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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO LICENCIATURA EM

ENSINO DE GEOGRAFIA

O ÊXODO RURAL E A SUSTENTABILIDADE SOCIO­AMBIENTAL NA


OCUPAÇÃO E USO DE TERRAS NO MEIO URBANO, CASO DO BAIRRO DE
MUHALA 2016­2020

Rachida Paulino Ibraimo

Nampula, Março de 2022


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO LICENCIATURA EM

ENSINO DE GEOGRAFIA

O ÊXODO RURAL E A SUSTENTABILIDADE SOCIO­AMBIENTAL NA


OCUPAÇÃO E USO DE TERRAS NO MEIO URBANO, CASO DO BAIRRO DE
MUHALA 2016­2020

Monografia científica entregue ao centro de recurso de Nampula, Departamento de ciências


de Educação, como requisito para obtenção do grau académico de licenciatura em Ensino de
Geografia.

O candidato: O supervisor:

Rachida Paulino Ibraimo Pedro Arone

Nampula, Março de 2022


i

DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Rachida Paulino Ibraimo, com identidade número 81180034, estudante do curso de
ensino de Geografia do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distancia, declaro que o
conteúdo do trabalho intitulado: o êxodo rural e a sustentabilidade socio­ambiental na
ocupação e uso de terras no meio urbano, caso do bairro de muhala 2016­2020, é reflexo de
meu trabalho pessoal e manifesto que perante qualquer notificação de plágio, cópia ou falta
em relação à fonte original, sou directamente o responsável legal, económica e
administrativamente, isentando Orientador, a Universidade e as instituições que colaboraram
com o desenvolvimento deste trabalho, assumindo as consequências derivadas de tais práticas.

Assinatura:

i
ii

Resumo

Uma visão dualista socioeconómica e sustentável é necessário que o indivíduo não se guie apenas pelo cunho
antropológico, mas sim busque uma forma de viver pautada na partilha racional dos recursos naturais aliada à
construção de um modelo desenvolvimentista. O êxodo rural e a sustentabilidade sócioambienal na ocupação e
uso de terras no meio urbano, caso do bairro de Muhala. Para a realização deste trabalho traçamos como
objectivo Geral de Analisar o Êxodo rural na sustentabilidade sócioambienal no âmbito de ocupação e usos de
terra na cidade de Nampula; orientando pelos Objectivos Específicos de a) Definir o Êxodo Rural e a
sustentabilidade; b) Identificar as causas do êxodo rural; c)Descrever as consequências do êxodo rural; d)
Demonstrar os Instrumentos De Planeamento E Gestão Do Espaço Urbano e Propor um conjunto de soluções
que visão sanar ou minimizar o problema levantado. Tanto estes problemas atingem não somente os que
praticam o tal movimento, mas também aqueles que já vivem nestes centros urbanos de uma forma particular,
assim sendo, merece a uma análise e estudo profundo, daí que se levanta a seguinte questão: Será que o êxodo
rural pode influenciar na ocupação desordenada e uso de terras no meio urbano da cidade de Nampula no bairro
de Muhala? Quanto a abordagem recorreu­se a pesquisa qualitativa, pretende­se com esta pesquisa compreender o
êxodo rural e a sustentabilidade sócioambienal na ocupação e uso de terras no meio urbano, caso do bairro de
Muhala. A abordagem qualitativa possibilitou a pesquisadora a fazer uma abordagem mais aprofundada sobre o
fenómeno e trazer dados mais detalhados sobre o fenómeno. Esta pesquisa empregou procedimentos
interpretativos, pressupostos relativistas e representação verbal dos dados, em contraposição à representação
numérica.

Palavras­chave: Êxodo Rural, Terra, Ocupação.

ii
3

ABSTRACT
A dualistic socio­economic and sustainable vision is necessary for the individual not to be guided only by the
anthropological nature, but rather seek a way of living based on the rational sharing of natural resources allied to
the construction of a developmental model. The rural exodus and socio­environmental sustainability in the occu­
pation and use of land in urban areas, in the case of the Muhala neighborhood. In order to carry out this work, we
set out the General objective of Analyzing the rural exodus in socio­environmental sustainability in the scope of
occupation and land uses in the city of Nampula; guided by the Specific Objectives of a) Defining the Rural
Exodus and sustainability; b) Identify the causes of the rural exodus; c)Describe the consequences of the rural
exodus; d) Demonstrate the Urban Space Planning and Management Tools and propose a set of so lutions aimed
at solving or minimizing the problem raised. These problems affect not only those who practice this movement,
but also those who already live in these urban centers in a particular way, therefore, it deserves a deep analysis
and study, hence the following question arises: Will the exodus rural can influence the disorderly occupation and
use of land in the urban environment of the city of Nampula in the Muhala neighborhood? As for the approach,
qualitative research was used, with this research it is intended to understand the rural exodus and socio­
environmental sustainability in the occupation and use of land in the urban environment, in the case of the Muha­
la neighborhood. The qualitative approach allowed the researcher to take a deeper look at the phenomenon and
bring more detailed data about the phenomenon. This research used interpretive procedures, relativistic assump­
tions and verbal representation of data, as opposed to numerical representation.

Keywords: rural exodus, land, occupation.

iii
4

Agradecimentos

Em primeiro lugar, agradeço Allah Subhana Wata Ala pela sabedoria, inspiração e por todas
as bênçãos que tem colocado em meus caminhos, especialmente no meu mundo académico.

Em segundo lugar, ao meu supervisor, pela paciência, atenção, e orientação na redacção da


presente monografia. O meu agradecimento é extensivo aos tutores do ISCED, de modo
especial, os que leccionam o curso de Geografia, que contribuíram bastante para a minha
formação académica assim como aos colegas de trabalho pelo apoio incomensurável para a
concretização dos objectivos da presente pesquisa.

Aos meus filhos Kelvin Faruk Ranson Júlio e kamir Faruk Ranson Júlio; aos meus irmãos
Stelio Jesus Arteche e Ali Manuel Consolo, Orlando Pedro Mutepa Januário Pedro e a minha
mãe dra Ana Paula Maria Ali e relembrar­me de que quando queremos somos capazes de
tudo. Por último, agradeço a toda minha família por acreditarem e apoiarem meu sonho.

Ao terminar, quero ainda agradecer todos os amigos em especial dr. Ragidi Dias Mugagoja
que directamente me encorajou nesta difícil caminhada, até atingir esta fase final, aos colegas
de faculdade e do Serviço respectivamente, que directa ou indirectamente contribuíra para a
minha formação académica.

iv
5

Dedicatória
Dedico a este trabalho
a toda família e muito
mais aos meus filhos
que sempre tiveram a
esperança que um dia
esta batalha seria
ultrapassada.

v
6

Lista de Gráficos
Gráfico 1 sexo dos inquiridos……………………………………………………………...30
Gráfico 2 idade dos inquiridos …………………………………………………………. …31

vi
vii

Lista de Figuras
Figura 1. Localização da área de estudo.....................................................................................7

vii
9

INDICE
DECLARAÇÃO DE HONRA ....................................................................................................i

Resumo .......................................................................................................................................ii

ABSTRACT ..............................................................................................................................iii

Agradecimentos .........................................................................................................................iv

Dedicatória.................................................................................................................................. v

Lista de Gráficos........................................................................................................................vi

Lista de Figuras ........................................................................................................................vii

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................1

1.1 Contextualização...............................................................................................................1

1.2 Problematização................................................................................................................3

1.3 Objectivos .........................................................................................................................5

1.3.1 Objectivo Geral ..............................................................................................................5


1.3.2 Objectivos Específicos ...................................................................................................5
1.4 Hipóteses...........................................................................................................................5

1.4.1 Hipótese primária ..........................................................................................................5


1.4.2 Hipóteses secundárias ...................................................................................................5
1.5 Justificativa .......................................................................................................................5

1.6. Delimitação espacial ........................................................................................................6

1.7 Objecto de Estudo .............................................................................................................7

1.8. Limitações de Estudo .....................................................................................................7

1.9. Estrutura do trabalho........................................................................................................8

CAPÍTULO II: ÊXODO RURAL E A SUSTENTABILIDADE SÓCIOAMBIENAL NA


OCUPAÇÃO E USO DE TERRAS NO MEIO URBANO, CASO DO BAIRRO DE
MUHALA. ..................................................................................................................................9

2.1 O Êxodo Rural ...................................................................................................................9

2.1.1.Causas do êxodo rural ....................................................................................................10


2.1.2 Consequências do êxodo rural .......................................................................................15
1
0

viii
2.3 Sustentabilidade sócioambienal E Instrumentos De Planeamento E Gestão Do Espaço
Urbano em Moçambique. .....................................................................................................16

CAPÍTULO III: METODOLOGIA..........................................................................................21

3.1. Introdução ......................................................................................................................21

3.1 Método ............................................................................................................................21

3.2. Tipo de Pesquisa ............................................................................................................21

3.2.1. Pesquisa quantitativa ..................................................................................................21


3.3. Definição da População ou universo..............................................................................22

3.3.1. Universo ......................................................................................................................22


3.3.2. Tamanho de amostra ..................................................................................................22
3.4. Desenho de pesquisa ......................................................................................................23

3.5. Processo de Recolha de Dados ......................................................................................24

3.5.1. Colectas de Dados Primários .....................................................................................24


3.5.1.1. Entrevista .................................................................................................................24
3.5.1.2. Técnica de Observação ............................................................................................25
3.5.2. Colecta de Dados Secundários ...................................................................................26
3.5.2.1. Pesquisa Bibliográfica .............................................................................................26
3.5.2.2. Pesquisa Documental ..............................................................................................26
3.6. Instrumentos de Análise de Dados.................................................................................27

3.6.1. Técnicas de Análise e interpretação de dados............................................................27


CAPITULO IV. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................28

4.1 Caracterização do local de estudo...................................................................................29

5.4. Resultados obtidos através do inquérito dirigidos aos funcionários..............................30

V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES.............................................................................38

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................42

APÊNDICES ............................................................................................................................46
1
i1x
1

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema de pesquisa o êxodo rural e a sustentabilidade


sócioambienal na ocupação e uso de terras no meio urbano, caso do bairro de Muhala. O
êxodo rural é a deslocação da população do campo para cidade. Este fenómeno na maioria das
vezes acontece por vários motivos como a procura de emprego, procura de melhores
condições de vida entre ouros.

1.1 Contextualização

Segundo Caomba1 (2018), Moçambique é um país extremamente susceptível à ocorrência de


eventos naturais extremos como sejam a seca, os ciclones tropicais e as inundações. O estado
de pobreza absoluta em que vive a grande maioria da população cria condições para que o
grau de vulnerabilidade à ocorrência destes fenómenos seja elevado.

A vulnerabilidade é elevada nos centros urbanos especialmente das cidades capitais


provinciais devido à forte densidade populacional e a aglomeração de activos económicos e
sociais. O desproporção registado entre as taxas de crescimento populacional e a oferta de
serviços básicos urbanos, dá origem a ocupações informais e desordenadas no centro da
cidade de cimento dita cidade colonial, e em áreas periféricas, susceptíveis à ocorrência de
fenómenos de erosão, movimentos de terras ou de inundações, como forma de acesso a uma
casa própria pela autoconstrução e assim minimizar os custos de aluguer de habitação, mas
também, de transporte e tempo de deslocação de e para o local de trabalho. (Caomba, 2018)

A ocupação informal e desordenada do solo urbano em Moçambique é um processo


recorrente que nos últimos anos tem sofrido ritmos assustadores e incontroláveis. O
conhecimento desta tendência motivou o interesse em compreender os factores de motivação
e o risco que leva à ocupação de áreas como as planícies de inundação. (Caomba, 2018)

No caso concreto da cidade de Nampula, a observação directa, entrevistas e inquérito dirigido


a famílias exclusivamente residentes em áreas abrangidas pela pesquisa ( no bairro de
Muhala), permitiu perceber que o processo de ocupação destas áreas é recente e motivado por
questões económicas, de baixo rendimento.

1
David Paulo António Caomba. Ocupações informais do solo urbano em Moçambique: análise dos factores de
motivação e do risco de ocupação das planícies de inundação na cidade de Lichinga. 2018
http://repositorium.sdum.uminho.pt/.pdf
2

De acordo com Caomba (2018), podemos perceber que a aceitação do risco resulta da
avaliação que os moradores fazem do custo­benefício, pois as áreas de ocupação como do
Bairro de Muhala na cidade de Nampula, oferecem vantagens de localização em relação ao
centro da cidade onde se concentram os postos de trabalho, tanto formais como informais, e
outras infra­estruturas e serviços sociais.

As medidas para a mitigação do problema das ocupações informais na cidade de Nampula


passam pela identificação das áreas de risco e por as interditar a novas ocupações para fins
habitacionais.

Segundo EDR (2007), a maior parte do território Moçambicano é predominantemente rural.


Não obstante o processo de urbanização acelerado, nas décadas passadas, a maioria da
população moçambicana continua a nascer, residir e depender das áreas rurais. Mas o meio
rural não existe isoladamente do resto do mundo. Ele articula­se, tanto com as comunidades
urbanas do País, como com sociedades de países vizinhos e inúmeras comunidades
estrangeiras.

Tal articulação concretiza­se por via de relações de intercâmbio, cooperação e também


competição, num diálogo multifacetado, de natureza comercial, profissional e cultural, cada
vez mais intensificado pelo acesso às tecnologias modernas, mesmo nas partes mais
recônditas de Moçambique.

Consciente da experiência histórica e dos enormes desafios que o País terá de enfrentar no
futuro, o Governo de Moçambique tem vindo a repensar e equacionar uma estratégia de
desenvolvimento especificamente para as áreas rurais.

A nível político e administrativo, a partir de 2005 a Lei dos Órgão Locais do Estado passou a
dar cobertura legal à determinação do Governo de converter o distrito no pólo principal do
desenvolvimento socioeconómico do País. Além disso, relativamente à descentralização das
finanças públicas, o Governo Central passou recentemente a atribuir parte dos fundos
orçamentais públicos à gestão directa dos próprios responsáveis distritais. (EDR, 2007)

No entanto, o desenvolvimento rural necessita de uma abordagem mais sistemática,


substantiva, ampla e coerente. Uma abordagem inspirada numa visão estratégica que estimule
e incentive a multiplicação de iniciativas profissionais múltiplas, em vez de se condicionar a
3
iniciativas meramente voluntaristas e ad hoc.

EDR (2007), a nível nacional, a competição urbano­rural irá intensificar­se com a urbanização
acelerada. A ansiedade por uma vida aprazível, saudável e próspera acontece tanto nas zonas
rurais como nas urbanas. À medida que a concentração de pessoas aumenta, sobretudo nos
grandes meios urbanos, nomeadamente na Cidade de Nampula, a pressão demográfica, social
e política intensifica­se comparativamente às áreas rurais.

Portanto, a protecção do sócio­ambiental é constitucionalmente um bem jurídico do ambiente


e é significativamente reforçada na Lei Fundamental de 2004, a qual não só sublinhou o
Direito fundamental de todo o cidadão ao ambiente equilibrado e respectivo dever de o
defender, como ainda maximizou o interesse público de protecção do ambiente2, criou uma
norma geral prevendo deveres do cidadão para com a comunidade, incluindo o de defender o
ambiente3, consagrou o direito de acção popular como garantia para defender bens jurídicos
de natureza difusa ou colectiva, entre os quais o ambiente4, e consubstanciou como um dos
princípios estruturantes o princípio do desenvolvimento sustentável5.

1.2 Problematização

A ausência de planos formais urbanos de uso e aproveitamento da terra, ou a sua fiscalização


efectiva, torna as áreas marginais dos centros urbanos, como as planícies de inundações ou as
vertentes declivosas, apetecíveis às ocupações ilegais e descontroladas, por serem
consideradas parcelas ou terrenos abandonados.

É deste modo que a exposição das populações aos riscos naturais como o risco de inundação
nos centros urbanos de Moçambique é consequência directa das ocupações informais e
descontrolados do solo urbano. São factores a destacar para a recorrência e prevalência deste
fenómeno no país, o acentuado desequilíbrio entre as taxas de crescimento da população
urbana e o crescimento das infra­estruturas (como por exemplo a habitação) e dos serviços
sociais urbanos (como por exemplo o transporte). (Caomba, 2018)

Viver nos centros urbanos em Moçambique deixou de ser um sinal de orgulho para a maioria
da população pois, para além dos problemas de falta de segurança (criminalidade e
sequestros), acidentes rodoviários, incêndios descontrolados e dos problemas de conjuntura
económica, como o desemprego, as cidades moçambicanas deparam­se hoje com profundas
2
Vejam­se o artigo 117 e o n.º 2 do artigo 90, prevendo obrigações gerais e específicas do Estado no capítulo do
ambiente.
3
Artigo 45 da Constituição.
4
Este direito está previsto no artigo 81 da Constituição.
5
Referências expressas nos artigos 11, 96, 101 e 117, todos da Constituição.
4

ameaças naturais resultantes da alteração do funcionamento dos sistemas naturais


envolventes.

Para inverter esta situação, julga­se necessária a cooperação efectiva entre todos os agentes
intervenientes no processo de gestão do território, como as entidades municipais, o meio
académico e as populações expostas.

Em Moçambique é de extrema importância desenvolver trabalhos de investigação junto das


populações em risco para tentar perceber quais as motivações que as levaram a escolher áreas
susceptíveis a eventos naturais com características adversas para a construção das suas
moradias e, também, para tentar perceber qual o grau de conhecimento que elas têm acerca
das ameaças a que estão expostas nos lugares onde vivem. (Serra, Dondeyne, Durang, 2012)6

Este conhecimento pode constituir uma etapa fundamental no processo de elaboração dos
planos de ordenamento de territórios e de gestão de áreas de riscos, reduzindo ou mitigando,
em última análise, os efeitos negativos da ocorrência dos fenómenos naturais em meio urbano.

Reconhecendo que a ocupação informal e desordenada do solo urbano em Moçambique é um


processo com índices de prevalência elevados foi nosso objectivo, com este trabalho,
compreender os reais factores de motivação e os riscos associados à prevalência deste
processo no país.

Êxodo rural relaciona­se ao movimento migratório das populações que vivem no campo em
direcção aos grandes centros urbanos, este movimento é responsável pelo aumento de muitos
problemas sócio­ambientais, o desemprego, desigualdade social, marginalização, problemas
de saneamento. Tanto estes problemas atingem não somente os que praticam o tal movimento,
mas também aqueles que já vivem nestes centros urbanos de uma forma particular, assim
sendo, merece a uma análise e estudo profundo, daí que se levanta a seguinte questão:

Será que o êxodo rural pode influenciar na ocupação desordenada e uso de terras no meio
urbano da cidade de Nampula no bairro de Muhala?

6
Carlos Manuel Serra, Stefaane Dondeyne, e Tom Durang. O meio ambiente em Moçambique. Notas para a
reflexão sobre a situação actual e os desafios para o futuro. 2012. Https://www.biofund.org.mz/wp­
content/uploads/2017/03/O­Meio­Ambiente­em­Mocambique­2012­Serra­et­al.pdf
5

1.3 Objectivos

1.3.1 Objectivo Geral


❖ Analisar o Êxodo rural na sustentabilidade sócioambienal no âmbito de ocupação e usos
de terra na cidade de Nampula.

1.3.2 Objectivos Específicos


➢ Definir O Êxodo Rural e a sustentabilidade;
➢ Identificar as causas do êxodo rural;
➢ Descrever as consequências do êxodo rural;
➢ Demonstrar os Instrumentos De Planeamento E Gestão Do Espaço Urbano e
➢ Propor um conjunto de soluções que visão sanar ou minimizar o problema levantado.

1.4 Hipóteses

1.4.1 Hipótese primária


❖ Quando haver número crescente de casas informais e em locais de risco.
1.4.2 Hipóteses secundárias
➢ Aumento do número de pessoas trabalhando no mercado informal;
➢ Poluição urbana;
➢ Problemas de saúde decorrentes da falta de saneamento.

1.5 Justificativa
A escolha do tema deveu­se ao facto da área de estudo ser uma região que apresenta um
aumento de maior concentração da população que saem do campo para cidade (êxodo rural).
que está em estrita ligação a procura de novas oportunidades, melhores condições de vida em
outras zonas, diferentes das anteriores, regiões que se pensa ter melhores ofertas que dinamize
a vida de um indivíduo, entretanto o período em referência, deveu­se pelo facto da autora ter
observado alguns problemas, como: o aumento de desemprego, marginalização, problemas de
saneamento do meio, como factores que podem explicar a ocorrência ou não do êxodo rural,
neste caso, merece a uma análise e estudo profundo de modo a desenhar propostas de solução
que possam sanar ou pôr findo o problema ou por outra conhecer as causas do êxodo rural
torna essencial para que seja possível desenhar estratégias que possam minimizar os impactos
que advém deste fenómeno. Tendo em conta as consequências do ponto de vista social e
6

ambiental, sendo assim, então, deste modo a sua investigação, elaboração e a posterior
apresentação de objectivos claros e concisos é de extrema importância.

O aumento da pobreza e a instabilidade sociopolítico em algumas regiões do pais, sobretudo


as zonas rurais, fazem com que a cidade de Nampula, seja um destino preferencial, atraídos
por pequenas ofertas existente nesta cidade. E também é pelo facto desta ser a maior área
topograficamente deprimida da cidade e, por conseguinte, ser a mais susceptível à ocorrência
de muita Marginalidade. Ainda para além da Marginalidade, no período chuvoso as casas que
estão em volta do rio Muhala tem havido transbordo das águas do canal principal ocorrem
nesta área processos de convergência do volume de escoamento da malha urbana da cidade
(áreas receptoras) e da subida e manutenção à superfície do lençol freático num período
superior a seis meses, de Dezembro a Junho, e também, uma área com densidade acentuada
de ocupação. O mais preocupante reside no facto de grande parte de seus atores (os
ocupantes) ser na maioria constituída por indivíduos ou famílias sem fontes de rendimento
fixo e seguro e, por isso, vivem desprovidos de recursos económicos, tanto para a sua
sobrevivência como para fazer face aos efeitos de qualquer evento perigoso.

➢ O trabalho pretenderá trazer uma reflexão a respeito do êxodo rural e a sustentabilidade


sócioambienal na ocupação e uso de terras no meio urbano, caso do bairro de
Muhala. O estudo do êxodo rural no âmbito de geografia e explicação do objecto em
análise é essencial para perceber as suas consequências, delinear futuros estudos
analíticos, adoptar estratégias correctas e ou instrumentos monitores que a sociedade deve
se apropriarem na ocupação de solos e causados por este fenómeno.

1.6. Delimitação espacial

Esta pesquisa “A delimitação da pesquisa será feita no âmbito do êxodo rural e a


sustentabilidade sócioambienal na ocupação e uso de terras no meio urbano, em Moçambique,
especificamente na Cidade de Nampula no bairro de Muhala, entre o período de 2016 a 2020.

A cidade de Nampula encontra­se localizada na região norte de Moçambique, país africano da


costa oriental, sendo a capital da província de Nampula, entre as coordenadas 15º 01’35’’ e
15º 13’15’’ de Latitude Sul e 39º 10’00’’ e 39º 23’28’’ de Longitude Leste. Ocupa uma área
de 404 km2, com uma extensão de 24,5 km no sentido Leste­Oeste e 20,25 km no sentido
Norte­Sul (Figura 1).
7

Figura 1. Localização da área de estudo

Fonte: MUACUVEIA, R.R. M, 2017

Foram analisados neste trabalho, os princípios que estão estabelecidas na lei mãe (CRM), e a
algumas leis que asseguraram a sustentabilidade sócioambienal.

1.7 Objecto de Estudo

A influência do êxodo rural na sustentabilidade sócioambienal no âmbito de ocupação e usos


de terra no meio urbano na cidade de Nampula no bairro de Muhala durante o período 2016­
2020”

1.8. Limitações de Estudo

Para a elaboração deste trabalho deparou se com certas dificuldades quanto a obtenção das
informações como: acesso a documentos das instituições que são da responsabilidade de
fiscalização e controlo da área abrangidas pela ocupação desordenada muito mais nos
arredores do rio Muhala, como planos de actividades, relatórios, planos estratégicos assim
como o desaparecimento constante da corrente eléctrica, o acesso deficitário da internet e a
não existência de biblioteca apetrechada de material do curso e do nosso objecto de estudo.

Por outro lado as praticas costumeiras a desigualdade de género são também factores que
limitaram na obtenção de informações, visto que trata se para a população daquele local, de
um assunto bastante delicado, em que alguns dos casos só foram concedidas tais informações
com autorização dos seus parceiros (Homens) e por ultimo não menos importante.

O período para a realização do trabalho teve a duração de cinco (5) meses a partir da data do
início.
8

1.9. Estrutura do trabalho

Para melhor compreensão, o mesmo está dividido em seis (6) partes, sendo a primeira parte
introdução onde foi abordado o conteúdo temático do presente trabalho. A segunda parte faz
um referencial teórico sobre o êxodo rural e a sustentabilidade sócioambienal na ocupação e
uso de terras no meio urbano, caso do bairro de Muhala. A terceira parte é referente a
metodologia tanto como caracterização da pesquisa, técnicas de amostragem, a população e a
mostra do estudo. A quarta parte faz uma apresentação, análise e discussão dos resultados. A
quinta parte apresenta a conclusão e as recomendações. Por último, a sexta parte faz
referência as referências bibliográficas

II. ÊXODO RURAL E A SUSTENTABILIDADE SÓCIOAMBIENAL NA OCUPAÇÃO


E USO DE TERRAS NO MEIO URBANO, CASO DO BAIRRO DE MUHALA.

2.1 O Êxodo Rural


Segundo Matias7 (S/D), o êxodo rural pode ser definido como a migração de pessoas da zona
rural (campo) para a zona urbana (cidade), o que pode acontecer por diferentes razões:
climáticas, económicas, ambientais, sociais, políticas, entre outras.

Para Portela & Vesentini8 (2021), êxodo rural é o deslocamento de pessoas da zona rural
(campo) para a zona urbana (cidades). Ele ocorre quando os habitantes do campo visam obter
condições de vida melhor.

Êxodo rural é o termo que designa a migração de pessoas das zonas rurais para as zonas
urbanas. Consiste no processo de urbanização visto do ponto de vista rural. Nos tempos
modernos, o êxodo rural geralmente ocorre numa região após a industrialização da agricultura
­ quando menos pessoas são necessárias para gerar a mesma quantidade de produção agrícola
para o mercado.
Os autores acima citados foram unânimes ao definir que, o êxodo rural é a migração de
pessoas da zona rural (campo) para a zona urbana (cidade), o que pode acontecer por
diferentes razões: climáticas, económicas, ambientais, sociais, políticas, entre outras.

Para a autora deste trabalho entende que o êxodo rural é a deslocação da população do campo
para a cidade a procura de melhores condições de vida. Este acontece por varias razoes
desemprego, falta de melhores condições de vida, guerras, calamidades naturais, etc.
9

E para Caomba (2018, p. 27), refere que “êxodo rural resulta, em grande medida, do fraco
desenvolvimento do sector agro­industrial no campo, da concentração de serviços sociais e
económicos básicos nos grandes centros urbanos e do conflito armado que marcou o país após
a independência nacional (1976­1992)”.

Os conflitos recentes na África e noutras regiões do mundo são outra causa do êxodo rural,
fazendo com que milhões de pessoas engrossem o exército de desempregados e marginais nas

grandes cidades. Ainda outra causa são os desastres naturais, como ciclones e secas, que
deixam as populações rurais sem meios de subsistência e as empurram, muitas vezes de forma
permanente para as cidades. Estes fenómenos estão ligados à falta de políticas de
desenvolvimento das zonas rurais, tais como a construção de infra­estruturas básicas
(estradas, escolas e hospitais).

Esse movimento ocorre em todas as partes do mundo, seja em países desenvolvidos, seja em
países subdesenvolvidos, e está associado directamente à urbanização das cidades, aumento
populacional nas áreas urbanas e problemas no campo (que variam de acordo com o motivo
da migração). (https://pt.wikipedia.org, S/d)

7
Átila Matias. Êxodo rural https://www.preparaenem.com/geografia/exodorural.htm
8
Portela, Fernando; Vesentini, José Willian. Êxodo Rural e Urbanização. Editora: Ática (2021)
https://www.suapesquisa.com/geografia/exodo_rural.htm
10

2.1.1.Causas do êxodo rural

Caomba (2018, p.137), refere que o êxodo rural, é motivado por quatro grupos de factores
principais:

1. Baixa produção e produtividade agrícola das áreas rurais, baseada essencialmente numa
agricultura familiar de subsistência, praticada em pequenas extensões e dependente
fortemente de factores naturais, leva ao abandono dos campos, já que o sector agro­
industrial que devia oferecer emprego aos jovens nas zonas rurais é quase inexistente;
2. Os conflitos armados, podemos fazer menção ao caso de cabo delegado (terrorismos), e na
zona centro do grupo da junta militar da Renamo, em que nos últimos 3 anos o pais
encontra­se em caos de guerra;
3. As catástrofes naturais, uma vez que as guerras civis e as catástrofes naturais (as secas e as
inundações que assolam o pais), são responsáveis pela movimentação massiva e forçada
das populações (refugiados ambientais) do campo para as grandes cidades, onde procuram
protecção e melhores condições de vida;
4. E por ultimo, a distribuição irregular e desequilibrada dos serviços sociais básicos, que se
concentram nas grandes cidades.

Como base nas ideias do autor podemos verificar que em Moçambique, vivemos nos últimos
momentos um ambiente de terror como a guerra na zona centro com o grupo da junta militar
da Renamo formada pelo general Mariano Nhongo, e na zona norte do Grupo terrorista
designado pelo nome de Alshababes.
11

Pelo existência desses factores muita população são do campo para cidade de Pemba e outras
para a cidade de Nampula, por serem espaços que a população acham ser locais mais
próximas, e só também de paz. Para autora deste trabalho, verifica que no local de estudo
(Muhala) , encontra­se muita gente vinda do campo, a procura de melhores condições de vida
e um ambiente são, e a maioria deles fixam­se nas casa dos familiares, e nessas casas tem uma
dimensão muito reduzida e acabam construindo casas de qualquer forma sem observar as
regras de ordenamento territorial.

São então vários os aspectos ou elementos que se apresentam como comuns na urbanização,
nomeadamente o crescimento das cidades por expansão da área ocupada, a carência de infra­
estruturas, a desconexão dos agrupamentos populacionais/bairros das cidades e a lenta
transição demográfica. (Caomba, 2018)

Numerosos emigrantes optam por deixar as zonas rurais pelo desejo de buscar melhores
oportunidades económicas nas áreas urbanas. Melhores oportunidades económicas podem ser
reais ou percebidas. (https://pt.wikipedia.org, S/d)

De acordo com o Modelo Todaro9, a emigração para superfícies urbanas perdurará existindo
enquanto a renda real urbana esperada na margem exceder o produto real agrícola.

No entanto, o sociólogo Gugler10 aponta que, conquanto a mercês individuais do aumento dos
ordenados possam dominar os custos da migração, se muitos indivíduos seguirem esse mesmo
raciocínio, isso poderá produzir efeitos prejudiciais, como aumento da população e o
desemprego em nível nacional.

Esse facto, quando a taxa de urbanização supera a taxa de crescimento económico, é


conhecido como super urbanização.

A mecanização da agricultura reduziu as oportunidades de empregos nas zonas rurais. Alguns


estudiosos também atribuem o êxodo rural aos efeitos da globalização, uma vez que a
demanda por maior competitividade económica leva as pessoas a enfatizarem o capital ao
invés do trabalho.

9
Harris, John. «Migration, Unemployment and Development: A Two­Sector Analysis» (PDF). American
Economic Association. Consultado em 13 de março de 2014
10
Gugler, Josef. "Overurbanization Reconsidered." Economic Development and Cultural Change 31, no. 1 (1
12
October 1982): 173–89

A combinação de empregos rurais em declínio com uma taxa de fertilidade rural


persistentemente alta desencadeou o êxodo rural. Algumas famílias optam por enviar seus
filhos para as cidades como forma de investimento para o futuro.

Min­Harris (S/d), entende que, os jovens de zonas rurais podem escolher deixar suas
comunidades rurais como um meio de transição para a vida adulta, buscando caminhos para
uma maior prosperidade. Com a estagnação da economia rural e o incentivo de seus pais, os
jovens rurais optam por migrar para as cidades.

Desastres naturais podem frequentemente configurar acontecimentos pontuais que levam a


fluxos de migração rural­urbana temporariamente massivos.

Quanto ao crescimento da cidade, Lall et al. (2017) apresentam três modelos justificativos de
urbanização,

➢ O primeiro modelo é por expansão, consiste no alargamento da área de ocupação da


cidade nos extremos da área urbana consolidada (cidade colonial ou de cimento);
➢ O segundo é o da urbanização em salto, ocorre igualmente através do alargamento da área
ocupada, mas associada ao aparecimento de áreas satélites recém­construídas que não são
adjacentes ou justapostas às construções já existentes,
➢ E o terceiro modelo é por preenchimento, através do processo de construção em terrenos
não construídos rodeados pelo crescimento já existente.

Estes escritores afirmam que o urbanismo de preenchimento é a mais moldada para a


expansão aproveitadas e económicas para o vínculo das pessoas pois este molde fragmenta a
cidade e constitui conexões entre laboriosos, empregos e empresas, ao passo que a
urbanização em expansão ou em salto é menos propensa a conexões económicas.

Podemos referir ainda, que o prevalecimento de uma urbanização em expansão e em salto é


um dos aspectos que justifica a dificuldade de deslocação diários das pessoas para os locais de
trabalho e da deficiente infra­estrutura rodoviária nas cidades africanas Lall et al. (2017).

Os assentamentos ou agrupamentos humanos informais aumentam e as cidades crescem sem


nenhum planeamento. São factores a destacar para a prevalência deste fenómeno
(alargamento informal e disperso das cidades) a escassez de urbanistas qualificados, devido à
13
saída massiva esforçada de quadros para as metrópoles aquando do processo de

independência; o desajuste do quadro legal e das normas de urbanização; a insuficiência de


fundos para se efectuarem trabalhos de planeamento, a má governação, a corrupção e o
desperdício de recursos (PNUD, 2016).

Segundo Caomba (2018),

a desconexão dos bairros ou agrupamentos populacionais é um problema acentuado e também


comum nas cidades da região subsaariana. Devido à deficiente rede rodoviária e ao padrão de
crescimento informal das cidades, a ligação rodoviária entre os distintos pontos residenciais e
entre estes e os locais de trabalho é deficiente e, em alguns casos, inexistente.

Por essa razão e acrescido ao facto da localização e da concentração de grande parte dos
postos de emprego formal e da actividade comercial na zona de cimento (cidade colonial), as
populações urbanas dos países da região subsaariana de África enfrentam grandes
dificuldades em fazer deslocamentos diários para o trabalho, ou para os locais onde
desenvolvem atividades económicas de sobrevivência.

Lall et al., (2017) citado por Caomba (2018), refere que:

Sem uma casa ao nível das suas capacidades económicas, perto do local de trabalho e com um
sistema de transporte que permita ligar as pessoas que vivem em áreas mais periféricas, a
solução encontrada pelos habitantes para minimizar os custos, tanto do aluguer da casa, como
do transporte, com de tempo despendido nas deslocações, as populações abdicam geralmente
destes serviços e de instalações condignas. Optam, então, por viver em alojamentos
superlotados de bairros localizados próximos de seus locais de trabalho, muitas vezes,
informais e carenciados de infra­estruturas adequadas e ao acesso a serviços básicos.

Com efeito, as populações procuram localizar­se em locais onde avaliam que as


oportunidades de trabalho, tanto formal, como informal, são maiores e, por conseguinte,
conseguem maximizar o tempo e evitar grandes despesas de transporte para a deslocação
entre a residência e o local onde desenvolvem as suas actividades económicas (Araújo, 2003,
citado por Caomba, 2018 ).

Como referem também Wisner et al. (2003), grande parte das populações carenciadas ou
pobres dos centros urbanos africanos tomam, na maioria dos casos, a localização da sua
residência como o elemento base para organizar as actividades de subsistência, ou seja, a
localização de uma residência constitui um recurso de subsistência.

Do exposto, podemos concluir que o processo de urbanização no continente africano caminha


na direcção contrária à teoria aceite de que a urbanização proporciona um maior acesso ao
emprego, serviços básicos e redes de segurança social (Commins, 2011) ou, como refere
14

Gaspar (2014) que urbanizar um território implica o acesso a um mínimo de infra­estruturas


(vias, abastecimento de águas, esgotos, energia) e serviços, deste modo, a urbanização não
está a contribuir para a melhoria do bem­estar básico das populações e muito menos se apoia
mutuamente na transformação estrutural, em especial na transição demográfica.

Devido ao fraco desempenho do sector da indústria transformadora e dos serviços que


caracteriza as cidades africanas, o sector informal e ambulante de rua tem sido a única ou a
exclusiva fonte de emprego e de sobrevivência da maior percentagem da população,
principalmente dos jovens.

Para além da pobreza que se reflecte no acesso das famílias urbanas aos serviços e infra­
estruturas básicas, assim como outros problemas sociais como a criminalidade, as áreas
urbanas de países da África subsaariana também se encontram mais expostas à poluição
devido à concentração de pessoas em pequenas áreas de deficiente ou inexistente sistema de
saneamento básico.

As populações urbanas vivem também expostas à ocorrência de processos naturais perigosos,


como as inundações, devido à localização de grandes assentamentos humanos da região junto
à costa de baixa altitude, como as cidades de Maputo, Beira e Nacala, em Moçambique,
Luanda, em Angola, ou Dar­es­salam, na República da Tanzânia e as margens dos grandes
rios.

Em resumo, podemos dizer que a exposição das populações aos diversos tipos de riscos
naturais nas grandes cidades é resultado directa dos estilos ou dos costumes de urbanização
prevalecente. A aglomeração dos postos de trabalho e de outras actividades económicas na
cidade, a carência de infra­estruturas residenciais para a população de baixo rendimento, a
deficiente rede rodoviária e a consequente incoerência dos assentamentos populacionais, os
elevados custos de aluguer das casas na zona de cimento, ou em locais próximos de postos de
trabalho, e os custos elevados dos transportes públicos, a falta de planos formais de uso do
solo urbano e a sua fiscalização, a falta de fundos e o desperdício dos recursos figuram entre
os factores básicos para a prevalência do processo de ocupações das áreas susceptíveis à
ocorrência de processos naturais perigosos e consequente exposição das populações aos riscos
relacionados.
15

2.1.2 Consequências do êxodo rural

O fenómeno do êxodo rural traz consequências significativas para o espaço geográfico e a


relação dos seres que nele vivem. Grande parte do crescimento populacional nas cidades
ocorre graças à migração campo­cidade, pois o foco dos migrantes era as zonas urbanas, em
busca de emprego e melhores oportunidades.

Todo esse crescimento que aconteceu de forma acelerada traz sérios problemas urbanos,
como:

✓ Poluição;
✓ Põem em risco o futuro da economia rural
✓ Pobreza;
✓ Doenças;
✓ Baixas condições de higiene (falta de saneamento básico do meio ambiente, por exemplo).

Esses problemas podem ser sanados, de forma gradativa, com a implantação de sistemas de
tratamento de esgoto, colecta de lixo e pavimentação asfáltica. Contudo, cidades que têm esse
pico de crescimento populacional sofrem com os problemas citados anteriormente.

Além do crescimento populacional urbano, o êxodo rural proporciona um esvaziamento rural,


podendo gerar concentração fundiária por parte de quem consegue se manter no campo e
adquire as propriedades de quem teve que se mudar para a cidade.

O êxodo rural também pode trazer para o espaço urbano graves problemas ambientais, como a
ocupação de áreas irregulares, como encostas de morros e locais próximos a rios canalizados,
além de ocupações e bairros sem nenhum planeamento urbano.

Todavia, o aumento da população das cidades pode aquecer o mercado consumidor e a oferta
de mão­de­obra, tornando a cidade competitiva no âmbito regional e até nacional.

Segundo EDR (2007), o êxodo rural põe em risco Futuro da Economia Rural,

por ocasião da independência nacional (1975), a população rural moçambicana


representava 90% do total da população do País. O Censo de 1997 registou uma
diminuição da população rural para 70%. Presentemente, perto de 40% da população
moçambicana vive nas zonas urbanas e todas as indicações disponíveis são de que o
processo de urbanização continue a um ritmo acelerado. Dentro de dez ou quinze
anos, a maioria da população moçambicana passará a residir em zonas reconhecidas
como urbanas. A dimensão e o ritmo desta mudança demográfica dependerão dos
16

determinantes do êxodo rural. A tendência futura indica­nos taxas negativas a partir de


2010 para as zonas rurais, e taxas elevadas para as zonas urbanas.

EDR (2007), confirmou que a crescente concentração da população no espaço urbano.


significa que a urbanização seja um fenómeno predominantemente negativo. A urbanização
deriva e origina efeitos principalmente positivos, porque é determinada pelo progresso de
diversificação de infra­estruturas, melhoria das condições de vida e das oportunidades de
trabalho, bem como da recreação e bem­estar social.

Todavia, os problemas surgem quando a urbanização se concentra, de forma desequilibrada e


desordenada, num pequeno número de zonas metropolitanas, sem condições de absorção dos
novos imigrantes, nem oportunidades de emprego, habitação, saneamento entre outros.

Um dos aspectos mais preocupante no êxodo rural é a “fuga” dos poucos profissionais e
jovens com habilidades laborais que muita falta fazem aos seus locais de origem. E em
contrapartida, existem relações de interdependência urbano rural que podem ser exploradas
para amenizar e compensar as consequências negativas do êxodo rural.

Como ponto de exemplo, os recursos financeiros familiares podem ser orientados para
investimento nas zonas rurais, permitindo gerar e expandir oportunidades que evitem ou
minimizem o despovoamento rural.

O Governo de Moçambique acredita ser possível refrear o afluxo migratório das zonas rurais,
tanto para países vizinhos como para os centros urbanos, criando alternativas compensadoras
e competitivas nas próprias zonas rurais. Neste sentido, uma das finalidades cruciais da EDR
é o fomento e expansão de oportunidades de emprego e actividades económicas por contas
próprias nas áreas rurais.

2.3 Sustentabilidade sócioambienal E Instrumentos De Planeamento E Gestão Do


Espaço Urbano em Moçambique.

Segndo Cavalcanti (2011, p. 220),


“A sustentabilidade consiste em uma relação entre sistemas sociais, económicos e ecológicos,
orientados pelos requisitos de que a vida humana possa evoluir; de que as culturas possam se
desenvolver; e de que os efeitos das actividades humanas permaneçam dentro dos limites que
impeçam a destruição da biodiversidade e da complexidade do contexto ambiental.”
17
Relativamente uma descrição exactamente ecológica, a sustentabilidade é a competência de
um sistema de aguentar constantemente seu estado no tempo, ou seja, manter invariáveis os

parâmetros de volume, taxas de trocas e circulação, flutuando­se ciclicamente em torno de


valores médios.

Discorre ainda sobre as principais concepções da sustentabilidade ambiental a partir de


direcionamentos sociais, económicos, políticos e técnicos e refere­se às perspectivas de
desenvolvimento, compreendendo as propostas de sustentabilidade ambiental.

Portanto a sustentabilidade sócioambienal é a directriz de ideia de um desenvolvimento que


atenda as necessidades das gerações presentes, sem comprometer a habilidade das gerações
futuras de suprir as suas próprias necessidades.

O desenvolvimento sustentável é conhecido na interacção entre três pilares: o pilar social, o


pilar económico e o pilar ambiental. A economia verde deve ser uma ferramenta para o
desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza. O desafio apresentado diante de nós
é o de pensar um novo modelo de desenvolvimento que seja ambientalmente responsável,
socialmente justo e economicamente viável.

A energia e os problemas que envolvem o seu consumo se tornaram significativos no âmbito


global, não sendo mais possível se manter alheio aos efeitos da exploração predatória e
descontrolada.

Segundo os autores Muacuveia & Ferreira (2017),


em Moçambique, o Plano de Estrutura Urbana é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e expansão urbana obrigatória para os municípios
independentemente do número de habitantes. Está ligada a acções que respeitam o
meio ambiente e a políticas que tenham como um dos principais objectivos a
sustentabilidade. Todos são responsáveis pela preservação ambiental: governos,
empresas e cada cidadão.

Constituem instrumentos de planeamento/ordenamento territorial ao nível autárquico:

✓ Planos de Estrutura Urbana;


✓ Planos Gerais de Urbanização;
✓ Planos Parciais de Urbanização e
✓ Planos de Pormenor.

v Plano Geral de Urbanização (PGU) ­ é o Instrumento que estabelece a estrutura e qualifica


o solo urbano na sua totalidade, tendo em consideração o equilíbrio entre os diversos usos
e funções urbanas com especial atenção as zonas de ocupação espontânea como base para a
18
elaboração do plano.

v Plano Parcial de Urbanização (PPU) ­ estabelece a estrutura e qualifica o solo urbano


imparcialmente, tendo em consideração o equilíbrio entre, os diversos usos e funções
urbanas, definem as redes de transporte, comunicações, energia e saneamento, os
equipamentos sociais.

v Plano de Pormenor (PP) ­ define com pormenor a tipologia de ocupação de quaisquer áreas
específica do centro urbano, estabelecendo concepção do espaço urbano dispondo sobre
uso do solo e condições das edificações, vias de circulação, características das redes, das
infra­ estruturas e serviços, tanto para novas áreas assim como para áreas existentes
caracterizando as fachadas dos edifícios e arranjos dos espaços livres.

v Plano de Estrutura Urbana (PEU), instrumento que estabelece a organização espacial


da totalidade do território do município ou autarquia de povoação, os parâmetros e as
normas para a sua utilização, tendo em conta a ocupação actual, as infra­estruturas e os
equipamentos sociais existentes a implantar e a sua integração na estrutura espacial
regional.

De acordo com Muacuveia & Ferreira (2017),

o PEU corresponde a uma visão do desenvolvimento da cidade, válida por 10 anos a


partir da sua aprovação. O seu objectivo é arrumar a cidade para que a vida dos seus
habitantes possa melhorar, ou seja, é um instrumento de gestão territorial, de nível
municipal, que estabelece a organização espacial e ao mesmo tempo, regulador do
desenvolvimento do município, tendo em conta a ocupação actual e as infra­estruturas
sociais existentes.

A elaboração do PEU, constitucionalmente reconhecido como o instrumento básico da


política urbana. Além do PEU, o município possui um rol de instrumentos de gestão
urbanística que compõem a constituição jurídica urbana local, dos quais destacaremos os
principais:

1. Lei de uso e ocupação do solo urbano (zoneamento);


2. Lei do Parcelamento do Solo Urbano;
3. Código de Obras;
4. Código de Posturas municipais.

Estes instrumentos de ordenamento territorial a nível autárquico são elaborados por iniciativa
do Presidente da Autarquia e aprovados pela respectiva Assembleia Autárquica (Art.38 n°.1
19
do Regulamento da Lei do Ordenamento do Território).
20

Segundo Forjaz, (2009), o Regulamento define também que não dar início à elaboração dos
instrumentos de ordenamento territorial dentro dos prazos definidos por lei, é uma infracção
ao Regulamento que será punida com multa.

Porém, os municípios moçambicanos, de forma abrangente, sofrem com graves problemas de


planejamento e gestão do solo urbano, de acordo com Forjaz, (2009):

“[...] mais de metade da população urbana vive em bairros irregulares carecendo dos
serviços urbanos indispensáveis e ocupando de forma deficiente e inadequada o
terreno urbano [...] Em vários casos, maior parte da infra­estrutura viária,
abastecimento de água, energia, de drenagem, saneamento e os próprios edifícios
públicos existentes, foram construídos na época colonial, para populações muito
menores” ( p.3).

A ineficácia de instrumentos de planeamento e gestão urbana, a expansão aceleradas das


cidades, a pressão dos assentamentos informais de ocupação irregular e a busca de melhores
condições de vida nas cidades constitui um grande entreve para se pensar na implantação de
infra­estruturas urbanas.

Desse modo Grostein (2001), refere que a constante expansão urbana e a ocupação irregular
do solo urbano é motivo de preocupação para os célebres urbanistas e ambientalistas e outros
estudiosos em áreas afins, que procuram encontrar meios que possam assegurem e garantir a
preservação de um ambiente saudável para o presente e o futuro das cidades.

Por essa razão que Muacuveia & Ferreira (2017), entendem que

a inutilidade do planeamento e de políticas públicas destinadas a proporcionar um


ambiente equilibrado, moradia condigna a todas as pessoas, assim como uma estrutura
administrativa eficiente de fiscalização que não permitem a ocupação por loteamentos
clandestinos ou irregulares em áreas urbanas é fundamental quando pensamos nas
cidades.

Os assentamentos urbanos informais instalados sobre áreas que se podem considerar de


preservação permanente em Moçambique se defrontam com a ameaça e representam um
conflito sócioambiental que envolve a a exploração económica de propriedade privada e o
direito à moradia (Lage, 2001).

Essa realidade vem se alastrando por todo o país e se faz presente igualmente na cidade de
Nampula.

A ocupação irregular das áreas urbanas trouxe consequências graves ao ambiente urbano em
Moçambique, não apenas as áreas dos assentamentos informais, assim como das ocupações
21

irregulares estão sob a égide do Regulamento do Uso do Solo Urbano, considerado, portanto,
como áreas não urbanizáveis de protecção ambiental ou reserva do Estado de acordo com o
Decreto­lei no 60/2006 de 26 de Dezembro.

Entretanto, toda a protecção jurídica dispensada pelo Decreto 60/2006, pela Lei Ambiental
(Lei n.º 20/97) e pelo Código de Postura Municipal não se tem mostrado suficiente para evitar
a ocupação clandestina e irregular do espaço urbano.

E essa é a realidade que se verifica não só na cidade de Nampula, mas, em outras cidades
moçambicanas, e como afirma Villaça (2000) citado por Muacuveia & Ferreira (2017), o
planeamento urbano tem sido usado mais para esconder do que para resolver nossos
chamados “problemas ambientais urbanos.
22

CAPÍTULO III: METODOLOGIA

3.1. Introdução
O presente capítulo descreve os procedimentos metodológicos adoptados para o trabalho
desde o seu desenho da pesquisa, população em estudo, o tamanho de amostra, métodos de
colecta de dados (primários e secundários) e os procedimentos de análise e tratamento dos
dados.

3.1 Método
Método é o caminho a seguir para atingir determinado objectivo. Por caminho, entenda­se uma
série de procedimentos intelectuais e técnicos, em que nas ciências sociais e são comummente
conhecidos por métodos científicos.

Tendo em conta que a pesquisa centrou­se êxodo rural e a sustentabilidade sócioambienal na


ocupação e uso de terras no meio urbano, caso do bairro de Muhala, e a mesma foi
desenvolvida com base no método hipotético dedutivo, que para Marconi e Lackatos (2001, p.
106), definem como “o método que se inicia pela percepção de uma lacuna nos
conhecimentos acerca da qual se formulam hipóteses e, pelo processo de interferência
dedutiva, testa a perdição da ocorrência de fenómenos abrangidos pela hipótese”.

3.2. Tipo de Pesquisa

3.2.1. Pesquisa quantitativa


Para este estudo, utilizou­se a pesquisa quantitativa, porque buscou­se a sensibilidade que os
intervenientes têm com relação àquilo que vivem no seu dia­a­dia laboral, sob ponto de vista
da Influencia na êxodo rural e a sustentabilidade sócioambienal na ocupação e uso de terras
no meio urbano.

Segundo Mahumane et al… (2017), consideram tudo que pode ser quantificável, o que
significa traduzir em números opiniões e informações para classificá­las e analisá­las. Requer
o uso de métodos e de técnicas estatísticas.

O contacto directo com o ambiente e o objecto de estudo em questão, necessitando de um


trabalho mais intensivo de campo, de tal modo que, as questões e respostas da pesquisa são
buscadas no ambiente em que elas se apresentam sem qualquer manipulação intencional do
pesquisador.
23
Portanto, justifica­se a escolha do método de pesquisa quantitativo, pelo facto de se te
verificado que o tema de êxodo rural e a sustentabilidade sócioambienal na ocupação e uso de
terras no meio urbano, caso do bairro de muhala, procedendo à inevitável indagação relativa
êxodo rural que relaciona­se ao movimento migratório das populações que vivem no campo
em direcção aos grandes centros urbanos, este movimento é responsável pelo aumento de
muitos problemas sócioambientais, o desemprego, desigualdade social, marginalização,
problemas de saneamento. Tanto estes problemas atingem não somente os que praticam o tal
movimento, mas também aqueles que já vivem nestes centros urbanos de uma forma
particular, assim sendo, merece a uma análise e estudo profundo.

3.3. Definição da População ou universo

3.3.1. Universo
Segundo Anuário Estatístico Statistical Yearbook (2012), é o Conjunto dos elementos
(pessoas, entidades, objectos ou acontecimentos) com uma dada característica comum. Ora, o
ideal da pesquisa é poder encontrar a todos de tal maneira que seja possível obter uma ideia
mais fidedigna, contudo, por isto ser praticamente impossível principalmente em pesquisas
que têm um universo mais amplo, admite­se a possibilidade de tomar um certo número de
população amostra.

A pesquisa tem um universo de cem (150) pessoas.

3.3.2. Tamanho de amostra


Segundo Martins (2002,) as vantagens do Censo reflectem­se em menor tempo, maior
qualidade nos dados levantados, mais fácil, com resultados satisfatórios. De acordo com esse
autor, o que vai determinar o número de entrevistas nessa etapa é a repetição das respostas.

Para o trabalho foi usada uma amostra não probabilística que, segundo Levine et al., (2008)

“ afirma que em uma amostra não probabilística consiste em seleccionar os itens ou


indivíduos sem conhecer suas respectivas probabilidades de selecção. Sendo assim, uma
amostragem será não probabilística quando a probabilidade de alguns ou de todos os elementos
da população de pertencer à amostra é desconhecida, como, por exemplo, o facto de que a
população ser infinita ou de não se ter acesso a todos os elementos da mesma.” (p. 218)
24

Neste caso, tomou­se uma população amostral de oitenta (80) entrevistados dos quais: 4
técnicos da CMCN, 2 técnicos dos serviços provinciais das infra­estrutura, 74 pessoas que
irão representar a comunidade local. Todos do respectivo Ramo, com utilização de roteiro de
questionário e entrevista.

De acordo com Nyawaranda (1998), por razões éticas, as funções de cada grupo dos
entrevistados foram dadas pseudónimos de pessoa X, Y e Z.

Todos os entrevistados foram seleccionados com base na acessibilidade ou conveniência.

A amostra por acessibilidade ou conveniência é uma forma de amostra não probabilística que
consiste em seleccionar os elementos a que tem acesso, admitindo que esses possam, de
alguma forma, representar o universo (Prodanov, Freitas, 2013), sem descriminação de sexo,
idade nem pela categoria profissional.

É importante salientar que os seleccionados com base na acessibilidade ou conveniência são


somente pessoas ligadas na matéria em estudo, devido a predominância da componente
técnica, traduzindo­se na execução das actividades específicas, diárias e de carácter imediata,
tendo em vista a avaliação do nível de satisfação e motivação no desempenho dos mesmos.

3.4. Desenho de pesquisa


“É a fase dos procedimentos usados para a elaboração do trabalho”. (Marconi, Lakatos, 2009,
p. 130).

Face a este trabalho o autor optou­se pela pesquisa descritiva porque em desenho de pesquisa
descritiva, o pesquisador está interessado apenas em descrever a situação da sua pesquisa. E
neste trabalho pretendeu­se conhecer em profundidade o como e o porquê de uma
determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que
há nela de mais essencial e característico.

É uma investigação que se assume como particularista, isto é, que se argumenta


deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe ser única ou especial, pelo menos
em certos aspectos, procurando explicar o que há nela de mais essencial e característico e,
deste modo, contribuir para a compreensão global de um certo fenómeno de interesse. (Ponte,
2006)
25
Neste estudo o caso, a autora visa analisar êxodo rural e a sustentabilidade sócioambienal na
ocupação e uso de terras no meio urbano, caso do bairro de muhala, concretamente a
movimento migratório das populações que vivem no campo em direcção aos grandes centros
urbanos, este movimento é responsável pelo aumento de muitos problemas sócioambientais, o
desemprego, desigualdade social, marginalização, problemas de saneamento.

3.5. Processo de Recolha de Dados


Para a colecta de dados, o estudo fundamentara­se em dois métodos de recolha de dados,
nomeadamente o primário e secundário.

O dado secundário recorreu á pesquisa bibliográfica, Pesquisa documental e artigos que


versam sobre matéria em estudo.

Para a colecta de dados primários a autora utilizou a entrevista semi­estruturada e observação


participativa, que representa uma técnica de colecta de dados.

3.5.1. Colectas de Dados Primários

3.5.1.1. Entrevista
Como técnica de colectas de dados primários optara­se pelas entrevistas semi­estruturada na
qual a pesquisadora teve um contacto mais directo com a pessoa, no sentido de se inteirar de
suas opiniões acerca de um determinado assunto em estudo. Esse dado confirma a hipótese de
que a entrevista semi­estruturada confere confiança ao pesquisador e possibilita a comparação
das informações entre os participantes entrevistados (Manzini, 2006).

Os entrevistados foram escolhidos em função dos objectivos do estudo que é de analisar


êxodo rural e a sustentabilidade sócioambienal na ocupação e uso de terras no meio urbano,
caso do bairro de muhala, sem restrição no número dos entrevistados.

A recolha dos dados foi feita até ao alcance da saturação teórica, que como refere Dey (1999),
é quando se procede à recolha dos dados e estes não adicionam informação nova de forma a
definir outros fenómenos e grupos a examinar.
26

Um dos principais critérios estabelecidos a priori para a escolha dos entrevistados, foi que
neste local de estudo a que devido a concentração de uma população vinda do campo (Êxodo
Rural) cria certos problemas para a população daquele local como a elevada taxa de
desemprego, poluição e a ocupação desordenada de terra. Portanto as entrevistas foram
previamente marcadas de acordo com o dia e horas da disponibilidade de cada entrevistado.

3.5.1.2. Técnica de Observação


Segundo Lackatos & Marconi, (2002) “observação é uma técnica de colecta de dados para
conseguir informações e utiliza os sentidos visuais na obtenção de um determinado aspecto da
realidade”. (p.98)

Neste estudo, a pesquisadora optou pela observação participante, porque a autora tinha que
estar perto das pessoas envolvidas na entrevista fazendo observações e registos de
comportamentos, factos e acções relacionadas com o objectivo da pesquisa.

Foram observados todos entrevistados, oitenta (80) participantes em diferentes períodos do


dia, durante a execução das actividades, no período de 7 dias laborais na instituição e no
bairro abrangido pela pesquisa. A observação foi realizada nos locais que cada entrevistado
sentia­se confortável.

Para a observação participante foi conduzido com um guião de observação em anexo,


elaborado com propósito de condução das observações para o alcance dos objectivos. E
também com base nalgumas imagens fotográficas como forma de mostrar as veracidades que
se trata no presente trabalho e a posterior serviram de anexo.

Foi elaborada um guião para todo o grupo alvo da entrevista, onde, o pesquisador focou nos
seguintes aspectos:

➢ Perfil do Questionado;
➢ Idade;
➢ Sexo;
➢ Estado civil;
➢ Profissão
27

3.5.2. Colecta de Dados Secundários


As colectas dos dados secundários foram importantes na elaboração desta pesquisa; o autor
fez a revisão da literatura bibliográfica, artigos científicos, monografias, que versam sobre
êxodo rural e a sustentabilidade sócioambienal na ocupação e uso de terras no meio urbano,
obtidas em obras de diferentes autores, para o suporte na interpretação de dados primários.

3.5.2.1. Pesquisa Bibliográfica


De acordo com Gil (2010, p.29­31), “a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em
material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso
como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos”.

A pesquisa bibliográfica é determinante na realização de um trabalho científico. A principal


vantagem da pesquisa bibliográfica está no facto de permitir ao investigador a cobertura de
uma gama de fenómenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar directamente
(idem, p.45).

Sua finalidade é colocar o pesquisador em contacto com o que já se produziu e se registou a


respeito do tema de pesquisa.

Tais vantagens revelam o compromisso da qualidade da pesquisa. Assim, além de permitir o


levantamento das pesquisas referentes ao tema estudado, a pesquisa bibliográfica permite
ainda o aprofundamento teórico que norteia a pesquisa. Neste sentido, são objecto da
fundamentação teórica, as obras de vários autores que versam sobre esta temática em estudo,
tendo vista os autores, os dispositivos legais, os estudos apresentados por diversas
instituições.

As revistas (científicas e não científicas), serviu de fontes para apresentar alguns dados, não
obstante, foi de grande importância para a realização deste trabalho. Os sites de internet
devidamente autorizada para assuntos científicos, foi consultada e citada em conformidade
com as normas (APA 6ª edição) que são aspectos metodológicos vigentes no Instituto
Superior de Ciências e Educação a Distancia (ISCED).

3.5.2.2. Pesquisa Documental


A pesquisa documental consiste num intenso e amplo exame de diversos materiais que não
foram utilizados para nenhum trabalho de análise, ou que podem ser reexaminados, buscando­
se outras interpretações ou informações complementares, chamados de documentos (Guba,
28
Lincoln, 1981)

Desse modo, nesta pesquisa analisou­se o conjunto de documentos, além dos livros e artigos,
foi composto por documentos escritos no que se refere as leis vigentes no ordenamento
jurídico moçambicano.

Opta­se nesta pesquisa, por basear­se em documentos como material primordial, sejam
revisões bibliográficas, sejam pesquisas historiográficas, extraem deles toda a análise,
organizando­os e interpretando­os segundo os objectivos da investigação proposta e traz o
conteúdo para explicar determinadas questões e servir de prova para outras, de acordo com o
interesse do autor.

3.6. Instrumentos de Análise de Dados

3.6.1. Técnicas de Análise e interpretação de dados


Teixeira (2003) defende que análise e interpretação de dados são processos intrínsecos, isto é,
estão intimamente vinculados um ao outro. Depois que os dados foram gerados, eles
precisavam ser organizados como forma de facilitar na sua interpretação.

Os procedimentos para a organização e redução de dados para uma forma que poderia ser
resumida e utilizada seguiu os ditames qualitativas.

A análise de dados é um processo em que os dados brutos são ordenados e organizados de


modo que a informação útil possa ser extraída a partir deles. A análise qualitativa de dados
não é tão prescritiva como para os dados quantitativos devido à natureza dos próprios dados.

Análise qualitativa envolve peneirar grandes quantidades de informação, identificando


padrões importantes e de relatórios ou dando descrições ricas do que foi encontrado. Nesta
pesquisa, os dados qualitativos foram gerados a partir de observações, análise de documentos
e entrevistas, que a posterior estes foram analisados questão por questão. Semelhanças ou
diferenças entre diferentes respostas foram anotadas e temas ou ideias emergentes foram
identificadas e marcadas.

Os resultados também foram comparados. Existem diversos instrumentos que foram


utilizados no estudo qualitativo. Uma das ferramentas analíticas úteis que foram usados foi
codificação e análise de conteúdo.

A pesquisadora usou a ferramenta de codificação que permitiu ao pesquisador organizar as


respostas em cada questão dada ao entrevistado, tornando assim a tarefa de analisar os
29
relatórios facilmente, e a posterior a pesquisadora interpretou, agrupou, e resumiu as resposta

escolhendo as palavras­chave e as informações importantes para o estudo em pesquisa. Todo


o material e dados recolhidos numa pesquisa é geralmente sujeito de uma análise de conteúdo
(Guera, 2006).

A análise de dados é um processo em que os dados brutos são ordenados e organizados de


modo que a informação útil possa ser obtida a partir deles. Portanto, para o material recolhido,
fez­se a análise de conteúdo através dos dados colhidos através da observação e entrevista
semi­estruturada que foi ministrada aos funcionários.

CAPITULO IV. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Pretende­se neste capítulo apresentar os resultados da pesquisa feita aos entrevistados e
inquiridos por via de questionários.

Na elaboração do estudo procurou­se obedecer o princípio de encorajar os inquiridos,


elaborando um questionário curto com perguntas claras, de respostas filtradas e fáceis de
serem respondidas.

Para recolha dos dados, os inquéritos aplicados e a ser analisados no trabalho da memória
monográfica é dirigido a números limitados de pessoas (amostra), possibilitando assim, a um
estudo no seu todo.

Porém, os guiões de questões do inquérito aplicado constam em anexo nesta monografia,


tendo sido agrupados de acordo com os objectivos de pesquisa e tomou­se uma população
amostral de oitenta (80) participantes em diferentes períodos do dia, durante a execução da

actividades, no período de 7 dias laborais na instituição e no bairro abrangido pela pesquisa. A


observação foi realizada nos locais que cada entrevistado sentia­se confortável.

Para a observação participante foi conduzido com um guião de observação em anexo,


elaborado com propósito de condução das observações para o alcance dos objectivos.
30
E também com base nalgumas imagens fotográficas como forma de mostrar as veracidades que
se trata no presente trabalho e a posterior serviram de anexo.

Foi elaborada um guião para todo o grupo alvo da entrevista, onde, o pesquisador focou nos
seguintes aspectos:

➢ Perfil do Questionado;
➢ Idade;
➢ Sexo;
➢ Estado civil;
➢ Profissão

De acordo com Nyawaranda (1998), por razões éticas, as funções de cada grupo dos
entrevistados foram dadas pseudónimos de pessoa X, Y e Z.

Todos os entrevistados foram seleccionados com base na acessibilidade ou conveniência.

É importante salientar que os seleccionados com base na acessibilidade ou conveniência são


somente pessoas ligadas na matéria em estudo, devido a predominância da componente
técnica, traduzindo­se na execução das actividades específicas, diárias e de carácter imediata,
tendo em vista a avaliação do nível de satisfação e motivação no desempenho dos mesmos.

4.1 Caracterização do local de estudo


Nampula encontra­se localizado na região norte de Moçambique, país africano da costa
oriental, sendo a capital da província de Nampula, entre as coordenadas 15º 01’35’’ e
15o13’15’’ de Latitude Sul e 39º 10’00’’ e 39º23’28’’ de Longitude Leste. Ocupa uma área de
404 km2, com uma extensão de 24,5 km no sentido Leste­Oeste e 20,25 km no sentido Norte­
Sul (Figura 1).

O Município de Nampula faz divisão com os distritos de Rapale (a norte e noroeste), Anchilo
(a sul e Sueste) e ainda a sueste Namaita. A sede do município está localizada no Posto
Administrativo Central, que corresponde à área centralizada da cidade, é a mais antiga e
31

menos extensa com um expressivo conjunto habitacional e comercial que corresponde a cerca
de 90% das infra­estruturas urbanas existentes na cidade.

O município é o segundo mais populoso do país depois da região metropolitana do grande


Maputo, perdendo em densidade demográfica, apenas, para as cidades de Matola e Beira. A
população da cidade de Nampula era de 471.717 no ano de 2007, correspondia a quase o
dobro da segunda maior cidade da província nampulense, Nacala com 207.894 habitantes de
acordo com os dados do censo de 2007 (INE, 2008).

Cerca de nove anos depois, em 2016, presume­se que Nampula seja a 2ª maior cidade do país,
com uma população estimada em cerca de 700 mil habitantes de acordo com dados da
projeção do crescimento da população da cidade. É maior, em número de habitantes do que
nove capitais de províncias moçambicanas: Pemba, Lichinga, Quelimane, Tete, Chimoio,
Beira, Inhambane e Xai­Xai. É também considerado o 3º maior município do país.

5.4. Resultados obtidos através do inquérito dirigidos aos funcionários


Como forma de colher informações acerca da identificação pessoal dos funcionários e
Agentes do Estado, que foi contido na amostra, foi colocada a seguinte questão:

Sexo, idade, profissão e nível académico ou grau de formação?

Gráfico 1 Sexo dos inquiridos.

80%

60%

40%

20%

0%
80 Masculino 20 Femenino

Fonte: autora

Face ao inquérito, os resultados obtidos da identificação pessoal, como mostra o gráfico 1, revelam
que 80 por cento foram do sexo masculino e 20 por cento foram do sexo feminino.
32

Gráfico 2. Idade dos inquiridos

Pe 45%
rce 40%
nta 40%
ge
m 35%
da
s 30%
res 20% 20%
25%
po
sta 20%
20%

15%

10%

5%

50 54 57
61

Fonte: autora
De acordo com o gráfico 2, os dados mostram que, 40% tem 57 anos de idade, os restantes
60% distribuído sem 20% tem idades compreendidas de 50, 54 e 61 anos de idade.

Ao inquérito dirigido aos entrevistados no local da pesquisa procuramos saber do que é


êxodo rural?

Todos foram unanimes em responder que o êxodo rural, pois se caracteriza pela migração em
massa dos grandes centros urbanos para as zonas rurais ou interioranas.

A relação entre a migração é êxodo rural é um processo de migração que se dá quando as


pessoas saem do campo e se mudam para a cidade. Assim como o próprio termo nos sugere,
trata­se de um processo de emigração e acontece necessariamente no sentido da
zona rural para a zona urbana. Êxodo rural é a saída de pessoas do campo rumo às cidades.
Ainda mas para os mesmos fomos verificar que os principais problemas ambientais urbanos
são: poluição, ilhas de calor, inversão térmica, chuva ácida, enchentes e deslizamentos de
terra. Os diferentes tipos de poluição, como a poluição do ar, das águas e do solo, são
problemas ambientais urbanos muito comuns nas cidades muito mais nas áreas urbanas e
principalmente no local em estudo.
33

As consequências do êxodo rural para a cidade e sua ocorrência podem gerar uma série de
problemas referentes a ordem estrutural e social dos centros urbanos como aumento do
desemprego e expansão desmedida das periferias.

A cidade atrai muito mais pessoas do que o campo por vários motivos. O principal deles é o
processo de substituição do homem pela máquina no campo. Dessa forma, um único
equipamento realiza o trabalho que seria feito por muitos trabalhadores. Esse processo
contribui para o desemprego desses trabalhadores, que se mudam para as cidades em busca de
emprego.

A população da cidade triplicou nos últimos quarenta anos após a independência nacional do
país em 1975. A despeito deste crescimento populacional, as acções de planeamento urbano
da cidade não acompanharam, ao mesmo ritmo e velocidade a rápida expansão dos demais
sectores da economia.
As políticas públicas voltadas à habitação não foram eficazes e não conseguiu produzir os
efeitos desejados para a população nos principais centros urbanos do país, em que Nampula,
não foi excepção.

A imperfeição dessas políticas aliada ao elevado número de pessoas que à cidade recebeu e
vai recebendo nos últimos anos em busca de emprego e moradia, facilita o surgimento de
assentamentos informais que não possibilitam a implantação de infra­estruturas urbanas.

As áreas que correspondiam à, zonas de deslizamentos de terra e susceptíveis a erosão do


solo, começaram a ser usados como áreas habitacionais a partir de ocupações irregulares e
simultaneamente constituíam locais receptores de resíduos industriais, domésticos e até
mesmo hospitalares.

Todavia, se por um lado, o Poder Público Municipal não estava ciente e nem preocupado com
a expansão dos assentamentos informais, por outro, parece que se eximia cada vez mais dos
trabalhos de gestão do processo de urbanização.

A expansão urbana inadequada transformou os antigos canais de drenagem de águas residuais


que existiam em verdadeiros esgotos a céu aberto, e continuaram sofrendo todo tipo de
pressão, o exemplo é a deposição de lixo e construção de habitações precárias nesses locais.
34
Estes acontecimentos marcaram o surgimento da dicotomia urbana que caracteriza
actualmente as cidades do país, que de acordo com Fernandes e Mendes (2012) como se de
rural se tratasse, os bairros das cidades moçambicanas são formados maioritariamente por

habitações precárias em assentamentos informais irregulares sem vias de acesso, água


encanada, energia eléctrica e saneamento básico e o urbano apresenta condições
características da zona urbana, ou seja, situação inversa da área rural.

A caracterização do processo de ocupação da planície de inundação visa compreender de


forma geral quais factores de motivação da ocupação informal das áreas de risco no bairro de
Muhala. Procura­se deste modo, encontrar respostas para as seguintes questões:

Quais são os mecanismos de acesso às parcelas/moradias ocupadas?

O que motiva a escolha deste tipo de áreas de risco para fixar moradia?

Em relação às questões colocadas constata­se que, embora esteja plasmado na Constituição da


República de 2004, no seu artigo 109º, que a terra em Moçambique é propriedade do Estado e
não deve, por isso, ser vendida ou por qualquer outra forma alienada, nem hipotecada ou
penhorada” os resultados do inquérito referentes à distribuição das parcelas das famílias
visitadas por tipo de mecanismo de sua aquisição mostram que a maioria dos inquiridos
declarou que a família adquiriu a moradia ou a parcela por meio de compra, meio de herança,
aluguer ou cedência.

Fazendo o cruzamento da variável mecanismo de aquisição da parcela de terra/moradia com o


tipo de chefia (sexo) e a fonte de subsistência da família verificamos que em ambos casos não
existem associações estatisticamente significativas, ou seja, nenhuma delas teve influência na
forma de aquisição das parcelas ou moradias onde atualmente residem.

Em ambos grupos de variáveis, a compra foi a principal fonte de aquisição/cesso. Importa


realçar que como forma de contornar o artigo 1090 da Constituição da República, que atrás
fizemos menção, os titulares do direito de uso da terra muitas vezes informal edificam uma
moradia precária ou fazem qualquer benfeitoria na parcela antes da sua transmissão de direito
de uso e aproveitamento, pois a cobrança das benfeitorias feitas nas parcelas da terra no ato da
transmissão do direito de uso e aproveitamento da terra está prevista na Lei das terras
19/1997.

A constatação acima descrita encontra ainda sustentação nos resultados da questão colocada
35
sobre “qual era o uso de terra da parcela antes de sua ocupação”. A condição da parcela já
conter alguma infraestrutura aparece colocada em primeiro lugar, em segundo lugar é

apontada a condição da parcela se encontrar sem uso clarificado e por último, a parcela ser um
campo agrícola.

O desejo de ter casa própria é, para a grande maioria dos inquiridos, o principal motivo para a
ocupação das areas de risco.

Os restantes inquiridos apontaram motivos de ordem económica e de laços de familiaridade,


nomeadamente, o facto de o preço da aquisição da parcela ou da moradia estar ao alcance das
condições económicas da família, o desejo de viver próximo do centro da cidade e a condição
de não ter outra alternativa onde morar ou fixar residência.

Fazendo o cruzamento da variável “motivos para a ocupação da parcela” com as categorias


idade, sexo e escolaridade do inquirido verificamos que em ambos os cruzamentos não existe
uma associação estatisticamente significativa entre as variáveis, no entanto, constatamos que
em termos de idade e sexo a condição de ser proprietário da parcela/casa foi o motivo que
levou a maioria das famílias a fixar residências nos respetivos aglomerados.

Resultados obtidos atraves de analise bibliograficas e documental.


Segundo os autores Matias11 (S/D)ç Portela & Vesentini12 (2021), foram unanimes ao
definir que o êxodo rural pode ser como a migração de pessoas da zona rural (campo) para
a zona urbana (cidade), o que pode acontecer por diferentes razões: climáticas, económicas,
ambientais, sociais, políticas, entre outras.

Quanto as causas do êxodo rural, Caomba (2018, p.137), referem que o êxodo rural, é
motivado por quatro grupos de factores principais:

1. Baixa produção e produtividade agrícola das áreas rurais, baseada essencialmente numa
agricultura familiar de subsistência, praticada em pequenas extensões e dependente
fortemente de factores naturais, leva ao abandono dos campos, já que o sector agro­
industrial que devia oferecer emprego aos jovens nas zonas rurais é quase inexistente;

11
Átila Matias. Êxodo rural https://www.preparaenem.com/geografia/exodorural.htm
12
Portela, Fernando; Vesentini, José Willian. Êxodo Rural e Urbanização. Editora: Ática (2021)
https://www.suapesquisa.com/geografia/exodo_rural.htm
36

2. Os conflitos armados, podemos fazer menção ao caso de cabo delegado (terrorismos), e na


zona centro do grupo da junta militar da Renamo, em que nos últimos 3 anos o pais
encontra­se em caos de guerra;

3. As catástrofes naturais, uma vez que as guerras civis e as catástrofes naturais (as secas e as
inundações que assolam o pais), são responsáveis pela movimentação massiva e forçada
das populações (refugiados ambientais) do campo para as grandes cidades, onde procuram
protecção e melhores condições de vida;
4. E por ultimo, a distribuição irregular e desequilibrada dos serviços sociais básicos, que se
concentram nas grandes cidades.

Como base nas ideias do autor podemos verificar que em Moçambique, vivemos nos últimos
momentos um ambiente de terror como a guerra na zona centro com o grupo da junta militar
da Renamo formada pelo general Mariano Nhongo, e na zona norte do Grupo terrorista
designado pelo nome de Alshababes.

Estes escritores afirmam que o urbanismo de preenchimento é a mais moldada para a


expansão aproveitadas e económicas para o vínculo das pessoas pois este molde fragmenta a
cidade e constitui conexões entre laboriosos, empregos e empresas, ao passo que a
urbanização em expansão ou em salto é menos propensa a conexões económicas.

Ainda mas que o prevalecimento de uma urbanização em expansão e em salto é um dos


aspectos que justifica a dificuldade de deslocação diários das pessoas para os locais de
trabalho e da deficiente infra­estrutura rodoviária nas cidades africanas Lall et al. (2017).

Como Consequências do êxodo rural EDR (2007), refere que o êxodo rural põe em risco
Futuro da Economia Rural, por ocasião da independência nacional (1975), a população rural
moçambicana representava 90% do total da população do País. O Censo de 1997 registou uma
diminuição da população rural para 70%. Presentemente, perto de 40% da população
moçambicana vive nas zonas urbanas e todas as indicações disponíveis são de que o processo
de urbanização continue a um ritmo acelerado. Dentro de dez ou quinze anos, a maioria da
população moçambicana passará a residir em zonas reconhecidas como urbanas. A dimensão
e o ritmo desta mudança demográfica dependerão dos determinantes do êxodo rural. A
tendência futura indica­nos taxas negativas a partir de 2010 para as zonas rurais, e taxas
elevadas para as zonas urbanas.
37

Quanto a sustentabilidade sócioambienal e instrumentos de planeamento e gestão do espaço


urbano em Moçambique, os autores Muacuveia Ferreira (2017) & Cavalcanti (2011, p. 220),
referem que o Plano de Estrutura Urbana é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e expansão urbana obrigatória para os municípios independentemente do
número de habitantes. Está ligada a acções que respeitam o meio ambiente e a políticas que
tenham como um dos principais objectivos a sustentabilidade. Todos são responsáveis pela
preservação ambiental: governos, empresas e cada cidadão. E ainda mas constituem
instrumentos de planeamento/ordenamento territorial ao nível autárquico: Planos de Estrutura
Urbana; Planos Gerais de Urbanização; Planos Parciais de Urbanização e Planos de
Pormenor.

E essa é a realidade que se verifica não só na cidade de Nampula, mas, em outras cidades
moçambicanas, e como afirma Villaça (2000) citado por Muacuveia & Ferreira (2017), o
planeamento urbano tem sido usado mais para esconder do que para resolver nossos
chamados “problemas ambientais urbanos.

Validação das Hipóteses

Entretanto, feita a interpretação e discussão dos dados colectados durante a prossecução da


pesquisa, apraz­nos salientar que, as três hipóteses estatuídas na prossecução do trabalho foram
verificadas e aceites, pois, existe uma relação de causalidade entre as variáveis independentes
ou causa presumida e variável dependente ou efeito presumido. Nesta senda, foram
comprovadas as seguintes conjecturas. Quando haver número crescente de casas informais e
em locais de risco, pode gerar uma ocupacao desordenada nas areas urbanas. e também na
maioria da população do campo não tem noção do que pode gerar o êxodo rural nas áreas
urbanas.

A sustentabilidade ambiental, é importante que os fundamentos ecológicos devam constituir a


base da durabilidade e do processo de tomada de decisões do governo, no contexto do
desenvolvimento econômico e social, implicando na manutenção das unidades ambientais e
na coerência e integridade inerente a sustentabilidade; proteção da biodiversidade e
diversidade sócio­cultural; aproveitamento e utilização durável dos sistemas ambientais e seus
recursos, levando em consideração suas limitações.
38

Conclusão
Existem relações profundas de causa e efeito entre o processo de urbanização reflectida nas
formas de uso e ocupação do espaço e a exposição das populações urbanas aos riscos naturais,
uma vez que em Moçambique, como no resto dos países da África subsaariana, o processo de
urbanização ocorreu tardiamente, por causa do processo histórico da colonização, mas
processou­se a ritmos acelerados.

Ao contrário do que sucedeu na Europa e na América do Norte, onde a urbanização rápida das
cidades esteve associada ao crescimento económico, na África subsaariana o crescimento
urbano resultou quase exclusivamente do crescimento acelerado da sua população urbana
devido as elevadas taxas de crescimento natural e ao êxodo rural.

O êxodo rural quanto a sustentabilidade sócioambiental gera certas consequências no campo


quanto a diminuição da camada jovem na fase activa para a produção agrícola. E também
pode gerar um atraso no desenvolvimento sócio económico no campo.

A ocupação desordenada no bairro de Muhala, gera maior aumento de marginalidade e


gatunagem. E não só aumenta a poluição urbana e também pode criar problemas de saúde
decorrentes da falta de saneamento.
39

V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Feito o trabalho percebemos que êxodo rural é a deslocação da população do campo para a
cidade a procura de melhores condições de vida. Este acontece por várias razões como o
desemprego, falta de melhores condições de vida, guerras, calamidades naturais, etc.

O êxodo rural quanto a sustentabilidade sócioambiental gera certas consequências no campo


quanto a diminuição da camada jovem na fase activa para a produção agrícola. E também
pode gerar um atraso no desenvolvimento sócio económico no campo.

O nosso país localiza­se na região da África Subsaariana e apresenta um elevado grau de


exposição da sua população à manifestação de eventos naturais perigosos com características
extremas. Entre os eventos naturais mais frequentes no país destacam­se as secas, os ciclones
tropicais e as inundações. O grau de exposição e propensão é mais elevado nos centros
urbanos como as cidades capitais provinciais devido à concentração populacional e dos
activos económicos.

Existem relações profundas de causa e efeito entre o processo de urbanização reflectida nas
formas de uso e ocupação do espaço e a exposição das populações urbanas aos riscos naturais,
uma vez que em Moçambique, como no resto dos países da África subsaariana, o processo de
urbanização ocorreu tardiamente, por causa do processo histórico da colonização, mas
processou­se a ritmos acelerados.

O crescimento acelerado da população que se registou nos últimos anos no país, está a
provocar um processo massificado de conversão das diferentes formas de uso e de ocupação
do solo urbano existentes em áreas avaliadas como inadequadas para o uso habitacional.

Exemplos críticos e destacáveis no país são as ocupações informais que ocorrem em áreas
com terrenos acidentados, com vertentes declivosas e susceptíveis a movimentos de vertente
ou erosão dos solos e a áreas potencialmente inundáveis.

A autoconstrução é em Moçambique a forma exclusiva que as famílias têm de adquirir uma


residência própria. Aliado ao baixo poder económico das famílias, verificamos que a
generalidade das cidades do país cresce através do alargamento horizontal da área ocupada ou
dos aglomerados populacionais informais e descontrolados, caracterizados por apresentarem
infra­estruturas habitacionais precárias (palhota).
40

Devido à informalidade deste processo de ocupação, a grande maioria dos aglomerados


formados são desprovidos de serviços básicos como de água, electricidade, saneamento do
meio ou de vias de acesso e transporte público.

A ausência de instrumentos de ordenamento territorial, ou a sua deficiente fiscalização, aliado


ao baixo poder económico das famílias (tanto para alugar uma casa, como custear as despesas
diárias de transporte para os locais onde desenvolvem suas actividades económica de
subsistência), faz crescer no país o mercado informal de terra, onde a compra é a principal
forma de adquirir parcelas de terra.

Verifica­se que na maioria dos casos os processos de evacuação e reassentamento não são
sucedidos, pois registam­se com frequência situações em que as populações ocupam áreas
perigosas.

Uma das justificações encontradas para este insucesso é a falta de condições básicas nos
locais de acolhimento ou de reassentamento, faltam infra­estruturas como fontes de água,
electricidade ou vias de acesso, a par da limitada participação efectiva das populações em
causa (vítimas) em todo o processo de gestão das referidas áreas de riscos e no projecto de
reassentamento. Uma outra justificação prende­se com o facto de não existir a requalificação
da forma de uso da terra das áreas evacuadas, acabando as populações por continuar a ter o
direito de uso e aproveitamento das mesmas.

Para este efeito, recomendamos que as autoridades alarguem o grau de participação das
populações e comunidades nos planos e projectos de planeamento dos territórios e de gestão
das áreas de risco onde residem, assim como requalifiquem sempre que necessário a forma de
uso da terra das áreas evacuadas para evitar as reocupações para os mesmos fins. O bairro de
Muhala viu também a sua população crescer a ritmos acelerados e a expansão da cidade a
crescer por alargamento horizontal da área ocupada pelo uso habitacional informal e
descontrolado.

À semelhança do que sucede com as outras cidades moçambicanas, em Nampula no bairro de


Muhala figuram como principais factores para a ocupação das referidas áreas de risco, os
seguintes:

➢ A falta de um plano de estrutura urbana (definição das formas e relações de uso do solo
urbano);
➢ O crescimento do mercado informal de terra;
41
➢ As vantagens da localização das áreas de risco próxima do centro da cidade;
➢ A fraca expansão territorial dos serviços básicos urbanos, de água, energia e de transporte
público urbano.

A susceptibilidade e a exposição determinam em igual medida a vulnerabilidade dos


aglomerados populacionais informais e desordenados da cidade face aos efeitos adversos da
inundação.

Entre os vários elementos, destacam­se a localização e o respectivo povoamento denso dos


aglomerados, o designe a construção precária das infra­estruturas habitacionais, a estrutura
demográfica dos agregados familiares (famílias numerosas e com membros mais jovens), a
fonte de subsistência das famílias (fontes não especificadas), o acesso limitado a serviços
básicos urbanos (água e saneamento), a falta de informação e consciencialização pública
sobre o saneamento básico, o reconhecimento oficial limitado dos riscos e das medidas de
preparação e o desrespeito por uma gestão ambiental sábia.

Pesam para a aceitação passiva do risco factores como os benefícios da localização destas
áreas dentro ou nas proximidades do centro da cidade, uma vez que a cidade não possui rede
de transporte público urbano.

A proximidade contribui para que as famílias ocupantes consigam minimizar o tempo de


deslocação entre os locais de residência e os locais onde desenvolvem sua actividade de
sobrevivência, como o comércio informal de rua ou o trabalho por conta de outrem. Outro
factor determinante é o preço de aquisição das parcelas que, por serem terrenos marginais
(áreas de risco) e, portanto, economicamente desvalorizados, o seu valor de aquisição é
acessível à maioria da população de baixo rendimento que procura ocupar e fixar aí
residência.

Pode­se considerar que o risco é percebido, no entanto, constatamos que a atenção e a


importância atribuída varia em função da percepção do morador em relação à tipologia e à
gravidade dos impactos no aglomerado, em geral, ou na moradia da família, em particular.

A maior atenção dos moradores recai sobre os impactos mensuráveis, como a destruição das
suas infra­estruturas habitacionais ou das culturas agrícolas.
Para o efeito, recomenda­se igualmente que a autarquia trabalhe de forma coordenada com as
autoridades da saúde e os líderes dos aglomerados populacionais das áreas inundáveis, no
sentido de disseminar mensagens sobre os impactos associadas aos eventos de inundações,
42
bem como a divulgação do conjunto dos mecanismo para a sua mitigação.

Reconhece­se que um dos instrumentos básicos para o planeamento e gestão de áreas de


riscos é a elaboração de cartografia de riscos, recomenda­se por isso que as autoridades da
autarquia de Nampula trabalhem de forma coordenada com as diferentes instituições
relacionadas e interessadas na gestão de áreas de riscos.

É o caso das instituições de Ensino Superior sediadas na autarquia que podem cooperar com
as autoridades locais no sentido de desenvolver actividades de identificação, avaliação e
respectiva cartografia de todo o tipo de perigos e riscos, com ocorrência frequente e
significado espacial no território da cidade.

Para reduzir o fluxo de ocupação das planícies de inundação que circundam o centro da
cidade, recomenda­se igualmente que a autarquia faça um investimento na introdução de
serviços de transporte interurbano.

Para isso, é igualmente necessário que se melhorem as vias de comunicação, através da


reabilitação e da abertura de novas vias rodoviárias que façam a ligação entre os bairros,
assim como entre estes e o centro da cidade. É necessário, ainda, que o município expanda os
serviços básicos urbanos, como os serviços de água e de electricidade, para os bairros
periféricos da cidade de modo a torná­los mais atractivos à ocupação para fins habitacionais.

Os moradores reconhecem como uma das principais causas da inundação no aglomerado a


alteração do fluxo normal de escoamento das águas e, para isso, as principais medidas
adoptadas para permitir a convivência com o risco de inundação resumem­se ao aumento do
fluxo de escoamento das águas, tanto as fluviais, como as superficiais, através de actividades
de abertura e de limpeza dos principais canais e das valas de drenagem.
Porém, o desejo dos moradores vai no sentido de, para além das medidas semi­estruturais
adoptadas, as autoridades municipais implementarem medidas não estruturais, como as de
educação e consciencialização dos moradores para as questões básicas de saneamento básico
e ambiental.

Essas medidas têm como objectivo evitar, por exemplo, que os moradores depositem resíduos
sólidos nas valas de escoamento.
43
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Legislações

Decreto­lei no 60/2006 de 26 de Dezembro. Regulamento do solo urbano

Lei n.º 20/97 de 1 de Outubro. Lei do Ambiente


46

APÊNDICES

Apêndice I: Formulário dirigido aos entrevistados

Ocupação ; Morada

Género: (Homem /Mulher ); idade: anos; data / /2021

QUESTIONÁRIO DIRIGIDO AOS ENTREVISTADOS

1. O que é êxodo rural e urbano?

2. Qual a relação entre migração é êxodo rural?

3. Quais são os principais problemas ambientais urbanos?

4. Quais as consequências do êxodo rural para a cidade

5. Quais as consequências acarretadas em uma cidade que recebe?

6. Por que a cidade atrai muito mais pessoas do que o campo?

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