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Tecnologia em Gestão Hospitalar

Sustentabilidade e Responsabilidade Social


Módulo 1

Professor Autor

Fabiano Fernandes Toffoli


Toffoli, Fabiano Fernandes
Sustentabilidade e Responsabilidade Social:
Módulo 1 – Centro Universitário São Camilo – São
Paulo: 2016.
26 f.
Apostila - Módulo 1 - Sustentabilidade - Centro
Universitário São Camilo Virtual, 2016.
1. História . 2 . Sustentabilidade. 3.
Responsabilidade Social.
I. Título
Centro Universitário São Camilo/SP

2
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Coordenador Geral de Graduação Designer

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Coordenadora Administrativa de EaD Web Designer

Andrea Masunari Marcela Brum de Souza Roman


Coordenadora Pedagógica de EaD Estagiária de produção de áudio e vídeo

Fabiano Fernandes Toffoli


Professor Autor

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Sumário

Conversa inicial........................................................................................................ 6

1. Sustentabilidade: histórico e definições............................................................... 8

2. A Sustentabilidade nos três setores organizacionais............................................ 13

3. Considerações finais............................................................................................. 25

4. Referências ......................................................................................................... 26

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Objetivo Geral

Proporcionar ao aluno a oportunidade de compreender as noções de


sustentabilidade, tendo em vista a importância disso para a vida em sociedade.

Objetivos Específicos

• Apresentar noções de sustentabilidade;

• Identificar as ações de sustentabilidade presentes nos três setores de economia;

• Compreender as atitudes favoráveis à sustentabilidade e seus benefícios para a


sociedade.

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Conversa inicial...

Olá! Seja bem-vindo (a) à disciplina de Sustentabilidade e Responsabilidade Social.

Nesse primeiro módulo traremos a você o conceito e os aspectos históricos


considerados essenciais para a construção dos seus conhecimentos relacionados à
Sustentabilidade e Responsabilidade Social ressaltando a importância desse saber
para profissionais de todos os segmentos, ciente também que maior ênfase e grau
de importância tem esse saber para aquele que atua profissionalmente na área da
saúde.

Vamos ver o porquê?

Muito se fala e se discute acerca de sustentabilidade, não é verdade?

Bem, diante disso, é fundamental que se façam algumas pontuações sobre os


conceitos e definições de Sustentabilidade e Responsabilidade Social, a começar
pela necessidade de expor a contextualização histórica dos princípios dessa ação.

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Saiba você que desenvolvimento sustentável, genericamente, pode-se definir
como aquele que compatibiliza simultaneamente a implementação de três
diretrizes indissociáveis, a iniciar por aquela que considera a proteção ambiental
baseada no respeito pelo uso dos recursos ambientais renováveis e não renováveis,
tendo em vista o hoje e as atuais e futuras gerações; em segundo plano temos a
diretriz que busca implantar uma vida socialmente justa de modo a contemplar as
necessidades básicas do indivíduo, grupo de indivíduos e da sociedade como um
todo; e, por último, a diretriz que apresenta uma proposta economicamente viável
com a criação de riquezas para todos ao propor modos de produção e consumo
mais duráveis, de modo que a utopia, ou o desejo de sua real existência seja
viável. É fundamental que essas três diretrizes sejam atingidas simultaneamente.

Após considerar todos esses aspectos acima citados, o conceito de uma ação
sustentável deve também abranger o respeito às diversidades culturais, locais
e sociais, mas também, fundamentalmente, à eficiência energética. Sem uma
adequada gestão energética qualquer tentativa de uma ação sustentável se torna
inválida.

Pronto!

Agora que já apresentamos uma noção básica sobre o assunto e os trilhos de


aprendizagens a serem seguidos, peço que se dedique aos estudos, pois o tema
é interessante, o saber é amplo e temos consciência da sua importância para o
profissional da saúde.

Av@nte!

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1. Sustentabilidade: histórico e definições

As preocupações com a conservação do meio ambiente e com o consumo


excessivo de recursos naturais não são recentes. No início dos anos de 1970,
no século passado, um grupo de pesquisadores, reunidos no denominado Clube
de Roma publicou um relatório intitulado como “Os limites do crescimento”
alertando, sinteticamente, ao mundo para o extremo gasto energético dos países
desenvolvidos, bem como para o crescimento excessivo da população dos países
pobres ou subdesenvolvidos. O Brasil se encaixava no rol destes últimos.

Já naquela época, sabia-se que o consumo energético excessivo advindo dos


países desenvolvidos faria o mundo entrar em colapso caso todos os habitantes do
planeta tivessem um consumo energético como o norte americano, por exemplo.
Em outro segmento, esses pesquisadores conclamavam que a população mundial
e o capital industrial, assim como a produção mundial de bens e serviços deveriam
ser congelados, sob o risco, num futuro muito próximo, de o mundo entrar em
colapso.

Até esse período era razoável o consenso entre as Nações de que os recursos
naturais eram inesgotáveis ou claramente substituíveis, ou ainda que a questão
ambiental não compunha a agenda do desenvolvimento entre os países. De forma

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alguma se discutiam problemas de produção e consumo, bem como a forma dessas
relações entre as diversas nações.

No ano de 1972 foi realizada em Estocolmo, capital da Suécia, a Primeira


Conferência Mundial do Meio Ambiente com a participação de aproximadamente
400 Organizações da Sociedade Civil e 113 países.

O relatório denominado como “Os limites do crescimento” causou efeitos


diversos entre as nações participantes, pois os países subdesenvolvidos não
concordaram com os princípios preconizados na reunião e propuseram o chamado
“Desenvolvimento a qualquer custo”, ou ainda, que a pobreza fosse o pior tipo de
poluição que a população pudesse sofrer.

De qualquer forma, iniciou-se a discussão, em nível global, acerca de problemas


ambientais, como a desertificação de rios e lagos, assim como, problemas de oferta
de saneamento básico e o esgotamento dos recursos naturais.

Saiba mais!

Veja o vídeo “Gran Diplomata - Dicas de meio ambiente: 1972 Estocolmo”.


Clique aqui.

Saiba você que o Termo Desenvolvimento Sustentável surgiu pela primeira vez no
Relatório `Nosso Futuro Comum`, também denominado Relatório Brundtland (sob
a coordenação da política, médica e diplomata norueguesa Gro Harlem Brundland,
tendo sido responsável também pela Comissão Mundial da ONU ao tratar do Meio
Ambiente e Desenvolvimento – UNCED).

Publicado pelas Nações Unidas, em 1987, esse relatório serviu de base para
a segunda Conferência das Nações Unidas voltada ao Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD), também conhecidos com o Rio 92 ou Eco 92, cuja
definição trazida por ele ao Desenvolvimento Sustentável menciona ser “o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a
capacidade de as futuras gerações satisfazerem as suas próprias necessidades”.

A Rio 92 foi realizada no mês de junho desse ano com a participação de 108 países
representados por diversos chefes de Governo e de Estado conferindo a essa
reunião um peso político bastante grande.

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Como resultado dessa Conferência, criaram-se condições de atuação global e a
consciência de que a proteção ambiental deveria ser prioridade entre as Nações,
sendo que a problemática ambiental não se coloca apenas como proteção dos
recursos naturais, o chamado discurso verde, mas também como uma questão
capaz de afetar o desenvolvimento e os padrões de produção e consumo das
nações ricas e pobres, do acesso aos recursos ambientais e do respeito às
diversidades sociais e culturais dos povos.

Podem ser considerados os principais documentos da Rio-92: as Convenções da


Biodiversidade, da Desertificação e das Mudanças Climáticas. Apesar de ter surgido
em 1987 com o Relatório Brundtland, o termo desenvolvimento sustentável passou
a ser amplamente utilizado a partir da Rio-92.

Importante!

Vale ainda ressaltar a máxima introduzida à época da Rio-92: “Pensar


globalmente e agir localmente”.

A última Conferência das Nações unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável


ocorreu no Rio de Janeiro, no mês de junho de 2012, denominada Rio+20. Os focos
principais da Conferência foram: 1) A economia verde no contexto da erradicação
desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; 2) A estrutura
institucional para o desenvolvimento sustentável.

Como pôde ser observado, os dois temas fundamentais da Conferência giram


em torno do Desenvolvimento Sustentável e não apenas dos temas proteção
ou preservação ambiental, justiça social e viabilidade econômica, mas da
Sustentabilidade envolvendo os três temas simultaneamente dispostos nas
seguintes áreas de atuação multissetoriais:

1.Segurança Alimentar 2.Água 3.Energia

4.Cidades 5.Trabalhos verde- 6.Oceanos e Mares,


inclusão social SIDS (Pequenos
Estados Insulares em
Desenvolvimento
7.Desastres naturais 8.Mudança Climática 9.Floresta e
Biodiversidade
10.Degradação do solo e 11.Montanha 12.Produtos Químicos e
desertificação Dejetos
13.Consumo e Produção 14.Educação 15.Igualdade de sexos
Sustentável

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Cabe ainda ressaltar que esses temas fundamentais foram exaustivamente
discutidos e adotados em razão das alterações climáticas e que, embora causem
discussões acirradas no meio científico, já podem ser constatados em razão de
eventos extremos ocorridos nos últimos anos.

Convém lembrar que as mudanças climáticas e os eventos ocorridos e que vêm


ocorrendo são indicadores da necessidade de atenção não apenas das autoridades
e governos, mas da sociedade como um todo no sentido de atuarem de forma
preventiva (e curativa) preparando-se por meio de adequados sistemas de
informação e previsão, além de ações e das adequadas articulações entre os
diferentes agentes sociais afetos.
Relato de Experiência!

Vídeo! https://www.youtube.com/
watch?v=rCn2YVQICSQ

O Furacão Katrina, ocorrido nos Estados


Unidos em 2005, que devastou os Estados do Mississipi e Alabama destruindo
boa parte da cidade de Nova Orleans, o que veio causar quase 2000 mortes, além
dos prejuízos da ordem de 81 bilhões de dólares trouxe à tona a ineficiência
do poder público americano em conduzir as ações que pudessem resolver esses
problemas é um bom exemplo de como a sociedade deve se organizar para esses
acontecimentos.

As grandes chuvas ocorridas em janeiro de 2011, que igualmente devastaram


as cidades cariocas de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis causando
aproximadamente 1000 mortes, também podem ser considerados exemplos
da necessidade da sociedade e governos se organizarem para acontecimentos
extremos.

Frente a esse quadro global de alterações sociais e ambientais carentes de novas


posturas da sociedade, é necessário que os diferentes agentes intervenham nas
mais diversas esferas de atuação. Assim sendo, cabe também aos agentes do setor
produtivo cumprir novas funções e obrigações de modo a construir uma sociedade
mais justa ou, em outras palavras, uma Sociedade Sustentável.

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E o que vem a ser uma Sociedade Sustentável?

É aquela que atende às necessidades de sua população em relação a alimento,


água e ar de boa qualidade, abrigo e outros recursos básicos sem comprometer a
capacidade das gerações futuras.

Reflita: Somos uma sociedade sustentável? Estamos caminhando em direção ao


“desenvolvimento sustentável”? Qual é a sua contribuição para atingirmos a
sustentabilidade? Não deixe de assistir ao vídeo “A história das coisas”. Clique
aqui.

Veja também a ilustração a seguir que resume o conceito de sustentabilidade,


também conhecida como tripé da sustentabilidade. Clique aqui.

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2. A Sustentabilidade nos três setores organizacionais

As organizações e/ou o segundo setor têm a possibilidade mais imediata e


premente de atuarem em ações de sustentabilidade visto que possuem nas
sociedades organizadas maior agilidade frente às regulamentações, sendo
frequentemente mais eficientes e rápidas na apresentação dos resultados do que
as políticas públicas.

Veja com atenção!

◊ Primeiro Setor: o Estado, representado pelas administrações


públicas constituídas, ou seja, o “setor público” que aplica o
dinheiro público em ações para a sociedade.

◊ Segundo Setor: o mercado constituído pelas empresas que


exercem atividades privadas, ou seja, atuam em benefício próprio
e particular investindo o dinheiro privado nas suas próprias
atividades.

◊ Terceiro Setor: organizações sem fins lucrativos. Atuam nas


lacunas deixadas pelos setores públicos e privados em busca do
bem-estar da população. Esse Setor utiliza, via de regra, o dinheiro
privado para fins privados, o que não impede que o setor público
transfira verbas para o terceiro setor.

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Desse modo, o espírito da nova empresa não possui apenas o papel de reproduzir a
riqueza e o capital, de transferir lucros aos acionistas, remunerar adequadamente
seus funcionários e recolher adequadamente impostos, mas de buscar, além das
obrigações exigidas por lei ou pela economia, objetivos de longo prazo que sejam
bons para a sociedade. Isso traz à tona a visão estratégica desenvolvida pelas
organizações, uma vez que devem estar atentas às mudanças das sociedades, bem
como dos agentes que atuam ao seu redor, dentre esses, devemos destacar:

a) os consumidores de bens e serviços;

b) os acionistas das empresas;

c) os trabalhadores ou colaboradores;

d) as organizações sindicais;

e) as entidades classistas;

f) as organizações não governamentais

g) o poder público, que é o responsável por novas regulamentações.

Para a efetivação de uma organização sustentável, qual seja sua natureza e porte,
é necessário proceder a mudanças, nas quais interlocutores são fundamentais.
Nesse contexto, faz-se necessária a definição de stakeholders, (tradução: partes
interessadas), grupos que são afetados pela organização ou partes interessadas
que devem estar de acordo com as práticas de governança corporativa executadas
pela empresa. São exemplos de stakeholders: concorrentes, fornecedores,
prestadores de serviço, investidores, colaboradores, entre outros.

A identificação dos stakeholders é uma etapa fundamental para o início da prática


de sustentabilidade das organizações visto que a justaposição de diferentes pontos
de vista é fundamental para determinar sua reputação e prosperidade a longo
prazo frente a realização de um diálogo transparente e honesto, de forma a ser
reconhecida a sua idoneidade e transparência. É necessário também reconhecer
que as empresas por si só não são capazes de compreender, a contento, as
alterações de suas decisões, por isso a necessidade de incorporação em suas
decisões de considerações diversas ligadas aos ambientes naturais e sociais.
Ressalte-se que essa é uma decisão estratégica e que se consideram opiniões, em
alguns casos, bastante antagônicas.

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Consequentemente, para a alteração do posicionamento da empresa, com a
inserção dos stakeholders sem sua gestão, é necessário que práticas de governança
sejam refletidas e repensadas. Tradicionalmente, considera-se o conjunto de
regras que determinam e regem o funcionamento de empresas, principalmente
a responsabilidade dos dirigentes frente aos acionistas, as novas determinações
de sustentabilidade determinam que o dirigente incorpore novas obrigações,
notadamente aos interesses da empresa e sem fixação determinante em valores
de curto prazo.

Os dirigentes deverão estar atentos particularmente no que se refere a:

1. Existência de fóruns encarregados do estudo de nomeações e da


remuneração ou ainda em verificar contas das empresas;

2. A presença de gestores independentes da administração própria, que não


possuem vinculação direta com a empresa;

3. Independência de auditores;

4. Consequência das atitudes tomadas pelos gestores da administração das


empresas.

Isso significa que os gestores deverão ter em mente não apenas os interesses
tradicionais específicos à performance das organizações, mas também os
interesses das diversas partes interessadas e que são afetadas pelas atividades da
organização, a considerar os impactos que a atividade causa ao ambiente, à sua
performance e viabilidade econômica e à justiça frente às comunidades, no que
tange aos princípios de justiça social.

Cabe evidenciar que a empresa responsável apresenta oito características


consideradas “chaves”, conforme Laville, 2009:
a) Forte comprometimento baseado em seus valores;

b) Vontade de progresso contínuo e atitude marcada pela humildade;

c) Compreensão e aceitação da interdependência da empresa e seu entorno;

d) Visão de longo prazo baseada em responsabilidade para com as gerações


futuras;

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e) Princípio da precaução como regra de decisão (esse princípio será
discutido em módulo posterior);

f) Prática constante de diálogo e da consulta aos stakeholders, inclusive em


temas mais espinhosos;

g) Desejo sistemático de informar e ser transparente;

h) Capacidade em responder por seus atos e prestar contas dos impactos


diretos e indiretos de sua atividade.

A Revista Exame considera ainda cinco dicas essenciais para tornar a empresa
Sustentável. Clique aqui.

1. Faça uma revisão

A manutenção das máquinas precisa ser feita regularmente, assim como a


parte elétrica da empresa não deve ser negligenciada. “Algumas ligações são
completamente inadequadas e, além de ser um desperdício de energia, corre-se o
risco de provocar um acidente”.

Há casos em que o empresário vai precisar investir a médio e longo prazo. “Trocar
lâmpadas tradicionais por led”, substituir o refrigerador antigo ou trocar o ar
condicionado por um que modula de acordo com o consumo de energia”.

2. Identifique alternativas;

Energia limpa, separar o lixo e reutilizar embalagens são algumas questões que
entram no tema da sustentabilidade, porém, é preciso uma pesquisa básica antes
que o empresário comece a adotar medidas em seu negócio.
radas “chaves”, conforme Laville, 2009:

3. Busque parcerias locais;

Separar produtos para reciclagem é um esforço que a maioria dos pequenos


empresários faz. Entretanto, é exatamente essa prática que o desmotiva, pois,
a coleta acaba misturando tudo que ele separou. Existem ecopontos na capital
paulista, por exemplo, e que é possível se aliar a pequenas cooperativas.

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4. Envolva todas as partes;

A tendência do consumidor é reconhecer as atitudes de um empresário que está


contribuindo com a sustentabilidade do planeta. “Se bem divulgado, o cliente
valoriza”,

Além disso, ressalta-se a importância de o empresário envolver os funcionários.


“Um elemento importante na sustentabilidade é a oportunidade de
relacionamento, educação e engajamento”.

5. Controle dos gastos;

Copos plásticos, papéis e produtos de limpeza são alguns produtos que fazem parte
da rotina da maioria das pequenas empresas. O controle é o melhor aliado para a
economia. Uma planilha com registros, sendo atualizados mensalmente já auxilia o
empresário.

Os exemplos acima podem revestir-se de baixa significância, entretanto, são


considerados adequados para a reflexão da prática da sustentabilidade em
organizações.

Considerando os fundamentos descritos acima, somando-se ainda questões


acerca da questão da Ética, que serão discutidos posteriormente, a passagem da
conceituação teórica à prática da sustentabilidade oferece algumas resistências
apresentadas abaixo e baseadas em Laville, 2009:

◊“A sustentabilidade funciona para pequenas e médias empresas atípicas,


mas é impossível para um grande grupo como o nosso”.

◊“Tudo isso funciona em grandes grupos, que têm meios para pagar por essas
iniciativas, mas é impossível em uma pequena empresa como a nossa”.

◊“Salvar o planeta não é o papel da empresa”.

◊“O Estado é pago para resolver os problemas sociais ou ambientais. Não


nossa empresa”.

◊“Nossos acionistas nunca nos deixarão fazer isso”.

◊“Nossos clientes não dão a mínima e nunca estarão dispostos a pagar por
tudo isso”.

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“Nossa atividade não tem nenhuma relação com isso: não vendemos diretamente
ao consumidor final. Nossa atividade não é poluidora”.

◊ “O Desenvolvimento sustentável é uma iniciativa de países ricos que não se


adapta a países emergentes”.

◊ “É uma questão de ambiente e de ajustes”. “Devemos simplesmente


mudar a maneira como os produtos são fabricados tomando os cuidados para
poluir menos”.

◊ “A responsabilidade da empresa para na porta da fábrica”.

◊ “A empresa deve encontrar sozinha as respostas, ou será acusada de


fraqueza”.

Considera-se ainda que as dificuldades apresentadas acima, algumas contraditórias


entre si, não oferecem obstáculos intransponíveis à adoção de práticas de
sustentabilidade. Em maior ou menor grau, as dificuldades podem ser rebatidas, ou
mesmo seu questionamento transformado em oportunidades.

Importante!

O SEBRAE publicou em 2013 pesquisas acerca da Sustentabilidade em Pequenas e


Médias Empresas.

Conheça os resultados mais significantes postados logo abaixo:

◊ 54% dos empresários brasileiros não percebem a sustentabilidade dos


seus negócios como uma “oportunidade de ganhos”;

◊ 83,4% não realizam captação de água da chuva e/ou reutilização de água;

◊ 49,1% dos entrevistados fazem reciclagem de pilhas, baterias ou pneus;

Apesar de mais da metade dos entrevistados não verem a sustentabilidade


como uma “oportunidade de ganho”, muitos realizam ações com foco na
sustentabilidade, como coleta seletiva de lixo (70,2%), controle do consumo de
papel (72,4%), controle do consumo de água (80,6%) e controle do consumo de
energia (81,7%).

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Saiba mais!

Veja as Cartilhas referentes à adoção de práticas sustentáveis publicadas pelo


SEBRAE. Clique aqui.

A sondagem foi realizada com mais de 3,9 mil empreendedores de todo o Brasil.

Para a prática sustentável pelas empresas, é necessária uma série de atitudes que
visem consolidar adequadamente as organizações. Vamos conhece-las?

◊ Compras responsáveis, assunto delicado, visto que tende a focar


fundamentalmente o aspecto preço. Assim sendo, boas compras poderão
auxiliar e influenciar os consumidores finais nas questões de produção e
consumo.

◊ Compras adequadas sugerem melhorias na aquisição de materiais que


consumam menor quantidade de matéria ou energia; agora as aquisições
verdes melhoram a qualidade e confiabilidade das empresas, tanto as
adquiridoras como as fornecedoras, bem como estimulam a inovação de
novos produtos ou serviços; já as compras adequadas revelam, ainda, ser bons
indicadores de Gestão.

◊ Comércio justo no que tange à aquisição de bens e serviços, a escolha de


trabalhar com os mais pobres e utilizar desse mecanismo como ferramenta
para uma melhor justiça social.

◊ Marketing responsável capaz de considerar a compreensão e apoio


dos consumidores, da preferência por produtos e serviços responsáveis,
principalmente frente aos concorrentes. Considera-se ainda que a
responsabilidade da área de marketing seja essencial visto que essa
área induz e preconiza as relações de produção e consumo, portanto é
absolutamente delicada se considerar-se os princípios da sustentabilidade.

◊ Comunicação e publicidade responsáveis. Como parte fundamental do


marketing, a comunicação está no centro das estratégias da sustentabilidade
das empresas. As ações de sustentabilidade pressupõem uma mudança radical
em forma de produção e consumo, em vista disso, comunicações inadequadas
podem provocar o “verdejamento” das estratégias de comunicação e
marketing, levando ao consumidor informações inadequadas e vazias.

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◊ Redução dos impactos negativos da publicidade por meio de uma
abordagem ética das comunicações.

◊ Comunicação acerca dos engajamentos sociais e ambientais da empresa.


Nesse aspecto, os tópicos acima descritos devem ser considerados. Isso
constitui parte de um conjunto de ações que devem ser criteriosamente
avaliadas em sua comunicação. Muitas empresas, pelas mais diferentes
justificativas, preferem não comunicar sobre suas ações sociais e ambientais.
A publicização ocorrida por meio de balanços institucionais, como o ISE (Índice
de Sustentabilidade Empresarial) da BMFSP, constitui alternativa atraente da
comunicação das ações das empresas:

◊ Estruturar comunicação que seja ação positiva em termos de


responsabilidade social ou ambiental. As comunicações podem servir de
veículo indutor à mudança de padrões de produção e consumo, com aspectos
muitas vezes considerados pedagógicos.

? Curiosidade

Milton Friedman fala sobre responsabilidade social.

“Eu não compraria ações de uma empresa que contratasse este tipo de liderança.
A responsabilidade de um executivo de empresa é produzir, aos acionistas da
empresa, a quantidade de dinheiro possível, enquanto ele estiver jogando as
regras do jogo.

Quando um executivo decide tomar ações de cunho social, ele está tirando
dinheiro de alguém - seja dos acionistas, na forma de dividendos mais baixos,
seja dos empregados, na forma de salários mais baixos, seja do consumidor, na
forma de preços mais altos.

A responsabilidade de um executivo de uma empresa é de respeitar todos os


termos do se contrato. Se ele não conseguir fazê-lo em sã consciência, então
deveria largar seu emprego e arrumar outro jeito melhor de fazê-lo.

Ele tem o direito de promover o que enxerga, como sendo desejável para seus
objetivos morais, somente com o próprio dinheiro. ”

O Economista Prêmio Nobel de Economia Milton Friedman entendia que essa era a
verdadeira Responsabilidade Social, portanto, sustentabilidade das empresas.

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Por fim, cabe aqui ressaltar a importância de comentar sobre fundamentos das
Teorias Econômicas e a questão da sustentabilidade.

Saiba você que as tradicionais escolas econômicas, tanto a Liberal - cujo maior
representante é Adam Smith -, como a Marxista, de uma forma ou de outra
negligenciaram os aspectos ambientais, particularmente no que tange à
esgotabilidade dos recursos ambientais, o que é lamentável, não acha?

As escolas econômicas, em seu princípio, entendem que recursos naturais não


representam limite absoluto à expansão da economia e que estes podem ser
substituídos. A esse processo damos o nome de Sustentabilidade Fraca.

Para a chamada economia ambiental, a economia é considerada não sustentável


se a poupança total ficar abaixo da depreciação combinada dos ativos produzidos e
não produzidos.

Saiba mais!

1. Depreciação: Entende-se como sendo o custo ou a despesa decorrente


do desgaste ou da obsolescência dos ativos imobilizados (máquinas,
veículos, móveis, imóveis e instalações) da empresa.

2. Poupança: é a parcela da renda de pessoas, empresas ou instituições


superavitárias, que não é gasta no período em que é recebida e, por
consequência, é guardada para ser usada num momento futuro.

3. Ativos: Termo básico utilizado para expressar o conjunto de bens, valores,


créditos, direitos e assemelhados que forma o patrimônio de uma
pessoa, singular ou coletiva, num determinado momento, avaliado pelos
respectivos custos.

Desse modo, passa-se a considerar Capital Natural (recursos + sistema vivos +


serviços do ecossistema) como o quarto pilar da Economia, juntamente com os
conceitos de depreciação, poupança e ativos.

Georgescu-Roeden, economista romeno da década de 1970 do século passado,


apontou a ideia de irreversibilidade e de limites como decorrência da segunda
lei da termodinâmica (lei da entropia), em contraposição à primeira lei (sobre a
transformação da matéria) nos processos econômicos, ou seja, analogamente aos
princípios da física, nos processos econômicos matéria e energia tendem a dissipar-
se, não sendo possível sua recuperação. Assim, se comportam os recursos

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ambientais em processos econômicos de produção, não sendo possível sua
recuperação.

Em outras palavras, processos econômicos e, portanto, referentes ao uso de


recursos ambientais não se comportam como se estivessem em um sistema
fechado, em que a energia tende a manter-se indefinidamente. Ao contrário, a
energia tende a dissipar-se, não sendo possível sua recuperação e reintrodução no
sistema.

Nesse sentido, é necessária a maximização do uso da matéria e energia na


produção de bens de consumo, visto que recursos ambientais são esgotáveis e
constituem, ou podem constituir, um obstáculo ao processo de fabricação de bens
ou prestação de serviços. Assim sendo, recursos ambientais representam um
obstáculo à expansão da economia.

Inovações tecnológicas e o progresso científico são importantes para se aumentar


a eficiência no uso dos recursos ambientais, entretanto, não são suficientes para se
garantir a plena sustentabilidade.

Da mesma forma, Capital e Capital Natural não são perfeitamente substituíveis,


tampouco antagônicos, mas sim complementares.

Finalmente, conforme a Organização Mundial da Saúde, os sete elementos que um


Hospital Amigo do Ambiente precisa apresentar:

Multimídia

Para aqueles que já assistiram ao vídeo recomendado em momento anterior (A


História das Coisas) – Reflitam sobre as diferenças entre a chamada Economia
Circular e Economia Linear.
Para complementar o aprendizado, clique aqui.

a) Eficiência Energética: reduzir custos e o consumo de energia através de


medidas de eficiência e conservação;

b) Projeto de edifícios verdes: construir hospitais adequados às condições


climáticas locais e otimizados para redução da demanda de energia e outros
recursos;

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c) Energia alternativa: Produzir e/ou consumir energia limpa, renovável,
garantindo operação confiável e resiliente;

d)Transporte: usar combustíveis alternativos na frota de veículos do hospital;


estimular caminhadas ou o uso das bicicletas no acesso à unidade; promover
o uso de transporte público entre funcionários, pacientes e comunidade;
localizar os serviços de forma a minimizar as necessidades de transporte dos
funcionários;

e) Alimentação: fornecer alimentação cultivada localmente e de forma


sustentável;

f) Resíduos: Reduzir, reusar, reciclar, compostar (orgânicos); empregar


tratamentos alternativos à incineração;

g) Água: Economia de água; evitar água engarrafada quando existirem


alternativas seguras.

Há uma preocupação crescente com a sustentabilidade dos espaços dedicados


ao cuidado com a saúde, não somente, no que se refere ao aumento da
eficiência quanto ao consumo de água, energia e gestão de resíduos, mas
também com a qualidade do ar, da acústica e do nível de conforto dos
usuários em relação à climatização e acesso ao contato com a natureza. Os
hospitais sustentáveis são aqueles que respondem a essas questões.

A certificação LEED® foi criada pelo USGBC (United States Green Building
Council) em 1999 para identificar e destacar empreendimentos sustentáveis
por meio de criteriosos processos de certificação. Internacional, ela apresenta
sete dimensões a serem avaliadas nas edificações: Localização e Acessos;
Espaços Sustentáveis; Uso da Água; Energia; Materiais e Recursos; Qualidade
dos Ambientes Internos; e Inovação em Projetos.

Atualmente, existem diversas certificações ambientais para edifícios


sustentáveis. Para obtenção da certificação é necessária uma avaliação de
estrutura, espaços, instalações e processos, o que gera uma classificação
de desempenho ambiental. Para hospitais, de forma mais específica,
a certificação a ser considerada, mais utilizada no mundo, é o LEED for
Healthcare.

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Para a obtenção deste certificado são definidos um conjunto de normas
e padrões de desempenho com o objetivo de mensurar e certificar como
sustentáveis o projeto, a construção e a operação de edificações de saúde
de alto desempenho, saudáveis, duráveis, economicamente viáveis e
ambientalmente conscientes.

Extraído de http://www.temsustentavel.com.br/green-hospitals-certificacao-
leed-para-hospitais-sustentaveis/ e https://practicegreenhealth.org/pubs/
toolkit/reports/BusinessCaseForGreening.pdf

Exemplos de hospitais sustentáveis com certificação LEED for Healthcare

No Brasil:
Hospital Albert Einstein
Sírio Libanês
Santa Paula
Unimed
9 de Julho
Laboratórios Fleury

No exterior:
Ochsner Health System, localizado em New Orleans, EUA
Inha University Hospital, na Coréia do Sul

Pensando nas empresas

A expressão desenvolvimento sustentável caiu no gosto da mídia, mas


sua implantação na prática ainda é muito lenta. Sob constante pressão,
as empresas alegam que precisam de tempo para se adaptar as novas
exigências, mas não há como negar que a consciência ambiental do século XXI
vem modificando profundamente as práticas empresariais. E para melhor!!!
Como exemplo disso temos que a avaliação de desempenho das organizações,
antes medida exclusivamente com base em dados financeiros, agora sofre
oscilações, dependendo dos impactos ecológicos e sociais de suas atividades.

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3. Considerações finais...

Finalizamos nosso primeiro módulo da disciplina de Sustentabilidade e


Responsabilidade Social que tratou do tema Sustentabilidade.

Espero que seu aprendizado tenha sido de grande valia, pois se trata de um
assunto de grande importância para a Gestão Hospitalar.

Foram abordados os conceitos de desenvolvimento sustentável dentro do


seu contexto histórico e ainda foram discutidas as questões relacionadas à
sustentabilidade nos diferentes setores organizacionais.
Sem dúvida, as organizações precisam se adequar as mudanças necessárias
no que se refere a conservação ambiental com o intuito de melhorar a vida da
humanidade.

Aguardo você no próximo momento de estudo.

Até lá!

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4. Referências

AGUIAR, Roberto Ramos de. Direito do meio ambiente e participação popular.


Brasília: IBAMA, 1994.

ASHLEY, Patricia. Responsabilidade Social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2003

ARRUDA M.C.; WHITAKER M.C.; RAMOS. J.M. Fundamentos da ética empresarial e


econômica. São Paulo: Atlas, 2001.

LAVILLE, Élisabeth A empresa verde. São Paulo: Õte, 2009

CAVALCANTE, Clovis. Desenvolvimento e natureza. Estudos para uma sociedade


sustentável. Recife: Cortez, 3. ed., 2003

BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial. Conceitos modelos e


instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2. ed., 2007.

Análise - Gestão ambiental – 2011/2012. São Paulo: Análise, 2012

FISCHMANN, Adalberto Américo; et al. Planejamento estratégico na prática. São


Paulo: Atlas, 2. ed.,1991

VAN BELLEN, HANS MACHAEL. Indicadores de sustentabilidade. Rio de Janeiro: FGV,


2. ed. 2006

ANTUNES, David. Externalidades negativas sobre o meio ambiente. Processos


econômicos de custeio, Anhanguera Educacional, vol XII, 18, 2009

MURGEL Branco, Samuel. Ecossistêmica: uma abordagem integrada dos problemas


do meio ambiente. São Paulo: Edgard Blucher, 1981.

http://www.sustentabilidade.sebrae.com.br/Sustentabilidade/;

http://exame.abril.com.br/topicos/sustentabilidade

http://www3.ethos.org.br/

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