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UNIDADE III
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por escrito, do Grupo Ser Educacional.
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Silveira, Rinaldo
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Sumário
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Recursos Humanos voltados para gestão da Qualidade e Ambiental
Unidade III
As pessoas se interessam hoje mais do que em qualquer época em saber se o que ela
está consumindo em matéria de produtos e de serviços não está contribuindo de uma
forma ou de outra para a degradação do meio ambiente. Isso se chama conscientização
ambiental.
A forma com a qual as empresas tratam as questões relacionadas com reuso, reciclagem
de materiais, controle de emissão de gases poluentes na atmosfera, controle de despejo
de detritos nos oceanos, nos rios e bacias hidrográficas, são questões amplamente
discutidas no mundo atual e que no final das contas pesam na balança do comércio
interno e externo.
Também veremos como o consumidor tem se preocupado mais com a origem dos
produtos e serviços que consome e utiliza, importando-se não tão somente com o preço
de custo, mas também, de uma forma mais exigente com relação à maneira como esses
produtos foram fabricados, a procedência e se a empresa fabricante está inserida
em programas de qualidade de vida e Preservação do Meio Ambiente. É o chamado
consumo consciente.
A forma com a qual as empresas tratam as questões relacionadas com reuso, reciclagem
de materiais, controle de emissão de gases poluentes na atmosfera, controle de despejo
de detritos nos oceanos, nos rios e bacias hidrográficas, são questões amplamente
discutidas no mundo atual e que no final das contas pesam na balança do comercio
interno e externo.
Surge então o marketing verde que teve a visão dessa fatia de consumidores que já
estão engajados na causa do Meio Ambiente. Com isso, criou-se um potencial de
crescimento para aquelas empresas antenadas com as mudanças organizacionais de
preservação do meio ambiente e sustentabilidade.
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Para Resumir
Orientações da Disciplina
Você vai iniciar a leitura do seu livro-texto e nós vamos comentando os pontos mais
importantes aqui no Guia de Estudos, OK? A leitura do livro-texto é obrigatória nesta
Unidade.
É muito importante que você realize a leitura com bastante atenção, pois vários
pontos estão interligados entre si.
Vamos lá?
Há anos que a humanidade começou a perceber que deveria fazer algo para frear a degradação do Meio
ambiente, pois estudos comprovavam o avanço eminente de um colapso que geraria danos irreparáveis
ao Planeta Terra.
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Segundo a jornalista Abrantes, podemos verificar que: “na primeira conferência ambiental em
Estocolmo, as grandes nações decidiram realizar esse encontro novamente a cada dez anos. Nesses
encontros mundiais as mudanças ambientais são avaliadas e, então, são apresentadas novas metas para
as décadas seguintes. Acompanhe agora as grandes conferências em defesa do meio ambiente.
Você pode perceber que vários órgãos foram criados na década de 70 e 80 na tentativa de conter a
devastação ambiental no Brasil. Até que em 1988 ficou instituída na Constituição Federal a nova política
ambiental nacional. No artigo 225 onde diz que “Todos tem direito ao Meio Ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
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O primeiro encontro Internacional para falar desse assunto foi em 1972 na conferência de Estocolmo
onde o Brasil sugeriu desenvolvimento social e econômico como a melhor forma para preservação do
Meio Ambiente. Porém antes disso em 1965 foi institucionalizada no Brasil a preservação ambiental, com
a criação do novo Código Florestal Brasileiro criando-se novas áreas de Preservação Permanente e de
Reserva Legal.
No ano seguinte à Conferência Internacional de Estocolmo, foi criada no Brasil a Secretaria Especial de
Meio Ambiente do Interior (SEMA) que dividia funções com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento
Florestal (IBDF). A partir de 1981 foi Instituída a Política Nacional do Meio Ambiente, criando-se assim o
Sistema Nacional do meio Ambiente (SISNAMA) e o Conselho Nacional do Meio Ambiente o (CONAMA).
Esse assunto que vem sido debatido por décadas, agora tem sido focado com maior ênfase, devido aos
estudos realizados acerca do prognóstico sombrio para o planeta nos próximos anos.
A população tem uma grande responsabilidade na preservação do Meio Ambiente, porém, é necessário
que seja intensificada a educação voltada à preservação ambiental, pois ainda existe uma grande maioria
que não possui a devida consciência da sua responsabilidade agindo como se não houvesse amanhã. A
sociedade não tem plena consciência do problema ambiental.
A nova geração precisa ser educada para essa consciência e também precisa atuar como agente
influenciador para as antigas gerações que pouco ouviram falar sobre esse tema. A questão da preservação
ambiental pode ser desenvolvida com programas muito simples como a separação do lixo por exemplo,
que tem um grande papel na redução de impactos ambientais, quando praticada em casa, nas escolas e
nas empresas.
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Quando se explica para uma criança os problemas ambientais e mostra a ela a amplitude do mal que
isso poderá causar, isso pode gerar um efeito muito positivo na sociedade em si. Aí entra o papel das
organizações em desenvolverem um sistema de Gestão Ambiental, para que se dê continuidade ao
processo iniciado em casa e nas escolas.
Pois na atual conjuntura é inaceitável que ainda existam cenas de ambientalistas e voluntários recolhendo
toneladas de lixo de praias, rios, matas e de locais considerados patrimônios culturais. Com isso,
percebemos que ainda há muito a se fazer a respeito desse assunto no intuito de que possamos diminuir
o impacto da degradação ambiental e desse modo possamos proporcionar um mundo melhor para as
futuras gerações.
As empresas têm sido muito cobradas nesse sentido. No controle da emissão de gases tóxicos, no
controle do despejo de resíduos, no reaproveitamento de materiais, e essas questões envolvem também
os selos de qualidade que atualmente são quesito obrigatório para questões mercadológicas (exportação,
mercado competitivo). Portanto, as empresas têm se visto “obrigadas” a adequar seus processos de
produção e funcionamento às normas e leis que dizem respeito à preservação do meio ambiente.
Um conceito que também está sendo inserido na cultura organizacional e na sociedade em geral é a
do desenvolvimento sustentável, em que as atitudes abrangem o crescimento econômico totalmente
engajado à proteção do meio ambiente na atualidade e também para as futuras gerações. Outro fato que
tem crescido a cada dia é a exigência por parte do consumidor final em saber se a empresa que fabrica
o produto ou fornece o serviço, cumpre as normas estabelecidas no controle da preservação ambiental e
sustentabilidade.
Nesse novo conceito de cuidados com a origem dos produtos está inserido o novo paradigma de consumo.
O consumismo e o desperdício acabam sendo substituídos pela exigência de melhor qualidade de vida e
de um consumo responsável e sadio que vem sendo incutido nas mentes das novas gerações.
Sabemos que a ganância e o lucro a qualquer preço permeiam permanentemente o mundo empresarial
global. Porém é fato que quando houver, e se houver, o colapso ambiental no planeta além de afetar
toda a população, afetará também as empresas, pois, tudo se tornará mais caro, mais difícil, causando
consequentemente a elevação dos custos de produção e distribuição. Então a partir desse pensamento
é que as organizações precisam se conscientizar que o problema é uma questão de sobrevivência literal.
Os países em desenvolvimento têm degradado o meio ambiente, sem controle algum no uso da água, sem
controle no desmatamento florestal, sem controle na destinação dos resíduos sólidos, e negligenciando
o tratamento dos resíduos líquidos. Pensam no lucro de forma irresponsável, e gananciosa, sem sequer
lembrar de que o meio ambiente manifestará e já manifesta sua reação a essas incontáveis agressões.
Secas prolongadas, derretimento das geleiras causando inundações, tempestades, furacões, tsunamis,
superaquecimento global, e tantos outros fenômenos que prejudicam a agricultura, encarecem a energia,
a água, prejudicam e encarecem a distribuição de bens e serviços.
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Para Refletir
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos, foi estabelecido a fim de organizar, instituir, determinar as ações
e políticas para gerir os resíduos sólidos no Brasil. Um dos principais pontos da instituição da lei é para a
proteção da saúde pública e da qualidade ambiental, prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos,
tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para
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propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos para destinação ambientalmente
adequada dos rejeitos.
O Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos – Sinir, é um importante
instrumento da PNRS, pois contém informações fornecidas pelos Cadastros Nacional de Operadores de
Resíduos Perigosos, Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras
de Recursos Ambientais, Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental,
pelos órgãos públicos responsáveis pela elaboração dos planos de resíduos sólidos, por demais sistemas
de informações que compõem o Sistema Nacional de Informações sobre Meio Ambiente – Sinima e pelo
Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico – Sinisa.
Outro importante ponto dentro da Lei 12.305, determina que a responsabilidade dos geradores de resíduos é
compartilhada entre: fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, cidadão e titulares de serviços
de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo.
A PNRS incorpora conceitos modernos de gestão de resíduos sólidos e se dispôs a trazer novas ferramentas
à legislação ambiental brasileira. Alguns desses aspectos:
Coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição;
Ciclo de Vida do Produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de
matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final;
As leis que tratam do meio ambiente no Brasil estão entre as mais completas e
avançadas do mundo?
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Para ela, no entanto, mais do que os avanços representados pela lei, o Brasil carece de mecanismos
de fiscalização e apuração dos crimes. “O País possui um conjunto de leis ambientais consideradas
excelentes, mas que nem sempre são adequadamente aplicadas, por inexistirem recursos e capacidades
técnicas para executar a lei plenamente em todas as unidades federativas”, explica.
Tanto o Ibama quanto os órgãos estaduais de meio ambiente atuam na fiscalização e na concessão de
licença ambiental antes da instalação de qualquer empreendimento ou atividade que possa vir a poluí-lo
ou degradá-lo.
De acordo com a Lei de Crimes Ambientais, eles são classificados em seis tipos diferentes:
1. Crimes contra a fauna: agressões cometidas contra animais silvestres, nativos ou em rota migratória.
2. Crimes contra a flora: destruir ou danificar floresta de preservação permanente mesmo que em
formação, ou utilizá-la em desacordo com as normas de proteção.
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3 Poluição e outros crimes ambientais: a poluição que provoque ou possa provocar danos à saúde
humana, mortandade de animais e destruição significativa da flora.
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6. Infrações administrativas: ações ou omissão que viole regras jurídicas de uso, gozo, promoção,
proteção e recuperação do meio ambiente.
Fontes:
Embrapa Meio Ambiente
Ministério do Meio Ambiente
Ibama
Imazon - Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia
Lei de Crimes Ambientais: A Lei da Natureza
Na iminência de uma diminuição de lucros imposta pela própria ação da natureza, é que as empresas
se sentirão induzidas a investir na educação ambiental, na redução da agressão ao Meio ambiente, na
responsabilidade social e ambiental.
O profissional de RH poderá além de trabalhar na questão da qualidade de vida, trabalhar duro na questão
do respeito ao meio ambiente, despertando uma consciência ecológica de que a agressão constante ao
meio ambiente poderá implicar na impossibilidade de sobrevivência no Planeta.
Os colaboradores podem ser influenciados de muitas maneiras para que ocorram as mudanças
significativas dentro da organização. Por exemplo, durante a Semana de Prevenção de Acidentes poderão
ser incluídos temas que possam ser relativos às questões de preservação, como: reciclagem, coleta
seletiva, contaminação de rios e mares, importância da preservação da fauna e flora para sobrevivência,
e sobre sustentabilidade.
O RH tem um importante papel em dar esse start dentro do ambiente empresarial, e promover ações
de engajamento nas causas ambientais. A Responsabilidade social e ambiental passa assim a ser
competência da Gestão de RH lembrando sempre de preparar e cuidar de pessoas também significa
pensar no seu bem-estar a longo prazo, visualizando a organização como um patrimônio a ser preservado
para futuras gerações.
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Veja o vídeo!
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações
Unidas, “Desenvolvimento sustentável é aquele capaz de suprir as necessidades dos seres humanos da
atualidade, sem comprometer a capacidade do planeta para atender as futuras gerações. Portanto, é o
desenvolvimento que não esgota os recursos, tornando-os perenemente disponíveis, se possível”.
Alguns países hesitavam em investir em programas de conservação ambiental por julgar que a poluição
e a deterioração ambiental eram consequências inevitáveis do desenvolvimento industrial. Mas com o
avanço tecnológico, missões espaciais, satélites, internet, foi possível que se desenvolvessem estudos
científicos e pesquisas sobre o clima e a atmosfera terrestre.
E constatou-se o que já era previsível, sem um planejamento efetivo na utilização de nossos recursos
naturais e sem um controle estratégico de distribuição que dividisse de um modo mais justo os benefícios
do crescimento econômico, o planeta entraria no caminho sem volta da degradação ambiental.
Então, pensando no conceito de desenvolvimento sustentável como uma via de acesso ao desenvolvimento
econômico sem prejuízo aos sistemas que mantém e dão suporte à vida no planeta é que se criou a
Agenda 21. A agenda 21 selava um compromisso entre as nações de cooperar entre si para que se busque
esse desenvolvimento sustentável.
Visto que o crescimento demográfico, a pobreza, a desigualdade são problemas de âmbito global, é
necessário que se desenvolvam programas para cada local, focando em seus principais problemas e
buscando soluções viáveis para aquela localidade integrando-a a projetos específicos de proteção do
meio ambiente integrados ao desenvolvimento sustentável.
É preciso estudar cada localidade com seus potenciais de desenvolvimento e em contrapartida seus
principais problemas para que desse modo se criem projetos consistentes que realmente possam ser
colocados em prática e coexistam em harmonia com o ecossistema local.
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Dicas
A Corporação - Imagine viver num mundo onde somos governados por grandes
corporações, que colocam o lucro acima de tudo e de todos. Na verdade, não
precisa imaginar, pois nós já vivemos nesse mundo, em que as maiores empresas e
conglomerados têm mais poder que o próprio governo, controlando o que vestimos,
comemos, assistimos, compramos, falamos e até estudamos na faculdade. É o que
mostra o documentário “A Corporação”, lançado em 2003 e dirigido por Mark Achbar
e Jennifer Abbott com base no livro A Corporação – A Busca Patológica por Lucro e
Poder, de Joel Bakan.
Conceito de Competência
Competência pode ser descrita como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) que
justifiquem um alto desempenho, na medida em que há também um pressuposto de que os melhores
desempenhos estão fundamentados na inteligência e na personalidade.
Se nós podemos observar o comportamento, também podemos classificá-lo como sendo adequado ou não,
e pode ser melhorado. Se o comportamento produz alterações no ambiente, então podemos mensurá-lo.
Ensinar e desenvolver tecnologia e técnicas que uma organização precisa é possível. Entretanto, para
ensinar comportamento o desafio é bem maior e diferente.
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CONHECIMENTO E HABILIDADE = COMPETÊNCIAS TÉCNICAS
ATITUDES = COMPETÊNCIA COMPORTAMENTAL
Quando analisamos o cenário interno de uma organização temos que diferenciar Competências Essenciais
e Competências Individuais.
Existe uma relação muito próxima entre as competências essenciais da organização e as competências
Individuais. Uma vez que esses dois blocos de competências distintas deveriam refletir a própria identidade
da organização, ilustrada por sua Cultura, Visão e Valores, mesmo sabendo que elas não são a mesma “coisa”.
As competências individuais contribuem para alcançar um objetivo individual de trabalho. Tem como
função básica atingir os resultados definidos. Competência Organizacional está para os estrategistas da
organização, assim como Competência individual está para os profissionais de Recursos Humanos. Focos
distintos, objetivos diferentes, porém devem estar associados. Como competências individuais.
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As competências são divididas em dois grupos:
Competências técnicas - é tudo o que o profissional precisa saber para desempenhar sua função, por
exemplo: idiomas, sistemas de computação, ferramentas etc. Essa competência pode ser aprendida.
Competências comportamentais - é tudo aquilo que o profissional precisa demonstrar como seu
diferencial competitivo e tem impacto em seus resultados, por exemplo, criatividade, flexibilidade, foco em
resultados e no cliente, organização, planejamento, liderança e tantas outras. Em gestão de competências,
as competências técnicas já estão no mercado há um bom tempo, fazendo parte da cultura organizacional.
Comunicação: comunicar implica compreender o outro e a si mesmo, significa entrar em acordo sobre
objetivos organizacionais, partilhar normas comuns para a sua gestão. A noção de serviço, de atender a um
cliente externo ou interno da organização precisa ser o pilar da comunicação, e estar presente em todas as
atividades. Para tanto, a comunicação é fundamental. O imprevisto torna-se o natural nas organizações.
Uma vez analisadas algumas definições de Competências, podemos analisar mais precisamente as
competências individuais, mais precisamente, o papel da liderança, ou do líder. A inexistência de um consenso
quanto ao conceito de Competências Individuais, pode gerar divergências em caráter filosófico e ideológico,
pode também acontecer devido a adoção de diferentes enfoques, em diferentes áreas do conhecimento.
No entanto, a inexistência de um consenso, não significa que não existam pontos em comum. Primeiramente,
a competência é apresentada como um conjunto de características ou requisitos: saberes, conhecimento,
aptidões, habilidades, considerados indicadores capazes de produzir resultados planejados, ou ainda
soluções de problemas.
Como resultado dessa análise a competência individual requerida é a combinação de múltiplos saberes -
saber (conhecimento), saber-fazer (habilidades necessárias para se obter um bom desempenho. Exemplo:
habilidades para motivar, liderar equipes, negociar, planejar, etc.) e saber ser (refere-se às atitudes. Busca-
se um comportamento mais condizente com a realidade) - capazes de produzirem resultados necessários
para o atual contexto em que as organizações se encontram.
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COMPETÊNCIA APLICADA A SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL
Sustentabilidade Econômica
Você provavelmente já percebeu que nas últimas décadas o termo sustentabilidade tem aparecido
com maior frequência na mídia, nas redes sociais, nos jornais impressos e televisivos e nos principais
programas de entretenimento.
A sociedade começa a perceber que o crescimento econômico acelerado poderia vir a causar prejuízos
ambientais irreversíveis para o Planeta. A utilização dos recursos naturais de forma indiscriminada, a
emissão de substâncias nocivas e poluentes no meio ambiente, o acúmulo de resíduos sólidos, entre
outros, causados em sua maioria, pelas grandes indústrias e corporações, resultam numa preocupação
com uma iminente catástrofe ambiental. Por isso a preocupação com os reflexos que isso traria a curto,
médio e longo prazo tem levantado a temática da sustentabilidade organizacional.
Essa temática que agora permeia as pautas das organizações deve seguir o objetivo de fazer com que as
atividades organizacionais se desenvolvam dentro de um contexto socioambiental de modo que ações e
atitudes tomadas agora não reflitam negativamente para o desenvolvimento de futuras gerações. Há de
se encontrar um equilíbrio, para que o crescimento e desenvolvimento econômico possam coexistir com a
preservação ambiental através da sustentabilidade.
Para que a sustentabilidade não se transforme em apenas mais uma “jogada de marketing” ou simples
“cumprimento de tabela” para se adequar às leis e normas, é que entra o papel dos gestores de nível
tático, de média liderança e de Recursos Humanos para transmissão das ideias de desenvolvimento e de
práticas sustentáveis dentro das organizações.
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Para Resumir
Figura 11: Dimensões organizacionais da competência Fonte: Ângelo (2009), baseado em Ruas (2005)
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organizações pensem na sustentabilidade como oportunidade de negócio, como fonte de inovação, como
aumento de rendimento e diminuição de custo, ainda é difícil que se estabeleça um comprometimento
efetivo nessa questão, porém “se” as empresas podem ou não lucrar com investimentos ambientais e
sociais a questão mais relevante é: Mas “quando” é possível fazer isso?
O profissional de RH precisa guiar a média gerência com o objetivo de ganhar completa cooperação de suas
equipes no que se refere à implementação de políticas sustentáveis. É preciso que o RH procure aliados,
apoiadores, conquiste colaboradores, compartilhando com eles essa nova visão de negócio, fortalecendo
uma cultura voltada à sustentabilidade. Para auxiliar no desenvolvimento da sustentabilidade organizacional.
É desejável atrair, manter, e desenvolver competências necessárias à realização desse objetivo.
As competências individuais dos gestores que favorecem a sustentabilidade organizacional têm um papel
de suma importância para a execução de ações que promovam o desenvolvimento econômico, social e
ambiental. Os líderes com competências de sustentabilidade estão profundamente conectados com as
práticas de sustentabilidade e responsabilidade social. Para esse líder isso é uma prática natural da sua
personalidade, ele a utiliza como ferramenta para a sua própria transformação e para transformação do
mundo. Normalmente esse indivíduo é intuitivo, toma decisões rápidas.
Tem a capacidade de identificar e aproveitar as aberturas e oportunidades para mudanças no sistema. Ele
analisa um problema através de múltiplas perspectivas sem estar excessivamente ligado a nenhuma delas.
Tem também a capacidade de perceber o que é necessário para ajudar a desenvolver um sistema tentando
intervenções diferentes, observa a resposta ao que foi proposto e se adapta de acordo com essa percepção.
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Teoria e reflexão integral – compreende os conceitos fundamentais e a linguagem da Teoria Integral. É
capaz de usá-la para avaliar ou diagnosticar um problema de sustentabilidade e projetar uma intervenção,
comunicação sob medida para diferentes visões do mundo e apoiar o desenvolvimento de si mesmo, de
outros grupos, culturas e sistemas.
Fonte: Barrett Brown, em Liderança no Limite: Liderando a Mudança a partir da Consciência Pós-Convencional.
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Pensando em oferecer um “caminho das pedras” para empresas que querem refletir sobre o tema, o
Pacto Global da ONU lançou, em 24 de junho de 2010, um Plano para Liderança em Sustentabilidade.
Sua intenção foi criar uma espécie de modelo de atuação para as empresas signatárias, contribuindo
assim para desenvolver capacidades, habilidades e recursos.
Na introdução do documento, a entidade reconhece que, embora existam mais presidentes de corporações
liderando a agenda da sustentabilidade, o conceito ainda “não penetrou na maioria das empresas que
operam nos mercados em todo o mundo”. Leitura bastante adequada, com a qual concordamos.
Ao longo de sua experiência de 10 anos, o Pacto Global afirma ter aprendido duas lições importantes.
Primeira, que o alto desempenho em sustentabilidade das empresas líderes constitui a mais abundante fonte
de inspiração para aquelas que “se encontram nos degraus mais baixos da pirâmide da sustentabilidade.”
Segunda, que os atuais desafios globais – de clima, água, paz e biodiversidade – exigem novo patamar de
desempenho para as companhias que desejam “efetivamente cumprir a promessa da sustentabilidade.”
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Esse Plano criado pela ONU se estrutura em três dimensões – implantação dos 10 Princípios em estratégias
e operações de negócios; apoio das empresas às questões e objetivos mais amplos da ONU – como,
por exemplo, Paz e Segurança, Ecossistemas Sustentáveis e Biodiversidade, Mitigação e Adaptação às
Mudanças Climáticas, Segurança Hídrica e Saneamento; e engajamento ao Pacto Global, por meio da
formação de redes, grupos de trabalho locais e globais, e iniciativas setoriais e temáticas.
Na intersecção dessas três dimensões, o Pacto Global identificou o que classifica como “componentes
transversais”. Eles são quatro. O compromisso dos líderes empresariais abre a lista.
De acordo com o modelo proposto, o principal executivo deve “fazer declarações públicas claras e
demonstrar liderança pessoal em sustentabilidade”. É seu papel também promover iniciativas para
ampliar o debate do conceito no setor de atuação, além de comandar o desenvolvimento de normas
setoriais específicas.
Espera-se ainda que ele lidere uma diretoria ou um grupo de executivos na condução da estratégia
de sustentabilidade empresarial, estabelecendo objetivos firmes e cuidando pessoalmente de sua
implementação. Recomenda, por último, que o líder número 1 inclua os critérios de sustentabilidade – e
os princípios do Pacto Global – nos grandes objetivos e nos sistemas de incentivo para a presidência e a
diretoria.
Analisando livremente o modelo proposto pelo Pacto Global da ONU, extraímos as seguintes 20 atribuições
para o líder em sustentabilidade:
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10. Analisar cada elo da cadeia de valor, mapeando impactos, riscos e oportunidades;
11. Envolver fornecedores na estratégia de sustentabilidade; sensibilizar, treinar e capacitar parceiros de
negócio; monitorar o quanto estão alinhados com os compromissos e práticas da empresa;
12. Desenvolver produtos e serviços ou conceber modelos de negócio que contribuam para promover a
sustentabilidade;
13. Realizar investimento social alinhado com as competências da empresa e o contexto operacional de
seu negócio;
14. Integrar campanhas e iniciativas públicas, assumindo, em suas comunicações, compromissos com as
questões mais relevantes de sustentabilidade;
15. Coordenar esforços com outras organizações para potencializar investimentos, e não se sobrepor a
iniciativas de desenvolvimento sustentável;
16. Cooperar com organizações do mesmo setor em ações que ajudem a encontrar respostas para desafios
comuns;
17. Fazer o papel de mentor para empresas do mesmo ou de outro setor que ainda se encontrem em
estágio inicial de implantação de práticas sustentáveis; na condição de referência em liderança em
sustentabilidade, facilitar o acesso a informações por parte daqueles que desejam conhecer a política
da empresa;
18. Comunicar os resultados e a evolução de suas práticas de sustentabilidade, visando prestar contas às
partes interessadas e à sociedade;
19. Envolver e educar os stakeholders para que eles conheçam as políticas da empresa e participem
delas;
20. Capitanear o processo de mudança, inserir as dimensões social e ambiental na noção de sucesso
empresarial, estabelecer uma visão e uma missão de sustentabilidade.
Pode-se concluir que existe uma inter-relação entre competências organizacionais e a sustentabilidade
organizacional. Essa ligação deve ser objeto de reflexão e constante aprimoramento, visando à convergência
dos objetivos individuais e da organização para a sustentabilidade dos negócios e o atingimento das
estratégias empreendidas. Pode-se também observar, analisar e explorar a relação existente entre as
competências organizacionais e a sustentabilidade aplicada ao contexto empresarial.
Para Refletir
A seguir proponho a você que responda um conjunto de perguntas essenciais que podem constituir um
roteiro de estudo, análise e síntese para avaliar de uma maneira geral como a organização que você
trabalha está lidando com o assunto sustentabilidade.
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Cada pergunta traz elementos para reflexão. Você encontrará subsídios para respostas nos textos de
cada tendência. Quanto mais respostas SIM você pontuar, significa que sustentabilidade e RH estão
caminhando mais próximos – e de forma mais estratégica – em sua empresa.
Sempre que a resposta for NÃO, consulte o texto da tendência, leia a opinião de especialistas e avalie
os cases recomendados.
Se SIM, verifique o que o RH tem feito para disseminar os valores e para desenvolver, nos colaboradores,
as competências estratégicas que vão apoiá-los a realizar suas metas?
Se NÃO, o que o RH tem feito para inserir a sustentabilidade na agenda estratégica da companhia?
Com que frequência tem conversado com presidente e alta direção a respeito desse assunto? Tem
destacado inputs de sustentabilidade mais afinados com a estratégia de negócio que possam retirar o
conceito de uma agenda secundária? Tem utilizado argumentos sólidos, baseado em evidências, em favor
da incorporação da agenda sustentável na gestão de pessoas? Como tem atuado para colocar os valores
e as práticas de sustentabilidade na cultura da empresa?
Se SIM, os programas tratam de modo equilibrado conhecimentos (saber), habilidades (saber fazer) e
atitudes (querer fazer)? Consideram a sustentabilidade como conteúdo específico ou conteúdo transversal
de outras áreas estratégicas? Adotam formatos convencionais (instrutor/sala de aula) ou modelos “fora da
caixa”, baseados em vivências práticas em ambientes não empresariais? Enfatizam questões meramente
técnicas/instrumentais ou ressaltam também os valores? Envolvem profissionais de diferentes posições,
como os trainees, por exemplo, ou apenas os líderes? Os programas são oferecidos logo no processo de
integração do colaborador à empresa?
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Se NÃO, o que o RH tem feito para inserir a sustentabilidade no modelo de competências da organização?
Como tem trabalhado para que o desenvolvimento de colaboradores no tema seja regular e efetivamente
relacionado com competências, não se limitando a ações pontuais e genéricas?
Se SIM, esses programas têm produzido bons resultados práticos? Mantêm uma conexão clara com os
valores da empresa, gerando um sentimento de orgulho e pertencimento? Abrem espaço para sugestões
de mudança? A empresa está preparada para receber e implantar essas sugestões?
Se NÃO, como o RH pode atuar para criar um ambiente que favoreça não só os empreendedores
corporativos, mas também os intraempreendedores, pessoas automotivadas e capazes de promover
mudanças inovadoras “de baixo para cima”? Como o RH está identificando esses sujeitos e estabelecendo
canais para troca de ideias entre eles? Nas entrevistas de desligamento, o RH tem avaliado o quanto a
empresa falha no engajamento desse tipo muito específico de profissional?
Se NÃO, como o RH pode apoiar uma mudança transversal de cultura na empresa, alinhando incentivos e
desempenho em TBL? Como e com quais argumentos pode-se obter o patrocínio da alta liderança?
Se SIM, as ações têm alcançado todos os funcionários e com uma linguagem adequada? Têm se iniciado
desde o primeiro dia do funcionário na empresa? Têm mostrado a evolução da empresa no tema? Têm
alinhado RH, Comunicação Interna e Relações Públicas para assegurar a consistência da mensagem,
clareza e transparência? Têm encorajado interesse e participação? Têm reconhecido o engajamento? Têm
transformado colaboradores-chave em advogados da causa? Têm sido criativas?
Se NÃO, como o RH pode trabalhar com a comunicação na construção de uma cultura de sustentabilidade?
Estando ele no centro da gestão de pessoas, qual o deve ser o seu papel no fundamental no alinhamento
das estratégias de talentos com as estratégias de negócios e de sustentabilidade?
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Triple bottom line
Também chamado de triple bottom line, ou Social, Ambiental, Financeiro, corresponde aos resultados de
uma organização medidos em termos sociais, ambientais e econômicos.
• Social - Refere-se ao tratamento do capital humano de uma empresa ou sociedade.
• Ambiental -Refere-se ao capital natural de uma empresa ou sociedade.
• Financeiro - Trata-se do lucro. É o resultado econômico positivo de uma empresa. As gerações de
empresas atuais se perceberam em um mercado novo, o que necessita que estas se preocupem com
o meio ambiente. Com isso, o conceito do tripé da sustentabilidade conhecido como triple bottom
line (PEOPLE, PLANET, PROFIT), pessoas, planeta, lucro) foi aplicado por grande parte delas, no qual
corresponde aos resultados de uma organização medidos em termos sociais, ambientais e econômicos.
O desenvolvimento sustentável pode ser compreendido como aquele que atende às necessidades
das gerações atuais sem comprometer a possibilidade das futuras gerações de atenderem às suas
próprias necessidades.
»» Este conceito foi criado nos anos 1990 por John Elkington, cofundador da organização não
governamental internacional SustainAbility
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Palavras finais
Até lá!
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