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E SUSTENTABILIDADE
ENSINO A
DISTÂNCIA
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Avantis e ao Centro Universitário Avantis – UNIAVAN.
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Inclui Índice
ISBN: 978-65-5901-150-6
ISBNe: 978-65-5901-153-7
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
APRESENTAÇÃO DA AUTORA
A sociedade do século XXI vivencia nas últimas décadas uma crise ambiental
sem precedentes. A ingerência do homem em relação ao meio ambiente tem causado
um grande esgotamento dos recursos naturais e exploração de diversas formas de
vida, colocando em xeque os limites impostos pela natureza. O homem maximizou a
exploração dos recursos naturais deixando marcas de destruição em grande escala, sem
a preocupação de uma gestão satisfatória a nível nacional e mundial.
O meio ambiente passou a ser uma preocupação concreta para a humanidade
somente a partir do momento em que foi apresentado ao homem uma série de fatores
que vem contribuindo com a sua degradação. A problemática ambiental é uma realidade
presente em nosso planeta e que não pode ser ignorada. A moção de meio ambiente vai
muito além dos elementos naturais (físico, químico e biótico), pois há uma complexa
relação de interdependência entre a natureza e sociedade (aspectos econômicos e sociais).
A temática Meio Ambiente passou a fazer parte de grandes debates e discussões
em nível mundial, sendo reconhecida pela Declaração Universal dos Direitos Humanos
como um direito fundamental à vida. Nas últimas décadas vem sendo muito discutido a
necessidade de uma relação mais harmoniosa, entre o homem e o meio ambiente, para
a garantia da sobrevivência do planeta e de todas as espécies. De acordo com Barbieri
(2004), a preocupação com o meio ambiente não é algo recente, no entanto, foi nas últimas
três décadas que esta temática entrou para a agenda dos governos de vários países.
Nesse sentido essa disciplina tem como objetivos contribuir para a formação de
um cidadão crítico e capaz de avaliar os impactos que as inovações tecnológicas causam
ao meio ambiente, além de despertar no estudante, o senso de responsabilidade em suas
ações para a preservação dos recursos naturais
Estudaremos ao longo das unidades que o termo desenvolvimento sustentável
ganha força nos debates políticos e sociais quanto as novas perspectivas de incluir o
meio ambiente nas questões relacionadas ao desenvolvimento econômico dos países
(GONÇALVES, 2005).
Veremos que a busca pelo desenvolvimento sustentável do planeta, vem sendo
fortemente discutida por estudiosos em todo mundo, passando a ser um desafio a ser
enfrentado pelas sociedades.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
1.1 AS RELAÇÕES ENTRE O HOMEM E MEIO AMBIENTE
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Figura1 - Período Paleolítico.
Fonte: Shutterstock (2021).
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civilizações do Neolítico consideravam a natureza como deusa-mãe, como divindade
principal.
Esses povos tiveram uma visão de mundo muito diferente da qual fomos adotando
ao longo dos tempos. A natureza era entendida como algo vivo e sua relação com o
homem pré-histórico era de respeito mútuo.
Segundo Mendonça (2005), as culturas pré-históricas que cultuavam a natureza
como a deusa-mãe eram conhecidas como culturas matrísticas ou de matriz. Esses
povos estabeleceram uma relação mais equilibrada e harmoniosa com a natureza. Suas
atividades de caça e pesca, não foram tão invasivas a ponto de colocar em extinção as
espécies animais. Para Mendonça (2005, p. 56):
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Com a revolução industrial, as relações de dominação e exploração ambiental
ficaram ainda mais intensas. O objetivo de crescimento econômico para os países esteve
fortemente relacionado ao setor produtivo. O desenvolvimento econômico a “ todo vapor”
não considerou as possíveis consequências quanto aos aspectos ecológicos e sociais. A
regeneração natural não conseguiu alcançar o ritmo de extração dos recursos naturais.
Com isso, surge um novo modelo de sociedade expandindo-se por todos os continentes:
a patriarcal.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Grandes extensões de terras, florestas e savanas foram transformadas em campos
para a criação de gados e para a agricultura, o que imprimiu grandes modificações na
paisagem natural. O sedentarismo abre espaço para as relações interpessoais e a formação
de organizações políticas e produtivas.
Com o surgimento da agricultura o homem descobriu que podia alterar os
ecossistemas para suprir as suas necessidades, esquecendo o seu lugar na natureza. O
cenário de destruição ambiental vem sendo delineado ao longo do processo civilizatório
quando o homem passou a usar a natureza como fonte de exploração.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Figura 5 - Poluição Ambiental
Fonte: Shutterstock (2021).
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
A relação que o homem vem estabelecendo com o meio ambiente, revela-se cada vez
mais insustentável, pois visa o lucro sem medir consequências. O modelo de crescimento
desenvolvimentista contribuiu para a negligência em relação ao patrimônio ambiental e,
consequentemente, para o bem-estar humano. Isso se deu porque é um modelo “que assumiu
notoriedade a partir do reconhecimento da sobrevalorização da cultura urbano-industrial
que molda os modos de produção e consumo da sociedade” (SCHMIDT, 2007, p. 36).
Os problemas socioambientais vêm ocorrendo com maior frequência e intensidade
após a Revolução Industrial. Os instrumentos de baixa produtividade foram substituídos
progressivamente por máquinas e novas ferramentas, tornando crescente a extração de
recursos naturais.
A Revolução Industrial que teve início na Inglaterra, foi ocorrendo de forma
gradativa a partir do século XVIII em todos os países do mundo. Ela se tornou um
divisor de águas para o progresso da humanidade, ocasionando profundas mudanças
nos meios de produção, afetando diretamente os modelos econômicos e sociais de
sobrevivência humana. No final do século XIX, o modelo capitalista acaba colocando
em risco a sobrevivência da espécie humana em nome do desenvolvimento econômico,
comprometendo assim, o equilíbrio do planeta e a vida de todos os seres vivos. Segundo
Meszáros (1989, p. 27):
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Hoje os riscos produzidos se expandem em quase todas as dimensões
da vida humana, obrigando-nos a rever a forma como agimos.
SUGESTÃO DE VÍDEO:
Assista ao filme “Ilha das Flores”. Ele retrata
muito bem as contradições entre a sociedade
capitalista e o meio ambiente. Suas reflexões
são acerca dos problemas sociais como resultado da pobreza
e das péssimas condições de vida da população.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Acerca da preservação da natureza, inúmeras são as discussões políticas, sociais
e econômicas sobre o meio ambiente, no entanto, parece não ter contribuído para a
superação da crise ambiental que afeta todo o planeta e a humanidade. Para Mendonça
(2005), como consequência para a desenvolvimento econômico, os problemas ambientais
estão entre os inúmeros problemas que a humanidade criou.
Pudemos verificar através da evolução histórica da relação homem/ natureza, que
nos primeiros períodos da humanidade, o homem sentia-se parte do ambiente natural
não causando intensas degradações. Com o surgimento da agricultura a degradação
ambiental tomou maiores proporções, porém, foi com o advento da industrialização que
a natureza passa a ser intensamente agredida, dando lugar às indústrias e a urbanização.
O lucro impera como um dos fatores mais importantes para a sociedade. Diante dessa
problemática ambiental a sociedade necessita rever alguns conceitos para melhorar a
sua convivência com o meio ambiente.
Embora se considere que há uma dinâmica própria de transformação da natureza,
a espécie humana, “nós”, considerados evoluídos, estamos causando os problemas
ambientais e levando à extinção a nossa própria espécie. O modelo de desenvolvimento
econômico criado no século XX, vem atendendo cada vez mais as necessidades exigidas
pela sociedade consumista. A busca por maior lucratividade, ocasionou uma devastadora
exploração ambiental.
Mediante o que já foi exposto, é possível considerar que nos últimos séculos, a
capacidade de produtividade da biosfera não acompanhou o rápido desenvolvimento e
consequentemente o crescimento populacional, o que contribuiu para a possibilidade de
extinção/destruição dos recursos naturais. Segundo Duarte (2003, p.245),
Várias discussões acerca da nossa posição diante do mundo são levantadas por
estudiosos e ambientalistas. Estudos mostram que as consequências desse capitalismo
selvagem, que busca pelo desenvolvimento econômico às custas da exploração e a perda da
biodiversidade, vêm crescendo, ameaçando o ecossistema e limitando a disponibilidade
dos recursos naturais.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
PARA REFLETIR:
Como é possível estabelecer de forma harmoniosa a convivência humana em
um planeta que apresenta seus recursos cada vez mais limitado?
Esta situação exige de todos nós uma redefinição nas políticas de desenvolvimento
e uma reflexão mais crítica quanto a nossa responsabilidade enquanto membros de uma
sociedade.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
norteadores do debate centrado essencialmente na reorganização da agenda política
internacional (SCHMIDT, 2007, p.54).
Diante deste cenário faremos um resgate da construção histórica de preocupação
com a natureza ao longo das décadas do século XX, tendo como fio condutor as
Conferências Internacionais e seus desdobramentos, consideradas relevantes iniciativas
para o enfrentamento da crise ambiental.
No século XVIII a ciência ganha destaque com a publicação de vários textos, como
por exemplo, o livro sobre economia silvícola (Sylvicultura econômica, 1713), escrito por
Hans Carl von Carlowitz.
O termo “sustentável” ou “sustentabilidade” tem sua origem na obra de Carlowitz,
no qual o alemão traz conceitos relevantes sobre a sustentabilidade do planeta ao destacar
a necessidade de manejo e conservação das florestas, garantindo assim, um bom legado
para as futuras gerações.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
1.3.2 Primavera Silenciosa de Rachel Carson
O termo “meio ambiente” esteve por muito tempo associado as questões ecológicas
e naturais. Com passar do tempo, foi incorporado a uma outra dimensão, envolvendo
questões sociais e culturais. Após o lançamento do livro de Carson (1962), diversos
eventos foram realizados com o objetivo de discutir internacionalmente a problemática
ambiental.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
1.3.3 O Seminário Internacional de Educação Ambiental- A Carta de
Belgrado
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
- na tentativa de impedir o estrangulamento de matérias-primas, “o congelamento do
crescimento da população global” (BURSZTYN; BURSZTYN, 2006; JACOBI, 1999, citados
por SCHMIDT, 2007, p. 37).
Apesar da inciativa positiva, o relatório foi alvo de muitas críticas por apresentar
ênfase massiva na degradação ambiental, relegando o fato de que, a estagnação total
da produção industrial, impediria o crescimento das nações em desenvolvimento e não
afetaria do mesmo modo as nações industrializadas; o que consequentemente, seria
o aspecto propulsor para uma crescente desigualdade social, ou seja, “[...] o problema
principal do Clube de Roma foi a defesa do crescimento zero, na medida em que se
fechava o caminho para o crescimento dos países mais pobres” (BRÜSEKE, 1995 citado
por BERNARDES et al., 2003, p. 35).
O relatório considerou que o impedimento aos processos geradores de impactos
econômicos, sociais e ambientais - tanto positivos quanto negativos; garantiria a
qualidade de vida para a população dos países ricos e pobres. Por outro lado, essa premissa
apontada, não considerou que poderia condenar os países pobres a uma condição
imutável de subdesenvolvimento, eterna dependência e até possivelmente a um índice
extremo de pobreza e desigualdade perante as nações ricas (SCHMIDT, 2007).
SAIBA MAIS:
A produção industrial triplicou nos últimos anos, aumentando a exploração e
consumo de matéria–prima. Técnicas novas são utilizadas para tornar mais efi-
ciente o controle de poluentes. Mas, isso não significa que os problemas ambientais foram resol-
vidos. Tais técnicas ainda não são utilizadas em países pobres, no qual utilizam procedimentos
antiquados e poluentes.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
1.3.5 A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente Humano o (CNUMA) ou Conferência de Estocolmo
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
representantes mundiais. Nesse encontro importantes estratégias e diretrizes foram
propostas, visando proteger o meio ambiente. A Conferência de Estocolmo reconheceu
a Educação Ambiental como necessária para solucionar os problemas ambientais. A
Educação Ambiental passou a ser uma temática bastante discutida para o desenvolvimento
de ações voltadas ao meio ambiente. Foi vista como um instrumento que efetivasse o
ser humano o direito a um ambiente ecologicamente equilibrado, indispensável para as
gerações presentes e futuras (PIOVESAN, 2015).
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
entanto, não foi suficiente para o alcance da sustentabilidade planetária. Era necessário
o cumprimento de novas alternativas para alcançar desenvolvimento sustentável.
Entre os dias 3 a 14 de junho de 1992, a cidade do Rio de Janeiro serviu de sede para
a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(CNUMAD), conhecida como ECO-92 ou Rio 92. A conferência Rio-92 foi um marco
histórico para as discussões acerca do desenvolvimento sustentável. Teve grande
participação de dirigentes políticos, organizações não-governamentais, movimentos
ambientalistas e sociedade civil. Vários países participaram desse evento, sendo
considerada a maior já realizada no âmbito da ONU (BARBIERI, 2008).
A “Cúpula da Terra” Rio 92, ocorreu 20 após a conferência de Estocolmo, sendo
considerada um marco para a “evolução” da Educação Ambiental. Nesta conferência
foram discutidas estratégias sustentáveis de desenvolvimento, resultando na elaboração
de documentos importantes como a “Agenda 21”, um instrumento de planejamento
participativo que teve como eixo central a sustentabilidade, na medida em que visa
compatibilizar a conservação ambiental, a justiça social e o crescimento econômico
(SCHMIDT, 2007) e a Carta Brasileira para a Educação Ambiental.
Podemos perceber que foram promovidas várias discussões para estimular
novas mudanças na relação do homem com a Natureza. As conferências apresentadas
ao longo das décadas fizeram o mundo pensar na questão ecológica sob o enfoque de
outros olhares. Contudo, tem sido crescente as relações desarmônicas entre os homens
e a natureza. O modelo de desenvolvimento econômico capitalista tem intensificado a
cultura do desperdício, o consumismo exagerado, a facilidade em descartar os produtos,
tornando cada vez mais insustentável o convívio entre espécie humana e meio natural.
Nas palavras de Maurice Strong:
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
para os pobres. Para isso, é preciso que o Norte diminua seu consumo
de recursos e o Sul escape da pobreza. O desenvolvimento e o meio
ambiente estão indissoluvelmente vinculados e devem ser tratados
mediante a mudança do conteúdo, das modalidades e das utilizações
do crescimento. Três critérios fundamentais devem ser obedecidos
simultaneamente: equidade social, prudência ecológica e eficiência
econômica.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
um sistema social que possa resolver as tensões causadas por um
desenvolvimento não equilibrado; um sistema de produção que respeite
a obrigação de preservar a base ecológica do desenvolvimento; um
sistema tecnológico que busque constantemente novas soluções; um
sistema internacional que estimule padrões sustentáveis de comercio
e financiamento; um sistema administrativo flexível e capaz de
autocorrigir-se (BRUNDTLAND, 1988, citado por VIOLA; LEIS, 1995, p. 78).
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
A falta de comprometimento de todas as nações mundiais, para que se atinja a
sustentabilidade, não se traduz no simples reconhecimento do problema ou a um plano
de ações, principalmente se consideramos que existem “fatores inerentes aos sistemas
políticos e econômicos, impedindo que, a orientação para o bem comum possa se impor
no momento da negociação de acordos, como também na fase de implementação de
políticas públicas” (FREY,2001, p. 2, citado por SCHMIDT, 2007).
Segundo a UNESCO, (2000), o desenvolvimento sustentável pode ser definido como
um dever de proteger e de restaurar a integridade dos sistemas ecológicos terrestres, tal
como se encontra expresso no texto da Carta Terra, sob a definição de um imperativo de
integridade ecológica.
A Carta da Terra mencionada pela UNESCO é um documento que está previsto no
contexto da educação para a sustentabilidade. Este documento foi desenvolvido de forma
democrática, tendo a participação de mais de 100 mil pessoas de 46 nações e aprovada
pelas Nações Unidas em 2000, sendo reconhecida como “Código Ético Planetário”
(LOURES, 2008).
Segundo Loures (2008), a Carta da Terra, apresenta uma visão ética e holística, e
considera as interdependências entre pobreza, degradação ambiental, injustiça social,
conflitos étnicos, paz, democracia, ética e crise espiritual. “Ela representa um grito de
urgência face às ameaças que pesam sobre a biosfera e o projeto planetário humano,
além de representar um apelo em favor da esperança e de um futuro comum da Terra e
da humanidade” (LOURES, 2008, p 69).
Assim, o documento pode ser utilizado como um código universal de conduta
para guiar os povos e as nações na direção de um futuro sustentável (LOURES, 2008).
‘É uma espécie de código de ética planetário, semelhante à Declaração Universal dos
Direitos Humanos, só que voltado à sustentabilidade, à paz e à justiça socioeconômica”
(PLANETA SUSTENTÁVEL, 2016, p. 34).
A Carta da Terra, foi idealizada pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento das Nações Unidas, em 1987, mas, somente na Cúpula da Terra (Rio-
92), é que efetivamente foi delineada.
Finalizada no ano 2000, foi traduzida para 40 idiomas e atualmente recebe o
incentivo de 4,6 mil organizações em todo o mundo. Está fundamentada em dezesseis
princípios, organizados em quatro dimensões:
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
I - RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA
Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade a. Reconhecer que todos os seres são interligados e
cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos. Afirmar a fé
na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da
humanidade.
Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor a. Aceitar que, com o direito de
possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambien-
te e de proteger os direitos das pessoas. b. Assumir que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do
poder implica responsabilidade na promoção do bem comum.
Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas a. Assegurar
que as comunidades em todos os níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e
proporcionem a cada um a oportunidade de realizar seu pleno potencial. b. Promover a justiça econômica
e social, propiciando a todos a consecução de uma subsistência significativa e segura, que seja ecologica-
mente responsável.
Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações a. Reconhecer que a liberdade
de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras. b. Transmitir às futuras
gerações valores, tradições e instituições que apoiem, em longo prazo, a prosperidade das comunidades
humanas e ecológicas da Terra.
II - INTEGRIDADE ECOLÓGICA
Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela
diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a Vida a. Adotar planos e regulamenta-
ções de desenvolvimento sustentável em todos os níveis, que façam com que a conservação ambiental e
a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento. b. Estabelecer e proteger as
reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para prote-
ger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural. c.
Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçadas. d. Controlar e erradicar organismos não
nativos ou modificados geneticamente que causem danos às espécies nativas e ao meio ambiente, e pre-
venir a introdução desses organismos daninhos. e. Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo,
produtos florestais e vida marinha, de forma que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a
sanidade dos ecossistemas. f. Manejar a extração de recursos não renováveis, como minerais e combustí-
veis fósseis, de forma que diminuam a exaustão e não causem dano ambiental grave.
Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento
for limitado, assumir uma postura de precaução a. Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou
irreversíveis danos ambientais, mesmo quando a informação científica for incompleta ou não conclusiva.
b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará danos significa-
tivo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental. c. Garantir que a decisão
a ser tomada se oriente pelas consequências humanas globais, cumulativas, de longo prazo, indiretas e
de longo alcance. d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento
de substâncias radioativas ou tóxicas, ou outras substâncias perigosas. e. Evitar que atividades militares
causem danos ao meio ambiente.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da
Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados
nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas
ecológicos. b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos
energéticos renováveis, como a energia solar e a do vento. c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a
transferência equitativa de tecnologias ambientais saudáveis. d. Incluir totalmente os custos ambientais
e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que
satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais. e. Garantir acesso universal à assistência de saúde
que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável. f. Adotar estilos de vida que acentuem a
qualidade de vida e a subsistência material num mundo finito.
Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhe-
cimento adquirido a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidade,
com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento. b. Reconhecer e preservar os
conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuam para a proteção
ambiental e o bem-estar humano. c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e
para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de
assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção
aos direitos dos povos indígenas e minorias a. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as
baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social. b.
Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como
às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida. c. Honrar e apoiar os jovens das nossas
comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis. d.
Proteger e restaurar lugares notáveis pelo seu significado cultural e espiritual.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
PARA REFLETIR:
Em se tratar de Desenvolvimento Sustentável, é possível considerar que seja
possível conciliar a preservação do meio ambiente com a atividade econômica?
Quanto ao termo “recurso natural” não pode mais ser entendido como uma
riqueza que está disponível para que o ser humano o utilize de forma indiscriminada e
mercantilista. Independente do conceito que é dado aos recursos naturais, é necessário
que a população humana tenha o entendimento de sua inter-relação com todas as
espécies existentes, para o equilíbrio do planeta.
São recursos que voltam a ser disponíveis na natureza. Exemplo: flora (plantas) e
Renováveis
fauna (animais).
São recursos que ao se esgotarem, o seu processo de formação pode levar cente-
Não renováveis
nas de anos. Exemplo: minerais e petróleo
Para que seja possível a nossa sobrevivência, é necessário que ocorra o equilíbrio
entre a atividade econômica, a preservação do meio ambiente e a garantia de condições
dignas de vida para as pessoas. A ideia está centrada em três eixos: ambiental, social e
econômico.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
SAIBA MAIS:
O alto nível de consumo nos países desenvolvidos é maior do que a capaci-
dade do planeta em renová-los. A possibilidade de esgotamento dos recursos
naturais poderá contribuir para o fim da vida humana, isto é, para a nossa sobrevivência.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
social e intelectual dos indivíduos. Dentro desse contexto, é preciso considerar também,
as minorias sociais compostas também por povos indígenas e tribais, que são dignos de
especial atenção, pois, seus estilos de vida tradicionais - estilos que podem dar lições as
sociedades modernas relativamente a gestão dos recursos como florestas, montanhas, e
terras de cultura – foram interrompidos pelo desenvolvimento do industrialismo.
Alguns destes povos estão ameaçados de possível extinção devido a um
desenvolvimento insensato, sobre o qual não tem qualquer controle. Assim, o
reconhecimento dos direitos tradicionais, impulsiona-os a uma voz ativa na formulação
de políticas relativas ao desenvolvimento dos recursos nas suas áreas.
Dentro desse contexto, o desenvolvimento sustentável, como conceito e objetivo, é
a possibilidade de manter qualquer atividade de forma perpétua, sem nunca se atingir a
exaustão dos recursos naturais básicos que proporcionam o crescimento humano, já que
os seres humanos necessitam da continuidade e manutenção dos sistemas naturais para o
fornecimento de alimentação, abrigo, energia e o desenvolvimento de suas necessidades
espirituais (ALVES, CAIEIRO, 1998).
O desenvolvimento sustentável não é um estado de harmonia fixo, mas, um processo
de mudança que requer uma readequação na exploração de recursos, na orientação dos
investimentos, no desenvolvimento tecnológico e nas transformações institucionais,
para que seja possível o atendimento às necessidades tanto presentes quanto futuras.
Atualmente, o desafio consiste em atribuir aos governos nas esferas global,
nacional e local, a responsabilidade pelos efeitos das suas decisões sobre a qualidade do
ambiente humano, dando maior poder aos organismos responsáveis pelo ambiente de
forma a fundamentar uma atuação mais ampla, com vista ao fim da insustentabilidade.
Assim, é possível considerar que o desenvolvimento dos recursos humanos é
uma exigência crucial não só na formação do conhecimento e das capacidades técnicas,
mas, também na criação de novos valores que vão ajudar os indivíduos e as nações, a
enfrentar uma rápida mudança na realidade social, ambiental e de desenvolvimento.
Os conhecimentos partilhados em nível mundial ajudarão a garantir um melhor
entendimento mútuo e criar uma maior vontade de partilhar equitativamente os recursos
globais (ALVES, CAIEIRO, 1998).
Quando se pensa em sustentabilidade, diretamente é possível considerar
que o estado atual da tecnologia e da organização social requerem certos limites,
especificamente em relação aos recursos ambientais e a capacidade de a biosfera
absorver os efeitos da atividade humana. A busca por um modelo de desenvolvimento
que atenda às necessidades essenciais da população mundial, deve representar também,
uma nova era no crescimento econômico, principalmente para as nações desfavorecidas,
com a garantia de que elas terão direito a respectiva quota dos recursos necessários para
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
assegurar esse crescimento.
Dessa forma, a redução da pobreza generalizada torna-se inevitável, pois, o
desenvolvimento sustentável exige que as necessidades básicas de todos sejam atendidas,
dando a oportunidade de realização de uma vida melhor. No entanto, mesmo com a
adoção do ideário da sustentabilidade são necessários mais esforços para que a questão
efetivamente se cumpra na prática.
Mediante os dados apresentados, é possível considerar que os países
industrializados, a maior parte incluindo os em desenvolvimento, suportam encargos
econômicos devido a problemas como poluição do ar e água, contaminação das águas
subterrâneas e a proliferação de substâncias químicas toxicas e resíduos perigosos.
Além desses problemas, existem outras dificuldades associadas como: a erosão, a
desertificação, a acidificação, os produtos químicos e a produção de novas formas de
resíduos, diretamente relacionados com as políticas e práticas agrícolas industriais, de
energia, de silvicultura e de transportes.
Segundo foi possível observar, os problemas relacionados às dificuldades de se
implementar o desenvolvimento sustentável, não são elucidados porque muitos países
desfavorecidos, demasiadamente pequenos, com uma capacidade de gestão limitada,
apresentam dificuldade em alcançar este objetivo.
Para que isso ocorra, os sistemas políticos devem garantir a participação efetiva
dos cidadãos nas tomadas de decisão em nível local e nacional, e em nível internacional.
Para tal, grande parte dos Estados nacionais, ainda precisam evoluir em termos de
desenvolvimento das instituições. O processo não é fácil nem simples, pois, também,
depende da vontade política. Para que a realidade se transforme, será necessário suporte
financeiro e técnico, bem como formação profissional adequada, já que as modificações
necessárias (para serem realmente efetivas) envolvem todos os países pequenos, grandes,
ricos e pobres.
Diante do que foi visto até aqui, foi possível observar que com o aumento da
população mundial, a concepção de desenvolvimento, se estende além do contexto
econômico restrito aos países em desenvolvimento. Desse modo, podemos concluir que
é necessário o surgimento de uma nova via de desenvolvimento que possa assegurar
o progresso humano não só em alguns lugares durante anos, mas também em todo o
planeta, num futuro longínquo.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
SAIBA MAIS:
Nos países em que a pobreza e a desigualdade social persistem, estará sem-
pre suscetível a crises ecológicas.
SUGESTÃO DE TEXTO:
Para ter acesso ao texto: A educação ambiental e a sustentabilidade como
medida preventiva à violência gerada pelo consumo infantil exagerado, de Nálbia
Roberta Araújo da Costa, acesso o link:
https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/Sustentabilidade_ambiental_ebook.pdf
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
EXERCÍCIO FINAL
a. Promover a cada dia a redução do uso dos recursos naturais para melhorar a
camada de ozônio.
b. Investir no ecoturismo para a utilização indiscriminada do meio ambiente.
c. Atender as necessidades da população a fim de preservar os recursos para as
futuras gerações.
d. Incentivar apenas a retirada de combustíveis fósseis para o crescimento das
industrias.
e. Auxiliar na preservação apenas de locais áridos do norte brasileiro.
42
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Nesse contexto analise as afirmativas a seguir:
43
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 9.795. Disponível em: < Lei Federal, 9.795, de 27 de abril de 1999 > Acesso
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2. ed. São Paulo, 2003.
44
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
áreas de conhecimento. 5 ed. Campinas: Armazém do Ipê, 2008.
GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Os (dês) caminhos do meio ambiente. 12 Ed. São
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LIMA, C. P. de. Evolução Humana. 2ª. Ed. São Paulo, Àtica. 2005.
45
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
VIOLA, E. et al. Ecologia e Política no Brasil. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo: IUPERJ,
1987.
VIOLA, Eduardo J.; LEIS, Hector R. A Evolução das políticas ambientais no Brasil1971-91:
do bissetorialismo preservacionista para o multissetorialismo orientado para o
desenvolvimento sustentável. In: HOGAN, Daniel J.; VIEIRA, Paulo F. (Org.). Dilemas
Socioambientais e desenvolvimento Sustentável. 2. ed. Campinas: Unicamp, 1995.
WATTS, W. Prefácio. In: MEADOWS, D. H.; MEADOWS, D. L.; RAHGERS, et al. Limites
do Crescimento: Um relatório para o Projeto do Clube de Roma sobre o Dilema da
Humanidade. São Paulo: Perspectiva S. A., 1972.
46
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
2
UNIDADE
O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL E SUA
RELAÇÃO COM A
PEGADA ECOLÓGICA
INTRODUÇÃO À UNIDADE
Ao longo desta unidade veremos que a busca pelo equilíbrio do planeta, quanto
a retirada de recursos naturais para atender ao estilo de vida da sociedade atual, é algo
urgente, frente as intervenções realizadas pelo homem. Estudaremos a importância da
pegada ecológica como ferramenta de auxílio para os países realizarem seu planejamento
e gestão do meio ambiente, a fim de observar as reais necessidades de novas ações tanto
individuais como coletivas. A pegada ecológica nos ajuda a perceber a importância de
nos atentarmos para o estilo de vida adotado nas últimas décadas e para a necessidade
de mudanças de comportamento humano.
O estudo dessa unidade nos trará maiores conhecimentos, a fim de que possamos
nos perceber como seres atuante, dependentes e transformadores da natureza. A unidade
nos fará refletir sobre as nossas ações em relação a preservação do meio ambiente, a fim de
assumirmos atitudes de redução do consumo diário, minimizando o impacto ambiental
causado, contribuindo assim, com o equilíbrio do meio ecológico.
A crise ambiental que vivenciamos nas últimas décadas tem se tornado um fato
preocupante para as gerações atuais e futuras. As relações que o homem estabeleceu
com a meio ambiente é de desrespeito e desgastes contínuos ao planeta. A medida em
que a sociedade foi se desenvolvendo ao longo dos períodos, o homem passou a intervir
gradativamente na natureza com o intuito de atender as suas necessidades. Com a
chegada de novos conhecimentos na área da ciência, o homem adotou uma postura
antropocêntrica em relação a natureza.
48
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Há um descuido e um descaso na salvaguarda de nossa casa comum,
o planeta Terra. Solos são envenenados, ares são contaminados,
águas são poluídas, florestas são dizimadas, espécies de seres vivos
são exterminadas; um manto de injustiça e de violência pesa sobre
dois terços da humanidade. Um princípio de autodestruição está em
ação, capaz de liquidar o sutil equilíbrio físico-químico e ecológico do
planeta e devastar a biosfera, pondo assim em risco a continuidade do
experimento da espécie homo sapiens (BOFF, 1999, p. 20).
Para Sánchez (2008), o meio natural é entendido por algumas pessoas, como local
essencial para a extração de recursos necessários à sobrevivência. Para outras pessoas,
ele é visto como local de retirada de recursos necessários para o desenvolvimento
socioeconômico.
49
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
A expressão meio ambiente tem sido muito utilizado a partir do final da década de
80 com a chegada do termo desenvolvimento sustentável. A Lei nº 6.938/81 da Política
Nacional do Meio Ambiente determina em seu art. 3º, I, que meio ambiente é “o conjunto
de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
Para Milaré (2001, p. 63):
50
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Dessa forma, o conceito de meio ambiente que circunda todas as formas de
interações de ordem física, química e biológica compreende os seguintes aspectos: Meio
ambiente natural, Meio ambiente artificial, Meio ambiente cultural e Meio Ambiente do
Trabalho.
A constituição Federal do Brasil de 1988 em seu artigo 225 § 1º, I, III, VII destaca que:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
51
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Figura 11 - O meio ambiente natural.
Fonte: Shutterstock (2021).
52
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Figura 12 - O meio ambiente natural.
Fonte: Shutterstock (2021).
53
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Segundo Fiorillo (2008, p. 21): O meio ambiente artificial recebe tratamento
constitucional não apenas no art. 225 da CF, mas também nos arts. 182, ao iniciar o
capítulo referente à política urbana; 21, XX, que prevê a competência material da União
Federal de instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos; 5º, XXIII, entre alguns outros”.
54
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Figura 15 - Meio Ambiente de Trabalho.
Fonte: Shutterstock (2021).
Podemos perceber que é complexa a definição para o meio ambiente. Para Coimbra
(2002), o conceito não é o fator mais relevante, mas a compreensão de que as ações
desenvolvidas pelos seres humanos sobre o meio ambiente, podem representar grandes
impactos para todos os seres vivos.
SUGESTÃO DE VÍDEO:
Paulo Saldiva: Exclusão e racismo ambiental
Paulo Saldiva é um médico sanitarista que discute os impactos da poluição
atmosférica sobre a saúde da população.
Fonte: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HfgFGsrur9w. Acesso em: 19 de
mar 2021.
55
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
conforto e manter o seu padrão de vida. Uma cultura extrativista foi se estabelecendo,
colocando em risco a própria a vida humana. Desejos são atendidos e materializados.
O modelo de crescimento desenvolvimentista contribuiu para a negligência em
relação ao patrimônio ambiental e, consequentemente, o bem-estar humano. Segundo
Schmidt (2007, p.36) é um modelo “que assumiu notoriedade a partir do reconhecimento
da sobrevalorização da cultura urbano-industrial que molda os modos de produção e
consumo da sociedade” (SCHMIDT et al, 2007, p. 36).
A humanidade impõe ao meio ambiente repentinas e profundas mudanças,
alterando seu estado natural e isso implica em perda de sustentabilidade, ou seja, suas
ações ocasionam um estado de desordem natural irreversível. A intervenção humana é
tão impactante no mundo natural, que praticamente não existem mais processos naturais
que não tenham sofrido nenhum tipo de alteração (GIDDENS, 2012). Uma sociedade
que compromete a qualidade ambiental e torna o próprio local de vida insustentável
em detrimento do bem-estar proporcionado pelos padrões de consumo, caminha para a
própria destruição.
Os graves problemas ambientais têm atraído a atenção de todos neste século, pelo
grande impacto causado ao meio ambiente. À medida que o homem passou a tratar a
natureza como uma fonte de recursos disponíveis para atender seu estilo de vida, os
problemas socioambientais começaram a aparecer e a ameaçar a sobrevivência do nosso
planeta. O planeta Terra vem apresentando indícios de que não pode mais sustentar os
altos níveis de atividade econômica e de consumo.
O impacto da ação humana sobre o meio ambiente está diretamente relacionado ao
crescimento da população mundial, que em 1950, haviam 2,5 bilhões de pessoas, enquanto
agora em 2021, estamos chegando a marca dos quase oito bilhões. De acordo com o
relatório de 2003 da Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos
e Sociais das Nações Unidas, as projeções realizadas indicam que para o ano de 2050,
teremos uma população de mais de 10 bilhões de pessoas (ONU, 2010).
56
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Fonte: Dados obtidos no relatório (ONU, 2010).
57
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
2.2 AS MARCAS QUE DEIXAMOS NO PLANETA
Figura - 16 WWF.
Fonte: Shutterstock (2021).
Esta Rede está presente em vários países do mundo, inclusive no Brasil, com mais
de 13 mil projetos distribuídos em 157 países. A cada dois anos a WWF publica a um
relatório com informações sobre as condições em que se encontra a vida no planeta-
O Relatório Planeta Vivo.
58
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Figura 17 - Relatório Planeta Vivo.
Fonte: Shutterstock (2021).
59
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Desde a Revolução Industrial, as atividades humanas
têm, cada vez mais, destruído e degradado florestas, campos, áreas
úmidas e outros ecossistemas importantes, ameaçando o bem-estar
humano. Setenta e cinco por cento da superfície terrestre sem gelo
de nosso planeta já foi significativamente alterado; a maior parte
dos oceanos está poluída; e mais de 85% das áreas úmidas foram
perdidas.
O principal vetor direto da perda de biodiversidade em
sistemas terrestres nas últimas décadas foram as mudanças no uso
da terra, principalmente a conversão de habitat nativos intocados
em sistemas agrícolas. Ao mesmo tempo, grande parte dos oceanos
sofre com a pesca excessiva. As mudanças climáticas ainda não
representam o principal fator de perda de biodiversidade global, mas,
ao longo das próximas décadas, elas devem se tornar tão ou mais
importantes que os outros fatores.
A perda de biodiversidade não é apenas um proble-
ma ambiental. Ela também afeta o desenvolvimento, a economia,
a segurança global, a ética e a moral. Além disso, é uma questão
de autopreservação. A biodiversidade desempenha um papel de
suma importância para o fornecimento de alimentos, fibras, água,
energia, medicamentos e outros recursos genéticos; e é vital para a
regulação do clima, a qualidade da água, a poluição, os serviços de
polinização e o controle de inundações e tempestades.
Ademais, a natureza sustenta todas as dimensões da
saúde humana, além de oferecer contribuições intangíveis, tais como
inspiração e aprendizado; experiências físicas e psicológicas; e a
formação de nossa identidade. Esses elementos são fundamentais
para a qualidade de vida e a integridade cultural dos seres humanos.
60
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
De acordo com a Cartilha WWF-Brasil (2013, p.5):
61
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
utilizada como indicador de sustentabilidade. Esse método teve como objetivo medir a
relação entre o consumo humano e a natureza. O indicador fornece informações a grosso
modo do impacto que um país, atividade ou setor, pode causar sobre o meio ambiente.
62
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
mundial tem um consumo acima da capacidade estimada pelo planeta. Em 2016, a média
per capita global da pegada ecológica foi de 2.75 hag., contra o 1.63 hag. de biocapacidade
per capita (NETWORK FOOTPRINT, 2019).
Tabela 1: População, Pegada Ecológica e Biocapacidade para o mundo e por categorias de renda: 2016.
63
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Footprint Network (2019), podemos perceber no gráfico a seguir que a biocapacidade
teve um aumento em 2016, no entanto, o crescimento da população chegou a 7.4 bilhões
de habitantes, e isso elevou a pegada ecológica global, atingindo um nível de extrapolação
de sua capacidade.
64
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
A Network Footprint (2019), avalia o impacto humano causado sobre o meio
ambiente e a disponibilidade de recursos naturais que se encontra no mundo.
Em 2012, com uma população 7,1 bilhões de pessoas, e uma pegada ecológica
per capita de 2,84 hectares globais (gha), tínhamos um déficit ambiental de 64%,
considerando que a pegada ecológica deveria ter uma biocapacidade de 1,73 gha.
A pegada ecológica é maior nos países mais ricos onde o IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano), é mais alto. No mapa, acima, os países que apresentam
cor clara, tem pegada ecológica igual ou menor do que 1,73 gha. Já os países com uma
coloração mais escuras, apresentam uma pegada ecológica superior a 6,7 gha. O Brasil
em 2012, apresentou uma pegada de 3,1 gha, considerada acima da média mundial que é
de 2,8 gha.
65
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Fonte: Wackernagel e Rees (1996).
Imagine um balde sendo cheio com água a uma taxa fixa. A água é o estoque que só pode ser retirado na
mesma taxa que o balde é cheio. Essa seria uma taxa sustentável. De forma similar, a natureza é o balde
que é continuamente alimentado pelo sol: fotossíntese produz matéria orgânica, a base para todo o capital
biológico. Sustentabilidade implica na utilização do capital natural na mesma taxa em que ele é produ-
zido. No entanto, comercio e tecnologia possibilitaram a exploração progressiva da natureza além dos
níveis sustentáveis. Isso faz com que futuras gerações tenham um capital natural de menores qualidades
produtivas.
66
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
2.3.2 Componentes da Pegada Ecológica
ÁREAS DE CULTIVO
PASTAGENS
FLORESTAS
67
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
ÁREAS CONSTRUÍDAS
ESTOQUES PESQUEIROS
De acordo com o Relatório Planeta Vivo (2013), a população mundial vem crescendo
a cada ano e isso implica em mais demanda por recursos naturais. O estilo de consumo
dos países desenvolvidos na atualidade consome tantos recursos que seria necessária a
existência de um planeta Terra, mais ¼.
68
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Ainda de acordo com o Relatório Planeta Vivo (2013), se a população continuar
crescendo neste ritmo, em 2050, vamos precisar do equivalente a 2,9 planetas para
atender nossas necessidades anuais.
Com esse consumo excessivo de recursos naturais utilizados para atender ao estilo
de vida de sociedade contemporânea, teremos um colapso ambiental, comprometendo
seriamente a capacidade ecológica.
SUGESTÃO DE LEITURA:
ZERO - ASSOCIAÇÃO SISTEMA TERRESTRE SUSTENTÁVEL
https://zero.ong/a-global-footprint-network-e-a-zero-mostram-a-evolucao-
desde-1961-da-pegada-ecologica-de-portugal-com-um-aumento-de-73-somos-o-
pais-com-a-9a-pegada-mais-elevada-no-mediterraneo-e-com-6a-mais-baixa/.
A GLOBAL FOOTPRINT NETWORK E A ZERO MOSTRAM A EVOLUÇÃO DESDE 1961 DA PEGADA
ECOLÓGICA DE PORTUGAL
69
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
há diversas metodologias disponíveis, porém, nenhuma ainda, aceita como definitiva.
PEP Produção,
PEI Importação
PEE Exportação,
70
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
ger o capital natural, produzir de forma melhor, consumir de forma mais inteligente, redirecionar
fluxos financeiros e compartilhar nossos recursos de forma mais equitativa. Mudar de rumo e
achar caminhos alternativos não é fácil. Mas pode ser feito.
Fonte: Planeta Vivo- Relatório, 2014, p.2-3.
71
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o consumo
médio diário por habitante da cidade de São Paulo é de 200 litros de água, considerado
altíssimo” (WWF BRASIL, 2013, p.26).
72
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
e de qualidade, poderá reduzir os efeitos nocivos lançados no ambiente (WWF
BRASIL, 2013).
A partir do que foi exposto, vamos apresentar duas fontes naturais que estão sendo
constantemente ameaçadas pela poluição: a água e o ar.
73
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
De acordo com Hoffmann et al (2011), as grandes cidades enfrentam o desafio de atingir
a sustentabilidade, tentando conciliar com a vida urbana.
A quantidade de lixo produzida pela sociedade é um dos graves problemas
ambientais enfrentados pelo planeta Terra. A população mais carente é a mais atingida
pelo contato com esses ambientes e por utilizar o lixo como forma de sobrevivência. Isso é
resultado das atividades desenvolvidas pelo homem e que podem ser reduzidas se houver
a implementação de uma política que contribua com a promoção da sustentabilidade.
74
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
mercado para serem novamente consumidos.
• Reciclar: para que esta etapa seja concretizada é necessário a adoção das duas
etapas anteriores. A prática da reciclagem ocorre quando os resíduos passam
pelo processo de reaproveitamento dos materiais.
75
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos que o impacto causado ao meio ambiente tem relação direta com o
crescimento da população e com a demanda de recursos naturais para atender ao estilo
de vida. A “era do consumo”, tomou conta da sociedade contemporânea que passou
a satisfazer de forma imediata as suas necessidades e atender ao mercado quanto a
obtenção de lucro.
O avanço da tecnologia trouxe melhorias para a vida de todos. No entanto, isso
demandou um aumento absurdo de recursos naturais. Diante das atitudes manifestadas
pelas pessoas parece não estar claro o processo negativo que vem se estabelecendo com o
meio ambiente. A facilidade com que as coisas são adquiridas dão a sensação de que tudo
está disponível, sem considerar o futuro do meio ambiente para as próximas gerações.
Nesse viés, surgem os indicadores de sustentabilidade que atuam como ferramentas
para avaliar as condições do meio e conhecer qual é a marca deixada pela sociedade
no planeta. Conhecendo qual a nossa pegada ecológica podemos perceber o quanto
utilizamos dos recursos da natureza para sustentar nosso estilo de vida, e isso inclui a
cidade e a casa onde moramos, os móveis que temos, as roupas que usamos, o transporte
que utilizamos, aquilo que comemos, o que fazemos nas horas de lazer, os produtos que
compramos, e assim por diante.
A questão ambiental tem despertado nas últimas décadas uma preocupação maior
com a dimensão apresentada pelos efeitos de degradação do meio ambiente. O termo
desenvolvimento sustentável foi apresentado como um desafio para ser atingido por
meio de um consumo responsável e economicamente viável. A sustentabilidade passa a
ser condição essencial para a qualidade de vida de todas as populações.
Muito bem! Neste capítulo foi possível conhecer uma alternativa que ajuda você a
entender o seu impacto para o meio ambiente. Agora, para finalizar, responda a atividade
sobre a Pegada Ecológica. Primeiramente você vai calcular a sua pegada ecológica, por
meio do teste a seguir:
76
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
EXERCÍCIO FINAL
77
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
7 - Em média, quantas horas por dia a TV fica ligada em sua casa?
A – ( ) Menos que 30 minutos.
B – ( ) 30 minutos.
C – ( ) Entre 1 e 2 horas.
D – ( ) Mais que 2 horas.
8 – Alguma luz costuma ficar acesa durante a noite?
A – ( ) Nunca.
B – ( ) Quase nunca.
C – ( ) Algumas vezes.
D – ( ) Sempre.
9 – Sobre o uso do ar condicionado em casa:
A – ( ) Não possuo.
B – ( ) Possuo, mas uso prioritariamente o ventilador.
C – ( ) Uso em dias mais quentes.
D – ( ) Uso todos os dias.
– Quantos habitantes moram na sua cidade?
( ) Acima de 500 mil pessoas.
( )De 100 mil a 500 mil pessoas.
( ) De 20 mil a 100 mil pessoas.
( ) Menos de 20 mil pessoas.
10 – Sobre a compra de roupas e sapatos:
A – ( ) Compro novos para repor os que estão imprestáveis e priorizo a reciclagem.
B – ( ) Compro de vez em quando para repor e para ter mais opções.
C – ( ) Compro frequentemente.
D – ( ) Renovo o guarda roupa para manter-me na moda.
11– Quantas vezes por semana a máquina de lavar é usada em sua casa?
A – ( ) Não possuo.
B – ( ) 1 a 2 vezes.
C – ( ) 3 vezes.
12 – Você costuma demorar muito tempo com a porta da geladeira aberta?
A – ( ) Não demoro muito, penso sempre antes no que vou pegar.
B – ( ) Raras vezes demoro um pouco p/ achar o que quero.
C – ( ) Muitas vezes me demoro.
D – ( ) Nem presto atenção.
13 – Você costuma separar seu lixo de acordo com os materiais?
A – ( ) Sim, em minha casa há recipientes apropriados para cada material.
B – ( ) Separo o lixo orgânico do reciclável.
C – ( ) Separo as vezes papel ou garrafas.
D – ( ) Não, nunca me importei com isso.
78
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
14 – Em média, como é o lixo que você produz?
A–( ) Produzo lixo principalmente orgânico e em pouca quantidade (pois evito produtos embala-
dos) e reciclo .
B – ( ) Produzo muito, mas encaminho para Reciclagem.
C – ( ) Produzo muito e não reciclo.
D – ( ) Não sei.
15 – Qual meio de transporte você utiliza para se locomover?
A – ( ) Ando a pé.
B – ( ) Transporte coletivo .
C – ( ) Bicicleta ou Motocicleta.
D – ( ) Carro individual.
79
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
22 – Para qual qualidade de impressão a sua impressora está configurada?
A – ( ) Rascunho.
B – ( ) Normal.
C – ( ) Alta qualidade.
D – ( ) Não sei.
23 – Você tem atitudes para amenizar sua “pegada ambiental”?
A–( ) Sim, evito gasto energético e de matéria prima sempre que possível, planto árvores. e busco
ajudar na conscientização geral.
B – ( ) Sim, mas ainda acho que posso melhorar.
C – ( ) Um pouco.
D – ( ) Nunca pensei nisto.
Somatório:
Veja quanto vale cada resposta dada por você, some os pontos e veja em que categoria
você se encaixa.
A–1 B–3 C–5 D–7
Fonte: Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/12978/1/DV_CO-
BIO_2019_1_07.pdf. Acesso em: 22 de fev. 2021.
Até 23 pontos: Você demonstrou ser uma pessoa totalmente preocupada com o
meio ambiente e faz a sua parte para cuidar dele, policiando seus hábitos de consumo,
necessitando de um planeta para suportar seu estilo de vida.
De 24 a 44 pontos: Você demonstrou ser uma pessoa que pensa em seus hábitos
de consumo e que se esforça para contribuir com a preservação do meio ambiente, mas
ainda assim necessitaria de dois planetas para suportar seu estilo de vida.
De 45 a 66: Você demonstrou ser um consumidor pouco consciente. Precisa rever
seus hábitos de consumo, necessita de mais de três planetas.
Igual ou maior que 88: Você demonstrou ser uma pessoa totalmente alheia às
problemáticas causadas ao meio ambiente, fruto do consumo desenfreado. Mude seus
hábitos urgentemente, o planeta precisa disso, necessita de mais de quatro planetas.
80
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
2 - Segundo o relatório do Planeta Vivo ( 2012), do WWF (Fundo Mundial para
Natureza) a pegada ecológica, avalia o impacto que nós causamos sobre o meio
ambiente e a biocapacidade, serve para demonstrar o quanto de agua e terra estão
disponíveis para gerar os recursos biológicos e de que forma seus resíduos serão
absorvidos. Com base no texto, assinale a alternativa correta:
81
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIAS
BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. Petrópolis:
Editora Vozes, 1999.
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OCDE ORGANIZAÇÃO DE COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICOS.
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82
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
SCHMIDT, M. C. C.; BOEIRA, S. L.; MUNARETTI, J. Contribuição às Políticas Públicas
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PIPG. Mestrado Profissionalizante em Gestão de Políticas Públicas. Universidade do Vale
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83
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
84
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
3
UNIDADE
A EDUCAÇÃO
AMBIENTAL E SUA
RELEVÂNCIA PARA A
SOCIEDADE
INTRODUÇÃO À UNIDADE
86
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Unidade I deste Cadernos de Estudos, como as Conferências e eventos propostos para a
busca do desenvolvimento sustentável dos países.
SUGESTÃO DE LIVRO:
O livro destaca a capacidade do homem de continuar
produzindo, com uma quantidade menor de poluição e
com as tecnologias e conhecimentos já existentes. Segun-
do o autor, é possível satisfazer o cliente, lucrar mais e ao mesmo tempo,
ajudar o meio ambiente a se reestabelecer ecologicamente.
87
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Este cenário demanda a busca por um ambiente mais equilibrado e harmônico
entre o homem e a natureza e isso, tem despertado a necessidade de uma conscientização
que possa trazer mudanças de hábitos e sobretudo minimizar os impactos ambientais
causados pela forma de desenvolvimento econômico dos países, que se apresenta
incompatível com a capacidade do planeta em gerar os recursos naturais.
SUGESTÃO DE VÍDEO:
Shigeru Ban: Moradias emergenciais feitas de papel
O arquiteto Shigeru Ban, mesmo antes da palavra sustentabilidade ser utiliza-
da com tanta frequência, já usava materiais de construção ecologicamente corretos, como os
tubos de papelão. Ele constrói estruturas temporárias para países atingidos por desastres, como
Haiti, Ruanda e Japão.
https://www.ted.com/talks/shigeru_ban_emergency_shelters_made_from_paper#t-51
Em 1500, o meio ambiente teve a sua primeira atenção, quando Pero Vaz de Caminha
envia uma carta ao Rei de Portugal destacando a beleza e todo o patrimônio da natureza
brasileira. O período sequente de colonização do país, inicia com uma exploração intensiva
dos recursos naturais. Algumas medidas foram tomadas para regular a exploração dos
recursos, mas no período colonial a fiscalização não apresentava muitos resultados e na
sua maioria, ela era ignorada. Os órgãos públicos de fiscalização possuíam carências de
recursos financeiros e/ou falta de vontade política dos dirigentes (SÁNCHEZ, 2008).
Até o final do século XIX, e início do século XX não haviam iniciativas para
88
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
disciplinar o uso de recursos naturais no Brasil. O processo de industrialização em 1930,
foi determinante para a construção de uma base regulatória, que deu início a primeira
fase das políticas ambientais. Era necessário agir com responsabilidade ao utilizar
os recursos naturais, indispensáveis para a sobrevivência do homem. A partir desse
período, a preocupação dos governos em reconstituir e restaurar as florestas brasileiras
pelo grande desmatamento, deram origem a primeira medida de ação governamental,
com a criação do Serviço Florestal do Brasil, em 1921.
A Educação Ambiental começa a chamar a atenção mundialmente para os
problemas ambientais em 1968, em Roma, quando as temáticas como o uso dos recursos
naturais e o crescimento da população mundial passaram a ser uma preocupação.
Com a Conferência de Estocolmo de 1972 (Conferência Mundial das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente Humano), a Educação Ambiental passa a ser discutida
internacionalmente. “Essa conferência teve como principal recomendação a ênfase na
Educação Ambiental como forma de se criticar e combater os problemas ambientais
existentes na época” (DIAS, 2004, p. 79).
A finalidade da EA é
SUGESTÃO DE LIVRO:
Radar Rio + 20
Por dentro da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável
https://acervo.socioambiental.org/sites/default/files/publications/S7D00027.pdf
89
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
No Brasil a segunda fase das políticas ambientais foi marcada pela criação da
Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA em 1973. A criação do órgão foi influenciada
pela Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente ocorrida em Estocolmo em
1972. Ela destaca em seu Decreto n° 73.030, de 30 de outubro, a necessidade de incluir
questões ambientais no planejamento estratégico e dar orientação ao povo brasileiro
quanto ao uso adequado dos recursos naturais, tendo em vista a conservação do meio
ambiente. Este Decreto representou para o Brasil uma grande inovação em questão de
políticas públicas.
No entanto, o papel da SEMA não favorecia dispositivos legais ou estratégia de
crescimento econômico que conflitassem com o desenvolvimento em “marcha forçada”
que se caracterizava no país (Castro; Souza, 1985). Com a instalação de indústrias em
regiões densamente urbanizadas, como Rio de Janeiro e São Paulo, a política ambiental
adotada nos anos 70 negligenciou os impactos ambientais causados pelo desenvolvimento
urbano. Com a prioridade dada ao crescimento do país, o Brasil teve uma imagem negativa
internacionalmente (SACHS, 2008).
Em 1981 a EA é formalmente instituída no Brasil, pela Lei Federal de nº 6.938,
com a criação da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e pelo Sistema Nacional
do Meio Ambiente (SISNAMA), com funções de articular a proteção e a melhoria na
qualidade ambiental. No Brasil, essa política é considerada um marco para a EA, pois
menciona em seu artigo 2º, que “a preservação, melhoria e recuperação da qualidade
ambiental propícia à vida[...]”. Em seu inciso X, destaca como um dos seus princípios a
implementação da Educação Ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação
da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio
ambiente (BRASIL,1981).
O meio ambiente como objeto de cuidado e proteção necessita de mecanismos de
controle para a sua preservação e recuperação, a fim de evitar as ações depredativas que
buscam de forma descontrolada o desenvolvimento socioeconômico.
Tratando-se do meio ambiente como um bem coletivo, ele deve ser amparado pelo
Poder Público com Leis que possam defendê-lo dos danos causados pela ação humana.
Cabe ao Estado, regular o seu uso, por meio da elaboração de leis, a fim de coibir ações
que causem degradação ambiental. A Constituição Federal de 1988 inclui a EA em seu
Art. 225, inciso VI. Pela primeira vez a EA ganha espaço na legislação brasileira, sendo o
meio ambiente entendido como patrimônio público e um “bem de uso comum do povo”
(BRASIL, 1988).
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
90
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Cabe ao Poder Público “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente (BRASIL, 1988).
Percebe-se por meio do artigo 225 da Constituição Federal, que o meio ambiente
ecologicamente equilibrado é entendido como um direito fundamental de todo homem
(BRASIL, 1988).
A Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, foi promulgada pela Constituição Federal como
lei da Educação Ambiental, no qual apresenta em seu Art. 1º, o conceito legal: Entendem-
se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade
constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade (Brasil, 1999).
Em seu Art. 10º a Lei Ambiental nº 9.795/99, menciona que “a Educação Ambiental
será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em
todos os níveis e modalidades do ensino formal”(Brasil, 1999). Ainda seu Art. 2º, afirma
que “a educação ambiental é um componente essencial e permanente na educação
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades
do processo educativo, em caráter formal e não formal” (Brasil, 1999).
Em seu Artigo 4º, à referida Lei estabelece de forma explícita os princípios básicos
da Educação Ambiental no Brasil onde diz:
Ainda em seu Art. 5º, parágrafo primeiro, a lei reitera que a EA deve proporcionar o
desenvolvimento “de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas
91
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos,
sociais, econômicos, científicos e éticos” (Brasil, 1999).
Em seu artigo 9° incumbiu “ao Poder Público, definir políticas públicas que
incorporem a dimensão ambiental [...] e o engajamento da sociedade na conservação,
recuperação e melhoria do meio ambiente” (inciso I); às instituições educativas “de maneira
integrada aos programas educacionais que desenvolvem” (inciso II) (BRASIL,1999).
Nesta perspectiva, o documento supramencionado, destaca que a EA, deve ser
entendida como um processo contínuo que possibilita aos indivíduos à aquisição de
novos valores e novas experiências, a fim de atuarem com responsabilidade sobre os
problemas presentes e futuros do planeta (Dias, 2004).
Carvalho (2006, p. 71), destaca que a EA é “considerada inicialmente como uma
preocupação dos movimentos ecológicos com a prática de conscientização, que seja
capaz de chamar a atenção para a má distribuição do acesso aos recursos naturais”.
Nas décadas de 70 e 80, o Brasil enfrenta várias situações de devastação do meio
ambiente no qual gerou a necessidade de uma gestão mais integrada. Os órgãos que atuavam
na área ambiental eram: a SEMA (Secretaria do Meio Ambiente), Superintendência da
Borracha (SUDHEVEA), Superintendência da Pesca (SUDEPE) e Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento Florestal (IBDF).
Após oito anos de formalização da PNMA, foi criado em 1989 o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O Ibama foi criado pela fusão
das quatro entidades, por meio da Lei n° 7.735, de 22 de fevereiro de 1989. Era o único órgão
Federal, com função de execução, concessão de licença ambiental, fiscalização, controle,
monitoramento, autorização e outras atribuições. Uma de suas principais atuações era
licenciar grandes projetos de infraestrutura, verificando seus impactos na natureza, ficando
aos órgãos Estaduais, a responsabilidade pelos licenciamentos de menor porte.
Em decorrência da ECO-Rio-92, o governo cria o Ministério do Meio Ambiente
(MMA), um órgão de hierarquia superior ao Ibama, com objetivo de organizar a política
do meio ambiente no Brasil.
Em 2007, por considerar a estrutura do Ibama precária, quanto a sua eficiência no
que diz respeito à fiscalização, a ministra do Meio Ambiente do ano corrente, propõe
reestruturação e modernização das unidades do MMA, como a divisão do Ibama e a
criação do instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
O Instituto Chico Mendes assume a função de gerir unidades de conservação,
educação ambiental e os centros especializados, enquanto o Ibama, a responsabilização
da proteção e do licenciamento ambiental.
Segue uma sugestão de artigo para conhecer um pouco mais o trabalho do Instituto
Chico Mendes:
92
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
TEXTO COMPLEMENTAR
Leia o texto A construção social de políticas públicas. Chico Mendes e o movi-
mento dos seringueiros. Fonte:
https://acervo.socioambiental.org/sites/default/files/documents/04D00076.pdf
93
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
No entanto, mesmo com a implementação de políticas, os acidentes e desastres
ambientais vem tomando grandes proporções nas últimas décadas causando grandes
impactos a natureza.
No art. 225, inciso IV, da Constituição Federal de 1988, a expressão “impacto
ambiental”, pode ser entendida como qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou
energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente afetam a saúde,
a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais,
conforme previsto na lei da Política Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 1986).
As lacunas deixadas pela falta de punições diante de tantos desastres ambientais,
que vem ocasionando perdas humanas e prejudicando a vida de milhares de pessoas, são
os grandes questionamentos da sociedade em geral.
Abordaremos os crimes contra o meio ambiente previstos na Lei de Crimes
Ambiental da Constituição Federal de 1988:
94
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Art. 29.
I. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos
ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da
autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:
II. quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;
III. quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou
depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre,
nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos,
provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença
ou autorização da autoridade competente.
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem
a autorização da autoridade ambiental competente.
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e
licença expedida por autoridade competente.
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres,
domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o
perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas,
baías ou águas jurisdicionais brasileiras.
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados
por órgão competente:
I. pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos
inferiores aos permitidos;
II. pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de
aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos;
III. transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da
coleta, apanha e pesca proibidas.
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a retirar,
extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes,
crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento
95
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais
da fauna e da flora.
96
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato
do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração,
econômica ou não, em desacordo com as determinações legais.
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha,
carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor,
outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o
produto até final beneficiamento.
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de
vegetação.
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas
de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia.
Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou
nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente.
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais formas de
vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente.
Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou
instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos
florestais, sem licença da autoridade competente.
97
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou
possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais
ou a destruição significativa da flora:
I. tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;
II. causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea,
dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da
população;
III. causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento
público de água de uma comunidade;
IV. dificultar ou impedir o uso público das praias;
V. ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos,
óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas
em leis ou regulamentos.
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente
autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida.
Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer,
transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica,
perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências
estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos.
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte
do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores,
sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as
normas legais e regulamentares pertinentes.
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à
agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas.
98
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
3.3.4 Crimes Contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural (art. 62
a 65):
99
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano:
§ 1o Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor
artístico, arqueológico ou histórico. § 2o Não constitui crime a prática de grafite realizada
com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação
artística, desde que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou
arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização do órgão
competente e a observância das posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos
governamentais responsáveis pela preservação e conservação do patrimônio histórico e
artístico nacional.
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade,
sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou
de licenciamento ambiental.
Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão em
desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização
depende de ato autorizativo do Poder Público.
Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir
obrigação de relevante interesse ambiental.
Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou
qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total
ou parcialmente falso ou enganoso.
100
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
foram frequentes ao longo da existência do planeta, sendo provocado por erro humano,
bem como pela própria natureza.
101
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
1979 - Three Mile Island – Pensilvânia- Gases radiativos foram lançados no ar
devido a falha de um reator de uma usina nuclear. O episódio ficou conhecido como
“Pesadelo Nuclear”. Após este acidente, discussões foram levantadas quanto ao uso da
energia nuclear (AREOSA, 2012).
102
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Figura 29 - Chernobyl após o pior acidente nuclear do mundo.
Fonte: Shutterstock (2021).
103
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
3.5 ALGUNS DESASTRES CAUSADOS NO BRASIL
1987 - Césio 137- O material radioativo como o Césio foi encontrado por dois
catadores de lixo, em um local abandonado em Goiânia. O material continha um pó
branco que emitia luminosidade azul. O material foi encaminhado a outros lugares da
cidade, causando contaminação da água, do solo e a morte de pessoas.
104
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
2000 - Vazamento de óleo na Baía de Guanabara - Um derramamento de mais
de um milhão de litros de petróleo é causado pela Petrobrás na Baía de Guanabara/ RJ no
ano de 2000. A morte de animais daquela região e poluição do solo resultou em multas
para a Petrobras.
105
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Figura 32 - Barragem Mariana.
Fonte: Shutterstock (2021).
106
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Além do que destacamos aqui, outros desastres ambientais ocorreram no país
ao longo das últimas décadas. Podemos perceber quantas marcas foram deixadas que
comprometeram a vida da população, dos animais e dos ecossistemas.
SAIBA MAIS:
Para atingirmos a meta da sustentabilidade são necessárias mudanças
radicais no cotidiano das pessoas. A busca por uma sociedade mais consciente
e menos consumista, pode ser alcançada com a Educação Ambiental que representa uma das
melhores alternativas para o futuro do planeta.
107
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando tudo que foi exposto, percebe-se que o meio ambiente é um direito
amparado por Leis, Decretos e Resoluções, além da própria Constituição Federal. A
implantação da Lei nº 9.605/98 foi uma grande inovação para o Brasil, no entanto, diante
de tantos desastres e acidentes causados ao meio, a Educação Ambiental ainda carece de
uma aplicabilidade mais efetiva, pois a proteção ao meio ambiente ainda não é uma ideia
principal.
A falta de proteção à natureza, por não ser vista ainda como uma prioridade, tem
causado graves impactos ao planeta e a vida das pessoas, que no qual poderia ser evitado.
Chegamos num ponto em que devemos reduzir drasticamente os impactos
causados ao meio ambiente, devido aos erros cometidos no passado e que nos foram
deixados como legado, a fim de que essas falhas não sejam repetidas.
A tão sonhada consciência ecológica requer de todos, mudanças de práticas,
valores, atitudes e comportamentos, num processo evolutivo que transcenda para novas
formas de enxergar a natureza. Em vista de sua amplitude, a educação ambiental requer
o envolvimento de toda a sociedade, cabendo a cada um de nós em nosso contexto
particular, fazer a diferença.
A chave para a busca do desenvolvimento sustentável, mostra-se como pertinente
um diálogo entre economia, política e meio ambiente, um projeto de sociedade, que
envolva toda a área da educação. O desenvolvimento sustentável para assim atingi-lo,
cabe a cada um de nós traçá-lo a fim de adotar um compromisso social, associando a
ética, a responsabilidade, a lucidez e solicitude com o local onde vivemos.
108
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
EXERCÍCIO FINAL
Com base nesse contexto, analise as afirmativas a seguir, quanto aos princípios
básicos da educação ambiental:
I. Tem como foco principal os princípios democráticos e participativos.
II. A educação ambiental deve ser de responsabilidade dos professores de ciências.
III. A temática educação ambiental é priorizada no ensino formal.
109
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
a. I, II e III.
b. II e III.
c. III
d. I e III
e. II
110
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
REFERÊNCIAS
AREOSA, J. O contributo das ciências sociais para a análise de acidentes maiores: dois
modelos em confronto. Análise Social, Lisboa, v.42, n.204, p.558-84, 2012.
BRASIL. Lei Federal n.6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional
do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Disponível em:
Acesso em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1980-1987/lei-6938-31-agosto-
1981-366135-publicacaooriginal-1-pl.html. Acesso em: 06 de mar 2021.
CASTRO, Antônio Barros de; SOUZA, Francisco E.P. de. A Economia Brasileira em
Marcha Forçada. 3 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.
COSTA NETO, Nicolao Dino de Castro e. Proteção jurídica do meio ambiente. Belo
Horizonte: Del Rey, 2003.
DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental, princípios e práticas. 9. ed. São Paulo:
Gaia, 2004.
111
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
In: HOGAN D. J. (Org.) Dinâmica populacional e mudança ambiental: cenários para o
desenvolvimento brasileiro. Campinas: Núcleo de Estudos de População-Nepo, 2007.
112
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
4
UNIDADE
A EDUCAÇÃO
AMBIENTAL NO ENSINO E
NA PRÁTICA ESCOLAR
INTRODUÇÃO À UNIDADE
SUGESTÃO DE LIVRO:
Educação Ambiental: Conceitos e Princípios
http://www.mpap.mp.br/images/CAOP-meio-ambiente/Educacao_Ambien-
tal_Conceitos_Principios.pdf
114
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
ecologia aplicada” (DIAS, 2004, p. 78).
Com as políticas desenvolvidas ao redor do mundo a partir da década de 70, a EA
teve sua maior ênfase no meio educacional. Inicialmente ela surge com os movimentos
ecológicos. Passa a ser vista como uma ferramenta indispensável para atuar frente à
destruição que vem sendo causada ao meio ambiente. Preocupados com a má distribuição
e o esgotamento dos recursos naturais, era necessário envolver o cidadão em ações sociais
adequadas à preservação do meio ambiente (CARVALHO, 2006).
Foi se tornando uma realidade nas escolas e passa a fazer parte do currículo
escolar brasileiro como uma das temáticas sociais necessárias a ser trabalhada de forma
transversal e interdisciplinar, permeando toda prática educacional.
Segundo Dias (2004, p. 100), a educação ambiental “é um processo por meio do
qual as pessoas apreendam como funciona o ambiente, como dependemos dele, como
o afetamos e como promovemos a sua sustentabilidade”. Com seu papel de desenvolver
novas iniciativas e novas práticas, a EA surge como um mecanismo de quebra de
paradigmas sociais, econômicos, éticos, filosóficos, ideológicos e científicos, adotados
pela sociedade.
Observa-se que o conceito de EA parece não ter sido compreendido em sua total
dimensão, principalmente pela forma como ela é abordada em sala de aula. As escolas
possuem um enfoque mais naturalista ao trabalhar esta temática. Muitos docentes
abordam os conceitos relacionados à natureza, o ar, o solo, a água, como se o meio
ambiente fosse apenas a parte física. Essa forma genérica como é interpretado, impede
que o estudante compreenda o meio ambiente na sua totalidade.
Contudo, a eficácia da EA deve desenvolver, conhecimentos e habilidades que
modifiquem as formas do ser humano se relacionar com o meio ambiente, a fim de efetivar
de forma contínua a sua prática de comportamento respeitoso com o meio ambiente.
115
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Sabemos que a educação ambiental possui uma diversidade de amparos legais, no
entanto, ter apenas um tema previsto em lei que deve ser trabalhado de forma transversal
na escola, não garante a mudança dos hábitos da sociedade.
116
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Figura 34 - Educação Ambiental.
Fonte: Shutterstock (2021).
SUGESTÃO DE LIVRO:
Educação Ambiental: aprendizes de sustentabilidade
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental.pdf
117
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Figura 35 - Educação Ambiental na Escola.
Fonte: Shutterstock (2021).
118
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos culturais que
precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para
que eles se tornem humanos e, de outro lado e concomitantemente,
à descoberta das formas mais adequadas de atingir esse objetivo
(SAVIANI, 2005, p. 21).
119
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
A sociedade necessita assumir uma postura mais realista, para que as ações
desenvolvidas pelo homem tenham como base o equilíbrio do meio ambiente.
120
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Educação Ambiental, como por exemplo, fantoches, peças teatrais e brincadeiras
diversas, que fazem a criança refletir de forma lúdica. “A brincadeira é, por excelência,
um meio para a criança elaborar e reelaborar o conhecimento, é um processo essencial
para aprender sobre seu entorno” (VIZENTRIN, FRANCO, 2009, p. 56).
A temática Educação Ambiental pode ser trabalhada nos anos iniciais do Ensino
Fundamental utilizando outros instrumentos, como, vídeos, filmes ou documentários
que “podem ser interessantes como atividade preliminar para um debate ou para a
sensibilização dos alunos para as questões ambientais” (BARROS, 2009, p. 33).
Ainda de acordo com o autor, letras de músicas, textos de literatura infantil,
poesias, entre outros, são atividades indicadas para serem trabalhadas com as crianças e
adolescentes por possibilitarem ao estudante, fazer reflexões acerca da importância em
preservar a natureza (BARROS, 2009).
Seguem alguns exemplos de livros infantis que são disponibilizados gratuitamente:
http://www.apoema.com.br/ebooke- http://www.apoema.com.br/
http://www.apoema.com.br/ ebookambiente.pdf
ebookreciclagem.pdf cologia.pdf
121
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
4.3 TRABALHAR COM PROJETOS NA ESCOLA
122
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
construir a proposta do roteiro de elaboração do projeto junto com
professores; “se não for ainda possível, pode propor, justificar mostrar
como aquele roteiro pode ajudar o professor a fazer um bom trabalho.
Para Alarcão (2003), trabalhar com projetos favorece tanto o aluno quanto o professor.
A escola se torna um espaço de transformação por quem ensina e por quem aprende.
Seguem alguns exemplos de projetos de ação que podem ser trabalhados na escola
utilizando a temática Educação Ambiental.
4.3.2 Reciclagem
123
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Com a quantidade de resíduos produzidos pela população nos últimos anos,
a reciclagem é um benefício que pode ser feito ao meio ambiente. Esta temática pode
contemplar algumas formas para adquirir os itens que serão utilizados para a reciclagem,
como por exemplo, disponibilizar contentores de reciclagem nas salas de aula, refeitório,
biblioteca, sala dos professores, para coletar os resíduos.
Os alunos devem ser orientados a incentivar os demais alunos a reduzir o
desperdício. Ao longo de um determinado período, a equipe poderá avaliar se esta
atividade trouxe resultados positivos, quanto a quantidade de resíduos produzidos na
escola.
124
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
pode ser uma atividade interessante, para a retirada do lixo em locais que esteja causando
perigo ao ecossistema. Este tipo de projeto traz para os alunos resultados imediatos,
possibilitando que eles percebam os benefícios de seu trabalho.
A horta é uma temática bastante interessante para ser trabalhada dentro da escola.
O professor deve fazer um levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos sobre o
assunto, para assim tornar o processo de investigação mais interessante.
125
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
qualidade da água, a compostagem, o reflorestamento em locais em que houve a remoção
de árvores, o levantamento de aves da região, são temas que podem ser trabalhados de
forma interdisciplinar.
A participação nos projetos de ação desenvolvidos na escola são momentos
significativos para os estudantes. Um dos objetivos importantes a ser alcançado com o
projeto de ação, envolvendo toda a comunidade é que todos possam se enxergar como
agentes transformadores da natureza e responsáveis pelo efeito causado sobre o planeta.
https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.
https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/
br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/bitu-
educacaoambiental/prateleira-ambiental/pesca-fan-
cas-de-cigarro-tambem-sao-lixo-pemalm/
tasma-pemalm/
126
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov. https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/
br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/ educacaoambiental/prateleira-ambiental/minuto-am-
minuto-ambiental-participacao-social/ biental-consumo-sustentavel/
https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov. https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/
br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/ educacaoambiental/prateleira-ambiental/minuto-am-
minuto-ambiental-fauna-urbana/ biental-fauna-silvestre/
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
EXERCÍCIO FINAL
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Está correto o que se afirma em:
(A) I e III.
(B), II e III.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II.
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REFERÊNCIAS
BOFF, Leonardo. Cuidar da terra, proteger a vida: como evitar o fim do mundo. Rio de
Janeiro: Record, 2010.
DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9. ed. São Paulo: Gaia, 2004.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
FREIRE, P. (2002). Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Moço, A. Tudo o que você sempre quis saber sobre projetos. Revista Nova Escola,
Edição 241, Abril, 2011.
OLIVEIRA, E.M. O Que fazer interdisciplinar. In: A Educação Ambiental uma possível
abordagem. Brasília, Edições IBAMA, 2000.
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uniavan.edu.br
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