conduziram ao sucesso.

A minha mãe e ao meu pai pelo amor incondicional, paciência e seus conselhos e por
nunca duvidarem do meu potencial.

Ao meu Orientador pelo incentivo e paciência e pela sua colaboração com seus
conselhos e motivação.

Aos meus amigos pela ajuda e atenção que me foi prestada durante a elaboração do
meu trabalho.

Ao Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude, em especial aos professores e


colegas que muito contribuíram para a minha formação.

ii
RESUMO

O turismo se constitui uma actividade de grande impacto, nos quais se incluem os


ambientais. A partir da compreensão que a atividade turística depende do meio ambiente
e diante da característica multidisciplinar do turismo, observa-se a necessidade do
enfoque ambiental ser incorporado na formação profissional do turismólogo, nos cursos
de bacharelado.

A educação ambiental torna-se um componente que contribui para a reflexão e a


mudança de comportamentos individuais e coletivos em torno do tema. Nesse sentido,
destaca-se a atuação e a responsabilidade socio ambiental das Instituições de Ensino
Superior na construção e no desenvolvimento não somente na educação formal
acadêmica, mas também na continuidade da formação daqueles que já são profissionais,
para a sensibilização de todos os indivíduos com a questão ambiental.

Em Angola, cerca de 60 % dos empreendimentos hoteleiros, estão em Luanda, ficando


apenas 40 % para as restantes 17 províncias. O sector dispõe de 28 462 quartos, dos
quais 14 088 são quartos de hotel e 14 374 são de outros tipos de alojamentos. Ainda
que existem 235 hotéis, 1 771 empreendimentos hoteleiros, 5 829 restaurantes e
similares, bem como 317 agências de viagens.

As principais dificuldades do turismo em Angola apontam: a carência e a fragilidade de


infraestructura e acessibilidades, o deficit de produção interna e dependência das
importações e a escassez de equipamentos hoteleiros, oferta complementar; formação e
qualificação da força de trabalho, incluindo dos gestores.

Diante da legislação vigente e da demanda do mercado globalizado, considera- se


relevante discutir a educação ambiental relacionada a formação profissional do
turismólogo, para que o mesmo tenha domínio das prácticas ambientais no exercício
responsável de sua profissão.

Palavras-chave: Turismo, Educação Ambiental, Formação profissional em Turismo.

iii
ABSTRACT

Tourism is a major impact activity, which includes environmental impacts. Based on the
understanding that tourism activity depends on the environment and the multidisciplinary
characteristic of tourism, it is observed the need of the environmental focus to be
incorporated in the professional training of the tourist in the baccalaureate courses.

The environmental education becomes a component that contributes to the reflection and
the change of individual and collective behaviors around the theme. In this sense, the
performance and social-environmental responsibility of Higher Education Institutions in
building and developing not only in formal academic education, but also in the continuity
of the training of those who are already professionals, to raise awareness of all individuals
with the environmental issue.

In Angola, about 60% of hotel developments are in Luanda, with only 40% remaining in
the remaining 17 provinces. The sector has 28 462 rooms, of which 14 088 are hotel
rooms and 14 374 are other types of accommodation. Although there are 235 hotels, 1
771 hotel developments, 5 829 restaurants and the like, as well as

317 travel agencies. The main difficulties are tourism in Angola: the lack of infrastructure
and accessibility, the lack of internal production and dependence on imports and the
scarcity of hotel equipment, a complementary offer; training and qualification of the
workforce, including managers.

Given the current legislation and the demand of the globalized market, it is considered
relevant to discuss the environmental education related to the professional training of the
tourist, so that it has a mastery of environmental practices in the responsible exercise of
their profession

Keywords: Tourism, Environmental Education, Professional Training in Tourism.

iv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Sigla Significado
DS Educação Ambiental EA-. Educação Ambiental
ES.- -. Desenvolvimento sustentável PT.- Profissional do turismo
HS Entendimento em Relação a Sustentabilidade PU-. Práticas da Universidade.
OMT-. Hábitos em Relação a Sustentabilidade FPT-. Formação dos profissionais do turismo MA-.
Meio ambiente
ONU.- Organização Mundial do Turismo FPT-. Formação do profissional Turismólogo UAN-.
Universidade Agostinho Neto
EA-. Organização das Nações Unidas
DS-.
ES Educação Ambiental EA-. Educação Ambiental
HS Desenvolvimento sustentável PT.- Profissional do turismo
OMT .- Entendimento em Relação a Sustentabilidade PU-. Práticas da Universidade.
ONU.- Hábitos em Relação a Sustentabilidade FPT-. Formação dos profissionais do turismo MA-.
Meio ambiente
EA -. Organização Mundial do Turismo FPT-. Formação do profissional Turismólogo UAN-.
Universidade Agostinho Neto
DS-. Organização das Nações Unidas
DS
ES.- -. Educação Ambiental EA-. Educação Ambiental
HS Desenvolvimento sustentável PT.- Profissional do turismo

v
INTRODUÇÃO

O presente tema debruça-se sobre a Educação Ambiental (EA) na formação


dos profissionais do turismo (FPT), visando o respeito ao meio ambiente (MA) e
principalmente ao comprometimento ético-ambiental para garantir melhor
qualidade de vida.

O envolvimento e participação de todos é fundamental para a elaboração de


estratégias que podem amenizar possíveis soluções de impactos e é um
instrumento de auxílio a preservação ambiental, bem como é importante a
compreensão da Educação Ambiental no currículo do profissional do turismo
(PT) para proteger o ambiente na comunidade local, no município, no país e no
mundo.

As constantes e aceleradas transformações pelas quais o mundo passa têm


afectado significativamente o ambiente, essas transformações provocadas pelo
modelo de desenvolvimento da economia e interesse pelo turismo estão a surtir
efeitos positivos e vêm despertando a consciência de um número cada vez
maior de pessoas, por isso, há que proporcionar experiências que possibilitem
colocar as pessoas em contacto directo com o mundo e sensibilizá-las para o
ecossistema que as envolvem; retratar a importância do ambiente para a saúde
e o bem-estar do ser humano e para o exercício da cidadania; avaliar o
desenvolvimento econômico aliado à degradação ambiental e a qualidade de
vida, e desenvolver no educando o valor ético-social diante dos problemas
ambientais que serve como base para um desenvolvimento sustentável (DS).

Até 1975, Angola havia desenvolvido certa tradição turística que


sucessivamente foi cancelada pela guerra. O turismo, como outras riquezas de
país, é ainda somente um factor “potencial”, mas certamente o país oferece
muitas oportunidades nesse sentido, graças a seu território vasto e
extremamente variado do ponto de vista climático, agrícola e paisagístico.

Dentre as principais dificuldades do turismo em Angola está a formação e


qualificação da força de trabalho, incluindo dos gestores.

1
As Instituições de Ensino Superior, nesse sentido, possuem importantes
responsabilidades com relação à formação profissional, produção do conhecimento e
capacitação de recursos humanos, ao educar para o desenvolvimento sustentável.

Angola tem de aumentar o financiamento para melhorar e aumentar a oferta formativa


nas instituições de ensino superior e de formação profissional nas áreas da hotelaria e
turismo. Deve-se apontar a formação de profissionais com um perfil adequado, capazes
de um bom desempenho, razão pela qual é necessário existir uma ligação entre a teoria
e a prática durante a formação,

Entre as Instituições mais competente que ministram a formação dos profissionais nesta
área, está a Escola Superior de Hotelaria e Turismo (Eshotur), a qual existe desde 2014
e não é autónoma, é uma unidade orgânica da Universidade Agostinho Neto (UAN); com
docentes angolanos e cubanos;

O presente trabalho pretende contribuir a análises da formação dos profissionais em


Hotelaria e Turismo na temática meio ambiental.

2
OBJECTIVOS

Objetivo geral

Verificar se a Faculdade ESHOTUR tem nos programas de ensino as disciplinas que


contribuem a educação Ambiental de seus estudantes e a importância desse
conhecimento no desempenho profissional dos mesmos.

Objetivos Específicos

Descrever os programas de ensino da ESHOTUR.

Realizar um estudo da percepção dos estudantes de ESHOTUR da problemática


ambiental e a sustentabilidade.

Analisar as disciplinas que contribuem a Educação Ambiental dos estudantes.

Propor recomendações para a melhoria da Educação Ambiental dos


estudantes da ESHOTUR.

LIMITAÇÃO DO ESTUDO.

Foi delimitado o grupo de estudantes do 1º ano letivo e, alunos finalistas frequentando o


4º ano letivo, matriculados em 2015.

DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Neste trabalho procuram-se fazer uma abordagem geral de como é tratada a


componente ambiental na Escola Superior de Hotelaria e Turismo (ESHOTUR), qual é o
domínio sobre o mesmo e através da percepção dos estudantes e a análises do currículo
do curso de Gestão Turística.

3
JUSTIFICATIVA

Descrever a importância da implementação de programas de Educação Ambiental no


ensino superior é de grande valia para o desenvolvimento da sociedade, criar projectos
com intuito de educar comunidades, procurando sensibilizá-las para as questões
ambientais e mobilizar para a modificação de atitude nocivas e apropriadas posturas
benévolas ao equilíbrio ambiental.

Segundo Curie, “as crianças de hoje precisam desenvolver atitudes ambientais básicas
durante a sua permanência na escola para futuramente poder contribuir de forma
consciente para a melhoria da nossa aldeia global como adultos, cidadãos plenos do
mundo”, (Curie, 1998)

Segundo Andrade, “aplicar a Educação Ambiental nas escolas tem-se mostrado uma
tarefa exaustiva, uma vez que existem grandes dificuldades nas actividades de
sensibilização e formação, na implementação de actividades de projectos e,
principalmente, na manutenção e continuidade dos já existentes”. Ele afirma que:
“factores como o tamanho da escola, número de alunos e de professores, predisposição
destes professores em passar por um processo de treinamento, a vontade da direcção de
realmente incentivar um projecto ambiental que vai alterar o quotidiano na escola”,
(Andrade, 2000)

Além de factores resultantes da integração acima citados e ainda outros podem servir
como obstáculos à implementação da Educação Ambiental, dado que esta não se dá por
actividades pontuais, mas por toda uma mudança de paradigmas que exige uma
contínua reflexão e apropriação dos valores que remetem a ela, as dificuldades
enfrentadas assumem características ainda mais contundentes.

Considerando a importância da implementação de programas de Educação Ambiental no


ensino superior como um papel fundamental para alcançar objectivos, metas e mitigar
impactos isso auxiliará no processo de conhecimento socio ambiental.

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CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Conceitos e definições.

Meio Ambiente: (do termo latino ambiens/ambientis) consiste no lugar onde os


seres vivos habitam incluindo seres inanimados. (Currie, K. L., 1998)

Na Lei Constitucional da República de Angola no seu artigo 24.º assegura que

«todos os cidadãos têm o direito de viver num meio ambiente sadio e não
poluído» e mais adiante expõe que «o Estado adopta as medidas necessárias
à proteção do meio ambiente e das espécies da flora e fauna nacionais e em
todo território nacional e à manutenção do equilíbrio ecológico»;

Assim sendo, considerando que Angola entrou num novo ciclo de


desenvolvimento e crescimento econômico que exige uma utilização intensiva
de recursos naturais, por um lado e por outro, considerando que a
concretização dos princípios do desenvolvimento sustentável e o combate à
pobreza, enquanto desideratos deste crescimento passam pela melhoria da
qualidade ambiental.

Angola é rica em biodiversidade e é responsabilidade de todos angolanos na


preservação da vida destes ecossistemas aperfeiçoando o ambiente para o
nosso bem-estar e termos sucesso no desafio de não destruir o MA e com a
capacidade de mobilizar-se na construção de um futuro melhor com a
recuperação e conservação ambiental, será algo vantajoso e vale a pena a
cooperação de todos, pois assim não estaremos comprometidos com as novas
gerações.

Sustentabilidade: é reunir as necessidades do presente sem comprometer as


necessidades das gerações vindouras (engloba o meio ambiente). Essa
definição foi criada pela World Commission on Environment and Development
(Comissão sobre Ambiente e Desenvolvimento). Trata-se de uma definição
padrão e que deixa bem clara a ideia de que devemos saber como usar os
recursos do nosso planeta, sem comprometer os mesmos recursos para as
gerações procedentes, ou seja, trata-se de cuidar da nossa (nós e nossos
descendentes) capacidade de existência a longo prazo. (Araújo, L. Brito, 2002)
5
A sustentabilidade depende de factores como o espaço existente, a capacidade
de gerar suporte econômico, a capacidade de participar de modo voluntário da
população local na actividade, a estrutura já existente. Por isso, deve-se usar o
MA de maneira racional, com determinação em que os torna capazes de agir
individualmente ou colectivamente.

A ideia de se executar as actividades turísticas de maneira sustentável desde


empreendedores, trabalhadores, já é algo constatada em vários lugares do
planeta, e deve ser um exemplo a ser seguido. A sustentabilidade favorece a
implementação de medidas mitigadoras e mudança ou adaptação do
pensamento das pessoas que é muito importante no que se referente ao
turismo, dando espaço ao turismo sustentável desenvolvendo uma sociedade
com maior qualidade de vida e com menos desigualdades socias. (Araújo, L.
Brito, 2002)

Educação Ambiental: a educação ambiental é proporcionar a todas as pessoas


o conhecimento de maneira óbvia para que o educando quando compreender a
sua importância por si mesmo dará o seu contributo. (Andrade, 2000).

Adquirindo este conceito e objectivo, mostra-lhes os principais impactos


ambientais e sociais causados pelo turismo, etc... além de possuir uma ampla
bagagem de MA e próxima à realidade e não como algo distante, isso irá
também consciencializa-las sobre os percalços a ter com o mesmo e sua
preservação, entretanto, vai trazer grandes mudanças positivas havendo
mudanças de atitude e comportamento que os fará observar e fazer uma
reflexão dos danos sócio ambientais, isto é fundamental para promover
cidadãos conscientes que atuem de forma responsável na realidade em que
vivem, contribui para o DS no planeta e valores que poderão favorecer a
adopção de comportamentos individuais responsáveis.

Com os desastres ambientais que estão ocorrendo surgindo e pelo crescimento


populacional (a maioria das famílias vive em carência extrema e habitação
inadequada) urge a necessidade de PT estarem comprometidos a trabalhar
colocar a aplicabilidade dos seus conhecimentos para minimizar os problemas,
e também é importante que os PT tenham uma colaboração com a
6
comunicação social para participar no processo educacional porque sem ela
será difícil pensarmos em sustentabilidade.

Depois de considerada e acordada a importância de educar para preservar e


conviver respeitosamente com o meio ambiente este histórico documentado
suporta- se num outro acontecimento que não podemos deixar de considerar
aqui para fundamentar a direção que irá apontar à EA.

A UNESCO, em 1975, publica também o Programa Internacional de Educação


Ambiental. Em 1976, realiza-se um importante Congresso Mundial sobre EA,
desta vez no continente Africano, em Brazzaville, tendo daqui resultado o
reconhecimento da pobreza como o maior de todos os problemas ambientais,
um problema, que como todos os que afectavam o globo terrestre, poderia se
erradicado através da educação.

Análise da história da educação ambiental em Angola.

Angola possui 1.246.700 km2 de superfície. O evoluir da história determinou as

fronteiras que hoje conhecemos, o que significa que nas dezoito províncias que
compõem a divisão actual administrativa, habitam sete comunidades culturais,
das quais emergem outros subgrupos (acerca de cem), que se distinguem
pelas suas particularidades sociolinguísticas e culturais a saber, os Ovimbundo,
Ovinganguela, Ambundo, Bacongo, Tchokwe, Ociwambo e khoisan. Angola
esta situada na Costa Ocidental de Africa, abaixo do equador. A fronteira
angolana tem uma extensão de

6.487 km dos quais 4.837 são fronteira terrestre e 1.650 de fronteira marítima
(Melo, 2010).

A dimensão territorial de Angola possui 65% de florestas ou terrenos não


exploráveis, existe uma biodiversidade invejável, com seus rios a se
deslocarem do Norte para o Sul e do Este para o Oeste e vice-versa. Mas
embora enumeremos esses benefícios todos que podemos encontrar em
Angola, denota-se também uma pobreza extrema onde a maior de recurso
sustenta as famílias angolanas são as suas florestas ou a sua vasta

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biodiversidade. Encontra-se aqui uma discrepância naquilo que são as forças e
as fraquezas da população.

A história da educação ambiental começou a nível das comunidades com uma


situação de forma isolada, mas com a mensagem do regedor da Aldeia ou
comunidade a aconselhar a população para evitar o derrube de árvores para
prevenir das possíveis pragas o male que são direcionadas por aquelas
comunidades ou pessoas que não gostavam da comunidade, por outras
algumas árvores eram cortadas pois suas folhas e raízes eram usadas como
medicamentos ou tinham propriedades medicinais. E assim a mensagem era
passada de uma geração para outra como legado.

O estado angolano sempre se preocupou com o meio ambiente, embora com


algumas decisões menos céleres do que desejável, sempre deteve acções que
indicavam um indício naquilo que eram as questões ligadas ao meio ambiente,
pois a nível dos manuais da disciplina de Ciências da Natureza constavam
acções de preservação do meio, aquelas ligadas com a água, no cuidado com
a higiene (lixo), na relação com as plantas e animais. Mas só em 1998 a
Educação Ambiental foi institucionalizada, com a aprovação e entrada em vigor
da Lei de Bases do Ambiente, a Lei nº5/98 de 19 de Junho que propõe a
Educação Ambiental como:

“Medida de protecção ambiental que deve acelerar e facilitar a implementação


do Programa Nacional de Gestão Ambiental, através do aumento progressivo
de conhecimento da população sobre os fundamentos ecológicos, sociais que
regem a sociedade humana (Art. 20, Lei nº5/98 de 19 Junho de 1998) ”.

Esses objectivos começaram a ser postos em prática em Angola há mais de


uma década e, desde 2001, é considerada a possibilidade de intervenção dos
professores como agentes de intervenção nesta dinâmica. De facto, nesse ano,
o Ministério das Pescas e Ambiente, através do programa denominado
Programa de Educação e Conscientização Ambiental, que definia princípios,
finalidades e objectivos para a implementação da Educação formal e não
formal em Angola, determinou que, a educação ambiental em Angola começou

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com a conceção de um programa de longo prazo que prevê acções
direcionadas para a educação formal e não formal.

Esse programa produziu um primeiro projecto, dirigido a coordenadores de


disciplinas dos Institutos Médios de Educação, cujos objectivos gerais são de
sensibilizar os professores face aos problemas ambientais; fazê-los adquirir
conceitos básicos da Ciência Ecológica; fazê-los adquirir competências
indispensáveis para a utilização de métodos e recursos específicos que
permitem o desenvolvimento da Educação Ambiental nas escolas; e favorecer
o desenvolvimento de uma consciência ecológica nos alunos (Ministério das
Pescas e Ambiente, 2001, Ministério das Relações Exteriores & Ministério do
Meio Ambiente, 2006).

Desde a aprovação das presentes leis, deu-se a conhecer oficialmente aos


cidadãos do verdadeiro interesse do estado no que concerne à sua visão
ambiental, para tal algumas acções têm sido realizadas, com algumas
instituições filantrópicas de direito cívico para preservação ambiental, apoiadas
também pelo Governo, no nosso entender pouco se tem vindo a fazer visto que
a temática não se acompanha com uma acção que se prolongue muito no
tempo. Pelo contrário, é uma temática que necessita de acção e de uma prática
intensa e continuada para outras formas de combater a pobreza que não
passam necessariamente por destruir o meio ambiente.

O século passado fica marcado com por avanços e recuos significativos no que

diz respeito a sensibilização da população para as questões centrais da


sustentabilidade ambiental do planeta que recebemos e que legado
(denominado de “pegada ecológica”) deixa para as gerações vindouras.

A implementação de políticas e actos em ordem a conservar e proteger o


ambiente resultarão, assim cremos, em ganhos significativos para Angola, e
para tal, é absolutamente necessário empreender um esforço conjunto que
abarque múltiplos agentes, estando entre eles, especialmente o Estado
enquanto legislador e, por outro lado, o contributo individual e coletivo de
pessoas que abraçam acções e grupos não formais de relevância no que

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concerne à sensibilização e luta por causa nobres em defesa deste bem
comum.

O Turismo em Angola.

Até 1975, Angola havia desenvolvido certa tradição turística que


sucessivamente foi cancelada pela guerra. Poucos conhecem o grande
potencial turístico desse território que permaneceu fechado ao mundo durante
décadas.

O turismo, como outras riquezas do país, é ainda somente um factor


“potencial”, mas certamente Angola oferece muitas oportunidades nesse
sentido, graças a seu território vasto e extremamente variado do ponto de vista
climático, agrícola e paisagístico, ainda desconhecido por parte do grande
público do turismo internacional. Alguns empreendedores sul-africanos e
namibianos já estão a explorar, com considerável sucesso, esse potencial.

Pode parecer excesso de otimismo falar de turismo num país que saiu de uma
guerra civil de 27 anos de duração, com suas infraestruturas destruídas, mas é
exactamente isso o que faz de Angola um caso particularmente interessante
também para esse sector.

Para além das áreas de difícil acesso no interior do país, são amplas as áreas
que já oferecem possibilidades interessantes para investimentos no sector do
turismo. Naturalmente, trata-se ainda de um turismo orientado para um nicho
de mercado empreendedor e menos exigente em termos de conforto. O
território virgem é muito adequado para o turismo ecológico, sustentável,
respeitoso do meio ambiente.

Angola tem capacidade para se tornar uma nova fronteira do turismo do século

Tomando todas as precauções necessárias para viajar em condições de


segurança, inclusive do ponto de vista sanitário, o turista descobre enormes
territórios inexplorados, que permaneceram isolados do mundo por longos anos
e que, pela

primeira vez, se abrem aos estrangeiros.

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Três exemplos de investimento no sector do turismo: as praias tropicais entre
Luanda e Benguela, com panoramas encantadores e ao alcance do turista
contemporâneo; o deserto Do Namibe (que marca o início do deserto que dá o
nome ao país vizinho, a Namíbia), tão belo quanto a Namíbia em termos de
belezas naturais

e interesse cultural; as montanhas de tirar o fôlego do Planalto da Huíla.

Regista-se já um turismo crescente que descobre as belezas angolanas. Com


o aumento da procura interna e as potencialidades do turismo estrangeiro, que
já registou os primeiros sinais de interesse. Os investimentos no sector
hoteleiro e turístico ganham crescente interesse.

Legislação Ambiental e do Turismo de Angola.

Regulamentação da actividade turística em Angola

Na regulamentação turística foram definidos conceitos e os deveres dos


agentes públicos, agentes privados (Agências de Viagens e Turismo,
Prestadores do Serviço de Turismo da Natureza, Aluguer de veículos para fins
de turismo, informação turística, Transporte Turístico, etc..) e individuais da
actividade do turismo em Angola estabelece regras para que as pessoas
exercem as suas actividades com sustentabilidade de maneira organizada para
uma boa produção.

O incumprimento das leis determina a aplicação de sanções como multa e


advertências, suspensão temporária no caso de estabelecimentos.

O Ministério de Hotelaria e Turismo no capítulo Ι, Artigo 1.° (Definição) diz que:

O Ministério de Hotelaria e Turismo é o órgão do governo que dirige, coordena


e assegura a execução da política do governo no domínio da hotelaria e do
turismo.

No Artigo 2°, “Atribuições”, estabelece que:

1. Ao Ministério de Hotelaria e Turismo compete:

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Inventariar, orientar fomentar e promover, o aproveitamento e conservação dos
recursos turísticos do país;

Licenciar, orientar, disciplinar, fiscalizar e apoiar a indústria hoteleira e turística,


as Agências de Viagens, os operadores turísticos bem como todas as
actividades directamente relacionadas ao turismo;

Desenvolver acções com vista a formação da consciência da população sobre


a importância do turismo para o país;

Dar parecer sobre os planos de ordenamento do território sujeitos a ratificação


do Governo;

Estudar e propor ao Governo as áreas de aproveitamento ou de


desenvolvimento turístico bem como aqueles que possuem especial aptidão
para o turismo, delimitando-as;

No Artigo 10° cria-se o “Conselho Nacional de Hotelaria e Turismo”, e define


que é o órgão de consulta do Ministério de Hotelaria e Turismo para análise
das políticas e programas de fomento do turismo no qual participam
representantes do sector publico e privado. Também indica que esse Conselho
tem a estrutura, composição e funções que consta no decreto de executivo
aprovado pelo Ministro de Hotelaria e Turismo.

Planos e programas do desenvolvimento do turismo em Angola.

Em Angola, cerca de 60 % dos empreendimentos hoteleiros, estão em Luanda,


ficando apenas 40 % para as restantes 17 províncias. O sector dispõe de 28
462 quartos, dos quais 14 088 são quartos de hotel e 14 374 são de outros
tipos de alojamentos. Ainda que existem 235 hotéis, 1 771 empreendimentos
hoteleiros, 5 829 restaurantes e similares, bem como 317 agências de viagens.
(WWW.Expansão.co.ao)

As principais dificuldades do turismo em Angola apontam: a carência e a


fragilidade de infraestructura e acessibilidades, o deficit de produção interna e
dependência das importações e a escassez de equipamentos hoteleiros, oferta

12
complementar; formação e qualificação da força de trabalho, incluindo dos
gestores.

O Ministério do Turismo tem directrizes definidas no plano do turismo que


estruturam um conjunto de estratégias e acções para o desenvolvimento
sustentado e equilibrado do turismo em Angola. O turismo em Angola
apresenta um défice de oferta a vários níveis, mas dispõe de um grande e rico
conjunto de recursos favoráveis turísticos para o desenvolvimento do turismo

No Cuando-Cubango o Ministério de Hotelaria e Turismo tem planos de ampliar


o projecto Okavango-Zambeze para tornar um facto, por isso, o mesmo esta
reunindo esforços para transformar as ideias, planos e programas em acções
práticas, Angola será o maior beneficiário. Este território tem grandes
potencialidades, e é um pulmão florestal que precisa ser bem aproveitado,
tratado e preservado garantindo condições excepcionais para desenvolver o
turismo

O projecto Okavango integra cinco (5) países como Angola, Botswana,


Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe, tendo como objectivo a implementação do
turismo entre as fronteiras a fim de tributar o desenvolvimento socioecónomico
em Angola, e tem como finalidade o crescimento responsável sustentável que
constitui uma mais-valia para o país e povos das áreas abrangidas pelo
projecto Okavango

Os impactos económicos, sociais e ambientais gerados pelo turismo exigem


um processo de planeamento, e se constitua em um instrumento importante
para o desenvolvimento da actividade a nível local, regional e nacional.

Aspectos relevantes a realçar:

Oportunidade de criar uma visão e de potenciar uma dinâmica integrada do


turismo;

 Mão-de-obra pouco qualificada;


 Necessidade de meios de trabalho eficientes;
 Necessidade de inventariação

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O país tem um amplo potencial para um desenvolvimento do turismo e precisa
de muita sustentabilidade e especialistas na área, as 18 províncias de Angola
têm muito à oferecer como a extraordinária herança natural, e ajuda a fixar a
congruência do homem e a natureza tornando-a numa experiência
inesquecível.

Qualquer uma das províncias angolanas tem muito para mostrar com as
diversas

paisagens e com grandes belezas estonteantes naturais como a famosa Serra


da Leba situada no Lubango e pelo seu clima, as praias de água morna de
Benguela, pela rica floresta de Maiombe em Cabinda, o lendário Deserto do
Namibe e o único lugar do mundo onde cresce a peculiar Weliwítschia Mirabilis,
pelas terras de Malange temos uma relíquia a Palanca Negra Gigante e às
Quedas de Kalandula, entre outras deslumbrantes maravilhas dos vários
pontos turísticos do país.

Para que o turismo em Angola cresça equilibradamente e atinge os seus


principais objectivos deve-se atribuir o seguinte:

1. Incentivar e trabalhar no turismo;


2. Investir nas estradas;
3. Trabalhar no meio ambiente de maneiras a recuperá-lo e preservá-lo;
4. Cumprir com legislação angolana;
5. Conquistar o turista e fazer com que se sinta satisfeito em todas as suas
necessidades e direitos;
6. Desenvolver o turismo de forma sustentável.
A educação Ambiental na formação dos profissionais do Turismo em Angola.

Atualmente, com a velocidade de consumo dos recursos naturais e


consequentes impactos ambientais, é possível observar que a preocupação
com a dimensão ambiental é inerente em toda a sociedade.

As Instituições de Ensino Superior, nesse sentido, possuem importante


responsabilidade com relação à formação profissional, produção do

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conhecimento e capacitação de recursos humanos, ao educar para o
desenvolvimento sustentável.

A educação ambiental pode ser considerada um instrumento ao longo do


processo de aprendizagem capaz de sensibilizar os indivíduos e desenvolver
uma consciência crítica sobre as relações dos seres humanos com o meio
ambiente.

Sendo o turismo uma atividade multidisciplinar e com intrínsecas inter-relações


com o meio ambiente e diante da realidade de mercado, a abordagem da
dimensão ambiental na formação profissional do turismólogo é considerada
relevante, a fim de enfatizar efetivamente nas suas atividades profissionais
práticas ambientais sustentáveis.

A actividade do turismo é indispensável para a economia de Angola, que traz


possibilidades e alternativas de crescimento nacional, regional e local, por isso
deve ser feito de maneira planejada e sustentável para promover o bem-estar
da população. Nesse sentido, a formação dos profissionais que manejam o
sector, é básica para o seu desenvolvimento sustentável, evitando a
degradação do ambiente e combinando de forma harmoniosa a economia e o
meio ambiente.

Angola tem de aumentar o financiamento para melhorar e aumentar a oferta


formativa nas instituições de ensino superior e de formação profissional nas
áreas da hotelaria e turismo. Deve-se apontar a formação de profissionais com
um perfil adequado, capazes de um bom desempenho, razão pela qual é
necessário existir uma ligação entre a teoria e a prática durante a formação,
(WWW.Novagazeta.co.ao).

Exemplos de Instituições de ensino superior que ministram formação em


Hotelaria e Turismo em Angola:

Instituição de Ensino Curso

InstitutoSuperior Politécnico de CiênciasLicenciatura em Hotelaria e Turismo


Tecnológicas

Universidade Privada de Angola Licenciatura em Turismo e Gestão Hoteleira

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Universidade Metodista de Angola (Faculdade deLicenciatura em Turismo,
Ciências Económicas e Empresariais) Gestão Hoteleira e Animação

Escola Superior de Hotelaria e Licenciatura em Gestão Turística


Turismo (ESHOTUR), UAN.

Centro de Formação Profissional de Hotelaria eCurso de Comissário e Hospedeira de Bordo.


Turismo - Aka Suku
Curso de Pastelaria & Panificação

Curso de Aprovisionamento e Logística

Escola de Hotelaria e Restauração de Angola (EHR). Curso de Gestão Hotelaria


Ensino Médio Profissional
Curso de Restauração

Curso de Turismo

Técnico de Recepção

Técnico de Alojamento

Técnico de Agência de Viagem

Técnico de Guia de Turismo

Técnico de Cozinha

Técnico de Pastelaria

Técnico Restaurante & Bar

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CAPÍTULI II. METODOLOGIA DA PESQUISA

Metodologia Aplicada

Para a condução desta pesquisa foram tomados os seguintes procedimentos


metodológicos descritos na Figura:

Definição da proposta Revisão da


de pesquisa bibliografia

Escolha e caracterização da Definição do grupo


população amostral

Primeiro Último ano


ano lectivo lectivo

Construção do
questionário

Aplicação do
Alunos
questionário

Professores
Tratamento e
análises de dados

Resultados e
discussão

Conclusões

Figura 1- Fluxograma do Método de Pesquisa. Fonte: Autora.

17
A presente pesquisa de cunho descritivo foi realizada por meio de
levantamento de dados quantitativos por amostragem (survey), no qual foi
aplicado o estudo de corte transversal em que os dados coletados tem como
objetivo verificar o que acontece em um determinado momento. Foi feita a
mensuração das variáveis levantadas por meio de software estatístico e, foram
realizadas comparações e associações entre os grupos estudados

Local da pesquisa

A pesquisa realizou-se na Escola Superior de Hotelaria e Turismo (ESHOTUR),


Município de Belas na Centralidade do Kilamba quarteirão U19, como uma das
Unidades Orgânicas que faz parte da UAN.

Figura 2- Mapa e foto satelital do local da pesquisa. Fonte: Google Earth

Tipo de Pesquisa

O trabalho apresentará uma abordagem quantitativa-qualitativa, porque, refere-


se a fenómenos sociais, culturais e históricos, que não podem ser medidos
apenas quantitativamente, mas compreendidos em sua totalidade e
complexidade, interpretados e analisados também sob a óptica qualitativa
(TOZONI-REIS, 2008).

As pesquisas qualitativas possuem um carácter exploratório, pois estimulam os


entrevistados a pensar livremente sobre um tema. Elas fazem emergir aspectos
subjectivos, atingem motivações não explícitas, ou mesmo não conscientes, de
forma espontânea (MINAYO, 1994).

18
Tipo de Pesquisa

O trabalho apresenta uma abordagem quantitativa-qualitativa

4. Instrumentos de coleta de dados

Para a obtenção da informação foram elaborados dois tipos questionários.

Aos professores, para verificar o modo e a frequência com que o tema meio
ambiente é tratado na sala de aula.

Aos alunos, para verificar os conhecimentos que eles têm sobre o meio
ambiente.

Também foi avaliado com a óptica ambientalista o currículo do curso de Gestão


Turística da ESHOTUR.

População e amostra

Para o desenvolvimento deste estudo foi escolhida como amostra a população


de estudantes e professores de ESHOTUR,

A população é composta por alunos regulares ingressantes e concluintes


matriculados no Curso de Gestão Turística.

Análise dos dados

Os questionários modelo aplicados às turmas visam á verificar a percepção dos


alunos sobre a educação ambiental e foram organizados através de:

Ficha de Controlo (Apêndice – Item 1) e,

Tabulados em planilha do software Microsoft Office Excel 2010 (Apêndice –


Item 3) param:

Análise posterior dos dados em software estatístico IBM SPSS, versão 2.1
(Statistical Package for the Social Sciences).

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Na pesquisa foram desenvolvidas duas questões básicas para determinar a
formação Ambiental dos profissionais do Turismo.

Análises da percepção relacionada às práticas da Universidade, para explicar


os mais diversos fenômenos comportamentais dos estudantes de ESHOTUR,
mediante a problemática ambiental e a sustentabilidade.

Análises da Educação Ambiental na formação dos estudantes da ESHOTUR


através do Currículo do Curso de Gestão Turística.

As análises da percepção foram realizadas com base nos constructos


elaborados, que são:

Inventário Sócio Demográfico (Perfil) – caracterização da população estudada;

Hábito em relação à Sustentabilidade (HS) – buscou-se compreender os


hábitos dos alunos em ambiente doméstico e público relativo à sustentabilidade
.

Prática da Universidade (PU) – percepção dos alunos quanto a participação da


universidade nas questões ambientais; e,

Entendimento em relação à Sustentabilidade (ES) – compreensão dos


respondentes em relação à sustentabilidade em seu cotidiano.

Conhecendo a População Pesquisada

O curso prospectado é ofertado em um turno, diurna, assim, a amostra foi


composta por 80 alunos do primeiro ano lectivo e 60 alunos do último ano
lectivo para um total de 140 respondentes, deles 80 do sexo feminino e 60 do
masculino.

Curso Feminina Masculina Total

Primeiro ano letivo 48 32 80

Último ano letivo 32 28 60

TOTAL 80 60 140

20
Tabela 2 - Análise de frequência de idade

160
120
80
40
0
ta os os os os os l
os ta
an an an an an To
sp 21 25 29 33 34
re é a a a
em At de
S 22 26 30 a
im
Ac

Idade Frequência Percentual

Sem resposta 0 0

Até 21 anos 62 44.3

22 a 25 anos 48 34.3

26 a 29 anos 22 15.7

30 a 33 anos 6 4.3

Acima de 34 anos 2 1.4

Total 140 100

21
Dos alunos pesquisados, 78.6 % tem até 25 anos e 21.4 % possui idade
superior a 26 anos e, apenas 1.4 % ultrapassa os 34 anos.

Percebe-se uma população consideravelmente jovem: 80 alunos são


graduando ingressados no 1º ano letivo de 2018 no curso de Gestão Turística
e, 60 são alunos concluintes cursando o 4º ano letivo do mesmo curso.

Tabela 3: Realização de estágio e trabalho na área do curso prospectado.

Já fez estágio na área do curso Já trabalha ou trabalhou na área do curso


indicado? indicado?

Frequência Percentual Frequência Percentual

Sem
2 1.4 2 1.4
resposta

Sim 35 25 66 47.4

Não 103 73.6 72 51.2

Total 140 100 140 100

25 % da amostra, afirmam ter realizado estágios na área do curso prospetados


e, 73.6 %, ainda não participaram de estágios na área.

Com relação a experiência efetiva através do trabalho na área do curso


prospetados, 47.4 %, afirmaram já ter trabalhado e, 51.2 % informaram não ter
trabalhado na área do curso prospetados.

Tabela 4 - Curso ou treinamento sobre meio ambiente e suficiência da


abordagem de questões ambientais no curso para aplicação no mercado de
trabalho.

A abordagem de questões ambientais em Fora da graduação, já fez algum


seu curso é suficiente para a aplicação no curso ou treinamento sobre o meio
mercado de trabalho? ambiente?

Frequência Percentual Frequência Percentual

22
Sem
4 2.9 4 2.9
resposta

Sim 14 10 9 6.4

Razoável 32 22.8 - -

Não 90 64.3 127 90.7

Total 140 100 140 100

64.3 % afirmam que as questões relacionadas ao meio ambiente abordadas no


curso não são suficientes para a aplicação no mercado de trabalho.

90.7 % dos alunos não procuraram nenhum tipo de curso ou treinamento para
complementar o conhecimento adquirido acerca do meio ambiente

CAPÍTULO III. ANÁLISE E DISCUSÃO DOS RESULTADOS

3.1.1. Análise dos Hábitos em Relação a Sustentabilidade (HS)

Para a pesquisa de estes aspectos foram elaboradas as seguintes Tabelas:

Tabela 5 - Análise do levantamento dos hábitos domésticos Tabela 6 e 7-


Levantamento dos hábitos cotidianos relativos a sustentabilidade. Tabela 8 -
Levantamento dos hábitos de locomoção cotidianos.Tabela 9 - Levantamento
dos hábitos de consumo

Tabela Resultados

# 5: Os alunos preocupam-se menos com questões relacionadas à separação


e reciclagem do lixo em ambiente doméstico do que em relação à
Hábitos
economia de água,
domésticos
Em ambas questões a preocupação está por abaixo do recomendável para
estudantes neste nível educacional.

#6e7 Nas práticas de separação/descarte de lixo em recipientes próprios para

23
Hábitos reciclagem não possuem maior adesão do que em ambiente residencial.
cotidianos
Os universitários não têm hábito na destinação correta de
eletrodomésticos, assim como a falta de aplicação da legislação, que têm
importante papel neste tipo de destinação de objetos em desuso,

O hábito do descarte correto do óleo de cozinha não é uma preocupação


dos universitários pesquisados e, uma atitude sustentável ainda menos
difundida do que o descarte de eletrodomésticos entre os estudantes.

Análise dos Hábitos em Relação a Sustentabilidade (HS)….cont….

Tabela Resultados

# 8: Identifica-se, a menor adesão dos respondentes à locomoções a pé,


indicando o maior uso do transporte público ou veículo particular,.
Hábitos de
locomoção Sobre a participação em acções a favor do meio ambiente,
cotidianos. evidencia-se a pouca participação em atividades públicas a favor do
meio ambiente.

#9 A importância do consumo de produtos com características


sustentáveis não é reconhecida pelos alunos, por tanto, a prática
Hábitos de
ainda necessita de disseminação.
consumo
Confirma-se nas tabelas 6, 7, 8 e 9, uma relação insatisfactória dos
estudantes de ESHOTUR em relação aos hábitos cotidianos relativo
à sustentabilidade.

3.1.2. Análise das Práticas da Universidade (PU).

Para a análises da percepção dos estudantes em relação as Práticas da


Universidade (PU), relativas à sustentabilidade, foi elaborada a seguintes
Tabela 10, com as seguintes constatações:

A Universidade desenvolve programas de redução de resíduos sólidos

A Universidade incentiva formas de reciclagem de resíduos

24
O curso sempre oferece atividades relacionadas a questões ambientais

A Universidade sempre desenvolve programas de redução de consumo de


energia

A Universidade nunca desenvolve programas redução de consumo de água

A Universidade sempre promove a coleta seletiva em suas dependências

Resultados da Análise das Práticas da Universidade (PU).

De forma geral foi observado que as práticas sustentáveis da instituição de


ensino superior pesquisada são pouco percebidas pelos estudantes do Curso
de Gestão Turística.

Tais resultados demostram a insuficiente promoção que realiza a Facultade


para 3.1.3. Análise do Entendimento em Relação a Sustentabilidade (ES)

O entendimento dos estudantes da ESHOTUR sobre questões ambientais


ligadas a sustentabilidade foi analisado nas seguintes tabelas:

Tabela 11 - Responsabilidade em relação a sustentabilidade entre governo e


empresa (1), Tabela 12 - Responsabilidade em relação a sustentabilidade entre
governo e empresa, Tabela 13 - Responsabilidade em relação a
sustentabilidade entre governo e empresa (2). Tabela 14 - Responsabilidade
profissional em relação a sustentabilidade. Tabela 15 - Participação da
população em relação a sustentabilidade. Tabela 16 - Entendimento pessoal de
questões relacionada à sustentabilidade, incentivarem a cultura ambiental dos
seus estudantes.

25
3.1.4. Análise do Entendimento em Relação a Sustentabilidade (ES)

Tabela Resultados

# 11, 12 e 13 Mais da metade dos universitários acreditam que as empresas


e o governo têm um importante poder de decisão, sendo
Sustentabilidade entre
responsabilizadas pelos alunos pesquisados.
governo e empresa
Os universitários acreditam ser de responsabilidade do governo
medidas para diminuir os impactos negativos das empresas ao
meio ambiente e que estas devem receber incentivos.

# 14 70.1 % indicam que o profissional sempre deverá-se preocupar


com as questões ambientais em sua carreira, e apoiam com
responsabilidade
63.8 % a preocupação dos profissionais e futuros gestores com
profissional em relação a
a utilização de ferramentas de sustentabilidade em sua
sustentabilidade
carreira.

Tabela Resultados

# 15 64.3 % concorda em que o crescimento populacional deve ser


controlado para conservar o meio ambiente
Participação da
população em relação a 57.1 % não concorda que a espécie humana tem o direito de
sustentabilidade alterar a natureza para garantir sua sobrevivência,

Compreende-se por estes resultados a conscientização dos


universitários acerca dos limites a serem respeitados
relacionados às modificações exercidas pela espécie humana
no meio ambiente.

# 16 Os combustíveis fósseis e a energia atômica tiveram


resultados parecidos, apresentando maior percentual de
Entendimento pessoal de
hesitação
questões relacionada à
sustentabilidade

26
Através dos dados apresentados é possível observar que a
questão do aquecimento global é reconhecida como o
principal na atualidade, porém foi percebido um provável
desconhecimento dos estudantes em relação à energia
nuclear .

Análises da Educação Ambiental na formação dos estudantes da ESHOTUR


através do Currículo do Curso de Gestão Turística.

O currículo do curso de Gestão Turística da ESHOTUR se integra em 46


disciplinas que se estruturam em 6 grupos:

Formação Humanística

Idiomas

Matemática e Informática

Disciplina principal integradora

Turismo e Viagens

Entidades de Hospitalidade

Conforme a tabela 17, no currículo do curso de Gestão Turística, o tema


ambiental é abordado em duas disciplinas (Geografia Turística e Meio
Ambiente, Sustentabilidade no turismo), sendo insuficiente, dado o
desenvolvimento e a diversidade das técnicas e procedimentos atualmente
utilizados para mitigar os impactos ambientais relacionados as actividades
turísticas.

27
CONCLUSÕES

Comprovou-se que una das principais dificuldades do turismo em Angola


aponta a formação e qualificação da força de trabalho, incluindo dos gestores.

Da análise dos resultados da pesquisa sobre os “Hábitos em Relação a


Sustentabilidade” (HS) conclui-se que os estudantes mostram pouco interesse
no desenvolvimento do conhecimento acerca desta temática.

Respeito a Análise das Práticas da Universidade (PU), os resultados


demostram a insuficiente promoção que realiza a Facultade para incentivarem
a cultura ambiental dos seus estudantes.

No currículo do curso de Gestão Turística, o tema ambiental abordado é


insuficiente,

Ao analisar as atividades as quais o profissional pode trabalhar como gestor


percebe-se uma lacuna, visto que a dimensão ambiental não está diretamente
contemplada nas práticas profissionais.

Este trabalho, contribui para a compreensão da percepção dos universitários


sobre as questões ambientais, favorecendo o engajamento destes indivíduos
em ações em prol da sustentabilidade em seu cotidiano pessoal e profissional.

28
RECOMEDAÇÕES

Recomenda-se a ESHOTUR, rever conceitos no currículo do curso de Gestão


Turística, inovar na gestão acadêmica e desenvolver programas de educação
ambiental para a sensibilização (quanto à dimensão ambiental) dos
profissionais durante sua formação, bem como de toda a comunidade
acadêmica.

Que a instituição difunda o conhecimento acerca da problemática ambiental


para a formação de profissionais do turismo mais bem capacitados, assim
como estimular atividades que proporcionem, aos alunos, o engajamento e
educação em prol do desenvolvimento sustentável.

Recomenda-se revisar o currículo do curso a favor da introdução de mais


conteúdos programáticos sobre á problemática ambiental, relacionadas com o
turismo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

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reflexão. In: Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Revista
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ONU

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