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preender os fundamentos legais que norteia a elaboração de projetos e
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planos para unidades de conservação; estudar sobre as zonas de amorteci-
CM
mento para a preservação das unidades de conservação; apreender sobre
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as relações básicas entre a fauna silvestre e a flora nativa; perceber como é
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o processo de seleção para os corredores ecológicos e sua relação com as
CMY
unidades de conservação; entender o que são áreas de proteção integral
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UCs e áreas de desenvolvimento sustentável.
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Cengage – 2020.
Bibliografia.
ISBN 9788522129775
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Janguiê Diniz
Autoria
Liliane de Deus Barbosa
Possui bacharelado e licenciatura em Geografia e Análise Ambiental pelo Centro Universitário de Belo
Horizonte (UniBH), em 2009; possui formação complementar em Gestão Ambiental na Universidade
Federal de Viçosa (UFV); Especialização em Cultura e História dos Povos Indígenas pela Universidade
Federal de Juiz de Fora(UFJF), em 2016; Mestrado em Geografia – Tratamento da Informação Espacial
pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), em 2015; e cursa desde 2017,
Doutorado em Geografia, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Leciona Geografia nos
ensinos fundamental e médio, há mais de 10 anos. Já atuou no Instituto Federal de Minas Gerais
(IFMG) ministrando aulas em cursos técnicos de Controle Ambiental e Guia de Turismo.
SUMÁRIO
Prefácio..................................................................................................................................................8
Nos tempos atuais, devido aos últimos desastres ambientais que o mundo sofreu,
é muito comum ouvir as pessoas falando sobre gestão ambiental, no entanto, é preciso
conhecimento para que se possa ter uma discussão. Este livro, Gestão de recursos
ambientais, assunto subtema de Gestão Ambiental, aborda amplamente diversos
conceitos e os principais assuntos da matéria: Fundamentos da Temática Ambiental, O
uso de recursos naturais sobre diversas perspectivas, Órgãos de regulação, controle e
fiscalização ambiental, Legislações pertinentes relacionadas ao Meio Ambiente no Brasil.
Esta é apenas uma pincelada do que o leitor aprenderá após a leitura do livro. A
ele, sorte em seus estudos!
UNIDADE 1
Fundamentos da temática ambiental
Introdução
Olá,
Bons estudos!
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Ainda, Capra (1996) apresenta um conceito mais complexo, confira: “a natureza é vista como
uma teia interconexa de relações na qual a identificação de padrões específicos como sendo
‘objetos’ depende do observador humano e do processo do conhecimento”. Veja que o autor
defende a ideia de que a natureza está conectada com absolutamente todas as formas de vida por
meio de uma teia de inter-relações em que se encontram os seres humanos. Mas, ainda assim,
devido ao seu ponto de vista ou de observação, visualiza enquanto “objetos”, ou seja, aquilo que
ele pretende extrair. A percepção da natureza, enquanto conjunto de objetos a serem extraídos e
utilizados pelo homem, integra uma visão de mundo capitalista.
Quanto ao termo meio ambiente, Dulley (2004) destaca que a expressão é constituída por
relações dinâmicas entre os seres vivos e os não vivos, ou seja, de todos os seus componentes.
Os seres e as coisas, isoladas, não formariam meio ambiente porque não se relacionariam. Assim,
nesse conceito, há destaque para as “relações” estabelecidas entre os seres. E é relevante você
perceber que tal definição inclui o homem no ambiente.
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Figura 1 - O meio ambiente é um conjunto com todas as coisas com vida e sem vida que
existem no planeta Terra que afetam os outros ecossistemas e a vida dos seres humanos
Fonte: Alphaspirit, Shutterstock, 2020.
• Em relação à distribuição em porções fixas na Terra por vários lugares, isso representa o
fato de os recursos estarem distribuídos de maneira desigual pelo planeta. Como exem-
plo, você pode considerar o petróleo, cuja maior parte das reservas encontram-se na
área do Oriente Médio.
• Em relação à renovação, eles levam muito tempo, isso ressalta o fato de os recursos, uma
vez utilizados, não serem facilmente repostos na natureza.
Já recursos naturais são um conceito antigo que vem da união dos significados das palavras
recurso e natureza, descritos anteriormente. Sendo, portanto, aquilo que está na natureza, necessário
aos seres humanos. Esses recursos são divididos em duas categorias: renováveis e não renováveis.
O que diz respeito a recursos ambientais, conforme Dulley (2004), corresponderiam aos
recursos naturais renováveis que possuem valor econômico. Na legislação brasileira, tal termo
tem sido mais frequentemente empregado, pois vincula-se à ideia de sustentabilidade, para qual
objetiva-se aproveitar dos recursos econômicos de forma racional para que os renováveis não se
esgotem por mau uso e para retardar a finitude dos não renováveis. A legislação brasileira mais
recente admite, preferencialmente, a nomenclatura recursos ambientais, porém, nos textos mais
antigos, ainda existe o termo recursos naturais.
Figura 2 - A energia solar, uma das fontes de energia renováveis, é um exemplo que pode
manter-se e ser aproveitada sem possibilidade de esgotamento de sua fonte
Fonte: Alphaspirit, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra placas na cor cinza expostas ao Sol para captação de luz e
posterior transformação dessa luz em energia. As placas estão em uma área aberta, sobre grama,
e o Sol está incidindo sobre elas.
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Conforme virtuoso (2004), ainda que o conceito de recursos naturais renováveis enfatize a
capacidade de esses recursos serem renovados, eles possuem uma capacidade de renovação
limitada, pois, ao poluir o ar, a água, destruir os biomas entre outros, há uma enorme dificuldade
em repor tais recursos ao meio ambiente.
Figura 3 - A sobrevivência dos seres vivos depende da água, substância mais abundante na
constituição da maioria dos seres vivos
Fonte: Alphaspirit, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra uma criança de perfil bebendo água em uma garrafa. A
criança tem pele branca, cabelos loiros e veste uma camisa branca. Ao fundo, copas de árvores.
De acordo com Pádua e Lago (2004), a troca de matéria e energia entre a natureza e os seres vivos
constitui um meio ambiente harmônico. O conjunto de relações estabelecidas entre comunidades
que vivem em um determinado local e interagem entre si é denominado como ecossistema. Porém,
é preciso ressaltar que esse convívio entre esses grupos anteriormente acontecia em equilíbrio.
As objeções que se fazem hoje no âmbito da área ambiental não são, em si, contrárias ao
aproveitamento e ao beneficiamento de recursos. Em sua essência, os ambientalistas questionam
o uso indiscriminado desses recursos. Veja um exemplo: no Brasil, foi exorbitante a extração de
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recursos naturais com a exploração de ouro e diamantes pelo garimpo em Minas Gerais, nos
séculos XVII e XVIII. Diamantes e outras pedras preciosas revelaram-se em diferentes locais da
Serra do Espinhaço Meridional, principalmente, nas regiões de Ouro Preto e Diamantina. Eles
foram descobertos pela administração portuguesa em 1729, o que promoveu uma expressiva
movimentação de bandeirantes e aventureiros para a área.
FIQUE DE OLHO
No século XVIII, a descoberta das minas de ouro e pedras preciosas pelos bandeirantes
gerou uma verdadeira corrida pelo ouro, dando início aos primeiros povoamentos em
Minas Gerais, o que fez com que a população da região cresce disparadamente (TORRES
et al., 2012). A falta das devidas precauções na retirada dos minérios dos garimpos
resultou no esgotamento desses minérios, causando esgotamento também das próprias
minas. Isso levou à decadência do ciclo de mineração, visto que os minerais são recursos
naturais não renováveis.
Existe uma tendência de utilização e consumo de bens produzidos de acordo com as normas
de preservação do meio ambiente (NETO LIMA, 2008). Há uma exigência de que as organizações
produzam e comercializem produtos e serviços que estão de acordo com padrões ecologicamente
adequados aos seus clientes e consumidores.
Certamente, você já deve ter lido ou ouvido falar que, durante longos anos, a humanidade
obstinou-se em realizar sua própria evolução econômica e industrial, sem se preocupar com a
preservação de seu ambiente de sobrevivência, não é mesmo? Bom, tal mentalidade está, hoje,
em transformação, porém, esta não se tornou uma escolha, mas sim uma forma de sobrevivência
futura para que o homem continue habitando e usufruindo dos recursos naturais presentes na
Terra, visto que esses se encontram em ameaça de escassez (COSTA, 2004).
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Diante dessa lógica, a preservação do meio ambiente consiste no maior desafio humano
para colocar em prática suas ações de modo sustentável, que gerem também a consciência da
necessidade dessa preservação, tornando-se um objetivo comum não somente a cada indivíduo,
mas, em especial, aos principais agentes poluidores atuais, como as indústrias.
• Saiba que é imprescindível realizar uma reformulação dos padrões de produção para que
as empresas estejam equilibradas com o meio ambiente, pois o industrial consciente, com
inteligência, opta pela aplicação de estratégias tecnológicas em benefício do uso racional
das matérias-primas e da redução de resíduos gerados na produção” (PINTO, 2004).
• Para Dias e Moraes Filho (2006), as indústrias têm o desafio contemporâneo de dar
exemplos sobre os demais setores empresariais. Essa importante missão vem em contra-
ponto ao desenvolvimento desenfreado e despreocupado que essas instituições manti-
veram por diversos anos.
Passos (2009) defende que o termo sustentabilidade foi estabelecido pela Conferência
de Estocolmo, em 1972, e surgiu em decorrência dos debates realizados pelo Clube de Roma,
instituído em 1968, formado por intelectuais e empresários. Essa reunião citou quatro tópicos
que deveriam ser solucionados para que o mundo conseguisse atingir a sustentabilidade, são
eles: o controle do crescimento populacional, o controle do crescimento industrial, a insuficiência
da produção de alimentos e o esgotamento de recursos naturais.
Conforme Sachs (1990), o termo vem do latim sustentare, que significa suster, sustentar, suportar,
conservar em bom estado. Porém, saiba que esse conceito vai além da preservação do meio ambiente,
pois engloba algumas dimensões, como: geográfica, cultural social, econômica e ecológica. Dentre os
valores vinculados a essas esferas, estão incluídas uma espacialização rural-urbana mais equilibrada,
desenvolver-se em harmonia com o cultural, diminuição das diferenças sociais, melhor distribuição de
renda, destinação certa de recursos naturais e mínima degradação ambiental.
refere-se à satisfação das necessidades humanas (físicas, econômicas e sociais) sem comprometer o
futuro das novas gerações, com o objetivo de oferecer recursos e oportunidades iguais a todos. Ou seja,
ele diz respeito a uma utilização consciente dos recursos naturais do planeta e de uma equidade social.
Figura 4 - Como uma ciência complexa e ampla, a ecologia investiga o funcionamento de toda a natureza
Fonte: Alphaspirit, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra uma mão voltada para cima segurando um pedaço do
planeta. Sobre a Terra, há gramado, árvores, casas, animais e hélices de captação de vento para
geração de energia eólica. Um avião sobrevoa pelo cenário da imagem que, ao fundo, mostra o
céu com nuvens e o Sol.
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Como você pode notar, a ecologia está diretamente interligada às preocupações referentes
à conservação do meio ambiente, visto que este estuda a “casa” dos seres humanos, ou seja, a
Terra. Sendo que a ecologia se preocupa com as esferas em um mesmo meio ambiente, tais como
os biomas. Há também uma inquietação quanto ao manejo dos recursos ambientais, buscando
uma utilização mais consciente para melhorar as relações de convívio dentro de um ecossistema.
Outro aspecto importante que interliga a ecologia e os recursos ambientais é a biodiversidade, que
corresponde à quantidade de espécies diferentes que um bioma pode ter, ou seja, à sua variedade.
De acordo com Nascimento (2012), o próprio termo sustentabilidade está ligado à ecologia,
pois esse conceito também representa “a capacidade de recuperação e reprodução dos
ecossistemas (resiliência) em face de agressões antrópicas (uso abusivo dos recursos naturais,
desflorestamento, fogo etc.) ou naturais (terremoto, tsunami, fogo entre outros)”.
Já no entendimento de Neto Lima (2008), a ecologia se relaciona aos recursos naturais e aos
seus fins comerciais e econômicos. Isso porque os consumidores cobram um posicionamento
das empresas quanto à ecologia e ao meio ambiente, caso esse equilíbrio não ocorra, há
um posicionamento contrário às gestões de suas produções que podem resultar em uma
desaprovação dos produtos, ocasionando queda nos lucros.
Assim, tenha em mente que, para que a ecologia e os recursos naturais sejam preservados,
é preciso que ocorra uma harmonia entre os seres humanos, os demais seres vivos e o meio
ambiente, de modo a gerar um equilíbrio no ecossistema. Para isso, note que é preciso uma
conscientização coletiva dos atores sociais, resultando, assim, em um planejamento que favoreça
a todos e também ao meio ambiente, pois as iniciativas em prol da manutenção dos sistemas
ecológicos somente possuem futuro quando levarem em consideração a importância de se
manter o ambiente natural, aproximando os objetivos sociais dos objetivos ambientais.
Tal processo é melhor explicitado por Moreira (2006, p. 90), que diz que
o acúmulo de riquezas. Essa doutrina incentivou as nações europeias a expandir seus territórios
para aumentar o comércio de mercadorias. Durante esse processo, ocorreram as colonizações
nos continentes americano e africano, decorreram em caráter exploratório, com interesse
inicial na extração de recursos minerais e, posteriormente, na dominação dos territórios e no
desenvolvimento da agricultura, em estruturas estruturadas pelo latifúndio e trabalho escravo de
outros povos, principalmente indígenas e grupos étnicos negros de origem africana.
Tenha em mente que a reprodução ampliada das estruturas de dominação era sustentada
pelos pilares da escravização e pela cobrança de tributos pagos ao rei. Foram formados verdadeiros
impérios com duas nítidas divisões de classe: a elite dominadora e os escravizados, que podem
ser conhecidos com os termos dominados e dominantes ou colonizadores e colonizados. A queda
do mercantilismo advém das revoltas populacionais aos abusos do poder do monárquico e ao
surgimento da classe burguesa – nova camada social criada a partir do enriquecimento por meio
do comércio e que desejava libertar os mercados da intervenção estatal e o fim da escravidão,
que era um dos alicerces dessa fase econômica do capitalismo.
Quanto à tecnologia, você pode considerar que as fábricas iniciaram seu funcionamento
tendo como força motriz a máquina a vapor, que era abastecida com recursos minerais, tais como
ferro e carvão. O processo despontou, inicialmente, na área têxtil e, depois, expandiu-se para
outros setores, o que propiciou uma grande alteração na estrutura da sociedade, pois um grande
contingente de pessoas migrou para as cidades à procura de uma posição no mercado de emprego.
• Como resultado, você pode entender que houve um inchaço demográfico nas cidades,
que se tornaram imundas e superlotadas. Em decorrência da grande procura por empre-
gos e da ausência de legislação trabalhista, os operários das fábricas vivenciaram situa-
ções insalubres, com jornadas de trabalho avançadas e precárias condições de trabalho.
• Nas questões políticas, destacaram-se as revoluções derivadas das camadas sociais me-
nos favorecidas, a exemplo da Revolução Francesa, em 1789. A população desfavorecida
revoltou-se diante dos privilégios concedidos apenas à parcela dominante na sociedade
ao passo que poucos direitos eram concedidos a eles (desfavorecidos).
A segunda fase ocorreu devido à evolução tecnológica como resultado dos avanços
científicos, refletido pelas indústrias que modernizaram suas produções e passaram a empregar,
principalmente, o aço como gerador de força motriz, além dele, produtos químicos diversos,
energia elétrica, petróleo e seus derivados.
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Porém, o capitalismo tem apresentado sinais de decadência. Note que esse cenário ocorreu
em grande medida devido à junção de vários fatores, como dívidas externas, arrocho salarial,
desemprego, atividades informais, narcopoder, estagflação, fome etc. Os países latinos passaram
uma década produzindo apenas para tentar pagar as dívidas e exportar produtos.
FIQUE DE OLHO
O capitalismo tem demonstrado sinais de exaustão, pois ocorreram sucessivas crises
nesse sistema. A exemplo disso, você pode considerar a chamada década perdida no
Brasil, em 1980, marcada pelo fim da ditadura, forte crise social e estagnação econômica.
Outra crise bastante conhecida foi a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929.
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4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Um dos caminhos mais eficazes de difundir o senso de criticidade e quebrar os paradigmas
anteriores é por meio do ensino. Assim, a educação ambiental é um dos métodos difusores desses
conceitos, portanto, é um processo que visa ensinar e modificar as convicções do público em geral.
A seguir, você vai conhecer definições de educação ambiental, algumas de suas características e
formas de disseminação e antecedentes da questão ambiental.
o processo que busca desenvolver uma população que seja consciente e preocupada com o meio
ambiente e com os problemas que lhes são associados. Uma população que tenha conhecimentos,
habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar, individual e coletivamente, na busca
de soluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos ONU (2020).
Para que a educação ambiental funcione, saiba que é preciso a formação de uma percepção
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ambiental. Oliveira (1996) revela que a percepção do meio ambiente é uma ferramenta para a
educação ambiental. Esta resulta do fato
A partir de uma percepção ambiental, note que podem ocorrer as mudanças sociais e
econômicas de utilização adequada dos recursos naturais, conforme vêm ocorrendo lentamente
ao longo dos anos. Porém, ainda há muito o que se fazer. Uma das primeiras iniciativas em prol
da realização de mudanças na sociedade são as consolidações de novos conceitos que surgiram
principalmente após debates promovidos em âmbito internacional, tais como sustentabilidade,
desenvolvimento sustentável, ecologia dentre outros.
Dinâmico integrativo
Transformador
Participativo
Abrangente
Globalizador
Permanente
Contextualizador
Atua diretamente na realidade de cada comunidade, sem perder de vista a sua dimensão
planetária.
Além desses sete pontos que você acabou de conhecer, o MEC criou a oitava premissa,
recentemente acrescentada nas características da educação ambiental no Brasil:
Transversal
Propõe-se que as questões ambientais não sejam tratadas como uma disciplina específica, mas
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A educação ambiental também é pautada por princípios, ou seja, aquilo que deve basear os
ensinamentos da educação ambiental. Esses princípios e suas características, que você conhecerá
a seguir, devem ajudar a formar cidadãos a se tornarem mais conscientes com relação às suas
ações no meio ambiente (MEC, 1998).
• Concentrar-se nas situações ambientais atuais e futuras, tendo em conta também a pers-
pectiva histórica.
• Estabelecer uma relação para os alunos de todas as idades, entre a sensibilização pelo
ambiente, a aquisição de conhecimentos, a capacidade de resolver problemas e o escla-
recimento dos valores, insistindo especialmente em sensibilizar os mais jovens sobre os
problemas ambientais existentes em sua própria comunidade.
• Contribuir para que os alunos descubram os efeitos e as causas reais dos problemas
ambientais.
• Utilizar diferentes ambientes educativos e uma ampla gama de métodos para comunicar
e adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente, privilegiando as atividades práticas e
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as experiências pessoais.
Tenha em mente que, para você se destacar na carreira e se tornar um bom profissional no
futuro, é preciso aprimorar seus conhecimentos quanto aos conceitos e a história da educação
ambiental para colocá-los em prática na sua carreira. É importante também refletir sobre a as
questões ambientais para se posicionar diante de situações ambientais reais atuais e futuras, com
o objetivo de aplicar a sustentabilidade na prática. Esse é um dos maiores desafios da sociedade
sobre o assunto, mas ainda é insuficiente o número de iniciativas concretas para a preservação
dos recursos naturais no planeta.
• Assim, ela afirmava que a natureza está vulnerável às intervenções humanas. Tais indaga-
ções levariam à proibição do uso do DDT na Conferência das Nações Unidas para o Meio
Ambiente Humano, realizada 10 anos após a divulgação do livro.
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Outro antecedente crucial para que tenham sido realizadas as primeiras Conferências
Internacionais de Meio Ambiente foi a criação do Clube de Roma, fundado em 1968 por industriais
e cientistas para conversarem sobre meio ambiente, sustentabilidade, política e economia em
âmbito mundial. A principal publicação desse grupo ocorreu em 1971, com o relatório “Limites do
crescimento”, que apresentava os problemas que a Terra enfrentaria no futuro devido à exploração
dos recursos naturais pelas pessoas. Esse texto foi o principal documento que fundamentou os
acordos desenvolvidos durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano,
em 1972.
De acordo com a ONU (1972), a primeira Conferência Mundial com a temática ambiental foi
a Conferência Mundial das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano (ou Conferência de
Estocolmo) que começou seus debates de 5 a 16 de junho de 1972, contando com representantes
de 113 países. Após muitas discussões entre os países participantes, a conferência gerou um
documento denominado Declaração de Estocolmo, que, pela primeira vez, admitia que, nos países
em desenvolvimento, a maioria dos problemas ambientais é motivada pelo subdesenvolvimento.
Foram criados 26 princípios derivados do Princípio nº 1 que você conhecerá a seguir.
No seu Princípio nº 1, a ONU (1972) deliberou que o homem tem o direito fundamental à
liberdade, à igualdade e a adequadas condições de vida em ambiente que lhe permita viver com
dignidade e bem-estar, e tem a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para
as gerações atuais e futuras.
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Para a ONU (1972), além do documento, originou-se o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA) que teria sua sede internacional instalada em Nairobi (Quênia) para disseminar
e coordenar as ações de proteção ambiental das Nações Unidas. Também foi criado um Fundo
Voluntário para o Meio Ambiente administrado pelo PNUMA. Em consideração à importância dessa
Conferência, o dia 5 de junho foi instituído como o Dia Mundial do Meio Ambiente.
Carta da Terra
Convenção da Biodiversidade
Que atesta a soberania dos países na exploração dos recursos biológicos que estejam
presentes em seus territórios e recomenda que sejam criados apoios financeiros para que os
países que possuem maior biodiversidade possam gerir as suas conservações.
No entanto, o grande marco dessa conferência foi a Agenda 21, pois ela determinou que cada
país elabore a sua própria Agenda 21 nacional, com metas a serem cumpridas pelo país. Também
foi instituído o conceito de Educação Ambiental e incentivada a sua realização pelo mundo. O
documento possui uma série de outras recomendações, sendo considerado um documento
extenso, que possui mais de 600 páginas, subdividido em 40 capítulos.
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Dando um salto para agosto e setembro de 2002, foi realizado, em Johannesburgo (África
do Sul), o Encontro da Terra, chamado também de Rio +10, para retomar as decisões tomadas na
conferência Eco-92 e reavaliar as mudanças ocorridas nos últimos 10 anos (ONU, 2020). Para isso,
foi criado um plano de ação com 153 artigos e 615 pontos sobre diversos assuntos ligados ao meio
ambiente e à sustentabilidade. Alguns desses pontos estão descritos pela ONU (2020) como: “pobreza
e miséria, consumo, gestão de recursos naturais, globalização, direitos humanos, assistência oficial ao
desenvolvimento, contribuição do setor privado ao meio ambiente, entre outros”.
#ParaCegoVer: a imagem em preto e branco mostra três crianças próximas umas das outras.
Uma de perfil, veste uma camisa; as outras duas, só de calção, uma delas sentada em uma bicicleta.
Ao fundo, homens de pé encostados em um balcão e uma casa com estrutura de madeira.
Por fim, foi consentido pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua 64ª sessão, o retorno
da Conferência Mundial ao Rio de Janeiro, 20 anos após a Eco-92. A Rio+20 foi realizada entre 13
e 22 de junho de 2012. A base da conferência referia-se à renovação dos acordos políticos para o
desenvolvimento sustentável e, conforme a ONU (2020), teve como temas principais a economia
verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a estrutura
institucional para o desenvolvimento sustentável.
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PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Aprender sobre os diversos tipos de utilização dos recursos naturais para fins
comerciais e empresariais, conhecer o conceito de ecossistema, desenvolvimento
sustentável e sustentabilidade e verificar as relações estabelecidas entre recursos
naturais e ecologia.
CAPRA, F. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo:
Cultrix, 1996.
COSTA, W. D. Depósitos de resíduos sólidos e seus riscos para a coletividade. In: Geologia
na Gestão do Município. Belo Horizonte: ABGE, 2004.
DEL RIO, V.; OLIVEIRA, L. Percepção ambiental: a perspectiva brasileira. São Carlos: UFS-
Car – Studio Nobel, 1999.
MOREIRA, R. Para onde vai o pensamento geográfico. São Paulo: Contexto, 2006.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. A ONU e o meio ambiente. Disponível em:
<https://nacoesunidas.org/acao/meio-ambiente/>. Acesso em: 1 fev. 2020.
OLIVEIRA, L. Percepção e Representação do Espaço Geográfico. In: DEL RIO, V.; OLIVEIRA,
L. (org.). Percepção ambiental: a experiência brasileira. São Paulo: UFSCar, 1996, p. 187-
212.
PÁDUA, J. A.; LAGO, A. O que é ecologia. Editora Brasiliense: Coleção Primeiros Passos.
São Paulo, 2004.
SANTOS, M. A natureza do espaço. Técnica e tempo. Razão e emoção. 4. ed. São Paulo:
Edusp, 2008.
SENADO FEDERAL. Constituição Federal do Brasil de 1988. Capítulo VI, n. 225. Disponível
em: <http://www. senado.gov.br/bdtextual/const88/Con1988br.pdf>. Acesso em: 31 jan.
2020.
SOUZA, M. A. A. (org). Natureza e sociedade de hoje: uma leitura geográfica. 3. ed. São
Paulo: Editora Hucitec, 1997.
É preciso criar e aplicar metodologias inovadoras, em diferentes âmbitos, para que seja
possível a realização de projetos ambientais que promovam a educação ambiental com
empenho tanto das empresas quanto da sociedade para a necessidade de preservar o
meio ambiente.
Bons estudos!
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Quanto aos recursos renováveis, há condições ambientais que propiciam a presença de alguns
recursos naturais, como árvores (madeira), que dependem das condições de solo e clima ou da
incidência dos raios solares (devido à proximidade aos polos), fundamentais para a geração de
energia solar. Outro exemplo que você pode considerar é a velocidade e a constância de ventos,
que consistem no deslocamento dos gases atmosféricos acarretado por alterações na pressão
atmosférica. Isso também pode ser influenciada pelo relevo e outros fatores, sendo que os ventos
são o principal recurso para a geração de energia eólica. Dessa forma, antes de avaliar o valor e a
influência de cada recurso natural no planeta, saiba que é preciso conhecê-los para descobrir as
suas funções diversas bem como sua utilidade econômica.
A classificação dos recursos pode ser feita conforme sua capacidade e sua velocidade de
renovação, sendo divididos em recursos renováveis e não renováveis. Outra categorização tem
como critério de divisão a sua utilidade, subdividindo-os de acordo com a sua natureza, ou seja,
conforme a sua origem ou seu tipo em: biológicos, hídricos, minerais ou energéticos. Essa divisão
pode ser correlacionada às áreas econômica, socioeconômica, tecnológica e outras.
#ParaCegoVer: a imagem mostra vários bois pastando em uma área verde. Ao fundo, árvores
e plantações.
Note que os recursos em questão também são proveitosos para a geração de energia elétrica,
pois a água funciona como força motriz para girar a turbina que transforma fisicamente a energia
potencial em cinética, bem como o carvão movimenta as termelétricas dentre outros meios e usos.
Assim, perceba que esses recursos são essenciais para a realização de várias atividades
humanas e dos demais seres vivos. No entanto, é preciso zelar pelo seu uso sustentável, visto que
eles vêm sendo prejudicados por vários fatores.
Metálicos
Possuem metal em sua composição física e química, com propriedades específicas. Como
exemplos, você tem alumínio, cobre, diamante, ferro, magnésio, ouro, prata entre outros.
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Não metálicos
Não possuem qualquer elemento metálico. São exemplos: água, areia, argila, cascalho,
cloreto de sódio (sal de cozinha). Seu valor no mercado é baixo, porém são de suma importância
no contexto socioeconômico.
Ainda em relação a minerais metálicos, para exemplificar seu uso, confira sobre a utilização
dos elementos manganês e chumbo.
Manganês
De acordo com Silvia e Figueira (2003), o manganês é um elemento metálico e frágil cujo
principal minério é a pirolusita, que tem o símbolo químico representado por MnO2 (bióxido de
manganês). Saiba que a principal finalidade desse mineral é a constituição de ligas de ferro para
fabricar aços. Outras ligas com manganês são as composições de permanganato de sódio (NaMnO4)
e de potássio (KMnO4), que formam subprodutos, como oxidantes e desinfetantes......
Chumbo
2 RECURSOS ENERGÉTICOS
São recursos que possuem a capacidade de fornecer energia. Eles podem ser não renováveis,
como o urânio para a energia nuclear e/ou combustíveis fósseis, como o petróleo; ou renováveis,
como a energia solar (Sol), eólica (ventos) etc. Esses recursos são empregados na construção, na
produção de materiais, na eletricidade, nos transportes dentre outros. Ainda, possuem serventias
essenciais para a vida humana moderna: iluminação, locomoção, funcionar máquinas e motores.
Dessa forma, elas podem ser consideradas como facilitadoras do trabalho humano em diversas
situações, pois a energia fornecida por meio dos recursos energéticos pode ser aproveitada para
movimentar veículos, erguer peso, agilizar a locomoção dentre muitas outras utilidades.
Hidrelétrica
Eólica
Utiliza-se da força dos ventos para movimentar as hélices, converte a energia cinética de
movimentação das pás em energia elétrica. No entanto, dependente das condições naturais, por
isso, há poucos lugares no mundo que possuem as condições de corrente de vento ideais que
favoreçam a rentabilidade dessa geração de energia, pois a sua implantação é muito cara. As
vantagens da usina eólica são os impactos ambientais baixos e a produção de energia limpa e
renovável. Na região nordeste do Brasil, há um recente investimento nessa área.
Solar
Tem como principal fonte de energia a luz do Sol. As implantações de usinas solares possuem
alto custo. Suas limitações são referentes às mudanças do tempo, visto que, dependem da
disponibilidade da energia solar, que é limitada, por exemplo, em situações de tempo nublado
ou chuvoso. Tem como qualidade a geração de energia limpa e renovável. Note que sua utilização
mais conhecida é para a economia de energia em residências e empresas pelo aquecimento de
placas ou painéis solares.
Nuclear
Também chamada de atômica, essa energia é obtida pela fissão nuclear de recursos minerais
radioativos, assim como o urânio. Esses elementos possuem capacidade de gerar energia por
meio do aquecimento de água que se transforma em vapor e ativa os geradores, que fornecem
calor pelo processo físico. É considerada uma fonte de energia limpa, pois não elimina gases
poluentes, e não renovável, pois utiliza-se de minerais radioativos.
Termelétrica
Seu nome vem do grego thermos (quente) e do latim electricus (elétrico). Produz energia
elétrica por meio da combustão de combustíveis fósseis, como o carvão mineral, que possui alto
poder de gerar calor, originando combustões que ativam as turbinas interligadas aos geradores.
39
O carvão mineral é um minério não metálico, de cor preta ou marrom, constituindo-se como a
fonte fóssil com maior disponibilidade no planeta. Saiba que sua origem é um processo complexo,
que ocorre devido à presença de matéria orgânica acumulada, que, posteriormente, é soterrada,
compactada e, finalmente, concebida após suscetíveis ações das bactérias em condições propícias
de pressão e calor no local do depósito. Portanto, é um processo natural, no qual é necessário que
não exista a presença do oxigênio.
Figura 2 - O carvão, por ser extraído do solo em minas a céu aberto, gera grandes riscos tanto
para o meio ambiente quanto para os operários
Fonte: Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra uma pilha de carvão sobre o chão, sendo depositado por
uma máquina que contém uma esteira por onde passam as partículas até o topo, de onde caem.
O carvão mineral tem coloração cinza escura.
40
Esse minério é altamente energético por causa do carbono, principal componente do carvão
mineral, em seguida, pelos átomos de magnésio (o teor do elemento pode variar entre 55% a
96%, aproximadamente).
Turfa
Com teor de carbono entre 55% e 60%, com potencialidade calorífera inferior a 4.000 kcal.
Linhito
Provém de rocha sedimentar formada por meio da compressão de turfa, possui entre 67%
e 78% de carbono. Apesar da maior concentração do elemento, também possui potencialidade
inferior a 4.000 kcal.
Hulha
Procede de rocha sedimentar, pode ser dividida em duas categorias: hulha sub betuminosa,
com menor qualidade, e hulha betuminosa, que tem como diferencial o betume, cuja proporção
de carbono é alta, com cerca de 80% a 90%, possibilitando a geração de 7.000 a 8.650 kcal.
Antracito
É considerada a forma mais pura de carvão, pois detém um teor de carbono de 96%.
Corresponde a uma estrutura compacta e sólida, contendo baixas ou nulas concentrações de
betume, seu principal uso é doméstico.
Caso você precise manusear carvão mineral alguma vez, é importante que você tenha
bastante cuidado, pois ele é uma fonte fóssil altamente inflamável. Sua armazenagem precisa
ser cuidadosa, para evitar possíveis acidentes e explosões. O gás liberado pelo carvão mineral
tem outras serventias na indústria, viabilizando a fabricação de isqueiros, amônia, lubrificantes,
fertilizantes, combustíveis líquidos etc.
41
Dando continuidade aos tipos de combustíveis fósseis, o gás natural é uma fonte fóssil, sem
cheiro e sem cor, não é tóxico e é mais leve que o ar. Em condições normais de pressão atmosférica
e temperatura ambiente, tende a permanecer no estado gasoso. É definido, na química, como
uma combinação de hidrocarbonetos. Seus principais componentes são os hidrocarbonetos
simples (compostos pela união de átomos de carbono e hidrogênio) associados a hidrocarbonetos
pesados, como etano (C2H6), propano (C3H8), metano (CH4) e butano (C4H10).
O gás natural tem como origem a matéria orgânica provinda, possivelmente, dos organismos
unicelulares fitoplanctônicos, depositados junto aos sedimentos de baixa permeabilidade, que,
consequentemente, inibiram a ação oxidante da água. Como sua localização está nas regiões
profundas do subsolo, para ser retirado, é preciso que sejam realizadas perfurações.
Saiba que o gás natural está diretamente relacionado ao petróleo, pois ambos provêm dos
reservatórios geológicos de hidrocarbonetos (óleo e gás). Na área explorada, o gás natural está
na parte mais alta (pois é gasoso), enquanto o petróleo e a água, nas áreas baixas, pelo fato de se
encontrarem em estado líquido.
Esse combustível fóssil pode ser dividido em dois tipos que você conhecerá a seguir:
Associado
Não associado
É aquele que não está diretamente relacionado ao petróleo e à água, pois sua concentração
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Quanto aos locais de armazenamento de gás natural, sejam cilindros ou botijões, eles são
testados para suportar as condições de alta pressão às quais o gás é submetido. Já em relação
ao impacto ambiental, ainda que seja um combustível de origem fóssil, causa menor impacto
ambiental, apresentando-se como uma solução para meios de transportes mais sustentáveis, com
uma redução direta na emissão de gases poluidores na atmosfera.
Como a Terra funciona enquanto um sistema, é relevante você aprender que pequenas ações
em prol do meio ambiente, como a troca do combustível, provocam a redução de poluentes
no ar e, em um efeito cascata, podem ajudar a minimizar os efeitos das ações do homem no
meio ambiente. Visto que as mudanças climáticas provocadas pelos seres humanos já são uma
realidade discutida por diversos países, que, assim como o Brasil, assinaram tratados e protocolos
internacionais, como o Protocolo de Kyoto, em 1997, em que o país assumiu metas de redução de
emissões dos poluentes no ar.
Além do efeito estufa, a destruição da camada de ozônio e o aquecimento global tem ocorrido
um agravamento dos chamados fenômenos ou anomalias atmosféricas, a exemplo de furacões,
ciclones etc., em nível regional, e de outros, como El Niño e La Niña, em âmbito mundial.
O terceiro tipo de combustível fóssil a ser apresentado nesta unidade é o petróleo, cujo
nome vem do latim petra oleum (óleo de pedra). Trata-se de uma substância oleosa, viscosa
e inflamável, que consiste em uma mistura de hidrocarbonetos no estado líquido. Além disso,
possui cor escura e odor característico. Em geral, é menos denso que a água, sendo formado por
uma combinação complexa de compostos orgânicos, principalmente hidrocarbonetos associados
a pequenas quantidades de outros compostos, como nitrogênio, oxigênio e enxofre.
43
Figura 3 - A extração do petróleo é feita em alto mar por meio de maquinários em plataformas
Fonte: Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra uma plataforma para extração de petróleo em alto mar.
Sobre a plataforma, há estruturas de ferro que servem de apoio para o maquinário de extração,
antenas e guindaste. Próximo à plataforma, há um barco nas cores branca e preta.
A partir dessa situação, o país criou fontes alternativas de energia, em especial, na área de
combustíveis, buscando diminuir essa dependência e reduzir as emissões de poluentes no ar,
sendo, portanto, uma demanda recente e necessária. Para isso, foram implementados programas
de incentivo governamental, como o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), instituído em
1975 com a pretensão de incentivar a produção do álcool, que seria comercializado em todo o
território nacional e no mercado exterior.
#ParaCegoVer: a imagem mostra a mão de uma pessoa segurando uma bomba de combustível,
abastecendo um carro branco.
Outras iniciativas partiram depois do Proálcool, como o biodiesel (produto obtido a partir do
plantio de mamona), o biogás (criado a partir da mistura de gases advindos da decomposição
biológica de matéria orgânica) e outras fontes, como milho e beterraba. A maior realização dessa
produção dos biocombustíveis é, sem dúvidas, a redução da emissão de gás carbônico e outros
poluentes na atmosfera, visto que os carros e as indústrias são as principais fontes poluidoras do ar.
A partir dos anos 1970, o mundo vivenciou uma série de conjunturas desfavoráveis ao
desenvolvimento econômico dos países que estavam em crescente progresso no mundo, pois essas
instabilidades atingiram diretamente o capitalismo. Dentre os problemas, destacam-se o colapso do
regime de Bretton Woods, crises cambiais etc. Porém, saiba que os recursos naturais estavam no
centro das atenções, visto que a crise do petróleo gerou um colapso mundial, pois a maioria dos países
tem sua base energética relacionada ao uso desse recurso não-renovável (MORAES; SERRA, 2005).
45
Nos dias de hoje, as indústrias têm o desafio de se tornar um exemplo sobre os demais
setores empresariais (DIAS; MORAES FILHO, 2006). Veja que essa importante missão vem em
contraponto ao desenvolvimento desenfreado e despreocupado no qual esse setor perpetuou
por diversos anos.
De acordo com Silvia e Figueira (2003), os metais podem realizar inúmeras funções
comerciais e econômicas. Veja o caso do manganês, por exemplo, que é um elemento presente
46
na fabricação de baterias, vidros, tintas, cerâmicas, ligas de solda e ainda fornece micronutrientes
para a agricultura e a pecuária na forma de sulfatos e óxidos. Já o chumbo está relacionado,
principalmente, com a atividade de produção e comercialização das baterias automotivas. Outras
aplicações importantes do chumbo são na fabricação de soldas, munições, itens da construção
civil e tintas.
Na área comercial, há uma longa cadeia logística para que o minério seja encaminhado até
o mercado, pois é preciso transformar o minério bruto em beneficiado. Quanto à sua qualidade,
lembre-se de que o carvão mineral tem diferentes utilizações, conforme você pôde conferir (o
linhito, a hulha sub betuminosa e a hulha betuminosa).
Na indústria, o gás natural serve como matéria-prima em diversos setores, como o petroquímico
(para fabricar plásticos, tintas, fibras sintéticas e borracha), o de fertilizantes (na retirada de ureia,
amônia e seus derivados), o veicular, o comércio, os serviços, os domicílios etc. Ao passo que, como
combustível, pode gerar eletricidade, servir de força motriz e/ou fornecer calor, possibilitando a
substituição aos outros combustíveis fortemente poluidores, como carvão e lenha.
Em se tratando da relação com o petróleo, ela se dá pelo fato de ele ser uma fonte fóssil
muito versátil, pois integra a grande maioria dos produtos comercializados, sendo, comumente,
a matéria-prima para fabricação de óleos combustíveis, tintas, cosméticos, plásticos, parafina,
borrachas sintéticas, solventes. Além dessas funções desempenhadas por ele, é usado como
fonte de energia (em termelétricas) e, principalmente, com combustíveis (gasolina, diesel). E
ainda, o petróleo possui diversos subprodutos. Confira dois deles:
Lubrificantes
Reduz o atrito entre os eixos e as peças que se movem umas sobre as outras, sendo essencial
para o funcionamento correto de equipamentos e peças, resultando na diminuição do desgaste
do motor e aumentando a vida útil de máquinas.
No entanto, note que é preciso que a sociedade possua uma ética de reciprocidade entre
pessoas e a natureza, pois todos dependem da vida no planeta e dos recursos ambientais
preservados de forma sustentável. Existem algumas sociedades, como comunidades indígenas,
camponesas, quilombolas ou mesmo ribeirinhas, que ainda preservam o equilíbrio com a Terra.
Portanto, se as populações do mundo, em geral, que seguem os princípios do capitalismo,
conseguirem rever seus conceitos, haverá reciprocidade e respeito com a natureza e poderá,
finalmente, ser restabelecida a relação homem-natureza.
Conforme Silvia e Figueira (2003), um exemplo são os riscos aos seres humanos do uso de
manganês em processos industriais, pois a inalação do produto prejudica o sistema respiratório.
Os sintomas são irritação, infecção do trato respiratório e pneumonite. A inalação de fumos
de óxido de manganês pode levar ao quadro de “febre dos metais”. A toxicidade sistêmica do
manganês é mais comum na exposição crônica por inalação e ingestão.
48
FIQUE DE OLHO
Os maiores efeitos da exposição prolongada ao manganês são os problemas no sistema
nervoso central, após períodos variáveis de seis meses a três anos de exposição em
elevadas concentrações. O controle da exposição e a prevenção da intoxicação são
realizados ao manter os locais de trabalho ventilados, além da necessidade de usar os
Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e realizar controles ambientais.
Outro exemplo que você pode considerar é o chumbo, tido como um metal pesado altamente
poluente (SILVIA; FIGUEIRA, 2003). Para minimizar esses efeitos, seria necessário maiores
reduções nos teores de chumbo na fabricação de produtos, pois os compostos de chumbo que
são introduzidos no ambiente pelo homem não se decompõem e acumulam-se nos organismos,
em especial, em fetos, crianças e mulheres grávidas. Ele influencia o sistema nervoso, retardando
a resposta do cérebro, o que impacta na habilidade de aprendizagem e comportamento.
Aparentemente, a concentração de chumbo nos seres humanos aumentou com o surgimento da
metalurgia e de processos químicos, sendo ingerido por meio de alimentos, água e ar.
Agora, quanto ao gás natural, ele tem como seu principal uso o GNV, um combustível de
diferentes meios de transportes, evitando a gasolina e o diesel. Esse gás é composto por uma
mistura gasosa, proveniente do gás natural ou do biometano cujo principal elemento é o metano.
Além disso, é muito mais econômico, apresentando menor custo.
Em relação ao petróleo, ele influencia na área socioeconômica em diversas situações, pois está
contido na maioria dos recursos utilizados pelo homem. Sua principal utilidade está nas áreas de
transportes e combustíveis: gasolina (para motores automotivos, em geral, de carros e motos),
diesel (em ônibus, caminhões e tratores), querosene (para aviões) e óleo (combustível de navios).
O petróleo também fornece o subproduto asfalto, empregado na pavimentação de ruas e estradas.
com consumo cada vez mais alto das fontes energéticas. Sendo essencial para diversas áreas, como
telecomunicações, informática, agricultura, computação dentre outras. Você pode categorizá-los
de acordo com as suas finalidades: para a geração de energia elétrica ou como combustível.
Outra aplicabilidade é o uso fitoterápico, com as plantas medicinais, reconhecidas pelas suas
propriedades naturais, como a camomila e a erva cidreira (calmantes), a babosa (para cicatrização
de feridas), a hortelã (para trato de doenças respiratórias) etc. É importante destacar que ainda
existem sociedades, como as indígenas, que utilizam os recursos biológicos como fonte única para
tratamento de enfermidades.
No que diz respeito a recursos hídricos, saiba que eles ainda podem ser utilizados para o
lazer, o esporte e a melhoria da qualidade de vida, pois a água serve como diversão, prática de
natação e outras atividades e descanso, que proporcionam tanto o bem-estar quanto a melhoria
da saúde.
Já quanto aos hídricos, sua qualidade é prejudicada pela poluição (devido aos esgotos
domésticos e industriais jogados sem tratamento nos corpos d’água), pela secagem de nascentes
e pela contaminação por metais pesados (provindos de mineração e indústrias).
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#ParaCegoVer: a imagem mostra alguns troncos de árvores cortadas e outras árvores inteiras
ao fundo, demonstrando o desmatamento da área.
Em se tratando de problemas quanto ao uso dos recursos minerais, uma grande preocupação
com relação aos considerados metálicos está na retirada deles da mineração, pois esse
procedimento gera cavas de minério que são verdadeiras crateras, de grande impacto ambiental.
Também quanto à poluição de águas por meio da contaminação, visto que os minerais liberam
metais pesados prejudiciais aos seres humanos e aos animais, além de ameaçar a sobrevivência
das espécies e dos ecossistemas. Quanto aos recursos metálicos, suas composições, finalidades e
riscos serão exemplificados pelos minérios manganês e chumbo.
Os metais pesados provocam, cada vez mais, efeitos negativos ao meio ambiente, como
exemplo, você pode observar a influência deles quando em contato com drenagens, onde se
depositam no fundo, tornando inviável a sua retirada. De acordo com (DIAS; MORAES FILHO,
2006). A partir disso, esses resíduos são repassados em menores quantidades aos usuários dessa
água, contribuindo para a contaminação dos seres humanos. Para evitar tais danos, tenha em
mente que é preciso realizar o seu controle para evitar doenças futuras, assim, essa precaução
pode reduzir os riscos, sendo possível adquirir matérias-primas que contenham níveis de
tolerâncias aceitáveis para que não haja a contaminação do resíduo final.
Outro problema que você precisa compreender é relacionado ao uso de recursos energéticos.
O impacto ambiental nas áreas de implantação das hidrelétricas é grande, pois é preciso inundar
uma área extensa para a construção da barragem e dos lagos da represa, destruindo o ecossistema
desse local, o que pode provocar ainda o assoreamento do rio e alterar a sua vazão, problemas ao
51
Os problemas ocasionados por fontes geradoras de energia elétrica que emitem poluentes
não devem ser deixados de lado. A exemplo disso, você pode considerar que as termelétricas
agravam os problemas ambientais (efeito estufa e o aquecimento global) por causa da emissão
de gás carbônico (CO2). É preciso ainda estar alerta quanto às usinas nucleares ou atômicas, pois
a radioatividade é considerada um grande risco pelos ambientalistas.
FIQUE DE OLHO
Em 1986, houve uma tragédia em Chernobyl, na antiga União-Soviética, atual território
da Ucrânia, onde um reator explodiu, causando a contaminação de uma grande área
que até hoje não pode ser recuperada e não há previsão de que isso ocorra.
Deveria ser incentivada uma maior conscientização e o uso de fontes menos poluentes, como
GNV, que possui uma combustão limpa e eficiente, pois o fato de o gás natural já se encontrar em
estado gasoso, torna dispensável a combustão, necessária aos demais combustíveis, reduzindo a
emissão de gás carbônico.
52
PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
Bons estudos!
57
Em 18 de maio de 1939, foi instituído pelo Decreto-lei nº 1.285, o Conselho Nacional de Águas e
Energia Elétrica (CNAEE), órgão de consulta, orientação e controle do uso de recursos hidráulicos e
de energia elétrica, portanto, o primeiro fiscalizador da área de energia elétrica do Brasil.
A partir da década de 1960, foram instituídas outras agências para regulamentar o uso dos recursos
naturais no país. Devido à crescente exploração dos recursos naturais, motivada pelo fomento da
industrialização brasileira, houve uma demanda pela formação de uma pasta própria denominada
Ministério das Minas e Energia, em 22 de julho de 1960. Conforme a Lei nº 3.782, a pasta tinha como
intuito básico o estudo e a resolução das questões da produção mineral e de energia.
Confira quais eram as corporações sob responsabilidade do Ministério das Minas e Energia
Companhia Vale do Rio Doce S.A., Petróleo Brasileiro S.A., Comissão Executiva do Plano
do Carvão Nacional, Comissão Nacional de Energia Nuclear e Companhia Hidrelétrica do São
Francisco.
58
f) atuar junto aos agentes financeiros para a concessão de financiamentos a entidades públicas
e privadas com vista à recuperação de recursos naturais afetados por processos predatórios ou
poluidores;
h) manter atualizada a Relação de Agentes Poluidores e Substâncias Nocivas, no que se refere aos
interesses do país;
Dentre essas competências que foram apresentadas a você, estava estabelecido pelo mesmo
Decreto que a prioridade seria em realizar pesquisa, planejamento, controle e fiscalização para
garantir a conservação do meio ambiente. Buscando, principalmente, o uso racional dos recursos
naturais e impedir a poluição hídrica.
Conforme verificado, a SEMA recebeu muitas atribuições, mas exerceu com maior empenho
a função de controlar e fiscalizar as indústrias, por elas serem consideradas as principais fontes
poluidoras. Sem dúvidas, essa atribuição relaciona-se aos principais temas discutidos em
Estocolmo, portanto, considere que isso é um desdobramento dessa conferência mundial.
O setor industrial havia sido apontado na Conferência de Estocolmo como grande fonte
poluidora e responsável pela rápida exploração dos recursos naturais. As cobranças com relação à
emissão de poluentes pelas indústrias progrediam em escala mundial e também preocuparam ao
Brasil. Assim, em 2 de julho de 1980, foi sancionada a Lei nº 6.803 com objetivo de estabelecer as
diretrizes para zonear áreas urbanas críticas de poluição, que seriam prioritariamente destinadas
à instalação de indústrias. Essa legislação criou uma classificação em três categorias. Confira cada
uma delas:
Onde haveria ruídos, vibrações, vapores, radiações, resíduos gasosos, sólidos e líquidos
potencialmente perigosos à saúde, bem-estar e segurança dos seres humanos mesmo com o
adequado controle e tratamento dos resíduos.
60
Onde seriam instaladas as indústrias que, devido à sua atividade de produção, caso submetidas
aos métodos de controle e tratamento de efluentes exigidos na legislação, não causem incômodos
ao exercício de outras atividades urbanas.
Ainda conforme a Lei nº 6.803, a criação dessas zonas é de competência dos Municípios,
restabelece a necessidade de serem seguidas as normas e os padrões ambientais deliberados pela
Secretaria Especial do Meio Ambiente. No entanto, a atuação da SEMA estava limitada pela sua
própria estrutura, muito restrita diante da dimensão de suas competências e, consequentemente,
era preciso ampliar a organização constituindo um sistema integrado de gestão dos recursos naturais.
Veja quais são os princípios da PNMA, Lei nº 6.938, instituídos pelo Art. 2º
61
Consciência ecológica
Educação
Incentivos ao estudo e à pesquisa, bem como a capacitação por meio da educação ambiental.
Além dos princípios, outra importante apreciação refere-se à definição de poluidor referindo-
se à pessoa física ou jurídica responsável, direta ou indiretamente, pelas alterações no meio
ambiente.
VI - preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e
disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;
Os objetivos da PNMA são um progresso a partir da SEMA, pois são maiores as exigências
quanto ao poluidor, de recuperar e/ou indenizar pelos danos, e ao usuário, em cooperar ao uso
racional dos recursos naturais. Outras importantes contribuições da PNMA foram o Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) além
de ter estabelecido os instrumentos que podem ser utilizados por essa política para alcançar
esses objetivos: estabelecimento de padrões de qualidade, avaliação de impactos ambientais,
licenciamento e revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, zoneamento,
sistema nacional de informações, incentivos à produção e à instalação de equipamentos voltados
para a melhoria da qualidade ambiental, cadastro técnico federal de atividades e instrumentos
de defesa ambiental.
essa política seja aplicada nos moldes da democracia, foram instituídos o CONAMA e o SISNAMA.
Dessa forma, a Política Nacional de Meio Ambiente define a criação do CONAMA – um conselho
cujas atribuições possuem o encargo concedido ao Poder Executivo, que permite o diálogo entre
diferentes segmentos, pois reúne representantes políticos (do governo estadual); da indústria, da
agricultura e comércio (presidentes e trabalhadores), de associações (da engenharia/sanitária e
da Fundação Brasileira para Conservação da Natureza) e representantes legalmente constituídos
para a defesa dos recursos naturais e de combate à poluição.
• Decidir aos recursos de direito, como última instância, sobre multas e outras penalidades
aplicadas pelo Governo.
• Constituir as normas, os critérios e os padrões para a realização de uso racional dos re-
cursos naturais, principalmente os hídricos, por meio do controle e da manutenção da
qualidade do meio ambiente.
Tenha em mente que o CONAMA foi um passo importante para a conservação da natureza,
pois representa uma participação mais democrática com relação ao meio ambiente, pois é um
conselho significativo de diferentes representantes correlacionados a essa temática. Sua atuação
é realizada por meio de resoluções publicadas. O CONAMA 001/86, publicado em 23 de janeiro
de 1986, definiu o conceito de impacto ambiental, exigiu e deliberou sobre a realização de Estudo
de Impacto Ambiental (EIA) junto ao Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Ambos deverão
ser submetidos e aprovados pelo órgão governamental de competência para o licenciamento do
empreendimento.
64
FIQUE DE OLHO
O Sistema Nacional do Meio Ambiente é considerado uma instância superior ao
CONAMA. Em sua criação, ambos estavam subordinados à Secretaria Especial de Meio
Ambiente. Porém, após a extinção dessa Secretaria, em 1989, ambos foram vinculados
ao Ministério do Meio Ambiente. O sistema foi criado com o objetivo de preservação e
melhoria da qualidade do meio ambiente, tendo como função principal realizar a gestão
ambiental no Brasil bem como definir as atribuições de cada um dos níveis municipal,
estadual, federal e do Distrito Federal. O SISNAMA foi criado pela Lei nº 6.938/1981 e
regulamentado pelo Decreto nº 99274/1990.
III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade
de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes
governamentais fixadas para o meio ambiente; (Inciso com redação dada pela Lei nº 8.028, de 12/4/1990).
IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
– IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes, com
a finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio
ambiente, de acordo com as respectivas competências; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.856,
de 2/9/2013, retificada no DOU de 4/9/2013).
18/7/1989).
Além dessa estruturação, o Art. 6º atesta, em seus parágrafos, que compete aos Estados e aos
Municípios a elaboração de normas supletivas e complementares assim como padrões de meio
ambiente constituídos pelo CONAMA. Ainda, atesta que os órgãos central, setoriais, seccionais e
locais têm a obrigatoriedade de conceder resultados de análises efetuadas e sua fundamentação,
se for requisitado por indivíduo legitimamente interessado.
• Estabelecer o direito de qualquer cidadão de propor ação popular que vise a anular ou
minimizar os prejuízos ao meio ambiente.
• Atribui os bens e os recursos dos entes da Federação. Por exemplo, “incluem-se, entre os
bens dos Estados, as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em de-
pósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União”.
• Constitui os recursos que são monopólios da União. Por exemplo, “a refinação do petró-
leo nacional ou estrangeiro”.
66
No entanto, o grande destaque da Constituição é que ela assegura a todos o direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado. Ao conferir, você pode notar que essa mesma Constituição
define o meio ambiente como um bem de uso comum, ou seja, coletivo, do povo e essencial
à sadia qualidade de vida. Quanto ao dever de defendê-lo e preservá-lo para atual e futuras
gerações, você verá que isso é atribuído ao poder público e à coletividade.
#ParaCegoVer: a imagem mostra um grupo de cinco pessoas, formado por quatro mulheres
e um homem, recolhendo lixo em uma área de gramado. Todos vestem camisas verdes com o
símbolo de reciclagem (três setas cíclicas) na cor branca, no centro da parte frontal camisa. Duas
mulheres estão agachadas, recolhendo lixo e colocando em um saco preto, as outras duas estão
de pé e praticam a mesma ação logo atrás, o homem recolhe o lixo com um cabo de ferro que tem
garras na ponta. Ao fundo, há várias árvores verdes.
Nos parágrafos 2 e 3, obriga poluidor e pessoas físicas ou jurídicas que explorar recursos minerais
a recuperar o local degradado e, independentemente disso, aquelas atividades que acarretarem
dano ao meio ambiente poderão ser penalizadas por meio de processos penais e administrativos.
Porém, apesar dessas orientações, é difícil aplicar, na prática, as penas com rigor da lei
Nos parágrafos 4, 5 e 6, você pode ver que são definidos como patrimônio nacional Floresta
Amazônica brasileira, Mata Atlântica, Serra do Mar, Pantanal Mato-Grossense e Zona Costeira. Por
67
isso, estão garantidos o uso de seus recursos naturais e a preservação do meio ambiente. Não estão
disponíveis as terras devolutas ou arrecadadas destinadas à proteção dos ecossistemas naturais. Por
medida de segurança, a localização de usinas com reator nuclear deverá ser deliberada por lei federal.
FIQUE DE OLHO
O IBAMA atua por meio de projetos como o TAMAR, uma abreviatura de tartarugas e
marinhas, formulado para a defesa dessas tartarugas em todo o território brasileiro, que
procura preservar cinco espécies de tartarugas ameaçadas de extinção. Uma das principais
frentes de fiscalização são as operações contra o desmatamento ilegal na Amazônia.
II - executar as políticas relativas ao uso sustentável dos recursos naturais renováveis e ao apoio ao
extrativismo e às populações tradicionais nas unidades de conservação de uso sustentável instituídas pela União;
IV - exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das unidades de conservação instituídas
pela União; e
Parágrafo único. O disposto no inciso IV do caput deste artigo não exclui o exercício supletivo
do poder de polícia ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA (SNUC – LEI Nº 11.516, ART. 1º).
• Ela é um recurso finito e vulnerável, essencial para a manutenção da vida, do meio am-
biente e do desenvolvimento.
• As políticas de gestão dos recursos hídricos devem respeitar uma abordagem participati-
69
• A água é reconhecida como bem econômico e seus usos devem possuir valor econômico.
Após essa reunião, o dia 22 de março foi indicado como Dia Mundial da Água pela Assembleia
Geral da ONU. No Brasil, isso se refletiu na criação de uma política direcionada aos recursos hídricos.
Para que esses objetivos sejam alcançados, saiba que é necessário que sejam implementados
os instrumentos dessa política: os Planos, o Sistema de Informações, a cobrança pelo uso,
a compensação dada aos municípios, a outorga dos direitos de uso – é uma concessão para
exploração dos recursos hídricos – e o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo
os usos preponderantes da água, que seria realizado posteriormente.
O enquadramento das águas foi realizado pela resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de
2005, em que foi realizada a qualificação das águas em 13 classes (5 doces, 4 salobras e 4 salinas),
classificadas conforme o emprego dos usos preponderantes (sistema de classes de qualidade)
atuais e futuros. Tais classes se iniciam com a classe especial, que é a considerada de melhor
qualidade e alcançam até as classes 3 ou 4 que possuem menor qualidade.
70
FIQUE DE OLHO
Você pode compreender que, quanto ao uso, por exemplo, a classe especial pode ser
consumida pelos seres humanos sem nenhum tratamento, enquanto a classe 3 necessita
de tratamento para o consumo e a 4 não é recomendada para consumo humano.
Outra importante realização com relação à política de águas foi a imposição da cobrança por
volumes lançados de esgotos e demais resíduos líquidos e gasosos, em função da verificação
das características físicas, químicas, biológicas e toxicidade, sendo possível a taxação por meio
da aplicabilidade do princípio do poluidor pagador (PPP), que estabelece que o poluidor deve
ressarcir financeiramente pela poluição causada ao meio ambiente.
Existe uma estrutura de organização do SNRH composta por: Secretaria Executiva (SRH),
Agência Nacional das Águas (ANA), Comitê de Bacia (federal), Agência de Bacia (federal), Conselho
Estadual de Recursos Hídricos (CERH), Órgão Gestor Estadual e Comitê de Bacia Estadual. Nesse
comitê, os representantes da comunidade da bacia hidrográfica discutem e deliberam sobre a
gestão dos recursos hídricos compartilhando responsabilidades de gestão com o poder público,
considerando, assim, como uma forma democrática de decisão.
Esse Sistema possui como órgão central o Ministério do Meio Ambiente (MMA) com a
finalidade de coordená-lo; um órgão consultivo e deliberativo (CONAMA) para acompanhar a
implementação do Sistema; e os órgãos executores: ICMBio e IBAMA, em caráter supletivo, os
órgãos estaduais e municipais, com a função de implementar o SNUC, subsidiar as propostas de
criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e municipais, nas respectivas
esferas de atuação.
Têm como objetivo básico preservar a natureza. É admitido apenas o uso indireto dos seus
recursos naturais. Esse uso indireto não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos
recursos naturais.
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Por meio delas, é possível compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de
parcela dos seus recursos naturais.
A sigla ISO, de origem grega, significa igualdade. A International Organization é uma organização
não governamental com sede em Genebra, na Suíça, responsável pelo desenvolvimento de normas
e padrões internacionais. No Brasil, você tem a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
como representante oficial da federação mundial dos organismos nacionais de normatização, que
possui aproximadamente 162 países-membros.
Antes do surgimento das normas ISO, saiba que já existiam normas oficiais em outros
países. O primeiro instituto para padronização internacional foi criado em 1926 (a International
Federation of the National Standardizing Associations – ISA), porém ela parou de atuar em 1942.
Outra norma bastante difundida foi a BS 5750 da Inglaterra, criada por meio da British Standard
Institution (BSI).
A ISO 9000 teve sua primeira edição em 1987 e foi baseada nas BS 750. A série 9000 tinha
cinco normas principais (de ISO 9000 a ISO 9004). A norma foi criada para a implantação de
sistemas de gestão da qualidade e requisitos para produtos. A IS0 9000 refere-se ao Sistema de
Gestão da Qualidade – Fundamentos e Vocabulários, as demais normas conforme a ABNT foram:
As normas IS0 9000 podem ser aplicadas em empresas de pequeno, médio e grande portes,
podendo ser de qualquer tipo (industrial, prestadora de serviço ou empresa governamental). Se
referem à organização da empresa nas atividades que influem diretamente na qualidade e nas
exigências de procedimentos escritos para as atividades, tais como: análise de contrato; controle
de documentos, de produtos; ação corretiva; registro de qualidade; treinamento.
A certificação traz maior credibilidade ao processo das empresas e é reconhecida pelo mundo
todo. Se a empresa adotar as normas ISO série 9000, ela comprova a administração com qualidade
e, consequentemente, assegura a qualidade de seus produtos e serviços. Em 1994, a série passou
pela sua primeira revisão, possuindo 20 normas, sendo considerada muito burocrática.
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Essa estrutura evoluiu. Em 2000, ocorreu a segunda revisão da série 9000, para um Sistema
de Gestão de Qualidade (SGQ) e passou a ser denominado ISO 9001, tornando-se mais clara e
objetiva, contendo oito seções: 1) objetivo e campo de aplicação, 2) referência normativa, 3)
termos e definições, 4) requisitos do sistema de gestão da qualidade, 5) responsabilidade da
direção, 6) gestão de recursos, 7) realização do produto, 8) medição, análise e melhoria.
Note que as empresas buscam, hoje, seguir essas normas para melhorar a qualidade dos processos
por meio de uma organização e uma equipe integrada. Por isso, buscam o perfil de funcionários
capazes de seguir a missão, a visão e os valores da empresa e também se unirem em equipe.
FIQUE DE OLHO
Mas você sabe como receber o certificado das normas ISO 14000? Bom, a empresa
precisa seguir este conjunto de requisitos: estabelecer e manter um SGA de acordo com as
especificações da ISO 14000, seguir corretamente as políticas e as leis ambientais do país. Além
disso, é preciso elaborar um planejamento ambiental com metas, objetivos, leis e programas
ambientais e mantê-lo em perfeito funcionamento e, constantemente, é preciso monitorar
e verificar os processos de gestão ambiental. Caso haja uma ação corretiva, ela deve ser
documentada e arquivada, bem como todos os processos ligados à gestão ambiental.
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Essa norma foi atualizada em 2015. De acordo com Junior Machado et al. (2013), a Norma NBR
Série ISO 14001 orienta a empresa na elaboração da política ambiental e no estabelecimento de
estratégias, objetivos e metas, levando em consideração os impactos ambientais significativos e a
legislação ambiental em vigor no país. As empresas certificadas na NBR ISO 14001 incorporaram
práticas de gestão dos recursos com implicações importantes para a preservação ambiental. Se
há existência de indicadores e de programas estruturados, seria uma ocorrência normal que esse
grupo de empresas objetivasse reduzir esse consumo por meio de avanços tecnológicos ou ações
em seus processos.
A SGA considera o conjunto de requisitos mínimos norteadores das empresas a partir da lógica
ambiental na gestão das organizações (JUNIOR MACHADO et al., 2013). As empresas certificadas
pela norma NBR ISO 14001 apresentam procedimentos de gestão ambiental diferentes dos
adotados pelas empresas não certificadas por essa norma.
#ParaCegoVer: a imagem mostra uma pessoa inspecionando uma muda de planta para
analisar quesitos de qualidade.
Com relação aos recursos naturais, as empresas que têm certificação NBR ISO 14001 gerenciam
melhor a água. A energia elétrica também é um recurso que aparece com predominância na
gestão das empresas, constituindo um processo de conscientização dos funcionários para o
consumo racional desse recurso. O óleo combustível é um recurso que possui monitoramento e
programas estruturados. A lenha e o carvão são recursos que não aparecem com predominância
na gestão das empresas certificadas. Fica evidente que, de modo geral, as empresas certificadas
tendem a apresentar um elevado grau de integração da NBR ISO 14001 à estrutura organizacional.
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PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
JUNIOR MACHADO, C. et al. A gestão dos recursos naturais nas organizações certificadas
pela norma NBR ISO 14001. Produção, v. 23, n. 1, p. 41-51, jan./mar. 2013.
Bons estudos!
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FIQUE DE OLHO
De acordo com Brasil (1824), foi outorgada a primeira Constituição do Brasil, em 1824, que
combinava os Códigos Civil e Penal de 1830, confirmando a proteção à retirada de madeira,
prevendo sanções penais e administrativas para a queimada e a derrubada de florestas por
meio de multa e penas de prisão. E, segundo Brasil (1850), finalmente foi promulgada a Lei
nº 601 ou Lei das Terras para impedir a posse das terras devolutas, no caso são as terras que
pertencem ao governo imperial, que elas pudessem ser adquiridas de forma gratuita, também
houve o registro de todas as terras ocupadas.
Sendo assim, veja que cabia à União editar normas gerais sobre o tema e os Estados apenas
sobre normas específicas peculiares a ele. Porém, em caso de ausência da legislação federal, cabia
ao Estado editar normas gerais e específicas sobre o tema. Se, posteriormente, fosse decretada
uma lei federal dispondo sobre o tema, a lei estadual seria suspensa.
• Saiba que essa Constituição previa a elaboração de legislações para regulamentar a ex-
ploração dos recursos naturais, que, posteriormente, deram origem a quatro códigos: das
Águas, de Mineração e Florestal, todos de 1934, e da Pesca (1938).
• Esses códigos forneceram o embasamento para a formação dos Parques Naturais pro-
tegidos: do Itatiaia (1937), do Iguaçu (1939), da Serra dos Órgãos (1939), do Araguaia
(1959), das Emas (1961), das Sete Quedas (1961) e também da Floresta Nacional de Ara-
ripe-Apodi (BRASIL, 1934).
energia hidrelétrica, águas, riquezas do subsolo, mineração, metalurgia, florestas, caça e pesca e
sua exploração. Além disso, foi considerada nacionalista, como você pode conferir por meio do
art. 144, que regulamentava a nacionalização progressiva dos bens e dos serviços considerados
como básicos para a defesa econômica ou militar do país, incluindo-se as quedas d’água ou outras
fontes de energia, as minas, as jazidas minerais e, por fim, as indústrias.
Após serem seguidas as exigências da lei para a concessão de exploração assim como a
comprovação de que os concedidos possuem os recursos necessários para realizar os serviços
técnicos e administrativos, os Estados passarão a exercer em suas áreas a atribuição constante
desse artigo. Saiba também que cabia à União auxiliar os Estados nos estudos referentes às águas
termominerais de aplicação medicinal e no aparelhamento das estâncias destinadas ao uso delas.
• Segundo Brasil (1965), em 15 de setembro de 1965, foi editada a Lei nº 4.771, revogando
o Código Florestal instituído em 1934, tornando-se a nova legislação sobre a preservação
do meio ambiente.
Já em 3 de janeiro de 1967, foi sancionada a Lei 5.197, que dispõe da proteção à fauna e
dá outras providências, em que é proibida utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha
dos animais de qualquer espécie que vivem fora das áreas de cativeiro, ou seja, aqueles que
constituem a fauna silvestre (BRASIL, 1967).
No mesmo ano, em 24 de janeiro, foi outorgada uma nova Constituição, da qual destaca-se o
art. 8º, que compete à União legislar sobre jazidas, minas, outros recursos minerais, metalurgia,
florestas, caça, pesca, águas, energia elétrica e telecomunicações (BRASIL, 1967). Outra
importante atribuição está contida no art. 81, incisos III e V, referindo-se à competência privativa
do presidente da república em sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, expedir decretos e
regulamentos para a sua execução, bem como dispor sobre a estruturação, as atribuições e o
funcionamento dos órgãos da administração federal.
a conservação do meio ambiente e o uso racional dos recursos naturais (BRASIL, 1973). As
atribuições dessa Secretaria foram aprimoradas e substituídas por uma nova política organizada
por meio da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de
1981 (BRASIL, 1981).
Para que a PNMA funcione como um sistema integrado, ela subdivide os papéis a serem
exercidos por três grandes áreas que exercem funções governamentais distintas: o Ministério
do Meio Ambiente (MMA), que planeja, coordena, supervisiona e controla a PNMA; o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que executa ou delibera outros órgãos para
executarem as políticas e as diretrizes e também pode atuar junto a outras autoridades, como
Polícia Federal, exército, Receita Federal e outros, que operam em conjunto, podendo realizar,
por exemplo, ações de fiscalização (BRASIL, 1981). Por fim, conforme o MMA (2009), o Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é um órgão consultivo e deliberativo que determina as
normas e os padrões dessa política por meio de publicações.
É composto pela gestão dos componentes do meio ambiente, que são a qualidade do ar, das
águas e dos padrões de ruído. Geralmente, é realizado por meio de resoluções publicadas pela
CONAMA. Por exemplo: Resolução CONAMA nº 5/1989 (criou o Programa Nacional de Controle
de Qualidade do Ar, que estabeleceu os limites de poluentes no ar atmosférico como instrumento
básico da gestão ambiental para proteção da saúde e bem-estar das populações e melhoria
da qualidade de vida; Resolução CONAMA nº 357/2005 (realizou a qualificação das águas, ou
enquadramento, em 13 classes, sendo 5 doces, 4 salobras e 4 salinas, classificando-as de acordo
com seus usos preponderantes atuais e futuros) (MMA, 2012).
Estabelecido pelo Decreto nº 99.540, que tem objetivo de ordenar os usos e as formas de
ocupação do solo, consistindo na repartição de um território. Um exemplo em nível municipal
é a subdivisão da área do município em zonas de uso, como a classificação em zonas das áreas
urbanas críticas de poluição, que seriam destinadas, prioritariamente, à instalação de indústrias.
Elas são, ainda, subdivididas em zonas de uso estritamente industrial, uso predominantemente
industrial e uso diversificado (BRASIL, 1980).
Esses espaços, protegidos pelos poderes Público Federal, Estadual e Municipal, são áreas de
proteção ambiental de relevante interesse ecológico e reservas. As Áreas de Proteção Ambiental
(APA) são territórios de conservação dos processos naturais e da biodiversidade, orientando o
desenvolvimento adequado das atividades humanas aos recursos ambientais da área.
Já as zonas de conservação da vida silvestre (ZVS) foram instituídas para que sejam reguladas
para uso moderado e autossustentado da biota, assegurando a manutenção dos ecossistemas
naturais ou áreas em que a proteção é essencial para a sobrevivência das espécies da fauna,
da flora e da biota regional, consideradas vulneráveis, e também para proteger ecossistemas
parcialmente alterados em sua organização funcional primitiva (BRASIL, 1990).
Tem como objetivo a publicidade das informações ambientais por meio da criação de um
grande banco de dados centralizador para compartilhamento de informações pelas três esferas
de governo (BRASIL, 1981).
Instrumentos econômicos
Como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros (BRASIL, 1981).
Configura-se como o processo mais complexo requerido para o início de uma atividade ou
empreendimento. Após a concessão da licença, devem ocorrer auditorias para revisar se as
empresas estão cumprindo as exigências governamentais por meio da fiscalização do uso dos
recursos ambientais (SIRVINSKAS, 2020).
Esses incentivos são voltados para a melhoria da qualidade ambiental. Logo, entende-se que
os processos de inovação devem acompanhar as leis e o uso de recursos ambientais e auxiliar
as atividades das empresas a minimizar ou neutralizar seu potencial degradador. Isso deve ser
incentivado pelo Governo (BRASIL, 1981). Como exemplo disso, você pode considerar o Projeto
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PROCONVE, criado por meio da resolução CONAMA 018/86, que incentiva o controle da poluição
do ar pelos automóveis (MMA, 2012).
Conforme o MMA (2012), a Resolução CONAMA nº 001/86, no art. 1º, impacto ambiental é
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas, biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que afetem diretamente ou
indiretamente: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a
biota; as condições estéticas e sanitárias ambientais; a qualidade dos recursos ambientais.
A AIA não é instrumento de decisão, mas é essencial ao processo, pois fornece os subsídios
para a tomada de decisão, sendo, portanto, o processo anterior ao licenciamento (SIRVINSKAS,
2018). Para a realização da AIA, são necessários alguns passos que você conhecerá a seguir.
A etapa inicial é fundamental para constar qual o enquadramento da atividade, com o objetivo
de verificar a natureza do empreendimento para realizar o requerimento ao apropriado órgão
ambiental competente, seguindo as normas estabelecidas pela Lei Complementar nº 140/2011,
de acordo com Brasil (2011).
A partir dessa verificação, é emitido o Relatório Ambiental Preliminar (RAP) que instrumentaliza
a decisão quanto à exigência ou à dispensa da realização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e
o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Em caso de necessidade, a empresa deve elaborá-los.
Em seguida, ocorre a fase de elaboração e análise técnica do EIA. Também são analisados as
sugestões e os interesses da sociedade diretamente relacionados ao AIA por meio da participação
pública.
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Logo então, busca-se garantir a realização efetiva das condições sugeridas pelo órgão
ambiental, verificando se as exigências apontadas como requisitos para aceitação do projeto ou
atividade foram colocadas em prática.
Por último, são realizadas as verificações por meio de monitoramento e auditoria das
modificações que foram acordadas entre o órgão governamental e a empresa (SIRVINSKAS, 2018).
Segundo Sirvinskas (2018), o EIA se inicia pelo processo de diagnóstico ambiental caracterizado
pelo levantamento das características gerais do ambiente em cada um dos seguintes meios: físico,
biológico e os ecossistemas naturais, e socioeconômico. Em seguida, são analisados os possíveis
impactos ambientais positivos e negativos causados pela implementação do empreendimento, e
são propostas medidas para minimizar os impactos negativos e potencializar aqueles considerados
positivos. Por fim, é realizada a criação de um programa de acompanhamento e monitoramento
dos impactos ao meio ambiente. Você pode verificar os detalhes dessas quatro etapas por meio
da leitura do art. 6º a seguir.
a) o meio físico: neste, temos o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais,
a topografia, os tipos e as aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes
marinhas, as correntes atmosféricas.
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais: que são a fauna e a flora, destacando as espécies
indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e
as áreas de preservação permanente.
c) o meio socioeconômico: que se constitui a partir do uso e ocupação do solo, os usos da água
e a socioeconomia destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da
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II – Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, por meio de identificação,
previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes,
discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos
e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades
cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
III – Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de
controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas.
Como resultado a esse processo, veja que há o levantamento e a descrição dos impactos
ambientais potenciais. No documento do EIA, são identificados e numerados cada um dos
impactos classificados como positivos ou negativos, separados de acordo com o meio físico, meio
biológico e os ecossistemas naturais, e meio socioeconômico. Em seguida, é apresentada a ação
geradora, ou seja, a causadora do impacto, seguida da descrição e da análise (que descreve o
processo de alteração do meio ambiente, com o que será modificado, considerando tanto as
condições de hoje quanto aquelas após os resultados esperados no futuro, que acontecerá depois
da interferência dos empreendimentos). Dando continuidade, é realizada a classificação dos
impactos ambientais que leva em consideração seus aspectos a partir de sete características do
impacto ambiental:
Categoria
Tipo de impacto
Direto (as implicações do impacto têm relação de causa e consequência simples) e indireto
(as implicações do impacto têm como fonte inicial outra relação de causa e consequência).
Área de abrangência
Local (quando atinge áreas próximas) e regional (quando alcança áreas longínquas).
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Duração
Temporária (quando seu efeito possui uma duração limitada), permanente (quando seu efeito
é definitivo), cíclica (quando o efeito possui uma duração temporária, mas que pode retornar em
outro momento).
Reversibilidade
Magnitude
Prazo
Por fim, saiba que são sugeridas medidas mitigadoras ou potencializadoras das alterações ao
meio ambiente: quanto aos impactos negativos (destinam-se a prevenir/mitigar ou reduzir sua
magnitude) e quanto aos impactos positivos (devem ser potencializados a fim de aumentar as
alterações ao meio ambiente).
#ParaCegoVer: a imagem mostra cinco pessoas conversando, três homens e duas mulheres.
Sobre a mesa em que eles estão apoiados, há papéis e canetas espalhados.
Saiba que existem algumas informações que, obrigatoriamente, devem constar no RIMA, elas
estão especificadas no art 9º da Resolução CONAMA nº 001/86. Confira:
III – A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência do
projeto;
VI – A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos
negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados e o grau de alteração esperado;
Figura 2 - Para ser concedida a licença ambiental, o órgão competente estabelece condições,
restrições e medidas de controle ambiental a serem executados por parte do empreendedor
Fonte: Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra um homem segurando uma caneta com a mão direita e
assinando um papel. Ele veste camisa azul-clara e gravata azul-escura.
Outro aspecto importante, é que o licenciamento pode ser concedido ou renovado, porém,
leve em consideração que é obrigatória a publicação em jornal oficial, periódico regional ou local
de grande circulação ou em algum meio eletrônico de responsabilidade do órgão ambiental
competente.
O art. 10, da Lei Federal nº 6.938/81, descreve que o licenciamento é um mecanismo que,
primordialmente, é realizado pelo órgão estadual de meio ambiente, que varia conforme o
estado (BRASIL, 1981). No estado de Minas Gerais, a responsabilidade do serviço é da Secretaria
de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD). Já o órgão que realiza o
licenciamento no estado do Ceará é a Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE.
92
FIQUE DE OLHO
Conforme verificado, cada estado tem seus órgãos de licenciamento. Os critérios
locacionais bem como os fatores de restrição ou vedação que acometem os
empreendimentos/atividades solicitantes do licenciamento devem respeitar as
legislações próprias do estado requerido. No estado do Ceará, elas são regidas pela
Resolução COEMA nº 10/2015. Ao passo que, no estado de Minas Gerais, a deliberação
normativa COPAM nº 217/2017 é quem regulamenta o licenciamento ambiental.
De acordo com Brasil (2011), uma das ações administrativas da União é promover o
licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades (Lei Complementar nº 140/2011, art.
7º, inciso XIV):
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da
Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do
Meio Ambiente e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou
empreendimento (BRASIL, 2011).
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a) causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida
pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial
poluidor e natureza da atividade (BRASIL, 2011).
A concessão de licenças será realizada, principalmente, pelo órgão estadual de meio ambiente,
pois a ele cabe promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos
utilizadores de recursos ambientais, com exceção daqueles que foram atribuídos aos âmbitos
nacionais ou municipais (determinados, respectivamente pelos arts. 7º e 9º) (BRASIL, 2011).
Sirvinskas (2020) destaca que o processo de licenciamento ambiental é complexo. Para que
ele ocorra de maneira mais descomplicada, é necessário que a empresa já possua um sistema de
gestão ambiental implantado, com uma equipe que possua bom desenvolvimento organizacional.
Porém, dentro de cada uma dessas áreas, são citadas algumas atividades, por exemplo, na
área de atividades agropecuárias, há as subáreas: projeto agrícola, criação de animais e projetos
de assentamentos e de colonização.
95
FIQUE DE OLHO
Várias atividades ou empreendimentos estão sujeitos ao licenciamento ambiental.
Para conhecê-los, pesquise pela listagem do ANEXO I da Resolução CONAMA nº 237/97,
que apresenta a relação dos setores econômicos/áreas, com todas as suas subáreas, e
consulte-a.
Saiba que há três tipos de licença, que variam conforme a etapa do empreendimento,
podendo ser prévia, de instalação ou de operação. Essas foram definidas pela Resolução CONAMA
nº 237/97, no art. 1º.
De acordo com MMA (2012), para efeito dessa resolução, foram adotadas as seguintes
definições:
A aplicação desses três tipos de licença depende da modalidade que será exigida a licença
ambiental. O prazo máximo da licença prévia é de cinco anos, de instalação são 6 anos e de
operação em, no máximo, 10 anos (MMA, 2012).
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De acordo com Bastos (2013), em situações que ocorrem conflitos, principalmente com
relação à sociedade, esses processos podem demorar muitos anos para ocorrer, tal como o
licenciamento da Usina de Belo Monte - PA.
As etapas para concessão da licença dependerão do tipo de modalidade que a licença foi
classificada pelo órgão ambiental responsável. Essa classificação pode ser feita em três tipos, veja:
Podendo este ser monofásico (LAC 1 - quando a análise ocorre em uma única fase, das etapas
de LP, LI e LO) ou bifásico (LAC 2 – em que ocorre uma análise mais aprofundada, pois ocorre em
uma única fase, as etapas de LP e LI do empreendimento, com análise posterior da LO; ou análise
da LP com posterior análise concomitante das etapas de LI e LO do empreendimento).
Dessa forma, você pode compreender que, ainda que exista a Resolução CONAMA nº 237/97,
que estabelece os principais processos da licença, há a necessidade de cada estado criar a sua
própria legislação (MMA, 2012).
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência (BRASIL, 1988).
A partir do art 5º, tenha em mente que se torna clara a importância dos papéis exercidos pelos
cidadãos no sentido de contribuir nos aspectos individuais e coletivos com o meio ambiente,
visando diminuir seus impactos no planeta (BRASIL, 1988).
No título III, referente à organização do Estado, são citados os bens da União. É importante
lembrar-se de que, quando o licenciamento ambiental é referente a algum desses bens, é
executado pelo IBAMA (BRASIL, 1988).
Assim, a Constituição Federal recente estabelece, no seu art. 20º, que são bens da União:
I – os que, atualmente, lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; II – as terras devolutas
indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de
comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; III – os lagos, rios e quaisquer correntes de
água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros
países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais
e as praias fluviais; IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias
marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as áreas referidas no art. 26, II; V – os
recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; VI – o mar territorial; VII
– os terrenos de marinha e seus acrescidos; VIII – os potenciais de energia hidráulica; IX – os recursos
minerais, inclusive os do subsolo (BRASIL, 1988).
Em seguida, são assinaladas as funções que cabem individualmente à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios e as atribuições competentes a todos, sendo, posteriormente,
instituídas pela Lei Complementar n. 140, de 8 de dezembro de 2011, conforme a seguir:
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Art. 23º: é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
Art. 24º: compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição.
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (BRASIL, 1988).
Ainda, são assinaladas as funções institucionais do Ministério Público no art. 129: “III –
promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social,
do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”. Veja que isso significa que, em
casos que forem causados danos ambientais, cabe ao Ministério Público abrir inquérito bem
como realizar investigação. Também é relevante apontar que, no Capítulo I: Dos Princípios Gerais
da Atividade Econômica, no art. 70, na área que descreve as questões da ordem econômica, é
levantado que é necessário assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, respeitando os princípios de defesa do meio ambiente. E a maior contribuição refere-se ao
art. 225, dedicado exclusivamente ao meio ambiente, do qual se fundamentaram os princípios
do Direito Ambiental.
Outra legislação impactante foi o novo Código Florestal, de 25 de abril de 2012, sendo
publicado pela Lei nº 12.651/12, que delimitou as normas gerais sobre a proteção da vegetação,
as áreas de preservação permanente e de reserva legal bem como a exploração florestal, o
suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle
e a prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o
alcance de seus objetivos (BRASIL, 2012).
Assim, o Código Florestal manteve a legislação do código anterior com relação às propriedades
privadas urbanas e rurais, que, a partir dessa lei, estariam obrigadas a conservar dentro de suas
propriedades (BRASIL, 1965):
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Florestas e demais formas de vegetação natural situada ao longo dos rios ou de qualquer
outro curso d’água, em faixa marginal; ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais
ou artificiais; nas nascentes ou “olhos d’água”, seja qual for a sua situação topográfica; no topo
de morros, montes, montanhas e serras; nas encostas ou partes destas, com declividade superior
a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive; nas restingas, como fixadoras de dunas ou
estabilizadoras de mangues; nas bordas dos tabuleiros ou chapadas; em altitude superior a 1.800
(mil e oitocentos) metros, nos campos naturais ou artificiais, as florestas nativas e as vegetações
campestres (BRASIL, 1965).
É considerada como imprescindível para o uso sustentável dos recursos naturais, a conservação
e a reabilitação dos processos ecológicos, a conservação da biodiversidade, o abrigo e a proteção
de fauna e flora nativas. O percentual varia conforme a localização da propriedade. Na Amazônia
Legal, o valor é de 80% no imóvel situado em área de florestas; 35% no imóvel situado em área de
cerrado; 20% no imóvel situado em área de campos gerais, ou nas demais regiões do país. Essa
área deverá ser situada no interior de uma área rural e precisa ser distinta daquela determinada
como de preservação permanente (BRASIL, 1965).
Essa foi uma importante decisão em prol da preservação dos recursos ambientais, pois foi
delegada aos proprietários a obrigação de manter, pelo menos, uma parcela de suas propriedades
destinada à conservação do meio ambiente. Os proprietários que não cumprissem as normas de
delimitação das APPs e da Reserva Legal precisariam recompor as áreas desmatadas (BRASIL, 1965).
Concessão florestal
Permite à iniciativa privada a compra do direito de manejo florestal sustentável bem como a
exploração de produtos e serviços de uma unidade de manejo.
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Seguro ambiental
São recursos financeiros para reparação ou recomposição de área degradada por danos
ambientais (BRASIL, 2006).
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PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
BRASIL. Constituição (1934). Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil. Rio
de Janeiro, 1934. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao34.htm>. Acesso em: 2 mar. 2020.
BRASIL. Constituição (1937). Constituição dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro,
10 de novembro de 1937. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao37.htm>. Acesso em: 2 mar. 2020.
BRASIL. Constituição (1946). Constituição dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro,
18 de setembro de 1946. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao46.htm>. Acesso em: 2 mar. 2020.
BRASIL. Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011, fixa normas, nos termos
dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal,
para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações
administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção
das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição
em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a
Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Brasília: 8 de dezembro de 2011. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp140.htm>. Acesso em: 3 mar. 2020.
BRASIL. Lei nº 11.284, de 2 de março de 2006, dispõe sobre a gestão de florestas públicas
para a produção sustentável; institui, na estrutura do Ministério do Meio Ambiente, o
Serviço Florestal Brasileiro – SFB; cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal
– FNDF; altera as Leis nº 10.683, de 28 de maio de 2003, 5.868, de 12 de dezembro de
1972, 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, 4.771, de 15 de setembro de 1965, 6.938, de
31 de agosto de 1981, e 6.015, de 31 de dezembro de 1973 e dá outras providências.
Brasília: 2 de março de 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm>. Acesso em: 3 mar. 2020.
BRASIL. Lei nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967, dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras
providências. Brasília: 3 de janeiro de 1967. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/L5197.htm>. Acesso em: 3 mar. 2020.
BRASIL. Lei nº 6.803, de 2 de julho de 1980, dispõe sobre as diretrizes básicas para o
zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição e dá outras providências. Brasília:
2 de julho de 1980. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6803.
htm>. Acesso em: 3 mar. 2020.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação e dá outras providências.
Brasília: 31 de agosto de 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
LEIS/L6938.htm>. Acesso em: 3 mar. 2020.
CEARÁ. Resolução COEMA nº 10, de 11 de junho de 2015, dispõe sobre a atualização dos
procedimentos, critérios, parâmetros e custos aplicados aos processos de licenciamento
e autorização ambiental no âmbito da Superintendência Estadual do Meio Ambiente
– SEMACE. Diário Oficial [do] Estado. Ceará, 1 de dezembro de 2015. Disponível
em: <http://antigo.semace.ce.gov.br/biblioteca/legislacao/conteudo_legislacao.
asp?cd=17>. Acesso em: 3 mar. 2020.
SÃO PAULO. Lei Estadual nº 10.100, de 1º de dezembro de 1998, declara Área de Proteção
Ambiental o entorno da represa de Itupararanga. São Paulo: 1 dez. 1998. Disponível
em: <https://sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/Modulos/Legislacao/LegislacaoMostra.
aspx?idPagina=15885&idItem=146>. Acesso em: 3 mar. 2020.
SIRVINSKAS, L. P. Manual de Direito Ambiental. 16. ed. São Paulo: Saraiva Educação,
2018. Disponível em: <https://forumdeconcursos.com/wp-content/uploads/wpforo/
attachments/2/2602-Manual-de-Direito-Ambiental-Lus-Paulo-Sirvinskas-2018.pdf>.
Acesso em: 3 mar. 2020.
O livro Gerenciamento de Unidades de Conservação é direcionado
para estudantes de engenharia florestal, ciência ambiental e gestão
ambiental.