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RESPONSABILIDADE
SOCIAL
“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.
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salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
SUSTENTABILIDADE E
RESPONSABILIDADE SOCIAL
PROF.º DR. GUSTAVO PISANO MATEUS
SUMÁRIO
AULA 01 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 05
AULA 02 SUSTENTABILIDADE 12
AULA 01
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Caro estudante, para que possamos iniciar nossas reflexões acerca do meio
ambiente e as formas de desenvolvimento social e suas relações com o desen-
volvimento sustentável, precisamos, antes de tudo, definir e conceituar “meio
ambiente”, em especial quando consideramos a urgência dessa temática em um
panorama mundial.
Mas para que possamos compreender esse “simples” conceito devemos traçar
uma trajetória histórica. Em uma perspectiva histórica podemos afirmar que as
definições atuais, e consequentemente o próprio conceito de meio ambiente, são
reflexos de uma série de estudos, reflexões e eventos históricos.
Fazendo uma breve relação com a história nacional, embora nosso país tenha
sido explorado de forma desenfreada e imensurável no período da colonização
portuguesa, os esforços iniciais para o desenvolvimento de que mais tarde se
transformou em uma política ambiental efetiva, aconteceu na década de 1930
quando o Brasil começou a “caminhar” rumo à industrialização, visto que esse
movimento e/ou período de desenvolvimento de processos industriais foi mar-
cado pela exploração intensiva de recursos naturais e impactos ambientais sig-
nificativos.
Já em uma perspectiva internacional, as preocupações para com o ambiente
tornaram-se significativas em 1960, atingindo seu ápice na década seguinte, com a
publicação do relatório e marco histórico intitulado: Os limites do crescimento (The
limits to Growth) divulgados pelos intelectuais e empresários que faziam parte do
Clube de Roma. Conforme Salheb et al. (2009), esse relatório buscava a limitação
do desenvolvimento econômico baseado na extração de recursos naturais, porém
para os países em desenvolvimento como o Brasil, as sugestões do relatório não
foram convenientes, uma vez que limitava a exploração de recursos, “dificultando”
consequentemente seu desenvolvimento econômico. Uma das principais contri-
buições deste relatório consistiu no despertar da consciência ambiental, uma vez
que na conclusão deste relatório foram apresentado indícios e indicadores de
desenvolvimento do planeta que alertavam sobre os níveis de industrialização,
poluição e exploração de recursos fazendo com que a capacidade de suporte do
planeta fosse atingido em até 100 anos a partir de sua data de publicação.
Assim, caro(a) aluno(a), apesar das discussões e controvérsias envolvendo o
conceito de meio ambiente e a preocupações como o mesmo, a definição deste
termo somente foi disposto em nosso país de forma efetiva em 1981 com a pu-
blicação da Lei nº. 6.938/81 que discorria acerca da Política Nacional do Meio Am-
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biente, que em seu art. 3º definia meio ambiente como: “o conjunto de condições,
leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
Entretanto, ao analisarmos esse conceito, é comum nos pensarmos somente
em ambientes naturais, paisagens e ecossistemas como meios de obtenção de
recursos naturais. Tal pensamento se faz “parcialmente” correto, uma vez que o
conceito apresentado deveria ser mais abrangente, englobando ambientes “natu-
rais” oriundos da intervenção humana, conforme descrito por Silva (2004), o qual
versa sobre o meio ambiente enquanto:
[...] a natureza, o artificial e o original, bem como os bens culturais correlatos, com-
Aqui, passamos a uma percepção mais “ampla” de meio ambiente! Assim, pode-
mos inferir que dependemos diretamente do meio ambiente para a sobrevivência,
uma vez que tudo que está a nosso redor é considerado um componente do meio.
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Portanto, qualquer “forma” ou classificação do ambiente está relacionada com
o bem estar da população e consequentemente com o desenvolvimento social.
Acreditamos que após todos esses conceitos aprendidos, nem precisaríamos
dizer que uma “falência ambiental” nos traria sérias consequências. Por fim caro
aluno, toda e qualquer pressão que exercemos resulta em uma alteração ou im-
pacto das mais variadas amplitudes, nos guiando a seguinte conclusão: nossa
capacidade de influenciar e modificar o meio é que deve ser repensada! E deve
estar em conformidade com um desenvolvimento sustentável, propriamente dito.
Para pensarmos em desenvolvimento sustentável e em seu conceito, precisa-
mos compreender a relação do homem (Homo sapiens sapiens) com o ambiente e
com as demais espécies presentes no planeta Terra. Dito isso, os seres humanos
destacam-se principalmente em função de sua capacidade de transformação do
ambiente. Isso não significa que outras espécies não sejam providas de intelecto,
porém o ser humano evolutivamente apresenta características e habilidades que
o fazem capaz de adaptar-se.
Historicamente, o homem teve sua separação da condição animal quando
dominou o fogo, porém uma série de outros fatores possibilitaram o desenvol-
vimento dessa capacidade de adaptar-se, dentre eles: a linguagem, a vida em
“sociedade”, o cultivo do próprio alimento, crenças, consciência da própria Morte;
razão; moral; domínio tecnológico apurado; capacidade de aprendizagem; em
especial a capacidade de alteração ou modificação do meio em que vive (NINIS e
BILIBIO, 2012).
Com o passar do tempo, esta capacidade do homem fez com que o ambiente
fosse sendo constantemente alterado. Os meios naturais que já possuíam dinâmi-
cas próprias, inerentes a influência do homem, caracterizadas principalmente por
meio do fluxo de energia e matéria entre seus elementos constituintes, passaram
a ser substituídos por ambientes artificiais, voltadas a produção em ampla escala
de bens e serviços (CORTEZ; ORTIGOZA, 2009).
As diversas alterações ambientais de origem antrópicas apresentaram diversas
vertentes positivas e negativas, um exemplo clássico desta afirmação é repre-
sentado pela Revolução Industrial, período no qual houve intensa exploração de
recursos naturais e consequentemente elevada geração de resíduos persistentes,
em contrapartida, o mesmo período proporcionou amplo desenvolvimento de no-
vas tecnologias e vasto conhecimento sobre processos produtivos, bens e serviços
que influenciaram na melhoria da qualidade de vida da população no período.
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Logo, o desenvolvimento da ciência e de tecnologias para otimizar qualquer
processo produtivo, apesar de necessário para o atendimento das demandas
populacionais cada vez mais crescentes, tomaram vias contrárias ao equilíbrio e
manutenção ambiental. Diversos autores indicam que a crise ambiental da moder-
nidade é oriunda de um modelo societário pautado em metodologias desenvolvi-
mentistas e com visão exclusiva ao progresso científico e tecnológico, resultando
assim em uma sociedade extremamente consumista e utilitarista que atrela a
degradação ambiental apenas a uma mínima consequência de seus processos
(CAPRA 2012; LEFF 2010). Para Sampaio e colaboradores (2013) o estabelecimento
do sistema capitalista, no qual vivemos se consolida por meio da degradação am-
biental, e é baseado em teorias neoclássicas que buscam legitimar cientificamente
a convicção de que o crescimento econômico e tecnológico é capaz de solucionar
problemas de degradação ambiental com o passar do tempo.
A teoria econômica que melhor embasa esse pensamento é a chamada Curva
Ambiental de Kuznets que estabelece uma relação direta entre a distribuição in-
dividual de renda e a degradação ambiental. Por meio de dados de crescimento
e distribuição de renda de países como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, o
autor desenvolveu uma curva em “U invertido”, que indica a distribuição individual
da renda tende a ser pior nos primeiros estágios do desenvolvimento econômico,
mas fatores como alterações na composição da produção e do consumo, aumento
do nível educacional e da conscientização relacionada às questões ambientais,
bem como sistemas políticos mais abertos, em teoria, a partir de determinado
ponto, resultarão em tendências
favoráveis, proporcionando um
crescimento da renda per capita,
ou seja, melhor distribuição de
renda e consequentemente um
consumo mais racional dos recur-
sos naturais.
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Figura 1 - Curva de Kuznets
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Anote isso
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SUSTENTABILIDADE
AULA 02
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Olá caro(a) aluno(a), nesta aula iremos conhecer e discutir sobre a sustentabili-
dade! É fato que a preocupação com o meio ambiente cresceu de forma acentuada
desde as últimas décadas, a partir de uma “conscientização da sociedade geral”
em relação aos impactos das atividades humanas.
Cabe também reforçar a ideia de que essa preocupação com o meio ambiente
deve ser colocada em prática o mais cedo possível, sendo esta difundida e perpe-
tuada nos anos iniciais da educação básica. Esse argumento é importante quando
em especial se considerarmos que a população mundial está crescendo de forma
expressiva e com esse crescimento vem a degradação do meio ambiente. Para
termos uma ideia da dimensão daquilo que iremos discutir, a população mundial
cresceu quatro vezes no século XX, passando de cerca de 1,5 bilhão em 1990, para
7 bilhões em 2011, com projeções de 9 bilhões de habitantes em 2050.
Em face dessa realidade, buscar medidas, discutir e difundir conceitos que
devem ser entendidos e projetados para a dimensão social, empresarial e organi-
zacional se faz essencial neste momento! Você se lembra de nossa primeira aula
onde discutimos que a degradação ambiental ocorre para o desenvolvimento? E
que muitas vezes a nossa forma de pensar e agir sobre o meio ambiente é que
devem ser repensadas? É nesse entendimento que iremos discutir e pensar em
sustentabilidade!
A sustentabilidade e o Desenvolvimento Sustentável abordado em nossa úl-
tima aula, para Stepanyan e colaboradores (2013), tem uma aproximação muito
grande em termos de significado e embora sejam muito utilizados em leituras
científicas, no setor privado e nos textos de políticas públicas, ainda nota-se uma
“falta de consenso” entre esses conceitos. Ainda para os mesmos autores os signi-
ficados destes termos e a aproximação entre eles variam na literatura em função
do número de perspectivas e vinculações a diferentes contextos e campos de
atuação.
Para Barbosa e colaboradores (2014), mesmo com a ausência de “consenso
geral” em relação aos termos, existe uma aceitação coletiva em relação aos signi-
ficados, que de forma geral traduzem a busca desse equilíbrio entre as necessi-
dades dos seres humanos e o meio ambiente, e em compreender suas dinâmicas
específicas de interação. Feil e Schreiber (2017), versam que outro aspecto inte-
ressante sobre os termos é a representação de um ideal positivo e a busca pelo
bem-estar humanos em longo prazo por meio da gestão do sistema ambiental
humano.
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Faremos dessa problemática um dos objetivos na nossa aula: conceituar sus-
tentabilidade e compreender sua aproximação do conceito de desenvolvimento
sustentável! Mas inicialmente iremos conhecer um pouco da trajetória histórica
que auxiliou nesse processo.
Essa construção ocorreu em face de uma série de eventos nacionais e inter-
nacionais (escala global) que discutiam o tema. Segundo Ayres (2018), por meio
da ONU - Organização das Nações Unidas, foram realizadas as Conferências In-
ternacionais do Meio Ambiente, inicialmente em Estocolmo (1972), em segunda
oportunidade no Rio de Janeiro (1992), seguidas por Johanesburgo (2002) e nova-
mente no Rio de Janeiro (2012).
A atenção dada às questões ambientais está amparada pelo texto constitucio-
nal (1988) em seu artigo 225 que expressa sobre as responsabilidades do poder
público em assegurar um meio ambiente equilibrado e de qualidade para futuras
gerações, assim como garantir a aplicabilidade na forma da lei para cumprimento
de determinações legais, garantidas nos dispositivos constitucionais.
1962 Publicação do livro “Pri- Livro publicado por Rachel Carson que teve grande
mavera Silenciosa” (Silent repercussão na opinião pública e expunha os perigos do
spring) inseticida DDT.
1968 Criação do Clube de Roma Organização informal cujo objetivo era promover o
entendimento dos componentes variados, mas indepen-
dentes – econômicos, políticos, naturais e sociais -, que
formam o sistema global.
1968 Conferência da Unesco sobre Nessa reunião, em Paris, foram lançadas as bases para a
a conservação e o uso racio- criação do Programa: Homem e a Biosfera (MAB).
nal dos recursos da biosfera.
1971 Criação do Programa MSB da Programa de pesquisa no campo das Ciências Naturais
UNESCO e sociais para a conservação da biodiversidade e para a
melhoria das relações entre o homem e o meio ambien-
te.
1972 Publicação do livro “Os limites Informe apresentado pelo Clube de Roma no qual previa
do crescimento” que as tendências que imperavam até então conduzi-
riam a uma escassez catastrófica dos recursos naturais
e a níveis perigosos de contaminação num prazo de 100
anos.
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1972 Conferência das Nações A primeira manifestação dos governos de todo o mundo
Unidas sobre o Meio Ambien- com as consequências da economia sobre o meio am-
te Humano em Estocolmo, biente. Participaram 113 Estados-membros da ONU. Um
Suécia dos resultados do evento foi a criação do Programa das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUMA).
1980 I Estratégia Mundial para a A IUCN, com a colaboração do PNUMA e do World Wil-
Conservação dlife Fund (WWF), adota um plano de longo prazo para
conservar os recursos biológicos do planeta. No docu-
mento aparece pela primeira vez o conceito de desen-
volvimento sustentável.
1983 É formada pela ONU Presidida pela Primeira-Ministra da Noruega, Gro
a Comissão sobre o Harlem Brundtland, tinha como objetivo examinar as
Meio Ambiente e o relações entre meio ambiente e o desenvolvimento e
Desenvolvimento (CMMAD) apresentar propostas viáveis.
1987 É publicado o informe Um dos mais importantes sobre a questão ambiental e
Brundtland, da CMMAD, o o desenvolvimento. Vincula estreitamente economia e
“Nosso Futuro Comum”. ecologia e estabelece o eixo em torno do qual se deve
discutir o desenvolvimento, formalizando o conceito de
desenvolvimento sustentável.
1991 II Estratégia Mundial para a Documento conjunto do IUCN, PNUMA e WWF, mais
Conservação: “Cuidando da abrangente que o formulado anteriormente; baseado
Terra” no Informe “Brundtland”, preconiza o reforço dos níveis
políticos e sociais para a construção de uma sociedade
mais sustentável.
1992 Conferência das Nações Uni- Realizada no Rio de Janeiro, constitui-se no mais impor-
das sobre o Meio Ambiente e tante foro mundial já realizado. Abordou novas pers-
Desenvolvimento, ou Cúpula pectivas globais e de integração da questão ambiental
da Terra. planetária e definiu mais concretamente o modelo de
desenvolvimento sustentável. Participaram 170 Estados,
que aprovaram a Declaração do Rio e mais quatro docu-
mentos, entre os quais a Agenda 213.
1997 Rio + 5 Realizado em New York, teve como objetivo analisar a
implementação do Programa da Agenda 21.
1997 Protocolo de Kyoto Visa combater o aquecimento global que causa o efeito
estufa.
2000 I Foro Mundial de âmbito Teve como resultado a aprovação da Declaração de
Ministerial – Malmo (Suécia) Malmo, que examina as novas questões ambientais
para o século XXI e adota compromissos no sentido de
contribuir mais efetivamente para o desenvolvimento
sustentável.
2002 Cúpula Mundial sobre o Realizada em Johanesburgo, nos meses de agosto e
Desenvolvimento Sustentável setembro, procurou examinar se foram alcançadas as
– Rio + 10 metas estabelecidas pela Conferência do Rio-92 e serviu
para que os Estados reiterassem seu compromisso com
os princípios do desenvolvimento sustentável.
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2009 - Substituição do Protocolo Conferência da ONU sobre mudanças climáticas: 120
de Kyoto; chefes de Estado e de Governo.
- Acordo de Copenhague
(Dinamarca);
- Convenção sobre Mudança
Climática das Nações Unidas;
2012 Conferência das Nações Uni- Realizada no Rio de Janeiro, assim como sua predeces-
das sobre o Meio Ambiente e sora Eco92, procurou avaliar as metas acordadas inicial-
Desenvolvimento, ou Rio +20. mente, assim como avaliar o andamento dos processos
vinte anos após a consagração da Agenda 21.
Anote isso
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desempenhar atividades diferentes dos concorrentes ou desempenhar as mes-
mas atividades de modo diferente (PORTER, 1999).
Para Barbieri (2011), a empresa que se antecipa no atendimento dessas novas
demandas por meio de ações legítimas e verdadeiras de preservação ao meio am-
biente acaba criando um importante diferencial estratégico. Trata-se de “um olhar
sustentável sobre o mundo empresarial” que foi sendo aprimorado em função
do tempo e das abordagens estratégicos nas diferentes organizações (ANTUNES,
2013). Observe que as ações deixam de ser reativas e passam a ser proativas e
seguem no sentido da inovação e da diferenciação no mercado.
Quadro 2 – Evolução dos conceitos e estratégias sustentáveis com seus respectivos pontos de
interesse e atuação.
Sustentabilidade Sustentabilidade Sustentabilidade Sustentabilidade
1.0 2.0 3.0 4.0
Projetos Ações pontuais Processo
Reativa Reativa Proativa
Responde demanda Busca formas de Atua integrada aos Daqui algumas décadas
de stakeholders atra- maximizar o valor da processos da empresa, a sustentabilidade 3.0
vés de projetos marca através da co- fazendo parte do dia a não será suficiente.
e/ou atende deman- municação das ações dia das áreas de negó- Como uma empresa
das pontuais sociais e ambientais cio ou de produção. O sobreviveria num cená-
da empresa que eu tenho de mudar rio onde o mundo não
das áreas de negócio
nos meus processos precisa dela?
ou de produção
para alcançar a susten-
tabilidade?
Mitiga impactos Gera reputação Minimiza riscos Assegura a empresa no
mercado
Custo Custo Investimento Visão de longuíssimo
prazo
Fonte: Adaptado de Antunes (2013).
Por fim caro(a) leitor(a), isso possibilita ampliar o horizonte acerca das aplica-
ções da sustentabilidade que se efetiva por meio da adoção de técnicas voltadas
ao processos produtivos que esgotaremos em um segundo momento. Esperamos
que você possa ter compreendido o conceito e um pouco acerca da aplicação
deste vasto e tão relevante conceito!
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REFERÊNCIA
ANTUNES, J. Sustentabilidade 4.0 – A Inovação como fonte de sustentabilidade
para as empresas. In:______. Um olhar sustentável sobre o mundo empresarial.
Rio de Janeiro, 2013.
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OBJETIVOS DE
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL (ODS)
AULA 03
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Olá caro(a) leitor(a), a presente aula irá destinar-se a compreensão dos Ob-
jetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Porém, antes de conhecer tais
objetivos que são tão relevantes para todos os profissionais e cidadãos contem-
porâneos, iremos conhecer um pouco de sua trajetória e o que levou de fato a
origem de tais objetivos.
Sabe-se que a atenção as condições humanas no que tange a saúde, aten-
dimento as necessidades básicas, educação e qualidade de vida tem recebido
enfoque internacional constante. E tal atenção e preocupação global levaram a
criação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Mas o que são os
ODM? Iremos juntos compreender!
Segundo Souza (2015), os ODM corresponderam a uma iniciativa global da
Organização Nações Unidas (ONU) nos anos 2000 em acordo com o governo de
cerca de 185 países-membros da ONU. Tratavam-se de 21 metas a serem atingidas
entre os anos 2000 – 2015, tendo por base os dados e registros dos anos 1990, a
partir de um esforço coletivo entre esses países, objetivando o desenvolvimento
social e a eliminação da extrema pobreza.
Anote isso
De acordo com Roma (2019), o marco regulatório dos ODM foi a Resolução nº
55/2 da Assembleia Geral da ONU, que recebeu o nome de “Declaração do Milênio
das Nações Unidas”. Ainda segundo Roma (2019 p. 34):
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[...] tal resolução foi apresentada durante a 55ª sessão da Assembleia Geral, a cha-
2000, na sede da ONU, em Nova Iorque, Estados Unidos. Segundo esse importante
documento, o principal desafio a ser enfrentado àquela época era garantir que a
globalização se tornasse uma força positiva para todos os povos do mundo, uma vez
que, embora fosse reconhecido que esta oferecesse grandes oportunidades, seus
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• Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento: “Avançar
no desenvolvimento de um sistema comercial e financeiro aberto, basea-
do em regras, previsível e não discriminatório”, “Atender às necessidades
especiais dos países menos desenvolvidos”, “Atender às necessidades
especiais dos países sem acesso ao mar em desenvolvimento e dos
pequenos estados insulares em desenvolvimento”, “Tratar globalmente
o problema da dívida dos países em desenvolvimento, mediante medi-
das nacionais e internacionais de modo a tornar sua dívida sustentável
a longo prazo”, “Em cooperação com as empresas farmacêuticas, pro-
porcionar o acesso a medicamentos essenciais a preços acessíveis nos
países em vias de desenvolvimento”, e “Em cooperação com o setor pri-
vado, tornar acessíveis os benefícios das novas tecnologias, em especial
das tecnologias de informação e de comunicações”.
Assim, nos países que participam acordaram com os ODM diversas ações e
projetos/programas nacionais foram desenvolvidos para alcança-los, entretanto,
alguns foram desses objetivos foram atingidos globalmente outros apenas em
algumas nações. De forma geral os ODM representaram um marco de mobilização
social nas mais diferentes dimensões do desenvolvimento em todas suas verten-
tes (social, ambiental, econômico). De forma geral os ODS foram considerados
exitosos no atendimento dos anseios e necessidades globais.
Findada uma explicação inicial sobre os ODM, iremos agora abordar os ODS!
Tais objetivos representam para a sociedade um grande avanço em termos sus-
tentabilidade e desenvolvimento sustentável e tornam-se imprescindíveis para o
trabalho e atuação de todo e qualquer profissional contemporâneo, então vamos
lá!
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Em atendimento a necessidade de substituir os ODM, findados em 2015, de
forma prévia no ano de 2012 foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre
o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) no Rio de Janeiro. Como resultado deste
evento foi publicado um documento que recebeu o nome de “O futuro que nós
queremos”. Entretanto em 2015, os então 193 países da ONU validaram e aderi-
ram ao documento intitulado “Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para
o Desenvolvimento Sustentável”. Para Roma (2019, p. 38), neste documento, os
países-membros da ONU reconheceram:
Isto está
na rede
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6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento
para todos.
7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível
à energia, para todos.
8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável,
emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.
9. Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclu-
siva e sustentável e fomentar a inovação.
10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.
11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros,
resilientes e sustentáveis.
12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus
impactos.
14. Conservar e usar sustentavelmente os oceanos, os mares e os recursos
marinhos para o desenvolvimento sustentável.
15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas
terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a deser-
tificação, deter e reverter a degradação da terra, e deter a perda de
biodiversidade.
16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento
sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir ins-
tituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global
para o desenvolvimento sustentável.
Para alcançar tais objetivos, a agenda propõe 169 metas, interligadas e alinha-
das com as dimensões ambiental, econômica, social e institucional, cuja realização
se dará nos próximos 15 anos, na incansável busca pela sustentabilidade que seja
sobretudo, consciente e resiliente.
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Isto está
na rede
Notem, caros (as) leitores (as), que em nenhum momento os ODS foram descri-
tos como de natureza legalmente obrigatória, logo, não se tratam de leis, mas sim
de objetivos firmados pelos países-membros da ONU que para serem alcançados
devem ser difundidos e disseminados em forma de políticas voluntárias locais,
possibilitando assim, forma de alcança-las. Não havendo punições ou sanções a
ser administradas caso os objetivos não sejam de fato alcançados.
Isto acontece
na prática
Por fim caro(a) leitor(a), esperamos ter contribuído com o seu entendimento
do que são os ODS. Cada um dos objetivos macro serão discutidos e detalhados
em um segundo momento.
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REFERÊNCIAS
Relatório Sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 2015. Nova Iorque:
Organização das Nações Unidas, 2015.
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OBJETIVOS DE
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL E A
DIMENSÃO SOCIAL
AULA 04
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Olá caro(a) aluno(a), nesta aula iremos conhecer um pouco mais sobre os Ob-
jetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) voltados a dimensão social, para
que possamos refletir acerca do crescimento econômico considerando também
as variáveis sociais! Para que você possa conhecer um pouco mais acerca desta
dimensão, ou ainda atuar com esta temática dentro das diferentes organizações
da qual fará parte ao longo de sua carreira profissional.
Claro que todos os ODS estão relacionados e se mesclam para alcançarmos
as metas estabelecidas pela Organização Nações Unidas (ONU). Ao longo desta
aula, iremos conhecer alguns exemplos/informações de ações que contemplam
os ODS estabelecidos como parte da agenda 2030 da Organização Nações Unidas
e realizados por algumas organizações voltados a questão social.
Todos nós já ouvimos falar e já discutimos os conceitos de empreendedoris-
mo, esta disciplina nos cursos de graduação que visa motivar as pessoas para
buscarem realizar seus sonhos. Mas para efeito de entendimento vamos enten-
der que há na bibliografia muitos estudiosos e autores que conceituam o termo
empreendedorismo e o ser empreendedor, e cada qual aborda e relata o termo
sob uma visão própria como, por exemplo, o Economista francês Jean-Baptiste
Say, que aborda o movimento de recursos econômicos, Peter Drucker, que fala
sobre o aproveitamento de oportunidades para criar as mudanças.
Temos ainda um dos mais conceituados autores na área Schumpeter (1949)
considerado um dos mais importantes economistas do século XX que complemen-
ta essas definições entendendo o empreendedor como indivíduo que reforma ou
revoluciona o processo “criativo-destrutivo” do capitalismo, por meio do desenvol-
vimento de nova tecnologia ou do aprimoramento de uma antiga – o real papel
da inovação. Esses indivíduos são os agentes de mudança na economia.
Podemos dizer então que o empreendedor cria um equilíbrio e encontra uma
posição clara e positiva mesmo que seja em um ambiente turbulento movimen-
tado a economia, ou seja, ele identifica oportunidades na ordem presente.
Nós sabemos que o empreendedorismo movimenta a economia local, regional
até internacional e sem esses “corajosos” homens e mulheres iniciando, alavan-
cando novas empresas, a economia sofreria. E é justamente neste contexto de
“presente” com diversas preocupações sociais e ambientais que torna-se cada
vez mais evidente o empreendedorismo social abordando a preocupação com a
sociedade.
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O empreendedorismo social é uma área de pesquisa que foi consolidada no
final da década de 90, é um termo cunhado por Bill Drayton – Fundador e Presi-
dente da ASHOKA que significa um negócio lucrativo e que ao mesmo tempo traz
desenvolvimento para a sociedade. As empresas sociais, diferentes das ONGs ou
de empresas comuns, utilizam mecanismos de mercado para, por meio da sua
atividade principal, buscar soluções de problemas sociais.
O termo nasceu da percepção da existência de indivíduos que combinam prag-
matismo, compromisso com resultados e visão de futuro para realizar profundas
transformações sociais. Bezerra (2010) complementa como uma vertente do em-
preendedorismo em que os atores, em vez de trabalharem para mudar alguma
situação particular, inovando para criar produtos ou serviços empregando recur-
sos financeiros, emocionais, criativos, inovadores para melhorar o ambiente em
que vivem.
O Empreendedor Social aponta tendências e traz soluções inovadoras para
problemas sociais e ambientais, seja por enxergar um problema que ainda não é
reconhecido pela sociedade e/ou por vê-lo por meio de uma perspectiva diferen-
ciada. Este tipo de negócio com impacto social têm proliferado por todo o país,
por uma geração de empreendedores que pautam sua estratégia em valores
sustentáveis.
Como afirma Torres (2011) é comum ouvirmos falar que um projeto social fez
uma criança progredir na vida ao ponto dela ir estudar na Europa. A dúvida é será
que essa única criança é uma evidência relevante de que esse projeto realmente
causa impacto em uma comunidade? O autor diz ainda que histórias de vida são
muito impressionantes, mas, são via de regra, pouco representativas do real im-
pacto de um projeto sobre a população beneficiária.
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Quase cinco anos desde que a ONU adotou os Objetivos de Desenvolvimento
Iorque, destinado a examinar o processo para atingir os ODS, mostram que, en-
quanto todas as crianças deveriam estar na escola, uma em cada seis crianças
As projeções também mostram que 40% das crianças do mundo não conseguirão
concluir o ensino secundário nesse período, um percentual que deve atingir 50%
na África Subsaariana, onde a proporção de professores treinados tem caído
desde 2000.
presença na escola.
nos países de média renda e cair em quase um terço nos países africanos fran-
cófonos até 2030. Além disso, sem rápida aceleração, 20% dos jovens e 30% dos
adultos em países de baixa renda não conseguirão ler até 2030, para quando
“não deixar ninguém para trás”. No entanto, apenas 4% dos 20% mais pobres
concluíram o ensino médio nos países mais pobres, em comparação com 36%
dos mais ricos. A diferença é ainda maior em países de baixa e média renda.
ficou um déficit de 39 bilhões de dólares para atingir o ODS 4, mas a ajuda para
Fonte: <https://bit.ly/2See8q3>.
Para saber mais, acesse o link acima da página Nações Unidas Brasil e faça a
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Embora o posicionamento do autor seja coerente, de fato é relevante consi-
derarmos que ainda que não contribuam em grande escala, as ações pontuais
realizadas pelas organizações poderão ser extremamente relevantes e transfor-
madoras para os indivíduos afetados, o que contribuirá para “mudanças” pontuais
na realidade social em que ele está imerso. Contribuindo assim para mudanças
e correções de inequidades histórico-culturais.
O trabalho assistencialista é um importante trabalho desenvolvido por pro-
fissionais da área de projetos, ou ainda para profissionais que atuem neste seg-
mento dentro de grandes organizações. De acordo com Fontes (2008) muitas
instituições foram criadas nesta área para assistir uma determinada classe, como
por exemplo, o trabalho com crianças de rua e em toda a América Latina e su-
deste asiático nos anos 80 onde doações do mundo todo financiaram projetos
destinados a esta população.
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Com o objetivo de diminuir a pobreza e as desigualdades sociais, os países
em desenvolvimento devem focar suas políticas de assistência e proteção
social para o crescimento inclusivo. Mas como mensurar a eficácia dessas
políticas públicas? Como assegurar que o investimento seja bem gasto e
funcione para melhorar a vida daqueles que precisam?
Em artigo publicado pelo Centro Internacional de Políticas para o Cres-
cimento Inclusivo (IPC-IG), os autores Luis Henrique Paiva, pesquisador
do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), e Santiago Falluh
Varella, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), abordam
a literatura empírica acerca dos impactos da proteção social em aspectos
comportamentais microeconômicos, que acabam tendo efeitos no cres-
cimento econômico.
O artigo “Os impactos dos benefícios da proteção social em comporta-
mentos potencialmente relacionados ao crescimento inclusivo: uma re-
visão de literatura” analisa efeitos das políticas de proteção social em
pontos como consumo e poupança, oferta de mão de obra, educação,
fertilidade, migração e inovação e tomada de risco.
A partir da análise de estudos consolidados do campo da proteção social,
o artigo propõe uma visão ampla de como esses benefícios, sejam eles
contributivos ou não contributivos, afetam o comportamento das esco-
lhas econômicas do beneficiário.
Fazendo um paralelo, o tema tem relação direta com tópicos da economia
comportamental, campo que aplica teorias psicológicas e econômicas
nas tomadas de decisão monetárias. A elaboração e eficácia de políticas
públicas em questões de proteção social depende diretamente do enten-
dimento desses processos decisórios, hábitos e experiências pessoais.
Fonte: <https://bit.ly/2JwG7yu>.
Para saber mais, acesse o link acima da página Nações Unidas Brasil e
faça a leitura dos artigos na integra.
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Para saber mais, acesse o link acima da página Nações Unidas Brasil e
faça a leitura dos artigos na integra.
A Constituição Federal dispõe ainda em seu artigo 5º, sobre o princípio cons-
titucional da igualdade, perante a lei, nos seguintes termos:
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Artigo 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, ga-
seguintes.
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O empoderamento das mulheres é primordial para a promoção do de-
senvolvimento humano e do crescimento inclusivo, além de ser um direito
humano básico. Nesse cenário, as políticas de proteção social têm um po-
tencial importante na promoção da equidade de gênero e da inclusão das
mulheres na economia, principalmente nos países em desenvolvimento.
O Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG)
do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) sele-
cionou algumas publicações importantes para o debate sobre equidade
de gênero, proteção social e empoderamento das mulheres.
A Revista (PIF) “Women at work: addressing the gaps” (disponível em in-
glês) aborda as significativas barreiras que as mulheres em todo o mundo
enfrentam para se tornarem cidadãs economicamente ativas, e destaca
um aspecto crucial do empoderamento econômico das mulheres: a par-
ticipação no mercado de trabalho.
A Revista PIF “Proteção social: rumo à igualdade gênero” debate temas-
-chave relacionados à igualdade de gênero e à proteção social e traz uma
ampla gama de contribuições de mulheres acadêmicas e formuladoras de
políticas públicas. A revista conta com estudos que focam nos contextos
dos programas de proteção social implementados atualmente na África
do Sul, no Egito, em Uganda, na Tanzânia e no Brasil. Os artigos apresen-
tam reflexões sobre os desafios para a promoção da igualdade de gênero
por meio de políticas sociais.
A Revista PIF “Mulheres protagonistas” destaca exemplos de mulheres
que estão se mobilizando, mesmo em uma sociedade antagônica. As mu-
lheres protagonistas lutam contra as barreiras da sociedade, liderando
uma revolução social, cultural e econômica. Essa revolução é voltada,
principalmente, para a conquista feminina dos direitos iguais aos dos ho-
mens e à equiparação de injustiças históricas, bem como para a conquista
de um espaço na sociedade dedicado ao enfrentamento dos desafios
específicos às mulheres atualmente.
Fonte: <https://bit.ly/2XspZSu>.
Para saber mais, acesse o link acima da página Nações Unidas Brasil e
faça a leitura dos artigos na integra.
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Mas afinal, o que são valores sustentáveis, ou ainda o que é sustentabilidade?
Entenda-se como sustentáveis “as iniciativas capazes de levantar recursos a
partir das próprias ações, ou captadoras de investimentos da iniciativa privada,
e para as quais os problemas sociais são vistos como oportunidades” (CASAQUI,
2013, p. 93) e o empreendedor social deve ser inovador e sustentável além de se
preocupar com o benefício da sociedade.
Conforme o Portal Brasil (2010) a introdução do conceito de sustentabilidade
nas empresas é relativamente nova e busca equilibrar lucros com preservação
ambiental. Os “negócios sustentáveis” se baseiam em um modelo de gestão que
considera o lucro, mas também as pessoas e o planeta. É o chamado tripé da
sustentabilidade ou o “triple bottom line” (People, Planet and Profit).
Ainda conforme o portal em entrevista com Voltolini, diretor da consultoria
Ideia Sustentável “a empresa sustentável é capaz de responder ao desafio do
nosso tempo, em que a escassez dos recursos naturais redesenha as operações
de negócios”.
Voltolini (2013) ainda diz que como resultado de uma pesquisa divulgada pelo
Boston Consulting Group, junto com a MIT Sloan Management Review metade das
empresas entrevistadas mudou o seu modelo de negócios em resposta a opor-
tunidades socioambientais, 20% a mais do que na edição do mesmo estudo em
2012. São cada vez mais claras, portanto, as evidências de que sustentabilidade
gera dividendos econômico-financeiros. Itens como redução do uso de energia,
insumos e materiais apresentam resultados tangíveis para o caixa. Acredita-se
que empresas preocupadas com sustentabilidade são melhor vistas pela socieda-
de, pelos jovens profissionais e pelos colaboradores, entre outras razões porque
são percebidas como mais conectivas, sólidas e prósperas.
São cada vez mais claras, portanto, as evidências de que sustentabilidade gera
dividendos econômico-financeiros. Itens como redução do uso de energia, insu-
mos e materiais apresentam resultados tangíveis para o caixa. Acredita-se que
empresas preocupadas com sustentabilidade são mais bem vistas pela sociedade,
pelos jovens profissionais e pelos colaboradores, entre outras razões porque são
percebidas como mais conectivas, sólidas e prósperas.
A nova postura empresarial se mostra cada vez mais preocupada com o de-
senvolvimento social e sustentável. Conforme Dias (2011), a inserção da ideia
de Desenvolvimento Sustentável no meio empresarial tem se baseado no modo
como empresas assumem formas de gestão mais eficientes, com práticas voltadas
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para ecoeficiência e a produção mais limpa, muito além da perspectiva de um de-
senvolvimento econômico sustentável. O autor aponta ainda alguns fatores que
constroem a sustentabilidade empresarial, alinhando o crescimento econômico
com a utilização da natureza, ilustrados na figura 1:
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Até 2028, a América Latina e o Caribe vão responder por mais de 25%
das exportações globais de produtos agrícolas e pesqueiros, segundo um
novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e
a Agricultura (FAO) e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE). Publicação ressalta expansão do protagonismo regio-
nal em meio à desaceleração na produção e nas trocas em nível mundial.
De acordo com o levantamento Perspectivas Agrícolas 2019-2028, ao lon-
go dos próximos dez anos, a demanda global por bens agrícolas deve
aumentar 15%. Em média, o comércio de commodities agrícolas e pes-
queiras deve ter alta de 1,3% ao ano no período analisado. Apesar da
estimativa de crescimento, o índice é inferior à média anual de 3,3% ve-
rificada para o decênio 2009-2018.
Para a América Latina e Caribe, está previsto um aumento de 22% nas
safras — em comparação com os 15% estimados no nível global. Para os
produtos pecuários, o desempenho latino-americano e caribenho tam-
bém ficará acima da média mundial, com crescimento de 16% — dois
pontos percentuais acima do restante do planeta.
De acordo com a pesquisa, a demanda doméstica dos países da região
por produtos básicos — como milho, arroz e carne bovina — vai ter cres-
cimento menor do que a demanda internacional, o que indica que uma
parcela maior da produção agrícola latino-americana será destinada à
exportação.
Segundo o relatório, a produção agrícola e pesqueira na América Latina
e Caribe cresceu em média 2,7% ao ano nas últimas duas décadas. Atual-
mente, a região responde por 14% da produção agrícola mundial e por
23% das exportações de alimentos.
Fonte: < https://bit.ly/2Lmu1Kq>.
Para saber mais, acesse o link acima da página Nações Unidas Brasil e
faça a leitura dos artigos na integra.
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ção e sustentabilidade destes dois aspectos é fundamental para gerar impactos
duráveis de longo prazo.
Desta forma, caros alunos, concordam comigo que podemos dizer que o em-
preendedorismo social é ou pode ser também chamado de empreendedorismo
sustentável?
De acordo Boszczowski; Teixeira, (2012) com podemos dizer que o empreen-
dedorismo tem seu foco na criação de valor econômico e o empreendedorismo
sustentável amplia este objetivo e engloba também o desenvolvimento susten-
tável e seus benefícios sociais e ambientais.
O conceito do empreendedorismo sustentável envolve, portanto, a identifi-
cação, criação e exploração de novos negócios que possibilitem ao empreende-
dor obter lucros a partir da solução de um problema ambiental e social. Em sua
pesquisa as autoras concluem que as oportunidades são reconhecidas quando o
empreendedor relaciona cognitivamente seu conhecimento e experiência anterior
sobre uma causa social ou ambiental aos meios de satisfazê-la. (BOSZCZOWSKI;
TEIXEIRA, 2012).
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O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) capacitou
neste mês, em Recife (PE), cerca de 70 agriculturas brasileiras no uso
de cadernetas agroecológicas. Com a formação, a agência da ONU quer
impulsionar o monitoramento da produção feita por mulheres, lançando
luz sobre as contribuições dessa parte da população para o setor agrícola.
O treinamento fez parte da programação do Seminário Semear Inter-
nacional-FIDA de Capacitação para uso das Cadernetas Agroecológicas,
promovido pelo fundo das Nações Unidas em parceria com o Instituto
Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA). Evento aconteceu
do dia 3 a 5 de julho.
Durante a mesa de abertura do encontro, a reitora da Universidade Fede-
ral Rural de Pernambuco (UFRPE), Maria José de Sena, defendeu a inclusão
e a participação das mulheres na agricultura. “Com elas, temos a certeza
e a segurança de que o alimento que consumimos tem nutrientes e nos
faz bem”, afirmou a dirigente da instituição de ensino e pesquisa.
Já a coordenadora do grupo de trabalho de mulheres da Articulação Na-
cional de Agroecologia (ANA), Elisabeth Cardoso, ressaltou a necessidade
de empoderar as agricultoras. “Se costuma dizer que, sem feminismo,
não há agroecologia, mas vou além. Sem feminismo, não há convivência
com o Semiárido.”
Fonte: <https://bit.ly/2LU3dkr>.
Para saber mais, acesse o link acima da página Nações Unidas Brasil e
faça a leitura dos artigos na integra.
Esperamos aqui ter explicitado que as organizações tem papel ativo em relação
a responsabilidade social, uma vez que, enquanto construções sociais as empresas
e organizações, são sujeito o objeto ativo da realidade na qual estão inseridas e
fazem parte!
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OBJETIVOS DE
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL E A
DIMENSÃO AMBIENTAL
AULA 05
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A dimensão ambiental passa por grandes problemáticas, na realidade. Não
apenas por conta dos desastres e das catástrofes ambientais que acometem as
diferentes nações, conforme podemos acompanhar pelas notícias na mídia; mas
também pelos reflexos das ações humanas realizadas ao longo de toda histó-
ria da humanidade. Cabe, neste momento, caro(a) aluno(a), refletirmos sobre os
impactos das nossas ações e, com isso, tomarmos consciência de que toda ação
resulta em uma ação de igual intensidade, conforme relata a terceira lei de New-
ton. Em uma perspectiva ambiental dessa linha de raciocínio, vale destacar que
nossas ações e impactos sobre o meio ambiente resultam em impactos de igual
proporção e que, quando associados, podem culminar em efeitos irreversíveis.
Em virtude de todas essas ações e discussões, o meio ambiente se tornou,
atualmente, motivo de grande preocupação para toda a sociedade, em especial
no que diz respeito à preservação, manutenção e recuperação de áreas florestais,
mananciais de água, matas ciliares e de toda a biodiversidade que nos presta
serviços ambientais inestimáveis. Cabe nesse instante esclarecermos um pouco
sobre o que vem a ser Serviços Ambientais (SA).
Souza e col. (2016) conceituam SA como os benefícios relacionados à qualidade
de vida das pessoas, associados à adoção de práticas de manejo de recursos natu-
rais, ou seja, gerados por intervenção humana. Em outras palavras, SA podem ser
considerados os benefícios obtidos e proporcionados pelo meio ambiente; claro
que também se relaciona às intervenções antrópicas realizadas para otimizar tais
benefícios, como o desenvolvimento de tecnologias limpas, metodologias para a
gestão ambiental apropriada ou outras formas de promover a sustentabilidade.
Apesar de todos os esforços de preservação e conscientização observados ao
longo dos anos por ambientalistas e ativistas da causa, o que se observa é o au-
mento crescente da população humana, incorrendo em um aumento da poluição
do ar, água e solos a níveis impraticáveis. Uma das grandes preocupações, nesse
sentido, é direcionada aos produtos químicos e resíduos provenientes das ativida-
des industriais. É importante ressaltar que esses resíduos resultam da combina-
ção de elementos químicos por meio de processos criados pelo homem, que de
outra maneira não existiriam, e que podem, muitas vezes, oferecer riscos diretos
ou indiretos à saúde humana e ao meio ambiente. Nesse sentido, as atividades
industriais e organizacionais vêm sofrendo exigências legais, e algumas delas vêm
reagindo mediante a implementação de estratégias de gestão. Em uma época
em que a sociedade se preocupa em incorporar boas práticas ambientais, as in-
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dústrias também vêm alterando o estilo de administrar seu processo produtivo,
buscando alternativas tecnológicas mais limpas e matérias-primas menos tóxicas.
Em uma perspectiva nacional, observamos os desastres ambientais extrema-
mente relacionados a questões éticas e organizacionais, como nos casos da mine-
radora Vale e do incidente no município em Mariana. Tais tragédias exemplificam,
infelizmente, como a relação entre o lucro, a ética e a preservação ambiental é
tênue.
Isto está
na rede
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Fonte: https://nacoesunidas.org/pos2015/ods15/
Isto está
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Em mensagem ao Dia Internacional de Conservação do Ecossistema de
Mangue, celebrado nesta sexta-feira (26), a diretora-geral da UNESCO,
Audrey Azoulay, lembrou que esses ecossistemas são fundamentais tanto
para comunidades de regiões costeiras — onde os manguezais são fonte
de subsistência e proteção contra desastres naturais — quanto para o
resto do mundo, que tem nos mangues um aliado contra o aquecimento
global.
“Seus complexos sistemas de raízes aprisionam sedimentos, reduzem
o fluxo da água e armazenam o carbono azul costeiro proveniente da
atmosfera e do oceano”, disse Audrey.
O carbono azul é o gás carbônico que é armazenado pelos ecossistemas
oceânicos e litorâneos, sendo absorvido da atmosfera e convertido em
biomassa, encontrada nos seres vivos e no meio ambiente. Com essa
captura de carbono, os mares e costas ajudam a regular o volume de
gases do efeito estufa dispersos na atmosfera.
A chefe da UNESCO afirmou ainda que os manguezais “contribuem para a
estabilidade do litoral, ao proteger os recifes de coral e prevenir a erosão
causada por ondas e tempestades”.
Para saber mais, acesse o link, da página Nações Unidas Brasil, e faça a
leitura do artigo na íntegra!
Fonte: https://bit.ly/312T49o.
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Os recursos renováveis são aqueles que podem ser repostos depois de remo-
vidos pelas atividades antrópicas. Por exemplo, florestas são renováveis quando
as árvores são derrubadas para obtenção de madeira e, concomitantemente,
são plantadas novas árvores. Igualmente, energia solar e eólica são exemplos de
recursos ambientais energéticos renováveis. É importante salientar que alguns
recursos renováveis podem se tornar não renováveis em consequência do cres-
cimento da população e do mau uso
que deles fazemos.
Os recursos não renováveis são
aqueles materiais explorados pelo
homem que acabam, se intensamen-
te explorados, e que para se renova-
rem é necessário muito tempo. Assim,
sua exploração em grande escala re-
sultará em seu rápido esgotamento.
São exemplos disso os combustíveis
fósseis - carvão, petróleo, gás natural,
xisto betuminoso - e muitos minerais.
Fonte: https://pixabay.com/
Fonte: https://nacoesunidas.org/pos2015/ods14/
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O especialista independente da ONU Baskut Tuncak afirmou que realizará
uma visita oficial ao Brasil do dia 2 a 13 de dezembro de 2019. O relator
— responsável por avaliar as implicações de direitos humanos associa-
das à gestão e ao descarte ambientalmente responsável de substâncias
e resíduos tóxicos — anunciou ainda que está recebendo contribuições
sobre o tema de todos os indivíduos e organizações interessados.
Pelo Twitter, Tuncak disse estar muito grato ao governo brasileiro pelo
convite. O especialista foi nomeado para o cargo pelo Conselho de Di-
reitos Humanos da ONU, em junho de 2014. Nessa função, Tuncak atua
como analista independente e realiza visitas regulares aos países-mem-
bros das Nações Unidas, a fim de analisar a conjuntura nacional da gestão
de químicos tóxicos.
Para saber mais, acesse o link, da página Nações Unidas Brasil, e faça a
leitura do artigo na íntegra!
Fonte: https://bit.ly/2YvJDBy.
Fonte: https://nacoesunidas.org/pos2015/ods13/
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Em preparação para a Cúpula de Ação Climática de 2019, a ONU, a Orga-
nização Mundial da Saúde (OMS), o Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente e a Coalizão Clima e Ar Limpo anunciaram na terça-feira
(23) uma nova iniciativa para mobilizar países a combater a poluição do
ar e o aquecimento global.
A Iniciativa Ar Limpo chama governos nacionais e subnacionais a com-
prometer-se em alcançar uma qualidade do ar que seja segura para os
cidadãos. O projeto também convoca os governos a alinhar as suas polí-
ticas de mudanças climáticas e de poluição do ar até 2030.
De acordo com a OMS, a cada ano, a poluição do ar causa 7 milhões de
mortes prematuras. Desses óbitos, 600 mil são de crianças. Segundo o
Banco Mundial, a poluição do ar custa à economia global estimados 5,11
trilhões de dólares em perdas sociais. Nos 15 países com os maiores
volumes de emissões de gases do efeito estufa, os impactos de saúde
da poluição do ar são estimados a um custo de mais de 4% do Produto
Interno Bruto (PIB).
O cumprimento do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas poderia
salvar mais de 1 milhão de vidas por ano até 2050. No marco dos esforços
para alcançar as metas do acordo, a redução da poluição do ar, por si só,
geraria benefícios de saúde estimados em 54,1 trilhões de dólares — o
que equivale aproximadamente ao dobro das despesas com mitigação.
Para saber mais, acesse o link, da página Nações Unidas Brasil, e faça a
leitura do artigo na íntegra!
Fonte: <https://bit.ly/2LLuTZm>.
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Nesse entendimento, caro(a) aluno(a), as questões ambientais relacionam-
-se diretamente a posturas, valores éticos e conceitos de gestão organizacional.
Esse último, em especial, refere-se aos desdobramentos das questões ambien-
tais dentro de uma organização. Dentre as estratégias e sistemas sustentáveis
de produção existentes destacam-se: Agricultura Orgânica, Produção Integrada
Agropecuária, Produção Aquícola, Produção Agroflorestal e Integração Lavoura-
-Pecuária-Floresta (ILPF).
Esperamos desta forma ter contribuído com a compreensão desta tão impor-
tante dimensão para a manutenção da qualidade de vida de toda a população!
REFERÊNCIAS
BARBIERI, J. C. Gestão Ambiental Empresarial: conceitos, modelos e instrumen-
tos. São Paulo: Editora Saraiva, 2011.
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OBJETIVOS DO
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL E A
DIMENSÃO ECONÔMICA
AULA 06
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Olá, estudante! Nesta aula iremos discutir sobre a relação dos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a dimensão econômica. Assim, para al-
cançarmos nosso objetivo e compreender, veremos exemplos de como ocorre
tal dinâmica e iremos conhecer juntos alguns conceitos relacionados a essa tão
relevante dimensão. Vamos lá?
A compreensão do que vem a ser a economia é imprescindível para desvendar-
mos e desmistificarmos variáveis socioeconômicas com as quais nos deparamos
diariamente em nossas rotinas, sejam estas no âmbito pessoal ou profissional.
Em outros termos, o contexto econômico compreende inúmeros aspectos da vida
em sociedade, se fazendo presente em cada decisão tomada por organizações e
gestores. Historicamente, observam-se conformações e movimentos originados
e marcados com base na dimensão econômica das nações que se fizeram valer
dos conceitos em prol de seu desenvolvimento.
No âmbito profissional, cotidianamente observam-se conceitos/mecanismos/
instrumentos da teoria econômica, dentre os quais podemos destacar: a agricul-
tura, a indústria, o comércio e as atividades primárias, secundárias e terciárias
de produção.
Conforme postula Móchon (2007), conhecer/compreender o contexto econô-
mico da sociedade em que vivemos expande expressivamente o conhecimento e
a compreensão sobre o mundo em que vivemos e, mais especificamente, sobre
o nosso país. Ainda, tal conhecimento fará com que você participe ativamente
do sistema econômico, compreendendo a política e os movimentos econômicos,
exercendo seu papel de cidadão e solidificando o exercício da cidadania.
Ufa! Parece complexo não é mesmo? Porém, iremos elucidar juntos em nossa
caminhada nesta aula!
Anote isso
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Diariamente, independente da classe de agentes econômicos ao qual pertence-
mos/atuamos, interagimos com questões econômicas, relacionadas por exemplo
com a precificação, oscilações de taxa e juros, inflação, déficit/superávit público,
entre outros (MENDES, 2004). Em linhas gerais podemos afirmar que a questão
econômica regula o nosso cotidiano e consequentemente a sociedade, que en-
frenta problemas decorrentes da vertente econômica (PASSOS; NOGAMI, 2003).
Vale ressaltar que, embora grande parte dos agentes (e por agentes pode-
mos compreender os diferentes atores envolvidos nas diferentes esferas eco-
nômicas) participem das atividades de natureza econômica, poucos possuem
conhecimentos que lhes possibilitem analisar os problemas econômicos que nos
cercam (PASSOS; NOGAMI, 2003). Assim, segundo os autores, torna-se necessário
compreender, ainda que minimamente, questões econômicas para compreender
as escolhas feitas pelas pessoas diante de situações de escassez. Essa poderia ser
também uma ótima definição para a economia!
Nos deparamos aqui com mais um conceito importante. O conceito de escas-
sez. Para Mendes (2004), compreende-se por escassez o cenário em que se encon-
tram recursos produtivos limitados (terra ou recursos naturais, mão de obra ou
trabalho e capital), logo, que não existem em quantidade suficiente para atender
a todas as necessidades. Neste entendimento (em decorrência da escassez) é que
figuram os agentes econômicos e os fatores de produção, sendo os fatores de
produção empregados na produção de bens e serviços. Para Mochón (2007), as
combinações dos fatores de produção possibilitam uma produção diversificada
de bens e produtos para consumo populacional ou ainda para reincorporação
pelas organizações em seus processos produtivos na forma de insumos. Ainda
segundo Móchon (2007), a classificação dos fatores de produção contempla três
categorias: a terra ou recursos naturais, a mão de obra ou trabalho e o capital. O
quadro 1 nos apresenta uma breve definição de cada um desses fatores.
50
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Incluem toda a atividade humana (esforço físico e/ou
mental) utilizada na produção de bens e serviços como: os
serviços técnicos do advogado, do médico, do economista,
do engenheiro, ou a mão de obra do eletricista, do enca-
Mão de Obra ou Trabalho nador. Há economistas que consideram o capital humano
um quarto tipo de fator de produção. Por capital humano,
considera-se o conhecimento e as habilidades que as pes-
soas obtêm por meio da educação e da experiência em
atividades produtivas.
O fator de produção capital corresponde aos conjuntos
dos edifícios, máquinas, equipamentos e instalações que a
sociedade dispõe para efetuar a produção. Este conjunto
é denominado de estoque de capital da economia. Quanto
mais bens de capital dispuser a economia, mais produtiva
ela será (ou seja, mais bens e serviços poderá produzir).
Capital
Observe que o conceito de capital como fator de pro-
dução é um pouco diferente da palavra capital usada na
linguagem comum, quando é utilizada para designar uma
quantia em dinheiro (ou outro ativo financeiro) que deter-
minada pessoa possui para iniciar um determinado negó-
cio.
Fonte: Adaptado de Mendes (2004) e Viceconti e Neves (2010).
Nesta etapa você deve estar se questionando: mas como isso se relaciona
com a questão do desenvolvimento sustentável e com seus objetivos? Trata-se,
caro(a) estudante, de uma relação bem próxima e direta com a própria definição
de desenvolvimento sustentável e com a questão da preservação dos recursos
para as gerações vindouras!
Ainda, a diversidade de bens e produtos e, consequentemente a intensificação
dos processos econômicos, estão diretamente relacionados com a questão das
necessidades humanas que, diga-se de passagem, são ilimitadas! Vejamos, as
necessidades humanas dão sentido às forças e movimentos econômicos. Para
autores como Viceconti e Neves (2010), as necessidades humanas são ilimitadas
pois o ser humano, por sua própria natureza, nunca estará satisfeito com seus
pertences e sempre desejará novas posses e objetos.
Para Mendes (2004), todos agentes econômicos ativos e atuantes alimentam-
-se, consomem bens, produtos e serviços, residem, precisam de acesso à educa-
ção, à saúde, dentre outros. Ainda segundo Mendes (2004, p.6):
51
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52
Chegamos assim a uma aproximação de nosso objetivo. Cientes de que as
necessidades humanas são ilimitadas e que tais necessidades regulam um mer-
cado e intensificam a produção, é que devemos pensar sobre os ODS envolvidos
associados à dimensão econômica. Claro que todos os ODS podem se fazer válidos
em todas as dimensões; porém, existem alguns pontos interessantes a serem
considerados na dimensão da economia, seja este ODS pautado na economia de
recursos ou ainda no aprimoramento social e de infraestrutura visando a susten-
tabilidade.
Para iniciarmos nossas reflexões, podemos citar o exemplo do ODS 6, volta-
do à água potável e ao saneamento. Este ODS além de enquadrar-se em uma
questão humanitária, social e para a saúde, destaca-se também em relação a
sua aplicabilidade organizacional, pois, entre suas metas, ele postula aumentar
substancialmente a eficiência do uso da água em todos os setores e assegurar
retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para enfrentar a escassez
de água. O recurso natural água vem ganhando grande relevância no cenário
mundial, uma vez que a população aumenta e a poluição e degradação ambiental
também seguem o mesmo caminho, afetando a qualidade da água para consumo
humano. Assim, a água potável para consumo humano está cada vez mais escassa,
em especial em locais onde há um grande contingente populacional ou onde o
clima é seco naturalmente.
Fonte: https://nacoesunidas.org/pos2015/ods6/
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Uso Eficiente da Água e as Estratégias de adaptação da Indústria
Diante dos grandes desafios da sustentabilidade, as empresas brasileiras
respondem com programas e iniciativas abrangentes e buscam, funda-
mentalmente, uma estratégia efetiva de Fast Follower (Engajamento Rá-
pido), enquanto alguns poucos pensam em inovação genuína, com um
direcionamento estratégico de First Mover (Mudança Inicial).
Alguns investimentos em Inovação visando a Sustentabilidade Hídrica
foram realizados por provedores especializados em parceria com as
empresas. As mais relevantes ações, no entanto, ocorreram no âmbito
da Gestão Integrada de Complexos Industriais, casos bem-sucedidos de
simbiose industrial, produção mais limpa, processos de reuso da água e
no incentivo ao engajamento social em favor da sustentabilidade hídrica.
Para saber mais sobre a temática acesse: https://bit.ly/2yXGKeu.
Fonte: Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
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Fonte: https://nacoesunidas.org/pos2015/ods7/
A adoção de estratégias e metodologias para a eficiência energética são im-
prescindíveis na garantia da sustentabilidade. Esta temática ganhou expressiva re-
presentatividade nas estratégias contemporâneas em especial após o surgimento
da certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) que atesta as
organizações que possuem construções sustentáveis, a fim de estimular práticas
de economia energética e de recursos.
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Obviamente, os ODS acima mencionados possuem relação com os direitos
humanos e com o bem-estar social que transcende a questão da nacionalidade;
entretanto, não podemos deixar de citar a redução das desigualdades entre os
países, representado pelo ODS 10. As relações internacionais nesse sentido se
fazem relevantes, a formação de fundos econômicos, o estabelecimento de par-
cerias e planos de desenvolvimento e as ações de fomento ao desenvolvimento
macroeconômico configuram-se como estratégias voltadas ao sucesso e efetiva-
ção desse ODS.
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À medida que a população global continua a aumentar, o Secretário-Geral
da ONU, António Guterres, destacou nesta quinta-feira (11), Dia Mundial
da População, a estreita ligação entre a Agenda 2030 para o Desenvol-
vimento Sustentável e as tendências demográficas — exortando todos
a “dar oportunidades para aqueles deixados para trás e ajudar a abrir
o caminho para um desenvolvimento sustentável, equitativo e inclusivo
para todos”.
“Para muitos dos países menos desenvolvidos do mundo, os desafios para
o desenvolvimento sustentável são agravados pelo rápido crescimento
populacional e pela vulnerabilidade às mudanças climáticas”, disse Gu-
terres em comunicado. “Outros países estão enfrentando o desafio do
envelhecimento populacional, incluindo a necessidade de promover um
envelhecimento ativo saudável e fornecer proteção social adequada”.
Além disso, a previsão é de que 68% da população mundial viva em áreas
urbanas até 2050, o que colocará a responsabilidade do desenvolvimen-
to sustentável e a mitigação das mudanças climáticas sobre os ombros
dos planejadores em todo o mundo que estão tentando administrar o
crescimento urbano.
Para saber mais sobre a temática acesse: https://bit.ly/2Y5YGBE.
Fonte: Organização Nações Unidas Brasil.
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Neste ponto já compreendemos como se darão as dinâmicas propostas pe-
los ODS apresentados nesta aula; entretanto, todos eles relacionam-se com a
questão da adesão social, em especial, as causas sustentáveis intrínsecas ao de-
senvolvimento econômico. A exemplo, podemos citar a adequação das cidades
e comunidades à perspectiva sustentável; trata-se do ODS 11 que versa sobre as
cidades e comunidades sustentáveis.
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Apoiar relações econômicas, sociais e ambientais positivas entre áreas
Objetivo 11.a urbanas, periurbanas e rurais, reforçando o planejamento nacional e
regional de desenvolvimento.
Até 2020, aumentar substancialmente o número de cidades e assenta-
mentos humanos adotando e implementando políticas e planos inte-
grados para a inclusão, a eficiência dos recursos, mitigação e adapta-
Objetivo 11.b ção às mudanças climáticas, a resiliência a desastres; e desenvolver e
implementar, de acordo com o Marco de Sendai para a Redução do
Risco de Desastres 2015-2030, o gerenciamento holístico do risco de
desastres em todos os níveis.
Apoiar os países menos desenvolvidos, inclusive por meio de assistên-
Objetivo 11.c cia técnica e financeira, para construções sustentáveis e resilientes,
utilizando materiais locais.
Fonte: Organizações Nações Unidas Brasil.
Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/ods11/.
REFERÊNCIAS
MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia: Fundamentos e Aplicações. São Paulo:
Pentrice Hall, 2004.
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OBJETIVOS DE
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL E A
DIMENSÃO INSTITUCIONAL
AULA 07
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Olá, estudante. Vamos nesta aula refletir sobre a aplicação dos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS) na dimensão institucional. Entenda aqui como
dimensão institucional todas as vertentes e segmentos relacionados a uma organi-
zação (pública, privada ou do terceiro setor). A aplicação das diretrizes e objetivos
previstos para o desenvolvimento sustentável se valem de preceitos voltados à
coletividade e ao desenvolvimento justo e solidário das nações; logo, tais aplica-
ções preveem condições e objetivos para que tal desenvolvimento seja alcançado.
Novamente ressaltamos que todos os ODS podem ser aplicados a todos os
segmentos da sociedade e também nas organizações, mas existem aqueles que
se direcionam à dimensão institucional propriamente dita. Certo? Dito isso, vamos
começar nossas reflexões!
Ao tratarmos da dimensão institucional, estamos nos referindo a toda a gestão
organizacional e administrativa. Segundo Fischer (1991, online):
esferas da vida organizacional, permite antever que nos anos 90 o Brasil não pode
e aperfeiçoamento dos sistemas, políticas e práticas de gestão, visto que não será
e discriminatória.
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trabalho e, ao produzir novas mercadorias, possibilita a abertura de novos mer-
cados através da criação de novos usos e consumos. A inovação pressupõe a
entrada de cinco novos fatores:
Você já deve ter ouvido falar dos 4P´s de marketing certo? O chamado Mix de
marketing. Seus elementos são PRODUTO, PREÇO, PRAÇA E PROMOÇÃO. São
estes itens os “básicos” que devem ser pensados e estrategicamente geridos para
que sua empresa possa ter sucesso.
A inovação também tem elementos de “mix”. Tidd, Bessant e Pavitt (2008 apud
Macedo et al 2015) entendem a inovação como um processo de mudança e apre-
sentam o conceito dos 4 P’s da inovação, classificados em:
• Inovação de produto.
• Inovação de processo (que inclui tanto alterações nos processos pro-
dutivos quanto administrativos da instituição).
• Inovação de posição (cujo conceito é similar à definição de inovação de
marketing apresentada no Manual de Oslo).
• Inovação de paradigma (mudanças no modelo de negócio da empresa).
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Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/ods7/
Vejamos alguns dos objetivos desta ODS, que em nosso entendimento até aqui
construído se aplicam a nossa discussão de inovação organizacional.
• Desenvolver infraestrutura de qualidade, confiável, sustentável e resi-
liente, incluindo infraestrutura regional e transfronteiriça, para apoiar
o desenvolvimento econômico e o bem-estar humano, com foco no
acesso equitativo e a preços acessíveis para todos.
• Promover a industrialização inclusiva e sustentável e, até 2030, aumen-
tar significativamente a participação da indústria no setor de emprego
e no PIB, de acordo com as circunstâncias nacionais, e dobrar sua par-
ticipação nos países menos desenvolvidos.
Assim, a questão da promoção da inovação organizacional destaca-se como
uma forma de atendimento ao ODS, não só pelos ganhos econômicos possivel-
mente alcançados mas em especial pelos ganhos socioambientais e sociais en-
volvidos. A passagem que se refere à industrialização inclusiva trata-se de uma
explícita tentativa de desenvolver em conformidade com as questões ambientais e
sociais os países não desenvolvidos e em desenvolvimento, promovendo equida-
de no desenvolvimento econômico para diminuição de mazelas sociais e redução
drásticas dos índices voltados ao desenvolvimento humano (acesso à educação
de qualidade, saúde, empregos dignos e alimentação de qualidade), que também
se fazem presentes intrinsecamente em outros ODS.
O processo de inovação empresarial é sistêmico, englobando todas as dimen-
sões de um negócio, ou seja, inclui os processos desenvolvidos pela empresa
para criar e entregar valor aos consumidores (Sawhney, Wolcott & Arroniz, 2011
apud Macedo et al 2015). Os autores reuniram quatro principais dimensões de
um sistema de negócios pelo qual uma empresa pode buscar oportunidades para
gerar a inovação, são elas:
a) Oferta (o que): plataforma e soluções. Consiste na tecnologia emprega-
da para produzir um bem que atende uma oportunidade de mercado.
b) Consumidores (quem): experiência do cliente e captura de valor. Incide
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na forma como o público recebe a oferta de empresa, se ele compreen-
de a relevância do item e este atende às necessidades e desejos.
c) Presença (onde): networking e marca. É o contato do consumidor com
produto, através dos pontos de venda, canais de comunicação e a marca.
d) Processos (como): organização e a cadeia de suprimentos. São os pro-
cessos internos desenvolvidos na organização que viabilizam a produ-
ção do produto.
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Agora que compreendemos a necessidade de inovação organizacional, e como
tal esforço pode resultar no desenvolvimento de novos produtos e serviços que
estejam em conformidade com as questões ambientais, sociais e econômicas,
iremos refletir sobre a questão do consumo e da produção responsáveis, previstas
pelo ODS 12. Vamos lá?
Baudrillard (2009, p. 50) diz que “a sociedade da abundância acabará por admi-
tir que no fundo, o aumento da produção é que ocupa o lugar da redistribuição”
ou seja, quanto mais produtos, mais facilmente todas as pessoas serão saciadas,
porém “o sistema só se aguenta por meio da produção de riqueza e pobreza, de
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FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64
idêntico número de insatisfações e de satisfação, de prejuízos e de progressos”
(BAUDRILLARD, 2009, p.54).
A perspectiva dos requisitos do mercado da estratégia de produção considera
que o papel principal da produção é satisfazer aos mercados. Objetivos e deci-
sões deveriam ser influenciados pela necessidade de consumo e ações dos con-
correntes. Já a perspectiva dos recursos de produção da estratégia de produção
apoiadas nas competências que são desenvolvidas parcialmente por meio das
decisões estratégicas estruturais definem a forma da operação e infraestruturas
que influenciam os sistemas e procedimentos que determinam como a produção
irá trabalhar melhor na prática (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009).
O processo de produção perpassa pela indústria e de acordo com Francisco
(2016), a atividade industrial consiste no processo de produção que visa trans-
formar matérias-primas em mercadoria através do trabalho humano. Segundo o
autor as indústrias se dividem em três modalidades conforme o quadro 1:
Indústrias de bens de Têm sua produção direcionada diretamente para o mercado consumi-
consumo dor, ou seja, para a população em geral. Também ocorre a divisão desse
tipo de indústria conforme sua atuação no mercado, elas são ramifica-
das em indústrias de bens duráveis e de bens não duráveis.
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Eis o momento de se pensar na produção responsável, mas também do outro
lado, há de haver consumo consciente para que tenhamos a possibilidade de
diminuir a produção de algo que logo será descartável, gerando mais problemas
ao redor do mundo.
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Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/ods16/
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os níveis, em particular nos países em desenvolvimento, para a preven-
ção da violência e o combate ao terrorismo e ao crime;
12. Promover e fazer cumprir leis e políticas não discriminatórias para o
desenvolvimento sustentável;
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Esse ODS refere-se às parcerias e meios de implementação para alcançar o
desenvolvimento sustentável propriamente dito. Logo, esse ODS é a própria re-
presentação do objetivo desta disciplina! A implementação destas parcerias re-
presenta para uma organização a obtenção de benefícios que não giram apenas
na esfera econômica, mas também nas esferas social e ambiental. Vejamos as
metas estabelecidas por esse objetivo:
Por fim caro(a) leitor(a), os ODS aqui apresentados aplicam-se não só às organi-
zações dos mais variados segmentos e ramos de atuação, mas também às nações
de forma geral. Ainda, apresentam possibilidades de melhoria, inovação e avanço
aplicados ao consumo e produção, que para a atuação de futuros gestores repre-
senta uma aposta de garantia de um futuro mais justo e equitativo e, sobretudo,
sustentável! Esperamos ter contribuído com suas reflexões sobre esta temática
e esperamos motivá-lo a construir e consolidar seus conhecimentos sobre essa
a dimensão organizacional.
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O Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) e o
Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central (BrC) assi-
naram nesta terça-feira (6), em Brasília, acordo para cooperarem na busca
de soluções integradas para o fortalecimento do consórcio nas áreas de
compras de medicamentos e infraestrutura em saúde.
O documento foi assinado na Assembleia Geral dos Governadores, pelo
diretor regional adjunto do UNOPS, Giuseppe Mancinelli; pelos gover-
nadores do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, do Goiás, Ronaldo
Caiado, e do Mato Grosso, Mauro Mendes; e pelos vice-governadores
do Distrito Federal, Paco Britto, e do Maranhão, Carlos Brandão Junior.
Integram ainda o consórcio e vão participar da iniciativa os governos de
Rondônia e do Tocantins.
O Memorando de Entendimento (MOU) permitirá que as organizações
possam estudar a colaboração nas seguintes áreas: compras sustentáveis
na área da saúde; melhores práticas para gestão de logística e infraestru-
tura na área da saúde; melhores práticas na gestão de projetos na área
da saúde.
Azambuja ressaltou, antes da assinatura, que “o UNOPS é um organismo
referendado” que vai apoiar o consórcio na organização e melhora das
metodologias de compras de medicamentos.
Para saber mais sobre esta notícia acesse: https://bit.ly/2YNkPB1.
Fonte: Organização Nações Unidas Brasil.
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REFERÊNCIAS
ARNOLD, J. R. Tony. Administração de materiais: uma introdução. Tradução
Celso Rimoli, Lenita R. Esteves. 1. ed. 6. reimpressão. São Paulo: Atlas, 2006.
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A RESPONSABILIDADE
SOCIAL, PROPRIAMENTE
DITA
AULA 08
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Caro(a) estudante, chegamos ao momento de nossas reflexões em que se faz
necessário compreender o que de fato é Responsabilidade Social (RS). A discussão
acerca da responsabilidade social praticada pelas empresas não é recente; en-
tretanto, o que antes era baseado em caridade e altruísmo para uma associação
entre responsabilidade social e estratégia empresarial, hoje é visto mais como
atuação de agentes transformadores da sociedade, além de uma importante fonte
de vantagem competitiva (SERPA; FOURNEAU, 2007).
O conceito da Responsabilidade Social se relaciona com a ética e a transparên-
cia na gestão dos negócios. De acordo com Donaire (2009, p. 20), a responsabilida-
de social implica um sentido de obrigação com a sociedade, assumindo diversas
formas, entre as quais: proteção ambiental, projetos filantrópicos e educacionais,
planejamento da comunidade, equidade nas oportunidades de emprego e servi-
ços sociais, tudo em conformidade com o interesse público.
Para Fernandes (2010), debater o que é Responsabilidade Social e sua esfera
de atuação dentro da Administração Pública, visando a participação mais atuante
e colaboradora da sociedade para uma atuação política e cidadã, exige a definição
de algumas condições que, interligadas, dizem respeito ao contexto socioeco-
nômico, à cultura e política local e à capacidade e vontade dos diversos grupos,
comunidades e instituições da administração pública. Responsabilidade Social se
traduz na forma em como uma pessoa ou uma instituição conduz suas atividades,
de maneira que se torne corresponsável pelo desenvolvimento da sociedade.
Conforme estudos de Trevisan (2002), quanto à responsabilidade social das
empresas brasileiras no Brasil, a preocupação dos empresários em contribuir para
o bem-estar da sociedade ainda é relativamente pequena. Percebe-se no entanto
um movimento cada vez maior no sentido de arcar com responsabilidades em
relação a seus clientes, funcionários, fornecedores, acionistas, comunidade local
e meio ambiente. Percebe-se ainda que os consumidores estão mais atentos ao
grau de cidadania das empresas, e que isso influencia em suas decisões de com-
pra. Esse fator pressupõe um diferencial competitivo, uma estratégia de marketing
social para as empresas. Sobre esse assunto, falaremos nos próximos tópicos.
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na rede
O consumidor consciente é aquele que leva em conta, ao escolher os
produtos que compra, o meio ambiente, a saúde humana e animal, as
relações justas de trabalho, além de questões como preço e marca. Ele
ainda sabe que pode ser um agente transformador da sociedade por meio
do seu ato de consumo, sabe que isso tem impacto e que, mesmo um
único indivíduo, ao longo de sua vida, produzirá um impacto significativo
na sociedade e no meio ambiente.
Por meio de cada ato, o consumidor consciente busca o equilíbrio entre a
sua satisfação pessoal e a sustentabilidade, maximizando as consequên-
cias positivas e minimizando as negativas de suas escolhas, não só para si
mesmo, mas também para as relações sociais, a economia e a natureza.
O consumidor consciente também procura disseminar o conceito e a prá-
tica desse tipo de consumo, fazendo com que pequenos gestos realizados
por um número muito grande de pessoas promovam grandes transfor-
mações. Além disso, o consumidor consciente valoriza as iniciativas de
responsabilidade socioambiental das empresas, dando preferência às
companhias que mais se empenham na construção da sustentabilidade
por meio de suas práticas cotidianas.
Fonte: https://bit.ly/2YGc6Vh.
Trevisan (2002) traz, ainda, para nosso entendimento, dados da pesquisa “Ação
Social das Empresas no Brasil”, divulgada pelo IPEA, em que 465 mil companhias
no país exercitam a responsabilidade social corporativa. Percebe-se o aumento
na quantidade de pesquisas sobre o assunto, além de instituições que se dedicam
com exclusividade sobre o tema.
O Instituto Ethos, por exemplo, criado em julho de 1998, com o objetivo de
implementar o conceito de ética e responsabilidade social entre o empresariado,
conta com centenas de empresas associadas, que respondem por cerca de 20%
do PIB nacional, entre elas a Abril S/A, o Grupo Pão de Açúcar e a Petrobrás S/A.
Agora que já entendemos o conceito de responsabilidade social, e conhecemos
exemplos pioneiros nesse segmento, como o Instituto Ethos, iremos nos aprofun-
dar, nas páginas seguintes, nesse assunto!
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Aflalo (2012) ressalta que a emergência do conceito de responsabilidade social,
bem como as práticas que criaram e consolidaram o discurso socialmente respon-
sável, determinam hoje novas expectativas em relação à conduta empresarial. As
novas práticas esperadas das empresas em relação à sociedade e ao meio am-
biente começam a configurar um novo tipo de organização, que se diferenciam
das empresas das décadas anteriores.
A empresa social, predominante nos anos 1960, se definia por uma atitude
filantrópica: os investimentos sociais eram separados das atividades lucrativas e
significavam a abdicação de fração do lucro em prol de um bem social. Esta con-
cepção deu lugar a um novo tipo de empresa, a partir dos anos 1990, que passou
a incorporar práticas socialmente responsáveis a suas atividades, sem que isso
significasse a redução de seus lucros, de modo a permitir, acima de tudo, sua
maximização. Tais empresas são chamadas empresas cidadãs e buscam exercer
sua cidadania seguindo os padrões da conduta socialmente responsável (AFLALO,
2012).
Apesar deste conceito estar consolidado na atualidade, nem sempre essa dis-
cussão foi bem aceita. Temos nesse embate dois grandes estudiosos do assunto,
Dr. Milton Friedman (1931) e o também Dr. Keith Davis (1918). De um lado está a
visão clássica de que a única responsabilidade social da administração é maximi-
zar os lucros. Do outro lado, a posição socioeconômica de que a responsabilidade
da administração vai muito além da obtenção de lucros e inclui a proteção e a
melhoria do bem-estar da sociedade.
Vamos conhecer um pouco mais sobre as reflexões desses importantes auto-
res nas informações presentes no quadro abaixo.
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Essa é função maior do Os gerentes têm Teoricamente é do Ações que demonstram
governo; ao vincular uma responsabilida- interesse da empresa sensibilidade social, se
empresa ao gover- de fiduciária no sen- melhorar as comuni- efetivadas dentro de
no, criará uma força tido de maximizar o dades nas quais estão um modelo econômico
poderosa demais na lucro do patrimônio inseridas e com as sustentável, podem,
sociedade e, em última líquido; utilizar os quais faz negócios. A de fato, ser lucrativas
instância, comprome- recursos financeiros melhoria nos ambien- para a empresa. Novas
terá o seu papel na da empresa para tes comunitários, em máquinas de poluição
regulamentação da realizar objetivos última instância, rever- ambiental, por exemplo,
empresa. sociais pode ser terá em benefício para podem ser mais eficien-
uma violação dessa a empresa. tes e econômicas.
responsabilidade,
portanto, ilegal.
A empresa precisa O custo dos pro- Programas de res- Ser socialmente respon-
medir o desempenho, gramas sociais seria ponsabilidade social sável melhora a imagem
e os programas de um ônus para a ajudam a evitar que de relações públicas da
ação social, muitas empresa e teria de pequenos problemas empresa em termos de
vezes, não conseguem ser repassado aos possam se tornar cidadania.
medir índices de su- consumidores na grandes problemas. Em
cesso. Geralmente há forma de aumento última análise, isso será
um conflito inerente de preços. benéfico à sociedade e
entre o modo como a à empresa.
empresa funciona e o
modo como operam os
programas sociais.
A função da empresa O público pode que- Ser socialmente Se nós mesmos não o
é maximizar lucros. rer que o governo responsável é a coisa fizermos, nem a opinião
Assim, exigir que recur- tenha programas ética ou correta a fazer. pública, nem o governo
sos sejam destinados sociais, mas há pou- Demonstrar sensibili- exigirão que o façamos.
a programas de ação co apoio, por parte dade a questões sociais
social viola essa meta do governo, para a ajudará a evitar inter-
empresarial, uma vez empresa assumir venção governamental
que ela reduz os lucros. tais programas. na empresa.
Não há razão para Os líderes empre- O sistema de valores Ela pode ser boa para
supor que os líderes sariais não dispõem mais generalizado, a os acionistas, já que
empresariais tenham a de habilidades es- tradição judaico-cristã, tais medidas obterão
capacidade de determi- pecializadas neces- incentiva fortemente aprovação pública e
nar o que é de inte- sárias para alcançar os atos de caridade e a levarão a empresa a ser
resse social. Cientistas metas de interesses preocupação social. vista pelos analistas fi-
sociais e administrado- sociais. nanceiros como menos
res do governo muitas exposta à crítica social e
vezes não conseguem produzirão um aumen-
chegar a um acordo to no preço das ações.
sobre metas de inte-
resse social. Por que
supor que os líderes
empresariais o possam
fazer?
Fonte: Os autores.
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pessoas. Nesse sentido, as organizações devem satisfazer consumidores, clientes,
colaboradores, acionistas e os vizinhos da empresa, ou seja, seus stakeholders
(internos e externos). Vejamos uma definição de todos os autores contemplados
pelo stakeholders na imagem abaixo.
Fonte: https://agrego.net/stakeholders/
Em cada uma dessas visões, relativas ao grau desejado de sensibilidade social,
existe o acordo de que a empresa deve empenhar todas as ações socialmente
responsáveis exigidas por lei. A maior divergência encontra-se nos níveis das ações
socialmente responsáveis que ultrapassam as exigências legais, e a diferença de
opiniões relativas a ir além do dever, que têm suscitado várias abordagens dife-
rentes de responsabilidade social (CHARNOV et al., 2012).
Neste ponto, caro(a) estudante, é válido ressaltarmos que o entendimento
da RS nos levará à compreensão e aplicabilidade dentro das organizações ou
empresas. Você poderá se deparar, ao longo de suas leituras, com os conceitos
Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e Responsabilidade Social Empresarial
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(RSE), e cabe ressaltar que ambos são muito semelhantes e se entrelaçam em
termos de aplicação. Vejamos as definições abaixo.
Para o Instituto Ethos (2009), RSE é a forma de gestão que se define pela relação
ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se rela-
ciona, e também pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem
o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais
e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a
redução das desigualdades sociais (INSTITUTO ETHOS, 2009).
Já Carroll (1999) apresenta uma definição de RSC focada nos tipos de respon-
sabilidade social que podem ser atribuídos à empresa. A RSC, ainda segundo o
autor, engloba as expectativas econômicas, legais, éticas e filantrópicas por parte
da sociedade, em relação às organizações, em determinado tempo. O autor pro-
cura desmembrar os diversos componentes da RSC, relacionando as expectativas
legais e econômicas às preocupações de cunho mais social, como as responsabili-
dades ética e filantrópica, criando uma pirâmide. No quadro a seguir, poderemos
observar esquematicamente essa pirâmide.
Assim, caro(a) leitor(a), nosso objetivo com essa aula foi apresentar o conceito
de RS para que, em nossas reflexões seguintes, possamos relacionar suas apli-
cações em ambientes organizacionais. Esperamos ter alcançado esse objetivo e
despertado em você a curiosidade para aprofundar ainda mais os conhecimentos
construídos até aqui.
77
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REFERÊNCIAS
AFLALO, H. M. O Instituto Ethos e a responsabilidade social: transparência e mo-
nitoramento. Ecopolítica. São Paulo: Revistas PUCSP, 2012.
CAMPOS, Vicente Falconi. TQC: Controle da qualidade total (no estilo japonês).
Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1992.
CARROLL, Archie. Corporate Social Responsibility: Business and Society. vol. 28,
1999.
78
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RESPONSABILIDADE
SOCIAL ORGANIZACIONAL
E A LÓGICA DO MERCADO
GLOBAL
AULA 09
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Vamos agora refletir sobre a lógica da responsabilidade social dentro do Bra-
sil, mas também com um olhar externo, um olhar para empresas multinacionais
que atuam em diversas culturas e que por sua vez abarcam eventuais processos
industriais, por exemplo. Isso tudo inicia nossa aula, para que quando relacionar-
mos as questões de responsabilidade social e sustentabilidade, possamos pensar
também qual é o papel das organizações na construção de uma sociedade mais
sustentável, e ainda como relacionar o processo de industrialização com as formas
sustentáveis de produção. Iremos refletir também sobre como as organizações
nacionais e internacionais atuam “regulando” tais relações, estabelecendo cone-
xões, e como isso influencia toda uma lógica mercadológica quanto a posturas e
condutas assertivas.
Estamos diante de uma nova economia, em que os negócios estão mais de
acordo com as novas demandas mundiais, fruto das impactantes mudanças gera-
das pela globalização e pelos avanços tecnológicos do tempo atual, das demandas
emergentes oriundas dos objetivos do desenvolvimento sustentável, ou ODS, e
dos compromissos firmados com base na agenda de 2030 para tais objetivos. A
evolução do conceito também vai do local ao global, não de forma excludente,
mas integrando ambos, de modo que a atuação corporativa deve ficar atenta aos
seus impactos tanto na comunidade local como no planeta (ALEXANDRE, 2008).
Quando olhamos para o mercado empresarial de médio e grande porte, pode-
mos notar que a maioria das organizações já apresenta programas sustentáveis
ou de responsabilidade social. Ainda que alguns sejam realizados apenas em
atendimento aos requisitos legais, a grande parte tem apostado na sustentabili-
dade como fator competitivo e de diferenciação no mercado, para consolidar sua
marca e ampliar seus clientes.
Se levarmos em conta que as primeiras considerações sobre a responsabilida-
de social empresarial (RSE) estavam focadas ou limitadas ao papel, na responsa-
bilidade das empresas em prover o lucro máximo para o acionista na discussão
mais recente da economia, não só os aspectos econômicos, éticos, ecológicos e
sociais são contemplados; consideramos aqui, caro(a) estudante, uma evolução
deste entendimento. Isso fez com que as consequências de todas as atividades
da empresa, de curto e longo prazo, fossem elas locais ou globais, se tornassem
evidenciadas e importantes. Ações como descartar lixo, comprar material ou usar
água, estão deixando de ser atividades banais para se tornarem símbolos de um
posicionamento de responsabilidade socioambiental (o que melhora a imagem da
80
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empresa diante de seu público), através da reciclagem de materiais, de compras
verdes e do uso racional de recursos, dentre outros (ALEXANDRE, 2008).
A autora acima citada ainda relata que o impacto gerado nas comunidades
locais pela existência de uma empresa, especificamente se for multinacional de
maior poder político, passou a permear o pensamento do grande público, ou ao
menos uma boa parcela da população, que avalia não só os aspectos positivos
e notórios dessa instalação, como a geração de empregos e o desenvolvimento
econômico, mas também a influência quanto à sustentabilidade social, ambiental,
política e cultural da região.
E então você pode nos questionar: mas e no mundo, no mercado global, como
as empresas multinacionais ou a cultura internacional pensam sobre a RSE? Nos
ambientes de negócios, a reputação das organizações tem se tornado um fator
preponderante para o reconhecimento junto à sociedade; as transformações do
ambiente apontam para estratégias preocupadas com os stakeholders, o cresci-
mento, a sustentabilidade e a transparência nos negócios. Também se refere a
um diferencial de marca relacionado a padrões internacionais de qualidade, de
grande impacto e relevância para o mercado internacional.
Isto está
na rede
82
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rais para o bem-estar dos trabalhadores, segurança na produção, direitos dos
empregados e outras questões específicas.
A partir de meados dos anos 2000, houve movimentos dos organismos inter-
nacionais que se dedicam a apresentar acordos, tratados, cartas de princípios e
outros documentos que sirvam como fontes de referência para a atuação res-
ponsável das empresas. Dentre eles, podemos trazer aqui, um que, certamente
é de seu conhecimento: a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que traz
direcionamentos para a atuação empresarial; entretanto, o assédio moral e a
existência de trabalho escravo na cadeia de fornecimento de uma empresa ain-
da é corriqueiro nos noticiários e são exemplos de infrações a esse documento
magno (ALEXANDRE, 2008).
Isto está
na rede
Nova lista suja de trabalho escravo denuncia 209 empresas no país (2018).
Entre 2005 e este 2018, 2.879 funcionários foram submetidos por seus
empregadores a atividades laborativas sob condições degradantes e de-
sumanas.
Disponível em https://bit.ly/2ZtWWje.
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Essa Declaração, especificamente, é voltada para as relações humanas de uma
forma geral; outras referências são orientadas à atuação empresarial, como o
Pacto Global - um convite da ONU ao compromisso das empresas com questões
de trabalho, ambientais e de combate à corrupção (ALEXANDRE, 2008).
Ainda assim, podemos perceber algumas iniciativas, ainda que com foco no
mercado no sentido de gerar imagem positiva, como por exemplo, a economia
verde, que tem como objetivo final melhorar a condição de vida dos mais po-
bres, reduzir a desigualdade social e evitar a destruição dos recursos naturais,
produzir baixas emissões de carbono e utilizar os recursos de forma eficiente e
socialmente inclusiva. Segundo Dias (2017), a proposta de economia verde não
se contrapõe ao modelo atual; na realidade ultrapassa-o, incorporando variáveis
sociais e ambientais.
Como cidadãos conscientes já observamos que a industrialização agravou os
problemas ambientais que ocorrem no planeta. Podemos evidenciar facilmente
por meio da contaminação do ar, da água, do solo e do grande número de aci-
dentes ambientais que vivemos recentemente.
As empresas que são sustentáveis buscam modificar os seus processos pro-
dutivos. Esse tipo de mudança implica em processos produtivos que não causam
impactos ambientais. Contudo, há necessidade de legislação para que essa ação
seja incorporada. Nesse sentido, as indústrias precisam cumprir medidas de pro-
teção ambiental que são impostas pela legislação ambiental. Para Coral (2002),
as empresas têm feito mudanças com o objetivo de reduzir os impactos sociais e
ao mesmo tempo melhorar sua imagem perante a sociedade.
Anote isso
Em 1998, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) publicou a Declaração
de Princípios da Indústria para o Desenvolvimento Sustentável (CNI, 2002).
Essa iniciativa promoveu divulgar a relação entre a economia e a questão
ambiental com o público empresarial. Podemos observar esses princípios
na Figura 1.
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Figura 1 - Declaração de princípios da indústria para o desenvolvimento sustentável.
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No que tange a economia, essa dimensão da sustentabilidade atinge as or-
ganizações de todos os setores, já que todas precisam ser rentáveis para suas
atividades serem viáveis e, consequentemente, sustentáveis. De acordo com o
Sebrae (2017), a sustentabilidade econômica é um conjunto de práticas econô-
micas, financeiras e administrativas que visam o desenvolvimento econômico de
um país ou empresa, preservando o meio ambiente e garantindo a manutenção
dos recursos naturais para as futuras gerações.
mentos conjuntos dos setores público, privado e social, sendo que os três devem ter
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Outro exemplo positivo, que não faz parte do ranking mas ocorre em vários
lugares do planeta, é o da rede de hotéis Hilton por exemplo, que recicla até os
sabonetes utilizados pelos hóspedes em seus mais de 450 prédios ao redor do
mundo. A iniciativa faz parte de uma nova filosofia, baseada na preocupação am-
biental e na responsabilidade social da marca (ÉPOCA NEGÓCIOS, 2019, online).
Mas qual a lógica global presente nos exemplos apresentados acima? As em-
presas que atuam na esfera ambiental, propondo novas formas de fazer o que
gera menor impacto na economia local e global e ocasionando mudanças sociais.
Neste momento, você deve estar se questionando: “Mas o que leva as organi-
zações a adotarem práticas de responsabilidade social, e como podemos garantir
e atestar a qualidade/efetividade das mesmas?”. Ao longo desta aula indicamos
uma leitura acerca da ISO 26000, que corresponde a uma “norma” não certificável
(ou orientações a serem seguidas) quanto a responsabilidade social, que nos leva
a seguinte reflexão: por que não podemos certificar a responsabilidade social
globalmente?
A resposta é simples! Existe uma grande subjetividade quanto a compreensão
daquilo que de fato pode ser considerada uma ação de responsabilidade social
(RS). Por exemplo, as especificidades das diferentes nações podem influenciar
significativamente nessa compreensão, em especial quando consideramos que
países desenvolvidos não apresentam os mesmos desafios e necessidades de
tais ações em comparação aos países em desenvolvimento. Logo, a ações de RS
válidas e pertinentes em um país podem não ser significativas em outro, e isso
pode ser atribuído a questões culturais, geográficas, políticas e econômicas. Uma
representação simples pode ser a ausência de populações em fragilidade ou vul-
neráveis em países desenvolvidos, ao passo que essas podem estar presentes em
quantidades significativas em países em desenvolvimento.
O que se observa com expressividade são as relações que podem ser estabe-
lecidas internacionalmente. Certificações relevantes de cunho internacional como
as da série ISO representam para as organizações o sucesso no atendimento
e na conformidade com padrões internacionais de qualidade que, para serem
mantidos, devem obrigatoriamente atender a uma série de requisitos como, por
exemplo, a aquisição de insumos ou matérias primas de organizações terceiras
que também atendam aos requisitos de qualidade em questão. Assim, uma mul-
tinacional estrangeira que adquire insumos de uma organização nacional, para
manter sua certificação válida, deve garantir, regular e consequentemente influen-
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ciar a organização nacional a desenvolver-se, aprimorar-se e buscar padrões de
excelência quanto à sua qualidade, à qualidade ambiental e à responsabilidade
social.
Isto está
na rede
Controle de qualidade
Há 25 anos no mercado, o Grupo GTFoods garante segurança e qualidade
dos produtos que chegam à sua mesa. Todos os processos seguem um
rigoroso controle de qualidade, tratado com seriedade por cada colabo-
rador. Os cuidados começam na sanitização, passando pela ambiência e
controle de temperatura, até chegar ao carregamento final, garantindo
a excelência de seus produtos.
Todos os processos seguem padrões internacionais, refletindo na quali-
dade dos produtos entregues no Brasil e em mais de 100 países para os
quais são exportadas as nossas marcas. É assim, com respeito ao consu-
midor, que o Grupo GTFoods vem crescendo e se destacando.
Fonte: http://www.gtfoods.com.br/qualidade.
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REFERÊNCIAS
ALEXANDRE, Maria de Fátima D. C. O Papel do Profissional de Responsabilida-
de Social Empresarial, Seus Referenciais e Desafios. Dissertação (Mestrado)
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 2008.
SEBRAE. Sustentabilidade econômica: como sua empresa pode ser mais lucra-
tiva com a sustentabilidade / Cuiabá, MT: Sebrae, 2017
ÉPOCA NEGÓCIOS (2019)Hotéis reciclam até sabonetes usados para atingir metas
de sustentabilidade. Disponível em < https://epocanegocios.globo.com/Mundo/
noticia/2019/03/hoteis-reciclam-ate-sabonetes-usados-para-atingir-metas-de-sus-
tentabilidade.html> Acesso em: 01 ago 2019.
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MARKETING SOCIAL
AULA 10
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Para compreender o que vem a ser marketing social, devemos antes de tudo
compreender a raiz, concorda? Desta forma, te convido a conhecer o que é mar-
keting de forma bem simplificada.
Segundo Minadeo (2008), o marketing, além de ser um departamento dentro
da empresa, é a orientação da Administração em determinar as necessidades,
desejos e valores de um mercado, e adaptar-se para que a satisfação dos con-
sumidores seja mais eficaz que os concorrentes. Trata-se do mercado em ação.
Segundo Boone e Kurtz (2009), o marketing pode ser visto como um processo de
troca, uma vez que para se produzir e colocar no mercado um novo produto é
preciso pesquisar as necessidades e desejos dos consumidores e assim oferecer
o produto. Ou seja, estamos falando em satisfação de pessoas com produtos ou
serviços.
A partir disso, devemos pensar também: Como as empresas podem agradar,
ou satisfazer consumidores com ações e não com serviços ou produtos necessa-
riamente? Há consumidores, ditos conscientes, que entregam sua preferência as
organizações que pensam na sociedade, na coletividade e tornam isso conhecido
pelo público. Eis um possível pressuposto do surgimento do marketing social.
Consta que as primeiras discussões sobre marketing social ocorreram no final
dos anos 60 e foram fomentadas em relação aos programas de saúde pública.
Kotler, Roberto e Lee (2002) falam a respeito dos programas de marketing social
conter objetivos comportamentais (o que se deseja que as pessoas façam), ob-
jetivos cognitivos (o que se deseja que elas saibam) e objetivos de crença (o que
se deseja que elas acreditem), e na medida do possível os objetivos devem ter
metas mensuráveis, para uma avaliação final dos resultados, conforme Meira;
Santos (2012) pregam.
Dias (2008) ainda diz que o marketing social envolve vários valores onde se
destacam o valor da ação voluntária; a visão de que os problemas podem e serão
resolvidos por pessoas; a visão de que os comportamentos podem ser trocados;
sensação de auto eficácia; fornecer informações sobre produtos e sobre elas
mesmas.
Perceba aqui, caro(a) aluno(a), que o marketing social, em suma, está relacio-
nado a comunicação com a sociedade para buscar a adoção de melhores com-
portamentos, como por exemplo, deixar de fumar, usar preservativo ou mesmo
o cinto de segurança.
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Isto acontece
na prática
10 estratégias para executar uma campanha de mídia social bem-suce-
dida para sua OSC
Atualmente, a maioria das organizações sem fins lucrativos sabe que as
mídias sociais são meios importantes para o marketing, a captação de
recursos e o envolvimento dos doadores. Mas muitos ainda não possuem
ou desenvolveram as habilidades e estratégias específicas que levam uma
campanha de mídia social a ter sucesso.
Por isso, separamos 10 estratégias que você pode usar para chamar a
atenção e estimular o engajamento na sua próxima campanha em mí-
dias sociais. Aprenda a incentivar sua comunidade a curtir, compartilhar,
responder e repercutir seus conteúdos.
1. Crie uma hashtag irresistível;
2. Busque o apoio de parceiros e influenciadores;
3. Ofereça recompensas;
4. Crie imagens sensacionais e compartilháveis;
5. Permita a interação do seu público;
6. Aposte no apelo visual;
7. Contagem regressiva;
8. Conquiste o apoio de representantes públicos;
9. Retrabalhe conteúdos antigos;
10. Proponha desafios.
Fonte: https://nossacausa.com/10-estrategias-para-campanha-de-midia-
-social/
Para te ajudar a compor seu esquema mental do que vem a ser o marketing
social, preparamos um quadro que compila algumas definições de marketing
social sob diferentes óticas e autores, veja só:
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Quadro 1: conceitos de marketing social
Social Marke- “é o planejamento e implementação de programas desenhados para
ting Institute criar mudança social a partir de conceitos advindos do marketing co-
mercial”
Kotler e Lee “o uso dos princípios e técnicas de
(2008) marketing para influenciar um público-alvo a voluntariamente aceitar, re-
jeitar, modificar ou abandonar um comportamento para o benefício de
indivíduos, grupos ou da sociedade como
um todo”
Trevisan visa definir a correta aplicação dos recursos em uma causa determi-
(2002) nada, de modo a tornar essa atuação social mais eficiente e criar uma
identidade perante o público
Logo, temos aqui uma campanha, uma ação de marketing social que visa a
adoção de um comportamento, ou a mudança de comportamento daqueles que
não fazem uso de um determinado produto.
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Mas e como funciona na empresa privada? Será que elas também fazem mar-
keting social? Claro que sim! Além de vender produtos e serviços às empresas com
fins lucrativos, para ficarem “bem na foto” da sociedade também realizam cam-
panhas que buscam a adoção de comportamentos mais saudáveis ou que con-
tribuam para o bem social como um todo. Um exemplo disso, são as campanhas
(marketing social) que provocam um sentimento de reflexão nos consumidores
a fim de que estes se sensibilizem e tomem alguma decisão sustentável ou que
reflita sua preocupação com a sociedade de forma geral. Veja a figura #
Fonte: http://www.solos.com.br/works
94
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outros aparelhos eletrônicos portáteis. Os postos de coleta instalados nas agên-
cias e prédios administrativos do Banco estão à disposição de toda a sociedade.
Fonte: http://sustentabilidade.santander.com.br/
O marketing social não pode ser entendido como uma estratégia de mudança
de comportamento. E assim como o marketing convencional possui os “P’s” como
apresenta o quadro abaixo:
Quadro 2:
PRODUTO Fala a respeito da ideia, do conhecimento da atitude que se
quer promover/vender
PREÇO Está relacionado às vantagens e custos de sua adoção por par-
te do adotante.
95
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No contexto brasileiro conforme Serpa; Fourneau (2007) observa-se um cres-
cente interesse das empresas quanto a assumir postura de responsabilidade
social corporativa. Neste sentido, o entendimento do comportamento do consumi-
dor, desde o que pensa sobre o assunto até que influência este exerce sobre suas
decisões de compra, é de grande valia para decisões estratégicas de marketing.
Na esfera pública, por exemplo, na busca por saber essa percepção os estudos
revelaram que os aspectos mencionados se referem principalmente à resolução
de problemas básicos do país, tais como saúde e educação, e a obrigações legais
da empresa, como falar a verdade para seus consumidores. No que se refere à
influência deste tema nas decisões de compra, os resultados apontam uma maior
importância da informação negativa a respeito da atitude da empresa perante a
sociedade.
A divulgação via marketing social de resultados positivos obtidos por meio do
empreendedorismo pode ser uma maneira de fomentar práticas sustentáveis
pois como afirma Stephan Schmidheiny, presidente do Conselho Mundial empre-
sarial para o Desenvolvimento Sustentável “Quanto mais oportunidades para as
pessoas, melhor para os negócios” (ECONÔMICO, 2002) desta forma a existência
de projetos públicos devidamente registrados, apurados e posteriormente divul-
gados podem servir de incentivo para a demanda de novos projetos que bene-
ficiará cidadãos que por sua vez farão girar a economia local com a melhoria de
seus negócios.
Isto está
na rede
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Isto está
na rede
Essa proposta vislumbra preparar pessoas para o trabalho de maneira que rea-
ou no ambiente familiar.
trabalho ou iniciar o próprio negócio, mas que ainda não possuem conhecimento
necessário para atuar e produzir por meio das normas legais. Além de saber
como uma empresa funciona, o trabalhador precisa saber como pode colaborar
97
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Sendo assim, devemos ter em mente que ações de marketing social, visam a
adoção de novos comportamentos, novos hábitos e que as empresas, com fins
lucrativos, devem sim se preocupar com sua imagem diante dos públicos, mas
sobretudo, para ser de fato marketing social, precisam externar suas ações de
responsabilidade social ou de sustentabilidade pensando no bem comum, pen-
sando nas pessoas, na sociedade, no ecossistema e ter a certeza de que está
contribuindo para que todos tenhamos um mundo melhor.
Há ainda ações de marketing que são realizadas mas que erroneamente são
denominadas como marketing social, mas operam sob outras prioridades, estas
seriam denominadas marketing societal. Mas isso é assunto para a próxima aula.
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MARKETING SOCIETAL
AULA 11
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Olá estudante, agora vamos falar sobre outro tipo de marketing relacionado
às empresas que visam lucros.
As relações empresariais são baseadas na troca, aliás esse é o princípio da ativi-
dade de marketing. “O verdadeiro alicerce do marketing é o mercado”. Sobretudo,
quando se compreende “essa vastidão, em tamanho e dinamismo, multiplicada
pelas sociedades modernas”, baseada nos recursos das pessoas e em sua capa-
cidade inovadora e produtiva (SANTOS, 2013, p. 101).
Tais sociedades evoluídas, fizeram com que o próprio conceito de marketing
se adaptasse ao longo da sua história e além de tudo se desdobrando em novas
ramificações que em princípio utilizam das premissas básicas para gerar aplica-
ções diversas.
Uma das ramificações do marketing dito “tradicional” é o marketing social que
está ligado a ações de empresas que possuem em sua essência princípios de
responsabilidade socioambiental, por exemplo, está ligado ao gerenciamento de
processos as organizações com base em seus princípios, valores e efetividade
em sua atuação social e na transformação de realidades. Trata-se de “uso dos
princípios e técnicas para a promoção de uma causa, ideias ou comportamento
social” (MORCERF; SEABRA, 2006, p.12).
O detalhe importante nessas ideias é que as empresas passaram a perce-
ber que o lançamento de ações de marketing que buscassem uma ação direta
com questões sociais tornariam-se relevantes e importantes para as estratégias
competitivas das organizações. Desta forma, Kotler (1978, p. 62) definiu que o
marketing societal, é: “uma orientação para as necessidades dos consumidores,
apoiados pelo marketing integrado, objetivando gerar a satisfação e o bem-estar
dos consumidores em longo prazo, como meio de atingir os objetivos organiza-
cionais”. Dizemos ainda que proporciona aos clientes um valor superior de forma
a manter ou melhorar o bem-estar da sociedade.
Para Morais (2005), ao acrescentar bem-estar dos consumidores em longo
prazo, eleva-se o conceito de servir bem ao mercado e à sociedade de uma orga-
nização, devendo-se considerar: 1) criação de clientes satisfeitos e a contribuição
para a qualidade de vida; 2) produtos combinando elevado atrativo e alto bene-
fício aos consumidores; 3) os consumidores irão adquirir produtos de empresas
preocupadas com a satisfação e o bem-estar em longo prazo.
O marketing societal possui estreito relacionamento com a responsabilidade
social empresarial, uma vez que pode ser considerado como a utilização de técni-
100
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 101
cas e premissas de marketing a ações de cunho social, promovidas por empresas
que não possuem causas sociais por finalidade. Dessa forma, pode-se identificar
no marketing societal a incorporação da responsabilidade social entre as estraté-
gias de marketing, fato que decorre de sua evolução, com vistas a oferecer valor
aos públicos-alvo (MORAIS, et al. 2005, p. 243).
Esse conceito nos traz a necessidade de afinar ainda mais nosso discurso, por-
que esse termo “marketing societal” poderá ser visto em outros referências com
outro nome, poderá ser chamado de marketing ético que por sua vez é definido
por Kotler (1998) como a atividade mercadológica que estabelece que a função
da organização seja determinar as necessidades, desejos e interesses dos merca-
dos-alvo, atender às satisfações desejadas mais eficaz e eficientemente do que os
concorrentes, de modo a preservar ou melhorar o bem-estar da sociedade além
de que as organizações devam desenvolver condições sociais e éticas em suas
práticas de marketing (SOUZA; SANTOS; SILVA, 2008).
O marketing ético e socialmente responsável deve se afinar com o compor-
tamento, tendências e valores do consumidor atual, percebendo sua dimensão
individual como também a coletiva, com o intuito de construir, em longo prazo,
uma relação de respeito mútuo que possa como conseqüência, gerar um valor
diferenciado para a marca e para a empresa (SOUZA; SANTOS; SILVA, 2008)
Entende-se, portanto, que trata-se de uma nova tecnologia de administração
da mudança social que vem associada a programas de “implementação e controle
de programas destinados a aumentar a disposição das pessoas para a aceitação
de uma ideia, um comportamento e/ou uma prática social”(MORCERF; SEABRA,
2006, p.12).
Assim, busca-se equilibrar três variáveis para a prática do marketing, conside-
rado politicamente correto: o lucro para as empresas, a satisfação dos desejos
dos consumidores e os interesses públicos. Eis o que entendemos também como
marketing para a causa social. Sobre isso, temos Crúzio (2003, p. 37 apud SOUZA;
SANTOS; SILVA, 2008, p. 9) que defende a ideia de que o marketing ético (ou so-
cietal ou para a causa social):
101
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Para nos aproximar ainda mais desse entendimento, Fontes (2008) explica
que o marketing social tem sido empregado ou conceituado erroneamente por
instituições na esfera pública e social. Segundo o autor a criação do marketing
social passou por etapas tendo autores diferentes que iniciaram suas publicações
com pontos de vista distintos, sobretudo no que tange o uso das ferramentas de
marketing aplicadas ao social (meios massivos de comunicação, visando o que?
A transformação social!
O autor diz que essa aplicação costuma ser praticado por governos, agências de
financiamento e organizações da sociedade civil bem mais do que por empresas
“o uso de meios massivos de comunicação, utilizados com sucesso pelo marketing
comercial, para a área social tinha um apelo mais ameno para a transposição dos
conceitos” (FONTES, 2008, p. 62). Desta forma, estes meios massivos tiveram de
ser adaptados para as campanhas com temas sociais e seu objetivo é conscientizar
ou sensibilizar as pessoas a respeito de um tema de natureza social, ou buscar
uma mudança de comportamento social.
Ainda está confuso compreender as diferenças ou similaridades a esses tantos
termos? Pois então vamos colocar tudo dentro de um quadro e ficará mais fácil,
veja só:
Figura 01: marketing social x marketing societal (ou para a causa social).
102
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E para ficar melhor ainda, além do quadro, vamos ver em uma figura, quais
são os pilares sob os quais o marketing social se fez:
Fonte: Adaptado de Kotler e Armstrong (1998, p.13 apresentado por MORAIS, et al.
2005, p. 243).
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cam o consumidor e nas causas apoiadas pelas empresas para que sua imagem
seja mais bem aceitas, gerando retorno financeiro? Trata-se do Marketing Social
Corporativo (MSC) que de acordo com Souza; Santos; Silva (2008) as empresas
identificam ações que possam ajudar a si mesmas melhorando ao mesmo tempo
algum aspecto da sociedade, porém de forma estratégica e em longo prazo, ou
seja, buscam uma mudança fundamental durante o tempo, trazendo benefícios
principalmente para a imagem da marca.
E quem pratica esse marketing social corporativo? Conforme Souza; Santos;
Silva (2008) são organizações não lucrativas que recebem o benefício monetário
dessas doações, junto com um aumento da percepção pública, tornada possível
pelas habilidades de marketing da empresa. Isso significa que as empresas sabem
que cumprir as leis, pura e simplesmente, não vai gerar vantagem competitiva,
então precisam fazer mais (ou parecer fazer). A vantagem pode ser conseguida
se essas empresas forem além das regulamentações legais de pagar impostos e
do objetivo de gerar lucro, elas passarão a apresentar ações de responsabilidade
social que beneficiem o ambiente e a coletividade com a qual se relaciona. Assim,
ficarão em dia com a legislação e ainda serão bem vistas socialmente.
O marketing societal é visto como uma das orientações da área de marketing,
mas e o marketing verde? Sob o ponto de vista de Dias (2007), o marketing ver-
de está contido no conceito de social ou de causas sociais, numa perspectiva de
marketing social corporativo.
Conforme Dias (2008) a adoção do marketing verde, por exemplo, por parte das
empresas pode ser uma forma de vantagem competitiva perante aos consumido-
res mais atentos e preocupados com o meio em que vivem. O pensamento me-
ramente econômico predominante nas organizações voltou-se para as questões
social e ambiental. No caso do poder público, inclusive, conforme sabemos, os
processos de compra por meio de licitação podem ser feitos de forma sustentável
fomentando o segmento de produtos e serviços que prezam pelo meio ambiente
e conseguem sua lucratividade como empreendedores atentos às oportunidades.
Você deve estar se perguntando, como essas empresas se mostram para seus
públicos, como se comunicam? Como se posicionam? Pois bem, por meio da co-
municação social. Conforme Lopes e Pacagnan (2014), às estratégias de comuni-
cação no marketing verde, baseiam-se fundamentalmente em transmitir ideias
que apoiem a questão ambiental, como a redução do consumo de energia, o uso
de reciclados, os programas de melhoria ambiental e a comunicação dos valores
104
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internos ao conjunto da organização. Assim, os consumidores passam a acreditar
que a empresa tem preocupação com o social e ambiental, o próprio consumidor
busca redução de custos ou problemas de longo prazo como a conta de energia
da sua casa e então escolhe uma marca de geladeira que atende a todas essas
premissas, por exemplo.
para que essa informação não se perca em sua próxima compra (LOPES; PACAGNAN,
2014, p. 120).
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imagem da organização por meio de ações de cunho social estão, na verdade,
utilizando qualquer um dos conceitos citados acima, exceto o Marketing Social.
E a sua empresa, o que ela pratica?
Isto está
na rede
Marketing Societal: Natura Ekos
106
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RESPONSABILIDADE
SOCIAL: A LÓGICA
INSTITUCIONAL
AULA 12
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FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 108
Nobres estudantes, vamos começar essa aula lembrando que o conceito de
responsabilidade social empresarial ou RSE representa o compromisso das em-
presas com a sociedade, mas isso além da geração de empregos, impostos e
lucros, certo?
Nesse sentido, as empresas precisam equilibrar seus objetivos com o desen-
volvimento sustentável, e ainda preservar recursos ambientais, respeitar a diver-
sidade e promover a redução da desigualdade social. A empresa deixa de ser vista
exclusivamente sob o aspecto econômico e ganha uma dimensão social.
Ah! Não podemos esquecer que a RSE está alicerçada na sustentabilidade, pois
são dois conceitos complementares, ok?
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Isto acontece
na prática
RSE na teoria e na prática
Até a década de 1950, a responsabilidade social empresarial só existia no
cumprimento das obrigações legais, pagamento de impostos e geração
de empregos.
Com o surgimento das sociedades industriais, o Estado passou a intervir
na economia e elevar o nível de bem-estar social, aumentando a demanda
por qualidade de vida e condições mais justas.
Então, a partir dos anos 1970, a sociedade civil se mobilizou e começou a
cobrar o envolvimento das empresas, que responderam com novas con-
cepções sobre negócios e responsabilidade social.
Inicialmente, a RSE se tratava apenas de projetos sociais, ao passo que
hoje o conceito se estende a todas as atividades da empresa e relações
com acionistas, governo, consumidor, trabalhadores e sociedade. Assim,
as empresas abandonaram a antiga ideia filantrópica e paternalista para
assumirem a real responsabilidade pelos seus impactos sociais e ambien-
tais.
Hoje, a RSE vai muito além do obrigatório por lei, compreendendo ações
que reverberam por toda a cadeia de valor.
A pesquisa 2018 Global Human Capital Trends da consultoria Deloitte re-
trata esse momento, anunciando a chegada da “era das empresas sociais”.
De acordo com o levantamento, as empresas serão avaliadas com base
em seu impacto social, ao invés de critérios como desempenho financeiro
ou qualidade dos produtos e serviços.
Logo, a responsabilidade social empresarial não é mais um mero proto-
colo, mas uma exigência para a validação da empresa e crescimento dos
negócios.
Acesse: https://www.sbcoaching.com.br/blog/negocios/responsabilidade-
-social-empresarial/
109
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 110
relação à sociedade na qual estão inseridas. Em função disso, o debate sobre Res-
ponsabilidade Social (RS) é acirrado e apresenta diversas tendências e motivações.
O capitalismo e a produção desenfreada faz com que a economia circule dan-
do posse aos que podem consumir e excluindo do sistema os que não podem. A
participação de empresas, a decisão do gestor para o esforço do desenvolvimento
sustentável se dá dependendo do nível de entendimento do empresariado quanto
à sua corresponsabilidade no processo de desenvolvimento social.
Silva (2010, online) tem um discurso muito positivo ao afirmar que a responsa-
bilidade social empresarial surge como forma de unir os interesses da sociedade
com os das empresas na qual uma conduta coerente com a ética pública na qual
os interesses da organização ficam preservados e são gerados inúmeros benefí-
cios à sociedade. Com isso ganha a empresa e ganha a comunidade.
Mas, nos inquieta ainda saber se esse papo é verdade ou se as empresas utili-
zam da RSE como discurso para cair nas graças da população, dos consumidores
que buscam idoneidade nos processos organizacionais.
Conforme Portella (online), é crescente a participação do empresariado em pro-
gramas de desenvolvimento social, dentro ou fora dos seus “muros”, “mas ainda
insignificantes se compararmos ao número de excluídos que a nossa sociedade
produz”. Organizações querem ser exemplo e poder comprovar para a sociedade
a veracidade e a efetividade de suas ações de RSE.
Há quem diga que esse tema é visto por muitas empresas como um entrave.
Justamente por perceber essa grande concorrência e possíveis cenários de crise,
é possível que investir com o compromisso social pode parecer um verdadeiro
fardo. E cá entre nós, já que estamos falando da lógica do mercado, esse pen-
samento é completamente compreensível, uma vez que as práticas socialmente
responsáveis demandam certos gastos que, sem uma gestão estratégica, podem
parecer desnecessários (PARTNERS, 2018, online).
Mas então o que motiva, o que faz sentido, porque os empresários incluem a
RES em suas empresas? Segundo Portella (online), a iniciativa de se adotar uma
gestão com responsabilidade social pode ser minimizada em quatro focos: mer-
cadológicos, motivação pessoal, orientações da matriz e incentivos tributário,
conforme veremos no quadro 01:
110
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 111
Quadro 01: Focos da motivação para a Responsabilidade Social.
Em relação a estratégia mercadológica, podemos pensar
Mercadológico que organizações que investirem no mercado social são
preferidas pelos consumidores e tornam-se mais lucrativas.
Está relacionada aos valores e motivações dos donos ou
principais executivos da empresa, por razões religiosas, hu-
Motivação pessoal manitárias, culpa por pertencerem a um grupo privilegiado,
vaidade em ajudar outras pessoas e ser reconhecido por
isso, traumas ou doença na família.
Refere-se às multinacionais e transacionais que podem pas-
sar orientações às filiais nesse sentido. Normalmente essa
decisão das multinacionais ou transacionais vem da sensi-
Orientações da matriz
bilidade aos problemas de seu entorno ou da percepção da
importância do investimento para os objetivos estratégicos
da empresa.
A última motivação está na linha dos incentivos tributários
ou outros incentivos oferecidos pelo governo ou outras or-
ganizações. No Brasil, esse motivo não tem sido muito con-
siderado, haja visto o pouco ou quase nada oferecido pelo
governo de incentivo às empresa que façam investimentos
Incentivos tributários sociais. Conforme a nossa legislação, para que a empresa
brasileira se beneficie das deduções é preciso que ela seja
tributada pelo lucro real. As doações estão limitadas a 2%
do lucro operacional, antes de computada sua dedução. No
caso da empresa tributada pelo lucro presumido ou arbitra-
do o benefício não se aplica.
Fonte: Portella (online).
De acordo com Buettgen (2007), quando esses gestores e suas empresas as-
sumem a RSE como cultura organizacional, transcendem o cumprimento dos re-
quisitos legais e passam para o âmbito do desejo de provocar mudanças. Abrem
as portas para a geração de desenvolvimento socioeconômico sustentável na sua
área de influência.
RSE é uma gestão baseada na relação ética e transparente das empresas com
os seus públicos e no estabelecimento de metas que sejam compatíveis com a
realidade e necessidades de desenvolvimento sustentável do ecossistema que
acolhe essa empresa (BUETTGEN, 2007).
A RS ou RSE é uma nova estratégia empresarial que está relacionada a ética
e necessita ser vista como filosofia empresarial que rege o mercado, trata-se de
um elemento novo na cultura das organizações, ou uma “nova” forma de se fazer
negócios e para sensibilizar e formar uma massa de atuação social no setor em-
presarial é preferível utilizar argumentos de negócios do que esperar pelo senso
cívico ou filantrópico.
111
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 112
Preservar recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respei-
tando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais, acaba
gerando resultados esperados dessa relação mais saudável entre empresa e meio
(ETHOS, 2011).
As empresas descobriram diversas maneiras para atingir seus objetivos estra-
tégicos, e a melhor delas provavelmente reflete as circunstâncias particulares nas
quais ela está inserida (PORTER, 2004, p. 36). Logo, se os empresários pensando
no mercado local e global, percebem que há uma demanda social para prática ou
discurso sustentável, certamente o farão.
Para Buettgen (2007), essa conexão entre o global e local é estabelecida pelas
organizações, principalmente as grandes, que têm a possibilidade de trazer expe-
riências exitosas de outros lugares do globo e utilizarem uma ferramenta merca-
dológica, o benchmarking, para adaptarem-se, e de forma inteligente, empresas,
departamentos ou funcionários atentos e que possuem RSE ativas se utilizam das
carências locais para executarem sua principal tarefa: influenciar positivamente
o ecossistema e projetar a imagem da marca que representam.
Anote isso
A responsabilidade social empresarial é vantajosa para todos, desde os
trabalhadores e comunidade local até investidores do outro lado do mun-
do. Mas é claro que esse tipo de gestão também representa uma grande
vantagem competitiva para a empresa, que fortalece sua imagem corpo-
rativa e aumenta sua participação no mercado. Além disso, a empresa que
adota a RSE tem mais chances de fidelizar seus consumidores e conseguir
opiniões favoráveis da imprensa.
Fonte: <https://www.sbcoaching.com.br/blog/negocios/responsabilidade-
-social-empresarial/>.
Silva (2010, online), diz que uma organização que busca crescimento “eco-
nomicamente correto”, sustentado na dignidade humana e reconhecendo seu
papel como importante agente de transformação social, que se preocupa com
a comunidade, assumindo a consequência por seus impactos e que se permite
ofertar benefícios sociais, transformando parte dos lucros em ganho social, estará
ganhando pontos fundamentais, e será socialmente responsável.
112
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 113
Podemos dizer então, que a lógica das empresas atuarem com responsabilida-
de social empresarial é para cumprir alguns interesses. Dificilmente, as empresas
atuam com responsabilidade social por puro e simples altruísmo. Claro que faz
parte da essência de muitos empresários, mas ainda assim, ao atuar dentro desses
moldes sociais, ambientais e econômicos terão algum tipo de vantagem, prestigio
em algum momento.
Mas então quais vantagens as empresas querem, buscam ou podem ter ao
praticar ações de responsabilidade social empresarial?
Temos algumas vantagens para exemplificar dentro dessa lógica mercadoló-
gica:
113
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 114
Colaboradores que valorizam as ações da empresa onde traba-
lham e se sentem motivados só podem significar uma coisa:
Aumento da produtivi- aumento da produtividade. Um bom ambiente de trabalho,
dade que valoriza o bem-estar interno e externo é a chave para que
seja possível produzir muito mais, gerando um aumento indire-
to nos lucros.
Todo esse cenário positivista faz com que a empresa consiga
se portar de maneira muito mais forte no mercado, principal-
mente frente aos seus principais concorrentes. Em um mundo
Diferencial competitivo no qual todos os detalhes se tornam armas na guerra competi-
tiva, apresentar uma postura socialmente responsável faz toda
a diferença perante um público engajado e antenado. E isso é
ter inteligência competitiva.
Deixar público suas ações de responsabilidade social empre-
sarial faz com que aqueles parceiros que têm um pensamento
alinhado com sua empresa e que queiram colaborar com a
causa social em questão se aproximem ainda mais.
Atração de bons par- Em um ciclo virtuoso, cada um desses pontos contribui para o
ceiros crescimento do próprio negócio. Assim, ao mesmo tempo em
que é possível dizer que a empresa contribui realmente para a
melhoria do mundo, seja em escala local ou global, podemos
perceber que, comercialmente, a marca pode se beneficiar
enormemente com este tipo de ação.
Fonte: Partners Comunicação Pro Business (2018). Disponível em: < http://www.partnerscom.
com.br>.
114
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 115
Isto acontece
na prática
3 exemplos práticos
Para entender a RSE na prática, podemos reunir empresas que se dedi-
caram a implementar uma gestão ética e sustentável. Vamos a alguns
exemplos de sucesso em responsabilidade social empresarial:
Fonte: https://www.sbcoaching.com.br/blog/negocios/responsabilidade-
-social-empresarial/
115
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REFERÊNCIAS
ETHOS – INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL. Indi-
cadores Ethos-Sebrae de responsabilidade social empresarial para micro e
pequenas empresas. São Paulo: Ethos, 2011.
116
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 117
CERTIFICAÇÕES NACIONAIS
E INTERNACIONAIS DE
SUSTENTABILIDADE
EMPRESARIAL
AULA 13
117
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 118
Chegamos nesta aula, caro estudante, para discussão acerca das Certificações
Nacionais e Internacionais sobre sustentabilidade empresarial. Neste momento
iremos conhecer na prática como ocorrerá a atestação da veracidade das práticas
de sustentabilidade, ou seja, as certificações.
As organizações estão envolvidas em competições cada vez mais intensas para
a conquista de mercado. As grandes organizações e até mesmo companhias me-
nores, mas que são bem estruturadas, além de buscar conquistar e manter mer-
cados onde possuem suas matrizes, também expandem essa guerra para além
de suas fronteiras, em um processo de globalização já bastante estabelecido. Para
tanto, surgiram as certificações internacionais. Iremos conhecer mais sobre elas,
conforme avançarmos em nossos estudos!
Essa elevação na competitividade das organizações em busca de novos mer-
cados e até mesmo de mercados internacionais fez com que medidas “protecio-
nistas” fossem impostas em uma tentativa de proteção e garantia da qualidade e,
sobretudo, de conseguir preservar empregos em seus respectivos países. Dentre
essas medidas, figura a imposição de barreiras aos produtos estrangeiros que
não atendam a normas de qualidade tanto de processos como de atendimento
a requisitos de responsabilidade social, ambiental, trabalhista e de riscos. Como
exemplo, podemos citar o caso do Reino Unido como nação que tem seu merca-
do muito bem protegido contra a entrada de produtos concorrentes, e somente
aqueles que atendem à sua rígida legislação têm espaço para comercialização. Tal
país foi pioneiro no estabelecimento de normas gerenciais pela British Standard
Institution (BSI), e tal movimento, intensificado após a aplicação da norma BS 5750
sobre gestão da qualidade, fez com que vários outros países também estabele-
cessem suas próprias normas neste campo.
O fato é que essa imposição de barreiras diversas pelos países prejudica o flu-
xo de produtos e divisas entre os mesmos, penalizando especialmente os países
mais pobres. O comércio entre países é uma condição importante para o desen-
volvimento e algumas nações, visando promover essas transações, associam-se
na forma de blocos econômicos, como é o caso da União Europeia, Mercosul,
NAFTA, entre outros.
Entretanto, ainda que os blocos promovam o comércio entre os países parti-
cipantes, para aqueles que não fazem parte dos tratados, as barreiras persistem.
Em uma análise simples, você pode concluir quão difícil é, para uma empresa que
quer exportar, vencer barreiras comerciais de naturezas diversas com cada país
118
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 119
impondo seu extenso conjunto de regras. Em contrapartida, é válido refletirmos
sobre o quanto os países precisam ter garantias mínimas de que os produtos
comercializados em seus territórios atendam a requisitos de qualidade, de res-
ponsabilidade social e ambiental, etc. Para tanto, a OMC (Organização Mundial
do Comércio) criou legislações regulatórias dificultando a entrada de produtos
nocivos, confeccionados por organizações poluidoras ou manufaturados sob con-
dições desumanas. A OMC ainda estabeleceu padrões internacionais que passa-
ram a servir de referência aos países em relação a como atender requisitos em
diferentes mercados.
Anote isso
119
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Fonte: https://www.iso.org/iso-name-and-logo.html
120
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 121
Normas da A ISO 17025 é uma norma para a padronização de testes laboratoriais,
família ISO porém apenas para laboratórios de ensaio e calibração. Tem algumas se-
17025 melhanças e pontos em comum com as normas da série ISO 9000, porém
não é aplicável a qualquer tipo de empresa. A norma teve início em 1978,
com a ISO/IEC guia 25. Apenas no ano de 2000 a norma ISO 17025 foi
internacionalmente publicada.
Normas da A norma ISO/IEC 20000 foi a primeira norma internacional a ter como foco
família ISO o Gerenciamento de Qualidade de Serviços de Tecnologia da Informação
20000 (TI). É uma norma publicada pela Organização Internacional para Padro-
nização (ISO) e pela Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC). Foi criada
para substituir a antiga BS 15000 e melhorada para se adaptar melhor a
outras normas internacionais.
Normas da A ISO 22000 é uma norma destinada a sistemas de gestão da segurança
família ISO alimentar. Tem suas diretrizes voltadas para o âmbito alimentar, mas tam-
22000 bém propõe a adoção das mesmas para tratar questões éticas e promo-
ver a conscientização de consumidores. A norma foi publicada em 1 de
setembro de 2005, e é complementar de outra norma internacional bem
conhecida: a ISO 9001.
Normas da A norma ISO 26000 começou a ser planejada em 2005 e só foi publicada
família ISO em 2010. É uma norma opcional, ou seja, que não possui certificado, e é
26000 voltada para a Responsabilidade Social Empresarial (RSE). É uma norma
que pode ser adotada por qualquer empresa que queira começar ou
melhorar seus projetos de responsabilidade social e sustentabilidade, seja
qual for sua origem, tamanho ou atividade.
Normas da As normas da família ISO/IEC 27000 convergem para um ponto, o Siste-
família ISO ma de Gestão de Segurança da Informação (SGSI), tendo como normas
27000 mais conhecidas as ISO 27001 e ISO 27002. Estão muito relacionadas à
segurança de dados digitais ou sistemas de armazenamento eletrônico.
O conceito de segurança da informação vai além do quesito informático e
tecnológico, apesar de andarem bem próximos.
Normas da As normas da família ISO 31000 têm como foco a gestão de risco. Não são
família ISO normas que visam a certificação, e podem ser implementadas por qual-
31000 quer empresa, independente de sua área, tamanho ou setor de atuação.
Publicada pela ISO em 2009, a família ISO 31000 são normas guias, que
trazem informações e recomendações para guiar aqueles que querem
implementá-la, e procuram fornecer informações básicas para todos os
tipos de gestão de risco.
Normas da A norma ISO 50001 é uma norma que visa a implementação de um sis-
família ISO tema de gestão, assim como a ISO 9001 e a ISO 14001. Esta norma, em
50001 específico, estabelece diretrizes e guias para a implementação de um sis-
tema de gestão de energia. Foi elaborada e publicada após as duas outras
normas já citadas e pode ser desenvolvida em conjunto com elas.
Fonte: Elaborado pelos autores. Adaptado de ISO - Normas Técnicas. Disponível em: https://www.
normastecnicas.com/iso/.
121
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Anote isso
Fonte: https://www.napratica.org.br/o-que-e-e-como-funciona-o-metodo-pdca/
122
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 123
Isto está
na rede
Para saber mais sobre as normas brasileiras estipuladas pela ABNT, con-
sulte o link http://www.abnt.org.br/normalizacao/lista-de-publicacoes/
abnt, que direciona à página da entidade e possibilita consultar e conhecer
as mais variadas NBR’s, das diferentes áreas de atuação organizacional.
123
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 124
BALANÇO SOCIAL E
OS RELATÓRIOS DE
SUSTENTABILIDADE
AULA 14
124
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 125
Olá, estudante! Em nossa aula vamos falar sobre balanço social. E, afinal, você
já tem alguma ideia do que seja? Não é um balanço de corda e madeira. Sabe
aquele tipo de balanço, o patrimonial, com contas de ativo e passivo e determina-
ção de lucros ou prejuízos? Então, existe uma relação importante com esses tipos
de dados contábeis. Bem, na verdade, esse tipo de balanço, o social, faz ligação
com as dimensões da sustentabilidade; o documento tem por objetivo apresentar
a realidade econômica, social e ambiental de uma empresa, do governo ou de
uma organização do terceiro setor.
As organizações, ultimamente, estão buscando construir instrumentos de na-
tureza social e ambiental, e isso é mais do que estarem limitadas a demonstra-
tivos ambientais. Dessa forma, para que esses instrumentos sejam eficientes, é
necessário incluir dados das áreas financeira e contábil (SANTOS, 2015). A partir
desse entendimento, foram construídos alguns instrumentos: Balanço Social, De-
monstração do Valor Adicionado (DVA), Norma Brasileira de Contabilidade Técnica
15 (NBC T 15) e Relato Integrado.
Bem, então já entendemos que aqueles balanços contábeis - que os gestores
verificam para compreender o resultado do exercício ou dos esforços durante
o ano - estão bastante ligados à finalidade dos demonstrativos que estamos fa-
lando. Por exemplo, os de natureza social e ambiental possibilitam, assim como
os demonstrativos contábeis empresariais “convencionais”, comparar períodos
diferentes; porém, nesse caso, temos outras possibilidades como por exemplo,
as empresas prestarem contas para acionistas, funcionários, terceirizados, for-
necedores, parceiros, governo, comunidade externa e outros, ou ainda ampliar a
transparência institucional (SANTOS, 2015).
Para Kroetz (2000, p. 68):
125
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 126
A função principal do Balanço Social da organização é tornar público a responsa-
bilidade social da empresa. Isso faz parte do processo de pôr as cartas na mesa e
Agora fica mais claro entender a real ligação do Balanço Social com aquele da
contabilidade, certo? Isso porque o Balanço Social é equitativo e leva informação
a quem dela precisar, assim como a missão da contabilidade (reportar informa-
ção contábil, financeira, econômica, social, ambiental, física, de produtividade e
de qualidade, com sustentabilidade, buscando o Desenvolvimento Sustentável).
Anote isso
126
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 127
à comunidade. É também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o
exercício da responsabilidade social corporativa (IBASE, online).
E como seria a aparência desse relatório? Não é nada complicado, trata-se
de uma planilha que nos traz informações sobre a folha de pagamento dos co-
laboradores, gastos com encargos sociais, participação nos lucros, detalhes com
despesas de controle ambiental e investimentos sociais externos em várias áreas,
tais como: educação, cultura, saúde, entre outras.
E você ainda pode pesquisar e conhecer informações de diversas empresas
porque a base de dados do Balanço Social IBASE é aberta a todas e a todos que
queiram pesquisar sobre o tema.
Para sanar sua curiosidade sobre a aparência do relatório vamos inserir um
trecho do balanço de uma empresa conhecida por todos nós, a TAM:
Deixaremos aqui uma dica! Caso você queira buscar mais informações sobre
esse balanço, ou outros tantos que estão disponíveis no site, basta clicar no link
e navegar. É gratuito e tem muita informação.
127
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 128
Anote isso
Brasil - Balanço Social IBASE
É um demonstrativo numérico sobre as atividades sociais da empresa em
forma de tabela de uma página. De fácil preenchimento, permite a verifi-
cação dos dados e a comparação com outras empresas.
De acordo com o Ibase, o balanço social é um demonstrativo publicado
anualmente pelas empresas que reúne um conjunto de informações sobre
os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investi-
dores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. Este instrumento,
que deve ser resultado de um amplo processo participativo que envolva
comunidade interna e externa, visa dar transparência às atividades das
empresas e apresentar os projetos efetivamente. Ou seja, sua função prin-
cipal é tornar pública a responsabilidade social empresarial, construindo
maiores vínculos entre a empresa, a sociedade e o meio ambiente. O acesso
é eletrônico e gratuito.
O balanço social para instituições de ensino, fundações e organizações
sociais: www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm.
O balanço social para Cooperativas: www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.
exe/sys/start.htm.
O balanço social para as MPEs: www.balancosocial.org.br/cgi/cgilua.exe/
sys/start.htm.
128
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 129
compartilhamento de dados com as partes interessadas, e o desenvolvimento da
sustentabilidade nas cadeias de valor (INSTITUTO ETHOS, 2018, online).
Para ter acesso a esses relatórios você pode acessar o site e preencher seu
cadastro gratuitamente. Veja na figura 2:
E caso você esteja também curioso para ver o modelo desse questionário on-
line do relatório, na mesma página, o link disponibilizado logo acima apresenta a
possibilidade de ver amostras, como esta da figura 3:
129
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 130
Figura 3: Amostra da Estrutura do Questionário do Instituto Ethos.
Fonte: https://bit.ly/339ZTaQ.
Esperamos que neste momento você esteja se questionando sobre como apli-
car o relatório de sustentabilidade ou um balanço social. Para auxiliar essa com-
130
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 131
preensão apresentaremos o quadro abaixo com as aplicabilidades e diferenças:
Quadro 1: Elementos diferenciadores entre o Balanço Social e o Relatório de Sustentabilidade.
ELEMENTO BALANÇO SOCIAL RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE
AVALIADO
Finalidade Prestação de Contas por parte das empresas para com a sociedade,
quanto à forma como os recursos humanos e naturais são utilizados
em seu cotidiano.
Natureza Demonstrativo Contábil, Análise descritiva das ações de sustenta-
voltado exclusivamente bilidade, que obedece a diretrizes conso-
para dados quantitativos lidadas por organismos terceiros.
(investimentos não mer-
cantis).
Alinhamento Nem sempre se evidencia um alinhamento de informações entre o
Balanço Social e o Relatório de Sustentabilidade.
Princípios Le- Não existe uma regulamentação em nível nacional que estabeleça
gais um modelo fixo para ambos os casos. Entretanto, alguns estados e
municípios já demonstram suas próprias regulamentações, em espe-
cial para os Balanços Sociais. É válido dizer que um dos elementos do
Balanço Social, qual seja, o Demonstrativo de Valor Adicionado – DVA,
já é obrigatório às Sociedades que possuem ações de capital aberto
(BRASIL, 2007).
Qual a principal Quantas unidades mone- Quais os resultados práticos das ações e
informação do tárias retornaram à socie- dos projetos sociais e de sustentabilida-
documento? dade a partir da aplicação de desenvolvidos pela empresa.
de uma unidade monetá-
ria em ações sociais.
Complexidade Por ser embasado em Por não haver um modelo padroniza-
metodologias contábeis do e por se utilizar de dados qualitativos,
consolidadas, a tendência ainda existem muitas dúvidas sobre
é de que sua execução como elaborar e quais dados explorar
seja mais clara e evidente. na composição destes relatórios, o que
torna sua execução mais complexa.
Tendências A tendência principal é de que o Balanço Social seja englobado pelo
Relatório de Sustentabilidade, tornando-se seu braço quantitativo,
embora nem todas as informações contábeis sejam elegíveis à publi-
cação neste último documento.
Fonte: Adaptado de Igarashi et al. (2010).
Com o quadro acima esperamos que você, enquanto futuro profissional, possa
articular os objetivos, aplicações e a finalidade desses documentos.
Sendo assim, esperamos também ter gerado sua curiosidade para se apro-
fundar no tema e conhecer outros modelos e exemplos do Balanço Social e dos
Relatórios de Sustentabilidade. Só lembrando que o intuito dessas documenta-
ções é de comunicar as informações para atender a necessidade de quem está
131
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 132
interessado e que, embora tenha fundamentos e princípios na contabilidade, pode
ser aplicado para informações de cunho social.
REFERÊNCIAS
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - Resolução CFC nº 1.003/04. Aprova a
NBC T 15. Disponível em: www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1003.doc> Acesso
em: 02 ago 2019.
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SUSTENTABILIDADE COMO
RESPONSABILIDADE ÉTICA
AULA 15
133
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Olá, estudante. Já vimos que a cada dia se torna mais “comum” no meio cor-
porativo o uso do termo sustentabilidade. A comunicação empresarial usa o dis-
curso nos processos de negociação também. Esse “diálogo” normalmente está
relacionado ao objetivo de vincular uma prática positiva da empresa aos aspectos
sociais, ambientais e econômicos, ou seja, é a tentativa das empresas de gerar
imagem positiva aos stakeholders.
Mas será que as práticas condizem com os discursos? Vale a pena pensar nisso.
Por exemplo: você, sabe que a higiene é algo necessário, mas quando não tem
ninguém olhando, você toma água da geladeira direto do bico da garrafa? Sim?
Não? O que você faz quando não tem ninguém olhando?
Calma, não é uma invasão de privacidade. É só uma reflexão para chegarmos
ao pensamento dessa nossa aula: será que o discurso das empresas condiz com
as práticas sustentáveis? Por isso nós te convidamos: que tal falarmos um pouco
sobre a ligação da sustentabilidade, da responsabilidade social corporativa e da
ética?
Ética está ligada à consciência humana. Da mesma forma que um indivíduo
possui uma imagem social que mostra se é um cidadão de bem, o comportamento
ético da empresa define a sua reputação, um dos seus ativos mais preciosos (FNQ,
2010, p. 22).
Acreditamos que temos que começar do princípio, entendendo o que é ética:
O conceito “ética” tem origem grega, da palavra ethos, que significa modo de ser e
representa as características de um grupo, portanto representa a forma de agir de
A ética trata-se de algo que muda de acordo com a sociedade, com os costu-
mes, a época e até o meio em que os indivíduos participam. E, quando falamos de
ética corporativa, com certeza ela pode variar de acordo com a organização ou o
ambiente no qual ela está inserida, pois é reflexo da sociedade, dos produtos que
vende, da cultura interna, dentre outros fatores que irão compor esse ambiente.
Podemos pensar que a ética melhora a vida da sociedade, a vida em grupos
e o respeito das pessoas dentro do contexto social. A ética é reflexo da época,
134
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 135
sociedade, avanço tecnológico, relações e ações individuais, enfim, de todo o de-
senvolvimento da sociedade (JACQUES et al., 2008).
Agora vamos relembrar que a sustentabilidade está amparada pelos pilares
econômico, ambiental e social, de acordo com o Triple Botton Line (Tripé da Sus-
tentabilidade) criado em 1990, pelo inglês John Elkington. Para facilitar vamos
revisitar o que está implícito dentro desse tripé, com a figura 1:
135
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 136
e então os meios de comunicar a sociedade (que pode ser feito pelos relatórios
de sustentabilidade divulgados anualmente) (VIDAL, 2013, online).
Sendo assim, a ética do “nosso tempo” é a lógica de o mercado atuar respeitan-
do uma série de preceitos sustentáveis. A Ética Empresarial é fundamental para
o ambiente dos negócios, porém implantar e, principalmente, manter as políticas
éticas é algo que deve ser recriado constantemente. Segundo a FNQ (2010) o de-
safio da sustentabilidade requer uma nova forma de pensar, novas tecnologias e
novos modelos de negócios.
Isto está
na rede
Muito além do discurso
O processo de criação de uma cultura da ética nas grandes organizações
segue com força e começa a sair dos códigos de conduta e programas de
compliance para a prática no dia a dia.
Os principais vetores de conduta ética nas corporações, segundo a pes-
quisa, são: o compromisso dos funcionários e dirigentes e a palavra em-
penhada na observância dos códigos da empresa (compliance); a noção
de transparência acima de tudo (nada a esconder); a transcendência,
em que se acredita que é preciso ir além do lucro, gerando valor para a
sociedade e contribuindo para o desenvolvimento do País.
Disponível em: http://www.fnq.org.br/publicacao/excelenciagestao/revis-
taexcelencia2010.pdf.
136
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 137
Figura 2: Cinco Dimensões da Ética Empresarial.
Fonte: SANTOS (2015, p. 6).
Repare que as dimensões estão protegidas pelo Triple Botton Line, e entende-
mos que o grande desafio é atualizar políticas e práticas organizacionais tão logo
quanto for possível para atender a sociedade atual que, está em constantes trans-
formações. Essas mudanças podem impactar diretamente nas questões éticas e
também na elaboração de novas legislações, normativas e ações.
Mas o que seriam cada uma dessas dimensões? Vamos conhecer cada uma
delas de forma resumida. Secaf Neto (2018, online) se apoia no IBGC, Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa, para nos apresentar que há 4 pilares da
governança corporativa que são os agentes e os procedimentos que devem sus-
tentar suas boas práticas:
1 - Transparência: mecanismos internos que devem garantir que os stakehol-
ders – como a sociedade, o governo, parceiros, fornecedores, comunidade, clientes
e acionistas – estejam sempre muito bem informados sobre a tomada de decisão
e sobre os processos organizacionais.
2 - Equidade: não importa o nível hierárquico, o grau de relação e influência
sobre a empresa ou o nível de participação no capital, todos os agentes da orga-
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nização devem ser tratados de forma igualitária.
3 - Prestação de contas (accountability): todos os que detêm responsabilidades
na empresa devem prestar as devidas contas de seus atos e decisões, tanto em
nível financeiro quanto de desempenho de suas atividades.
4 - Responsabilidade corporativa: o lucro garante a longevidade do negócio,
mas seu papel social, sua retribuição à comunidade e sua inserção em questões
referentes a sustentabilidade do planeta também devem ser levadas em conta.
E como adotar a cultura de aprendizado contínuo nas empresas? Esse é o título
de um texto da Telefônica (online, acesso em 2019) que revela que muitas empre-
sas como Google, Microsoft, e Intel desenvolvem seus processos de aprendizado
com a ajuda de um bom setor de Treinamento e Desenvolvimento (T&D), investem
em tecnologia, adotam tendências de educação corporativa e recorrem a parcei-
ros especializados para otimizar suas estratégias. O primeiro passo para criar uma
estratégia de aprendizado contínuo nas organizações envolve uma mudança do
mindset dos líderes e demais membros da gestão. Normalmente, treinamentos
são vistos como custos desnecessários, iniciativas que consomem o tempo produ-
tivo dos funcionários. Para nós, aqui, o que deve ficar claro é que o Aprendizado
Contínuo visa a qualificação dos profissionais na área de Responsabilidade Social.
Agora, sobre respeitar o que é diferente, parece que é obrigação, não é? Lem-
brando que o multiculturalismo é a convivência pacífica de várias culturas em
um mesmo ambiente. É um fenômeno social diretamente relacionado com a glo-
balização e as sociedades pós-modernas. Como exemplo aqui, podemos citar a
coexistência de diversos grupos culturais em um mesmo lugar como um exemplo
de multiculturalidade e representatividade. Como quando temos em uma mes-
ma mesa de reuniões funcionários afrodescendentes, indígenas, caucasianos e
asiáticos1.
Parece algo tão simples e “normal”, mas ainda existem empresas que apresen-
tam certos receios e adotam práticas mais brandas, como não contratarem mulhe-
res para cargos de chefia simplesmente por serem machistas ou por acreditarem
que homens e mulheres em posição e destaque são vistos de formas diferentes. O
Respeito à Multicultura trata-se do respeito às diferenças das pessoas, da criação
de um código de ética dentro da organização.
Quanto a Inovação, esta possibilita pensar em novas necessidades. Porter
(1985, p. 36) apresenta há mais de duas décadas que a inovação “é um conjunto
1 https://www.significados.com.br/multiculturalismo/
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de melhorias na tecnologia e nos métodos ou maneiras de fazer as coisas”. Pode
ser vista como a aplicação dos conhecimentos das pessoas e das competências
empresariais para criação de novos produtos, processos e serviços, mas também
na melhoria desses, mudanças que possam gerar valor social, econômico ou di-
ferencial competitivo.
Gurgel (2006) e IBGE (2003) nos posicionam de que a inovação está na imple-
mentação de produtos (bens ou serviços) ou processos tecnologicamente novos
ou substancialmente aprimorados, ou seja, é um conjunto de novas funções evolu-
tivas que alteram os métodos de produção, criando novas formas de organização
do trabalho e, ao produzir novas mercadorias, possibilita a abertura de novos
mercados através da criação de novos usos e consumos.
A sustentabilidade aborda a questão de minimização de impactos ambientais
causados pelas organizações, proposta de programas voltados à área ambiental,
promoção de políticas internas e externas, transparência, entre outros. É impor-
tante frisar que a responsabilidade social em relação à sustentabilidade não pode
estar limitada aos portões fechados da empresa, é preciso que a responsabilidade
social contribua para a melhoria e para o desenvolvimento humano e do meio
ambiente.
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Anote isso
Ainda se faz necessário aqui reiterar que as cinco dimensões éticas apresen-
tadas não possuem uma relação hierárquica, apenas foram enumeradas para
facilitar nossa compreensão. Elas devem estar integradas, pois foram criadas
com o objetivo de criar políticas éticas, e não devem ser analisadas de maneira
separada, mas sim integradas.
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REFERÊNCIAS
FNQ – Fundação Nacional da Qualidade. Ética empresarial. Excelência em gestão.
Ano II, nº 03. Outubro, 2010. Disponível em: http://www.fnq.org.br/publicacao/
excelenciagestao/revistaexcelencia2010.pdf. Acesso em: 09 ago 2019.
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PSICOLOGIA SOCIAL E
AMBIENTAL: INFLUÊNCIAS
DE PRODUÇÃO E CONSUMO
AULA 16
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Caro(a) estudante, você já parou para pensar como a mídia pode influenciar
nossas decisões? Você acredita que somos frutos do meio, ou seja, somos influen-
ciados por outras pessoas, por ideias alheias?
É claro que sim. Até porque somos levados ou persuadidos a realizar nossas
escolhas, querer coisas, excluir outras, tendo em vista as pressões sociais, a aceita-
ção, referências de pessoas que vivem à nossa volta. Assim como também somos
influenciados pela forma como a mídia desenvolve seus discursos, nos deixando
propensos a “comprar” ideias e acreditar nelas.
Desta forma, em nossa última aula vamos trabalhar com a psicologia ambiental
e social, além das influências para as questões da sustentabilidade e responsa-
bilidade social.
Trabalhando primeiro para entendermos o que é psicologia ambiental, pre-
cisamos antes de tudo compreender sua relação com o meio ambiente, que se
refere aos contextos nos quais vivemos e nos desenvolvemos e cuja influência seja
notável sobre um grupo de pessoas. Trocando em miúdos, a psicologia ambiental
é a encarregada de analisar a relação das pessoas com o entorno (MOSER, 1998,
online).
Já a Psicologia Social pode ser entendida como o estudo das relações huma-
nas. Este ramo considera o indivíduo como influenciado pelo meio que o forma
e também o sujeito como elemento que altera o ambiente em que vive. E, além
disso, estuda as percepções desse meio na expectativa de compreender o com-
portamento social, e ainda analisa as interações sociais (CARVALHO; COSTA JU-
NIOR, 2017).
Os autores alegam ainda que é possível dizer que qualquer psicologia que se
preocupe com a influência social sobre indivíduos e grupos é também psicologia
social. Do mesmo modo, perceber que o social, muitas vezes colocado como um
conceito quase abstrato, é constituído por pessoas que podem modificá-lo a partir
dos seus interesses.
Nessas perspectivas, vamos entender alguns comportamentos: de um lado
temos empresas que, por conhecerem ou se aproximarem de conceitos como o
de responsabilidade Social (RS) e sustentabilidade, passam a empregar, discursar
e se apropriar de rotinas para que possam ser competitivas diante de um mer-
cado globalizado. Essa seria uma prática pensando nas vantagens mercadológi-
cas. Ainda temos as empresas que, ainda que não executem de forma perfeita,
trabalham com discursos de adesão e práticas ambiental e sustentavelmente
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corretas para vender uma imagem de “correta”. Há ainda empresas que operam
sob um discurso de ameaça de finais trágicos para a humanidade caso não haja
comportamento de produção e consumo corretos, jogando com a psique humana
e gerando resultados positivos porque envolvem processo de decisão de compra
dos adeptos às práticas sustentáveis.
Do outro lado temos quem? Os consumidores que, por acreditarem nas amea-
ças midiáticas de tragédias, passam também a adotar comportamentos mais res-
ponsáveis para sentirem-se engajados ou para parecerem engajados, corretos
diante de discursos sociais que os tornem aceitos ou aclamados pelos grupos de
referência. Esse comportamento pode ser explicado pela psicologia ambiental,
porque sabemos, ou percebemos, que nós, seres humanos, estamos cada vez
mais conscientizados em relação ao cuidado do planeta e do entorno (MOSER,
1998, online).
Perceba que temos discursos empresariais e sociais disseminados por pres-
sões originadas e/ou disseminadas por diversos agentes. Isso porque o consu-
midor, abordando esse ator do processo, é influenciado e estimulado. Segundo
Gade (1998, p.1), “o comportamento do consumidor são as atividades físicas e
mentais realizadas por este, que estão ligadas com os produtos e serviços de que
eles almejam, para suprir suas necessidades e desejos.”
Quando analisamos o comportamento dos consumidores, considerando os
fatores externos que os influenciam dentro de um contexto pessoal, sabemos que
grande parte de sua vida transcorre em contato com a sociedade. O que nos leva
a outros diversos estudos que abordam os fatores influenciadores de consumo,
um deles, e o que nos cabe nesse momento, é a influência social.
Nosso contato com os grupos sociais é um dos fatores de maior relevância para
nossa influência. Segundo GADE (1998) podemos definir grupo como sendo pes-
soas que mantêm uma relação de interdependência, em que o comportamento
de cada membro influencia potencialmente o comportamento de cada um dos
outros.
A partir daí já podemos entender como uma pessoa que compra de uma em-
presa socialmente responsável e compartilha dessa opinião com outros membros
de seu grupo de convivência pode gerar uma influência nas escolhas dessas ou-
tras pessoas, gerando uma cadeia de adesão a práticas de consumo. É claro que
as empresas visam capturar esse líder influenciador de grupos para que possam
ser a escolha dos demais. Quando uma empresa percebe que é interessante e
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socialmente aceito atuar com princípios e práticas sustentáveis, ela ainda precisa
ser reconhecida como tal, por isso ações de comunicação e diálogo com seus
públicos são necessárias para gerar conhecimento e engajamento social.
Além disso, os grupos sociais compartilham de uma ideologia, de um conjunto
de crenças, normas e valores que estabelecem sua conduta mútua. Desta forma,
podemos dizer que o grupo social transmite influência ao comportamento do
consumidor porque cria uma forma de padrão a ser seguido pelos que pretendem
fazer parte dele.
Essa adesão social, até aqui, está sendo feita pelo discurso socialmente cor-
reto e aceito, mas para apimentar nossa discussão, vamos conhecer algumas
definições que nos ajudarão nessa reflexão como, por exemplo, a “ameaça” de
um terrível futuro desastroso caso providências não sejam tomadas por pessoas
e organização no que tange a adoção de novas práticas, posturas, princípios e
valores voltados ao bem estar social e ambiental. Muitas vezes vemos discursos
individuais e empresariais que de forma tempestiva apelam para discursos apo-
calípticos.
Isto está
na rede
Dia da Terra: o futuro do planeta está em nossas mãos
A preservação e a proteção da biodiversidade marcam esta data na qual
vários países realizam atividades para promover o uso responsável dos
recursos naturais. O Dia da Terra tenta conscientizar o mundo, todo 22
de abril, quanto à necessidade de proteger o meio ambiente e preservar
a biodiversidade. Todos os dias deveriam ser o Dia da Terra, mas, infe-
lizmente, a voragem consumista que nos envolve nos faz esquecer fácil
demais dos problemas que começam a ser graves para o planeta, como a
superpopulação, a poluição e o uso irresponsável dos recursos naturais.
Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/04/22/cien-
cia/1524408059_778849.html.
Para Jodelet (2019, online) ameaça “é uma palavra que aparece de tempos
em tempos no espaço social e midiático. Atualmente, refere-se a fenômenos que
envolvem as vulnerabilidades sociais e um acúmulo de eventos perturbadores,
suscetíveis de provocar um sentimento de derrocada”.
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Ainda podemos entender que as empresas realizam mudanças em suas estra-
tégias mercadológicas e de políticas sociais ou ambientais por pressão social ou
medo de ficarem alheias às preferências de consumo, ou seja, não serem esco-
lhidas pelos consumidores por não fazerem parte do rol de organizações que são
adeptas ou estão preocupadas com o futuro do planeta, ou ainda com a qualidade
de vida de seus funcionários. “A noção de ameaça está geralmente associada a
outros termos: risco, perigo, incômodo, aborrecimento, estresse, medo, pavor,
terror, susto” (JODELET, 2019, online).
Podemos relacionar esse comportamento, pessoal e organizacional, com a
psicologia ambiental, cujo foco está, dentre outros, na identificação e resolução
de problemas ambientais. Basicamente foca na atuação do ser humano em traçar
planos que possam resolver problemas trazidos pela própria ação do homem, ou
seja, corrigir erros (MOSER, 1998, online).
Isso implica dizer que pessoas, organizações e mídia utilizam do discurso da
ameaça para provocar adesão a novos comportamentos ou decisões de consumo.
“Os entendimentos comuns centrados na interação dos jogos de ameaça estão
bem ilustrados nas pesquisas de psicologia social que enfatizam as relações in-
terpessoais ou intergrupais” (JODELET, 2019, online).
Mas, será que isso está surtindo efeito? Resultado de uma pesquisa publicada
em 2018 afirma que 76% dos 1.090 entrevistados não praticam consumo cons-
ciente no Brasil. Dentre as percepções a que chegaram os pesquisadores, ser
mais sustentável exige muitas mudanças nos hábitos das famílias, nos hábitos
dos próprios respondentes, custa mais caro exige que se tenha mais informação
sobre as questões, sobre os impactos sociais e ambientais que provocam e é mais
trabalhoso. E é mais difícil encontrar produtos sustentáveis no mercado. Ou seja:
para os que responderam à pesquisa, quando a vida exige que se olhe em volta,
que se tenha mais cuidados, que se tente descobrir as origens das coisas e como
são fabricadas, ela está dando trabalho. E aí, o melhor é optar pelo mais fácil,
mesmo que se esteja, assim, provocando maremotos e tsunamis (GONZALES,
2018, online).
A situação fica mais alarmante ainda quando se percebe que 68% dos entrevis-
tados dizem já ter ouvido falar em sustentabilidade e entendem o conceito ainda
voltado para o meio ambiente, enquanto 61% não sabem o que é um produto
sustentável; 11% disseram não saber o que é sustentabilidade.
Para fechar, com outro dado alarmante trazido pela pesquisa, 37% dos en-
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trevistados não se sentem seguros para mudar seus hábitos porque, no fim das
contas, não veem preocupação ambiental nem nas empresas, nem nos governos.
Pensando na Psicologia Social e ambiental, as pessoas se preocupam com o
que outros se preocupam e isso leva a ações maiores, por isso o exemplo deve ser
positivo, as empresas e o poder público precisam ser mais eficientes ao mostrar a
adoção de práticas de responsabilidade social e de sustentabilidade, e ainda vale
a todos a preocupação com seu entorno para que as dinâmicas e rotinas sociais
passem a ser mais orgânicas e não uma obrigação/necessidade latente.
Assim, fica a reflexão para nós, pesquisadores e estudantes, futuros gestores
decisores: quais as nossas reais preocupações quando pensamos em implemen-
tar práticas sustentáveis e ambientalmente corretas nas empresas: a essência
de querer fazer o bem ou estimular vantagem competitiva para consumidores e
mercados globalizados cujas normativas e certificações nos “obrigam” a atuar de
forma padronizada?
Sabemos, caros(as) estudantes, que há consumidores e consumidores, em-
presas e empresas, e que todo material estudado, todo conteúdo aprendido,
serve para que você possa fazer a diferença em seu segmento, em seu entorno.
Agir de forma responsável por essência, princípios e valores, e não somente por
ameaças, estímulos mercadológicos, ainda que a lógica do mercado capitalista
nos pressione a tal. Vamos unir todas essas esferas e fazer de nossas ações as
melhores que pudermos.
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REFERÊNCIAS
CARVALHO, Tércio Santos Vieira; COSTA JÚNIOR, Inácio César Andrade. (2017) Psi-
cologia social: conceitos, história e atualidade. O Portal dos Psicólogos. Disponível
em http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0421.pdf. Acesso em: 13 ago 2019.
GADE, Christiane. Psicologia do consumidor e da propaganda. São Paulo: EPU,
1998.
GONZALES, Amélia. Pesquisa mostra que 76% não praticam consumo conscien-
te no Brasil. G1. Natureza. Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/blog/
amelia-gonzalez/post/2018/07/25/pesquisa-mostra-que-76-nao-praticam-consu-
mo-consciente-no-brasil.ghtml. Acesso em: 13 ago 2019.
MOSER, Gabriel. Psicologia Ambiental. Estud. psicol. (Natal) vol.3 no.1 Natal Jan./
June 1998. Disponível em http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X1998000100008.
Acesso em: 13 ago 2019.
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CONCLUSÃO
Caro(a) estudante, nessa obra buscamos levar você a uma reflexão sobre os
diferentes temas nela presentes. Esperamos que ao final da sua leitura, você
possa compreender que estamos diante de um cenário alarmante. O advento
tecnológico e de produção coloca a sociedade em xeque em função dos impac-
tos ambientais causados. Claro que devemos considerar, conforme discutido e
apresentado, toda a perspectiva histórica pela qual passamos. Com base nessa
discussão inicial, podemos concluir que a nossa forma de consumir é que deve
ser repensada!
Ainda, conceituamos e conhecemos juntos as definições de Sustentabilidade,
Desenvolvimento Sustentável, Responsabilidade Social, Marketing Social e Socie-
tal, além das diferentes dimensões com as quais tais conceitos se relacionam.
As aplicações destes conceitos nas diferentes esferas organizacionais podem
ser as mais variadas. Todos os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS)
apresentados podem se adequar às diferentes dimensões sociais; porém, conhe-
cer as diferentes aplicações e as potencialidades dos ODS nas organizações dos
diferentes segmentos faz com que uma organização torne-se contemporânea e
antenada às tendências internacionais.
Conhecemos também os princípios relacionados às certificações nacionais e
internacionais, em especial as certificações da série ISO, que são imprescindíveis
para o acesso e o desempenho das organizações no mercado internacional.
Existem diversos mecanismos, ferramentas e metodologias que podem ser
adotados pelas organizações e que impactarão em seus meios de produção de
bens e serviços, em seu mercado consumidor, em suas estratégias de marketing
e em especial em sua classificação de sustentável ou não sustentável.
Ao longo desta obra, apresentamos diversos exemplos dessas ferramentas e
de aplicações de sucesso dos conceitos sustentáveis, e esperamos que você tenha
aproveitado as considerações aqui colocadas!
Ao longo do livro, você foi convidado(a) a fazer leituras adicionais, visitar por-
tais na internet, e realmente esperamos que você faça isso. As informações re-
ferentes a esta disciplina encontram-se em constante atualização; assim, cabe a
você, futuro profissional globalizado e contemporâneo, atualizar-se e buscar por
informações complementares a todos os conceitos aqui apresentados.
Saiba que, para nós, professores e pesquisadores da área, é muito prazeroso
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provocar em nossos estudantes o espírito crítico quanto às questões socioam-
bientais.
Estaremos torcendo pelo seu sucesso acadêmico e profissional e esperamos
que você atue como agente de transformação social ao longo de sua jornada,
transformando e disseminando os princípios do desenvolvimento sustentável
por onde passar.
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