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AMBIENTAL E
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
1ª Edição
Indaial - 2020
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Caglioni, Eder
ISBN 978-65-5646-098-7
ISBN Digital 978-65-5646-099-4
CDD 628
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Desenvolvimento Sustentável, Planejamento Ambiental e
suas Estruturas............................................................................7
CAPÍTULO 2
Impactos Ambientais e Indicadores...........................................57
CAPÍTULO 3
Zoneamento Ambiental, Tomada de Decisão e Educação
Ambiental....................................................................................105
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Se você está cursando esta pós-graduação já demonstra
interesse pela área de sustentabilidade e deve saber que é inegável a preocupação
com a área ambiental atualmente, além da necessidade de compreendermos
a questão, de forma ampla e urgente em nossa sociedade. Para isso, estamos
apresentando neste Livro Didático a disciplina de Desenvolvimento Sustentável
e Planejamento Ambiental, a qual tem o objetivo de introduzir conceitos e
análises do histórico do desenvolvimento sustentável, bem como as estruturas
que envolvem o planejamento ambiental, metodologias para diagnósticos de
impactos ambientais e ferramentas de mitigação desses impactos. Além disso,
envolveremos a importância da educação nesse processo.
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Capítulo 1 Desenvolvimento Sustentável,
Planejamento Ambiental e suas Estruturas
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A sustentabilidade, mais especificamente o termo desenvolvimento
sustentável, vem sendo amplamente empregada em ações de diversas esferas
e é provável que você já tenha ouvido falar muito nesse tema. No entanto,
você sabe onde essa expressão surgiu? Quais teorias incrementaram essa
definição? Quais estratégias vêm sendo adotadas ao longo dos anos para frear
o avanço significativo de impactos ambientais? Nosso modelo econômico atual
é sustentável? Existem novas formas de estruturarmos a nossa economia sem
comprometer nossos recursos naturais? Esses são alguns dos assuntos que
abordaremos ao longo da nossa trajetória neste capítulo.
2 DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
O desenvolvimento sustentável é um termo que vem sendo amplamente
utilizado em diversos setores da sociedade e, em muitos casos, relacionado com
ações voltadas à área ambiental. No entanto, esse termo é muito mais amplo e
estabelece conexão com diversos assuntos.
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
LOCAL DESCRIÇÃO
A intensa névoa, por conta da concentração dos polu-
Vale do Meuse, Bélgica - 1930 entes lançados na região, causou a morte de mais de 60
pessoas.
A inversão térmica por conta da poluição represada e
concentrada na região durante cinco dias consecutivos
resultou na morte de 20 pessoas e milhares de doentes.
Donora, Pensilvânia - 1948
Após o fato, foi iniciada uma pesquisa na região com o
objetivo de relacionar a poluição atmosférica e os im-
pactos sobre a saúde.
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Capítulo 1 Desenvolvimento Sustentável,
Planejamento Ambiental e suas Estruturas
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
FONTE: <https://nacoesunidas.org/conferencias-de-meio-ambiente-e-
desenvolvimento-sustentavel-miniguia-da-onu/>. Acesso em: 30 jul. 2020.
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Capítulo 1 Desenvolvimento Sustentável,
Planejamento Ambiental e suas Estruturas
Podemos perceber que esse termo ensaia o início de uma discussão ampla
envolvendo as questões ambientais, sociais e econômicas em nossa sociedade.
Após as discussões iniciais sobre a preocupação com os impactos ambientais
e despontamento do termo Ecodesenvolvimento, no ano de 1983, a ONU faz o
convite para a médica Gro Harlem Brundtland presidir a comissão mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento (World Commission on Environment and
Development − WCED). O trabalho presidido por ela foi publicado em 1987 e
resultou na elaboração do conhecido relatório Nosso Futuro Comum (Relatório
de Brundtland), em que pela primeira vez foi abordado o termo Desenvolvimento
Sustentável (BRAGA et al., 2005; NAÇÕES UNIDAS, 2015).
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
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Capítulo 1 Desenvolvimento Sustentável,
Planejamento Ambiental e suas Estruturas
FONTE: <http://www.senado.gov.br/NOTICIAS/JORNAL/
EMDISCUSSAO/upload/201202%20-%20maio/ed11_imgs/
ed11_p12_imagem.jpg>. Acesso em: 30 jul. 2020.
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
Outra ação efetivada durante a Rio 92 foi a Convenção Quadro das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) que busca mitigar os efeitos das
mudanças climáticas por meio de acordos para a redução das emissões entre
os países signatários. Sendo assim, desde 1995, os países signatários realizam
a Conferência das Partes (COP), para que os acordos internacionais sejam
discutidos e as metas estabelecidas sejam constantemente avaliadas (BRITEZ
et al., 2006; NAÇÕES UNIDAS, 2015). As reuniões da COP são realizadas
anualmente e você pode acompanhar o histórico dos encontros no Quadro 2.
N° ANO LOCAL
COP 1 1995 Berlim
COP 2 1996 Genebra
COP 3 1997 Kyoto
COP 4 1998 Buenos Aires
COP 5 1999 Bonn
COP 6 2000 Haia
COP 7 2001 Marrakesh
COP 8 2002 Nova Delhi
COP 9 2003 Milão
COP 10 2004 Buenos Aires
COP 11 2005 Montreal
COP 12 2006 Nairóbi
COP 13 2007 Bali
COP 14 2008 Paznan
COP 15 2009 Copenhage
COP 16 2010 Cancún
COP 17 2011 Durban
COP 18 2012 Doha
COP 19 2013 Varsóvia
COP 20 2014 Lima
COP 21 2015 Paris
COP 22 2016 Marrakesh
COP 23 2017 Bonn
COP 24 2018 Katowice
COP 25 2019 Madri
FONTE: Adaptado de MMA (2018)
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Capítulo 1 Desenvolvimento Sustentável,
Planejamento Ambiental e suas Estruturas
Retomando nossa linha histórica, no ano de 2002, dez anos após a Rio 92
e a implantação da Agenda 21, foi realizada na cidade Johanesburgo (África do
Sul) a conferência Rio+10 (Figura 3). Essa conferência teve o principal objetivo
de estabelecer as ações para implementação dos compromissos assumidos
na Agenda 21, de forma concreta e incluindo a participação mais próxima da
sociedade civil (LAGO, 2006; NAÇÕES UNIDAS, 2015; SILVA, 2015).
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
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Capítulo 1 Desenvolvimento Sustentável,
Planejamento Ambiental e suas Estruturas
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
FONTE: <https://www.un.org/sustainabledevelopment/wp-content/
uploads/2015/01/SDS_Logo_E.png>. Acesso em: 31 jul. 2020.
É possível que você já tenha visto a identificação dos ODSs. Eles são
identificados conforme a Figura 6 de acordo com o seu número e o seu objetivo
associado. As instituições que utilizam os ODSs para realizar suas metas e ações,
fazem uso dessa imagem para a sua identificação, de acordo com o objetivo
utilizado.
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Capítulo 1 Desenvolvimento Sustentável,
Planejamento Ambiental e suas Estruturas
OBJETIVO DESCRIÇÃO
ODS 1
Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em
todos os lugares.
Erradicação da pobreza
ODS 2 Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e
melhoria da nutrição e promover a agricultura
Fome zero e agricultura sustentável sustentável.
ODS 3
Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar
para todos, em todas as idades.
Saúde e bem-estar
ODS 4 Assegurar a educação inclusiva e equitativa de quali-
dade, e promover oportunidades de aprendizagem ao
Educação de qualidade longo da vida para todos.
ODS 5
Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as
mulheres e meninas.
Igualdade de gênero
ODS 6
Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água
e saneamento para todos.
Água potável e saneamento
ODS 7
Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a
preço acessível à energia para todos.
Energia limpa e acessível
ODS 8
Promover o crescimento econômico sustentado, inclu-
sivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e tra-
Trabalho decente e crescimento
balho decente para todos.
econômico
ODS 9
Construir infraestruturas resilientes, promover a indus-
trialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.
Indústria, inovação e infraestrutura
ODS 10
Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.
Redução das desigualdades
ODS 11
Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclu-
sivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
Cidades e comunidades sustentáveis
ODS 12
Assegurar padrões de produção e de consumo suste-
ntáveis.
Consumo e produção responsáveis
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
ODS 13
Tomar medidas urgentes para combater a mudança do
clima e seus impactos.
Ação contra a mudança global do clima
ODS 14 Conservar e usar sustentavelmente os oceanos, os
mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento
Vida na água sustentável.
Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos
ODS 15
ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as
florestas, combater a desertificação, deter e reverter a
Vida terrestre
degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.
Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desen-
ODS 16
volvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça
para todas e todos e construir instituições eficazes, re-
Paz, justiça e instituições eficazes
sponsáveis e inclusivas em todos os níveis.
ODS 17
Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a
parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Parcerias e meios de implementação
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Capítulo 1 Desenvolvimento Sustentável,
Planejamento Ambiental e suas Estruturas
2.2 DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL NOS DIAS ATUAIS
Ampliando nossa análise quanto ao desenvolvimento sustentável, antes de
tudo, é importante perceber que diversas terminologias vêm sendo adotadas para
associar as esferas ambiental, social e econômica ao longo dos anos, assumindo
um significado próprio e que é importante ser destacado.
Essa abrangência das discussões sobre meio ambiente, nos trouxe termos
como sustentável, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável. Os autores
Feil e Schreiber (2017, p. 678), após uma análise conceitual sobre esses temas,
detalham as suas concepções:
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
SUSTENTÁVEL
[...]o termo é responsável pela geração de uma solução
em relação à deterioração verificada nas inter-relações do
sistema global ambiental humano. A ideia de sustentável é
suportada pelo processo de desenvolvimento sustentável e
sustentabilidade, ou seja, pode ser considerada um guarda-
chuva.
SUSTENTABILIDADE
A sustentabilidade é um processo que mensura o grau ou nível
da qualidade do sistema complexo ambiental humano com o
intuito de avaliar a distância deste em relação ao sustentável.
Esta avaliação, em especial, é realizada com propriedades
quantitativas denominadas de indicadores e índices de
sustentabilidade. Estes, por sua vez, podem identificar quais
os aspectos − ambiental, social ou econômico
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O desenvolvimento sustentável é o processo que entra em
cena com base em estratégias para aproximar o sistema
ambiental humano ao nível de sustentabilidade com vistas a
que a vida deste complexo sistema se harmonize e perpetue
ao longo do tempo. Esta questão estratégica intenta a ruptura
de paradigmas por meio de mudanças no entendimento e
posicionamento cultural da sociedade, ou seja, conscientizar
sua importância com auxílio de ações e atitudes que
reposicionem os aspectos negativos identificados pelos
indicadores em direção à sustentabilidade. Desse modo, com
a exitosa condução da sustentabilidade e do desenvolvimento
sustentável, atinge-se o sustentável (FEIL; SCHREIBER,
2017, p. 678).
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Capítulo 1 Desenvolvimento Sustentável,
Planejamento Ambiental e suas Estruturas
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
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Capítulo 1 Desenvolvimento Sustentável,
Planejamento Ambiental e suas Estruturas
3 PLANEJAMENTO AMBIENTAL E OS
TIPOS DE PLANEJAMENTO
Estudamos na seção anterior alguns marcos das discussões ambientais
ao longo dos anos. Agora, veremos como o planejamento ambiental pode ser
estruturado, de forma a atender aos princípios do desenvolvimento sustentável, e
como essa relação é importante para a execução de atividades visando à redução
dos impactos ambientais. Iniciaremos com a perspectiva histórica e analisaremos
como o planejamento é utilizado atualmente, passando pela conceituação do
tema e chegando aos detalhamentos sobre os tipos de planejamento.
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
Décadas de 1950 e 1960 Ainda nessa época, nos EUA, as discussões se aprofundaram
na necessidade de identificar os impactos ambientais asso-
ciados, pois não eram levados em consideração durante as
avaliações nessa época.
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Capítulo 1 Desenvolvimento Sustentável,
Planejamento Ambiental e suas Estruturas
para realizar o planejamento), que deve ser priorizada; assunto (ou objeto),
que descrevem o propósito do planejamento e orienta a sua temática central
(por exemplo: Bacia Hidrográfica, Unidade de Conservação, Educação Ambiental
etc.); unidade organizacional, em que se aplicará o planejamento (por exemplo:
corporativa − toda a instituição; operação − envolve a produção de um produto ou
serviço; projeto − execução de um projeto específico com cronograma, orçamento
e equipe própria etc.).
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Planejamento Ambiental e suas Estruturas
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Capítulo 1 Desenvolvimento Sustentável,
Planejamento Ambiental e suas Estruturas
4 PLANEJAMENTO AMBIENTAL E
SUAS ESTRUTURAS
Nesta seção, iniciaremos a abordagem quanto à estruturação do
planejamento ambiental, detalhando as suas fases, as etapas associadas e
os instrumentos utilizados para a realização dos planejamentos ambientais.
A primeira abordagem tratará sobre as fases do planejamento, suas estruturas
e instrumentos, descrevendo a organização e a aplicação na realização de
atividades técnicas.
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Planejamento Ambiental e suas Estruturas
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Capítulo 1 Desenvolvimento Sustentável,
Planejamento Ambiental e suas Estruturas
FONTE: Os autores
4.2 INSTRUMENTOS DO
PLANEJAMENTO AMBIENTAL
Os instrumentos utilizados no planejamento ambiental podem ser variados,
e a escolha desses instrumentos será baseada nos objetivos e tema central do
planejamento. Quando é realizado um estudo de impacto ambiental, um plano
de manejo de Unidade de Conservação (UC), são elaborados planos diretores
ambientais, priorizando o uso de alguns instrumentos que podem ser utilizados no
planejamento ambiental. Isso se deve ao fato dessas ferramentas atuarem sobre
o alcance de um determinado objetivo ou meta definida no planejamento, levando
em consideração as fases do planejamento ambiental (SANTOS, 2004).
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Capítulo 1 Desenvolvimento Sustentável,
Planejamento Ambiental e suas Estruturas
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Capítulo 1 Desenvolvimento Sustentável,
Planejamento Ambiental e suas Estruturas
Carvalho (2006) ainda destaca que a definição da área de trabalho deve ser
realizada com base na avaliação das interações locais e qual a sua influência
regional. Nesse sentido, ainda, as escalas de trabalho devem ser compatíveis
com as dimensões tomadas para a área em estudo.
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Dessa forma, chegamos ao final do nosso primeiro capítulo em que
abordamos o desenvolvimento sustentável e o planejamento ambiental. Vale
ressaltar que tivemos neste capítulo uma perspectiva de análise do macro para o
micro. Iniciamos no desenvolvimento sustentável, sua contextualização histórica
e os conceitos envolvidos, chegando aos dias atuais, com algumas metodologias
e ações tomadas para frear e/ou diminuir os impactos ambientais e suas
consequências.
REFERÊNCIAS
ABNT. Sistemas de gestão ambiental: requisitos com orientações para uso -
NBR ISO 14001. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
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Planejamento Ambiental e suas Estruturas
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Planejamento Ambiental e suas Estruturas
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C APÍTULO 2
Impactos Ambientais e Indicadores
• Utilizar indicadores que servirão de base para ações de mitigação dos impactos
ambientais.
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
No capítulo anterior iniciamos a abordagem sobre o desenvolvimento
sustentável e os conceitos que envolvem o planejamento ambiental, com o intuito
de trazer melhor compreensão do contexto da sustentabilidade e avançarmos no
assunto deste capítulo.
2 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
Das abordagens do capítulo anterior, em que tratamos do histórico do
desenvolvimento sustentável e como as discussões se iniciaram após alguns
episódios de poluição aguda, percebemos que em alguns momentos as soluções
ambientais são tratadas de forma reativa, ou seja, posteriormente ao surgimento
do problema. Essa questão nos remete ao capítulo que adentraremos agora, no
qual abordaremos a importância do diagnóstico a fim de prevermos os impactos
decorrentes de uma determinada atividade.
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
FONTE: <http://www.iea.usp.br/imagens/lixo-acumulado-na-margem-do-rio-
pinheiros-devido-as-chuvas-sao-paulo-2007/view>. Acesso em: 5 ago. 2020.
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
Por exemplo, o item 6 da norma técnica ABNT NBR ISO 14001:2015 trata
do “Planejamento” (ABNT, 2015). Dentro desse item, diversos requisitos devem
ser atendidos para seu cumprimento. Na aplicação da Gap Analysis (análise de
lacunas), esses itens serão avaliados sobre seu atendimento, não atendimento
ou se é um item não aplicável. Uma proposta simplificada e preenchida de forma
hipotética de modelo desta Gap Analysis está descrita no Quadro 1.
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
QUADRO 1 − análise dos requisitos do item 6 da norma abnt NBR iso 14001:2015
FONTE: Os autores
FONTE: Os autores
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
FONTE: Os autores
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
Esses estudos devem ser devidamente planejados para que suas respostas
sejam suficientes no embasamento à tomada de decisão. Dessa forma, é
importante diferenciarmos a área de estudos e a área de influência.
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
Outro ponto fundamental que você deve observar é que essas áreas podem
sofrer impactos ambientais diretos e indiretos não ficando restritos somente à
área do empreendimento, extrapolando esses limites de acordo com as análises
dos locais de estudos, ficando conhecidas como áreas de influência (SÁNCHEZ,
2013).
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
Ou seja, essas cartas reúnem diversas informações para que a resposta seja
analisada de forma ampla e sob diversas perspectivas. O diagnóstico deve ser
tratado como o momento para realizar a descrição das informações levantadas e
a análise multidisciplinar dos impactos associados (SÁNCHEZ, 2013).
Sempre ocorre:
• a presença de estudos compartimentados, ou seja, com
detalhamentos em torno de disciplinas específicas [...] com
pouca ou nenhuma integração entre as áreas de conhecimento;
• o excesso de informações desnecessárias.
73
Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
Frequentemente ocorre:
• deficiência da amostra;
• falta de relação entre o diagnóstico e impacto ambiental;
• ausência de informações necessárias.
Pode-se perceber que a integração entre os estudos base é algo que influencia
diretamente na tomada de decisão para a viabilidade do empreendimento, sendo
que a falta dessas informações dificulta a análise por parte do órgão ambiental e
pode resultar em retrabalho para a equipe de profissionais.
Dessa forma, a fim de que você possa ter acesso a estudos já elaborados,
no Quadro 3 estão detalhados alguns Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e os
Relatórios de Impacto Ambiental (RIMA) publicados e disponibilizados por alguns
órgãos ambientais.
FONTE: Os autores
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
3 INDICADORES AMBIENTAIS
É possível que você já tenha ouvido a frase atribuída a William Edwards Deming:
“Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se
define o que não se entende, não há sucesso no que não se gerencia” (DEMMING,
1990 apud BELLUCO, 2012, p. 5). Essa frase pode ser o nosso ponto de partida
quando pensamos no gerenciamento e controle de qualquer atividade.
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
mesmo símbolos.
Informação: quando o dado passa a ter uma interpretação.
Parâmetro: quando a informação é uma propriedade – medida,
observada ou avaliada – cuja variação deve alterar a interpretação
do fenômeno que representa, sem alterar a natureza. Um
parâmetro pode ser constante ou variável.
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
REQUISITO INFORMAÇÕES
Capacidade de retratar os problemas da área de estu-
Representatividade
do.
Quanto à coleta e tratamentos dos dados e a relação
Validade científica com padrões de qualidade existentes e transparência
na divulgação.
Fonte de informação Confiabilidade na origem das informações.
O indicador deve estar relacionado ao processo de
Relevância tomada de decisão e o seu monitoramento associado
ao alcance de resultados para a sociedade.
Valores de referência Permita o estabelecimento de comparações.
Tenha sensibilidade para captar as alterações nas esca-
Sensibilidade às mudanças las espaciais e temporais que serão necessárias para o
processo de tomada de decisão.
Valor ideal para obtenção da informação em função da
Custo adequado quantidade de dados, da unidade de área e escala de
trabalho. Observar a relação custo/benefício.
Representatividade de participação na construção e
Participação
uso dos indicadores.
Fácil compreensão Devem ser simples e fáceis de compreender.
Conjunto de indicadores apoiado em um sistema ob-
Modelo estrutural
servando diversos aspectos da sustentabilidade.
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
Nesse momento, focaremos no modelo PEIR (Figura 8), por ser bastante
aceito e utilizado. A matriz PEIR (Pressão-Estado-Impacto-Resposta) foi proposta
pelo PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) no projeto
GEO Cidades, que visa auxiliar no planejamento urbano-ambiental e fornece
informações para a compreensão da interação entre o desenvolvimento urbano e
o meio ambiente (PNUMA, 2004).
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
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ASPECTO/IMPACTO INDICADOR
Superfície afetada (ha), taxa de perda de solo (t/
Aumento das taxas de erosão
ha.ano)
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
4 IMPACTOS AMBIENTAIS
Nesse momento, iniciaremos nossa abordagem sobre os impactos
ambientais, suas definições, suas consequências, como esses impactos podem
ser quantificados, quais as metodologias e as ferramentas utilizadas para
a prevenção e, por fim, suas associações dentro de um estudo ambiental e
aplicações em outros ramos.
Atualmente, o termo “impacto ambiental” tem estado cada vez mais presente
em nosso dia a dia, por isso, é importante diferenciarmos alguns conceitos antes
de darmos início em nossa seção. Nesse sentido, a seguir, abordaremos algumas
definições sobre os termos “poluição”, “impacto ambiental” e “avaliação de impacto
ambiental” para que possamos diferenciá-los (SÁNCHEZ, 2013, s.p.):
Poluição
Introdução no meio ambiente de qualquer forma de matéria ou
energia que possa afetar negativamente o homem ou outros
organismos.
Impacto ambiental
Alteração da qualidade ambiental que resulta da modificação
de processos naturais ou sociais provocada por ação humana.
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
A norma ABNT NBR ISO 14001, em sua versão de 2015 (ABNT, 2015, p.
3), trata de uma definição complementar entre aspecto ambiental e impacto
ambiental:
Aspecto ambiental
Elemento das atividades, produtos ou serviços de uma
organização que interage ou pode interagir com o meio
ambiente.
Impacto ambiental
Modificação no meio ambiente tanto adversa como benéfica,
total ou parcialmente resultante dos aspectos ambientais de
uma organização.
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
De acordo com GHG Protocol (2016, p. 1): “cada gás de efeito estufa
é capaz de reter calor em determinada intensidade, sendo que tal capacidade
pode ser comparada à capacidade do dióxido de carbono de realizar a mesma
função”. Essa diferença, expressa para cada gás, é conhecida como potencial
de aquecimento global ou GWP (Global Warming Potential). O GWP de algumas
substâncias está descrito no Quadro 8.
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
gestão. Após a implantação do sistema, esses requisitos são avaliados por meio
de auditorias internas e externas de forma periódicas, para verificar o atendimento
de todos os itens exigidos e recomendar a certificação.
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
Dessa forma, chegamos ao final da nossa seção que trata sobre impactos
ambientais. Abordamos diversos conceitos e, principalmente, ferramentas que
podem ser utilizadas na identificação, classificação e quantificação de impactos
ambientais.
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Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final do nosso capítulo que tratou sobre as fases de
diagnóstico ambiental, indicadores ambientais e impactos ambientais. Ao longo
deste capítulo, verificamos a importância e a aplicação da fase de diagnóstico,
como ela pode ser aplicada em setores como empreendimento urbanos, rurais
etc. Além disso, analisamos qual a importância dos estudos base que pautam a
fase de diagnósticos em um EIA.
REFERÊNCIAS
ABNT. Gestão ambiental: avaliação do ciclo de vida − NBR ISSO 14044. Rio de
Janeiro: ABNT, 2009.
99
Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
100
Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
101
Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
p. 520-540, 2012.
102
Capítulo 2 Impactos Ambientais e Indicadores
103
Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
SVMA; IPT. Geo Cidade de São Paulo: panorama do meio ambiente urbano.
Brasília: PNUMA, 2004.
WEF. The Global Risks Report 2020. 2020. Disponível em: http://www3.
weforum.org/docs/WEF_Global_Risk_Report_2020.pdf. Acesso em: 5 maio 2020.
104
C APÍTULO 3
Zoneamento Ambiental, Tomada de
Decisão e Educação Ambiental
106
Capítulo 3 Zoneamento Ambiental, Tomada de
Decisão e Educação Ambiental
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
No capítulo anterior estudamos sobre os impactos ambientais, buscando
conhecer os critérios gerais da legislação ambiental, analisando padrões de
prevenção e controle de danos ambientais ocasionados por atividades antrópicas,
bem como a aplicação de medidas mitigatórias.
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
2 ZONEAMENTO AMBIENTAL
No capítulo anterior vimos sobre a avaliação dos impactos ambientais e
como esses podem ser abordados em diferentes escalas e âmbitos de atuação,
passando pelas etapas do diagnóstico, caminhando pelos indicadores e
finalizando com os impactos.
Neste capítulo, vamos tratar de um tema que está diretamente ligado com
o tema anterior, que é o zoneamento ambiental. Por meio do zoneamento, você
poderá compartimentar uma região em porções territoriais com características
homogêneas e, a partir disso, definir locais importantes para a implantação
de atividades econômicas de acordo com os prováveis impactos ambientais
ocasionados, além de definir medidas mitigatórias para a implantação de
empreendimentos que não podem ter mudanças significativas no local de
implantação, como instalação e/ou duplicação de rodovias. Posteriormente,
iremos abordar os processos para tomada de decisão e, em seguida, daremos
destaque para as atividades de educação ambiental com vistas à mitigação de
possíveis impactos ocasionados pela implantação de atividades.
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Capítulo 3 Zoneamento Ambiental, Tomada de
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
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Capítulo 3 Zoneamento Ambiental, Tomada de
Decisão e Educação Ambiental
passa a ser entendido como um erro conceitual. Há uma diferença entre planejamento
e zoneamento. O zoneamento trata de uma estratégia metodológica, o qual representa
uma etapa do planejamento. O zoneamento define espaços com base em critérios de
agrupamentos preestabelecidos (SANTOS, 2004). O zoneamento ambiental é uma
estratégia adotada para avaliar um território em planejamentos ambientais (SILVA;
SANTOS, 2004). Já o planejamento determina diretrizes e metas a serem alcançadas
inseridas em um cenário temporal para tais espaços (SANTOS, 2004).
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Capítulo 3 Zoneamento Ambiental, Tomada de
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
FONTE: <http://www.zeeppa.cnpm.embrapa.br/ppa/mapa/
msist.html>. Acesso em: 20 maio 2020
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
FONTE: <https://www.mma.gov.br/estruturas/PZEE/_
arquivos/>. Acesso em: 20 maio 2020.
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
FONTE: <https://mundogeo.com/2000/12/01/ortofoto-a-imagem-que-
e-um-mapa/>. Acesso em 11 jul. 2020
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
FONTE: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/04/1621266-mapa-interativo-
mostra-como-fica-zoneamento-segundo-proposta-de-lei.shtml>. Acesso em: 29 maio 2020
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
Zoneamento ambiental
Elencado como um dos instrumentos da Política Nacional
do Meio Ambiente (lei federal nº 6.938/1981), o termo,
posteriormente, quando da edição do decreto federal nº
4.297/2002, evolui para zoneamento ecológico-econômico
(ZEE).
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Capítulo 3 Zoneamento Ambiental, Tomada de
Decisão e Educação Ambiental
Zoneamento industrial
Disciplinado pela lei federal nº 6.803/1980, trata-se de tipologia
de zoneamento realizado nas áreas críticas de poluição a
que se refere o artigo 4º do decreto-lei nº 1.413/1975, com a
identificação das zonas destinadas à instalação de indústrias,
em esquema de zoneamento urbano, aprovado por lei,
compatibilizando as atividades industriais com a proteção
ambiental.
Zoneamento urbano
Instrumento utilizado nos planos diretores, através do
qual a cidade é dividida em áreas sobre as quais incidem
diretrizes diferenciadas para o uso e a ocupação do solo,
especialmente os índices urbanísticos. O zoneamento urbano
atua, principalmente, por meio do controle de dois elementos
principais: o uso e o porte (ou tamanho) dos lotes e das
edificações. Através disso, supõe-se que o resultado final
alcançado através das ações individuais esteja de acordo com
os objetivos do município, que incluem proporcionalidade entre
a ocupação e a infraestrutura, a necessidade de proteção de
áreas frágeis e/ou de interesse cultural, a harmonia do ponto
de vista volumétrico etc.
Etnozoneamento
Instrumento da Política Nacional de Gestão Territorial e
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
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Capítulo 3 Zoneamento Ambiental, Tomada de
Decisão e Educação Ambiental
estando em consonância com a Meta 11, que trata das “Cidades e Comunidades
Sustentáveis”, prevista nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
(MMA, 2020c, s.p.), vistos no capítulo anterior.
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
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Capítulo 3 Zoneamento Ambiental, Tomada de
Decisão e Educação Ambiental
3 TOMADA DE DECISÃO
A tomada de decisão é mais uma importante etapa na consolidação do
planejamento ambiental, numa perspectiva de avaliação e mitigação de impactos
ambientais decorrentes de intervenções negativas ao meio ambiente.
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Capítulo 3 Zoneamento Ambiental, Tomada de
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
Nesse sentido, uma das características mais marcantes para que seja
tomada a decisão de maneira multidisciplinar nos processos de avaliação de
impacto ambiental (AIA) é a importância que tem a participação do público. Com
isso, você consegue perceber como a participação pública tem importante papel
nos processos de licenciamento? Tal importância decorre de questões que estão
em jogo quando se trata de projetos que possam causar impactos significativos.
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Capítulo 3 Zoneamento Ambiental, Tomada de
Decisão e Educação Ambiental
Considere que na região que você mora será instalada uma nova rodovia.
Essa rodovia se faz necessária devido ao aumento de tráfego na região, pela
importância que terá no escoamento da produção, para desafogar o trânsito do
centro da cidade, enfim, por diversos motivos que ocorrem nas cidades e que
justificam a sua implantação. Para a realização desse empreendimento, a empresa
veio de outra região e está realizando todos os trâmites ambientais necessários.
Todavia, os técnicos que estão desenvolvendo o projeto não conhecem toda a
região assim como você a conhece. O novo traçado foi elaborado baseado em
mapas da região e confrontado com visitas em campo. Como forma de seguir os
procedimentos necessários, a empresa marca a audiência pública. Nesse caso,
como você é participativo, conhece a região e também é preocupado com as
questões ambientais, comparece à reunião no dia e horário marcado.
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
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Capítulo 3 Zoneamento Ambiental, Tomada de
Decisão e Educação Ambiental
O ESPAÇAMENTO
ENTRE PILARES
PASSOU DE 45 M
PARA 90 M DEVI-
VIGAS PRÉ-MOL- NÚMERO
DO À MUDANÇA
DADAS COM 63 TOTAL DE
DO MÉTODO
PILARES (SO- PILARES
CONSTRUTIVO
MÉTODO CON- VIGAS MENTE ZONA REDUZIDOS
PARA BALANÇOS
STRUTIVO DO PRÉ-MOLDA- SERRANA), DOS PARA 18, DOS
SUCESSIVOS,
VIADUTO DAS QUAIS 33 NE- QUAIS 9 NE-
REDUZINDO
CESSITAM DE CESSITARIAM
NÚMERO DE PI-
NOVA VIA DE DE NOVA VIA
LARES PARA 23,
ACESSO. DE ACESSO.
DOS QUAIS 11
NECESSITARIAM
DE NOVAS VIAS
DE ACESSO.
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
Por outro lado, alguns impactos ambientais não podem ser evitados. Outros,
ainda, mesmo que reduzidos ou mitigados, podem ter magnitude muito elevada.
Nesses casos, uma das alternativas adotadas é compensar os danos ambientais
que vierem a ser causados e que não poderão ser mitigados de modo aceitável.
Como exemplo prático disso, podemos citar as mudanças propostas no Quadro 4,
com a junção de dois túneis, que minimizou a perda da vegetação nativa. Dessa
forma, destacamos que o objetivo de minimizar a perda de hábitats deverá estar
presente em todo EIA de um empreendimento que possa causar tal impacto,
como já vimos nos capítulos anteriores.
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Capítulo 3 Zoneamento Ambiental, Tomada de
Decisão e Educação Ambiental
Barreiras vegetais.
Alteração do ambiente sonoro.
Aumentar distância entre pista e áreas de
ocupação densa.
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
Impacto visual.
Obras de arte, desvios e traçados alternati-
vos.
Barreiras vegetais.
FONTE: Adaptado de Sánchez (2013)
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Capítulo 3 Zoneamento Ambiental, Tomada de
Decisão e Educação Ambiental
De toda forma, queremos trazer ainda alguns pontos que façam você refletir
sobre o processo de tomada de decisão em atividades causadoras de impactos
ambientais. Nesse sentido, queremos destacar ainda a decisão baseada na
avaliação da matriz PEIR (Pressão-Estado-Impacto-Resposta), que foi citada no
capítulo anterior. Você lembra desse indicador? Caso ainda permaneçam dúvidas,
volte ao capítulo e reveja esse assunto!
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
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Capítulo 3 Zoneamento Ambiental, Tomada de
Decisão e Educação Ambiental
MECANISMOS DE CON-
QUEM EXERCE O CONTROLE
TROLE
Exercido por uma autoridade governamental encarregada
de gerir o processo de AIA; tal controle é claramente apli-
Controle administrativo cado durante a análise técnica dos estudos ambientais,
mas está presente em outras partes do processo, como na
formulação dos termos de referência para um EIA.
Exercido por intermédio de processos participativos previs-
tos pela legislação, como as audiências públicas ou a par-
Controle do público
ticipação em colegiados, ou ainda por intermédio do direito
de os cidadãos manifestarem livremente suas opiniões.
Exercido por intermédio do Poder Judiciário, acionado por
Controle judicial
cidadãos, ONGs ou pelo Ministério Público.
Quando um agente financiador avalia a qualidade dos
estudos e pode exigir modificações de projeto ou comple-
mentações dos estudos, além de acompanhar a implan-
Controle instrumental
tação do empreendimento por intermédio de supervisão ou
auditoria; bancos de desenvolvimento e agências bilaterais
de cooperação exercem esse tipo de controle.
Quando códigos de ética ou mesmo procedimentos de
sanção no âmbito de uma categoria profissional têm in-
Controle profissional
fluência sobre as atitudes dos profissionais envolvidos na
elaboração dos EIAs.
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Planejamento ambiental e desenvolvimento sustentável
4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E
PLANEJAMENTO
No capítulo anterior vimos como a tomada de decisão é importante nos
processos de implantação de atividades que geram impactos ambientais.
Neste capítulo, vamos abordar aspectos de educação ambiental envolvidas
nos processos de estudos de impacto ambiental, bem como o planejamento de
possíveis etapas.
Para abordar esse tema, vamos voltar um pouco no tempo. Desde o início
dos tempos, o homem extrai da natureza os recursos naturais necessários a
sua sobrevivência, a matéria-prima, ou seja, insumos necessários ao processo
produtivo.
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Essa indagação é muito pertinente e nos faz pensar em atitudes que são
realizadas rotineiramente sem refletir em nossa relação com a Terra. Campanhas
são elaboradas, propagandas são divulgadas, atividades positivas são mostradas,
mas, na prática, poucas pessoas são sensibilizadas e mudam suas atitudes.
Entretanto, são apresentados pontos, ou perspectivas, que podem responder a
esse desafio pedagógico, dando uma nova dimensão à Educação:
Revolução de perspectiva
Não podemos nos entender como seres separados da Terra,
nem permanecer na visão clássica que entende a Terra como
um planeta inerte, um amontoado de solo e de água penetrados
pelos elementos que compõem todos os seres. Nós somos
muito mais que isso. Somos filhos e filhas da Terra, somos a
própria Terra que se torna autoconsciente.
Dimensão do tempo
Se sintetizarmos nosso relógio cósmico de 15 bilhões de anos,
no espaço de um ano solar teríamos o seguinte quadro: a 1º
de janeiro ocorreu o Big Bang. A 1° de maio, o surgimento
da Via Láctea. A 9 de setembro, a origem do sistema solar.
A 14 de setembro, a formação da Terra. A 25 de setembro,
a origem da vida. A 30 de dezembro, o aparecimento dos
primeiros hominídeos, avós dos ancestrais humanos. A 31 de
dezembro irromperam os primeiros homens e mulheres. Os
últimos dez segundos de 31 de dezembro cobririam a história
do homo sapiens/demens do qual descendemos diretamente.
O nascimento de Cristo ter-se-ia dado precisamente às 23
horas, 59 minutos e 56 segundos do último dia do ano. O
mundo moderno teria surgido no 58° segundo do último minuto
do ano. E nós individualmente? Na última fração de segundo
antes de completar meia-noite. [...]
Dimensão espacial
Vendo a Terra de fora da Terra, nos descobrimos elo de uma
imensa cadeia de seres celestes. Estamos numa galáxia de
100 bilhões de galáxias, a Via Láctea. A 28 mil anos luz de seu
centro, pertencemos ao sistema solar, que é um entre bilhões
de outras estrelas, num planeta pequeno, mas aquinhoado
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Capítulo 3 Zoneamento Ambiental, Tomada de
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Sentido de unidade
Somos membros da espécie homo sapiens/demens em
comunhão e solidariedade com as demais espécies vivas,
e também como membro da família humana distribuída por
todos os quadrantes da Terra. Esta família ainda não se formou
completamente. [...]
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Capítulo 3 Zoneamento Ambiental, Tomada de
Decisão e Educação Ambiental
Nesse sentido, Bard et al. (2017, p. 294), em uma discussão minuciosa sobre
a PNMA, citam que em “um Estado Democrático de Direito com preocupações
ambientais depende da participação popular, que complementa a atuação estatal
em prol da preservação do meio ambiente”. Os autores ainda continuam: “todavia,
a participação popular depende da formação de uma consciência pública que, por
sua vez, está diretamente ligada à Educação Ambiental e à divulgação de dados
e informações ambientais” (BARD et al., 2017, p. 294).
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Capítulo 3 Zoneamento Ambiental, Tomada de
Decisão e Educação Ambiental
1. Pré-compreensão
a. Conhecimento da situação atual.
b. Conhecimento dos objetos.
c. Conhecimento da importância dos objetivos.
2. Consenso mínimo
a. Identificação e discussão sobre conceitos específicos.
b. Identificação das representações sociais.
3. Senso de poder
a. Credibilidade do processo.
b. Senso de comunidade.
c. Distribuição de poder.
4. Condição de deliberação e escolha
a. Conhecimento das alternativas.
b. Consciência da falibilidade individual.
c. Abertura para o diálogo.
5. Reflexão coletiva
Diálogo orientado para as questões identificadas.
6. Resultados
Expressa o nível de consciência alcançada no final do ciclo.
FONTE: Adaptado de Scarabello Filho (2003 apud SANTOS, 2004)
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Decisão e Educação Ambiental
Você pode perceber que esse instrumento pode ser aplicado em diversas
áreas para fornecer subsídios ao planejamento ambiental, bem como para a
tomada de decisão ou no direcionamento de atividades de educação ambiental.
No entanto, as atividades de educação ambiental não precisam ser complexas
para surtirem grandes efeitos no planejamento ambiental bem como no almejado
desenvolvimento sustentável. Dessa forma, vamos deixar um quadro com
algumas ideias de atividades de educação ambiental que podem ser utilizadas
como medidas mitigatórias e, até mesmo, como resgate do contato com a
natureza que, por diversos motivos, acabamos nos distanciando.
ATIVIDADES OBJETIVOS
Elaborar campanhas para estimular práticas agroecológicas
para produtores, bem como incentivar o consumo de alimen-
tos mais saudáveis. Essas atividades podem ser desenvolvi-
das tanto em escolas, com o estímulo à alimentação saudável
e à implantação de hortas, quanto em comunidades, com a
Agroecologia implantação de hortas comunitárias, além de campanhas para
estimular as hortas nas residências. Com essa atividade é
possível abordar temas voltados para a utilização de técnicas
conservacionistas para a produção de alimentos, conser-
vação do solo e da água, bem como estimular a alimentação
saudável.
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Outro aspecto muito importante e que surte efeitos positivos com relação
às práticas de educação ambiental são as atividades realizadas nas escolas
(educação ambiental formal). A escola é um espaço que proporciona o
desenvolvimento de diversas atividades e os alunos são mais receptivos e
compreendem com maior facilidade a importância da relação harmônica com o
meio ambiente.
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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final do último capítulo. Neste capítulo, abordamos o
zoneamento ambiental, os processos envolvidos na tomada de decisão
englobando atividades que envolvam danos ambientais e finalizamos com
sugestões de atividades de educação ambiental.
Já a tomada de decisão, por sua vez, tem como principal objetivo a busca
de alternativas para minimizar impactos ambientais. Como você pôde perceber,
todas as atividades estão interligadas.
REFERÊNCIAS
ADISSI, P. J.; PINHEIRO, F. A.; CARDOSO, R. da S. Gestão ambiental. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013.
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