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Índice
Declaração..................................................................................................................................iv
Agradecimentos...........................................................................................................................v
Dedicatória.................................................................................................................................vi
Lista de abreviaturas.................................................................................................................vii
Lista de gráficos.......................................................................................................................viii
Lista de figuras.........................................................................................................................viii
Resumo.......................................................................................................................................ix
CAPITULO I: INTRODUÇÃO................................................................................................10
1.1 Problematização..................................................................................................................11
1.2 Delimitação do tema...........................................................................................................12
3 Relevância de estudo..............................................................................................................12
1.4 Objectivos...........................................................................................................................13
1.4.1 Objectivo geral.................................................................................................................13
1.4.2 Objectivos específicos......................................................................................................13
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................14
2.1. Conceito de urbanização e espaço urbano.........................................................................14
2.2 Formas de expansão urbana................................................................................................15
2.3 Tendências do processo de urbanização em Moçambique.................................................16
2.4 Instrumentos de planeamento e gestão do espaço urbano em Moçambique.......................17
2.5 Importância do ordenamento do território..........................................................................20
CAPÍTULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA................................................................21
3.1. Método de estudo...............................................................................................................21
3.2.1. Quanto à abordagem.......................................................................................................21
3.2.2. Quanto aos objectivos.....................................................................................................22
3.2.3. Quanto aos procedimentos..............................................................................................22
3.4. Universo e amostra.............................................................................................................22
3.5.1. Observação......................................................................................................................23
3.5.2. Entrevista.........................................................................................................................23
3.5.3. Questionário....................................................................................................................23
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS........24
4.1 Localização da área de estudo.............................................................................................24
4.2 Ocupação do solo no bairro Topelane B, município de Monapo........................................25
iii
Declaração
Declaro por minha honra que esta Monografia Científica é resultado da minha
investigação e das orientações dadas pelo meu supervisor. O seu conteúdo é original e todas
as fontes consultadas encontram-se devidamente mencionadas no trabalho, nas notas e na
bibliografia final. Declaro, ainda, que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra
instituição para obtenção de qualquer grau académico.
Agradecimentos
Em primeiro lugar é de agradecer a Deus o qual tem direccionado a minha vida, os
meus sonhos, os meus projectos. Agradeço-lhe por admitir os aspectos sócio religiosos
permanecentes em mim mesmo, sem Deus, a inspiração obtida para a elaboração deste
trabalho tornaria difícil.
Ao MA Nelio Manuel, por acreditar em mim e no meu trabalho, pelas orientações
seguras, intervenções precisas e pelo enorme carinho com que conduziu todo o processo de
construção deste trabalho. Foi um privilégio tê-lo como orientador neste trabalho, com ele
compreendi que a vida é feita de desafios.
À Universidade Católica de Moçambique especialmente o Instituto de Educação à
Distância, a todos os professores do curso de Licenciatura em ensino de Geografia que
contribuíram para os nossos conhecimentos durante os quatro Anos. Nesse período fizeram
dos nossos encontros na sala de aula um palco de discussões e enriquecimento teórico.
Ao Municipio de Monapo, onde desenvolvi esta pesquisa, sobretudo ao Conselho
Municipal e Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas. Às comunidades do bairro
Topelane B no distrito de Monapo, pelo convénio e libertação das minhas actividades durante
os encontros presenciais. A todos os colaboradores pela recepção, meu muito obrigado.
Aos meus pais, Rosário Joaquim Hauela e Helena Ernesto Hauengue, pelo
encorajamento em dedicar-se nos estudos em toda minha vida estudantil deste o nível
primário até o ultimo ano deste ensino superior, por todo o amor e cuidado, por confiarem e
investirem na minha formação profissional e pessoal, pois sem a vossa colaboração não
chegaria a tal formação.
Ao meu esposo Issufo Inocêncio, amigo, companheiro e grande incentivador. A toda
minha família, em especial aos meus filhos Conceição, Keila e Inocência, que durante o curso,
suportaram as minhas ausências, um momento em que estaríamos juntos num convívio
familiar.
Dedicatória
___________________________________________________________________________
Aos meus Pais Rosário Joaquim Hauela e Helena Ernesto Hauengue, as minhas filhas, ao meu
Esposo e Meus Irmãos, pelo socorro prestado na hora da angústia.
vii
Lista de abreviaturas
Lista de gráficos
Gráfico 1: Distribuição dos espaços para construção de residências........................................26
Gráfico 2: Moradores com conhecimentos sobre o os problemas que podem acontecer no uso
e ocupação desordenada dos espaços........................................................................................27
Lista de figuras
Figura 1: Erosao no bairro Topelane B, município de Monapo................................................28
Figura 2: Habitação precária e erosão dos solos no Bairro Topelane B, Monapo....................29
Figura 3: Deposição de resíduos no bairro Topelane B, município de Monapo.......................30
ix
Resumo
O presente trabalho intitulado “Implicações sócio-ambientais da ocupação desordenada dos espaços urbanos:
caso do bairro Topelane B, distrito de Monapo, 2016 -2019”, tem como objectivo geral analisar as implicações
sócio ambientais do uso e ocupação desordenada dos solos no bairro de Topelane, município de Monapo.
Especificamente, o estudo pretende identificar as implicações sócio ambientais do uso e ocupação desordenada
dos solos no bairro de Topelane B, município de Monapo; caracterizar o planeamento urbano no município de
Monapo e propor medidas de mitigação dos impactos sócio ambientais do uso e ocupação desordenada dos solos
no bairro de Topelane B, município de Monapo. A pesquisa é qualitativa com carácter descritivo, bibliográfico e
documental. Para a recolha de dados foram aplicados os instrumentos de entrevista, questionário e observação
directa. A pesquisa envolveu 33 pessoas, das quais 30 inqueridas e 3 entrevistados. os resultados da pesquisa
indicam que a expansão urbana e a ocupação irregular do solo urbano no bairro Topelane B ocorre de forma não
harmoniosa com a legislação de terras, ou seja, a urbanização do município ocorreu de forma acelerada e sem
planeamento, ocasionando implicações sócio-ambientais como a formação de áreas degradadas,
impermeabilização do solo, aumento da geração de resíduos sólidos e líquidos, diminuição de áreas de lazer,, que
se encontram em uma área de declividade, havendo tendências ao aumento de rachaduras e deslizamentos de
algumas residências. Assim, propõe-se que sejam revistas e consolidadas as políticas públicas que proporcionem
recuperação/requalificação desses assentamentos e posta em prática nos lotes que ainda não foram ocupados
irregularmente, o planeamento de formas a amenizar os impactos ambientais consequências das ocupações
irregulares.
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
As alterações no equilíbrio do meio ambiente devido à urbanização são preocupações
mundial que envolve tanto os aspectos do sistema natural quanto os do sistema estrutural
responsável pelo crescimento urbano. Observa-se que é crescente a preocupação que diversas
áreas têm para essas questões, no sentido de entender a dinâmica da transformação ambiental
inserida no processo de urbanização das cidades e propor melhorias para estes problemas
A presente Monografia científica subordina-se ao tema, Implicações socioambientais
da ocupação desordenada dos espaços urbanos: caso do bairro Topelane B, distrito de
Monapo, 2016 -2019, com objectivo de perceber as formas de uso e ocupação dos solos no
bairro e o seu impacto sócio-ambientais do uso e ocupação desordenada.
Para evitar a degradação ambiental, Silva et al, (2003), comentam que, se faz
necessário acompanhar o desenvolvimento local e indicar possíveis falhas na planificação e
gestão de obras na área a ser trabalhada e dos recursos voltados e apresentados por ela. Dessa
forma afirmam que se pode racionalizar a exploração dos bens disponíveis e direcionar a
ocupação do solo para fins adequados em função de sua capacidade de exploração,
empregando-se meios de preservar a qualidade do ambiente.
Nesta vertente associa-se sempre a urbanização a um processo dinâmico e complexo
de concentração de população num determinado espaço a partir do seu "situ" original,
assunção que parte da ideia de que, originalmente, a distribuição da população no território
era de carácter disperso e rural.
O espaço urbano é definido por Moreira (1999), como consequência da relação que o
homem tem com o espaço construído e a natureza, no instante em que surgem aglomerados
populacionais e as actividades humanas se diversificam. Essa relação produz mudanças no
ambiente para adequação das necessidades do homem e para torná-lo apto a sua habitação e
actividades.
Para responder as perguntas de pesquisa, que serviram de base para analisar as
implicações sócio ambientais do uso e ocupação desordenada dos solos no bairro de
Topelane, município de Monapo, o trabalho foi estruturado, para além de uma introdução
onde fazemos o enquadramento do tema, abordamos os motivos da realização do estudo e a
11
sua relevância, por três capítulos, a saber: Capitulo I- a revisão da literatura onde trouxemos
alguns conceitos inerentes ao tema em destaque, de seguida o capítulo II onde ilustramos as
técnicas e os métodos usados para obtenção dos dados e por fim o capitulo III dos resultados
obtidos a partir das técnicas e finalmente ao sumula na base da nossa compreensão e sem
deixar de fora a bibliografia das obras que ajudaram a concretização do trabalho.
1.1 Problematização
Os principais espaços urbanos de Moçambique são o resultado de um complexo
processo de origem alógena, que se implantaram em território estranho, reproduzindo formas
de organização espacial estranhas ao ambiente local. Com a independência nacional, esses
espaços têm sofrido profundas alterações e reajustamentos que, apesar de tudo, não têm
eliminado o carácter segregador que caracteriza estes espaços como duais.
Segundo Araujo (2003), com a independência nacional e como consequência de uma
série de factores conjunturais, as cidades moçambicanas viram muito aumentada da sua
população, sem que isso tivesse sido acompanhado pelo correspondente crescimento de infra-
estruturas e serviços urbanos. Esta situação fez com que os espaços urbanos do país se
degradassem e neles proliferassem actividades informais, como estratégia de sobrevivência de
uma parte considerável da sua população.
Face a tudo isto, as cidades moçambicanas sofrem transformações demasiado rápidas,
o que tem dificultado as acções de planeamento. Por isso impera uma estrutura espontânea
onde as condições de vida são bastante degradadas.
No âmbito nacional, Nampula é a terceira maior província moçambicana, que teve um
aumento demográfico e expansão da área urbanizada em meio de tantos bairros de ocupação
desordenada. A província é uma das que apresenta os maiores problemas urbanos resultantes
das ocupações desordenadas. Então, a partir de respostas dessa investigação desperta atenção
as outras cidades que tem um crescimento idêntico para tomarem algumas medidas de
precauções atinentes a sua expansão urbana.
Nessa mesma senda, o Município de Monapo está em crescimento, a busca de espaços
para a fixação de infra-estruturas económicas e habitações é maior, por conseguinte, as
pessoas estão ocupando nos bairros para este efeito, contrariando a legislação que rege o uso
do solo urbano. O bairro Topelane B não foge das tais ocupações desordenadas, submetendo a
população residente a vários riscos relacionados com a erosão no local, desabamento de
habitações, escassez de água potável devido a contaminação das águas superficiais e
subterrâneas e outros riscos associados.
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Esse uso e ocupação do solo urbano desordenada no município de Monapo faz-se sem
haver delimitação das áreas de preservação Permanente e nem estudos sobre o impacto que
essa acção gera ao ambiente local, dai que coloca-se a seguinte pergunta de partida:
Quais são as implicações sócio ambientais do uso e ocupação desordenada dos solos
no bairro Topelane B, município de Monapo?
1.2 Delimitação do tema
A temática em estudo será realizada no Município de Monapo, distrito do mesmo
nome, província de Nampula no Bairro Topelane B no período compreendido entre 2016 à
2019. A escolha do tema as implicações sócio-ambientais da ocupação desordenada dos
espaços urbanos: caso do bairro Topelane B, distrito de Monapo, surgiu a partir do momento
em que a autora encontra-se inserida no meio ambiente social onde reside e mostra-se
preocupada com a maneira como os munícipes tem usado e ocupado os solos, contribuindo de
certa maneira para um impacto sócio ambientais desequilibrado.
Destacar também que a escolha do bairro de ocupação desordenada foi pelo fato de ser
nele onde se verificam com maior intensidade o fenómeno de ocupação desordenada, também
pelas constantes transformações que ocorrem na paisagem dos mesmos. Nesse sentido, um
dos espaços urbanos que vêm passando por transformações constantes com a substituição de
áreas de mata por construções novas.
3 Relevância de estudo
A escolha do tema, surge no âmbito da Pesquisa realizada no município de Monapo,
no bairro Topelane B, verificou-se a existência de um crescimento, a busca de espaços para a
fixação de habitações, por conseguinte, as pessoas estão ocupando de forma desordenada sem
haver delimitação das áreas de preservação permanente e nem estudos sobre o impacto que
essa acção gera ao ambiente local, contrariando a legislação que rege o uso do solo urbano,
submetendo a população residente a vários riscos relacionados com a erosão no local,
desabamento de habitações e outros riscos associados.
Analisar a temática da uso e ocupação desordenada do solo urbano no Município de
Monapo é importante pois ela é um instrumento indispensável para colecta de dados de
caracteres técnicos, sociais, económicos e o seu principal objectivo é, incutir a sociedade a
tomada de consciência de sua realidade global, do tipo de relações que os seres humanos
devem estabelecer e vincular aos munícipes com valores e atitudes que promovem um
comportamento dirigido a transformação superadora dessa realidade, tanto em seus aspectos
13
1.4 Objectivos
1.4.1 Objectivo geral
Analisar as implicações sócio ambientais do uso e ocupação desordenada dos solos no
bairro de Topelane, município de Monapo.
Quais são as causas da ocupação desordenada dos espaços urbanos no bairro Topelane
B, no Município de Monapo?
Como está sendo articulado a implementação da legislação sobre o planeamento
urbano no município de Monapo?
Que medidas devem ser implementadas para minimizar a ocupação desordenada no
bairro de Topelane B, no Município de Monapo.
CAPITULO II
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo pretende-se fazer a análise de documentação ou manuais relacionados
com Ordenamento territorial, o que permitirá entender a importância da urbanização como
forma de abordar melhor o tema em estudo.
A ocupação intensa e desordenada dos ambientes urbanos tem implicado em reacções
indesejáveis no processo de aculturação do relevo. Com isso, a compreensão dos impactos
ambientais que se processam nesses ambientes tem necessitado de análises que vão além dos
componentes naturais e de suas interacções no meio físico.
O autor sublinha que este facto tem sido consequência ou efeito dos processos da era
global (industrialização, urbanização e automação) que em linhas de análises profundas
condicionam a explosão demográfica das cidades em países subdesenvolvidos, originando os
subúrbios não planejados e degradados muito diferenciados das vilas urbanizadas.
Desse modo, existem várias formas de expansão urbana, de acordo com o que Japiassú
e Lins (2014) consideraram: (i) ampliação do território e ampliação da área ocupada (ii)
crescimento urbano intensivo (centralizado ou periférico).
Apesar das diferentes formas urbanas resultantes do processo de expansão ou
crescimento das cidades, Rueda (2002), considera que raramente uma cidade é classificada
segundo uma única forma. O autor acredita que elas agregam várias configurações urbanas,
sendo importante revelar o impacto delas para contribuir para o planeamento urbano futuro ou
das cidades do amanhã.
reconhecido como o instrumento básico da política urbana. Além do PEU, o município possui
um rol de instrumentos de gestão urbanística que compõem a constituição jurídica urbana
local, dos quais destacaremos os principais: 1) Lei de uso e ocupação do solo urbano
(zoneamento); 2) Lei do Parcelamento do Solo Urbano; 3) Código de Obras; 4) Código de
Posturas municipais.
Estes instrumentos de ordenamento territorial a nível autárquico são elaborados por
iniciativa do Presidente da Autarquia e aprovados pela respectiva Assembleia Autárquica
(Art.38 n°.1 do Regulamento da Lei do Ordenamento do Território). O Regulamento define
também que não dar início à elaboração dos instrumentos de ordenamento territorial dentro
dos prazos definidos por lei, é uma infração ao Regulamento que será punida com multa
(FORJAZ, 2009).
Porém, os municípios moçambicanos, de forma abrangente, sofrem com graves
problemas de planeamento e gestão do solo urbano, de acordo com Forjaz:
[...] mais de metade da população urbana vive em bairros irregulares
carecendo dos serviços urbanos indispensáveis e ocupando de forma
deficiente e inadequada o terreno urbano [...] Em vários casos, maior
parte da infra-estrutura viária, abastecimento de água, energia, de
drenagem, saneamento e os próprios edifícios públicos existentes,
foram construídos na época colonial, para populações muito menores
(Forjaz, 2009, p.3).
CAPÍTULO III
METODOLOGIA DE PESQUISA
Apresenta-se, neste capítulo, uma breve descrição relativa aos aspectos metodológicos
utilizados ao longo da pesquisa. Descreve-se assim, em primeiro lugar, a natureza do estudo,
população e amostra e, finalmente, apresentam-se as técnicas de recolha de dados e a técnica
de análise de dados usadas e faz-se ainda, uma referência à ética de investigação.
3.5.1. Observação
A observação segundo Marconi e Lakatos (2005), “é uma técnica de colecta de dados
para conseguir informações. Para além de consistir em ver, ouvir, examinar os factos que se
desejam estudar” (p. 90). Assim, usou-se esta técnica com objectivo de observar o processo de
urbanização no bairro Topelane B e as implicações que esse processo traz para as
comunidades residentes naquele bairro.
3.5.2. Entrevista
Segundo Bisqueira (1989), a entrevista é considerada como “uma conversa entre duas
pessoas iniciada pelo entrevistador com o propósito específico de obter informação relevante
para uma investigação” (p. 103), tendo como finalidade a recolha de informações que
permitam não só fornecer pistas para a caracterização do processo em estudo, como também
conhecer, sob alguns aspectos, os intervenientes do processo.
Neste estudo foi privilegiada a entrevista semi-estruturada, que se desenrolou a partir
de um esquema básico, porém não aplicado rigidamente. Esta fonte de recolha de dados foi
escolhida porque apresenta uma grande vantagem sobre outras técnicas e permite a captação
imediata e corrente da informação desejada.
A entrevista foi dirigida a 1 técnico dos Serviços Distritais de Planeamento e Infra-
estruturas e 1 técnico do meio ambiente do Conselho Autárquico de Monapo,
respectivamente, onde os entrevistados forneceram informações relacionadas com a sua área
de actividade.
24
3.5.3. Questionário
A opção de utilização de questionário, enquanto instrumento de recolha de dados,
visou colocar a um conjunto de inquiridos, geralmente representativo de uma população, uma
série de perguntas relativas a ocupação desordenada dos espaços urbanos no bairro Topelane
B, município de Monapo. Desse modo foram inquiridos 30 pessoas da comunidade,
moradores do bairro.
Para o tratamento de dados das entrevistas e dos questionários recorreu-se à análise de
conteúdo para “evidenciar os indicadores que permitam inferir sobre uma outra realidade que
não a da mensagem” (Bardin, 2008, p. 48).
CAPÍTULO IV
APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Neste capítulo apresenta-se e, em simultâneo analisa-se e faz-se a interpretação dos
dados obtidos dos inquéritos e entrevistas realizadas no trabalho de campo, de forma
integrada no problema que se apresentou neste trabalho e os seus respectivos objectivos.
Como foi referenciado no capítulo I, o estudo visa analisar as implicações sócio ambientais do
uso e ocupação desordenada dos solos. Para o efeito apresentam-se os resultados referentes à
capacidade de pensamento dos moradores com relação ao uso e ocupação dos solos.
populações. Com isso o aumento de moradias irregulares gerou imensos danos ao equilíbrio
ambiental e a sadia qualidade de vida da população.
A ocupação desordenada do solo urbano é uma formação anormal de habitação,
portanto, remanejar poderia ser uma das soluções para a resolução deste problema, que afecta
vários municípios de Moçambique. Porém, se trata da retirada de milhares de famílias para
outros locais, o que exigiria a implantação de projectos eficientes e bem estruturados.
Para perceber como foi feita a distribuição dos espaços aos moradores para a
construção das suas residências no bairro lançou-se a seguinte questão como ilustra a tabela e
o gráfico abaixo.
Desordenada Ordenada
30 25 5
Como se pode observar no gráfico 1, quando procurou saber aos moradores do bairro
Topelane B, numa amostra constituída por 30 inquiridos, 25 deles correspondente à (83,3%)
afirmaram que a distribuição dos espaço para construção de moradias foram feitas de forma
27
desordenada sem obedecer os critérios estabelecido, factor este que faz com que cada morador
a construi a sua casa sem obedecer o plano de ordenamento territorial do municipio.
Se a população não recebe informação sobre o Planos de Estrutura Urbana (PEU), que
estabelece a organização espacial da totalidade do território do município ou povoação, os
parâmetros e as normas para a sua utilização, tendo em conta a ocupação actual, as infra-
estruturas e os equipamentos sociais existentes e a implantar e a sua integração na estrutura
espacial regional, faz com que os moradores a construir de forma desordenada.
Neste caso, é importante reter que a exclusão dos moradores no processo de gestão
dos solos faz com que os resultados que serão obtidos neste processo nunca serão os
desejados, pois um dos envolvidos neste processo, que são os moradores, não está neste ciclo
de gestão.
Outra questão que procurou-se saber é que se os moradores do bairro tem ou não
conhecimentos sobre o os problemas que podem acontecer no uso e ocupação desordenada.
Os resultados, no gráfico 2, mostra uma tendência diferente da primeira questão, apesar da
maioria não ter conhecimento sobre como a ocupação dos espaços de ocorrer.
Gráfico 2: Moradores com conhecimentos sobre o os problemas que podem acontecer no uso e
ocupação desordenada dos espaços
Dos 30 moradores do bairro Topelane B, 7 que corresponde a 23% afirmam que tem o
conhecimento dos problemas que podem acontecer no uso e ocupação desordenada dos
espaços, enquanto 23 correspondente a 77% afirmam que não tem o conhecimento dos
problemas que podem acontecer no uso e ocupação desordenada dos espaços.
28
A maior parte dos moradores não tem conhecimentos porque não existe um esforço
integrado entre as entidades do bairro (representantes do município) e a população para no
conjunto com os meios disponíveis para uma gestão dos solos. As estruturas duma forma
unilateral fazem o seu trabalho e a população também aparte faz o seu e o resultado disto é
aquilo que se verifica no terreno que é a alteração na qualidade do solo (erosão, compactação
e exposição).
Para a consciencialização da população sobre a importância do uso e ocupação dos
solos existem vários mecanismos para que esta tenha informação de maneira correctas e
eficazes em relação ao uso e sua ocupação.
Figura 2: Habitação precária e erosão dos solos no Bairro Topelane B, município de Monapo
por causa do carácter desordenado das vias ou a inacessibilidade que não permite a
movimentação de veículos de recolha de resíduos sólidos.
conduta elaborado pelo município e que deve ser seguido pelos moradores na gestão do uso e
ocupação dos solos.
Um outro entrevistado destacou que a ocupação desordenada dos espaços urbanos
suas possíveis soluções passam pela formação de uma consciência ambiental, não só entre os
moradores/invasores, mas também entre os diversos sectores públicos e privados da sociedade
nampulense e moçambicana em geral. Esse segmento percebe a importância da melhoria dos
assentamentos para o equilíbrio do ambiente urbano.
Todavia, o custo financeiro para a adopção das medidas necessárias à recuperação e à
requalificação desses assentamentos informais é por demais elevado, face à degradação
ambiental que já se verifica nos locais. A lentidão no processo de reassentamento é outro
factor que preocupa esse segmento, uma vez que deviam ser respeitados os prazos
estabelecidos pela Lei de Reassentamento-Decreto nº 31/2012, de 8 de Agosto. Mas, há,
ainda, outro custo para a recuperação dos assentamentos informais dos bairros: a questão
política, vista pelos entrevistados como talvez, o maior entrave à realização desses projectos.
Ainda, os entrevistados revelaram desacreditar a possibilidade de se encontrar uma
solução de curto e médio prazo capaz de mitigar os problemas ambientais nos assentamentos
informais de ocupação irregular, mas, crêem que soluções de facto existem em longo prazo.
O contexto actual aponta para os órgãos públicos como os agentes que fazem
progredir a ocupação irregular do solo urbano desde meados de volta da década de 1980.
Nesse primeiro momento, a falta de legislação adequada e de políticas públicas voltadas à
regulamentação do uso do solo urbano e preservação do ambiente permitiu que os órgãos
públicos, atendendo à pressão por moradia popular fornecessem lotes de forma irregular,
ignorando os parâmetros da urbanização, permitindo a construção de casas sem respeitar a
ordem urbanística.
Para os moradores, conservar o ambiente é importante, mas, nem todos reconhecem a
importância da preservação do ambiente para presente e as futuras gerações. Quando
questionados de forma mais específica, consideraram que preservar o ambiente significa ter
um espaço vasto para construção das suas casas a custo zero (80%), para quem não tem onde
morar. Compreendem que a ocupação irregular é necessária porque concebem a habitação
como resolução de todos os problemas que eles enfrentam.
A construção de obras de saneamento, rede de esgoto sanitário, pavimentação de ruas,
instalação de infra-estruturas urbanas é tudo o que a comunidade local espera dos órgãos
públicos. Nessa perspectiva, os assentamentos informais é um problema que precisa ser
resolvido, a partir de criação de politicas habitacionais não excludentes e não é a solução
33
destruir definitivamente algumas habitações para abrir vias de acesso e outras infra-estruturas
urbanas na percepção destes.
Em um esforço de análise, podemos considerar que pouco se vislumbra para os
assentamentos informais expandidos no bairro Topelane B uma perspectiva de recuperação ou
requalificação a curto e médio prazo. A perspectiva é de um recrudescer do processo de
ocupação irregular das áreas dos bairros nos próximos anos. Pelos comentários dos diversos
atores, pode-se inferir que há pouco interesse na renovação dos assentamentos informais do
municipio, pouca vontade política, desconhecimento das comunidades sobre as vantagens da
recuperação dessas áreas ambientalmente degradadas, porque para elas implica mudanças
profundas.
Contudo, muito embora pareça atribuir ao poder municipal a responsabilidade por este
estado de degradação ambiental dos assentamentos informais, após a vivência propiciada pela
pesquisa, torna-se razoável compreender que a solução para os problemas ambientais nesses
assentamentos não é fácil; não se circunscreve as vontades ou se limita as questões
financeiras, há muitos responsáveis por toda essa situação.
CAPÍTULO V
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1. Conclusões
O presente estudo buscou analisar a ocupação desordenada vivenciada pelos
moradores do Bairro Topelane B, procurando compreender sua ocupação a partir da expansão
urbana ocorrida no Municipio. A consequência dessa questão é o retorno das famílias às áreas
de risco, percebe-se que além do saneamento precário que contribui para o aumento dos
impactos na área, ocorre também a inexistência de serviços eficientes de esgotamento
sanitário, que prejudica tanto a população quanto a própria natureza.
Vista sob uma perspectiva ambiental, de acordo com a legislação vigente relacionada
à protecção do meio ambiente em Moçambique e ainda as normas e regulamentos de
planeamento e gestão urbana, pode-se chegar à conclusão de que efectivamente a expansão
urbana e a ocupação irregular do solo urbano no bairro Topelane B ocorre de forma não
harmoniosa com a legislação de terras que não monitora, visto que facilita para que as
construções irregulares estejam situadas em áreas de lixões, áreas acentuadas declive sujeitas
à erosão dos solos.
34
Referenciais bibliográficas
Albarelho et al. (1997). Práticas e métodos de investigação em ciências sociais. Lisboa:
Gradiva.