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Rafael Lucchesi
Diretor Geral do Departamento Nacional do SENAI
Conselheiros
Antonio Carlos Dias
Clóvis Gonçalves de Souza Júnior
Luiz Augusto Caldas Pereira
Maria Lúcia Alencar de Rezende
Maria Lúcia Paulino Telles
Oscar Augusto Rache Ferreira
Pierangelo Rossetti
Rolf Dieter Bückmann
Administração do SENAI/CETIQT
Alexandre Figueira Rodrigues
Diretor Geral
SENAI/CETIQT
Rio de Janeiro, 2010
3
Copyright 2010. SENAI/CETIQT
Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico,
mecânico, por fotocópia e outros sem prévia autorização, por escrito, do SENAI/CETIQT e do(s) autor(es).
Equipe Gestora
Simone Aguiar C. L. Maranhão
Coordenadora Acadêmica
Equipe técnica
Coordenação Geral: Ana Paula Abreu-Fialho
Consultora técnica: Gláucia Centeno
Design Educacional: Flávia Busnardo
Revisão: Paulo Alves
Projeto Gráfico: Nobrasso Branding, design & web
Diagramação: Rejane Megale Figueiredo
Ilustrações e edição de imagens: José Carlos Garcia
Normalização: Biblioteca Alexandre Figueira Rodrigues – SENAI/CETIQT
Impressão e acabamento: MCE Gráfica
Apoio
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Ficha catalográfica
SENAI/CETIQT
Rua Dr. Manuel Cotrim, 195 – Riachuelo
20960-040 – Rio de Janeiro – RJ
www.cetiqt.senai.br
Sumário |
Apresentação 7
Aula 1 9
O modelo de desenvolvimento econômico
e a evolução socioambiental
Aula 2 43
O ciclo de vida do sistema-produto
Aula 3 71
Materiais e processos de baixo impacto
Aula 4 97
Impactos do uso e descarte
Aula 5 125
Design sustentável
Aula 6 147
Ferramenta de estratégias do ecodesign
Apresentação |
Olá!
Seja bem-vindo à disciplina Design Sustentável e Moda, parte da grade
do curso de Pós-Graduação em Design de Moda.
O objetivo desta disciplina é apresentar aos alunos, em linhas bem ge-
rais, o impacto ambiental e social, atrelado à concepção de uma solução têxtil,
focado não só na fabricação, mas em todo ciclo de vida do produto, desde a
escolha da matéria-prima até seu descarte final, não nos esquecendo das fases
de uso e reutilização. Pretendemos, ainda, estimular os alunos a projetar, de
forma mais consciente, fazendo uso de uma ferramenta qualitativa que auxilia
designers a propor alternativas menos impactantes.
Começaremos nossa conversa na Aula 1, discutindo como o modelo de
desenvolvimento econômico influencia nossa sociedade e como os impactos
ambientais induzem-nos para evolução socioambiental. Na segunda aula, pas-
samos a evidenciar que um projeto novo deve envolver a análise de impacto
de todo seu ciclo de vida e quais as características de uma avaliação qualitativa
e quantitativa.
As terceira e quarta aulas são dedicadas a esclarecer alguns dos prin-
cipais impactos associados ao universo têxtil, sejam estes referentes ao tra-
dicional enfoque em materiais, processos e produtos ou também aos menos
abordados, como o uso e pós-uso.
A quinta aula mostra como o designer, de forma ampla, pode interferir
em prol de uma sociedade sustentável, levando em conta novas características
da profissão em um período pós-industrial.
Por fim, apresentamos uma ferramenta qualitativa que, junto com o co-
nhecimento adquirido durante o curso, irá auxiliar na avaliação e desenvolvi-
mento de soluções menos impactantes.
Acreditamos que um conhecimento mais holístico do que seja a vida útil
de uma peça têxtil enriquece seu trabalho como designer, contudo temos cer-
teza de que em pouco tempo, conceber soluções menos impactantes não será
um diferencial, mas sim um imperativo.
Esperamos que aproveite!
7
Aula
O modelo de desenvolvimento econômico
e a evolução socioambiental
1
Seus Objetivos:
Ao final desta aula, esperamos que você seja capaz de:
1. identificar fatores históricos que contribuíram para a
formação e fortalecimento de um estilo de vida industrial;
2. identificar qual ou quais mecanismos de obsolescência es-
tão estimulando o consumo de produtos;
3. reconhecer os principais tipos de impactos ambientais associa-
dos às atuais mudanças climáticas;
4. analisar como o designer atua dentro do sistema industrial.
2 horas de aula
Design Sustentável e Moda
1. Ação e Reação
Você já ouviu falar na seguinte afirmação: Toda ação induz uma reação.
Imagino que sim. Este é um princípio da Física, mas que é totalmente aplicável
à nossa disciplina Design Sustentável.
Nesta disciplina, veremos que ações individuais e em sociedade influenciam
através de diversos impactos ambientais, como o efeito estufa, a extinção de vá-
rias espécies da flora e da fauna mundial, etc. Ou seja, o impacto ambiental de
nossas decisões hoje afeta nossa própria geração e também as gerações futuras.
São principalmente as ações humanas, sejam individuais ou coletivas, que estão produzindo impactos no am-
biente do planeta.
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Aula 1
Mas o que a ecologia e o desenvolvimento sustentável, hoje larga- Ecológico: O termo eco-
logia, cunhado pelo bió-
mente divulgados na mídia, têm haver com as variações climáticas e a famosa logo alemão Ernst Hae-
crise econômica mundial? Será que estas questões são uma preocupação só de ckel, em 1866, significa:
“Relação dos seres vivos
hoje? O que significam estes conceitos acima? com o habitat ou meio
Para entendermos melhor o porquê de estudarmos conceitos relaciona- ambiente natural”. Por-
tanto, não se pode falar
dos à interação do ser humano com o ambiente natural, precisamos voltar um em relação direta com a
Natureza, em um ambien-
pouco no tempo, a fim de identificarmos algumas de suas origens. Desde o
te urbano, criado e modi-
início das grandes civilizações, o homem ao se fixar na terra, tem alterado seu ficado pelo ser humano
com o uso de maquiná-
habitat para prover-lhe o sustento, transformando-o, sem pensar muito, nas
rios e alta tecnologia.
consequências de suas ações. Alguns historiadores relatam que muitas civili-
Sustentável: Conceito
zações podem ter desaparecido em função de mudanças climáticas locais ou apresentado pela primei-
globais que, afetando seus meios de produção e subsistência, como a agricul- ra vez em 1987, através
do Informe Bruntland
tura, e acabaram por afetar a economia local e, consequentemente, a estrutura da ONU (Organização
política, pondo fim a uma civilização. das Nações Unidas), que
definiu Desenvolvimento
Sustentável como “aque-
le que permite fazer uso
dos recursos naturais sem
esgotá-los, preservando-
os para as gerações fu-
turas”. Então, aplicando
A Ilha de Páscoa o mesmo conceito, a de-
O fim do povo que viveu na Ilha da Páscoa foi uma situação isolada e em es- finição mais correta para
o perfil moderno, urbano
cala reduzida, mas serve como indicativo de como a sobrevivência humana e industrial é de produtos
está sujeita ao seu relacionamento com a natureza. sustentáveis, construção
sustentável, obra susten-
Como alegado por Diamond (2005), evidências apontam que fatores políticos, sociais
tável e assim por diante.
e religiosos geraram competição entre clãs que habitavam a ilha. Os nativos passaram
a construir estátuas de pedra para demonstrar sua supremacia em relação aos rivais. O
gigantismo destas peças era o que determinava um maior status ao clã e também a razão
de um impacto ambiental mais profundo, provocado pelos novos hábitos dos nativos.
O desmatamento era justificado pela função secundária a que árvores da ilha foram
relegadas: suprir a crescente demanda por
madeira e cordas para construção e trans-
porte das estátuas. Desta forma, sem ter
uma consciência holística do sistema em
que habitavam, este povo desequilibrava o
ecossistema da ilha de tal forma, que elimi-
nava uma das maiores fontes de alimento,
tornando a vida no local insustentável.
Fonte: Flickr | Foto: p.lenedic
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Atividade 1 – Objetivo 1
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Resposta
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A cultura indígena tem outra visão sobre poluição, consumo e descarte, pois estão em contato com a natureza
e se reconhecem como parte dela.
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Aula 1
2.1. Poluição
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Design Sustentável e Moda
As regiões de Gyro
O maior depósito de lixo do mundo não se localiza em terra firme. Está no
norte do Oceano Pacífico, numa imensa região do mar que começa a cerca
de 950 quilômetros da costa californiana e chega ao litoral havaiano - o Giro do Pacífico
Norte. Seu tamanho já se aproxima de 680 mil quilômetros quadrados, o equivalente
aos territórios de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, somados e possui 10
metros de profundidade – e não para de crescer.
Este é apenas um dos cinco grandes giros oceânicos. Estas áreas acumulam lixos flu-
tuantes por serem regiões de correntes marítimas de baixa velocidade e de movimentos
circulares, mas que podem distribuir seu lixo caso ocorra uma inversão de correntes.
Cerca de 90% do lixo flutuante dos oceanos é composto de plástico.
A proporção de plástico encontrada nesta área é seis vezes maior do que a de plânc-
ton e isso causa sérios danos à fauna, à flora e a toda cadeia alimentar marinha.
Entulhos marinhos têm afetado mais de 86% das espécies de tartarugas marinhas
por ingestão, sufocamento, estrangulamento (por plásticos), infecção e fome. Ainda,
outros organismos também têm sido exterminados através da ingestão de partículas
de plástico degradado.
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Aula 1
2.2. Consumo
Se por um lado o consumo é visto como o motor que hoje mais acelera
o ciclo de vida, intensificando a extração, uso e descarte de produtos, elevando
enormemente o impacto ambiental, por outro lado, também é visto como fon-
te de empregos e desenvolvimento econômico e, culturalmente, é sinônimo
de bem-estar da população. Assim, se torna um objetivo básico das políticas Mecanismos de Obso-
lescência: Atuam como
econômicas e um desejo da sociedade em sua grande maioria. balizadores da desvalo-
Presentes em toda a história da humanidade, artefatos que represen- rização de um artefato
quanto ao mercado. Mui-
tam determinado valor atiçam uma cobiça natural de grupos por sua posse. tas vezes são característi-
Dentro da sociedade moderna, essa percepção de valor tem sido manipulada cas planejadas, imbutidas
no produto, de forma
de forma maciça, especialmente após a quebra da falsa noção de uma de- que este se preste à sua
função apenas por um
manda infinita para os produtos da era industrial. Esta “ambição consumista”
período predetermina-
inferior ao que o mercado poderia ofertar exige novas estratégias para man- do, diversas vezes muito
aquém do tempo que
ter a produção em ritmo crescente. Desde então, diversos mecanismos de
sua matéria o permitiria
obsolescência foram criados para estimular o consumo e continuam sendo durar.
“Nos últimos 40 anos, o tamanho das famílias canadenses diminuiu em 50%, mas o ta-
manho das residências dobrou. (...) Cada pessoa usa quatro vezes mais espaço porque
nós compramos muitas coisas”. (SUZUKI, 2001 apud CAPRA, 2002)
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menos abastadas.
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Atividade 2 – Objetivo 2
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Resposta
Televisores ou monitores:
Obsolescências tecnológica, psicológica e de durabilidade. Obsolescên-
cia tecnológica o mercado de telas está relacionado às diversas tecnologias
de geração de imagem: minitubo, Plasma, LCD e LED, o que representa uma
sequência rápida de mudanças onde a indústria não estabelece um padrão de
mercado e lança modelos que serão brevemente substituídos por outros de
tecnologias superior capazes de render maior lucro.
Obsolescência psicológica sua televisão ou tela serve perfeitamente
para ver seu programa, mas você é levado a trocá-la por um aparelho mais
fino simplesmente por se sentir ultrapassado, mesmo que espaço não seja um
problema para você.
Obsolescência de durabilidade quando o aparelho der a primeira fa-
lha, você verá que o preço de reposição da peça que deu defeito é próximo do
valor de um novo aparelho e, como se trata de uma tecnologia que brevemen-
te será destituída, você optará por um modelo novo.
Camisa estampada:
Obsolescência de estilo Algumas vezes, devido ao material emprega-
do, a peça de roupa pode ser considerada de durabilidade. Mas, usualmente,
a roupa estampada vai para o fundo do armário ou mesmo vira pano de chão
precocemente por refletir uma moda efêmera. Em contraponto, há peças que
são clássicas ou mesmo básicas, que transcendem a moda de uma época para
se tornarem eternas.
2.3. Descarte
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Aula 1
status acaba tornando-se também uma obrigatoriedade, uma vez que uma
pessoa rebaixada, “mal colocada” ou ausente deste sistema, será naturalmente
tachada como de menor “valor”.
Essa corrida incessante por novidades deve ser bem avaliada, pois ainda
que ocasione uma melhora da performance de um produto, por outro lado
pode gerar um imenso impacto ambiental em consequência do maciço descar-
te do produto anterior.
Nesse contexto, apesar da prosperidade da indústria de reciclagem e da
conscientização ambiental do público, essa alternativa ainda não se mostra
suficiente para evitar futuros colapsos ambientais.
Segundo a CEMPRE (2007), associação empresarial dedicada à promoção
da reciclagem, o Brasil vem alcançando altas taxas de reciclagem, especial-
mente nas áreas de embalagem, porém contabilizando todo o montante a ser
reciclável, apenas 11% foi processado no ano de 2005.
Fonte: Stock Xchange | Foto: CRE-ART CUBATÃO
Numa sociedade, onde o descarte de resíduos aumenta em proporções elevadíssimas, é importante que o pro-
jeto de produto leve em consideração formas de retorno, reciclagem ou compostagem de todo o universo rela-
cionado ao produto.
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Design Sustentável e Moda
Muitos chamam a Terra de “nosso lar”. Esta analogia simples nos aju-
dará a refletir sobre nossos hábitos e indicar o esforço a que devemos nos
sujeitar para por esta casa em ordem novamente. Mesmo que recebamos uma
habitação nova, sabemos que devemos faxiná-la de tempos em tempos, não
devemos deixar migalhas no chão, pois aparecerão baratas. Se formos mais
desleixados e largarmos alimentos no chão, logo aparecerão ratos, a gordura
na parede se acumulará e, cada vez será mais difícil remover a crosta formada.
Pois bem, fizemos banquetes, a louça está acumulada, hora de arregaçar as
mangas para organizar a bagunça, antes que tenhamos de cozinhar em pane-
las sujas e correr o risco de pegarmos uma infecção.
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Aula 1
Merece ser dito ainda, que este percentual é amenizado pela contabili-
zação dos impactos dos países em desenvolvimento, que não utilizam tantos
recursos naturais, “mas, aos poucos, o desenvolvimento industrial globaliza-se
e fere duramente os princípios que regem a biosfera (...) uma séria ameaça ao
futuro da espécie humana.” (KAZAZIAN, 2005).
WWF-Brasil
A missão desta organização é contribuir para que a sociedade brasileira conserve a na-
tureza, harmonizando a atividade humana com a conservação da biodiversidade e com
o uso racional dos recursos naturais para o benefício dos cidadãos de hoje e das futuras
gerações. Para mais informações acesse: http://www.wwf.org.br/
A sociedade vem consumindo mais rápido do que o ambiente pode repor. Daqui a alguns anos, segundo pes-
quisas, seriam necessários dois Planetas Terras para atender às demandas humanas. Esse é o atual tamanho da
pegada ecológica dos humanos.
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que não são absorvidos pelo ecossistema de uma forma que compromete o
equilíbrio de sobrevivência da flora, da fauna e também do próprio homem.
De um modo geral, os impactos podem ter os seus efeitos percebidos
geograficamente de três formas (níveis):
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Aula 1
Mesmo a água sendo um recurso natural renovável, o processo de construção de usinas hidrelétricas causa
grandes impactos ao ambiente.
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3.1.5. Acidificação
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3.1.6. Eutrofização
• metais pesados,
• petróleos e derivados,
• óleos e substâncias químicas, despejadas em esgotos urbanos e in-
dustriais,
• substâncias tóxicas, exaladas de depósitos de lixo,
• queimadas,
• CFC de aerosóis, amianto, entre outros.
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Atividade 3 – Objetivo 3
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Resposta
(3)
(4)
(2)
(1)
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e passa a ditar novas tendências, ou seja, propõe soluções para novos padrões
de questionamento.
Os assuntos incorporados à sociedade industrial ou modernista por de-
signers são frutos de questões e paradigmas de um profissional que muitas
vezes está preso ao universo produtivo ou de sua prancheta com pouco ou
nenhum contato com o universo do consumidor. Este grande abismo criado
entre a realidade daquele que foi estimulado a gerar cada vez mais opções de
consumo da necessidade de quem consumia hoje está sendo criticado.
Muitos dos problemas que contemplados no início da aula, relacionando
a economia, política, ética, preservação do ambiente e das culturas humanas,
poderiam ser minimizados caso não tivéssemos retirado a humanidade dos
processos produtivos.
Ainda que seja exigida uma grande responsabilidade e capacidade abs-
trata para criar novos padrões de conduta para a sociedade, o designer com
sua habilidade de síntese e materialização de conceitos pode contribuir, poten-
cializando soluções em consonância com esses novos conjuntos de valores cul-
turais, patrocinando a descontinuidade do sistema atual, através de “mudan-
ças gradativas lideradas por múltiplas sociedades sustentáveis completamente
diversas entre si”. (MANZINI e VEZZOLI, 2002)
Atividade 4 – Objetivo 4
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Resposta
Conclusão
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Referências
CAPRA, Fritjof. O sentido das coisas. Conexões Ocultas. São Paulo: Cultrix, 2002.
Disponível em: <http://www.humanas.unisinos.br/info/antropos/sentido dascoisas>.
Acesso em: 27 nov. 2007.
DIAMOND, Jared. O colapso. Rio de Janeiro: Record, 2005.
KAZAZIAN, Thierry. Haverá a idade das coisas leves. São Paulo: Editora Senac, 2005.
MANZINI, Ezio; VEZZOLI, Carlo. O desenvolvimento de produtos sustentáveis. São
Paulo: Editora USP, 2002.
OLIVEIRA, Alfredo Jefferson de. Ecodesign e remanufatura: algumas contribuições
para o projeto de produtos eco-eficientes. Rio de Janeiro, 2000. 253p. Tese de Doutora-
do em Engenharia de Produção - COPPE/UFRJ.
Sites consultados
CEMPRE. O retrato da reciclagem de resíduos sólidos urbanos. 2007
Disponível em: http://www.cempre.org.br/cempre_informa.php?lnk=ci_2007-0102_
cenarios. php. Acesso em: 23 maio 2008.
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(IPCC, 2007) Intergovernmental Panel on Climate Change. Quarto relatório de avalia-
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II e III. 2007. Disponível em: <http://www.mct.gov.br/index.php/content/view /50401.
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MELO, Liana. No IDH ambiental, Brasil dá um salto. O Globo, Rio de Janeiro, 25 mar.
2007. Disponível em: <http://www.mre.gov.br/portugues/noticiario/ nacional/selecao_
detalhe3.asp?ID_RESENHA=323058>. Acesso em: 21 jan. 2008.
PALOP, Juan. Geração de lixo eletrônico cresce a 40 mi de toneladas por ano, diz
ONU. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007
u697099.shtml>. Acesso em: 23 maio 2010.
PARANÁ (Estado). Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Coordenadoria de
Resíduos Sólidos. Programa Desperdício Zero. Orgânico. Disponível em:
<http://www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/meioambiente/kit_res_5_organico.pdf>.
STOCK Xchange. Disponível em: <www.sxc.hu>. Acesso em: 13 maio 2010.
WIKIMEDIA Commons. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org>. Acesso em:
13 maio 2010.
WWF-World Wildlife Fund. Relatório Planeta Vivo 2006 Glad, 2006. Disponível em:
<http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/meio_ambiente_brasil/agua/ agua_pub/
index.cfm?uNewsID=4420>. Acesso em: 26 jun. 2008.
<http://dorsetbooksonline.tbpcontrol.co.uk/tbp.direct/customeraccesscontrol/aboutus.
aspx?d=dorsetbooksonline&s=C&r=10000123&ui=0&bc=0>
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Aula
4 horas de aula
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Atividade 1 – Objetivo 1
Resposta
• Pré-produção;
• Produção;
• Distribuição;
• Uso;
• Descarte.
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B) Produção
Etapa em que plásticos, tecidos e chapas tornam-se peças específicas
que por si só ou juntas compõem o novo produto. São processos desta fase:
C) Distribuição
Pallets /Paletização:
Nesta etapa, a logística está focada em abastecer o mercado de produ-
Pallets são estrados que
permitem arranjos e tos. A escolha por um ou outro meio de transporte, material da embalagem
superposição de emba-
e otimização espacial (buscando melhorar o desempenho de armazenagem,
lagens, estabelecendo
novos lotes de transpor- transporte, aproveitamento de pallets e espaçamento mais enxuto da embala-
te de produtos. Diz-se
paletização à capacida-
gem, sem comprometer a segurança do produto transportado) podem contri-
de de arranjar produtos buir para um melhor desempenho ambiental:
ou embalagens de forma
otimizada em pallets. • Embalagem (tamanho de lotes, embalagem individual, à granel, peso, etc)
• Transporte (sistemas de refrigeração, eficiência energética do tipo de
transporte, distâncias percorridas)
• Armazenagem (sistemas refrigerados, paletização apropriada)
D) Uso
Esta é considerada a etapa fim, pois o produto é produzido para atender
principalmente a esta fase. Deve-se levar em conta a necessidade de recursos
externos (como combustível e energia elétrica) para que o produto possa fun-
cionar e qual o impacto do produto e destes recursos externos no ambiente:
E) Descarte
Fase em que o produto perde o valor funcional para seu usuário. Deve-se
atentar para a eliminação do produto, assim como da embalagem, potencial
total ou parcial de reciclagem do produto e das embalagens e presença de
elementos tóxicos nos produtos descartados.
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Aula 2
Atividade 2 – Objetivo 1
Resposta
3. Design e o sistema-produto
• a pesquisa;
• o projeto;
• o desenvolvimento;
• os controles produtivos (PCP);
• a gestão da atividade.
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Design Sustentável e Moda
Tempo
Ciclo de vida mercadológico de um produto: lançamento, crescimento auge e declínio determinam a produção,
uso e descontinuidade do produto.
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Aula 2
Para entender um pouco mais como se dá este ciclo de vida dos produtos e o mercado,
assista ao vídeo “História das coisas” em:
<http://www.youtube.com/watch?v=3c88_Z0FF4k&feature=related>
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Design Sustentável e Moda
PRODUÇÃO DISTRIBUIÇÃO
EMBALAGEM
DESCARTAVEL
EMBALAMENTO
EMBALAGEM CONSUMO
PRIMÁRIA
COLAGEM
EMBALAGEM DE
TRANSPORTE
UNIDADE DE CARGA
ARMAZENAGEM
ARMAZENAGEM DO NO DEPÓSITO DO
PRODUTO DISTRIBUIDOR
TRANSPORTE
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Aula 2
• produção de energia;
• fluxograma das atividades;
• transporte;
• consumo de energia não renovável;
• impactos relacionados com o uso ou aproveitamento de subprodutos;
• reuso do produto;
• questões relacionadas à disposição, recuperação ou reciclagem de re-
síduos e embalagens.
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Aula 2
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Design Sustentável e Moda
D) Interpretação da ACV
Na última etapa da ACV, os resultados obtidos nas fases de inventário
e avaliação de impacto são analisados de acordo com o objetivo e o escopo
previamente definidos para o estudo.
As conclusões obtidas, após a análise dos resultados, possibilitam a
identificação de pontos críticos do ciclo de vida do produto que necessitam de
melhorias, permitindo a implementação de estratégias de produção, como a
substituição e recuperação de materiais, e a reformulação ou substituição de
processos, visando à preservação ambiental.
A interpretação dos resultados de ACV (ISO 14043) é uma das etapas
mais sensíveis, pois as hipóteses estabelecidas durante as fases anteriores, as-
sim como as adaptações que podem ter ocorrido em função de ajustes neces-
sários, podem afetar o resultado final do estudo.
Portanto, ainda que considerada pelas normas técnicas ISO 14.001 –
qualidade em sistemas de gestão ambiental – como a técnica existente para
mensurar o impacto ambiental de qualquer sistema ou produto, ainda hoje a
ACV enfrenta críticas sobre sua eficiência, uma vez que depende de escolhas
subjetivas para determinação do escopo do resultado.
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Aula 2
OBJETIVO E
ESCOPO
I
N
T
E
R
ANÁLISE DO P
INVENTÁRIO R
E
T
A
Ç
Ã
O
AVALIAÇÃO
DE IMPACTO
Apesar de a ACV ser o procedimento mais aceito para levantar o impacto ambiental de um produto ou serviço, é
largamente dependente de critérios subjetivos de interpretação do especialista que o gera.
Atividade 2 – Objetivo 2
(1) o objetivo;
(2) o escopo;
(3) a análise do inventário;
(4) a avaliação de impacto;
(5) a interpretação;
(6) o diagrama de fluxo do sistema.
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Transporte
fluvial
Obra
Processos secundários
Aterro de inertes
Energia elétrica
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Aula 2
Resposta
(2)
(5)
(1)
(3)
(4)
(6)
• metodologia;
• informações sobre os dados;
• tratamento de dados;
• nível de agregação dos dados;
• conclusões;
• implicações.
• objetivo do estudo;
• escopo;
• justificativa;
• diagrama de fluxo;
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• principais resultados;
• conclusões;
• recomendações.
Tela inicial de um programa de Análise de Ciclo de Vida com campos de preenchimento do relatório.
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Aula 2
tégias de sustentabilidade, uma vez que estas, por vezes, são antagô-
nicas entre si.
• Na fase de Design conceitual, com as estratégias já priorizadas, o de-
senvolvedor de produtos deve definir qualitativamente quais diretri-
zes de ecodesign estará utilizando, seguindo a ordem da estratégia
mais relevante até a menos relevante para seu produto.
• Na fase de detalhamento, o designer demandará informações mais
detalhadas. Nesta fase, o profissional toma decisões pontuais, como,
por exemplo, escolher entre dois ou mais materiais ou processos de
fabricação. Nesta fase, também realiza-se a especificação do produto
e toma-se decisões por sistemas de encaixe, mecanismos, componen-
tes, etc.
Uma das avaliações mais relevantes para o início de um projeto que pre-
tende indicar caminhos alternativos para soluções menos nocivas ao ambiente
é avaliar em que fase da vida (extração, produção, uso ou descarte) o produto
ou o serviço agride mais a natureza.
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Atividade 3 – Objetivo 3
Resposta
(1)
(1)
(2)
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Atividade 4 – objetivo 4
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( ) embalagem de papelão
( ) aviões
( ) máquinas de Raio-X
( ) ferro de passar roupa
( ) camisetas de algodão
( ) latas de alumínio
( ) baterias de celular
Resposta
(a)
(b)
(c)
(b)
(a)
(a)
(c)
Conclusão
67
Aula 2
68
Design Sustentável e Moda
69
Aula 2
Referências
Sites consultados
CENTRO DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL SUSTENTÁVEL. <http://www.cepis.org.pe/bvsaidis/
impactos/vi-036.pdf>.
PORTAL DO MARKETING. <http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Ciclo%20
de%20Vida%20do%20Produto.htm>.
70
Aula
Pré-requisito:
Para acompanhar bem esta aula, é interessante que você reveja,
no material da disciplina Análise e Reconhecimento de Mate-
riais Têxteis quais são os principais processos produtivos
envolvidos na obtenção de fibras, fios e tecidos na
indústria têxtil.
2 horas de aula
Design Sustentável e Moda
Os esquimós e os índios sempre “exploravam” recursos animais e vegetais nas suas vestimentas, mas de forma
sustentável.
73
Aula 3
Então, o que mudou desses tempos até os dias atuais? Por que proces-
sos agrários (agricultura e pastoreio) voltados para servir o segmento têxtil e
processos de confecção de tingimento muito mais efetivos impactam tão mais
o ambiente? Nas páginas seguintes entenderemos o porquê desta contradição.
74
Design Sustentável e Moda
75
Aula 3
• Energia elétrica
• Emissões de partículas no ar e solo
• Óleos minerais e vegetais
• Ruídos
• Ar comprimido
Fiação • Calor
• Fluido térmico
• Resíduos sólidos (cascas, fibras, fios,
• Ar climatizado
cones, etc.)
• Vapor
• Energia elétrica
• Gás Natural ou GLP • Emissões de gases de queima, ácido
• Óleo térmico acético, compostos orgânicos voláteis
• Água (para lavar e umedecer e vapores de solvente no ar
materiais, resfriamento de máquinas • Ruídos
e para processos, como: alvejamento, • Odores
merceirização, caustificação, • Calor
neutralização e estamparia) • Resíduos sólidos (fibras queimadas e
Beneficiamento
• Produtos químicos (álcalis, CO2, restos da purga, felpagem, lavagem,
tensoativos, agentes complexantes, acabamento, além de pastas de
polietileno e derivados de ácidos estampar, embalagens e telas)
graxos, solventes, pigmentos, • Efluentes líquidos (lavagem de
espessante, amaciante, ligante, materiais, máquinas, piso, além dos
uréia, redutores e oxidantes banhos residuais da purga e banhos
organofosforados e compostos a base alcalinos)
de bromo)
• Energia elétrica
• Emissões de partículas e compostos
• Ar climatizado
orgânicos voláteis no ar e solo
• Ar comprimido
• Ruídos
• Vapor
• Calor
• Óleo lubrificante e parafina
• Vibração de partículas do solo
• Água (para lavar máquinas, banho de
Tecimento • Resíduos sólidos (cones, restos de
goma e funcionamento do tear por
banho de goma, fibras, fios, tecidos,
jato de água)
embalagens etc.)
• Produtos químicos (amido, álcool
• Efluentes líquidos (lavagem de
polivinílico, acrilato, tensoativos,
máquinas e bacias, efluentes
biocidas carboximetilamido e
orgânicos)
carboximetilcelulose)
76
Design Sustentável e Moda
• Energia elétrica
• Emissões de gases de queima, ácido
• Gás Natural ou GLP
acético, substâncias odoríferas, cloro,
• Óleo térmico
compostos orgânicos voláteis.
• Vapor
• Ruídos
• Água (para a lavar e umedecer
• Odores
materiais, resfriamento máquinas e
• Calor
processos: alvejamento, merceirização,
• Vibração de partículas do solo
caustificação, desengomagem
• Resíduos sólidos (fibras queimadas
amaciagem, neutralização e
Enobrecimento e restos da felpagem, acabamento
estamparia)
lavagem, desengomagem,
• Produtos químicos (álcalis, CO2,
esmerilhagem, além de pastas de
tensoativos, agentes complexantes,
estampar, embalagens e telas)
polietileno e derivados de ácidos graxos,
• Efluentes líquidos (lavagem de
solventes, enzimas, sais pigmentos,
materiais, máquinas, piso, além
fluorcarbonos espessante, amaciante,
dos banhos residuais da purga
melaminaformol, resinas glioxálicas,
desengomagem, alvejamento e
ligante, uréia, redutores, compostos a
banhos alcalinos)
base de bromo e álcool polivinílico)
• Energia elétrica
• Ar climatizado
• Ar comprimido
• Vapor
• Calor
• Água (para lavar máquinas e
• Ruídos
materiais têxteis e para o processo de
• Resíduos sólidos (embalagens)
Tingimento tingimento)
• Efluentes líquidos (lavagem de
• Produtos químicos (formaldeidos,
materiais têxteis e máquinas, além dos
corantes, sais, tensoativos, resina
banhos residuais do tingimento)
catiônica, igualizantes, agentes
complexantes, álcalis, ureia, tensoativo,
oxidantes, redutores, retardantes,
dispersantes, Carrier, ácido)
• Energia elétrica
• Emissões no ar (climatizador interno).
• Combustível (caldeira) /vapor;
• Ruídos
• água (lavagem de peças);
• Calor da caldeira
Confecção • matéria prima (fios e tecidos);
• Vibração de partículas do solo
• produtos químicos (acabamento
• Resíduos sólidos (tecidos, embalagens)
de peças);
• Efluentes líquidos (lavagem de peças)
• Ar climatizado
77
Aula 3
• Geração de efluente e cor: Os setores produtivos de tinturaria, estam- DBO (Demanda Bioquí-
mica de Oxigênio): Ter-
paria e engomagem/desengomagem são os principais geradores de mo utilizado por técnicos
efluentes com concentrações de carga orgânica por matéria prima ou que atuam no tratamen-
to de esgotos domésti-
produto. Esta característica gera efluentes com DBO alto. cos para indicar que um
corpo d’água apresenta
Cabe dizer ainda, que a toxicologia de corantes sintéticos não é mais grande quantidade de
matéria orgânica e baixa
impactante do que a dos corantes naturais. O fato dos corantes sintéticos pos- incidência de oxigênio.
suírem composição definida e uniforme, e terem sua toxidade testada antes de Quando isto acontece,
diz se que o DBO está
serem lançados no mercado faz com que seu uso possa ser mais controlado e alto e os organismos
planejado. dependentes do oxigê-
nio não conseguem so-
Os corantes naturais não liberam sua cor nas fibras sem que grande breviver. Por outro lado,
algumas matérias orgâ-
quantidade de sais minerais seja necessária para se obter o tingimento, o que
nicas vivas, como bac-
acarreta liberação de íons metálicos durante as fases de lavagem. O exemplo térias, transmissoras de
doenças para o homem,
mais clássico deste tipo de corante é o pau brasil, que tingia roupas de papas e
proliferam-se pela abun-
de reis durante a época do descobrimento do Brasil. dância de alimento; mas,
ao extinguir oxigênio da
Odor do óleo de enzimagem (ou “odor de rama”): estes óleos utilizados água, estes seres tam-
bém morrem, provocan-
para lubrificar os dois tipos de fios das fibras têxteis - naturais ou sintéticas – visam: do a morte deste corpo
d’água.
• evitar o acúmulo de cargas elétricas estáticas nas fibras (que podem
levar a quebra ou rompimento dos fios no processo);
Rama: Maquinário do
• facilitar o deslizamento dos fios nas guias da rama; processo de secagem da
• aumentar a união das fibras. fase de beneficiamento
que visa, principalmen-
te, aumentar a produção
Como o processo de fixação em rama é feito a quente (termofixação),
de acabamento e ter-
um forte odor da volatilização desta substância é lançado no ar, criando incô- mofixar os tecidos com
elastano, dando mais
modo à vizinhança. qualidade ao produto fi-
nal. O fluido quente usa-
Geração de resíduos: em toda a cadeia têxtil, há geração de resídu- do nesta maquina é que
os, desde a colheita e descaroçamento do algodão, até as confecções, com gera o mau odor desta
atividade.
os restos de fios e tecidos, variando em característica e quantidade. Alguns
resíduos de embalagem ou de produtos químicos, como a perda de pasta de
estampar, na estamparia, e a geração de lodos biológicos (biomassa composta
da proliferação de microorganismos em unidades de tratamento de efluentes
líquidos) são perigosos, quando descartados. Uma alternativa ao descarte do
lodo biológico é promover sua reutilização como substituto de combustível
em caldeiras de biomassa pelo fato dele possuir poder calorífico (gera calor).
78
Design Sustentável e Moda
Como você pode ver, a atividade produtiva têxtil tem um grande poten-
cial de poluição, somando todas as suas etapas. Este potencial de poluição
pode variar
à medida que a pesquisa e o desenvolvimento produzem novos proces-
sos, reagentes, maquinários, técnicas e também conforme a demanda do con-
sumidor por outros tipos de tecidos e cores. Existe um real empenho da indús-
tria têxtil no que diz respeito ao desenvolvimento de iniciativas que reduzam
ou controlem os impactos desta atividade.
Cada país possui sua própria legislação ambiental, que permite que pro-
cessos mais ou menos impactantes sejam utilizados. Alguns países ainda im-
põem restrições de importação a produtos que não possuam certificados de
qualidade na produção. Independente da rigidez da legislação ambiental local,
há alguns processos peculiares executados com técnicas diversas que permi-
tem impactar mais ou menos o ambiente em determinadas regiões.
Como já vimos, alguns dos principais impactos da indústria têxtil são
efluentes, resíduos, odores, ruídos e vibrações. Boa parte destes impactos é
causada pelo modo de produção em larga escala e pelas máquinas que permi-
tem alto grau de produtividade.
Pense na seguinte questão: será que produções artesanais geram tanta
vibração, ruído ou mesmo odores desagradáveis? A resposta é não. Mesmo os
efluentes de cor, gerados pelo processo artesanal de tinturaria, não provocam
a morte de rios e lagos como acontece com o processo industrial. Isto porque,
no processo artesanal de produção, os efluentes são lançados em quantidades
muito menores.
As comunidades tradicionais que habitam a Mata Atlântica, por exemplo,
usualmente empregaram sistemas de apropriação de recursos naturais de baixo
impacto ambiental, incorporados ao seu modo de vida. Apesar de se configurar
como uma atividade de extração, ou seja, captação do recurso sem reposição,
estas comunidades o fazem de modo a não exaurir a fonte dos recursos, respei-
tando o tempo de reposição natural destes ecossistemas - isso é o que também
se denomina manejo sustentável. Para estas comunidades, a extinção ou perda
do controle sobre estes conhecimentos significa a própria extinção de sua socie-
dade. Um bom exemplo desta ideologia é o sistema de lavoura indígena, onde
as plantações são feitas de forma a preservar uma pluralidade de espécies de
plantas (alimentícias, medicinais e de recuperação do solo – ex.: capoeira) e a
79
Aula 3
Monocultura
Lavoura dedicada a suprir uma demanda em larga escala, onde são feitas
triagens ou modificação genética das plantas para que o resultado da co-
lheita seja padronizado. Estes plantios demandam extensas áreas de terra (latifúndios)
que substituem a diversidade da vegetação nativa por uma cultura única, espantando
também a fauna original que fazia uso daqueles recursos. Por serem geneticamente se-
melhantes, estas plantações estão mais suscetíveis a serem extintas em caso de ataques
de pragas e, para evitar isso, fazem uso de pesticidas. Por fim, a monocultura exaure
mais o solo, pois além de ser intensiva, desregula a disponibilidade de nutrientes, uma
vez que cada tipo de planta proporciona uma troca específica de substâncias com o solo.
80
Design Sustentável e Moda
Atividade 1 – Objetivo 1
Resposta
1- c; d
2- a; b; c; d
3- a; c; d
4- a; b; c; d
5- a; c; d
81
Aula 3
A) Linho
O linho é um cultivo que utiliza alguma química, como herbicidas e fer-
tilizantes para controlar ervas daninhas, mas, se o clima da região for ligei-
ramente úmido, esta lavoura dependerá bem menos destas químicas, assim
como descartará irrigação extensiva.
Esta fibra não demanda terras férteis para seu cultivo, como é o caso da
produção de alimentos e ainda recupera solos poluídos com metais pesados.
82
Design Sustentável e Moda
B) Algodão
As fibras de algodão são as mais populares e as mais importantes entre
as fibras usadas pela indústria internacional. Suas excelentes características de
absorção de tintura e o fato de serem agradáveis ao uso/toque da pele, alia-
das ao seu preço acessível, contribuem para que o seu mercado mantenha-se
estável.
83
Aula 3
(b)
(a)
(c)
84
Design Sustentável e Moda
85
Aula 3
micos, que evitam que impurezas, como terra, sementes e resíduos da planta
sejam eliminados, como acontece na colheita manual.
Após ser colhido e antes de chegar à indústria têxtil para ingressar no pro-
cesso de fiação, o algodão é descaroçado para obtenção de dois insumos básicos:
86
Design Sustentável e Moda
A) Lã
A lã é a fibra natural que cobre os ovinos e pode ser separada por pelos
finos e grosseiros. Como exemplos de pelos finos, temos os pelos de alpaca,
lhama, vicunha, camelo e dromedário, iaque, cabra angorá (“mohair”), cabra
do Tibete, cabra de Cachemira ou semelhantes (exceto cabras comuns), coelho
(incluído o angorá), lebre, castor, ratão-do-banhado e rato-almiscarado.
| Foto: Valdas Zajanckauskas 5. Fonte: Stock Xchange | Foto: Carlo Sacripante
3. Fonte: Stock Xchange | Foto: Michal Zacharzewski 4. Fonte: Stock Xchange
1. Fonte: Stock Xchange| Foto: rsvstks 2. Fonte: Stock Xchange | Foto: getye1
A lã não é proveniente apenas das ovelhas. Nas imagens, você pode ver alguns animais que fornecem fibras para
a produção de lã.
87
Aula 3
(a) (b)
A ovelha faz parte dos animais ovinos (a) e pode ter o corpo coberto pela lã de pelo fino ou grosseiro, dependen-
do da raça (b) A imagem (c) mostra fibras de lã.
88
Design Sustentável e Moda
Sericultura: Cultura de
obtenção dos fios de
C) Seda
seda a partir do desmon- Os tecidos de seda, além de suas qualidades de maciez e beleza, têm
te da crisálida (casulo)
do bicho da seda. A qua- boa condutividade térmica, o que faz com que quem esteja vestindo tenha a
lidade do material do ca- sensação do tecido quente no inverno e frio no verão.
sulo está associada à die-
ta do inseto, que é muito A sericultura deriva do bicho da seda, mariposa que se alimenta exclu-
sensível a pesticidas e só sivamente das folhas de amoreira.
consome folhas especial-
mente selecionadas, e à O casulo é um novelo de fio que atinge entre 700 e 1200 metros. Para
integridade do filamento
desfiá-lo, utiliza-se água quente a 60°C, a fim de dissolver a cola, chamada
de seda, que é garantida
pela morte da mariposa sericina. O fio então se solta, possibilitando que a ponta seja encontrada. Esta
antes de sair de seu.
solução de água e detergente pode ser eliminada sem maiores precauções
uma vez que ela possui baixo impacto ambiental.
A partir daí, coloca-se a ponta numa máquina que enrola o fio e faz a
meada. Juntando os fios de várias meadas, faz-se um fio mais grosso, que é
utilizado para a fabricação dos tecidos.
89
Aula 3
A) Amianto
O amianto ou abesto é uma fibra mineral extraída de rochas amiantífe-
ras do tipo anfibólio ou serpentina. Deste tipo de rocha, é extraído o amianto,
conhecido como crisotila ou “branco”, do qual o Brasil é um dos principais
produtores mundiais.
O amianto é um material nocivo à saúde. A população, em geral, está
exposta a ele devido à liberação de fibras de diversos produtos que o contêm,
como telhas de fibrocimento, revestimentos isolantes, roupas, materiais deco-
rativos, freios e outros. No entanto, trabalhadores, seus familiares e comunida-
des vizinhas aos tipos de indústria que utilizam este mineral correm mais risco
devido ao contato direto e constante.
90
Design Sustentável e Moda
Tecido de panos de prato, onde as manchas brancas são feixes de fibras de amianto crisotila no tecido têxtil de
algodão tingido.
91
Aula 3
A) Poliéster
Esta, como as demais fibras sintéticas, estão diretamente ligadas a toda a
cadeia de extração e distribuição do petróleo, assumindo, consequentemente,
todo o impacto ambiental que esta cadeia está associada.
O poliéster, especificamente, está associado à purificação do acido teref-
talato (TA) que demanda uma grande quantidade de energia, além de óleo cru
e gás natural que gerarão a fibra de poliéster. Contudo, sua demanda por água
no processo é bem menor do que as fibras naturais. Por outro lado, os impac-
tos de suas emissões para o ar e água são considerados de impacto médio para
alto, já que, se não tratadas, poderão emitir metais pesados, como óxido de
antimônio e dióxido de titânio.
B) Nylon
Mais um material proveniente da cadeia de substâncias petroquímicas.
Contudo, este plástico é uma combinação de dois elementos químicos que
geram um sal de poliamida que, sob calor e alta pressão, resulta no nylon. Am-
bientalmente, o processo de produção do nylon é intenso em energia e produz
o óxido nitroso, que é um potente gás do efeito estufa.
C) Acrílico
Plástico petroquímico, derivado de óleo mineral e outros hidrocarbo-
netos, que é a síntese de alcrilonitrila com outras químicas. Seu processo de
produção faz uso intenso de água quente para remover solventes e sais, assim
como para alcançar a força de suas fibras. Ainda como processo ambiental-
mente impactante deste produto, a fibra acrilica é imersa em tanques de ácido
para evitar a estática do material.
Comparado ao poliéster, o processo de obtenção da fibra acrílica usa em
torno de 30% mais energia. Além disto, diversas substâncias envolvidas neste
sistema, inclusive a acrilonitrila, têm grande potencial de impacto, caso despe-
jadas no ambiente sem tratamento.
D) Viscose
São fibras celulósicas, obtidas a partir da dissolução química de políme-
ros naturais a partir de um banho de soda cáustica, subprocessos de moagem
e sulfurização, até sua posterior extrusão contínua de filamentos.
As fibras provenientes de celulose são bem consideradas como neutras
em carbono, uma vez que as plantas que as geram já absorvem gás carbônico
antes de sua síntese, contudo a produção de viscose libera muito mais do CO2.
O processo de obtenção da viscose é considerada muito impactante por causa
92
Design Sustentável e Moda
Contras:
• A viscose é decorrente de um processo altamente poluente;
• Os produtos químicos fortíssimos utilizados nesta prática não são mais permi-
tidos em países com leis ambientais mais rigorosas, contudo estes continuam
comprando a viscose de outros países;
• Estes produtos são fabricados em locais onde a mão de obra não possui mui-
tos direitos trabalhistas (semiescrava).
Prós:
• É um material feito a partir de uma fibra biodegradável, regenerada da celu-
lose de polpa de bambu, e não de origem petroquímica;
• O bambu é uma cultura nativa e abundante do local onde é produzido o fio e
tem um ciclo de natural de crescimento mais rápido (maturidade em 4 anos)
do que várias outras fontes de celulose;
• O tecido, confeccionado com esse material, possui maciez de toque, tem fun-
ção bactericida, é inibidora de odores,
tem a secagem rápida, é bem absor-
vente e protege contra os raios UVA e
UVB.
Fonte: Flickr | Foto: miss88keys
93
Aula 3
Conclusão
Você viu nesta aula que, apesar do processo têxtil ser muito antigo e, em
muitos casos, fazer uso de tecnologias de ponta para fabricar fibras, linhas e
tecidos, este universo é responsável por grandes impactos ambientais.
Dentro dos processos fabris, são considerados os maiores impactos os
seguintes:
• geração de efluente e cor;
• o odor;
94
Design Sustentável e Moda
• geração de resíduos;
• ruído e Vibração.
95
Aula 3
Referências
Sites consultados
ALGODÃO brasileiro. Disponível em: <http://www.algodao.agr.br/cms/index.
php?option=com_content&task=view&id=77&Itemid=132>.
AMBIENTEBRASIL. Pesquisador da UNICAMP/SP desenvolve plástico biodegradável.
Disponível em: <http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=12394>. Acesso em:
16 jul. 2008.
BASTIAN, Elza Y. Onishi; ROCCO, Jorge Luiz Silva. Guia técnico ambiental da indústria
têxtil. São Paulo: CETESB : SINDITÊXTIL, 2009. (Série P+L). Participação de vários auto-
res colaboradores. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/Tecnologia/producao_
limpa/documentos/guia_textil.pdf>. Acesso em: 3 jul. 2010.
BOLSA DE MULHER. Disponível em: <http://www.bolsademulher.com>.
EMBRAPA. Disponível em: <http://www.cnpa.embrapa.br/>. Acesso em: 15 jul. 2010.
EMBRAPA. Cultura do algodão herbáceo na agricultura familiar. Subprodutos.
Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Algodao/
AlgodaoAgriculturaFamiliar/subprodutos.htm>. Acesso em: 15 jul. 2010.
FIBRA DE BAMBU. Disponível em: <http://www.fashionbubbles.com/tecnologia-textil-
e-da-confeccao/fibra-de-bambu-pros-e-contras/>. Acesso em: 15 jul. 2010.
FLICKR. Disponível em: <www.flickr.com>. Acesso em: 10 jul. 2010.
SABESP. DBO. Disponível em: http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedire
ct/?temp=4&proj=sabesp&pub=T&db=&docid=024DB80450F368A2832571C7006C7874>.
Acesso em: 30 jun. 2010.
STOCK Xchange. Disponível em: <www.sxc.hu>. Acesso em: 10 jul. 2010.
WIKIMEDIA Commons. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/Main_
Page>. Acesso em: 10 jul. 2010.
WIKIPÉDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/>.
96
Aula
2 horas de aula
Design Sustentável e Moda
2. Impactos do uso
99
Aula 4
Você tinha ideia que lavar e passar a roupa causava tantos impactos ambientais?
• Tecidos que não são lavados com frequência: tapetes e capas de peças
de mobiliário;
• Tecidos lavados com frequência: roupas e tecidos de uso doméstico
(panos, lençóis e toalhas).
100
Design Sustentável e Moda
Como você deve imaginar, apesar de não ser tão impactante quanto à
lavagem “molhada”, o impacto do processo de lavagem a seco não é despre-
zível. Esta prática utiliza a aplicação de solventes líquidos e detergentes sobre
as roupas, que são agitadas e secas em uma grande máquina para remover
manchas, sujeiras e óleos. Esta tecnologia permite a reutilização do solvente
após sua purificação, mas o fluido mais utilizado neste processo é o Perc, uma
substância de uso controlado considerada poluidora do ar e que afeta o siste-
ma nervoso central e provoca danos ao rim, fígado e sistema reprodutivo, após
longo tempo de exposição.
O segundo grupo representa a grande maioria dos produtos do mercado
têxtil. Lembramos que o impacto na fase de uso não está em usar uma roupa,
mas sim nos processos de limpar e passar; portanto, o impacto está relaciona-
do à eficiência da:
101
Aula 4
102
Design Sustentável e Moda
103
Aula 4
mais rápido que algumas fibras naturais, como a do algodão, que deve ser
lavada entre 50°C e 60°C. Assim, deixa-se de obter uma redução de 10% do
impacto ambiental a cada 10°C reduzido da temperatura de lavagem.
Dizemos que as soluções são mais difíceis na fase de uso, pois deman-
dam o envolvimento de diversos pares, como: produtores de eletrodomésticos,
fabricantes de detergentes, fabricantes de tecido e também o consumidor, to-
dos em prol de uma solução menos impactante.
Neste conceito de uma solução conjunta entre pares, a melhoria de todo
o sistema poderia ser traduzida em melhores práticas de lavanderia, comoo Fator 4 ou X4: Mais fre-
quente no meio empre-
uso de menores temperaturas de lavagem e secagem natural o que, revertidos
sarial, pode representar
para roupas feitas de poliéster, geraria uma redução de fator 4 (1/4 do impac- uma melhoria no proces-
so que resultou na eco-
to atual) e, para vestuário de algodão, um fator 2 (a metade do impacto hoje
nomia de ¾ dos recursos
medido). normalmente utilizados,
ou então a produção
Uma abordagem mais focada em uma mudança cultural, que induzisse dobrou com o emprego
uma blusa de poliéster a ser lavada apenas metade das vezes que ocorre atual- da metade dos recursos
originais, ou mesmo que
mente, significaria uma redução de 50% de todas as emissões aéreas, poluição a produção quadriplicou
e resíduos sólidos causados por esta blusa. com a mesma quantida-
de de recursos gastos no
Portanto, para poder propor soluções que viabilizem os padrões citados processo original.
acima, deve-se influenciar mudanças de hábitos dos usuários e, para isto, é
fundamental entender os motivos pelo qual o usuário decide lavar suas roupas
e com qual a frequência isto é feito.
Fonte: Stock Xchange | Foto: Oliver Brandt
Na tentativa de diminuir os impactos causados pelo processo de lavagem dos tecidos, é importante estimular
uma mudança cultural, onde as pessoas sejam conscientizadas a lavar as roupas de forma correta, economizan-
do gastos desnecessários.
104
Design Sustentável e Moda
Cheiro ruim?
Uma pesquisa de seis meses concluiu que o odor indesejável que se concen-
tra debaixo dos braços e a sujeira nas mangas, cotovelos e partes frontais
de uma camisa são os principais motivos que fazem indivíduos
lavarem suas roupas. Um estudo na Holanda estabeleceu que
uma peça de roupa dura cerca de 3 a 5 anos no armário de
uma pessoa e 44 dias no corpo de seu usuário, que a usa en-
Fonte: Flickr | Foto: Dominik Golenia
Atividade 1 – Objetivo 1
105
Aula 4
Manutenção 20 lavagens
Resposta Comentada
106
Design Sustentável e Moda
3. Impactos do descarte
107
Aula 4
3.1.1. Reduzir
O Reduzir é um dos mais importantes R’s citados, pois implica na redução de:
• matéria prima;
• energia;
• impacto no ambiente;
• consumismo;
108
Design Sustentável e Moda
3.1.2. Reutilizar
O Reutilizar seria usar novamente algum produto após o fim da sua vida
útil ou para a mesma função, como usar uma garrafa de vinho para armazenar
água ou comprar um produto de 2ª mão para prolongar
seu uso, como por exemplo, ser o segundo ou terceiro
proprietário de um carro, imóvel ou algo que tenha valor
para reutilização.
Ainda podemos considerar como reutilização o uso
de um produto para uma nova função diferente para qual
foi projetada originalmente, como é o caso de móveis fei-
tos com garrafas PET, desde que, para isto, não tenha que
se descaracterizar o produto original. Ambas as opções
implicam em modificações sem uso de processos indus-
triais complexos, com utilização de muita energia.
Fonte: UFRJ
109
Aula 4
110
Design Sustentável e Moda
3.1.3 Reciclar
111
Aula 4
• Material reciclável – produto que poderá ser reciclado ao ser descartado, mas geral-
mente é composto de material virgem;
• Material reciclado – produto que já contém material reciclado em sua composição,
contudo isso não é impeditivo para que ele seja reciclável por mais algumas vezes.
Note que as setas do ciclo de cada tipo de material são diferentes. Assim, quando estas não vêm com legenda,
devem ser reconhecidas pelo formato. Diversas vezes, um número vem no interior das setas de plástico, indican-
do o tipo de plástico utilizado no produto.
112
Design Sustentável e Moda
Bauxita: É a matéria seria justo, uma vez que elimina a sujeira gerada pelas indústrias que não se
prima do alumínio e
reserva a proporção de responsabilizam pelo descarte de seus produtos, o que em outros países já é lei.
5 toneladas de bauxita De todos os “R”, a reciclagem provavelmente é a menos eficaz, como de-
para produzir cada to-
nelada de alumínio pelo monstrada pela experiência brasileira de reciclagem de latinhas de alumínio,
processo de Redução. exposta a seguir.
Por este material neces-
sitar cerca de 15 MWhcc O Brasil tem o maior índice de reciclagem de alumínio do mundo e este
(150.000.000 watts) para
índice não é fruto do voluntarismo de pessoas que aderiram à separação de
produzir uma tonelada
de alumínio, pode ser seu lixo para a coleta seletiva, o que na grande maioria do país não existe. O
considerado como um
que geralmente movimenta este mercado é o interesse econômico ou social
dos materiais de maior
impacto ambiental, se envolvido nesta atividade. Contudo, apesar da impressionante eficiência do
levarmos em conta o uso
de matrizes energéticas.
processamento deste material (em torno de 95%), se formos analisar a rele-
Fonte: Associação Brasi- vância do volume total produzido por esta atividade em relação à demanda
leira do Alumínio
do mercado, esta quantidade apenas representa um pequeno índice de 5% no
retardo do tempo de extinção ou esgotamento das reservas atuais.
E olha que estamos falando sobre o Brasil, um dos maiores pro-
dutores mundiais de alumínio e um país que detém uma das três
maiores reservas mundiais de bauxita!
Fonte: Flickr | Foto: Carlos Essei
113
Aula 4
114
Design Sustentável e Moda
3.1.4. Repensar
O mais novo dos “R” é o Repensar. Neste caso, estamos falando de mu-
dar nossa visão de produto, repensar nossos hábitos, repensar nossas vidas.
Projetar pensando no que se precisa e não na solução física, aproveitar o que já
existe, fazer uso de estruturas pré-existentes, o que já foi criado, mas pode ter
sido esquecido, novas ideias com antigas tecnologias. Podemos projetar novos
produtos usando outros como base, ao invés de termos que criá-los a partir de
uma nova matéria prima.
Tomemos como exemplo o problema do atendimento da malha metro-
viária e ferroviária que, por motivos óbvios, não permitem atender tão bem
a população no quesito proximidade de casa como um ônibus, o que gera a
necessidade de um transporte secundário. O Metrô do Rio de Janeiro resolveu
compensar esta deficiência com duas alternativas: a primeira permite que usu-
ários usem o bilhete único, que permite somado ao uso de linhas de ônibus
já existentes (o usuário pode andar de ambos os transportes, pagando apenas
por um bilhete), e a segunda solução instiga o transporte complementar por
bicicleta, ao instalar bicicletários dentro das estações que são servidas por ci-
clovias. Com isto, estimula-se o uso de soluções pré-existentes, combinadas
com uma solução ambientalmente menos impactante.
Integração bicicleta e transporte público: uma forma de incentivar a economia, a saúde e a redução dos impactos
ambientais.
115
Aula 4
116
Design Sustentável e Moda
117
Aula 4
uma peça de vestuário pode ser feito com o intuito de dar um ar de peça única,
agregando algum valor extra a esta mercadoria na hora de revenda.
Por fim, caso não seja interessante nenhum dos processos dos “R”´s an-
teriormente citados, é importante que a peça tenha uma boa taxa de biode-
gradação, onde microorganismos, luz, ar ou água sejam capazes de quebrar a
fibra em substâncias simples. Neste caso de compostagem, devemos atentar
para as fibras sintéticas, que derivadas do petróleo e tratadas quimicamente,
costumam ter um tempo de degradação mais longo, acumulando e dissemi-
nando contaminantes no ambiente.
Para que os produtos sejam biodegradáveis, estes devem ser planejados
como tal em cada detalhe: botões, zíperes, colchetes, etiquetas, inclusive a
linha da costura. As linhas mais usadas, geralmente, são feitas de combinações
de poliéster; portanto, não são biodegradáveis.
118
Design Sustentável e Moda
Atividade 2 – Objetivo 2
Resposta
Conclusão
119
Aula 4
120
Design Sustentável e Moda
121
Aula 4
Referências
122
Design Sustentável e Moda
Sites consultados
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO ALUMÍNIO - ABAL. Disponível em: <http://www.abal.org.br/>.
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UFRJ. Disponível em: <http://www.imagem.ufrj.br/index.php?acao=detalhar_
imagem&id_img=2127>.
123
Aula
5
Design sustentável
Seus Objetivos:
Ao final desta aula, esperamos que você seja capaz de:
1. identificar que sustentabilidade é um conceito que
está calçado em um tripé: social, ambiental e tecnológico;
2. reconhecer os quatro níveis distintos de participação do
designer no caminho para a sustentabilidade;
3. identificar que o escopo da profissão de designer foi estendido
por uma visão ampliada do ciclo de vida do produto e pelo interre-
lacionamento com outras áreas de conhecimento.
2 horas de aula
Design Sustentável e Moda
1. Consciência de consumo...
Vamos começar a aula com uma pergunta: para você, produtos são so-
luções ou apenas suportes para as soluções? Bem, eu posso dizer a você que
os produtos são suportes de soluções. E você sabe por quê? Veja este exemplo:
quando você quer se alimentar, você deseja um frango bem assado ou um “su-
per” fogão que permita assá-lo? Raras são as situações em que você vai ouvir:
“não importa o que cozinhar, desde que seja no meu fogão”. É mais frequente o
ato de encomendar o frango da padaria ao lado. Por isso, dizemos que o produ-
to não é o fim, mas sim uma ferramenta para atingir o que realmente queremos.
É claro que, algumas vezes, um belo fogão pode fazer com que uma co-
mida apresente-se mais apetitosa, mesmo que você não saiba cozinhar e sim
só esquentar. Você pode estar se perguntando: mas o que isso tem a ver com
nossa aula? O que queremos enfatizar é a importância de saber qual tipo de
suporte você realmente necessita, pois diversos produtos poderiam ser menos
impactantes, caso fossem simplificados.
Todo fogão foi projetado para cozinhar. Você pode prefirir aqueles mais modernos, com maior número de quei-
madores, mas não pode discordar de que todos podem fazer uma boa comida.
127
Aula 5
seja minimamente impactante se esse produto não for bem aceito pelo mer-
cado onde será disponibilizado. Neste caso, o produto irá simplesmente
ficar nas prateleiras, não compensando todo o impacto agregado em sua
concepção e fabricação. Portanto, é muito difícil promover um resultado
sustentável em produtos que obtêm êxito apenas em uma das duas linhas:
só a técnica ou só a cultural. Soluções completas são aquelas que obtêm
equilíbrio nas áreas tecnológica, social e ambiental, compondo o tripé da
sustentabilidade.
O tripé da sustentabilidade é composto pelas áreas tecnológica, social e ambiental. Em alguns casos, podem
demandar regulagens assimétricas, mas se faltar um pé, o conjunto não se sustenta.
128
Design Sustentável e Moda
Commodity ou com-
“Se você cobra por uma coisa sem diferencial, então você está no ramo
modities (plural): é um
termo de língua inglesa de commodity”.
que significa mercado- “Se você cobra por uma coisa distinta e tangível, então você está no ramo
ria sem diferencial ou
de bens de consumo”.
sem valor agregado. É
referência aos produtos “Se você cobra por atividades que você executa, então você está no ramo
de base em estado bru- de serviço”.
to (matérias-primas) ou
com pequeno grau de “Se você cobra por um sentimento que o cliente tem por ter sido cativado
industrialização, de qua- por você, então você está no ramo de experiência”.
lidade quase uniforme,
“Se você cobra por um benefício que o cliente (ou convidado) recebe
produzidos em grandes
quantidades e por dife- como resultado do tempo despendido, então você está no ramo de trans-
rentes produtores. formação”. (tradução do autor).
129
Aula 5
termo se apresenta coerente com o valor cada vez maior dado por nossa socie-
dade aos aspectos imateriais do que é ofertado.
Quando falamos de sustentabilidade ambiental relacionada ao desen-
volvimento de produtos, nós nos referimos aos critérios, métodos e investi-
mentos do projeto de produtos no planejamento de todo seu Ciclo de Vida.
Como a sustentabilidade, de forma geral, é dada pela junção do atendi-
mento a três áreas - socioambiental e tecnológica -, podemos considerar que o
projeto sustentável deve vislumbrar os seguintes objetivos:
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Design Sustentável e Moda
131
Aula 5
Atividade 1 – Objetivo 1
(a) Tecnológico
(b) Social
(c) Ambiental
Resposta
a; c; b
132
Design Sustentável e Moda
com a nova realidade apresentada. Todo este empenho tem o intuito de emba-
sar os caminhos a serem percorridos nas próximas décadas, minimizando, as-
sim, os riscos das decisões tomadas no presente. O designer também deve con-
tribuir, dentro de seus níveis de interferência, para a recuperação do ambiente.
Sensibilização do públi-
Melhorar a eficiência ma- Prevalece o técnico;
1. O redesign ambiental co, na hora da escolha,
terial e energética, além não requer mudança no
do existente quanto ao diferencial
da reciclagem e reuso público.
ambiental.
Inovação técnico-produ-
2. Projeto de novos produ- Soluções originais que tiva. Sensível a inovações
tos e serviços que substi- oferecem serviços ecofa- Novas propostas reco- tecnológicas ou já eco-
tuam os atuais voráveis nhecidas e socialmente orientado.
aceitas.
Sujeito à verificação. O
Inovação no mix de pro-
3. Projeto de produtos e Escolha projetual, em sucesso compensa o risco
dutos e serviços social-
serviços intrinsecamente âmbito estratégico, de com a possibilidade de
mente apreciáveis que
sustentáveis promoção de conceitos. abertura de novos mer-
superem a inércia social
cados.
133
Aula 5
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Design Sustentável e Moda
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Aula 5
Atividade 2 – Objetivo 2
A) Redesign;
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
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Design Sustentável e Moda
Resposta
137
Aula 5
3. Design e pós-industrialismo.
Apesar de o design ter seus limites, esta profissão não mais se restringe
apenas à produção ou à materialização de conceitos em produtos, mas englo-
ba o projeto de todo o sistema relacionado ao produto, assim como os serviços
que fazem parte.
Proveniente do período denominado industrialismo, a atuação do de-
signer ainda é alvo de diversas críticas quanto à sua prática, principalmente
quanto à alienação da profissão em relação aos contextos para os quais se
projetava. Os autores, a seguir, comentam o quanto é fundamental para este
ofício entender a necessidade do cliente e das novas práticas que podem ser
relacionadas ao cenário pós-industrial.
Pugh (1996) comenta que para desvendar o “Design Core” (a essência
do Design), deve-se começar pelo exame da necessidade do mercado e dos
usuários. Porém, o mesmo atesta que esta função não é conduzida bem pelo
design, assim como não é esperado por empresas ou indústrias que o desig-
ner participe da pesquisa de mercado ou da investigação da necessidade do
usuário, sendo a este relegada apenas a fase produtiva do serviço de gerar
soluções. O autor conclui em seus estudos que esta prática deve ser realizada
por um time multidisciplinar e, dentro deste grupo, o designer teria muito a
contribuir através dos conhecimentos envolvidos em sua atividade.
Cooper (1988 apud Pugh, 1996) argumenta que os pesquisadores de
mercado não são instruídos a analisar situações que providenciem um PDS
(Product Design Specifications - Especificações para o Planejamento de Produ-
tos) compreensível, fazendo com que a informação coletada nestes estudos
seja inadequada ao controle da atividade fundamental do design.
Manzini, Collina e Evans (2004) afirmam que, para que o designer possa
contribuir mais para um time de desenvolvimento de produtos, é necessária
uma “co-pesquisa” específica de “contexto de uso” que saia das habituais per-
guntas: “o que” e “como”, para definir “o porquê” as pessoas usam os produtos.
Em contraposição a esta prática, o pós-modernismo apresenta como ca-
racterística mais importante para o critico literário Leslie Fielder (apud WELSH,
1993), “o fechamento do ‘abismo’ entre o artista e o público”. Esta ponte que pre-
tende sobrepor a conduta modernista de imposição de uma padronização glo-
bal de interesses e valores também pode retirar o designer do confinamento de
pranchetas e computadores para uma relação mais próxima dos contextos reais,
onde problemas reais demandam criatividade e técnica para serem resolvidos.
Esse novo momento - o pós-industrial ou o pós-moderno -, período pelo
qual estamos passando, apresenta características que incitam uma reavaliação
138
Design Sustentável e Moda
• a de alta tecnologia e
• a de redes sociais.
High-tech Eco-tech
139
Aula 5
Industrial Pós-Industrial
Frágeis Robustos
Industrial Pós-Industrial
Externalizado e com
Internalizado e exclusivo a poucos
participação múltipla
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Design Sustentável e Moda
Atividade 3 – Objetivo 3
Resposta
Conclusão
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Aula 5
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Design Sustentável e Moda
Trabalho em equipe
Produção flexível e customizada
(colaborativo e democrático)
Referências
144
Design Sustentável e Moda
Sites consultados
FLICKR. Disponível em: <www.flickr.com>. Acesso em: 3 ago. 2010.
STOCK Xchange. Disponível em: <www.sxc.hu>. Acesso em: 3 ago. 2010.
145
Aula
3 horas de aula
Design Sustentável e Moda
1. Estratégias
Distribuição
149
Aula 6
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Design Sustentável e Moda
151
Aula 6
Desmaterialização
Novo produto @ Estratégia Produtos compartilhados
Otimização funcional
Produção
Tecnologias de produção
3 Otimização da produção e da tecnologia Consumo de energia
Perdas
Eficiência energética da
logística e do transporte
4 Distribuição
Distribuição Embalagens reutilizáveis.
Consumo e fornecimento
de energia
5 Redução do impacto durante o uso
Uso
Estruturas moduláveis
6 Otimização no início da vida útil Manutenção
Reuso
Recuperação 7 Otimização do fim de vida do sistema Remanufatura
Reciclar
152
Design Sustentável e Moda
153
Aula 6
produto descartado após o uso pelo consumidor. A sua vida útil se torna es-
tendida e as suas peças, sempre que possível, são reaproveitadas após o uso.
Assim, o foco de desenvolvimento da empresa passa a ser melhorar o serviço
(redução de custos para a empresa e para o usuário) e aumentar a vida útil do
sistema produto (fotocopiadora).
A empresa Xerox não tem uma política de venda de equipamento. Ela lucra principalmente com suprimentos e
manutenção, investindo na durabilidade de suas máquinas copiadoras.
154
Design Sustentável e Moda
155
Aula 6
O notebook, além de trabalhar o conceito de miniaturização do desktop, incorpora periféricos em sua carena-
gem, como monitor e teclado.
156
Design Sustentável e Moda
Retardantes de fogo:
Química que evita a com-
bustão de um produto. 2.3.1. Materiais limpos - 1A
157
Aula 6
o efeito estufa; logo, não basta ser biodegradável para ser ecológico, pois ele PCB e PCT: Bifenilos poli-
clorados (PCB) e os terfe-
também pode criar problemas ambientais. nilos policlorados (PCT)
A seguir, seguem recomendações importantes: são produtos químicos
de grande estabilidade,
• Nunca usar aditivos ou cargas que são proibidas pela sua toxidade. baixa volatilidade, eleva-
da constante dielétrica
Alguns deles são reconhecidamente impactantes, como: PCBs, PCTs, e propriedades plastifi-
cantes, no entanto são
chumbo (usado em plásticos de PVC, baterias de carro, circuitos eletrô-
produtos com caracterís-
nicos), cádmio (usado em pilhas e baterias), mercúrio (usado em ter- ticas de periculosidade
para a saúde pública e
mômetros, interruptores, lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias).
para o ambiente.
• Não use materiais e aditivos que destruam a camada de ozônio, como
Galvanoplastia: Trata-
cloro, flúor, brometo de etil, halogênios, aerossóis, espumas, fluidos re- mento superficial em que
frigerantes, solventes e materiais a base de CFCs (clorofluorcarbono). metais são revestidos por
outros mais nobres, ge-
• Não use hidrocarbonetos que provocam a névoa de poluição, como: ralmente para proteger
gasolina, diesel etc; da corrosão ou para fins
estéticos/decorativos.
• Evite os materiais não ferrosos, como: cobre, zinco, níquel, cromo, Esta tecnologia é respon-
pois estes emitem produtos tóxicos na sua produção; sável por acabamentos
conhecidos como croma-
• Use acabamentos alternativos à galvanoplastia (zincagem, douração gem, douração e zinca-
gem, conforme o metal
e cromagem eletrolítica).
utilizado para revestir
(cromo, ouro e zinco, res-
pectivamente).
Outros materiais devem ser buscados quando o que está sendo usado
não se renova naturalmente ou leva muito tempo para isto, implicando em seu
esgotamento ao longo do tempo. Exemplos de materiais não renováveis ou
que demoram para se renovar são os combustíveis fósseis, madeiras de lei e
minerais, como: cobre, zinco, platina e estanho.
Alguns cientistas acreditam que o esgotamento destes tipos de recursos
são de menor importância ambiental, uma vez que sua falta ou disponibili-
dade irão resultar em um aumento de preço e a alternativa vai ser reciclar ou
substituí-lo por outro material a ser desenvolvido. Neste caso, apenas o esgo-
tamento dos combustíveis fósseis para uso em energia será considerado um
problema sério.
158
Design Sustentável e Moda
• Evite usar materiais com alta energia agregada em produtos cujo tem-
po de vida seja curto, como o alumínio;
• Evite o uso de matérias-primas renováveis, produzido pela agricultura
intensiva, como o algodão.
• Use materiais reciclados sempre que for possível, pois isto estimula o
mercado e a demanda por materiais reciclados;
• Use metais vindos de reciclagem no lugar de matéria-prima virgem ou
equivalente, como o alumínio reciclado e cobre;
• Use sempre o plástico reciclado nas partes internas dos produtos, cuja
função é meramente de suporte e não de resistência mecânica ou de
qualidade higiênica ou tolerância estrutural;
159
Aula 6
Sempre que possível, use materiais que podem ser reciclados. Isto pode
ser implementado ao se planejar o produto, pensando na reciclagem.
Escolha o material a ser usado com base nas propriedades que apresen-
tará depois de reciclado. Quanto menor for a quantidade de materiais diferen-
tes usados na fabricação do produto, mais fácil será separá-los e reciclá-los.
A seguir, seguem recomendações importantes:
160
Design Sustentável e Moda
161
Aula 6
162
Design Sustentável e Moda
163
Aula 6
2.5.5. Menos uso de consumíveis/ sempre mais limpos - 3E Consumíveis: São ma-
teriais de consumo, usa-
dos durante a produção
Esta abordagem relaciona-se à redução de consumíveis, também conhe- de produtos, como: gra-
xas, óleos de máquina,
cidos como materiais de consumo das operações de produção e oferece a cer- estopa, materiais de lim-
peza e manutenção etc.
teza de que não são perigosos.
A seguir, seguem recomendações importantes:
164
Design Sustentável e Moda
165
Aula 6
166
Design Sustentável e Moda
Selo Procel
É um produto desenvolvido e concedido pelo Programa Nacional de Conser-
vação de Energia Elétrica - Procel, coordenado pelo Ministério de Minas e
Energia – MME, pelas Centrais Elétricas Brasileiras S.A – Eletrobrás.
Tem por objetivo promover a diminuição do consumo de energia elétrica e indicar
aos consumidores quais aparelhos são mais energeticamente eficientes, promovendo a
exploração racional dos recursos naturais.
Fazem parte deste programa as categorias: refrigeradores, freezers, ar-condiciona-
dos, motores elétricos, coletores solares, reservatórios térmicos de coletores solares,
reatores eletromagnéticos para lâmpadas e lâmpadas fluorescentes.
Fonte: Eletrobrás
Fonte: Wikipedia
167
Aula 6
168
Design Sustentável e Moda
169
Aula 6
• Indique no produto como ele deve ser aberto para limpeza ou reparação;
• Indique, no corpo de produtos, como furadeiras, ventiladores, portas
de geladeira, quais peças devem ser limpas ou devem passar por ma-
nutenção, por exemplo, use a codificação de cores para mostrar os
pontos onde deve ser feita lubrificação;
• Indicar, no produto, que partes ou subconjuntos devem ser inspecio-
nados frequentemente, devido ao desgaste rápido;
• Facilite a localização das peças que se desgastam rapidamente, de pre-
ferência próximas umas às outras e de fácil acesso;
• Faça os componentes mais vulneráveis mais fáceis de desmontar para
manutenção ou substituição.
170
Design Sustentável e Moda
171
Aula 6
Aqui, nosso foco é reutilizar o produto como um todo, mais do que para
outras novas aplicações, pois quanto mais um produto preserva suas caracte-
rísticas originais de projeto, mais eficiente será sob o ponto de vista ambiental,
proporcionando o retorno dos sistemas desenvolvidos e o surgimento de sis-
temas de reciclagem de partes do produto, economizando energia e materiais.
A seguir, seguem recomendações importantes:
• Conferir um design clássico ao produto, que o torne atraente para um
segundo usuário;
• Certifique-se de que a construção é sólida e permite a reutilização;
• Certifique-se de que, não sejam utilizadas funções ou sistemas que
se tornarão rapidamente obsoletos, do ponto de vista tecnológico na
construção de um produto.
172
Design Sustentável e Moda
Reciclagem é uma estratégia bem comum hoje em dia, que precisa de re-
lativamente pouco tempo e pequeno investimento para tornar o produto fácil
de ser desmontado para se chegar à parte a ser reciclada. Uma das razões para
a popularidade desta estratégia foi relatada no início desta aula, onde vimos
que os benefícios financeiros são rapidamente percebidos, tanto dentro como
fora da indústria.
No entanto, muitos fabricantes têm anunciado que seus produtos são
feitos com materiais recicláveis, sem mesmo terem um sistema de reciclagem
para eles. Naturalmente que isto tem diminuído ao longo do tempo, estimula-
dos pelo governo através de leis e mesmo pela pressão dos consumidores. Em
alguns países, a reciclagem energética não é considerada pelo governo como
uma reciclagem legítima.
Se a reciclagem é preterida no lugar de outras estratégias de méritos
ambientais maiores, é um sinal de que a estratégia deve ser revista. Hoje a
reciclagem é uma solução chamada fim de linha e não deve ser usada como
desculpa elegante para se continuar a gerar resíduos. Existem vários níveis de
reciclagem, que juntos formam a cascata de reciclagem:
173
Aula 6
Por fim, se o reuso ou reciclagem não são possíveis, nossa próxima op-
ção passa a ser incinerar o produto, com o objetivo de recuperar a energia
(reciclagem energética) usada em seu processo de fabricação. Neste caso, é
preciso usar uma planta moderna de incineração que não gere poluentes ou
resíduos tóxicos.
A seguir, seguem recomendações importantes:
Atividade 1 – Objetivo 1
Fase de Estratégia
Resultado: Embalagem
desenvolvimento N°
Otimização do produto
para não ter a necessida- ( )
Planejamento e
Lista de requisitos de de embalagem
definição da tarefa
Viabilidade na reciclagem ( )
Desenvolvimento de
( )
embalagem mínima
Conceito do projeto Conceito
Materiais de baixo
( )
impacto ambiental
Seleção e técnicas de
( )
Estudos premilinares produção limpas
Linhas de projeto
e definição de layout Redução no uso
( )
dos materiais
Projetando para
( )
Documentação a reciclagem
Detalhes do projeto
do produto Redução no uso dos
( )
materiais
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Design Sustentável e Moda
Resposta
Estratégias: @; 7; 2; 1; 3; 2; 7; 2
175
Aula 6
Atividade 2 – Objetivo 2
-10
176
Design Sustentável e Moda
Avaliação do técnico:
O princípio de comercialização por assinatura e fazendo uso de remanufa-
tura proporciona um impacto positivo na fase ‘fim de vida’, ao economizar maté-
ria-prima de novos produtos, energia na fabricação e redução de emissões. Por
outro lado, aumenta um pouco o impacto na fase de distribuição, devido à maior
quantidade de transportes e viagens. Como o produto deve ser mais resistente,
considerei um maior gasto de material na fase de produção da matéria-prima.
Fonte: Silva, 2009
-16
Avaliação do técnico:
O produto comercializado por leasing (cujo impacto ambiental no Ciclo
de Vida se assemelha ao de um produto vendido) tem um impacto um pouco
menor na extração e produção de materiais, porque não precisa ser tão du-
rável. O impacto da distribuição também será um pouco reduzido. Por outro
lado, não apresenta tantos benefícios quanto à remanufatura na fase de fim de
vida. Neste produto, está previsto a reciclagem de alguns materiais, mas não a
reutilização de produtos ou componentes inteiros. O percentual de reciclagem
do produto permite um impacto menor no fim de vida, mas não positivo.
Fonte: Silva, 2009
177
Aula 6
@ - Estratégia
Alternativa A
Alternativa A
@
Conceito
Otimização do fim de vida Seleção de materiais
do sistema de baixo impacto
7 1
Otimização no 2 Redução no
6
início da vida útil -2 -1 0 +1 +2
uso de materiais
5 3
Redução do impacto Otimização da produção
durante o uso 4 e da tecnologia
Distribuição
Resposta e Comentário
Não existe uma resposta única para esta atividade, contudo podemos
perceber que o grande ganho da opção A sobre a opção B está na eficiência do
fim de vida e na estratégia de durabilidade da alternativa A. A distribuição de
A mostra-se inferior à alternativa B que, por sua vez, tem menor uso de mate-
riais, pois seu produto não é feito para durar tanto quanto o da concorrência
e sua distribuição consistem em apenas levar o produto ao mercado uma vez,
pois a manutenção, neste caso, é considerada esporádica.
178
Design Sustentável e Moda
@ - Estratégia +2 -1
Alternativa A
Alternativa A
@
Conceito
Otimização do fim de vida Seleção de materiais
do sistema de baixo impacto
7 1
Otimização no 2 Redução no
6
início da vida útil -2 -1 0 +1 +2
uso de materiais
5 3
Redução do impacto Otimização da produção
durante o uso 4 e da tecnologia
Distribuição
Conclusão
Mais uma vez, podemos constatar que apesar do mercado ver o Ecodesign
como uma prática que está atrelada a utilização de materiais menos impactantes
e produtos voltados para reciclagem, o campo dedicado ao profissional da área
é muito mais vasto e permite intervenções em todas as etapas do ciclo de vida.
A ferramenta mostra-se completa, quanto à análise das possibilidades,
pois além de colocar questionamentos, referentes às diversas etapas do ciclo
de vida, sugere ainda uma etapa estratégica (@), onde é possível repensar o
todo a partir do resultado que se deseja chegar.
Sendo uma ferramenta qualitativa e com lampejos semiquantitativos, a
roda de estratégias do ecodesign possibilita demonstrar, simultaneamente, e
de forma visual, as diferenças entre duas ou mais soluções em questão. Esta
característica permite que a equipe envolvida possa estabelecer prioridades
entre os conflitos e definir que soluções são melhores para cada contexto.
179
Aula 6
@ - Estratégia
• Desmaterialização;
• Produtos compartilhados;
• Funções integradas
• Otimização funcional
180
Design Sustentável e Moda
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