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Fundamentos de

Controle da Prevenção
Ambiental
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Armando de Queiroz Monteiro Neto


Presidente

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI


Conselho Nacional

Armando de Queiroz Monteiro Neto


Presidente

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI


Departamento Nacional

José Manuel de Aguiar Martins


Diretor Geral

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora de Operações
Confederação Nacional da Indústria
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Nacional

Fundamentos de
Controle da Prevenção
Ambiental

José Roberto de Souza de Almeida Leite

Brasília

2010
© 2010. SENAI – Departamento Nacional
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor.

Equipe técnica que participou da elaboração desta obra:

Coordenador Projeto Estratégico 14 DRs Design Educacional, Ilustrações e Revisão


Luciano Mattiazzi Baumgartner - Textual
Departamento Regional do SENAI/SC FabriCO

Coordenador de EaD – SENAI/PI Fotografias


José Martins de Oliveira Filho – SENAI/PI Banco de Imagens SENAI/SC
http://www.sxc.hu/
Coordenador de EaD – SENAI/SC em http://office.microsoft.com/en-us/images/
Florianópolis http://www.morguefile.com/
Diego de Castro Vieira - SENAI/SC em http://www.photoxpress.com/
Florianópolis http://www.everystockphoto.com/

Design Gráfico e Diagramação


Equipe de Desenvolvimento de Recursos
Didáticos do SENAI/SC em Florianópolis

Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB 14/937 – SENAI/SC Florianópolis

L533f
Leite, José Roberto de Souza de Almeida
Fundamentos de controle da prevenção ambiental / José Roberto
de Souza de Almeida Leite. Brasília: SENAI/DN, 2010.
79p. : il. color ; 30 cm.

Inclui bibliografias.

1. Meio ambiente. 2. Diversidade biológica - Conservação. 3.


Reaproveitamento (Sobras, refugos, etc). I. SENAI. Departamento
Nacional. II. Título.

CDU 504

SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Departamento Nacional

Setor Bancário Norte, Quadra 1, Bloco C


Edifício Roberto Simonsen – 70040-903 – Brasília – DF
Tel.:(61)3317-9000 – Fax:(61)3317-9190
http://www.senai.br
Sumário

Apresentação do curso.................................................................................. 07
Plano de estudos............................................................................................. 09
Unidade 1: Introdução à Questão Ambiental........................................ 11
Unidade 2: A Questão Ambiental no Âmbito da Economia.............. 23
Unidade 3: Plano de Controle Ambiental................................................... 33
Unidade 4: Reciclagem da Matéria e Fluxo de Energia............................. 45
Unidade 5: Crescimento Populacional, Biodiversidade e Controle
Ambiental............................................................................................................. 61
Conhecendo o autor ..................................................................................... 73
Referências ....................................................................................................... 75
Apresentação
do Curso
Prezado aluno, seja bem-vindo ao curso Fundamen-
tos de Controle da Prevenção Ambiental!

Sabe-se que, atualmente, muitas pessoas padecem


de uma qualidade de vida inadequada. Como farão
tantos bilhões a mais para conseguir a comida, a
água, os cuidados médicos e o abrigo de que ne-
cessitam? Como poderemos sustentar esse enorme
aumento no número de seres humanos sem causar
danos irreversíveis à Terra? Certamente, não será
continuando a viver como fazemos hoje!

Essas e outras questões serão debatidas neste ma-


terial, que se está subdividido em cinco unidades.
Na primeira unidade, serão discutidas questões so-
bre crescimento populacional e introdução à ques-
tão ambiental no século XXI. Na segunda unidade,
serão dados subsídios teóricos para controle de
qualidade ambiental, como reciclagem e uso ade-
quado de resíduos industriais. Na terceira unidade,
haverá algumas considerações sobre as questões
econômicas relacionadas ao meio ambiente, envol-
vendo fatores financeiros relacionados à ecologia e
à sociedade moderna. As duas últimas unidades se-
rão relacionadas aos princípios de ecologia. Primei-
ramente, haverá um preâmbulo sobre a reciclagem
da matéria e o fluxo de energia para, posteriormen-
te, relacionar o crescimento populacional atual, a
biodiversidade e o controle ambiental.

7
Plano de
Estudos
Carga horária
20 horas

Ementa
Introdução à Questão Ambiental: Reflexão sobre
desenvolvimento e meio ambiente; estabelecimento
de relações entre a questão ambiental e os resíduos
industriais. A Questão Ambiental no Âmbito da Eco-
nomia: estabelecimentos de relações entre econo-
mia ambiental e economia ecológica; caracterização
da economia ambiental; caracterização da econo-
mia ecológica; reflexão acerca da economia eco-
lógica e a Terceira Revolução Industrial. Estudo do
Plano de Controle Ambiental (PCA); reflexões acerca
de aquicultura e piscicultura. Reciclagem da Matéria
e Fluxo de Energia: a relação entre a energia solar
e os seres vivos; explicitação do fluxo de energia;
definição de cadeia alimentar; definição de produti-
vidade primária; estudo dos ciclos biogeoquímicos
e da reciclagem da matéria na Terra. Crescimento
Populacional, Biodiversidade e Controle Ambiental:
considerações acerca do crescimento populacional;
aspectos acerca da Teoria populacional malthusiana
e da Teoria populacional neomalthusiana; estabe-
lecimento das bases teporicas de Ecologia e cresci-
mento populacional; estabelecimento de relações
entre as projeções populacionais e econômicas e
seus impactos sobre a pobreza e o meio ambiente.

9
Capacitação Ambiental

Objetivos
Objetivo Geral

Apresentar os principais fundamentos da avaliação de impactos ambientais, ressal-


tando as relações sobre os diversos instrumentos de política ambiental brasileira.

Objetivos Específicos

‡‡ Apresentar os conceitos das questões ambientais atuais.


‡‡ Relacionar as questões socioambientais com a economia no mundo globaliza-
do.
‡‡ Apresentar o Plano de Controle Ambiental.
‡‡ Oferecer
conhecimento acerca da reciclagem da matéria e dos ciclos biogeo-
químicos.
‡‡ Relacionar
questões que envolvam biodiversidade, controle ambiental e cresci-
mento populacional.

10
Introdução à
Questão Ambiental 1
Objetivos de Aprendizagem
Ao final desta unidade, você terá subsídios para:

‡‡ Conheceros aspectos gerais sobre as ques-


tões ambientais.

Aulas
Acompanhe, nesta unidade, as seguintes aulas:

Aula 1: Desenvolvimento e meio ambiente

Aula 2: A questão ambiental e os resíduos in-


dustriais

11
Capacitação Ambiental

Para Iniciar
Você está iniciando a primeira unidade do curso Fundamentos de Con-
trole da Prevenção Ambiental. Nesta etapa, você estudará de que forma
o desenvolvimento e os resíduos industriais afetam o meio ambiente.

Estamos vivendo um período de transição histórica, no qual a


consciência dos conflitos entre atividades e meio ambiente está
literalmente explodindo... Jamais em nossa história tivemos tanto
conhecimento, tecnologia e recursos. Em nenhum outro momento
tivemos tantas capacidades. O tempo e as oportunidades vieram
romper com as tendências negativas do passado (ARANHA, 2009).

Aula 1:
Desenvolvimento e meio
ambiente
Nesta aula, você estudará o desenvolvimento e suas consequências ao meio
ambiente.

Pergunta
Você sabe o que é meio ambiente?

É tudo que está à sua volta: fauna, flora, ar, solo e água, que permitem o desen-
volvimento, pois oferecem os recursos necessários para a sobrevivência.

O consumo desequilibrado dos recursos naturais, sem preocupação com as


futuras gerações, faz com que cada país lute pela sua sobrevivência e pelo seu
desenvolvimento quase sem levar em consideração o impacto sobre os demais.
Alguns países utilizam os recursos do planeta em um ritmo que, provavelmente,
fará restar poucos recursos para as gerações futuras. Outros países, em número
muito maior, consomem pouco, mas vivem na perspectiva da fome, da miséria,
da doença e da morte prematura (BARROS, 2008).

12
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Segundo Aranha (2009),

Nossa vida está intimamente ligada aos recursos que o nosso


planeta oferece: ar, água, terra, minerais, planta, animais. A extensão
do impacto humano sobre a Terra depende do número de pessoas
existentes e da quantidade de recursos utilizados. O uso máximo de
recursos que o planeta ou uma determinada região pode sustentar
define a sua capacidade de provisão. Essa capacidade pode ser
aumentada pela agricultura e pela tecnologia, e, geralmente,
isso ocorre à custa da redução da diversidade biológica ou da
perturbação de processos ecológicos. A capacidade de provisão é
limitada pela capacidade da natureza de se recompor ou absorver
resíduos de modo seguro. As nossas civilizações estão, hoje,
ameaçadas, porque utilizamos mal os recursos e perturbamos os
sistemas naturais. Estamos pressionando a Terra até os limites de sua
capacidade.

No início da Era Industrial, o número de seres humanos multiplicou-se. O au-


mento de sua quantidade e de suas atividades teve um grande impacto sobre
o meio ambiente. A diversidade de vida na Terra diminuiu. Em menos de 200
anos, o planeta perdeu seis milhões de quilômetros quadrados de florestas. Há
uma grande quantidade de terras desgastadas pela erosão, e o volume de sedi-
mentos nos rios cresceu três vezes nas principais bacias e oito vezes nas bacias
menores e mais utilizadas. Os sistemas atmosféricos foram perturbados, geran-
do uma ameaça ao padrão climático, a poluição invadiu nosso ar, nossa terra e
nossa água e tornou-se uma ameaça crescente à saúde (ARANHA, 1999).

O desenvolvimento industrial ocorreu de forma extremamente acelerada com


a expansão da Revolução Industrial, após meados do século XIX. A partir desse
período, a poluição ambiental causada pelo homem aumentou consideravel-
mente e de modo descontrolado, de forma que as relações entre o homem e o
meio ambiente se modificaram. Atualmente, não é possível estimar a enorme
quantidade de produtos e substâncias produzidos industrialmente (ARANHA,
1999).

Figura 1 – Poluição causada por fábricas

Unidade 1 13
Capacitação Ambiental

De acordo com Aranha (1999), os recursos naturais são a base do desenvolvi-


mento econômico, pois proteção ambiental e desenvolvimento econômico são
inseparáveis. O desenvolvimento não pode ser sustentado com uma base de
recursos naturais deteriorados, e o meio ambiente fica desprotegido quando os
projetos teimam em não levar em consideração o preço da destruição ambien-
tal e em dispor de recursos para preveni-la. Para que as economias nacionais
cresçam e sejam promissoras, os recursos naturais devem ser conservados.

Silva (2009, p. 20) afirma que o desenvolvimento pode ser alcançado através do
desenvolvimento sustentável, um programa que satisfaz hoje as necessidades
dos indivíduos, sem destruir os recursos que serão necessários no futuro, base-
ado em planejamento a longo prazo e no reconhecimento de que, para manter
o acesso aos recursos que tornam a nossa vida diária possível, devemos admitir
os limites de tais recursos.

Desenvolvimento sustentável é, em essência, integrado. Integra a preocupação


em proteger a base dos recursos naturais com a preocupação em reduzir a po-
breza, de modo que as pessoas não sejam forçadas a destruir o solo e as flo-
restas para sobreviver. Ele integra a necessidade do uso sustentável e eficiente
de energia para conservar as fontes de energia com a necessidade de cidades
despoluídas e ecossistemas globais preservados. Ele integra o valor da saúde
humana com a importância dos recursos humanos para as economias nacionais
(BÄUMLE, 2005).

Segundo Enzo Ferri (2008), o desenvolvimento sustentável apoia-se no reco-


nhecimento de que:

a qualidade ambiental e desenvolvimento econômico estão ligados, e o de-


senvolvimento e a economia devem estar integrados desde o início dos
processos de formulação de decisões;
b desgastes ambientais estão inter-relacionados. Por exemplo, a derrubada de
árvores implica não apenas destruição de florestas, mas também uma acele-
ração da erosão do solo e assoreamento de rios e lagos;
c problemas econômicos e ambientais estão relacionados a muitos fatores
sociais e políticos e com o rápido crescimento populacional. Isso causa um
profundo efeito no desenvolvimento e no meio ambiente em muitas nações;
d ecossistemas, poluição e fatores econômicos não respeitam fronteiras nacio-
nais, tornando críticas a comunicação e a cooperação internacionais.

Reflita
A exploração inadequada dos recursos naturais, sem um plano de manejo
adequado, tem causado a extinção de centenas de espécies da fauna
brasileira. De acordo com a lista do IBAMA, lançada no dia 22 de maio
de 2003, existem cerca de 400 espécies em vias de extinguir-se e oito já
extintas.
14
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Colocando em Prática
Nesta aula, você estudou de que forma o desenvolvimento afeta o
meio ambiente. Agora acesse o AVA e realize a atividade de aprendi-
zagem. Em caso de dúvida, leia a aula novamente ou entre em contato
com seu tutor.

Aula 2:
A questão ambiental e os
resíduos industriais
Nesta aula, você vai estudar o que são resíduos industriais e o que eles causam
ao meio ambiente.

Pergunta
O que são resíduos industriais?

Muitas vezes chamado de lixo industrial, o resíduo é proveniente de processos


industriais.

Segundo Cavalcanti (1998), a década de 1970 foi a década da água; a de 1980, a


do ar; e a de 1990, a dos resíduos sólidos, não somente no Brasil, mas também
nos Estados Unidos. Neste país, a abordagem sobre resíduos sólidos ocorreu
no limiar de 1980, quando foi instaurado o Superfund, que era uma legislação
específica que visava a recuperar os grandes lixões de resíduos sólidos que
havia e ainda há espalhados nos EUA. Isso fez com que a Agência de Proteção
Ambiental (EPA) criasse uma legislação sobre resíduos sólidos, que constava no
Federal Register nº 40.

Segundo Leripio (2004), somos a sociedade do lixo. Estamos cercados total-


mente por ele, mas só recentemente acordamos para esse triste aspecto de
nossa realidade. Nos últimos 20 anos, a população mundial cresceu menos que
o volume de lixo por ela produzido: de 1970 a 1990, a população do planeta
aumentou 18%, e a quantidade de lixo sobre a Terra passou a ser 25% maior.

Unidade 1 15
Capacitação Ambiental

Figura 2 – Problemática do lixo e o tempo de decomposição dos resíduos


Fonte: Instituto Akatu (2010)

Ainda de acordo com Leripio (2004), nos EUA, o grande volume de lixo gerado
pela sociedade está fundamentado no famoso american way of life, que associa
a qualidade de vida ao consumo de bens materiais. Esse padrão de vida alimen-
ta o consumismo, incentiva a produção de bens descartáveis e difunde a utili-
zação de materiais artificiais. Na Europa, a situação dos resíduos é caracterizada
por uma forte preocupação em relação à recuperação e ao reaproveitamento
energético.

Segundo levantamento publicado pela pesquisadora Kraemer (2010, p. 1):

A dificuldade de geração de energia, devida aos escassos recursos


disponíveis e aliada a um alto consumo energético favorece a
estratégia de reciclagem dos materiais e seu aproveitamento térmico.
[...] na indústria do alumínio, por exemplo, 99% dos resíduos da
produção são reutilizados, enquanto a indústria de plástico chega
a 88% de reaproveitamento de suas sobras. Do total de resíduos
municipais europeus, cerca de 20% são destinados à incineração,
sendo 16% com reaproveitamento energético.

O Brasil produz, atualmente, cerca de 230 mil toneladas de lixo por dia, segun-
do pesquisa de saneamento básico consolidada pelo IBGE em 2000. O chamado
lixo domiciliar equivale a pouco mais da metade desse volume, ou seja, 125 mil
toneladas diárias. Do total de resíduos descartados em residências e indústrias,
apenas 4300 toneladas, ou aproximadamente 2% do total, são destinadas à co-
leta seletiva. Quase 50 mil toneladas de resíduos são despejadas todos os dias
em lixões a céu aberto, o que representa um risco à saúde e ao ambiente.

16
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Kraemer (2010, p. 1) afirma que:

Na China, país de extensão territorial considerável e com grande


contingente populacional concentrado nas cidades, o povo considera
os resíduos orgânicos como uma responsabilidade do cidadão, ou
melhor, do gerador. Este tipo de valor cultural facilita a introdução
de métodos mais racionais de controle dos resíduos sólidos, com
participação ativa da população. Há um envolvimento individual
do cidadão chinês com vistas à reintegração dos resíduos à cadeia
natural da vida do planeta. A massa dos resíduos sólidos urbanos é
composta, predominantemente, de material orgânico, que é utilizado
na agricultura. Assim, o resíduo não é visto como um problema, mas
como uma solução para a fertilização dos solos, o que estimula a
formação de uma extensa rede de compostagem e biodigestão de
resíduos. Essa diferença de tratamento fundamenta-se em valores
culturais totalmente diferenciados dos ocidentais, que originaram
outro paradigma para tratamento da questão.

Os resíduos são resultados de processos de diversas atividades da comunidade


de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e
da varrição pública. Os resíduos apresentam-se nos estados sólidos, gasoso e
líquido.

Veja a classificação dos resíduos, segundo a Ambiente Brasil S/A Ltda. (2010):

Características físicas:

‡‡ Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras,


guardanapos e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafi-
na, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças.
‡‡ Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos,
legumes, alimentos estragados.

Composição química:

‡‡ Orgânico: composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos,


cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados,
ossos, aparas e podas de jardim.
‡‡ Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros,
borrachas, tecidos, metais (alumínio e ferro), tecidos, isopor, lâmpadas, velas,
parafina, cerâmicas, porcelana, espumas e cortiças.

Unidade 1 17
Capacitação Ambiental

Origem:

‡‡ Domiciliar: originado da vida diária das residências, constituído por res-


tos de alimentos (como cascas de frutas, verduras), produtos deteriorados,
jornais, revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas
descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Pode conter alguns
resíduos tóxicos.
‡‡ Comercial:originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de servi-
ços, como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restau-
rantes.
‡‡ Serviçospúblicos: originados dos serviços de limpeza urbana, incluindo
todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias,
córregos, restos de podas de plantas, limpeza de feiras livres. Constituído
por restos de vegetais diversos e embalagens.
‡‡ Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias (al-
godão, seringas, agulhas, restos de remédios, luvas, curativos, sangue coa-
gulado, órgãos e tecidos removidos, meios de cultura e animais utilizados
em testes, resina sintética, filmes fotográficos de raios X). Por causa de suas
características, merece um cuidado especial em seu acondicionamento, ma-
nipulação e disposição final. Deve ser incinerado, e os resíduos, levados para
aterro sanitário.
‡‡ Portos,aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários: resíduos sépti-
cos, ou seja, que contêm ou potencialmente podem conter germes patogê-
nicos. Basicamente, originam-se de material de higiene pessoal e restos de
alimentos, que podem hospedar doenças provenientes de outras cidades,
estados e países.
‡‡ Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, como:
o metalúrgico, o químico, o petroquímico, o de papelaria, da indústria ali-
mentícia. O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por
cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira,
fibras, borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se
grande quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de lixo necessita de tratamento
especial pelo seu potencial de envenenamento.

Classes dos resíduos industriais


Veja o que determina a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) (2004,
p. 16-19), na NBR 10.004 – Resíduos Sólidos:

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Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Esta Norma classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos


potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam
ser gerenciados adequadamente. Nas atividades de gerenciamento
de resíduos, a NBR 10.004 é uma ferramenta imprescindível,
sendo aplicada por instituições e órgãos fiscalizadores. A partir
da classificação estipulada pela Norma, o gerador de um resíduo
pode, facilmente, identificar o potencial de risco desse resíduo, bem
como identificar as melhores alternativas para destinação final e/ou
reciclagem. Esta nova versão classifica os resíduos em três classes
distintas denominadas, Classe I (perigosos), classe II (não inertes) e
classe III (inertes).

Classe 1. Resíduos perigosos: são aqueles que apresentam riscos à


saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição
especiais em função de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.

Classe 2. Resíduos não inertes: são os resíduos que não apresentam


periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais
como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em
água. São basicamente os resíduos com as características do lixo
doméstico.

Classe 3. Resíduos inertes: são aqueles que, ao serem submetidos


aos testes de solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum
de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores
aos padrões de potabilidade da água. Isto significa que a água
permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos
desses resíduos são recicláveis. Esses resíduos não se degradam ou
não se decompõem quando dispostos no solo (degradam-se muito
lentamente).

Estão nessa classificação, por exemplo, os entulhos de demolição, pedras e


areias retirados de escavações. Veja, na tabela a seguir, a origem, as classes e o
responsável pelos resíduos.
Tabela 1: Origem, possíveis classes e responsável pelos resíduos
Origem Possíveis classes Responsável
Domiciliar 2 Prefeitura
Comercial 2.3 Prefeitura
Industrial 1.2.3 Gerador do resíduo
Pública 2.3 Prefeitura
Serviços de saúde 1.2.3 Gerador do resíduo
Portos, aeroportos e 1.2.3 Gerador do resíduo
terminais rodoviários
Agrícola 1.2.3 Gerador do resíduo
Entulho 3 Gerador do resíduo
Fonte: Ambiente Brasil S/A Ltda. (2010)

Unidade 1 19
Capacitação Ambiental

Resíduos industriais

Segundo Tondowski (1998), o lixo gerado pelas atividades agrícolas e industriais


é tecnicamente conhecido como resíduo, e seus geradores são obrigados a cui-
dar de seu gerenciamento, transporte, tratamento e destinação final, tendo essa
responsabilidade para sempre.

O lixo doméstico, como mencionado, é apenas uma pequena parte de todo o


lixo produzido. A indústria é responsável por grande quantidade de resíduo –
sobras de carvão mineral, refugos da indústria metalúrgica, resíduo químico,
gás e fumaça lançados pelas chaminés das fábricas.

O resíduo industrial é um dos maiores responsáveis pelas agressões fatais ao


ambiente. Nele, estão incluídos produtos químicos (cianureto, pesticidas, sol-
ventes), metais (mercúrio, cádmio e chumbo) e solventes químicos que amea-
çam os ciclos naturais onde são despejados.

Os resíduos sólidos são amontoados e enterrados; os líquidos são despejados


em rios e mares; os gases são lançados no ar. Assim, a saúde do ambiente e,
consequentemente, dos seres que nele vivem, torna-se ameaçada, podendo
ocasionar grandes tragédias.

Reflita
O consumo habitual de água e alimentos – como peixes de água doce
ou do mar – contaminados com metais pesados coloca em risco a saúde
das pessoas. As populações que moram em torno das fábricas de baterias
artesanais, indústrias de cloro-soda que utilizam mercúrio, indústrias
navais, siderúrgicas e metalúrgicas correm risco de serem contaminadas.

Colocando em Prática
Você chegou ao final da primeira unidade! Caso tenha ficado com dúvi-
das, retorne ao conteúdo e entre em contato com seu tutor, pois cer-
tamente ele ajudará você. Agora, acesse o AVA e realize as atividades
para testar seus conhecimentos!

Relembrando
Nesta unidade, você aprendeu que é preciso pensar em um desenvol-
vimento sustentável para que as gerações futuras possam usufruir das
mesmas coisas que a atual geração.

20
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Você estudou que o Brasil produz, atualmente, cerca de 230 mil tone-
ladas de lixo por dia e que o chamado lixo domiciliar equivale a pouco
mais da metade desse volume, ou seja, 125 mil toneladas diárias.

Viu também que resíduos apresentam-se nos estados sólidos, gasoso e


líquido e são resultado de processos de diversas atividades da comuni-
dade. Podem ser de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial,
agrícola, de serviços e ainda da varrição pública.

Saiba Mais
Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta aula, acesse os se-
guintes sites:

‡‡ <www.amazonia.org.br>

‡‡ <www.biologo.com.br>

‡‡ <www.ibama.gov.br>

‡‡ <www.ipam.org.br>

‡‡ <www.socioambiental.org>

Alongue-se
Antes de partir para a próxima unidade, tente descansar um pouco sua
mente. Dê um passeio, faça um lanche leve. Quando sentir-se relaxado,
retome seus estudos com bastante atenção.

Unidade 1 21
A Questão
Ambiental no
Âmbito da
Economia
2
Objetivos de Aprendizagem
Ao final desta unidade, você terá subsídios para:
‡‡ Analisar
a questão ambiental no âmbito da
economia.

Aulas
Acompanhe, nesta unidade, as seguintes aulas:

Aula 1: Economia ambiental e economia ecológica

Aula 2: Economia ambiental

Aula 3: Economia ecológica

Aula 4: Economia ecológica exigirá Terceira


Revolução Industrial

23
Capacitação Ambiental

Para Iniciar
Esta aula será voltada ao estudo da economia e ecologia, duas áreas
que estão muito próximas atualmente. Você vai observar de que forma
o crescimento econômico de diversos países, acompanhado por um
grande aumento da população mundial, pode afetar o meio ambiente.

As letras e a ciência só tomarão o seu verdadeiro lugar na obra do


desenvolvimento humano no dia em que, livres de toda a servidão
mercenária, forem exclusivamente cultivadas pelos que as amam e
para os que as amam (KROPOTKINE).

Aula 1:
Economia ambiental e
economia ecológica
Nesta aula, você vai ver que o atendimento das demandas geradas pelo cresci-
mento econômico e a ampliação das necessidades de consumo da população
dão uma nova dinâmica ao contexto de exploração do meio ambiente.

Segundo Souza (2008), com o passar do tempo, níveis de renda, hábitos e cul-
turas vão se modificando, o que leva à alteração e ao aumento dos padrões de
consumo. Constantes mudanças trazem a necessidade de adaptações – econô-
mica social e política – e geram alterações no ambiente, sendo que essas adap-
tações também provocam outras mudanças ambientais.

Reflita
Os efeitos gerados pela manutenção do atual padrão de consumo
sustentado pelo homem tornam cada vez mais evidentes sua
inviabilidade.

A teoria econômica vem buscando determinar formas eficientes e sustentáveis


para a utilização dos recursos ambientais. Essas teorias apresentam argumen-
tos sobre o limite, as características, as finalidades dadas aos recursos naturais,
entre outros. Todos esses aspectos são de suma importância para a determina-
ção da utilização sustentável dos recursos naturais (TIETENBERG, 2000; SOUZA,
2008).

24
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Ainda segundo Souza (2008, p. 3):

“A Economia Ambiental e a
Economia Ecológica são correntes
metodológicas que buscam
interpretar o problema ambiental
e determinar ações que busquem
resultados eficientes, partindo
de considerações acerca das
características de tais recursos”.

Aula 2:
Economia
ambiental
A principal discussão proposta pela economia
ambiental refere-se ao desenvolvimento de me-
canismos que objetivem a alocação eficiente dos
recursos naturais.

Para essa corrente teórica, os mecanismos de mer-


cado podem ser aplicados com vistas à determina-
ção de alocações eficientes dos recursos naturais.
Apesar de não existirem mercados para esses
ativos, busca-se, por meio de métodos que têm
como base a economia neoclássica, “construir”
mercados hipotéticos para tais recursos, possibi-
litando a determinação da “alocação ótima” deles
(MARTINS; FELICIDADE, 2001).

Segundo Faria (1998), a valoração dos recursos


ambientais seria um mecanismo eficaz para refletir
no mercado os níveis de escassez de parte dos re-
cursos naturais, propiciando condições para que a
“livre” negociação nos mercados de commodities
ambientais pudesse definir o nível ótimo de ex- COMMODITIES:
ploração e alocação desses recursos. A valoração termo em inglês que signi-
econômica de ativos ambientais (VEAA) constitui fica mercadoria, é utilizado
um conjunto de métodos e técnicas cuja finalidade nas transações comerciais
é estimar valores monetários (preços) para bens de produtos de origem
primária nas bolsas de
mercadorias.
Unidade 2 25
Capacitação Ambiental

ambientais. O valor econômico de determinado bem corresponde ao valor que


o indivíduo está disposto a pagar por sua existência e por demais benefícios
provenientes de sua manutenção e extração. O valor econômico total (VET) dos
ativos ambientais, segundo Tietenberg (2000), pode ser dividido em três com-
ponentes:

‡‡ Valor de uso (VU): reflete o uso direto dos recursos ambientais. Como
exemplo, temos o valor dos peixes retirados dos rios, a madeira retirada da
floresta, a água extraída para a irrigação, a beleza de uma cena conferida
por uma bela vista.
‡‡ Valor de opção (VO): reflete a disposição das pessoas a utilizar o recurso no
futuro, deixando de utilizá-lo no presente.
‡‡ Valor de não uso (VNU), ou valor de existência (VE): tem-se como o valor
derivado da satisfação que as pessoas obtêm pelo simples fato de que um
recurso natural existe e está sendo preservado. Para a determinação de tais
valores, devem ser aplicadas técnicas de valoração econômica ambiental.
Hufschmidt et al. (1983) apresentam alguns dos métodos utilizados para a
valoração monetária de recursos naturais.

Tabela 2: Classificação de Métodos de Valoração segundo Hufschmidt et al. (1983)


Preços obtidos
Preços obtidos através Preços obtidos através
através de Merca-
de Mercados Substitutos de Mercados Hipotéticos
dos Reais

Valoração dos Valoração dos Questionamento Direto


Benefícios: Benefícios: de DAP:

‡‡ Custos de Viagem
‡‡ Perda de Salários/
‡‡ Aceitação
de ‡‡ Jogos de Leilão
Lucros
Compensação
Questionamento Direto
Valoração de de Escolha de Quanti-
Custos: dade (estimar indireta-
mente a DAP):
‡‡ Gastos de
Reposição ‡‡ Métodode Escolha
‡‡ Custos de Sem Custo
Reposição
Fonte: Adaptado de Nogueira et al., 2000

26
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Aula 3
Economia ecológica
Conforme Souza (2008), a economia ecológica parte do princípio de que, além
de alocar de forma eficiente os recursos, conforme defendido pela economia
ambiental, um sistema econômico deveria tratar da distribuição justa e da esca-
la de utilização desses recursos.

Uma das grandes inovações da economia ecológica é a proposição de que a


economia é um subsistema que faz parte de um ecossistema natural global fe-
chado e que há ocorrência de trocas de materiais e energia entre o subsistema
e o sistema global (que geram efeitos sobre ambos os componentes do siste-
ma).

[...] a caracterização da economia como um subsistema aberto – onde


ocorrem trocas de materiais e energia entre o subsistema e o sistema
global – faz parte de um ecossistema natural global fechado, o que
refuta a ideia da economia convencional de que a economia seria o
todo, e a natureza, apenas uma parte dele.

Quando se dá esse passo, evidencia-se que qualquer decisão de


utilização dos recursos por esse subsistema acarreta em perda
para outra parte do sistema, ou seja, incorre-se em custos de
oportunidade. Assim, o processo decisório quanto à utilização ou não
dos recursos naturais torna-se mais complexo, já que a utilização para
um fim pode impedir o uso futuro para outros fins.

Tal proposição impõe a ideia de limites às trocas realizadas entre


esse subsistema e o ecossistema global, que é o responsável pela
oferta dos recursos que entram no subsistema econômico (material
e energia), capaz de absorver (ou não) os resíduos liberados por ele.
(SOUZA, 2008, p. 7)

As dimensões da economia dependem dos limites ecossistêmicos, revelando


a necessidade de se estabelecer uma escala ótima de produção, que levaria a
uma escala ótima de utilização dos recursos naturais (seja como matéria-prima
ou serviços ecossistêmicos).

Unidade 2 27
Capacitação Ambiental

Segundo Abreu (2010), no final de 1960 e 1970, a emergência dos movimentos


ambientalistas fez dos recursos naturais, da energia e do ambiente em geral um
tema de importância econômica, social e política, o qual pode ser chamado de
questão ambiental. Ela trouxe a crítica ao modelo de desenvolvimento econô-
mico vigente, apontando para um conflito, senão uma possível incompatibili-
dade, entre crescimento econômico e preservação dos recursos ambientais, e
sinalizou que tal conflito traria limites à continuidade do próprio crescimento
econômico. Assim, a crítica ambientalista, surgida, inicialmente, nos meios cien-
tíficos e ambientalistas, vai, progressivamente, adentrando o campo da ciência
econômica, dado ser o funcionamento do sistema econômico o objeto central
da crítica.

Dica
Acesse <http://www.ecoeco.org.br/conteudo/ecoeco/ecoeco.htm> para
ler o texto de Economia Ecológica, de Maurício de Carvalho Amazonas, no
qual ele relaciona vários aspectos sobre economia ecológica.

Aula 4:
Economia ecológica
exigirá Terceira Revolução
Industrial
Para iniciar esta aula, reflita acerca das palavras do secretário executivo do
Ministério do Meio Ambiente da Alemanha, Matthias Machnig, ditas durante o
Congresso Ecogerma 2009:

Economia e ecologia são duas áreas que nunca estiveram tão


próximas como nos dias atuais. Apesar da crise nos mercados
financeiros, países de todo o mundo jamais observaram um
crescimento econômico tão grande como nos últimos 20 anos,
acompanhado por um aumento dramático da população mundial,
que chegou a mais de 6 bilhões de pessoas.

28
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Segundo Machnig, os problemas do mundo contemporâneo convergem para


o fato de que a maior parte da população vive em sociedades industrializadas,
consumindo altas quantidades de energia de diferentes fontes e esgotando os
recursos do solo usado para a produção de alimentos.

Ecologia econômica
Segundo o cientista Romero (2010, p. 1),

[...] tudo indica que, depois que a crise passar, o crescimento


populacional e econômico mundial continuará. Isso nos faz concluir
que a ecologia será a economia do século 21. As tecnologias verdes
serão um dos maiores impulsionadores da recuperação econômica
dos próximos anos, pois a inovação é a como uma chave para o
desenvolvimento sustentável.

Nesse cenário, Machnig estima que os serviços ecológicos estejam cada vez
mais próximos da economia. As emissões anuais de dióxido de carbono (CO2)
chegam ao patamar dos 28 bilhões de toneladas, e estimativas indicam que, em
2050, serão, pelo menos, 60 bilhões de toneladas emitidas na atmosfera.

Veja o cenário atual na figura a seguir.

Figura 3 − Emissão de CO2


Fonte: Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA).Centro de Análi-
se de Informações sobre dióxido de Carbono (CDIAC) do Departamento de Energia dos Estados Unidos

Unidade 2 29
Capacitação Ambiental

Essa figura traz informações sobre os países do mundo que mais emitem gás
carbônico (CO2) e contribuem para o aumento da temperatura no planeta.

Ramero (2010, p. 2) complementa:

Uma das metas necessárias para a estabilização climática é a redução


de 50% das emissões globais até 2050, mesmo sabendo que, até
lá, a população mundial será maior e, provavelmente, teremos mais
indústrias. Por isso, também estamos convencidos de que a única
saída para atingir as metas ambientais é o início de uma Terceira
Revolução Industrial, que garanta a redução drástica do consumo
energético nos próximos anos.

Terceira Revolução Industrial


Essa Terceira Revolução Industrial deveria ser subsidiada, em um primeiro mo-
mento, por investimento maciço em novas tecnologias para redução das emis-
sões de gases poluentes, acompanhado da aceleração dos esforços mundiais
em pesquisa e desenvolvimento para a identificação de inovações na área.

Dispositivos inteligentes em veículos e edificações, por exemplo, devem, não


apenas consumir menos energia em curto prazo, como também promover a
redução das emissões dos gases. As empresas precisam aumentar a competitivi-
dade sendo mais amigáveis com o meio ambiente.

Mas isso só será viável se as empresas conseguirem garantir empregos, sem


transformar as soluções na área energética em novos problemas sociais. Sairão
na frente as empresas que conseguirem ver oportunidades de negócio nessas
mudanças de paradigmas ambientais, econômicos e de emprego.

Atenção
Na antiguidade, quando não existiam equipamentos eficientes de
medida, as pessoas atribuíam os fenômenos da natureza a um desejo
divino. Acreditava-se que tudo fosse obra e vontade dos deuses,
portanto, os seres vivos não teriam controle sobre tais fenômenos. Ao
longo do tempo, muitas e diferentes explicações foram dadas a essas
inquietações. Acreditava-se que existiam, no interior da Terra, grandes
reservatórios de água, sendo que os maiores formariam rios, e os
menores, dariam origem a lagos e córregos. Acreditava-se, também,
que deuses e deusas carregavam grandes potes e derramavam água
para formar rios. Aristóteles, que viveu três séculos antes de Cristo, não
concordava com essas ideias e dizia que, se os rios tivessem sua origem
no interior da Terra, não haveria depósitos com volumes suficientes para

30
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

fornecer água constantemente. Sua opinião era a de que “as regiões


montanhosas e elevadas são semelhantes a uma esponja: filtram a água
gota a gota, que cai em forma de chuva em vários locais, e a distribui
para as nascentes dos rios”. Além disso, Aristóteles relacionava a umidade
do ar com a formação de gotas e das chuvas. Dizia ele: “Aquilo que
envolve a Terra não é apenas ar, mas uma espécie de vapor, e isto é
que explica que ele se transforme de novo em água”. Aristóteles sabia,
portanto, que a água tem um ciclo, ou seja, ela passa por transformações,
mas é sempre a “mesma água”. Três séculos depois de Aristóteles, o
poeta e filósofo romano Lucrécio escreveu um poema chamado Sobre a
Natureza. Segundo o autor, as águas salgadas do mar infiltram-se pela
terra, perdem seu sal e formam os rios que voltam ao mar. O que não era
explicado era como a água, no interior da Terra, conseguiria subir até o
alto da montanha para formar uma nascente. Todas essas ideias podem
até parecer absurdas hoje em dia, porém, é necessário respeitá-las, uma
vez que os fenômenos eram apenas observados, e as primeiras medidas,
muito imprecisas. Percebemos, portanto, que a ciência não tem respostas
definitivas, e que a explicação deve-se a um conjunto de informações
investigadas ao longo da história.

Colocando em Prática
Você chegou ao final da segunda unidade! Caso tenha ficado com dúvi-
das, retorne ao conteúdo e entre em contato com seu tutor, pois cer-
tamente ele ajudará você. Agora, acesse o AVA e realize as atividades
para testar seus conhecimentos!

Relembrando
Nesta unidade, você aprendeu que o atendimento das demandas ge-
radas pelo crescimento econômico e a ampliação das necessidades de
consumo da população dão uma nova dinâmica ao contexto de explo-
ração do meio ambiente.

Uma das metas necessárias para a estabilização climática é a redução


de 50% das emissões globais até 2050, mesmo sabendo que, até lá, a
população mundial será maior e, provavelmente, haverá mais indús-
trias.

Você estudou que se estima que os serviços ecológicos estejam cada


vez mais próximos da economia. As emissões anuais de dióxido de car-
bono (CO2) chegam ao patamar dos 28 bilhões de toneladas, e estima-
tivas indicam que, em 2050, pelo menos 60 bilhões de toneladas serão
emitidas na atmosfera.

Unidade 2 31
Capacitação Ambiental

Finalmente, você pôde perceber que economia e ecologia são duas


áreas que nunca estiveram tão próximas como nos dias atuais. Apesar
da crise nos mercados financeiros, países de todo o mundo jamais ob-
servaram um crescimento econômico tão grande como nos últimos 20
anos, acompanhado por um aumento dramático da população mundial,
que chegou a mais de seis bilhões de pessoas.

Saiba Mais
Para saber mais sobre os assuntos estudados nesta unidade, veja, a
seguir, algumas obras que podem ser lidas.

‡‡ BRUSEKE, F. J. A lógica da decadência: desestruturação sócio-econô-


mica, o problema da anomia e o desenvolvimento sustentável. Belém:
Cejup, 1996.
‡‡ COIMBRA, J. Á. A. O outro lado do meio ambiente. São Paulo, SP:
CETESB, 1985. 204p.
‡‡ LEFF,E. Saber ambiental: sustentabilidad, racionalidad, complejidad,
poder. Cidade do México: Siglo Veintiuno, 1998.
‡‡ ______. Ecologia y capital: racionalidad ambiental, democracia parti-
cipativa y deserrollo sustentable. Cidade do México: Siglo Veintiuno,
1994.
‡‡ MENDIZÁBAL, Marthadina. Uma economia ecológica para a Amé-
rica Latina. Disponível em: <http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/
noticia/noticia.asp?cod_noticia=14634&cod_canal=49>. Acesso em:
11 out. 2010.

Alongue-se
Preparado para seguir seus estudos? Caso ainda não esteja, que tal as-
sistir a um filme para relaxar? Quando você se sentir descansado, seus
estudos certamente renderão mais!

32
Plano de Controle
Ambiental 3
Objetivos do Aprendizagem
Ao final desta unidade, você terá subsídios para:
‡‡ Avaliar os tipos de Plano de Controle Am-
biental.

Aulas
Acompanhe, nesta unidade, as seguintes aulas:

Aula 1: Plano de Controle Ambiental

Aula 2: Aquicultura e piscicultura

33
Capacitação Ambiental

Para Iniciar

Nesta unidade, você estudará os conceitos de educação ambiental.


Verá que o ser humano faz parte da natureza e que o conhecimento
sobre ela está ligado à transformação de cada um. Por fim, aprenderá
sobre o Conama, que é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema
Nacional do Meio Ambiente/SISNAMA.

“Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se


cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não haveria pobreza no
mundo e ninguém morreria de fome.” (Mahatma Gandhi)

“É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a


ouve.” (Victor Hugo)

Aula 1:
Plano de Controle
Ambiental (PCA)
Nesta aula, vamos estudar o Plano de Controle Ambiental, que chamaremos de
PCA daqui em diante.

Pergunta
Você já sabe o que é PCA?

Elaborado conforme diretrizes estabelecidas pelo órgão ambiental competente, o


PCA contém informações que permitem caracterizar o empreendimento com base
nos resultados dos levantamentos e em estudos realizados pelo empreendedor.

O PCA é o documento norteador das ações mitigadoras que contém os projetos


executivos de minimização dos impactos ambientais avaliados pelo EIA/RIMA
na fase de licenciamento prévio.

Originalmente exigido pela resolução Conama 009/90 para a concessão da


Licença de Instalação de atividade de extração mineral de todas as classes
previstas no Decreto-Lei 227/67, o PCA tem sido estendido para o li-

34
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

cenciamento de diversos tipos de atividades produtivas potencialmente


poluidoras.

Pergunta
O que é o Conama?

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é o órgão consultivo e deli-


berativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente/SISNAMA. Foi instituído pela
Lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, regula-
mentada pelo Decreto no 99.274/90.

Lei nº 6938/1981 “Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus


fins e mecanismos de formulação e aplicação e dá outras providências”. Data da
legislação: 31 de agosto de 1981, Publicação DOU, de 2 de setembro de 1981.

O Conama é composto por Plenário, CIPAM, Grupos Assessores, Câmaras Técni-


cas e Grupos de Trabalho. O Conselho é presidido pelo Ministro do Meio Am-
biente, e sua Secretaria Executiva é exercida pelo Secretário Executivo do MMA.

O conselho é um colegiado representativo de cinco setores, a saber: órgãos


federais, estaduais e municipais, setor empresarial e sociedade civil. Compõem
o plenário:

‡‡ Ministro de Estado do Meio Ambiente, que o presidirá;


‡‡ Secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente, que será o seu secre-
tário executivo;
‡‡ um representante do IBAMA;
‡‡ um representante da Agência Nacional de Águas (ANA);
‡‡ um representante de cada um dos ministérios, das secretarias da Presidência
da República e dos comandos militares do Ministério da Defesa, indicados
pelos respectivos titulares;
‡‡ um representante de cada um dos governos estaduais e do Distrito Federal,
indicados pelos respectivos governadores;
‡‡ oito representantes dos governos municipais que possuam órgão ambiental
estruturado e Conselho de Meio Ambiente com caráter deliberativo, sendo:
a um representante de cada região geográfica do país;
b um representante da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambien-
te (ANAMMA);
c dois representantes de entidades municipalistas de âmbito nacional.
d vinte e dois representantes de entidades de trabalhadores e da socieda-
de civil, sendo:

Unidade 3 35
Capacitação Ambiental

e dois representantes de entidades ambientalistas de cada uma das regi-


ões geográficas do país;
f um representante de entidade ambientalista de âmbito nacional;
g três representantes de associações legalmente constituídas para a defesa
dos recursos naturais e do combate à poluição, de livre escolha do presi-
dente da República (uma vaga não possui indicação);
h um representante de entidades profissionais, de âmbito nacional, com
atuação na área ambiental e de saneamento, indicado pela Associação
Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES);
i um representante de trabalhadores indicado pelas centrais sindicais e
confederações de trabalhadores da área urbana (Central Única dos Tra-
balhadores – CUT, Força Sindical, Confederação Geral dos Trabalhadores
–CGT, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria – CNTI e
Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio – CNTC), escolhi-
do em processo coordenado pela CNTI e CNTC;
j um representante de trabalhadores da área rural, indicado pela Confede-
ração Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG);
k um representante de populações tradicionais, escolhido em processo
coordenado pelo Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentável das
Populações Tradicionais (CNPT)/IBAMA;
l um representante da comunidade indígena, indicado pelo Conselho de
Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Brasil (CAPOIB);
m um representante da comunidade científica, indicado pela Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC);
n um representante do Conselho Nacional de Comandantes Gerais das
Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares (CNCG);
o um representante da Fundação Brasileira para a Conservação da Nature-
za (FBCN);
p oito representantes de entidades empresariais;
q um membro honorário indicado pelo plenário.

Integram também o plenário do Conama, na condição de conselheiros


convidados, sem direito a voto:

‡‡ um representante do Ministério Público Federal;


‡‡ um representante dos Ministérios Públicos Estaduais, indicado pelo Conse-
lho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça;
‡‡ umrepresentante da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e
Minorias da Câmara dos Deputados.

36
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

As câmaras técnicas são instâncias encarregadas de desenvolver, examinar e re-


latar ao plenário as matérias de sua competência. O regimento interno prevê a
existência de 11 câmaras técnicas, compostas por dez conselheiros, que elegem
um presidente, um vice-presidente e um relator. Os grupos de trabalho são cria-
dos por tempo determinado para analisar, estudar e apresentar propostas sobre
matérias de sua competência.

O Conama reúne-se ordinariamente a cada três meses no Distrito Federal,


podendo realizar reuniões extraordinárias fora do Distrito Federal, sempre que
convocada pelo seu presidente, por iniciativa própria ou a requerimento de,
pelo menos, 2/3 dos seus membros.

Saiba o que é da competência do Conama:

‡‡ Estabelecer,
mediante proposta do IBAMA, dos demais órgãos integrantes
do SISNAMA e de Conselheiros do Conama, normas e critérios para o licen-
ciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser conce-
dido pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios e
supervisionado pelo referido instituto.
‡‡ Determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternati-
vas e das possíveis consequências ambientais de projetos públicos ou priva-
dos, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais e às entidades
privadas informações, notadamente as indispensáveis à apreciação de
Estudos Prévios de Impacto Ambiental e respectivos Relatórios, no caso de
obras ou atividades de significativa degradação ambiental, em especial nas
áreas consideradas patrimônio nacional.
‡‡ Decidir,após o parecer do Comitê de Integração de Políticas Ambientais,
em última instância administrativa, em grau de recurso, mediante depósito
prévio, sobre as multas e outras penalidades impostas pelo IBAMA.
‡‡ Determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de be-
nefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicio-
nal, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito.
‡‡ Estabelecer,
privativamente, normas e padrões nacionais de controle da
poluição causada por veículos automotores, aeronaves e embarcações, me-
diante audiência dos Ministérios competentes.
‡‡ Estabelecernormas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção
da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos
ambientais, principalmente os hídricos.
‡‡ Estabelecer
os critérios técnicos para a declaração de áreas críticas, satura-
das ou em vias de saturação.
‡‡ Acompanhar a implementação do Sistema Nacional de Unidades de Conser-
vação da Natureza, SNUC conforme disposto no inciso I do artigo 6o da Lei
no 9.985, de 18 de julho de 2000.

Unidade 3 37
Capacitação Ambiental

‡‡ Estabelecer
sistemática de monitoramento, avaliação e cumprimento das
normas ambientais.
‡‡ Incentivar
a criação, a estruturação e o fortalecimento institucional dos
Conselhos Estaduais e Municipais de Meio Ambiente e gestão de recursos
ambientais e dos Comitês de Bacia Hidrográfica.
‡‡ Avaliar
regularmente a implementação e a execução da política e de normas
ambientais do país, estabelecendo sistemas de indicadores.
‡‡ Recomendarao órgão ambiental competente a elaboração do Relatório de
Qualidade Ambiental, previsto no inciso X do artigo 9o da Lei no 6.938, de
1981.
‡‡ Estabelecer sistema de divulgação de seus trabalhos.
‡‡ Promover a integração dos órgãos colegiados de meio ambiente.
‡‡ Elaborar,
aprovar e acompanhar a implementação da Agenda Nacional do
Meio Ambiente, a ser proposta aos órgãos e às entidades do SISNAMA, sob
a forma de recomendação.
‡‡ Deliberar,sob a forma de resoluções, proposições, recomendações e mo-
ções, visando ao cumprimento dos objetivos da Política Nacional de Meio
Ambiente.
‡‡ Elaborar o seu regimento interno.

São atos do Conama:

‡‡ Resoluções, quando se tratar de deliberação vinculada a diretrizes e normas


técnicas, critérios e padrões relativos à proteção ambiental e ao uso susten-
tável dos recursos ambientais.
‡‡ Moções,quando se tratar de manifestação, de qualquer natureza, relaciona-
da com a temática ambiental.
‡‡ Recomendações, quando se tratar de manifestação acerca da implemen-
tação de políticas, programas públicos e normas com repercussão na área
ambiental, inclusive sobre os termos de parceria de que trata a Lei no 9.790,
de 23 de março de 1999.
‡‡ Proposições,
quando se tratar de matéria ambiental a ser encaminhada ao
conselho de governo ou às comissões do Senado Federal e da Câmara dos
Deputados.
‡‡ Decisões,
quando se tratar de multas e outras penalidades impostas pelo
IBAMA, em última instância administrativa e grau de recurso, ouvido previa-
mente o CIPAM.
‡‡ As reuniões do Conama são públicas e abertas a toda a sociedade.

38
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Resolução 009/90
O Conama, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 79, inciso II, do De-
creto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, para efetivo exercício das responsabili-
dades que lhe são atribuídas pelo artigo 17 do mesmo Decreto, e considerando
a necessidade de serem editadas normas específicas para o Licenciamento
Ambiental de Extração Mineral das classes I, III, IV, V, VI, VII,VIII e IX (Decreto-Lei
nº 227, 28 de fevereiro de 1967), e tendo em vista o disposto no artigo 18, do
Decreto nº 98.812, de 09/01/90, resolve:

Art 1º – A realização da pesquisa mineral quando envolver o emprego


de guia de utilização fica sujeita ao licenciamento ambiental pelo
órgão competente.

Parágrafo Único – O empreendedor deverá requerer ao órgão


ambiental competente a licença de operação para pesquisa mineral,
nos casos previstos no caput deste artigo, apresentando o plano
de pesquisa mineral, com a avaliação do impacto ambiental e as
medidas mitigadoras a serem adotadas.

Art 2º – Para o empreendedor exercer as atividades de lavra e/


ou beneficiamento mineral das classes I, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX,
excetuado o regime de permissão de lavra garimpeira. Deverá
submeter seu pedido de licenciamento ambiental ao órgão estadual
de meio ambiente ou ao IBAMA, quando couber, prestando todas as
informações técnicas sobre o respectivo empreendimento, conforme
prevê a legislação ambiental vigente, bem como atender ao disposto
nesta Resolução.

Parágrafo 1º – O empreendedor, quando da apresentação do


Relatório de Pesquisa Mineral ao DNPM, deverá orientar-se junto
ao órgão ambiental competente sobre os procedimentos para
habilitação ao licenciamento ambiental.

Parágrafo 2º – As solicitações da Licença Prévia – LP, da Licença


de Instalação – LI e da Licença de Operação – LO deverão ser
acompanhadas dos documentos relacionados nos anexos I, II e III
desta Resolução, de acordo com a fase do empreendimento, salvo
outras exigências complementares do órgão ambiental competente.

Art. 3º – Caso o empreendimento necessite ser licenciado por mais


de um Estado, dada a sua localização ou abrangência de sua área de
influência, os órgãos estaduais deverão manter entendimento prévio
no sentido de, na medida do possível, uniformizar as exigências.

Parágrafo Único – O IBAMA será o coordenador entre os


entendimentos previstos neste artigo.

Art. 4º – A Licença Prévia deverá ser requerida ao órgão ambiental


competente, ocasião em que o empreendedor deverá apresentar os
Estudos de Impacto Ambiental com o respectivo Relatório de Impacto

Unidade 3 39
Capacitação Ambiental

Ambiental, conforme Resolução CONAMA nº 01/86, e demais


documentos necessários.

Parágrafo Único – O órgão ambiental competente, após a análise da


documentação pertinente, decidirá sobre a concessão da LP.

Art. 5º – A Licença de Instalação deverá ser requerida ao órgão


meio ambiental competente, ocasião em que o empreendedor
deverá apresentar o Plano de Controle Ambiental (PCA), que conterá
os projetos executivos de minimização dos impactos ambientais
avaliados na fase da LP, acompanhado dos demais documentos
necessários.

§ 1º – O órgão ambiental competente, após a análise do PCA do


empreendimento e da documentação pertinente, decidirá sobre a
concessão da LI.

§ 2º – O órgão ambiental competente, após a aprovação do PCA do


empreendimento, concederá a Licença de Instalação.

§ 3º – O órgão ambiental competente solicitará ao empreendedor a


autorização de desmatamento, quando couber.

Art. 6º – A concessão da Portaria de lavra ficará condicionada à


apresentação ao DNPM, por parte do empreendedor, da Licença de
Instalação.

Art. 7º – Após a obtenção da Portaria de lavra e a implantação dos


projetos constantes do PCA, aprovados quando da concessão da
Licença de Instalação, o empreendedor deverá requerer a Licença de
Operação, apresentando a documentação necessária.

§ 1º – O órgão ambiental competente, após a verificação da


implantação dos projetos constantes do PCA e a análise da
documentação pertinente, decidirá sobre a concessão da LO.

§ 2º – O órgão ambiental competente, após a comprovação da


implantação dos projetos do PCA, concederá a Licença de Operação.

Art. 8º – O órgão ambiental competente, ao negar a concessão da


Licença. Em qualquer de suas modalidades, comunicará o fato ao
empreendedor e ao DNPM, informando os motivos do indeferimento.

Art. 9º – O não cumprimento do disposto nesta Resolução acarretará


aos infratores as sanções previstas nas Leis nº 6.938, de 31/08/81 e
7.805, de 18 de julho de 1989, regulamentadas pelos Decretos nº
99.274, de 6 de junho de 1990 e no 98.812, de 9 de janeiro de 1990, e
demais leis específicas.

Art. 10 – Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação,


revogadas as disposições em contrário.

40
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Aula 2:
Aquicultura e piscicultura
Segundo Amaral e Fialho (2006), a sociedade precisa preocupar-se com mo-
radia, educação e alimento para bilhões de seres humanos, o que demanda pro-
duzir energia, domesticar plantas e animais, criar artefatos científicos e tecnoló-
gicos, e tudo isso acarreta custos ambientais em âmbito local e global.

Segundo FAO (2002), atualmente, a atividade de aquicultura é uma importante


fonte de proteína animal em várias regiões do mundo e, como qualquer outra
atividade de produção, é reconhecida como impactante ambiental. Assim como
várias atividades do sistema agropecuário, a piscicultura vem passando por uma
remodelação dos seus sistemas de produção, graças, sobretudo, à opinião pú-
blica nacional e internacional, que vem se posicionando a favor do desenvolvi-
mento de modelos voltados para a sustentabilidade dos ecossistemas em todas
as fases da cadeia produtiva (BARROS, 2002).

Naymanovich (2001) afirma que o ser humano faz parte da natureza, e o co-
nhecimento sobre ela está ligado à transformação de cada um. Estudos sobre
questões ambientais mostram, de maneira bastante clara, que as falhas existen-
tes nesse âmbito não estão na falta de informação ou no desconhecimento dos
problemas, mas na sensação de distância entre a ação individual e a coletiva.

É conhecida a alta demanda alimentar enfrentada pela população humana em


constante crescimento, o que torna cada vez mais explícita a necessidade de
obtenção de proteína em abundância e a baixo custo, e não há qualquer dúvida
de que os peixes atendem a esses dois fatores. Essa é a razão por que a pesca
está sendo incentivada no mundo inteiro, assim como é incentivado o desenvol-
vimento da piscicultura em ambientes confinados (AZEVEDO, 1972). Denomina-
se aquicultura o processo de produção em cativeiro de organismos com hábitat
predominantemente aquático, em qualquer estágio de desenvolvimento – ovos,
larvas, pós-larvas, juvenis ou adultos.

Figura 4 – Aquicultura

Unidade 3 41
Capacitação Ambiental

Amaral e Fialho (2006) afirmam ainda que a piscicultura, para fins de consumo,
é muito difundida em todo o mundo por possibilitar o fornecimento do alimen-
to in natura ou conservado ao homem. Portanto, a exploração racional das mais
diversas fontes proteicas, como os peixes, é uma medida necessária para torná-
las economicamente acessíveis à população. A criação de peixes (piscicultura) é
um dos ramos promissores da zootecnia.

Cria-se peixes não só para fins de consumo, mas para fins de ornamentação, de
povoamento e repovoamento de rios e lagos, de higiene e testes de laboratório.
No ano de 475 a.C., o chinês Fan Li já afirmava que a criação de peixes era uma
atividade lucrativa. A aquicultura moderna está embasada em três pilares – a
produção lucrativa, a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento social
– considerados essenciais e indissociáveis para uma atividade perene. Segun-
do afirmam os autores citados, a aquicultura depende, fundamentalmente, dos
ecossistemas em que se insere, os quais devem estar em equilíbrio para possi-
bilitar a manutenção da atividade.

Nota
Aquicultura e a pesca, agora, têm lei para desenvolvimento sustentável.
Foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a norma que
estabelece a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da
Aquicultura e da Pesca. A Lei no 11.959 foi publicada na edição 30 de
junho de 2009, do Diário Oficial da União, e foi criada para promover o
desenvolvimento sustentável da pesca e da aquicultura como fonte de
alimentação, emprego, renda e lazer, além de garantir o uso sustentável
dos recursos pesqueiros e melhores resultados econômicos e sociais,
junto com a preservação e a conservação do meio ambiente.

Desse modo, o produtor rural (de alimentos) e o técnico (agrônomos, veteri-


nários, zootecnistas, biólogos, engenheiros civis, engenheiros florestais e en-
genheiros de pesca) devem propor estratégias visando, ao mesmo tempo, a
produzir alimentos e a preservar o meio ambiente.

Outro propósito foi verificar se os conceitos de educação ambiental contri-


buem para o desenvolvimento do espírito de responsabilidade, cooperação e
solidariedade entre os produtores rurais, de modo a que os novos modelos de
desenvolvimento sustentável possam ser aceitos e incorporados por tais comu-
nidades rurais, melhorando a produtividade e a qualidade do ambiente de suas
populações.

42
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Colocando em Prática
Parabéns! Você concluiu mais uma unidade do curso Fundamentos de
Controle da Prevenção Ambiental. Você conseguiu compreender tudo
ou restou alguma dúvida? Como você já sabe, seu tutor está sempre à
sua disposição para sanar suas dúvidatender aos seus questionamentos.
Agora, acesse o AVA e realize as atividades.

Relembrando
Nesta unidade, você estudou que os conceitos de educação ambiental
contribuem para o desenvolvimento do espírito de responsabilidade,
cooperação e solidariedade entre os produtores rurais, de modo que os
novos modelos de desenvolvimento sustentável possam ser aceitos e
incorporados por tais comunidades rurais, melhorando a produtividade
e a qualidade do ambiente de suas populações.

Vimos que o ser humano faz parte da natureza, e que o conhecimento sobre
ela está ligado à transformação de cada um. Estudos sobre questões
ambientais mostram, de maneira bastante clara, que as falhas existentes
nesse âmbito não estão na falta de informação ou no desconhecimento
dos problemas, mas na sensação de distância entre a ação individual e
coletiva.

Por fim, vimos que o Conama é o órgão consultivo e deliberativo do


Sistema Nacional do Meio Ambiente/SISNAMA, que foi instituído pela
Lei no 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
regulamentada pelo Decreto no 99.274/90.

Saiba Mais
Para complementar seus estudos, acesses os seguintes sites:

‡‡ Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp):


<http://www.sabesp.com.br>.
‡‡ Companhiade Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb/São Paulo):
<http://www.cetesb.br>.
‡‡ Fundação Estadual do Meio Ambiente de Goiás: <http://www.femago.
go.gov.br>.
‡‡ Fundação Parque Zoológico de São Paulo: <http://www.zoologico.com.br>.
‡‡ Ibama : <http://www.ibama.gov.br>.
‡‡ Instituto Ambiental do Paraná: <http://www.pr.gov.br>.
Unidade 3 43
Reciclagem da
Matéria e Fluxo de
Energia
4
Objetivos de Aprendizagem
Ao final desta unidade, você terá subsídios para:
‡‡ Conhecer sobre reciclagem da matéria e fluxo
de energia.

Aulas
Acompanhe, nesta unidade, as seguintes aulas:

Aula 1: A energia solar e os seres vivos

Aula 2: Fluxo de energia

Aula 3: Cadeias alimentares

Aula 4: Produtividade primária

Aula 5: Ciclos biogeoquímicos e reciclagem da


matéria na Terra

45
Capacitação Ambiental

Para Iniciar
Nesta unidade, você estudará a energia solar e suas características.

“Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado, quando
o último peixe for pescado, vocês vão entender que dinheiro não se come.”
(Greenpeace)

Aula 1:
A energia solar e os seres
vivos
Nesta aula, você vai estudar a relação entre a energia solar e os seres vivos.

Pergunta
Você sabe o que é radiação solar?

Radiação solar é a designação dada à energia radiante emitida pelo Sol, em


particular a transmitida em forma de radiação eletromagnética. Cerca de meta-
de dessa energia é emitida como luz visível na parte de frequência mais alta do
espectro eletromagnético, e o restante, na do infravermelho próximo e como
radiação ultravioleta. A radiação solar fornece, anualmente, para a atmosfera
terrestre, 1,5 x 1018 kWh de energia, a qual, além de suportar a vasta maioria
das cadeias tróficas, sendo assim o verdadeiro sustentáculo da vida na Terra, é a
principal responsável pela dinâmica da atmosfera terrestre e pelas características
climáticas do planeta (WIKIPEDIA, 2006).

A energia solar incidente sobre a atmosfera e a superfície terrestre segue um


desses três destinos: ser refletida, absorvida ou transmitida.

A energia refletida e o albedo


Parte substancial da energia recebida sobre a superfície terrestre é reenviada
para o espaço sob a forma de energia refletida. As nuvens, as massas de gelo
e neve e a própria superfície terrestre são razoáveis refletores, reenviando para
o espaço entre 30 e 40% da radiação recebida (enquanto a Lua reflete sob a
forma de luar apenas 7 a 12% da radiação incidente).

46
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Nota
A razão entre a radiação refletida e a incidente chama-se albedo.

Absorção atmosférica
Entre a irradiância do Sol medida fora da atmosfera e a energia que atinge a
superfície da Terra existem diferenças substanciais resultantes da absorção at-
mosférica. Esta é seletiva, atingindo o seu máximo em torno dos pontos centrais
dos espectros de absorção dos gases atmosféricos.

A elevada absorção do ozônio (O3) atmosférica na banda dos ultravioletas e o


efeito do vapor de água (H2O) e do dióxido de carbono (CO2) atuam, essencial-
mente, sobre os comprimentos de onda maiores.

Essa absorção seletiva está na origem do efeito de estufa, devido ao fato de a


radiação terrestre, resultante do retorno para o espaço da radiação solar por via
do aquecimento da Terra, ser feita, essencialmente, na banda dos infraverme-
lhos longos, radiação para a qual o CO2 tem grande capacidade de absorção. A
parcela absorvida dá origem, conforme o meio, aos processos de fotoconversão
e termoconversão. Na fotoconversão, a energia absorvida é remetida, embora,
com frequência diferente, sendo os novos fótons, em geral, sujeitos a novas
absorções, num efeito em cascata que termina numa termoconversão, que
consiste na captura da energia e a sua conversão em calor, passando o material
aquecido a emitir radiação com um espectro correspondente à sua temperatu-
ra, o que, no caso da Terra, corresponde à radiação infravermelha, que forma o
grosso da radiação terrestre.

Transmissão
De toda a radiação solar que chega às camadas superiores da atmosfera, ape-
nas uma fração atinge a superfície terrestre, devido à reflexão e à absorção dos
raios solares pela atmosfera. A fração que atinge o solo é constituída por uma
componente direta (ou de feixe) e por uma componente difusa.

Para além das duas componentes referidas, se a superfície receptora estiver


inclinada com relação à horizontal, haverá uma terceira componente refletida
pelo ambiente circundante (nuvens, solo, vegetação, obstáculos, terreno).

Unidade 4 47
Capacitação Ambiental

Antes de atingir o solo, as características da radiação solar (intensidade, distri-


buição espectral e angular) são afetadas por interações com a atmosfera devido
aos efeitos de absorção e espalhamento. Essas modificações são dependentes
da espessura da camada atmosférica atravessada (a qual depende do ângulo de
incidência do Sol, sendo maior ao nascer e pôr do sol, daí a diferente coloração
do céu nesses momentos). Esse efeito é, em geral, medido por um coeficiente
designado por Coeficiente de Massa de Ar (AM), o qual é complementado por
um fator que reflete as condições atmosféricas e meteorológicas existentes no
momento.

O equilíbrio energético no planeta


Em média, da radiação solar incidente (sobre o sistema Terra/atmosfera):

‡‡ 1% é perdida por absorção pelas moléculas de oxigênio e ozônio da radia-


ção ultravioleta (de alta energia) na estratosfera (onde a temperatura cresce
com a altitude);
‡‡ 6%são perdidas por difusão de luz solar de menor comprimento de onda –
azuis e violetas (o que faz com que o céu seja azul);
‡‡ 24%são perdidas por reflexão – 20% nas nuvens e 4% na superfície (o albe-
do do planeta é de 30% (6% difusão + 24% reflexão);

48
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

‡‡ 51% são absorvidas pela superfície (note que os valores apresentados são
valores médios. Por exemplo, nos pólos, a reflexão da radiação solar inciden-
te é, geralmente, maior do que 24%, e nos oceanos, menor do que 24%).
No entanto, em média, a superfície absorve mais radiação da que emite, e a
atmosfera radia mais energia do que a que absorve. Em ambos os casos, o ex-
cedente de energia é de cerca de 30% da energia da radiação solar incidente no
sistema Terra/atmosfera:

Superfície: energia absorvida: 147% (51% do Sol + 96% da atmosfera); energia


emitida: 117%;

Atmosfera: energia absorvida: 130% (19% ultravioleta + 111% emissão terres-


tre); emitida: 160% (64% para o espaço + 96% para a superfície).

O ar quente que se eleva na atmosfera, a partir da superfície, transfere calor


para a atmosfera. Essa transferência de calor (o fluxo de calor sensível) corres-
ponde a um valor de energia que é 7% do total de radiação solar incidente.

A evaporação da água na superfície do planeta corresponde a uma extração de


calor que acaba por ser libertado durante o processo de condensação na at-
mosfera (que dá origem à formação das nuvens). Essa transferência de calor (o
fluxo de calor latente) corresponde a um valor de energia que é 23% do total de
radiação solar incidente (JACOBSON et al., 2008).

Figura 5 − Equilíbrio Energético do Planeta

A vida aqui na Terra é movida pela luz solar e quase todos os processos vitais
dependem de um fluxo regular dessa energia. Uma imensa quantidade de ener-
gia solar, estimada em 13x1023 calorias por ano, alcança a Terra. Cerca de 30%

Unidade 4 49
Capacitação Ambiental

dela é imediatamente refletida de volta ao espaço na forma de luz, do mesmo


modo como a luz é refletida pela Lua. Cera de 20% são absorvidas pela atmos-
fera da Terra na forma de radiação eletromagnética. Grande parte dos 50% res-
tantes é absorvida pela própria Terra e convertida em calor. Parte dessa energia
calorífera absorvida serve para evaporar as águas dos oceanos, produzindo as
nuvens, que, por seu turno, produzem chuva e neve. A energia solar, combinada
a outros fatores, é também responsável pelos movimentos do ar e da água, que
ajudam a estabelecer os padrões do clima na superfície da Terra.

Figura 6 – Radiação Eletromagnética

A radiação eletromagnética, cujo espectro varia amplamente, como você pode


ver mostra a figura anterior, viaja pelo espaço sideral e, ao chegar a Terra é, em
parte, filtrada pela camada de atmosfera. A luz visível penetra a atmosfera e,
juntamente com a água, passa a constituir recurso essencial à vida em nosso
planeta.

Da energia solar que alcança a terra, menos de 1% é capturada pelas células das
plantas e outros organismos fotossintetizantes e convertida por elas em ener-
gia que movimenta quase todos os processos da vida. Os sistemas convertem a
energia de uma forma em outra, alterando a energia radiante do sol em energia
química, elétrica e mecânica, utilizadas pelos organismos vivos.

50
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Aula 2:
Fluxo de energia
Todos os organismos necessitam de energia para realizar as suas funções vitais.
A energia necessária para a vida na Terra provém, praticamente, toda do Sol. No
entanto, nem todos os seres vivos têm capacidade para utilizá-la.

Os seres com clorofila, como as plantas, transformam a energia solar em ener-


gia química pela fotossíntese.

Atenção
A fotossíntese é o processo por meio do qual alguns seres vivos
produzem o seu próprio alimento a partir da energia solar. Durante a
fotossíntese, as plantas transformam a água, os sais minerais e o dióxido
de carbono, que retiram do meio, em matéria orgânica e oxigênio.

À medida que ocorre a transformação de matéria inorgânica em matéria orgâ-


nica, parte da energia luminosa é armazenada nos compostos orgânicos sob a
forma de energia química. A matéria orgânica engloba um conjunto de molécu-
las fabricadas pelos seres vivos, constituídas por carbono, hidrogênio, oxigênio,
azoto (mesmo que nitrogênio (N), um elemento químico gasoso, não metálico,
incolor e inodoro) e outros elementos químicos (DIVIGNEAUD, 1974).

Como na transferência de energia entre os seres vivos não há reaproveitamento


da energia liberada, diz-se que essa transferência é unidirecional e se dá como
um fluxo de energia (ANDRAE, 1978).

Aula 3:
Cadeias alimentares
Nesta aula, você vai estudar a cadeia alimentar, ou trófica.

Pergunta
Você sabe o que é uma cadeia alimentar?

Unidade 4 51
Capacitação Ambiental

É uma sequência de seres vivos/populações que se alimentam uns dos outros.


Expressa as relações de alimentação entre os organismos de uma comunidade,
iniciando-se nos produtores e passando para os consumidores (herbívoros e
predadores) e decompositores, nesta ordem.

Figura 7 − Cadeira alimentar ou trófica

Ao longo da cadeia alimentar, há uma transferência de energia e de nutrientes,


sempre no sentido dos produtores para os consumidores. A transferência de
nutrientes fecha-se com o retorno dos nutrientes aos produtores, possibilitado
pelos decompositores, que transformam a matéria orgânica dos cadáveres e ex-
crementos em compostos mais simples, pelo que falamos de um ciclo de trans-
ferência de nutrientes. A energia, por outro lado, é utilizada por todos os seres
que se inserem na cadeia alimentar para sustentar as suas funções, diminuindo
ao longo da cadeia alimentar (perde-se na forma de calor), não sendo reapro-
veitável. A energia tem, portanto, um percurso acíclico (WIKIPEDIA, 2009).

Segundo Uieda (2009, p. 1):

A posição que cada um ocupa na cadeia alimentar é um nível


hierárquico que os classifica entre produtores (como as plantas),
consumidores (como os animais) e decompositores (fungos e
bactérias). Porque, frequentemente, cada organismo se alimenta
de mais de um tipo de animal ou planta, as relações alimentares
(também conhecidas por relações tróficas) tornam-se mais
complexas, dando origem a redes ou teias alimentares em que as
diferentes cadeias alimentares se inter-relacionam.

52
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

O primeiro nível trófico é constituído pelos seres autotróficos,


também conhecidos por produtores, capazes de sintetizar matéria
orgânica a partir de substâncias minerais e fixar a energia luminosa
sob a forma de energia química. Os organismos deste nível são as
plantas verdes, as cianófitas, ou cianofíceas (algas verde-azuladas
ou azuis), e algumas bactérias que, devido à presença de clorofila
(pigmento verde), podem realizar a fotossíntese. Esses organismos
são também conhecidos como produtores primários.

Teia ou rede alimentar é um conjunto de cadeias alimentares ligadas entre si e,


geralmente, representa-se como um diagrama das relações tróficas (alimenta-
res) entre os diversos organismos ou espécies de um ecossistema.

Os níveis seguintes são compostos por organismos heterotróficos, ou seja, que


obtêm a energia de que precisam de substâncias orgânicas produzidas por
outros organismos. Todos os animais e fungos são seres heterotróficos, e este
grupo inclui os herbívoros, os carnívoros e os decompositores.

Os herbívoros são os organismos do segundo nível trófico, que se alimentam


diretamente dos produtores (por exemplo, a vaca). Eles são chamados de con-
sumidores primários; os carnívoros ou predadores são os organismos dos níveis
tróficos seguintes, que se alimentam de outros animais (por exemplo, o leão).
O carnívoro, que come o herbívoro, é chamado de consumidor secundário.
Existem seres vivos que se alimentam em diferentes níveis tróficos, tal como o
homem, que inclui na sua alimentação seres autotróficos, como a batata, e seres
herbívoros, como a vaca.

Pergunta
Você lembra o que são decompositores?

Os decompositores são organismos que se alimentam de matéria morta e de


excrementos provenientes de todos os outros níveis tróficos. Esse grupo inclui
algumas bactérias e fungos. O seu papel em um ecossistema é muito importan-
te, uma vez que transformam as substâncias orgânicas de que se alimentam em
substâncias minerais. Essas substâncias minerais são novamente utilizáveis pelas
plantas verdes, que sintetizam de novo matéria orgânica, fechando, assim, o
ciclo de utilização da matéria.

Ao longo da cadeia alimentar, há uma transferência de energia e de matéria or-


gânica. Essas transferências têm aspectos semelhantes, uma vez que se realizam
sempre dos autotróficos para os níveis tróficos superiores (herbívoros, carnívo-
ros e decompositores), mas existe uma diferença fundamental: os nutrientes são
reciclados pelos decompositores, que os tornam disponíveis para os seres auto-

Unidade 4 53
Capacitação Ambiental

tróficos sob a forma de minerais, fechando, assim, o ciclo da matéria, enquanto


a energia, que é utilizada por todos os seres vivos para a manutenção da vida,
é, parcialmente, consumida em cada nível trófico.

Assim, a única fonte de energia em um ecossistema são os seres autotróficos:


simultaneamente, todos os seres vivos dependem dessa energia para realizar as
suas funções vitais. Apenas uma parte da energia que chega a um determinado
nível trófico passa para o nível seguinte: apenas 10% da energia de um nível são
produzidos a partir do próximo, o que geralmente restringe o número de níveis
a não mais do que cinco, pois, em determinado nível, a energia disponível é
insuficiente para permitir a subsistência. Não é possível informar com precisão
onde começa ou termina um ciclo da cadeia alimentar. Mas, de modo geral,
podemos dizer que são encontrados no meio terrestre, em meio à suspensão
vegetativa (nas florestas) e o no meio aquático.

Pergunta
Você sabia que cada organismo consome boa parte de sua energia
disponível em suas próprias atividades metabólicas, reduzindo a
quantidade de energia disponível para os níveis tróficos superiores?

A pirâmide de energia consiste em representar graficamente as taxas de fluxo


energético entre vários níveis tróficos. Pode-se perceber, então, que a pirâmide
de energia sempre possui uma base maior, que representa os seres autótrofos,
e, a cada nível acima, fica mais estreita, pois representa um ser heterótrofo dis-
tinto da cadeia alimentar.

Aula 4:
Produtividade primária
Beltrão et al. (2000) descreveram que a produtividade primária pode ser defini-
da em meio ambiente como o rendimento da conversão da energia radiante em
substâncias orgânicas. Isto é, a produção primária designa a quantidade de ma-
téria orgânica que é produzida pelos organismos autotróficos a partir da ener-
gia solar (organismos fotossintéticos) ou da energia química (quimiossintéticos).

Segundo Bernardes (1996), a produção primária bruta designa a razão a que a


energia solar é convertida em energia potencial de biomassa. A produção pri-
mária líquida (PPL) designa a taxa de armazenamento da matéria orgânica nos
tecidos. Resumindo, a produção primária líquida seria o que realmente restou
do que o organismo produziu, já que, com a respiração, tal organismo perde
parte da produção.

54
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Produtividade do ecossistema florestal


Rizzini (1976, p. 6) afirma que:

A produtividade de um ecossistema florestal está relacionada


diretamente com o consumo e com a disponibilidade de dióxido de
carbono no meio, pois este é o elemento que movimenta o processo
de absorção das plantas. A assimilação do dióxido de carbono (CO2)
ocorre através de uma absorção passiva por meio dos estômatos das
folhas, cuja abertura é regulada principalmente pela intensidade de
luz e pelo regime hídrico interno da planta. Neste aspecto, o índice
de área foliar passa a ter importância fundamental, uma vez que
é através das folhas que as plantas executam a fotossíntese e, por
conseguinte, a assimilação que vai resultar na sua produção.

Produtividade Primária Bruta (PPB)


Sobre Produtividade Primária Bruta, Rizzini (1998, p. 12) concorda que “Esta
produtividade representa a taxa global de fotossíntese, incluindo a matéria
orgânica usada na respiração durante o período de medição, também chamada
de fotossíntese total ou assimilação total.”

Produtividade Primária Líquida (PPL)


Consiste na taxa de armazenamento de matéria orgânica nos tecidos vegetais,
desconsiderando a respiração pelas plantas durante o período de medição,
denominada também de fotossíntese aparente ou assimilação líquida. Durante
a respiração, parte da matéria orgânica resultante da produção primária bru-
ta é convertida novamente em dióxido de carbono e água, perdendo parte do
peso seco. A Produtividade Primária Bruta, a produtividade primária líquida e a
respiração são relacionadas por meio da seguinte equação (Rio Grande do Sul,
1985):

Unidade 4 55
Capacitação Ambiental

Nos diferentes ecossistemas mundiais, existe uma série de fatores que exercem
influência na produtividade primária. Dentre eles, destacam-se a disponibilidade
de nutrientes no solo, a disponibilidade de água, o período da estação do cres-
cimento, a temperatura e os níveis de luz.

Figura 8 – Produção primária líquida anual (tonelada de substância seca/hectare) no planeta Terra
Fonte: Schultz (1995)

Aula 5:
Ciclos biogeoquímicos e
reciclagem da matéria na
Terra
O ciclo biogeoquímico é o percurso realizado no meio ambiente por um ele-
mento químico essencial à vida. Ao longo do ciclo, cada elemento é absorvido
e reciclado por componentes bióticos (seres vivos) e abióticos (ar, água, solo)
da biosfera e, às vezes, pode se acumular durante um longo período de tempo
em um mesmo lugar. É por meio dos ciclos biogeoquímicos que os elementos
químicos e compostos químicos são transferidos entre os organismos e entre
diferentes partes do planeta (SPILHAUS, 1942).
56
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Figura 9 − Esquema do ciclo da água, um dos principais ciclos biogeoquímicos

Segundo Horta (2009, p. 1):

O estudo e a compreensão dos ciclos biogeoquímicos podem ajudar


a identificar potenciais impactos ambientais causados pela introdução
de substâncias potencialmente perigosas nos diversos ecossistemas.
Todo ser vivo reage com seu ambiente e produze resíduos. A
menos que o ambiente possa dispô-los convenientemente, pela
autodepuração, eles poderão intervir no ciclo vital. As relações
entre espécies e ambiente físico caracterizam-se por uma constante
permuta dos elementos, em uma atividade cíclica, a qual, por
compreender aspectos de etapas biológicas, físicas e químicas
alternantes, recebe a denominação geral de ciclo biogeoquímico. Na
verdade, o fenômeno é estritamente cíclico apenas em relação ao
aspecto químico, no sentido de que os mesmos compostos químicos
alterados reconstituem-se ao final do ciclo, enquanto o aspecto físico
das rochas não se regenera, necessariamente. Assim, há uma espécie
de intercâmbio contínuo entre meio físico, denominado abiótico
(relativo à parte sem vida do meio físico), e o biótico (conjunto de
seres vivos), sendo esse intercâmbio de tal forma equilibrado, em
relação à troca de elementos nos dois sentidos, que os dois meios se
mantêm praticamente constantes.

Unidade 4 57
Capacitação Ambiental
Capacitação Ambiental

Ciclo do carbono
Em uma escala geológica, existe um ciclo entre a crosta terrestre (litosfera), os
oceanos (hidrosfera) e a atmosfera. O dióxido de carbono (CO2) da atmosfe-
ra, combinado com a água, forma o ácido carbônico, o qual reage lentamente
com o cálcio e com o magnésio da crosta terrestre, formando carbonatos. Por
meio dos processos de erosão (chuva), esses carbonatos são arrastados para os
oceanos, onde se acumulam no seu leito em camadas ou são assimilados por
organismos marinhos que, eventualmente, depois de morrerem, também se
depositam no fundo do mar.

Esses sedimentos vão-se acumulando ao longo de milhares de anos, forman-


do rochas sedimentares como as rochas calcárias. O ciclo continua, quando as
rochas sedimentares do leito marinho são arrastadas para o manto da Terra, por
um processo de subducção (processo pelo qual uma placa tectônica descende
por baixo de outra). Desta forma, as rochas sedimentares são sujeitas a grandes
pressões e temperaturas debaixo da superfície da Terra, derretendo e reagindo
com outros minerais, libertando CO2. O CO2 é devolvido à atmosfera por meio
das erupções vulcânicas e outros tipos de atividades vulcânicas, completando-
se, assim, o ciclo. Os balanços entre os diversos processos do ciclo do carbono
geológico controlaram a concentração de CO2 presente na atmosfera ao longo
de centenas de milhares de anos. Os mais antigos sedimentos geológicos, da-
tados de épocas anteriores ao desenvolvimento da vida na Terra, apontam para
concentrações de CO2 atmosféricos 100 vezes superiores aos atuais, proporcio-
nando um forte efeito de estufa.

Atenção
A Terra tem aproximadamente 4,5 bilhões de anos e 510,3 milhões de
quilômetros quadrados. Cerca de 90% do planeta são compostos por
água. A quantidade de água salgada é 30 vezes maior do que a água
doce.

Colocando em Prática
Você chegou ao final de mais uma unidade. Para que você possa veri-
ficar se entendeu o que foi abordado, acesse o AVA e faça a atividade.
Lembre-se de que, em caso de dúvidas, você pode consultar seu tutor.

Relembrando
Nesta unidade, você viu que o Plano de Controle Ambiental (PCA),
elaborado nas diretrizes estabelecidas pelo órgão ambiental competen-
te, contém informações que permitem caracterizar o empreendimento

58
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

com base nos resultados dos levantamentos e estudos realizados pelo


empreendedor. O PCA é o documento norteador das ações mitigadoras
que contêm os projetos executivos de minimização dos impactos am-
bientais avaliados pelo EIA/RIMA na fase de licenciamento prévio.

Além disso, você viu que os conceitos de educação ambiental contri-


buem para o desenvolvimento do espírito de responsabilidade, coo-
peração e solidariedade entre os produtores rurais, de modo que os
novos modelos de desenvolvimento sustentável possam ser aceitos e
incorporados por tais comunidades rurais, melhorando a produtividade
e a qualidade do ambiente de suas populações.

Você estudou que a cadeia alimentar, ou trófica, é uma sequência de


seres vivos/populações que se alimentam uns dos outros. Ela expressa
as relações de alimentação entre os organismos de uma comunidade,
iniciando-se nos produtores e passando para os consumidores (herbí-
voros e predadores) e decompositores, nesta ordem. Ao longo da ca-
deia alimentar, há uma transferência de energia e de nutrientes, sempre
no sentido dos produtores para os consumidores. É por meio dos ciclos
biogeoquímicos que os elementos químicos e compostos químicos são
transferidos entre os organismos e entre diferentes partes do planeta.

Saiba Mais
Selecionamos as obras a seguir para que você possa complementar
seus estudos em relação a esta unidade. Por isso, procure dar atenção
às seguintes obras:

‡‡ ANDRAE, F.; KRAPFENBAUER, A. Pesquisas austríaco-brasileiras. Viena:


Universität für
‡‡ Bodenkultur, 1982. 112 p.
‡‡ AWAD, M.; CASTRO, P. R. C. Introdução à fisiologia vegetal. São Paulo,
SP: Nobel, 1983. 177p.
‡‡ BARROS, N. F.; NOVAIS, R. F. Relação solo-eucalipto. Viçosa: Folha de
Viçosa, 1990. 330 p.
‡‡ BOSSEL,H. Umweltwissen: Daten, Fakten, Zusammenhaenge. Berlim:
Springer Verlag, 1994. 169 p.
‡‡ BRASIL.
Ministério da Agriculura. Instituto Brasileiro de Desenvolvi-
mento Florestal. O setor florestal brasileiro 79/85. Brasília, [s.d.]. 65 p.
‡‡ CARDOSO, E. J. B. N., TSAI, S. M. NEVES, M. C. P. Microbiologia do solo.
Campinas: Sociedade Brasileira de Ciências do Solo, 1992. 360 p.

Unidade 2 59
Capacitação Ambiental

Alongue-se
Chegamos ao final da penúltima unidade. Para seguir adiante, é impor-
tante que você esteja com a mente descansada. Então, aproveite este
tempo para fazer algo relaxante, como caminhar, assistir a um filme,
tomar uma água. Quando se sentir preparado, retome seus estudos.
Lembre-se de que estamos quase no final do curso!

60
Crescimento
Populacional,
Biodiversidade e
Controle Ambiental
5
Objetivos de Aprendizagem
Ao final desta unidade, você terá subsídios para:
‡‡ Compreender crescimento populacional, bio-
diversidade e controle ambiental.

Aulas
Acompanhe, nesta unidade, as seguintes aulas:

Aula 1: Crescimento populacional

Aula 2: Teoria populacional malthusiana

Aula 3: Teoria populacional neomalthusiana

Aula 4: Ecologia e crescimento populacional:


bases teóricas

Aula 5 : Projeções populacionais e econômicas e


seus impactos sobre a pobreza e o meio
ambiente

61
Capacitação Ambiental

Para Iniciar
Nesta unidade, serão abordados temas como o crescimento populacio-
nal, a teoria populacional malthusiana e a teoria populacional neomal-
thusiana. Você verá a relação entre ecologia e o crescimento populacio-
nal e as considerações sobre projeções populacionais e econômicas e
seus impactos sobre a pobreza e o meio ambiente.

‘‘Acredito que tal sistema educativo permitira o mais alto


desenvolvimento da mente e da alma. É preciso, porém, que o
trabalho manual não seja ensinado apenas mecanicamente, como se
faz hoje, mas cientificamente, isto é, a criança deveria saber o porquê
e o como de cada operação.” (Mahatma Gandhi)

Aula 1:
Crescimento populacional
Segundo dados relacionados no portal livre de informações Wikipedia (2010, p. 1):

O crescimento populacional é a mudança positiva do número de


indivíduos de uma população dividida por uma unidade de tempo.
O termo população pode ser aplicado a qualquer espécie viva, mas,
aqui, refere-se aos humanos. A população mundial, em 1950, era
de 2,5 bilhões de pessoas. Em 2000, já havia mais de 6 bilhões de
humanos no planeta. Alguns locais que apresentam elevadas taxas
de densidades demográficas são: sudeste brasileiro, nordeste dos
Estados Unidos da América, leste da China e sul da África. Todas as
regiões têm as suas particularidades socioeconômicas, culturais e
ambientais.

De acordo com os dados obtidos junto à ONU, no nosso planeta,


vivem mais de 6,3 milhares de milhão de pessoas. Dessas, mais de
75% vivem em países subdesenvolvidos e com menos de dois dólares
por dia, 22% são analfabetos, metade nunca utilizou um telefone e
apenas 0,24% têm acesso à Internet.

62
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Tabela 3: Histórico do crescimento da população mundial, em milhares. A disponibilidade de cifras


sobre o histórico populacional varia de região para região.
América
América Ocea-
Ano Mundo África Ásia Europa Anglo-
Latina nia
saxônica
1 AD 300000            
1000 310000            
1750 791000 106000 502000 163000 16000 2000 2000
1800 978000 107000 635000 203000 24000 7000 2000
1850 1262000 111000 809000 276000 38000 26000 2000
1900 1650000 133000 947000 408000 74000 82000 6000
1950 2518629 221214 1398488 547403 167097 171616 12812
1955 2755823 246746 1541947 575184 190797 186884 14265
1960 3021475 277398 1701336 604401 218300 204152 15888
1965 3334874 313744 1899424 634026 250452 219570 17657
1970 3692492 357283 2143118 655855 284856 231937 19443
1975 4068109 408160 2397512 675542 321906 243425 21564
1980 4434682 469618 2632335 692431 361401 256068 22828
1985 4830979 541814 2887552 706009 401469 269456 24678
1990 5263593 622443 3167807 721582 441525 283549 26687
1995 5674380 707462 3430052 727405 481099 299438 28924
2000 6070581 795671 3679737 727986 520229 315915 31043
2005 6453628 887964 3917508 724722 558281 332156 32998
Fonte: World Population Prospects (2008)

Aula 2:
Teoria populacional
malthusiana
A teoria populacional malthusiana foi desenvolvida por Thomas Malthus, eco-
nomista, estatístico, demógrafo e estudioso das Ciências Sociais. Malthus ob-
servou que o crescimento populacional, entre 1650 e 1850, dobrou decorrente
do aumento da produção de alimentos, das melhorias das condições de vida
nas cidades, do aperfeiçoamento do combate às doenças, das melhorias no
saneamento básico. Os benefícios obtidos com a Revolução Industrial fizeram
com que a taxa de mortalidade declinasse, ampliando, assim, o crescimento
natural.

Unidade 5 63
Capacitação Ambiental

Preocupado com o crescimento populacional acelerado, Malthus publicou, em


1798, uma série de ideias alertando sobre a importância do controle da natali-
dade, afirmando que o bem-estar populacional estaria intimamente relacionado
com o crescimento demográfico do planeta. Malthus alertava que o crescimen-
to desordenado acarretaria na falta de recursos alimentícios para a população,
gerando, como consequência, a fome (Wikipedia, 2008).

Crescimento populacional versus produção de alimentos


Malthus foi ainda mais além das suas pesquisas, afirmando que o crescimento
populacional funcionava conforme uma progressão geométrica 1 < 2 < 4 < 8 <
16 < 32 < 64 < 128, enquanto a produção de alimentos, mesmo nas melhores
condições de produção dos setores agrícolas, só poderia alcançar o crescimento
em forma de uma progressão aritmética 1 < 3 < 5 < 7 < 9 < 11 < 13 < 15.

Produção de alimentos em bilhões de toneladas


Com base em dados sobre crescimento populacional, Malthus concluiu que,
inevitavelmente, a fome seria uma realidade, caso não houvesse um controle
imediato da natalidade. Praga biológica é uma definição dada quando uma
população fica com alta taxa de natalidade e baixa taxa de mortalidade, e o
número de indivíduos cresce em progressão geométrica de forma anormal no
ambiente. A superpopulação fica, então, sem controle, até que surjam preda-
dores que façam esse controle externo. Se os predadores e parasitas (doenças)
não aparecerem, o descontrole continua até que acabe o alimento disponível
no ambiente, gerando competição intraespecífica e controle populacional por
fome.

No caso da população humana, esse controle vem sendo feito com guerras,
doenças e miséria. Nossa população está em explosão demográfica desde a
Revolução Industrial, que começou na Inglaterra, por volta de 1650. A solução
defendida por Malthus seria: a sujeição moral de retardar o casamento; a prá-
tica da castidade antes do casamento; ter somente o número de filhos que se
pudesse sustentar (WIKIPÉDIA, 2008).

64
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Aula 3:
Teoria populacional
neomalthusiana
Pergunta
Você sabe o que é teoria populacional neomalthusiana?

É a atualização da teoria populacional malthusiana criada pelo demógrafo Tho-


mas Malthus.

Para os neomalthusianos, a superpopulação dos países era a causa da pobreza


desses países. Com a nova aceleração populacional, voltaram a surgir estudos
baseados nas ideias de Malthus, dando origem a um conjunto de formulações e
propostas denominadas neomalthusianas.

Novamente, os teóricos explicavam o subdesenvolvimento e a pobreza pelo


crescimento populacional, que estaria provocando a elevação dos gastos gover-
namentais com os serviços de educação e saúde. Isso comprometeria a realiza-
ção de investimentos nos setores produtivos e dificultaria o desenvolvimento
econômico.

Nota
Para os neomalthusianos, uma população numerosa seria um obstáculo
ao desenvolvimento e levaria ao esgotamento dos recursos naturais, ao
desemprego e à pobreza (WIKIPÉDIA, 2010).

Unidade 5 65
Capacitação Ambiental

Aula 4:
Ecologia e crescimento
populacional: bases
teóricas
Segundo Sonia Lopes (1996, p. 48):

O tamanho das populações deve manter-se mais ou menos


constante, ao longo do tempo, em ecossistemas em equilíbrio.
Alterações no tamanho de uma população podem determinar
alterações em outras populações que com ela coexistem e interagem
em uma comunidade estável, provocando desequilíbrios ecológicos.

O potencial biótico
O potencial biótico de uma população corresponde à sua capacidade potencial
para aumentar seu número de indivíduos em condições ideais, isto é, sem que
nada haja para impedir esse aumento.

Na natureza, entretanto, verifica-se que o tamanho das populações em comu-


nidades estáveis não aumenta indefinidamente, mas permanece relativamente
constante. Isso se deve a um conjunto de fatores que se opõem ao potencial
biótico. A esse conjunto de fatores dá-se o nome de resistência ambiental. Os
principais fatores de resistência ambiental regulam, portanto, o tamanho das
populações. Para determinar a resistência ambiental, calcula-se a diferença
entre a taxa teórica de crescimento de uma população sob condições ideais
(potencial biótico) e a taxa real observada na natureza (LOPES, 1996).

Figura 10 – Curva de crescimento populacional (LOPES, 1996)

66
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Ainda segundo Lopes (1996), quando uma população inicia a colonização de


um ambiente propício ao seu desenvolvimento, verifica-se que o crescimento
inicial é lento, pois há pequeno número de indivíduos e, consequentemente, a
taxa de reprodução é pequena.

À medida que aumenta o número de organismos, a taxa de reprodução também


aumenta. Com isso, o crescimento da população aumenta. Se não houvesse os
fatores de resistência do meio, o crescimento da população seria exponencial,
representando o seu potencial biótico. No entanto, à medida que a população
cresce, aumenta a resistência ambiental, reduzindo o potencial biótico. Isso
ocorre até que se estabeleça um equilíbrio entre a resistência ambiental e o
potencial biótico. O crescimento populacional pode ser representado grafica-
mente. Para as populações naturais, de um modo geral, a curva de crescimento
populacional é do tipo sigmóide, ou curva em “S”.

Figura 11 − Curva de crescimento populacional

a Período de crescimento lento: período de adaptação da população às condi-


ções ambientais
b Período de crescimento rápido: grande número de indivíduos com capacida-
de reprodutiva
c Período de estabilidade populacional: o tamanho populacional varia em
torno de uma média
d Ação efetiva da resistência ambiental: seleção natural

O crescimento inicial é lento, porque há um número pequeno de indivíduos.


Numa segunda fase, o crescimento é intenso, exponencial, devido à alta taxa
de reprodução. Esse crescimento perdura até se aproximar dos limites impostos
pelo meio, quando a resistência ambiental passa a ser fator decisivo no tama-
nho da população. A partir daí, a população entra em equilíbrio, apresentando
pequenas oscilações em torno de uma média.

Unidade 5 67
Capacitação Ambiental

Outro gráfico de crescimento populacional é a curva em “J”, isto é, exponencial.


É uma curva típica de populações jovens. Essa forma de crescimento ocorre na
população mundial humana.

Figura 12 – Curva de crescimento populacional humano

Pelo gráfico, podemos perceber que a população humana é uma população de


crescimento contínuo.

Pergunta
E a resistência ambiental? A população humana não sofre a ação da
seleção natural?

Podemos dizer, de um modo geral, que as técnicas de produção de alimentos,


os avanços da medicina, a produção de remédios e antibióticos, as técnicas de
conservação de alimentos, o saneamento básico têm contribuído muito para o
crescimento e a longevidade das populações humanas, apesar de seu potencial
biótico não ser elevado como o de insetos, coelhos ou peixes (LOPES, 1996).

Densidade populacional
A densidade corresponde ao número de indivíduos de uma população em uma
determinada área ou volume.

68
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

O crescimento de uma população depende de dois conjuntos de fatores: um


que contribui para o aumento da densidade, do qual fazem parte a taxa de
natalidade e a taxa de imigração, e outro que contribui para a diminuição da
densidade, do qual fazem parte a taxa de mortalidade e a taxa de emigração.
O modo como esses fatores interagem determina se e como o crescimento da
população sofre variação.

Taxa de natalidade e taxa de mortalidade


Segundo Cassini (2005, p. 2-5):

A taxa de natalidade corresponde à velocidade com que novos


indivíduos são adicionados à população, por meio da reprodução. A
taxa de mortalidade corresponde à velocidade com que indivíduos
são eliminados da população, por morte. Em ambas as taxas, o fator
tempo é importante. Em populações naturais, em geral, a taxa de
mortalidade é mais alta em populações com alta taxa de natalidade.
Uma população de ostras, por exemplo, produz milhares de ovos em
cada estação reprodutiva, mas, dentre estes, apenas alguns formam
indivíduos que atingem a idade adulta ou reprodutiva. Nos grandes
mamíferos, entretanto, a taxa de natalidade é menor do que as
obtidas em populações de ostras, mas a taxa de mortalidade também
é menor. Cada uma dessas taxas, isoladamente, diz pouco sobre o
crescimento da população. Para isso, deve-se calcular seu índice de
crescimento, assim definido:

Ainda segundo Cassini (2005), quando a taxa de natalidade é alta e a de mor-


talidade é baixa, a população está crescendo, e o índice de crescimento é maior
que 1. Ao contrário, quando a taxa de mortalidade é mais alta do que a de
natalidade, a população está diminuindo, e o índice é menor que 1. Em países
desenvolvidos, a taxa de natalidade e a de mortalidade da espécie humana se
aproximam, daí resultando um índice de crescimento próximo de 1.

Unidade 5 69
Capacitação Ambiental

Taxa de imigração e taxa de emigração


Correspondem, respectivamente, ao número de indivíduos que entram e que
saem de uma população, por unidade de tempo. Esses dois mecanismos corres-
pondem à dispersão ou à migração dos organismos. Certas populações animais
apresentam migrações em função das estações do ano.

Fatores bióticos reguladores do tamanho da população


A regulação do tamanho das populações é feita por vários fatores, abióticos
e bióticos. Um importante fator abiótico, por exemplo, é o clima. Aqui vamos
analisar, no entanto, apenas os fatores bióticos: competição infraespecífica,
competição interespecífica, predação e parasitismo (CASSINI, 2005).

Aula 5:
Projeções populacionais
e econômicas e seus
impactos sobre a pobreza
e o meio ambiente
Durante o século XX, o impacto do crescimento populacional e econômico
sobre o meio ambiente foi enorme. Em 1804, a população mundial atingiu um
bilhão de pessoas. O impacto desse contingente de habitantes e as consequên-
cias iniciais da Primeira Revolução Industrial sobre o planeta não foram muito
grandes. Em 1922, a população mundial atingiu dois bilhões de pessoas, e as
transformações econômicas provocadas pela Segunda Revolução Industrial
começaram a transformar o mapa do mundo. Nas décadas seguintes, paralela-
mente à difusão do modo de produção e ao consumo industrial, o volume da
população mundial aumentou em mais quatro bilhões de habitantes, dobrando
o estoque existente e atingindo mais de seis bilhões de pessoas no ano 2000.

70
Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental

Em pleno século XXI, persistem visões otimistas e escatológicas sobre a relação


entre população e meio ambiente. Ao mesmo tempo, existe o desafio de se
combater a pobreza. Para tanto, são necessárias políticas de apoio ao cresci-
mento econômico e à distribuição de renda. Portanto, existe um desafio muito
grande pela frente no sentido de avançar no bem-estar da humanidade, com
redução da pobreza e da desigualdade, sem destruir o meio ambiente e as
condições naturais que fornecem alimentos, água, ar, energia, matérias-primas,
enfim, o substrato da vida na Terra.

Colocando em Prática
Parabéns! Você chegou à última unidade do curso Fundamentos de
Controle da Prevenção Ambiental! Agora, acesse o AVA e faça a ativida-
de que foi desenvolvida sobre esta unidade. Em caso de dúvidas, releia
o conteúdo ou entre em contato com seu tutor.

Relembrando
Nesta unidade, você estudou o crescimento populacional. Em seguida,
a teoria populacional malthusiana e teoria populacional neomalthusia-
na foram abordadas. Você viu a relação entre ecologia e o crescimento
populacional e as considerações sobre projeções populacionais e eco-
nômicas e seus impactos sobre a pobreza e o meio ambiente.

Alongue-se
Preparado para o desafio? Ainda não? Então, relaxe por alguns mo-
mentos! Movimente-se, faça uma caminhada, escute uma boa música.
Quando se sentir disposto, volte sua atenção para o desafio.

Desafio
Chegou o momento de você realizar o desafio! Lembre-se de que você
se dedicou ao estudo, e esta questão vai garantir sua certificação no
curso Fundamentos de Controle da Prevenção Ambiental. Agora, acesse
o AVA, observe atentamente a questão e faça o que é pedido.

Unidade 5 71
Conhecendo o
Autor

JOSÉ ROBERTO DE SOUZA DE ALMEIDA LEITE


é bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq
– Nível 2F. É bacharel em Ciências Biológicas pela
Universidade de Brasília (UnB) (2001), doutor em
Ciências Biológicas (Biologia Molecular/Bioquímica)
pela UnB (2004) e tem pós-doutorado em Bioquími-
ca pela EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnolo-
gia (2004-2006). Atualmente, é professor adjunto II
pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus
Ministro Reis Velloso (Parnaíba/PI), onde é coorde-
nador de pesquisa e pós-graduação. É diretor de
projetos do Instituto Biodiversidade do Delta (IBD),
na Parnaíba. Tem experiência na área de bioquími-
ca, biotecnologia e bionanotecnologia, com ênfase
em química de peptídeos e proteínas, e ecologia de
anfíbios. Atua, principalmente, nos seguintes temas:
espectrometria de massa, bionanosensores eletro-
químicos, purificação e caracterização bioquímica
de macromoléculas, peptídeos antimicrobianos,
ecologia e biogeografia.

73
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