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ENSINO DE GEOGRAFIA
ENSINO DE GEOGRAFIA
O candidato: O supervisor:
DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu, Rachida Paulino Ibraimo, com identidade número 81180034, estudante do curso de
ensino de Geografia do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distancia, declaro que o
conteúdo do trabalho intitulado: o êxodo rural e a sustentabilidade socioambiental na
ocupação e uso de terras no meio urbano, caso do bairro de muhala 20162020, é reflexo de
meu trabalho pessoal e manifesto que perante qualquer notificação de plágio, cópia ou falta
em relação à fonte original, sou directamente o responsável legal, económica e
administrativamente, isentando Orientador, a Universidade e as instituições que colaboraram
com o desenvolvimento deste trabalho, assumindo as consequências derivadas de tais práticas.
Assinatura:
i
ii
Resumo
Uma visão dualista socioeconómica e sustentável é necessário que o indivíduo não se guie apenas pelo cunho
antropológico, mas sim busque uma forma de viver pautada na partilha racional dos recursos naturais aliada à
construção de um modelo desenvolvimentista. O êxodo rural e a sustentabilidade sócioambienal na ocupação e
uso de terras no meio urbano, caso do bairro de Muhala. Para a realização deste trabalho traçamos como
objectivo Geral de Analisar o Êxodo rural na sustentabilidade sócioambienal no âmbito de ocupação e usos de
terra na cidade de Nampula; orientando pelos Objectivos Específicos de a) Definir o Êxodo Rural e a
sustentabilidade; b) Identificar as causas do êxodo rural; c)Descrever as consequências do êxodo rural; d)
Demonstrar os Instrumentos De Planeamento E Gestão Do Espaço Urbano e Propor um conjunto de soluções
que visão sanar ou minimizar o problema levantado. Tanto estes problemas atingem não somente os que
praticam o tal movimento, mas também aqueles que já vivem nestes centros urbanos de uma forma particular,
assim sendo, merece a uma análise e estudo profundo, daí que se levanta a seguinte questão: Será que o êxodo
rural pode influenciar na ocupação desordenada e uso de terras no meio urbano da cidade de Nampula no bairro
de Muhala? Quanto a abordagem recorreuse a pesquisa qualitativa, pretendese com esta pesquisa compreender o
êxodo rural e a sustentabilidade sócioambienal na ocupação e uso de terras no meio urbano, caso do bairro de
Muhala. A abordagem qualitativa possibilitou a pesquisadora a fazer uma abordagem mais aprofundada sobre o
fenómeno e trazer dados mais detalhados sobre o fenómeno. Esta pesquisa empregou procedimentos
interpretativos, pressupostos relativistas e representação verbal dos dados, em contraposição à representação
numérica.
ii
3
ABSTRACT
A dualistic socioeconomic and sustainable vision is necessary for the individual not to be guided only by the
anthropological nature, but rather seek a way of living based on the rational sharing of natural resources allied to
the construction of a developmental model. The rural exodus and socioenvironmental sustainability in the occu
pation and use of land in urban areas, in the case of the Muhala neighborhood. In order to carry out this work, we
set out the General objective of Analyzing the rural exodus in socioenvironmental sustainability in the scope of
occupation and land uses in the city of Nampula; guided by the Specific Objectives of a) Defining the Rural
Exodus and sustainability; b) Identify the causes of the rural exodus; c)Describe the consequences of the rural
exodus; d) Demonstrate the Urban Space Planning and Management Tools and propose a set of so lutions aimed
at solving or minimizing the problem raised. These problems affect not only those who practice this movement,
but also those who already live in these urban centers in a particular way, therefore, it deserves a deep analysis
and study, hence the following question arises: Will the exodus rural can influence the disorderly occupation and
use of land in the urban environment of the city of Nampula in the Muhala neighborhood? As for the approach,
qualitative research was used, with this research it is intended to understand the rural exodus and socio
environmental sustainability in the occupation and use of land in the urban environment, in the case of the Muha
la neighborhood. The qualitative approach allowed the researcher to take a deeper look at the phenomenon and
bring more detailed data about the phenomenon. This research used interpretive procedures, relativistic assump
tions and verbal representation of data, as opposed to numerical representation.
iii
4
Agradecimentos
Em primeiro lugar, agradeço Allah Subhana Wata Ala pela sabedoria, inspiração e por todas
as bênçãos que tem colocado em meus caminhos, especialmente no meu mundo académico.
Aos meus filhos Kelvin Faruk Ranson Júlio e kamir Faruk Ranson Júlio; aos meus irmãos
Stelio Jesus Arteche e Ali Manuel Consolo, Orlando Pedro Mutepa Januário Pedro e a minha
mãe dra Ana Paula Maria Ali e relembrarme de que quando queremos somos capazes de
tudo. Por último, agradeço a toda minha família por acreditarem e apoiarem meu sonho.
Ao terminar, quero ainda agradecer todos os amigos em especial dr. Ragidi Dias Mugagoja
que directamente me encorajou nesta difícil caminhada, até atingir esta fase final, aos colegas
de faculdade e do Serviço respectivamente, que directa ou indirectamente contribuíra para a
minha formação académica.
iv
5
Dedicatória
Dedico a este trabalho
a toda família e muito
mais aos meus filhos
que sempre tiveram a
esperança que um dia
esta batalha seria
ultrapassada.
v
6
Lista de Gráficos
Gráfico 1 sexo dos inquiridos……………………………………………………………...30
Gráfico 2 idade dos inquiridos …………………………………………………………. …31
vi
vii
Lista de Figuras
Figura 1. Localização da área de estudo.....................................................................................7
vii
9
INDICE
DECLARAÇÃO DE HONRA ....................................................................................................i
Resumo .......................................................................................................................................ii
ABSTRACT ..............................................................................................................................iii
Agradecimentos .........................................................................................................................iv
Dedicatória.................................................................................................................................. v
Lista de Gráficos........................................................................................................................vi
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
1.1 Contextualização...............................................................................................................1
1.2 Problematização................................................................................................................3
viii
2.3 Sustentabilidade sócioambienal E Instrumentos De Planeamento E Gestão Do Espaço
Urbano em Moçambique. .....................................................................................................16
V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES.............................................................................38
APÊNDICES ............................................................................................................................46
1
i1x
1
1. INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
1
David Paulo António Caomba. Ocupações informais do solo urbano em Moçambique: análise dos factores de
motivação e do risco de ocupação das planícies de inundação na cidade de Lichinga. 2018
http://repositorium.sdum.uminho.pt/.pdf
2
De acordo com Caomba (2018), podemos perceber que a aceitação do risco resulta da
avaliação que os moradores fazem do custobenefício, pois as áreas de ocupação como do
Bairro de Muhala na cidade de Nampula, oferecem vantagens de localização em relação ao
centro da cidade onde se concentram os postos de trabalho, tanto formais como informais, e
outras infraestruturas e serviços sociais.
Consciente da experiência histórica e dos enormes desafios que o País terá de enfrentar no
futuro, o Governo de Moçambique tem vindo a repensar e equacionar uma estratégia de
desenvolvimento especificamente para as áreas rurais.
A nível político e administrativo, a partir de 2005 a Lei dos Órgão Locais do Estado passou a
dar cobertura legal à determinação do Governo de converter o distrito no pólo principal do
desenvolvimento socioeconómico do País. Além disso, relativamente à descentralização das
finanças públicas, o Governo Central passou recentemente a atribuir parte dos fundos
orçamentais públicos à gestão directa dos próprios responsáveis distritais. (EDR, 2007)
EDR (2007), a nível nacional, a competição urbanorural irá intensificarse com a urbanização
acelerada. A ansiedade por uma vida aprazível, saudável e próspera acontece tanto nas zonas
rurais como nas urbanas. À medida que a concentração de pessoas aumenta, sobretudo nos
grandes meios urbanos, nomeadamente na Cidade de Nampula, a pressão demográfica, social
e política intensificase comparativamente às áreas rurais.
1.2 Problematização
É deste modo que a exposição das populações aos riscos naturais como o risco de inundação
nos centros urbanos de Moçambique é consequência directa das ocupações informais e
descontrolados do solo urbano. São factores a destacar para a recorrência e prevalência deste
fenómeno no país, o acentuado desequilíbrio entre as taxas de crescimento da população
urbana e o crescimento das infraestruturas (como por exemplo a habitação) e dos serviços
sociais urbanos (como por exemplo o transporte). (Caomba, 2018)
Viver nos centros urbanos em Moçambique deixou de ser um sinal de orgulho para a maioria
da população pois, para além dos problemas de falta de segurança (criminalidade e
sequestros), acidentes rodoviários, incêndios descontrolados e dos problemas de conjuntura
económica, como o desemprego, as cidades moçambicanas deparamse hoje com profundas
2
Vejamse o artigo 117 e o n.º 2 do artigo 90, prevendo obrigações gerais e específicas do Estado no capítulo do
ambiente.
3
Artigo 45 da Constituição.
4
Este direito está previsto no artigo 81 da Constituição.
5
Referências expressas nos artigos 11, 96, 101 e 117, todos da Constituição.
4
Para inverter esta situação, julgase necessária a cooperação efectiva entre todos os agentes
intervenientes no processo de gestão do território, como as entidades municipais, o meio
académico e as populações expostas.
Este conhecimento pode constituir uma etapa fundamental no processo de elaboração dos
planos de ordenamento de territórios e de gestão de áreas de riscos, reduzindo ou mitigando,
em última análise, os efeitos negativos da ocorrência dos fenómenos naturais em meio urbano.
Êxodo rural relacionase ao movimento migratório das populações que vivem no campo em
direcção aos grandes centros urbanos, este movimento é responsável pelo aumento de muitos
problemas sócioambientais, o desemprego, desigualdade social, marginalização, problemas
de saneamento. Tanto estes problemas atingem não somente os que praticam o tal movimento,
mas também aqueles que já vivem nestes centros urbanos de uma forma particular, assim
sendo, merece a uma análise e estudo profundo, daí que se levanta a seguinte questão:
Será que o êxodo rural pode influenciar na ocupação desordenada e uso de terras no meio
urbano da cidade de Nampula no bairro de Muhala?
6
Carlos Manuel Serra, Stefaane Dondeyne, e Tom Durang. O meio ambiente em Moçambique. Notas para a
reflexão sobre a situação actual e os desafios para o futuro. 2012. Https://www.biofund.org.mz/wp
content/uploads/2017/03/OMeioAmbienteemMocambique2012Serraetal.pdf
5
1.3 Objectivos
1.4 Hipóteses
1.5 Justificativa
A escolha do tema deveuse ao facto da área de estudo ser uma região que apresenta um
aumento de maior concentração da população que saem do campo para cidade (êxodo rural).
que está em estrita ligação a procura de novas oportunidades, melhores condições de vida em
outras zonas, diferentes das anteriores, regiões que se pensa ter melhores ofertas que dinamize
a vida de um indivíduo, entretanto o período em referência, deveuse pelo facto da autora ter
observado alguns problemas, como: o aumento de desemprego, marginalização, problemas de
saneamento do meio, como factores que podem explicar a ocorrência ou não do êxodo rural,
neste caso, merece a uma análise e estudo profundo de modo a desenhar propostas de solução
que possam sanar ou pôr findo o problema ou por outra conhecer as causas do êxodo rural
torna essencial para que seja possível desenhar estratégias que possam minimizar os impactos
que advém deste fenómeno. Tendo em conta as consequências do ponto de vista social e
6
ambiental, sendo assim, então, deste modo a sua investigação, elaboração e a posterior
apresentação de objectivos claros e concisos é de extrema importância.
Foram analisados neste trabalho, os princípios que estão estabelecidas na lei mãe (CRM), e a
algumas leis que asseguraram a sustentabilidade sócioambienal.
Para a elaboração deste trabalho deparou se com certas dificuldades quanto a obtenção das
informações como: acesso a documentos das instituições que são da responsabilidade de
fiscalização e controlo da área abrangidas pela ocupação desordenada muito mais nos
arredores do rio Muhala, como planos de actividades, relatórios, planos estratégicos assim
como o desaparecimento constante da corrente eléctrica, o acesso deficitário da internet e a
não existência de biblioteca apetrechada de material do curso e do nosso objecto de estudo.
Por outro lado as praticas costumeiras a desigualdade de género são também factores que
limitaram na obtenção de informações, visto que trata se para a população daquele local, de
um assunto bastante delicado, em que alguns dos casos só foram concedidas tais informações
com autorização dos seus parceiros (Homens) e por ultimo não menos importante.
O período para a realização do trabalho teve a duração de cinco (5) meses a partir da data do
início.
8
Para melhor compreensão, o mesmo está dividido em seis (6) partes, sendo a primeira parte
introdução onde foi abordado o conteúdo temático do presente trabalho. A segunda parte faz
um referencial teórico sobre o êxodo rural e a sustentabilidade sócioambienal na ocupação e
uso de terras no meio urbano, caso do bairro de Muhala. A terceira parte é referente a
metodologia tanto como caracterização da pesquisa, técnicas de amostragem, a população e a
mostra do estudo. A quarta parte faz uma apresentação, análise e discussão dos resultados. A
quinta parte apresenta a conclusão e as recomendações. Por último, a sexta parte faz
referência as referências bibliográficas
Para Portela & Vesentini8 (2021), êxodo rural é o deslocamento de pessoas da zona rural
(campo) para a zona urbana (cidades). Ele ocorre quando os habitantes do campo visam obter
condições de vida melhor.
Êxodo rural é o termo que designa a migração de pessoas das zonas rurais para as zonas
urbanas. Consiste no processo de urbanização visto do ponto de vista rural. Nos tempos
modernos, o êxodo rural geralmente ocorre numa região após a industrialização da agricultura
quando menos pessoas são necessárias para gerar a mesma quantidade de produção agrícola
para o mercado.
Os autores acima citados foram unânimes ao definir que, o êxodo rural é a migração de
pessoas da zona rural (campo) para a zona urbana (cidade), o que pode acontecer por
diferentes razões: climáticas, económicas, ambientais, sociais, políticas, entre outras.
Para a autora deste trabalho entende que o êxodo rural é a deslocação da população do campo
para a cidade a procura de melhores condições de vida. Este acontece por varias razoes
desemprego, falta de melhores condições de vida, guerras, calamidades naturais, etc.
9
E para Caomba (2018, p. 27), refere que “êxodo rural resulta, em grande medida, do fraco
desenvolvimento do sector agroindustrial no campo, da concentração de serviços sociais e
económicos básicos nos grandes centros urbanos e do conflito armado que marcou o país após
a independência nacional (19761992)”.
Os conflitos recentes na África e noutras regiões do mundo são outra causa do êxodo rural,
fazendo com que milhões de pessoas engrossem o exército de desempregados e marginais nas
grandes cidades. Ainda outra causa são os desastres naturais, como ciclones e secas, que
deixam as populações rurais sem meios de subsistência e as empurram, muitas vezes de forma
permanente para as cidades. Estes fenómenos estão ligados à falta de políticas de
desenvolvimento das zonas rurais, tais como a construção de infraestruturas básicas
(estradas, escolas e hospitais).
Esse movimento ocorre em todas as partes do mundo, seja em países desenvolvidos, seja em
países subdesenvolvidos, e está associado directamente à urbanização das cidades, aumento
populacional nas áreas urbanas e problemas no campo (que variam de acordo com o motivo
da migração). (https://pt.wikipedia.org, S/d)
7
Átila Matias. Êxodo rural https://www.preparaenem.com/geografia/exodorural.htm
8
Portela, Fernando; Vesentini, José Willian. Êxodo Rural e Urbanização. Editora: Ática (2021)
https://www.suapesquisa.com/geografia/exodo_rural.htm
10
Caomba (2018, p.137), refere que o êxodo rural, é motivado por quatro grupos de factores
principais:
1. Baixa produção e produtividade agrícola das áreas rurais, baseada essencialmente numa
agricultura familiar de subsistência, praticada em pequenas extensões e dependente
fortemente de factores naturais, leva ao abandono dos campos, já que o sector agro
industrial que devia oferecer emprego aos jovens nas zonas rurais é quase inexistente;
2. Os conflitos armados, podemos fazer menção ao caso de cabo delegado (terrorismos), e na
zona centro do grupo da junta militar da Renamo, em que nos últimos 3 anos o pais
encontrase em caos de guerra;
3. As catástrofes naturais, uma vez que as guerras civis e as catástrofes naturais (as secas e as
inundações que assolam o pais), são responsáveis pela movimentação massiva e forçada
das populações (refugiados ambientais) do campo para as grandes cidades, onde procuram
protecção e melhores condições de vida;
4. E por ultimo, a distribuição irregular e desequilibrada dos serviços sociais básicos, que se
concentram nas grandes cidades.
Como base nas ideias do autor podemos verificar que em Moçambique, vivemos nos últimos
momentos um ambiente de terror como a guerra na zona centro com o grupo da junta militar
da Renamo formada pelo general Mariano Nhongo, e na zona norte do Grupo terrorista
designado pelo nome de Alshababes.
11
Pelo existência desses factores muita população são do campo para cidade de Pemba e outras
para a cidade de Nampula, por serem espaços que a população acham ser locais mais
próximas, e só também de paz. Para autora deste trabalho, verifica que no local de estudo
(Muhala) , encontrase muita gente vinda do campo, a procura de melhores condições de vida
e um ambiente são, e a maioria deles fixamse nas casa dos familiares, e nessas casas tem uma
dimensão muito reduzida e acabam construindo casas de qualquer forma sem observar as
regras de ordenamento territorial.
São então vários os aspectos ou elementos que se apresentam como comuns na urbanização,
nomeadamente o crescimento das cidades por expansão da área ocupada, a carência de infra
estruturas, a desconexão dos agrupamentos populacionais/bairros das cidades e a lenta
transição demográfica. (Caomba, 2018)
Numerosos emigrantes optam por deixar as zonas rurais pelo desejo de buscar melhores
oportunidades económicas nas áreas urbanas. Melhores oportunidades económicas podem ser
reais ou percebidas. (https://pt.wikipedia.org, S/d)
De acordo com o Modelo Todaro9, a emigração para superfícies urbanas perdurará existindo
enquanto a renda real urbana esperada na margem exceder o produto real agrícola.
No entanto, o sociólogo Gugler10 aponta que, conquanto a mercês individuais do aumento dos
ordenados possam dominar os custos da migração, se muitos indivíduos seguirem esse mesmo
raciocínio, isso poderá produzir efeitos prejudiciais, como aumento da população e o
desemprego em nível nacional.
9
Harris, John. «Migration, Unemployment and Development: A TwoSector Analysis» (PDF). American
Economic Association. Consultado em 13 de março de 2014
10
Gugler, Josef. "Overurbanization Reconsidered." Economic Development and Cultural Change 31, no. 1 (1
12
October 1982): 173–89
MinHarris (S/d), entende que, os jovens de zonas rurais podem escolher deixar suas
comunidades rurais como um meio de transição para a vida adulta, buscando caminhos para
uma maior prosperidade. Com a estagnação da economia rural e o incentivo de seus pais, os
jovens rurais optam por migrar para as cidades.
Quanto ao crescimento da cidade, Lall et al. (2017) apresentam três modelos justificativos de
urbanização,
Por essa razão e acrescido ao facto da localização e da concentração de grande parte dos
postos de emprego formal e da actividade comercial na zona de cimento (cidade colonial), as
populações urbanas dos países da região subsaariana de África enfrentam grandes
dificuldades em fazer deslocamentos diários para o trabalho, ou para os locais onde
desenvolvem atividades económicas de sobrevivência.
Sem uma casa ao nível das suas capacidades económicas, perto do local de trabalho e com um
sistema de transporte que permita ligar as pessoas que vivem em áreas mais periféricas, a
solução encontrada pelos habitantes para minimizar os custos, tanto do aluguer da casa, como
do transporte, com de tempo despendido nas deslocações, as populações abdicam geralmente
destes serviços e de instalações condignas. Optam, então, por viver em alojamentos
superlotados de bairros localizados próximos de seus locais de trabalho, muitas vezes,
informais e carenciados de infraestruturas adequadas e ao acesso a serviços básicos.
Como referem também Wisner et al. (2003), grande parte das populações carenciadas ou
pobres dos centros urbanos africanos tomam, na maioria dos casos, a localização da sua
residência como o elemento base para organizar as actividades de subsistência, ou seja, a
localização de uma residência constitui um recurso de subsistência.
Para além da pobreza que se reflecte no acesso das famílias urbanas aos serviços e infra
estruturas básicas, assim como outros problemas sociais como a criminalidade, as áreas
urbanas de países da África subsaariana também se encontram mais expostas à poluição
devido à concentração de pessoas em pequenas áreas de deficiente ou inexistente sistema de
saneamento básico.
Em resumo, podemos dizer que a exposição das populações aos diversos tipos de riscos
naturais nas grandes cidades é resultado directa dos estilos ou dos costumes de urbanização
prevalecente. A aglomeração dos postos de trabalho e de outras actividades económicas na
cidade, a carência de infraestruturas residenciais para a população de baixo rendimento, a
deficiente rede rodoviária e a consequente incoerência dos assentamentos populacionais, os
elevados custos de aluguer das casas na zona de cimento, ou em locais próximos de postos de
trabalho, e os custos elevados dos transportes públicos, a falta de planos formais de uso do
solo urbano e a sua fiscalização, a falta de fundos e o desperdício dos recursos figuram entre
os factores básicos para a prevalência do processo de ocupações das áreas susceptíveis à
ocorrência de processos naturais perigosos e consequente exposição das populações aos riscos
relacionados.
15
Todo esse crescimento que aconteceu de forma acelerada traz sérios problemas urbanos,
como:
✓ Poluição;
✓ Põem em risco o futuro da economia rural
✓ Pobreza;
✓ Doenças;
✓ Baixas condições de higiene (falta de saneamento básico do meio ambiente, por exemplo).
Esses problemas podem ser sanados, de forma gradativa, com a implantação de sistemas de
tratamento de esgoto, colecta de lixo e pavimentação asfáltica. Contudo, cidades que têm esse
pico de crescimento populacional sofrem com os problemas citados anteriormente.
O êxodo rural também pode trazer para o espaço urbano graves problemas ambientais, como a
ocupação de áreas irregulares, como encostas de morros e locais próximos a rios canalizados,
além de ocupações e bairros sem nenhum planeamento urbano.
Todavia, o aumento da população das cidades pode aquecer o mercado consumidor e a oferta
de mãodeobra, tornando a cidade competitiva no âmbito regional e até nacional.
Segundo EDR (2007), o êxodo rural põe em risco Futuro da Economia Rural,
Um dos aspectos mais preocupante no êxodo rural é a “fuga” dos poucos profissionais e
jovens com habilidades laborais que muita falta fazem aos seus locais de origem. E em
contrapartida, existem relações de interdependência urbano rural que podem ser exploradas
para amenizar e compensar as consequências negativas do êxodo rural.
Como ponto de exemplo, os recursos financeiros familiares podem ser orientados para
investimento nas zonas rurais, permitindo gerar e expandir oportunidades que evitem ou
minimizem o despovoamento rural.
O Governo de Moçambique acredita ser possível refrear o afluxo migratório das zonas rurais,
tanto para países vizinhos como para os centros urbanos, criando alternativas compensadoras
e competitivas nas próprias zonas rurais. Neste sentido, uma das finalidades cruciais da EDR
é o fomento e expansão de oportunidades de emprego e actividades económicas por contas
próprias nas áreas rurais.
v Plano de Pormenor (PP) define com pormenor a tipologia de ocupação de quaisquer áreas
específica do centro urbano, estabelecendo concepção do espaço urbano dispondo sobre
uso do solo e condições das edificações, vias de circulação, características das redes, das
infra estruturas e serviços, tanto para novas áreas assim como para áreas existentes
caracterizando as fachadas dos edifícios e arranjos dos espaços livres.
Estes instrumentos de ordenamento territorial a nível autárquico são elaborados por iniciativa
do Presidente da Autarquia e aprovados pela respectiva Assembleia Autárquica (Art.38 n°.1
19
do Regulamento da Lei do Ordenamento do Território).
20
Segundo Forjaz, (2009), o Regulamento define também que não dar início à elaboração dos
instrumentos de ordenamento territorial dentro dos prazos definidos por lei, é uma infracção
ao Regulamento que será punida com multa.
“[...] mais de metade da população urbana vive em bairros irregulares carecendo dos
serviços urbanos indispensáveis e ocupando de forma deficiente e inadequada o
terreno urbano [...] Em vários casos, maior parte da infraestrutura viária,
abastecimento de água, energia, de drenagem, saneamento e os próprios edifícios
públicos existentes, foram construídos na época colonial, para populações muito
menores” ( p.3).
Desse modo Grostein (2001), refere que a constante expansão urbana e a ocupação irregular
do solo urbano é motivo de preocupação para os célebres urbanistas e ambientalistas e outros
estudiosos em áreas afins, que procuram encontrar meios que possam assegurem e garantir a
preservação de um ambiente saudável para o presente e o futuro das cidades.
Por essa razão que Muacuveia & Ferreira (2017), entendem que
Essa realidade vem se alastrando por todo o país e se faz presente igualmente na cidade de
Nampula.
A ocupação irregular das áreas urbanas trouxe consequências graves ao ambiente urbano em
Moçambique, não apenas as áreas dos assentamentos informais, assim como das ocupações
21
irregulares estão sob a égide do Regulamento do Uso do Solo Urbano, considerado, portanto,
como áreas não urbanizáveis de protecção ambiental ou reserva do Estado de acordo com o
Decretolei no 60/2006 de 26 de Dezembro.
Entretanto, toda a protecção jurídica dispensada pelo Decreto 60/2006, pela Lei Ambiental
(Lei n.º 20/97) e pelo Código de Postura Municipal não se tem mostrado suficiente para evitar
a ocupação clandestina e irregular do espaço urbano.
E essa é a realidade que se verifica não só na cidade de Nampula, mas, em outras cidades
moçambicanas, e como afirma Villaça (2000) citado por Muacuveia & Ferreira (2017), o
planeamento urbano tem sido usado mais para esconder do que para resolver nossos
chamados “problemas ambientais urbanos.
22
3.1. Introdução
O presente capítulo descreve os procedimentos metodológicos adoptados para o trabalho
desde o seu desenho da pesquisa, população em estudo, o tamanho de amostra, métodos de
colecta de dados (primários e secundários) e os procedimentos de análise e tratamento dos
dados.
3.1 Método
Método é o caminho a seguir para atingir determinado objectivo. Por caminho, entendase uma
série de procedimentos intelectuais e técnicos, em que nas ciências sociais e são comummente
conhecidos por métodos científicos.
Segundo Mahumane et al… (2017), consideram tudo que pode ser quantificável, o que
significa traduzir em números opiniões e informações para classificálas e analisálas. Requer
o uso de métodos e de técnicas estatísticas.
3.3.1. Universo
Segundo Anuário Estatístico Statistical Yearbook (2012), é o Conjunto dos elementos
(pessoas, entidades, objectos ou acontecimentos) com uma dada característica comum. Ora, o
ideal da pesquisa é poder encontrar a todos de tal maneira que seja possível obter uma ideia
mais fidedigna, contudo, por isto ser praticamente impossível principalmente em pesquisas
que têm um universo mais amplo, admitese a possibilidade de tomar um certo número de
população amostra.
Para o trabalho foi usada uma amostra não probabilística que, segundo Levine et al., (2008)
Neste caso, tomouse uma população amostral de oitenta (80) entrevistados dos quais: 4
técnicos da CMCN, 2 técnicos dos serviços provinciais das infraestrutura, 74 pessoas que
irão representar a comunidade local. Todos do respectivo Ramo, com utilização de roteiro de
questionário e entrevista.
De acordo com Nyawaranda (1998), por razões éticas, as funções de cada grupo dos
entrevistados foram dadas pseudónimos de pessoa X, Y e Z.
A amostra por acessibilidade ou conveniência é uma forma de amostra não probabilística que
consiste em seleccionar os elementos a que tem acesso, admitindo que esses possam, de
alguma forma, representar o universo (Prodanov, Freitas, 2013), sem descriminação de sexo,
idade nem pela categoria profissional.
Face a este trabalho o autor optouse pela pesquisa descritiva porque em desenho de pesquisa
descritiva, o pesquisador está interessado apenas em descrever a situação da sua pesquisa. E
neste trabalho pretendeuse conhecer em profundidade o como e o porquê de uma
determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que
há nela de mais essencial e característico.
3.5.1.1. Entrevista
Como técnica de colectas de dados primários optarase pelas entrevistas semiestruturada na
qual a pesquisadora teve um contacto mais directo com a pessoa, no sentido de se inteirar de
suas opiniões acerca de um determinado assunto em estudo. Esse dado confirma a hipótese de
que a entrevista semiestruturada confere confiança ao pesquisador e possibilita a comparação
das informações entre os participantes entrevistados (Manzini, 2006).
A recolha dos dados foi feita até ao alcance da saturação teórica, que como refere Dey (1999),
é quando se procede à recolha dos dados e estes não adicionam informação nova de forma a
definir outros fenómenos e grupos a examinar.
26
Um dos principais critérios estabelecidos a priori para a escolha dos entrevistados, foi que
neste local de estudo a que devido a concentração de uma população vinda do campo (Êxodo
Rural) cria certos problemas para a população daquele local como a elevada taxa de
desemprego, poluição e a ocupação desordenada de terra. Portanto as entrevistas foram
previamente marcadas de acordo com o dia e horas da disponibilidade de cada entrevistado.
Neste estudo, a pesquisadora optou pela observação participante, porque a autora tinha que
estar perto das pessoas envolvidas na entrevista fazendo observações e registos de
comportamentos, factos e acções relacionadas com o objectivo da pesquisa.
Foi elaborada um guião para todo o grupo alvo da entrevista, onde, o pesquisador focou nos
seguintes aspectos:
➢ Perfil do Questionado;
➢ Idade;
➢ Sexo;
➢ Estado civil;
➢ Profissão
27
As revistas (científicas e não científicas), serviu de fontes para apresentar alguns dados, não
obstante, foi de grande importância para a realização deste trabalho. Os sites de internet
devidamente autorizada para assuntos científicos, foi consultada e citada em conformidade
com as normas (APA 6ª edição) que são aspectos metodológicos vigentes no Instituto
Superior de Ciências e Educação a Distancia (ISCED).
Desse modo, nesta pesquisa analisouse o conjunto de documentos, além dos livros e artigos,
foi composto por documentos escritos no que se refere as leis vigentes no ordenamento
jurídico moçambicano.
Optase nesta pesquisa, por basearse em documentos como material primordial, sejam
revisões bibliográficas, sejam pesquisas historiográficas, extraem deles toda a análise,
organizandoos e interpretandoos segundo os objectivos da investigação proposta e traz o
conteúdo para explicar determinadas questões e servir de prova para outras, de acordo com o
interesse do autor.
Os procedimentos para a organização e redução de dados para uma forma que poderia ser
resumida e utilizada seguiu os ditames qualitativas.
Para recolha dos dados, os inquéritos aplicados e a ser analisados no trabalho da memória
monográfica é dirigido a números limitados de pessoas (amostra), possibilitando assim, a um
estudo no seu todo.
Foi elaborada um guião para todo o grupo alvo da entrevista, onde, o pesquisador focou nos
seguintes aspectos:
➢ Perfil do Questionado;
➢ Idade;
➢ Sexo;
➢ Estado civil;
➢ Profissão
De acordo com Nyawaranda (1998), por razões éticas, as funções de cada grupo dos
entrevistados foram dadas pseudónimos de pessoa X, Y e Z.
O Município de Nampula faz divisão com os distritos de Rapale (a norte e noroeste), Anchilo
(a sul e Sueste) e ainda a sueste Namaita. A sede do município está localizada no Posto
Administrativo Central, que corresponde à área centralizada da cidade, é a mais antiga e
31
menos extensa com um expressivo conjunto habitacional e comercial que corresponde a cerca
de 90% das infraestruturas urbanas existentes na cidade.
Cerca de nove anos depois, em 2016, presumese que Nampula seja a 2ª maior cidade do país,
com uma população estimada em cerca de 700 mil habitantes de acordo com dados da
projeção do crescimento da população da cidade. É maior, em número de habitantes do que
nove capitais de províncias moçambicanas: Pemba, Lichinga, Quelimane, Tete, Chimoio,
Beira, Inhambane e XaiXai. É também considerado o 3º maior município do país.
80%
60%
40%
20%
0%
80 Masculino 20 Femenino
Fonte: autora
Face ao inquérito, os resultados obtidos da identificação pessoal, como mostra o gráfico 1, revelam
que 80 por cento foram do sexo masculino e 20 por cento foram do sexo feminino.
32
Pe 45%
rce 40%
nta 40%
ge
m 35%
da
s 30%
res 20% 20%
25%
po
sta 20%
20%
15%
10%
5%
50 54 57
61
Fonte: autora
De acordo com o gráfico 2, os dados mostram que, 40% tem 57 anos de idade, os restantes
60% distribuído sem 20% tem idades compreendidas de 50, 54 e 61 anos de idade.
Todos foram unanimes em responder que o êxodo rural, pois se caracteriza pela migração em
massa dos grandes centros urbanos para as zonas rurais ou interioranas.
As consequências do êxodo rural para a cidade e sua ocorrência podem gerar uma série de
problemas referentes a ordem estrutural e social dos centros urbanos como aumento do
desemprego e expansão desmedida das periferias.
A cidade atrai muito mais pessoas do que o campo por vários motivos. O principal deles é o
processo de substituição do homem pela máquina no campo. Dessa forma, um único
equipamento realiza o trabalho que seria feito por muitos trabalhadores. Esse processo
contribui para o desemprego desses trabalhadores, que se mudam para as cidades em busca de
emprego.
A população da cidade triplicou nos últimos quarenta anos após a independência nacional do
país em 1975. A despeito deste crescimento populacional, as acções de planeamento urbano
da cidade não acompanharam, ao mesmo ritmo e velocidade a rápida expansão dos demais
sectores da economia.
As políticas públicas voltadas à habitação não foram eficazes e não conseguiu produzir os
efeitos desejados para a população nos principais centros urbanos do país, em que Nampula,
não foi excepção.
A imperfeição dessas políticas aliada ao elevado número de pessoas que à cidade recebeu e
vai recebendo nos últimos anos em busca de emprego e moradia, facilita o surgimento de
assentamentos informais que não possibilitam a implantação de infraestruturas urbanas.
Todavia, se por um lado, o Poder Público Municipal não estava ciente e nem preocupado com
a expansão dos assentamentos informais, por outro, parece que se eximia cada vez mais dos
trabalhos de gestão do processo de urbanização.
O que motiva a escolha deste tipo de áreas de risco para fixar moradia?
A constatação acima descrita encontra ainda sustentação nos resultados da questão colocada
35
sobre “qual era o uso de terra da parcela antes de sua ocupação”. A condição da parcela já
conter alguma infraestrutura aparece colocada em primeiro lugar, em segundo lugar é
apontada a condição da parcela se encontrar sem uso clarificado e por último, a parcela ser um
campo agrícola.
O desejo de ter casa própria é, para a grande maioria dos inquiridos, o principal motivo para a
ocupação das areas de risco.
Quanto as causas do êxodo rural, Caomba (2018, p.137), referem que o êxodo rural, é
motivado por quatro grupos de factores principais:
1. Baixa produção e produtividade agrícola das áreas rurais, baseada essencialmente numa
agricultura familiar de subsistência, praticada em pequenas extensões e dependente
fortemente de factores naturais, leva ao abandono dos campos, já que o sector agro
industrial que devia oferecer emprego aos jovens nas zonas rurais é quase inexistente;
11
Átila Matias. Êxodo rural https://www.preparaenem.com/geografia/exodorural.htm
12
Portela, Fernando; Vesentini, José Willian. Êxodo Rural e Urbanização. Editora: Ática (2021)
https://www.suapesquisa.com/geografia/exodo_rural.htm
36
3. As catástrofes naturais, uma vez que as guerras civis e as catástrofes naturais (as secas e as
inundações que assolam o pais), são responsáveis pela movimentação massiva e forçada
das populações (refugiados ambientais) do campo para as grandes cidades, onde procuram
protecção e melhores condições de vida;
4. E por ultimo, a distribuição irregular e desequilibrada dos serviços sociais básicos, que se
concentram nas grandes cidades.
Como base nas ideias do autor podemos verificar que em Moçambique, vivemos nos últimos
momentos um ambiente de terror como a guerra na zona centro com o grupo da junta militar
da Renamo formada pelo general Mariano Nhongo, e na zona norte do Grupo terrorista
designado pelo nome de Alshababes.
Como Consequências do êxodo rural EDR (2007), refere que o êxodo rural põe em risco
Futuro da Economia Rural, por ocasião da independência nacional (1975), a população rural
moçambicana representava 90% do total da população do País. O Censo de 1997 registou uma
diminuição da população rural para 70%. Presentemente, perto de 40% da população
moçambicana vive nas zonas urbanas e todas as indicações disponíveis são de que o processo
de urbanização continue a um ritmo acelerado. Dentro de dez ou quinze anos, a maioria da
população moçambicana passará a residir em zonas reconhecidas como urbanas. A dimensão
e o ritmo desta mudança demográfica dependerão dos determinantes do êxodo rural. A
tendência futura indicanos taxas negativas a partir de 2010 para as zonas rurais, e taxas
elevadas para as zonas urbanas.
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E essa é a realidade que se verifica não só na cidade de Nampula, mas, em outras cidades
moçambicanas, e como afirma Villaça (2000) citado por Muacuveia & Ferreira (2017), o
planeamento urbano tem sido usado mais para esconder do que para resolver nossos
chamados “problemas ambientais urbanos.
Conclusão
Existem relações profundas de causa e efeito entre o processo de urbanização reflectida nas
formas de uso e ocupação do espaço e a exposição das populações urbanas aos riscos naturais,
uma vez que em Moçambique, como no resto dos países da África subsaariana, o processo de
urbanização ocorreu tardiamente, por causa do processo histórico da colonização, mas
processouse a ritmos acelerados.
Ao contrário do que sucedeu na Europa e na América do Norte, onde a urbanização rápida das
cidades esteve associada ao crescimento económico, na África subsaariana o crescimento
urbano resultou quase exclusivamente do crescimento acelerado da sua população urbana
devido as elevadas taxas de crescimento natural e ao êxodo rural.
V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Feito o trabalho percebemos que êxodo rural é a deslocação da população do campo para a
cidade a procura de melhores condições de vida. Este acontece por várias razões como o
desemprego, falta de melhores condições de vida, guerras, calamidades naturais, etc.
Existem relações profundas de causa e efeito entre o processo de urbanização reflectida nas
formas de uso e ocupação do espaço e a exposição das populações urbanas aos riscos naturais,
uma vez que em Moçambique, como no resto dos países da África subsaariana, o processo de
urbanização ocorreu tardiamente, por causa do processo histórico da colonização, mas
processouse a ritmos acelerados.
O crescimento acelerado da população que se registou nos últimos anos no país, está a
provocar um processo massificado de conversão das diferentes formas de uso e de ocupação
do solo urbano existentes em áreas avaliadas como inadequadas para o uso habitacional.
Exemplos críticos e destacáveis no país são as ocupações informais que ocorrem em áreas
com terrenos acidentados, com vertentes declivosas e susceptíveis a movimentos de vertente
ou erosão dos solos e a áreas potencialmente inundáveis.
Verificase que na maioria dos casos os processos de evacuação e reassentamento não são
sucedidos, pois registamse com frequência situações em que as populações ocupam áreas
perigosas.
Uma das justificações encontradas para este insucesso é a falta de condições básicas nos
locais de acolhimento ou de reassentamento, faltam infraestruturas como fontes de água,
electricidade ou vias de acesso, a par da limitada participação efectiva das populações em
causa (vítimas) em todo o processo de gestão das referidas áreas de riscos e no projecto de
reassentamento. Uma outra justificação prendese com o facto de não existir a requalificação
da forma de uso da terra das áreas evacuadas, acabando as populações por continuar a ter o
direito de uso e aproveitamento das mesmas.
Para este efeito, recomendamos que as autoridades alarguem o grau de participação das
populações e comunidades nos planos e projectos de planeamento dos territórios e de gestão
das áreas de risco onde residem, assim como requalifiquem sempre que necessário a forma de
uso da terra das áreas evacuadas para evitar as reocupações para os mesmos fins. O bairro de
Muhala viu também a sua população crescer a ritmos acelerados e a expansão da cidade a
crescer por alargamento horizontal da área ocupada pelo uso habitacional informal e
descontrolado.
➢ A falta de um plano de estrutura urbana (definição das formas e relações de uso do solo
urbano);
➢ O crescimento do mercado informal de terra;
41
➢ As vantagens da localização das áreas de risco próxima do centro da cidade;
➢ A fraca expansão territorial dos serviços básicos urbanos, de água, energia e de transporte
público urbano.
Pesam para a aceitação passiva do risco factores como os benefícios da localização destas
áreas dentro ou nas proximidades do centro da cidade, uma vez que a cidade não possui rede
de transporte público urbano.
A maior atenção dos moradores recai sobre os impactos mensuráveis, como a destruição das
suas infraestruturas habitacionais ou das culturas agrícolas.
Para o efeito, recomendase igualmente que a autarquia trabalhe de forma coordenada com as
autoridades da saúde e os líderes dos aglomerados populacionais das áreas inundáveis, no
sentido de disseminar mensagens sobre os impactos associadas aos eventos de inundações,
42
bem como a divulgação do conjunto dos mecanismo para a sua mitigação.
É o caso das instituições de Ensino Superior sediadas na autarquia que podem cooperar com
as autoridades locais no sentido de desenvolver actividades de identificação, avaliação e
respectiva cartografia de todo o tipo de perigos e riscos, com ocorrência frequente e
significado espacial no território da cidade.
Para reduzir o fluxo de ocupação das planícies de inundação que circundam o centro da
cidade, recomendase igualmente que a autarquia faça um investimento na introdução de
serviços de transporte interurbano.
Essas medidas têm como objectivo evitar, por exemplo, que os moradores depositem resíduos
sólidos nas valas de escoamento.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Junho de 2021.
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Nyawaranda, V. (1998). Crenças dos professores sobre o ensino de Inglês como Segunda
Língua (ESL): dois estudos de caso de ensino de ESL no Zimbábue. Tese de Ph. D.
45
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Serra, C. M.; Dondeyne, S.; Durang, T. (2012). O meio ambiente em Moçambique. Notas
para a reflexão sobre a situação actual e os desafios para o futuro.
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Legislações
APÊNDICES
Ocupação ; Morada