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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia

Análise do Orçamento Participativo no Contexto do Desenvolvimento do


Município da Cidade de Tete período 2012 á 2015

Vânia Bernardino Nhamutote

Tete, Setembro de 2016


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia

Análise do Orçamento Participativo no Contexto do Desenvolvimento do


Município da Cidade de Tete período 2012 á 2015

Vânia Bernardino Nhamutote

Monografia apresentada como exigência parcial para a


obtenção do título académico de Lincenciatura em
Administração Pública á Comissão Julgadora da
Universidade Católica de Moçambique - Faculdade de
Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia sob orientação
de José de Albuquerque.

Tete, Setembro de 2016

2
DECLARAÇÃO
Declaro por minha honra que este trabalho é da minha autoria Vânia Bernardino Nhamutote,
estudante da Universidade Católica de Moçambique Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e
Mineralogia. Resultado de um esforço pessoal, com excepção nas citações, que foram obtidas em
outras fontes. Este trabalho nunca foi submetido a uma outra Universidade.

A Autora

____________________________________

(Vânia Bernardino Nhamutote)

O Supervisor

_______________________________________

(Mestre José de Albuquerque)

I
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu amigo, companheiro e amado esposo, Heitor Sive, por sempre estar
ao meu lado. Obrigado pelo carinho, pela compreensão cumplicidade, e por acreditar em mim,
mostrando que tudo é possível basta perseguir os sonhos.

A minha filha Kaylane Sive, que me inspira.

A minha mãe, Helena Banze, minha mais bela e razão de existir, pelo amor, dedicação,
ensinamentos, e pelo apoio incondicional em todos os momentos da minha vida.

II
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiro, a Deus pela vida, pela sabedoria, por todas as minhas conquistas pessoais e
profissionais, e por ter colocado em meu caminho pessoas tão especiais, que não mediram
esforços em me ajudar durante a realização deste trabalho de lincenciatura. A estas pessoas vai
aqui meus sinceros agradecimentos.

Aos meus pais, Bernardino Nhamutote e Helena Banze, por terem me trazido ao mundo e pelo
amor.

Ao meu esposo Heitor, que não mediu esforços para garantir meus estudos, e por ter
proporcionado a oportunidade de estudar e oferecido todas as condições para que pudesse fazé-lo
com sucesso, pelo incentivo e apoio, pela compreensão dos momentos solitários enquanto eu
estava fazendo trabalhos.

Um agradecimento especial á minha filha Kaylane, e peço perdão pela minha ausência em alguns
momentos de sua vida, que precisaste de carinho, atenção e a mamãe não se encontrava em casa
pra poder dar o amor.

Aos meus irmãos, Emidio, Isaias, Julinho, Papaito, Sofia e Rosa pela força, pelos ensinamentos
em todos os momentos da minha vida.

As minhas cunhadas Dinha, Paulinha, Marta e Manoca, pelos conselhos nas dificuldades que eu
encarava dia-pós-dia nesse percurso, e fizeram entender que o futuro é feito apartir da constante
dedicação.

Agradeço em especial ao meu sogro, António pelo apoio.

A gradeço aos meus cunhados Rene e Milton pela força.

Ao município pelo tempo que perderam respondendo o questionário.

Agradeço em especial a UCM pela oportunidade de fazer o curso.

Aos colegas do curso de Administração Pública, em especial a Farzana, Bendita, Graça, Davide,
Clarisse, Luisa, que compartilharam alegrias, angústias, conhecimentos, idéias, nas infinitas
manhãs e tardes na UCM, Foi uma convivência maravilhosa e enriquecedora.

III
A gradeço a todos os docentes, do curso de Administração Pública, em particular a Deolinda
Inácio, José de Albuquerque, Longo Chuva, Elton Caetano, Alba Mate, Anussa Ali, e Fernando
Colaço pela formação.

Dirijo ainda, um agradecimento especial ao meu supervisor, José de Albuquerque pelo tempo que
disponibilizou, pela paciência e atenção, pelos ensinamentos ao longo do trabalho, pela
simplicidade com que me tratou, vai o meu muito obrigado.

Aos membros da biblioteca da Universidade Católica de Moçambique, obrigado pela cedência do


material necessário para a recolha de dados.

Aos cidadãos respondentes do meu inquerito.

As minhas amigas Sofia, Gina, Inocência, Luisa, pelo apoio, amizade e companherismo em todos
os momentos.

A todos que directa ou indirectamente contribuiram para a realização deste trabalho, o meu muito
obrigado.

IV
EPIGRAFE

“Conhecimento não é aquilo que você sabe, mas o que você faz com aquilo que você sabe”

Aldous Huxley

V
RESUMO
O presente trabalho tem como tema análise do orçamento participativo no contexto do
desenvolvimento do município da Cidade de Tete período de 2012 à 2015, como um mecanismo
para o alcançe do desenvolvimento local. A escolha deste tema justifica-se pelo facto do
orçamento participativo ser o processo que pode levar ao desenvolvimento local, através da
participação da comunidade nos debates que o município tem feito para a definição de
prioridades. O objectivo geral do trabalho é de analisar o orçamento participativo no contexto do
desenvolvimento do município da Cidade de Tete e de forma especifica pretende-se descrever o
processo do orçamento participativo no município da Cidade de Tete; perceber o grau de
cooperação entre a comunidade e o município da Cidade de Tete no processo do orçamento
participativo e por fim compreender o contributo do orçamento participativo no desenvolvimento
do município da Cidade de Tete no período de 2012 à 2015. O problema que se levanta neste
trabalho é de perceber em que medida, estará o orçamento participativo a contribuir para o
aprofundamento da participação em vista ao desenvolvimento do município da Cidade de Tete.
Metodologicamente a pesquisa é do tipo qualitativo e quanto ao objecto é descritivo e a recolha
de dados baseou-se em fontes bibliográficos, entrevista semi-estruturada, questionário e análise
documental. Diante disso concluiu-se que apesar das dificuldades, que ainda devem ser
superados, fica claro que sem os municipes, dificilmente poderá-se alcançar o desenvolvimento
local na Cidade de Tete, assim, como em todo o país e assim sugere-se que deve-se envolver mais
os chefes locais na mobilização da comunidade para a participação na vida do município.
Palavras-chave: Orçamento, Participação, Desenvolvimento, Município.

VI
LISTA DE ABREVIATURAS
AM_________________________________________________________Assembleia Municipal

CM___________________________________________________________Conselho Municipal

CRM_______________________________________Constituição da Republica de Moçambique

DM____________________________________________________________Distrito Municipal

FRELIMO_______________________________________Frente de Libertação de Moçambique

MDM_______________________________________Movimento Democrático de Moçambique

MT____________________________________________________Município da Cidade de Tete

OP________________________________________________________Orçamento Participativo

PNUD_____________________________Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PCM______________________________________________Presidente do Conselho Municipal

VII
LISTA DE TABELAS
Tabela______________________________________________________________________pág

Tabela 1: referente ao género_____________________________________________________31

Tabela 2: Tabela referente a faixa etária dos participantes do estudo______________________32

VIII
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1 Breve introdução


O presente capítulo preconiza logo a prior, uma breve contextualização do tema que termina com
a sua enunciação, de seguida a sua delimitação temporal e espacial, a justificativa (a pertinência
cientifica teórica e prática), a problematização, os objectivos (geral e específicos) subjacentes a
ele e por fim teremos as perguntas de pesquisa e a estrutura da monográfia.

1.2.Contextualização

Actualmente, a maioria dos países de regimes democráticos, como é o caso de Moçambique vêm
buscando mecanismos de incentivo à participação dos cidadãos na tomada de medidas para
solução das necessidades locais através da descentralização, (Dias, 2015 & Nguenha, 2009). No
entanto, a descentralização democrática ou devolução aos municípios, cede a autoridade de
decisão e influência as instituições eleitas democraticamente garantindo de forma mais directa o
acesso do cidadão ao processo decisório local, através de mecanismos de participação, dentre eles
o orçamento participativo que doravante passaremos a designar por (OP).

Importa clarificar que este processo é visto como uma gestão partilhada, isto é, a gestão dos
municípios passa a ser partilhada entre a comunidade e os gestores públicos, entretanto a
planificação do desenvolvimento dos municípios, a definição das prioridades e as necessidades
que a comunidade tem, passa a ser definida em processo participativo, isto é, a comunidade
acompanha o financiamento, fiscaliza a execução das actividades municipais.

Ė importante mencionar ainda que ao falar do orçamento participativo deve-se ter em conta três
fases do processo de municipalização, pois na primeira fase que deu-se apartir de (1997 à 2002),
nessa fase era prematuro falar-se em processos de orçamentação participativa na gestão
autárquica, sendo que, era uma fase de aprendizagem, o processo de tomada de decisão e de
participação na elaboração dos programas e planos anuais abrangia somente os órgãos
autárquicos, pois, um dos municípios a implementar o OP na fase de aprendizagem foi o
município de Dondo. Já a segunda fase que deu-se apartir de (2003 à 2008) esta fase foi
caracterizada pelos resultados satisfatórios que o município de Dondo obteve, e os outros
sentiram-se encorajados a implementar, a terceira fase deu-se apartir de (2009 à 2013) esta fase
1
foi caracterizada pela implementação do OP nos municípios de Vilanculo, Monapo, Chimoio,
Nacala e Gurué que foram influênciados pela experiência do município de Dondo, (Nguenha,
2009).

Importa ressaltar que é da extrema importância privilegiar o envolvimento dos cidadãos na


governação local, visto que o cidadão conhece melhor as suas necessidades. Diante disso, a
participação dos munícipes na vida política, confere-lhes responsabilidades de contribuir para o
desenvolvimento local.

Ė nesse contexto de uma triplice relação entre participaçao, planificação e desenvolvimento


municipal que se pretende reflectir em prol do seguinte tema: Análise do Orçamento
Participativo no Contexto do Desenvolvimento do Município da Cidade de Tete no Período
de 2012 à 2015.

1.3 Problematização

Orçamento Participativo (OP) é um dos processos que garante a forma mais directa de acesso da
comunidade ao processo decisório local, é neste âmbito que um dos principais objectivos é
aproximação do cidadão na tomada de decisões e na definição de prioridades, (Nguenha, 2009). Ė
nessa óptica que OP deve ser visto como uma nova forma de governação baseada, não apenas, na
participação directa dos cidadãos, em amplos processos de consulta ou decisão partilhada, mas,
particularmente, na definição de prioridades de investimentos do orçamento participativo
municipal.

Ao nível das autarquias o OP é usado para modificar as estruturas sociais, conforme as


necessidades da comunidade, constituindo assim a base de desenvolvimento local, e uma
metodologia que estimula a participação da comunidade na discussão, e implementação de
programas do desenvolvimento local.

Um dos incovenientes que se verifica é que a governação participativa municipal apresenta


défices na comunição com os munícipes, entretanto, é pouco profundo para uma governação local
que se pretende, isto é, uma governação em que a comunidade seja capaz de exigir o não
cumprimento e fiscalizar o cumprimento do orçamento participativo, e dessa forma promover o
desenvolvimento local. Assim sendo, é importante que o cidadão perceba o quanto a participação

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na discussão das necessidades da comunidade, contribui para aprofundar o exercício da
democrácia através do diálogo que o município estabelece com os cidadãos.

Um dos grandes problemas que se verifica ao nível do município da Cidade de Tete é a fraca
participação aliada a uma fraca prestação de contas aos cidadãos, contrariando assim, a lógica do
orçamento participativo que é da promoção da justiça social e desenvolvimento local. Diante
deste posicionamento questiona-se o seguinte: Estará o orçamento participativo a contribuir
para o aprofundamento da participação em vista ao desenvolvimento do município da
Cidade de Tete?

1.4 Objectivos do estudo

O trabalho será norteado por um (1) objectivo geral, três (3) objectivos específicos e três (3)
questões de investigação subjacentes aos objectivos específicos.

1.4.1 Objectivo geral

 Analisar o Orçamento Participativo no Contexto do Desenvolvimento do Município da


Cidade de Tete no período de 2012 à 2015.

1.4.2 Objectivos especificos

 Descrever o processo de orçamento participativo no município da Cidade de Tete;


 Perceber o grau de cooperação entre a comunidade e o município da Cidade de Tete no
processo do orçamento participativo;
 Compreender o contributo do orçamento participativo no desenvolvimento do município
da Cidade de Tete;

1.5 Perguntas de investigação

 Como decorre o processo do orçamento participativo no município da Cidade de Tete?


 Como é feita a cooperação entre acomunidade e o município da Cidade de Tete no
processo do orçamento participativo?
 Até que ponto o orçamento participativo contribui para o desenvolvimento do município
da Cidade de Tete?

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1.6 Justificativa e Relevância da Pesquisa

1.6.1 Justificativa
O desejo em desenvolver este tema, nasce de algumas curiosidades obtidas nas aulas de
Administração Autárquica, que abordam assuntos tais como a descentralização administrativa,
gestão participativa. Deve-se ainda ao facto do orçamento participativo ser o processo que pode
levar ao desenvolvimento local, através da participação da comunidade nos debates que o
município tem feito para a definição de prioridades, entretanto, importa ressaltar que, ao se
implementarem essas prioridades melhora-se a qualidade de vida da comunidade.

1.6.2 Relevância da Pesquisa

1.6.2.1 Relevância acadêmica

No âmbito acadêmico o estudo poderá contribuir para os estudantes do curso de Administração


Pública e não só, tendo em conta que depois da formação alguns poderão trabalhar directamente
com os cidadãos, e com o próprio orçamento participativo, é importante que saibam gerir os bens
do municìpio, olhando sempre para o bem estar do cidadão, prestando contas e criando
mecanismo para que a participação da comunidade na gestão orçamentária seja sempre activa.

1.6.2.2 Relevância Social

Ao nível social pretende-se que o presente estudo traga a forte participação dos cidadãos na
tomada de decisões, visando o fortalecimento da democrácia participativa, empoderamento a
comunidade no processo de orçamento participativo, para que sejam capazes de fiscalizar o
cumprimento do orçamento participativo e exigir o não cumprimento.

1.6.2.3 Relevância Pessoal

Em termos pessoais o tema é importante, porque ao conseguir com que a comunidade conheça a
sua capacidade de influênciar as decisões, espondo as suas necessidades, estaremos a motivar a
comunidade a participar nos processos do orçamento participativo.

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1.6.2. Relevância Teorica
A nível teórico é pertinente fazer uma investigação sobre este tema, pois, poderá trazer possíveis
benefícios para o orgão autárquico, para o município bem como para os cidadãos.

1.7 Delimitação temporal e espacial do estudo

A delimitação temporal do estudo compreende o período de 2012 à 2015 a escolha deste período
deve-se ao término da terceira fase da evolução dos processos participativos na gestão municipal,
no entanto será feita análise dos seus efeitos até 2015, na vertente do orçamento participativo no
contexto do desenvolvimento municipal. E a escolha do Município da Cidade de Tete deve-se ao
facto de ser um município em desenvolvimento e também devido a sua localização, e pela
facilidade de deslocamento que facilitou a realização do estudo.

1.8 Estrutura do trabalho

O trabalho está estruturado por capítulos. O primeiro capítulo é composto pela presente
introdução, que retrata sobre a breve contextualização, a problematização, a delimitação e
justificativa do tema, os objectivos, as perguntas de pesquisa cujas respostas se encontram ao
longo do trabalho (os desafios encontrados ao longo da pesquisa e tratamento de dados) as
limitações do trabalho e a estrutura do trabalho. O segundo capítulo é composto pela revisão da
literatura, na qual se faz analise dos conceitos básicos, a relação dos conceitos básicos, a revisão
da literatura focalizada e empírica. O terceiro capítulo retrata sobre a metodologia de investigação
que compõe o tipo de pesquisa, as fontes de informação, a apresentação dos participantes do
estudo, a caracterização do local da pesquisa e as técnicas utilizadas na recolha de dados e na
análise dos resultados. O quarto capítulo está composto pela à apresentação, análise e
interpretação de dados recolhidos, à discussão dos resultados e posicionamento do pesquisador. O
quinto capítulo corresponde às conclusões e recomendações.

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CAPÍTULO II: MARCO TEÓRICO

2.1 Breve Introdução


Neste capítulo referente ao marco teórico, numa primeira fase tratou-se da revisão do marco
teórico, onde apresentaremos abordagens relativas á, descentralização, autarquias locais,
municipio, poder local, orçamento participativo, desenvolvimento local, orçamento participativo
no desenvolvimento local, bem como a importância do orçamento participativo. Em seguida
iremos abordar a literatura empírica e focalizada, onde a primeira retrata de estudos realizados
fora do país e a segunda dentro do país.

2.2 Conceitos básicos

2.2.1 Descentralização

Araújo (2005, citado em Passos, 2005) define descentralização como sendo pessoas jurídicas
distintas, sem vínculo de subordinação de uma perante a outra.

Na visão de Apase (2004, citado em Passos, 2005), descentralização consiste na transferência de


poder, do governo central para o governo local, este último se responsabilizará pela gestão de
politicas públicas locais.

Contudo, conclui-se que a descentralização é a transferência de poder decisório para os orgãos


locais da administração, entretanto, os orgãos locais tem autonomia para formular politicas locais,
estabelecendo as suas prioridades.

2.3 Poder Local


Antes de se definir o conceito de poder local, vai-se primeiro procurar entender o que é local.
2.3.1 Local
Segundo Zavale (2011, p.28), local “associa-se á ideia do lugar geográfico do mundo, a um
espaço mais pequeno do que adimensão global, nacional, regional, onde contracenam diversas
relações sócioculturais, politicas, económicas”.

Pena (2016) define o local como sendo um sitio em que uma determinada pessoa possui certa
familiaridade ou intimidade, como uma rua, uma praça ou a própria casa.

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Depois de ter discutido os conceitos acima referenciados pode se concluir que, local torna-se uma
realidade, a partir da convivência, familiaridade com o mesmo, visto que as actividades sociais
realizam-se no local onde estão inseridas.

2.3.2 Poder Local

Para Zavale (2011), o poder local deve ser definido como o poder atribuido, exercido nos termos
da lei, ao nível das comunidades locais, através de orgãos descentralizados, de instituições
organizadas tradicionalmente.

Por outro lado Zavale (2011, p.35), define poder local como sendo “a necessidade que as
populações de um determinado território, têm de auto-administrarem e gerirem, autonomamente,
os interesses próprios e comuns”. De acordo com o artigo 272, número 1 da CRM (2004), o poder
local compreende a existência de autarquias locais.

Depois de ter discutido os conceitos acima referenciados conclui-se que o poder local é o poder
que os chefes locais tem exercido, de tomar decisões para o bem da comunidade ou para o bem
comum. Ė nesse contexto que iremos abordar em seguida o conceito de autarquias locais.

2.3.3 Autarquias Locais

De acordo com o artigo 1, número 2, da lei nᵒ 2/97 autarquias locais “são pessoas colectivas
públicas dotadas de orgãos representativos próprios que visam a prossecução dos interesses das
populações respectivas sem prejuizo dos interesses nacionais e da participação do Estado”.

Na vertente de Louro (2014, p.1), autarquias locais “são instituições públicas onde existe uma
grande interação entre o Estado e o cidadão, nesse sentido, as instituições autárquicas devem
empenhar-se na qualidade de prestação dos serviços públicos, através da procura de uma melhoria
contínua na prestação de serviços”.

Por um lado Nunes (2012, p.1), afirma que autarquias locais “é em particular, a transferência de
competências do poder central, para o poder local, considerando as autarquias como as entidades
politicamente credíveis e localmente sustentadas na implementação das actividades”.

Depois de ter se discutido vários conceitos de autores acima supracitados pode-se concluir que
autarquias locais são pessoas colectivas públicas, que tem em vista a satisfação das necessidades
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colectivas ao nível local. Importa clarificar que, para o nosso contexto devido ao objecto de
estudo iremos tratar apenas da figura do município.

2.3.4 Município

Na óptica de Moreno (2013, p.20), município é definido como “pessoas, entidades territoriais
colectivas, como órgão representativo (deliberativo e executivo) emanado das suas respectivas
populações, dotado de autonomia administrativa, financeira, patrimonial, normativa e
organizativa, e que define os interesses das suas populações”

Segundo Pinto (2003, citado em, Pina, Lima e Silva 2008), município é a menor unidade
territorial, com governo próprio, formado pelo distrito-sede, onde acha-se localizada a cidade, que
é a sede municipal e que leva o mesmo nome do município e o território ao seu redor que é a zona
rural.

Diante disso, conclui-se que, município compreende uma cidade, que é a sua sede, e inclui suas
vizinhanças rurais, isto é, área rural ou seja compreende as cidades e vilas.

2.3.5 Conceito da Comunidade

Lemos (2009, p.3) define comunidade como sendo “unidades sociais que variam de aldeias,
conjuntos habitacionais e vizinhanças até grupos étnicos, nações e organizações internacionais”.

Sustenta Bottomore (1996, p.115), que a comunidade “geralmente indica um grupo de pessoas
dentro de uma área geográfica limitada, que interagem dentro de instituições comuns e que
possuem um senso comum de dependência e integração”.

Contudo, a comunidade é um agrupamento de pessoas que partilham elementos em comum, como


o idioma, os costumes, os valores, hábitos diferenciando-se assim uma comunidade da outra,
tendo em conta que cada uma tem seus hábitos e costumes.

2.4 Orçamento Participativo

Para melhor compreenção do orçamento participativo, primeiro definiu-se o orçamento,


Participação, o orçamento participativo, nível e forma de participação no contexto do

8
desenvolvimento local, Factores-chave do orçamento participativo no contexto do
desenvolvimento local.

2.4.1 Orçamento

Angélico (1995, p.19, citado em Vieira, 2011, p.5), define o orçamento “como um plenejamento
de aplicação de recursos esperados, em programas de custeios, inversões e tranferência durante
um período financeiro”.

Portanto Figueiredo e Caggiano (2004), definem o orçamento como sendo um norteador


direcional que deve ser seguido pelos gestores, em busca do alcançe dos objectivos
organizacionais ou municipais.

Diante disso percebe-se que o orçamento é um instrumento que os gestores usam para melhor
cumprir com os projectos dos munícipes, importa ressaltar que é através do orçamento disponível,
que verifica-se as necessidades mais urgentes para que possam ser os primeiros a serem
executados.

2.4.2 Participação

Na concepção de Grosselli e Mezzaroba (2011), a participação é vista como forma, acções


colectivas ou individuais, de apoio ou de pressão, que são direcionadas a seleccionar governos e a
influênciar as decisões tomadas por eles.

Por um lado Lousão (2009), diz que participação é uma forma de distinguir as dificuldades que
afligem os cidadãos, isto é, uma forma de identificação de problemas e formulação de propostas.

No entanto Jacobi (1990), salienta que a participação deve ser entendida como um processo
continuado de democratização da vida municipal, que visa, promover iniciativas a partir de
programas e campanhas especiais visando o desenvolvimento de objectivos de interesse colectivo.

Dentro destes conceitos conclui-se que participação é fazer parte nos processos politicos, isto é,
influênciar nas decisões que reflitam os interesses colectivos, no entanto, para que os cidadãos
possam influênciar as decisões devem participar de forma activa.

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2.4.3 Orçamento Participativo

De acordo com Carvalho (2008), o orçamento participativo (OP) é uma das práticas da gestão
democrática das cidades, os quais se dão através da participação da população nos processos de
elaboração e execucão orçamentária dos projectos da comunidade.

Por um lado Azevedo (1994, p.44), define o OP como sendo “um mecanismo governamental da
democrácia participativa que permite aos cidadãos influênciar ou decidir sobre o orçamento
público, geralmente o orçamento de investimentos municipais, através de processos da
participação da comunidade”.

Depois de discutir os vários conceitos conclui-se que, o orçamento participativo é o processo de


participação dos cidadãos na tomada de decisão sobre tudo nos investimentos públicos
municipais, e na definição de prioridades sendo que o cidadão conhece melhor as suas
necessidades, sendo assim, o mesmo para além de participar na definição de prioridades poderá
exigir o não cumprimento do orçamento, visto que, o orçamento participativo introduz a cultura
de prestação de contas e reduz as suspeitas em relação aos governantes.

2.4.4 Nível e forma de participação no contexto do desenvolvimento local

De acordo com o Decreto n.ᵒ 51/2004 de 1 de Dezembro o município da Cidade de Tete pertence
oas municípios de nível “C”, que dividem-se em postos administrativos e estes em bairros
municipais. Na óptica de Nguenha (2009), quanto a forma de participação o município deve-se
dividir em regiões de planificação, juntando bairros com características semelhantes, mas
respeitando os níveis de organização territorial imediatamente superiores, localidades, postos
administrativos e distritos municipais, ao nível de participação mais inferior, seja o bairro ou
conjunto de bairros ou mesmo grupos de interesse, os cidadãos devem ter a possibilidade de
participar directamente no processo.

Conclui-se que, a participação, é um meio mais viável para que se conheça as necessidades que a
comunidade tem, e é através da participação nos processos, que pode-se dar prioridades para a
resolução das necessidades, nesse sentido se apopulação não tem fonte de água, energia ou estrada
é através da participação nos processos que a mesma comunidade poderá decidir o que deverá ser
resolvido primeiro.

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2.4.5 Factores-chave do orçamento participativo no contexto do desenvolvimento local

Nesse contexto Macuácua, Malaire e Santos (2014), mostram factores que podem ser relevantes
para o sucesso da orçamentação participativa que retiraram apartir de experiência, factores como:

 Vontade Política: a orçamentação participativa depende do comprometimento de actores


relevantes no processo, tais como as lideranças municipais desde o Presidente do
Conselho Municipal, Vereadores, Membros da Assembleia Municipal, Equipas Sectoriais,
incluindo organizações comunitárias, parceiros locais, pois garantem a aprovação das
normas, regulamentos, instrumentos orientadores e o cumprimento de planos do processo.
 Participação Activa dos Cidadãos: tornar real e produtivo o envolvimento das
comunidades locais, nos seus diversos segmentos sociais, exemplo: jovens, mulheres.
comerciantes, informais, no processo de tomada de decisões sobre as suas necessidades.
 Capacidade Técnica e Humana: assegurar que o quadro técnico municipal e as
comunidades tenham o domínio dos aspectos essênciais sobre o processo.
 Ampla divulgação da informação : assegurar que tanto os técnicos municipais como os
munícipes tenham o conhecimento suficiente do processo da orçamentação participativa e
suas regras, incluindo a informação sobre as datas, locais de reuniões, montantes, fontes
de financiamento.
 Definição e partilha antecipada das regras do processo: a orçamentação participativa
depende significativamente da clareza dos aspectos determinantes, como o orçamento de
investimento disponível, as fases do processo, períodos de execução dos projectos.
 Capacidade de mobilização de receitas próprias : a efectiva implementação dos projectos
seleccionados e aprovados pelas comunidades depende dos recursos financeiros próprios
do governo municipal. Neste sentido, exige-se que o município defina com maior precisão
possível as fontes de receitas e melhor a sua capacidade de mobilização de receitas
próprias.

Diante disso conclui-se que todos os factores são indispensáveis no processo do orçamento
participativo, entretanto, como um dos principais actores para a promoção do desenvolvimento
local temos o presidente do conselho municipal, que poderá criar mecanismos para que haja
transparência nos processos, mobilizar mais os munícipes para participarem nos processos de

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forma activa, visto que, o que se pretende com esses processos é a definição de prioridades, a
satisfação das necessidades dos munícipes, melhorando dessa forma aqualidade de vida dos
mesmos.

2.4.6 Objectivo do orçamento participativo no contexto do desenvolvimento local

No entanto Dias (2014, p.24), afirma que o objectivo principal do OP “é criar um espaço de
convivência democrática pautado pelo debate político e pela tomada de decisões sobre a alocação
de recursos públicos em prol do desenvolvimento municipal”. Para o alcançe dos objectivos do
OP deve-se preconizar o seguinte, (Dias, 2014):

 Estimular, a participação dos munícipes na vida política da cidade e na identificação e


resolução dos problemas locais auscultando as suas preocupações e prioridades a partir
dos bairros;
 Permitir que os munícipes decidam, juntamente com o Conselho Municipal, sobre os
investimentos identificados através do processo participativo;
 Coordenar com as organizações de base a mobilização dos munícipes na participação nos
processos de orçamento participativo;
 Consolidar uma nova lógica de distribuição de recursos públicos, com prioridade para os
bairros mais carentes, e fortalecer a solidariedade e a cooperação entre os vários grupos
sociais participantes.

2.4.7 Importância do orçamento participativo no contexto do desenvolvimento local

Entretanto Macuácua, Malaire e Santos (2014), mostram a importância do OP da seguinte forma:

O orçamento participativo é importante porque aumenta a transparência na administração pública e


o controle social sobre os gastos públicos e a gestão da cidade, o OP incentiva os processos de
modernização administrativa e alimenta o processo de planeamento estratégico do município. A
adopção do orçamento participativo como instrumento de planeamento e gestão ajuda a criar uma
cultura democrática na estrutura administrativa, ao mesmo tempo em que contribui no
desenvolvimento do aprendizado colectivo e a formação do cidadão sobre problemas que
envolvem a cidade e sobre formas associativas de influênciar na construção de políticas públicas
(p. 9).

Diante disso conclui-se que o orçamento participativo é importante porque aumenta a


transparência na tomada de decisões, isto é, as necessidades dos munícipes são decididos pelos
mesmos, definindo dessa forma as suas prioridades tendo o conhecimento do orçamento

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disponível para a execução dos projectos prioritários, entretanto, é importante salientar que
durante a implementação, os munícipes fiscalizam os projectos por eles escolhidos.

2.4.8 Vantagens do orçamento participativo no contexto do desenvolvimento local

Macuácua, Malaire e Santos (2014, p. 16) trazem as vantagens do OP, da seguinte forma “no
processo da orçamentação participativa, o governo municipal, os cidadãos e as diferentes
organizações locais (comunitárias, sector privado e sociedade civil) têm motivações diferentes
para apoiar ou opor-se ao processo”. No entanto, este processo de participação directa dos
cidadãos no orçamento participativo traz um conjunto de vantagens para os municípios, munícipe,
ao Presidente do Conselho Municipal, aos vereadores, bem como para a Assembleia Municipal,
(Macuácua, Malaire & Santos 2014):

 Ao Município: promove uma maior transparência na alocação e na distribuição de


recursos públicos pelos bairros, sectores, áreas municipais, aumenta a confiança e
legitimidade da actuação do conselho municipal, assegura uma maior participação nas
decisões tomadas em prol do desenvolvimento local, permite o reconhecimento e
valorização das organizações comunitárias de base no processo de governação local;
 Ao Munícipe: aprofunda a sua participação na identificação e solução dos problemas da
sua comunidade, possibilita o seu envolvimento mais activo e determinante nas decisões
sobre os investimentos públicos prioritários;
 Ao Presidente do Conselho Municipal: assegura maior confiança e aproximação com o
seu eleitorado, torna mais credíveis as suas medidas e acções com vista ao
desenvolvimento municipal, torna as sessões de auscultações públicas nos bairros um
mecanismo credível para a governação municipal.
 Aos Vereadores, Técnicos: aumenta a transparência das suas decisões e melhora o alcance
dos propósitos da tomada de tais decisões, possibilita o desenvolvimento da capacidade
técnica sobre os processos de gestão municipal participativa, garante a coordenação e
complementaridade das medidas sectoriais na resposta às preocupações dos munícipes;
 À Assembleia Municipal: facilita o processo de deliberação sobre as medidas inerentes
aos investimentos públicos municipais, complementa o exercício da monitoria, supervisão
sobre a governação municipal, facilita a sua interação com os munícipes.

13
2.4.9 Orçamento participativo como estrutura de participação dos cidadãos

De acordo com Macuácua, Malaire e Santos (2014), o orçamento Participativo constitui uma
estrutura de participação dos cidadãos com base em mecanismos e critérios abrangentes
localmente, tais como:

 Participação directa dos cidadãos locais, nas suas diversas formas de organização;
 Definição de prioridades do investimento público, respeitando as reais necessidades dos
munícipes;
 Um debate aberto sobre o orçamento disponível para o financiamento do investimento
público acordado;
 Ser um processo continuado e repetido ao longo dos anos, para sua consolidação e
apropriação pelos intervenientes;
 Garantir publicamente a prestação de contas, para o conhecimento dos munícipes sobre os
resultados do processo.

Diante disso conclui-se que, os cidadãos devem participar na discussão das necessidades, bem
como na definição das prioridades, entretanto nesses debates, os munícipes teram o conhecimento
do orçamento disponível e que será usado para a execução dos projectos escolhidos pelos
mesmos, importa clarificar que, os cidadãos devem participar na fiscalização dos projectos por
eles escolhidos, pois, isto fará com que haja transparência nos processos, entretanto so
participando que os munícipes possam ter capacidades de exigir o não cumprimento do orçamento
participativo.

2.4.9.1 Príncipios que devem vigorar nos processos do orçamento participativo a nível dos
Municípios

Segundo Dias (2014), existem seis princípios que devem vigorar nos processos de OP a nível dos
Municípios:

 O município deve definir anualmente, e antes de iniciar a auscultação dos munícipes, o


montante do orçamento municipal a atribuir ao OP;
 Os projectos do OP a financiar integralmente com esse montante serão propostos e
priorizados pelos munícipes ao nível dos bairros;

14
 As reuniões de auscultação e priorização a realizar nas comunidades devem ser abertas a
todos as pessoas interessadas, cabendo ao município assegurar uma ampla divulgação;
 O OP é uma prática continuada, desenvolvida anualmente;
 O processo deverá assegurar o envolvimento dos munícipes no acompanhamento da
execução dos projectos, através de uma estratégia de monitorização participativa;
 O município respeitará a decisão dos participantes, cabimentará os projectos vencedores
do OP na sua proposta de orçamento e assegurará a execução dos mesmos.

Dias (2014, p.22) afirma que com esta abordagem metodológica “pretende-se assegurar os
princípios anteriormente referenciados, afirmando que estes processos se encontram ainda numa
fase de experimentação, pelo que apresentam fragilidades”. Segundo o autor acima supracitado,
temos como exemplo de fragilidades a falta de organização das equipas técnicas, atrasos na
execução dos investimentos e défices de comunicação pública. Entretanto apesar das debilidades
acima referidas Dias (2014), refere que o orçamento participativo representa um avanço
assinalável, a pelo menos três níveis:

 Permitem fazer chegar mais investimento público aos bairros mais carenciados,
viabilizando serviços e infraestruturas básicas;
 Descentralizam o poder de decisão sobre os investimentos públicos para os munícipes em
espaços abertos a todos os interessados, sendo, no entanto, necessário assegurar uma
ampla divulgação;
 Reforçam o diálogo entre o município e as suas populações, contribuindo para o
desenvolvimento de uma administração pública mais aberta, transparente e
responsabilizável, e para uma cidadania mais activa, exigente e vigilante.

2.5 Desenvolvimento Local

Para melhor compreenção do desenvolvimento local, poderá-se definir primeiro o


desenvolvimento, desenvolvimento local, o orçamento participativo no desenvolvimento local,
controle social no contexto do desenvolvimento local e por fim o processo do orçamento
participativo no contexto do desenvolvimento local.

15
2.5.1 Desenvolvimento

De acordo com Sul (1991, citado em Valá, 2009, p. 269), “desenvolvimento é um processo que
torna possível aos cidadãos realizarem o seu potencial, ganharem auto-confiança e viverem as
suas vidas com dignidade e para realização de si mesmos”.

De acordo com a PNUD (s/a citado em Viega, 2008), desenvolvimento é a liberdade que as
pessoas têm de escolher o tipo de vida para viver, com a provisão dos instrumentos e
oportunidades necessárias para fazerem suas escolhas.

Valá (2009) traz uma nova abordagem do conceito do desenvolvimento para Moçambique
traduzido da seguinte forma:

Desenvolvimento significa que as pessoas possam primeiro fugir da “armadilha da pobreza”,


possam ter mais e melhor alimentação, vivam em casas condignas, com acesso a água, a educação,
a saúde e protecção social, tenham energia para “iluminar seus sonhos” e possam comunicar com
familiares e amigos vivendo perto ou em locais distantes, possam ter acesso aos serviços de
transporte, viver num ambiente seguro, participem activamente nos processos de tomada de
decisão em assuntos que os digam respeito, exercitam e valorizam a cultura, tenham oportunidades
para lazer, “as portas da justiça estão sempre abertas” e as comunidades e pessoas do território
podem lutar sempre para melhorar a sua vida e orientar os processos de desenvolvimento na
direcção considerada como mais apropriada pela colectividade (p.36).

Conclui-se, o desenvolvimento é mudança, isto é, com o desenvolvimento melhora a qualidade de


vida dos cidadãos, através da satisfação das necessidades básicas da sociedade tais como:
alimento, roupas, habitação, emprego, água, transporte, saúde, educação, segurança.

2.5.2 Desenvolvimento Local

De acordo com Delnet (2002, citado em Valá, 2009), o conceito de desenvolvimento local, apoia-
se na ideia de que nas localidades, dispõem de um conjunto de recursos económicos, humanos,
ambientais e culturais que constituem o seu potencial de desenvolvimento, nesta perspectiva, o
grande desafio é colocado as comunidades locais é de serem capazes de mobilizar as
pontencialidades existentes no seu território, afavor do desenvolvimento.

Na óptica de Brose (1999, citado em Valá, 2009), o desenvolvimento local é um processo de


mobilização de forças sociais, recursos e potencialidades locais, para a implementação de
mudanças que elevam as oportunidades sociais e condições de vida no plano local, tendo como
base a participação das comunidades no processo decisório.

16
Diante disso conclui-se que, o desenvolvimento local é o resultado de um plano orçamentário bem
feito e discutido pelos munícipes, isto é, esse plano reflete as necessidades dos cidadãos, neste
caso haverá uma transformação com a execucão dos projectos prioritários e que possa levar a
melhor qualidade de vida dos munícipes.

2.5.3 Orçamento Participativo no Desenvolvimento Local

Para Nylen (2014), o orçamento Participativo no desenvolvimento local tem sido uma atracção
para os municípios, isto é, tem sido o entendimento de que um orçamento participativo bem
concebido permite aos cidadãos participarem em decisões de despesa pública nos seus bairros e
cidades e ao fazê-lo, encoraja-os a estarem próximos dos seus dirigentes e a tornarem-se parte da
esfera pública ao nível local.

Bandeira (1999, citado em Almeida e Dantes, 2009) salienta que como consequência da falta de
envolvimento da comunidade, muitos programas e projectos governamentais concebidos e
implantados não sobrevivem às administrações responsáveis pelo seu lançamento e acabam por
ser substituídos por outros. Diante disso Bordenave (1994), acrescenta ainda que a luta pela
participação social envolve processos participatórios, isto é, actividades organizadas dos grupos
com o objectivo de expressar necessidades, defender interesses comuns, alcançar determinados
objectivos económicos, sociais, políticos, e influênciar directamente nos poderes públicos.

Nesse contexto conclui-se que sendo os munícipes conhecedores das necessidades que tem
enfrentado, a melhor forma da solução dos mesmos é discutir essas necessidades com os
munícipes, pois, é participando nos debates que possam dar aconhecer ao orgão autarquico as
necessidades, e juntos possam resolver, e dar as prioridades, importa ressaltar que apartir do
momento em que as necessidades urgentes da comunidade são resolvidos, melhora a qualidade de
vida dos munícipes.

2.5.4 Controle Social no contexto do desenvolvimento local

De acordo com Santos (2014), o controle social relaciona-se com a participação do cidadão na
gestão pública com a intervenção na tomada de decisão, e também a orientação na administração
de medidas que possam atender os interesses dos munícipes, e ao mesmo tempo exercer controle

17
sobre a acção do município, determinando que o gestor público possa prestar contas na sua
actuação.

Segundo Santos ( 2014), a participação da sociedade é assegurada pela constituição, em que os


cidadãos não só participam na formulação das políticas públicas, como também fiscalizar de
forma constante aplicação dos recursos públicos. Com isto, o cidadão tem também a missão de
acompanhar, como está sendo exercido aplicação de recursos públicos por meio de avaliação e
supervisão a tomada das decisões, entretanto, é fundamental a participação de cada cidadão em
assumir essa participação na gestão pública e exercer o controle social do gasto, dinheiro público
devido ao número maior de municípios existentes, os munícipes é um dos fiscalizadores eficazes
de controle dos recursos públicos.

2.6 Processo do orçamento participativo no contexto do desenvolvimento local

O orçamento participativo para que possa levar ao desenvolvimento local e mobilizar maior
número de participantes, assegurando a prestação de contas deve obedecer o processo abaixo
mencionado. Segundo Dias (2015, p.27), “as fases do processo do orçamento participativo são
Preparação do processo, Divulgação e Mobilização Pública, Definição dos Projectos Prioritários;
Análise e Validação dos Projectos, Aprovação do Plano e Orçamento, Execução dos Projectos,
Entrega dos Projectos a Comunidade e Avaliação Global do Processo”.

2.6.1 Primeira Fase: Preparação do Processo

De acordo co Dias (2015), esta fase inicial faz-se uma revisão da metodologia, isto é, uma análise
dos resultados obtidos no OP anterior e proceder os ajustes necessários, definição orçamental e
territórial, definição do valor orçamental a atribuir ao OP e os bairros a serem contemplados.

2.6.2 Segunda Fase: Divulgação e Mobilização Pública

Esta fase consiste em, assegurar a realização de acções de informação sobre o OP dirigidas a
diferentes grupos tais como: distritos municipais, associações, organizações da sociedade civil,
rádios comunitárias, universidades, internet, de salientar que, nesta fase de divulgação e
mobilização pública, os chefes locais tem o papel de fazer chegar a informação a comunidade,
relacionada com adata, hora, local em que a reunião irá decorrer, de forma a ampliar acapacidade
de mobilização dos munícipes para a participação nas reuniões dos bairros, (Dias, 2015).

18
2.6.3 Terceira Fase: Definição de Projectos Prioritários

Segundo Dias (2015), esta fase, é definida as sessões de auscultação dos munícipes, os bairros a
serem contemplados pelo OP são destinados a definir os projectos concretos a serem
encaminhados para a análise técnica dos serviços municipais, pois, as sessões públicas nos bairros
tem como objectivo a auscultação da população dos bairros municipais de modo a conhecer as
suas necessidades e eleger o projecto prioritário do bairro. No entanto os referidos projectos que
resultam do debate entre os participantes, as reuniões do bairro deverão constar numa acta a ser
publicamente divulgada ao nível dos bairros abrangidos e nos respectivos distritos municipais, é
importante salientar que estas reuniões serão acompanhadas por uma equipa do conselho
municipal, que doravante passaremos a designar por CM, coordenação global do OP, chefes
locais e moderadores.

2.6.4 Quarta Fase: Análise e Validação de Projectos

Importa referir que, na análise técnica debruça-se sobre os projectos prioritários definidos ao nível
de cada bairro, seguindo rigorosamente a hierarquização feita pelos munícipes, dentro do
montante máximo a atribuir a cada bairro, a equipa de análise técnica deverá começar pelo
primeiro projecto prioritário de cada bairro, a eventual análise do segundo ou restantes projectos
prioritários só poderá ter lugar no caso do primeiro projecto não reunir as condições de
elegibilidade definidas no regulamento devidamente justificadas, ou no caso da verba atribuída a
cada bairro permitir financiar mais do que um projecto, entretanto, este trabalho é da
responsabilidade da equipa de análise técnica do CM, (Dias, 2015).

Assim sendo, as propostas que reúnam as condições de elegibilidade, são transformados em


projectos que serão posteriormente integrados na proposta de orçamento municipal que o
executivo deverá remeter à Assembleia Municipal para aprovação. A equipe de projectos do CM
procederá à análise e validação de projectos assegurando, em particular, que os mesmos estão
dentro das competências do CM, respeita os limites orçamentais definidos para o OP.

2.6.5 Quinta Fase: Aprovação do Plano e Orçamento

Esta fase consiste na aprovação dos projectos no plano e orçamento, cada projecto deverá
corresponder a uma rubrica específica do orçamento municipal e deverá estar alocado ao

19
respectivo distrito municipal, após aprovação do plano e orçamento no CM é feita a execução do
projecto, (Dias, 2015).

2.6.6 Sexta Fase: Execução e Monitorização do projecto

Após a aprovação e a escolha do projecto prioritário a equipe de análise tecnica deverá


contemplar visitas aos bairros para avaliar as condições de implementação fisica de cada projecto,
as visitas devem ser articuladas com os chefes dos bairros, os serviços dos distritos municipais, os
secretários dos bairros e os grupos de monitória participativa, caso se conclua a viabilidade de um
dado projecto, deve-se assegurar que as condições físicas de implementação no terreno não
sofrem alterações até à fase de execução do projecto, (Dias, 2015).

2.6.7 Sétima Fase: Entrega dos Projectos

Esta fase corresponde à finalização da execução física das obras e à sua entrega à população,
devendo o distrito municipal (DM) preparar: a cerimónia de recepção provisória a nível técnico
ou de inauguração a nível superior; a informação ao gabinete de comunicação para divulgação nos
órgãos de comunicação; a colocação da imagem do OP em todos os projectos, de forma a ficar
visível para os munícipes.

2.6.8 Oitava Fase: Avaliação Global do Processo

O executivo municipal compromete-se a divulgar publicamente os resultados do OP, através da


elaboração de um relatório de avaliação global, bem como de outros suportes informativos
considerados ajustados, avaliação global dos projectos do OP será feita com base na informação
recolhida dos processos anteriores e instrumentos de monitorização do OP, devendo contemplar
três níveis de incidência: processo, resultados, impactos, de salientar que o CM deverá produzir
anualmente um relatório global (Dias, 2015)

Das fases do autor acima referenciados conclui-se que o orçamento participativo é fundamental
para o desenvolvimento local, neste caso quando o cidadão participa na discussão das
necessidades que lhe afectam diariamente, este tem a opção de escolher o projecto a ser executado
em primeiro lugar, e onde o mesmo será executado, é importante salientar que no orçamento
participativo o cidadão tem o poder de tomada de decisão, no entanto, os munícipes devem
participar de forma activa em todas as fases do processo do OP, para que haja transparência nos

20
processos, aumentando dessa forma a confiança com os dirigentes, assim sendo, os lideres
comunitários devem ser responsáveis com a divulgação de informações relacionados com a data,
hora, local da reunião em que a comunidade poderá discutir as necessidades e prioridades, logo, a
participação da comunidade na tomada de decisões, leva ao desenvolvimento local, visto que, os
recursos disponíveis são aplicados nos projectos que mais merecem atenção no momento,
melhorando dessa forma a qualidade de vida.

2.7 Revisão da Literatura Empírica e Focalizada

Neste ponto, procuramos trazer um estudo realizado em Campina Grande-PB, relacionado com o
tema análise do orçamento participativo no contexto do desenvolvimento do município da Cidade
de Tete.

2.7.1 Revisão da Literatura Empírica

Almeida e Dantes (2009) fizeram um estudo que tinha como tema: orçamento participativo e
desenvolvimento local em Campina Grande-PB. O objetivo principal do trabalho consistia em
análisar se a política de participação popular na implementação de políticas públicas ocasionou,
no município de Campina Grande, um desenvolvimento local proporcional à mesma. O problema
do estudo era a relação entre as políticas públicas e o orçamento participativo na promoção do
desenvolvimento local em Campina Grande-PB.

A metodologia usada para a recolha de dados, a pesquisa foi do tipo qualitativo e ao mesmo
tempo quantitativo, a recolha de dados baseou-se em fontes bibliográficos, análise documental. A
população envolvida no estudo, foi a população do município de Campina Grande-PB

No estudo conclui-se que, a participação popular na implementação das políticas públicas


conseguiu extrair do Estado investimento que resultou em desenvolvimento local, o
desenvolvimento das localidades sobreveio ao grau da participação da sociedade civil, pois o
investimento público convertido em obras não favoreceu simplesmente os 3% da população
participante, mas sim a todos os moradores inseridos nas localidades onde as demandas foram
executadas. Há muito ainda o que Campina Grande demandar, no entanto todo esse
desenvolvimento não é suficiente para as necessidades dos cidadãos campinenses. Para que haja o

21
desenvolvimento será necessário um maior número de participação popular e de investimento em
políticas públicas direcionadas, (Almeida & Dantes 2009).

2.7.2 Revisão da Literatura Focalizada

Neste ponto, procuramos trazer um estudo feito em Moçambique relacionado com o tema análise
do processo do orçamento participativo no desenvolvimento do município da Cidade de Tete.

Nguenha (2009), fez um estudo parecido em Maputo que tinha como tema Governação Municipal
Democrática em Moçambique: Alguns Aspectos Importantes para o Desenho e Implementação de
Modelos do Orçamento Participativo. Tinha como objectivo geral, analisar a governação
municipal democrática em Moçambique: alguns aspectos importantes para o desenho e
implementação de modelos do orçamento participativo, como objectivos especificos os seguintes,
apresentar o quadro legal e institucional da governação Moçambique; discutir o quadro legal e
institucional; identificar e analisar a evolução dos processos participativos; argumentos porque o
orçamento participativo é considerado melhor forma de governação municipal participativa e de
promoção do desenvolvimento local; tinha como problema a reflexão das formas de governação
municipal participativa para uma gestão pública local política e socialmente mais inclusiva, com
os cidadãos mais autónomos nos processos de tomada de decisão.

A metodologia usada para a recolha de dados, a pesquisa foi do tipo qualitativo, os dados foram
recolhidos através dos questionários aplicados a municípios. A população envolvida foi a
população dos municípios de Maputo, Dondo.

No estudo feito pelo Nguenha (2009), conclui-se que as actuais formas de governação
participativa municipais são frágeis e pouco profundas para uma governação local que se pretende
mais democrática e promotora de desenvolvimento local, entretanto, os municípios devem criar
mecanismos para a mobilização da comunidade na participação dos processos, concluiu-se ainda
que apesar da fraca participação da população os municípios que implementaram o orçamento
participativo, afirmam que o OP pode levar ao desenvolvimento local visto que os projectos
executados são as necessidades urgentes da comunidade.

22
2.7.3 Diferenças e semelhanças da revisão da literatura empírica e focalizada

Diante da revisão da literatura empírica no estudo de Almeida e Dantes (2009), conclui-se que
apesar da baixa expressividade da participação popular, constatada pelo estudo, foi possível
constatar que houve desenvolvimento em diversos bairros e localidades do município, concluiu-se
ainda que para que haja o desenvolvimento local que se pretende será necessário um maior
número de participação popular e de investimento em políticas públicas direcionadas. O que torna
semelhante com o estudo, onde podemos encontrar citado ao decorrer da revisão focalizada que
apesar da fraca participação da população os municípios que implementaram o orçamento
participativo afirmam o OP leva ao desenvolvimento local visto que os projectos executados são
as necessidades urgentes da comunidade. Por outro lado divergimos em alguns pontos, nos quais
não são relevantes para o estudo, mas que em algum momento torna se espelho.

2.8 Considerações gerais do marco teórico

Diante de vários conceitos sobre, orçamento participativo, desenvolvimento local, poder local,
constata-se que para o desenvolvimento local é imperioso que os munícipes participem de forma
activa em todos os processos do orçamento participativo. Pois, com a participação dos munícipes
nos processos, discute-se as necessidades que mais afligem a comunidade, e dessa forma, a
mesma comunidade poderá escolher o projecto a ser executado primeiro, isto é, a necessidade que
mais tem afectado a comunidade, poderá ser executado em primeiro lugar, e sem estar de fora em
nenhuma fase dos processos, visto que, nesse processo o que mais se pretende é a transparência
nos processos, e a mobilização de maior número da comunidade, para que participem nos
processos de forma activa.

23
CAPÍTULO III: DESENHO METODOLÓGICO

3.1 Breve introdução

O desenho metodologico é a demonstração de caminhos usados para a realização do estudo. Desta


forma envolve a maneira de conduzir o trabalho, e de pensar no problema e os instrumentos
usados para a recolha de dados para se chegar até a concretização da presente pesquisa.

No presente capítulo, trataremos do tipo de pesquisa onde iremos tratar da pesquisa quanto ao
enfoque e quanto ao objectivo, depois teremos quanto aos procedimentos técnicos e fontes de
informação, segue-se a população e participantes do estudo, igualmente trataremos das técnicas
de recolha dados, técnicas de análise e interpretação de dados, por fim teremos as limitações do
estudo e a caracterização do município da Cidade de Tete.

3.2 Tipo de pesquisa

3.2.1 Quanto ao enfoque

Quanto ao enfoque, a pesquisa é qualitativa, de acordo com Vilelas (2009), o enfoque qualitativo
é uma forma de estudo da sociedade que se centra no modo como as pessoas interpretam e dão
sentido as suas experiências e ao mundo em que elas vivem. No entanto Creswell (2010, p. 43,
citado em Araújo, 2013, p.2) entende a pesquisa qualitativa como sendo “um meio para explorar e
para entender o significado que os indivíduos ou os grupos atribuem a um problema social ou
humano”. Ademais, trazendo esta percepção dos autores para o nosso estudo, pode-se afirmar
que a nossa pesquisa é do tipo qualitativa, e os dados obtidos são analisados segundo a realidade
dos factos, a interpretação dos fenômenos, isto é, o que acontece no campo de estudo nesse caso
concreto no município da Cidade de Tete em relação ao orçamento participativo os dados
recolhidos foram interpretados para que se possa fazer a atribuição de significados.

3.2.2 Quanto ao objectivo

A pesquisa é de carácter descritiva. Segundo Gil (2002, p.42), as pesquisas descritivas “têm como
objectivo primordial a descrição das caracteristicas de determinada população ou fenômeno ou,
então, o estabelecimento de relações entre variaveis”. É nesta óptica que a nossa pesquisa se
propõe a estudar o nível de atendimento dos orgãos autarquicos no município da Cidade de Tete,

24
as condições de participaçao dos seus munícipes no processo de orçamentação Participativa que
se regista mostrando a realidade do orçamento participativo no contexto do desenvolvimento do
município da Cidade de Tete.

3.3 Quanto aos procedimentos técnicos e fontes de informação

Quanto aos procedimentos a pesquisa é bibliográfica Silva (2011), análise documental Lakatos e
Marconi (2011), e no estudo de caso escolheu-se a entrevista semi-estruturada Martins (2006).
Assim sendo, o nosso estudo quanto as fontes bibliográficas abrangem a informação já publicada,
constituído basicamente por livros, artigos, boletins, jornais e informações disponibilizadas na
internet relacionadas com o município e orçamento participativo. A análise documental consistiu
em recolher dados nos documentos, escritos, onde a recolha realizou-se depois do momento em
que ocorreu o facto.

No âmbito do estudo de caso, escolheu-se as técnicas de colecta e tratamento de dados,


nomeadamente a entrevista semi-estruturada para a recolha dos dados, por se considerar mais
adequada para a pesquisa, uma vez que permite recorrer às interpretações e exigências da vida
bem aprofundadas sobre a pesquisa feita ao nível do município. Esta técnica permite também,
obter vários pontos de vista das pessoas interrogadas que exprimiram de forma livre as questões
de estudo, deixando o campo aberto a respostas diferentes, e que de acordo com Martins (2006,
p.27) “deve ser orientada por um roteiro previamente definido e aplicado para todos os
entrevistados”.

3.3.1 População e participantes do estudo

Segundo Carmo e Ferreira (1998, p.191), população ou universo é “o conjunto de elementos


abrangidos por uma mesma definição”. Salientam ainda que esses elementos têm, uma ou mais
características comuns a todos eles, caracteristicas que os diferenciam de outros conjuntos de
elementos. A população é de 217.000 habitantes. Os participantes no estudo foram trinta e cinco
(35) dos quais dois (2) do Departamento de Vereação da Administração e Finanças e dois (2) da
Assembleia Municipal, e por fim (31) trinta e um munícipes, estes participantes foram escolhidos
através do método de amostragem intencional. Este dirige-se apenas àqueles que, no seu entender
lideram a opinião da comunidade e têm a propriedade de influenciar a opinião dos demais,
(Lakatos e Marconi, 2009). A escolha deste método é pelo facto de permitir por intenção

25
seleccionar determinados elementos da área do estudo do Município da Cidade de Tete pelas
funções desempenhadas, cargos, prestígio ou a própria posição social, influenciam
significativamente nos resultados. E para entender a participação dos munícipes no processo de
orçamento participativo recorreu-se ao método probabilístico de selecção de amostra onde todos
entrevistados (munícipes) tinham a mesma probabilidade de serem seleccionados para a entrevista
através de uma selecção aleatória onde foram entrevistados trinta e um (31) munícipes que
residem a mais de cinco (5) anos no Município da Cidade de Tete.

3.3.2 Técnicas de recolha dados

As técnicas usadas na recolha de dados para a elaboração do estudo foram: entrevista e


questionário. Segundo Vilelas (2009) e Lakatos e Marconi (2011), técnicas de recolha de dados é
um instrumento que o pesquisador pode usar para conhecer os fenómenos em estudo e extrair
deles a informação. Para o nosso estudo a entrevista foi feita diante de encontros mantidos
variavelmente entre dois a um munícipe que residem a mais de cinco (5) anos no Município da
Cidade de Tete, com o objectivo de adquirir informações sobre o orçamento participativo no
município.

Na óptica de Lakatos e Marconi (2011, p.86), questionário “é um meio pelo qual o investigador
usa para colecta de informações, que este questionário é constituído por conjunto de perguntas,
que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”.

2.4 Técnicas de análise e interpretação de dados

Para análisar os dados do estudo do tema análise do orçamento participativo no Contexto do


Desenvolvimento do Município da Cidade de Tete período de 2012 á 2015, foi por categorias
temáticas formuladas tendo em conta que as respostas foram recolhidas por meio de entrevistas,
trata-se de uma pesquisa qualitativa, entretanto, esta análise nos convoca a selecção de dados
indispensáveis, que poderão nos levar ao alcançe do objectivo da pesquisa.

3. Limitações de estudo

Na realização do estudo tive várias limitações, iniciando pela dificuldade de ter acesso a manuais
para a realização do estudo, dificuldade de ter a informação no Município para que pudesse dar
continuidade ao estudo, pois demonstravam indisponibilidade para a entrevista, e isso fez com

26
com que houvesse alguns transtornos em relação ao cumprimento do cronograma de actividades
da materialização do estudo. Bem como o facto dos munícipes não responderem todas as questões
colocadas dificultou um bocado a análise e tratamento dos dados.

4. Caracterização do Município da Cidade de Tete

4.1 Perfil do Município da Cidade de Tete


De acordo com o decrecto-lei nº 360/32 de 03 de Setembro, localização Geográfica: Tete é uma
província da região central de Moçambique, A sua capital é a cidade de Tete, localizada a cerca
de 1570 km a norte da cidade de Maputo, a capital do país. Com uma área de 98 417 km², esta
província está dividida em 15 distritos e possui, desde 2013, 4 municípios: Moatize, Nhamayábué,
Tete e Ulongué. A província é atravessada pelo rio Zambeze e é na sua parte média que se
encontra a barragem de Cahora Bassa, uma das maiores do continente africano.

A cidade de Tete encontra-se à beira do rio Zambeze, no local onde existem as duas primeiras
pontes sobre aquele rio em território moçambicano: a Ponte Samora Machel, cujo tabuleiro se
estende por um quilómetro, construída no período colonial, e a segunda ponte, a Ponte Kassuende
que fica situada cinco quilómetros a jusante, e que foi inaugurada em Novembro de 2014. A
cidade tem um clima quente e tem abundância de gado caprino, tem a potencialidade de
desenvolvimento agrícola e mineiro.

4.1.2 População

A população residente na cidade de Tete é cerca de mais de 217.000 habitantes, com


características marcadamente urbanas, com a língua local Nyùngué.

4.1.3 Órgãos do Município de Tete

O MT é um órgão de poder local do Estado com uma autonomia Administrativa, Patrimonial e


Financeira, constituído na base da aprovação da Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro. Tal como os
outros Municípios do país são compostos por três órgãos básicos para a sua organização e
funcionamento:

4.1.4 Presidente do Conselho Municipal (PCM)

27
O Presidente do Conselho Municipal é o órgão executivo e singular eleito por voto directo e
pessoal dos cidadãos eleitores residentes na respectiva circunscrição territorial. O PCM e os
Vereadores formam o Conselho Municipal, que tomam decisões para cada pelouro em audiência e
em secções que são realizadas uma vez por semana. No exercício das suas actividades, a cada
vereador supervisiona os serviços respectivos, ordena e articula as actividades cuja competência é
exclusiva da entidade municipal.

4.1.5 Conselho Municipal (CM)

O conselho Municipal é o órgão executivo colegial, constituído pelo Presidente do Conselho


Municipal (com mandato de cinco anos), e 8 vereadores por ele escolhidos e nomeados,
distribuídos em oito áreas:

 Administração e Finanças,
 Saneamento e Meio Ambiente
 Infra-estruturas
 Transporte e Transito
 Cultura, Juventude e Desporto
 Administração Urbana Construção
 Educação, Saúde Publica, Mulher e Acção Social
 Desenvolvimento Comunitário e Jardins, Mercado e Feiras e Turismo

Os quais são chefiados por Vereadores e por 9 Bairros, nomeadamente: Josina Machel, Mateus S.
Mutemba, Francisco Manyanga, Matundo, M’padue, Filipe Samuel Magaia, Chingodzi, Degue e
Samora Moisés Machel, chefiados pelos respectivos Secretarios dos Bairro. O Conselho
Municipal reúne-se regularmente para a coordenação de actividades, por um lado e por outro, nas
sessões da Assembleia Municipal para a prestação de contas periódica e apresentação de
propostas (planos, relatórios e posturas).

4.1.6 Visão, Missão, Valores, do Conselho Municipal

 Visão

Cidade Limpa, Acolhedora, Produtiva e Prospera

28
 Missão

O Conselho Municipal de Tete tem como missão garantir o desenvolvimento económico e social
dos munícipes através da provisão de serviços, com vista a garantir a qualidade de vida dos
munícipes.

 Valores

Gestão participativa e transparência.

4.1.7 Assembleia Municipal (AM)

Assembleia Municipal é um órgão representativo do município dotado de poderes deliberativos,


dirigida por uma mesa composta por um Presidente, um Vice-Presidente e um Secretário. A AM é
e um órgão eleito directamente pelos munícipes, com mandato de cinco anos. Em conformidade
com o número 1 do artigo 41, da Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro, a Assembleia Municipal realiza
5 sessões ordinárias por ano, duas das quais se destinando às aprovações do relatório de contas do
ano anterior e do plano de actividades e orçamento do ano seguinte. Portanto, a Assembleia
Municipal (AM) de Tete é constituída por duas (2) bancadas com um total de 39 membros, dos
quais 26 são da FRELIMO e 13 do MDM.

29
CAPÍTULO IV. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E TRATAMENTO DE DADOS

4.1 Breve Introdução

Neste capítulo, o estudo dedica-se a fazer a análise dos dados recolhidos no inquérito e interpretar
os seus resultados com a finalidade de poder adquirir um posicionamento em prol do estudo em
análise. Contudo segue-se com os presentes pontos:
1. Na primeira parte deste capítulo destinou-se a apresentação dos participantes do estudo.
2. Na segunda parte, privilegiou-se a técnica descritiva de conteúdo onde procura-se análisar
os conteúdos das respostas as questões abertas.
3. Na terceira parte, o estudo fez uma interpretação e discussão em torno dos resultados
obtidos, comparando-os com as fundamentações teóricas, empíricas e focalizadas.
4. Na quarta e última parte visa a conclusão e sugestões.

5. Apresentação dos participantes do estudo

Na primeira parte deste capítulo destinou-se a apresentação dos participantes do estudo.

a) Caracterização dos participantes

Tabela 1: apresenta o género dos respondentes

Participantes Munícipe Município Total


Masculino 16 2 18
Femenino 15 2 17
Total 31 4 35
Fonte: elaborada pela autora através dos dados recolhidos no inquerito

Das respostas obtidas, constatou-se que: os munícipes encontram-se num rítmo em que querem
mostrar seus pontos de vista sobre o que acontece na Cidade de Tete.

30
Tabela 2: Tabela referente a faixa etária dos participantes do estudo

Faixa etaria Homens Mulheres Total


Município Munícipes Município Munícipes
Assembleia Vereação da
Municipal Administração
e Finanças
18 á 30 anos 0 2 0 2 4
30 á 40 anos 2 8 1 8 19
Mais de 40 anos 0 6 1 5 12
Total 2 16 2 15 35
Fonte: elaborada pela autora

Nos dados recolhidos, constatou-se que: em todas faixa etárias mostraram o interesse de ser
investigados, como a idade de 30 a 40 anos mostra o maior envolvimento em seguida mais de 40
anos e por fim de 18 a 30.

4.2 Técnicas de análise descritiva de conteúdo

Nesta segunda parte, privilegiou-se a técnica descritiva de conteúdo onde procura-se análisar os
conteúdos das respostas as questões abertas, e o procedimento usado. A recolha de informação foi
feita através da entrevista, usando os dados qualitativos. Participaram desse estudo o
Departamento de Vereação da Administração e Finanças, o Presidente da Assembleia, e os
Munícipes. Entretanto poderá-se apresentar os resultados de trabalho de campo em relação aos
dados obtidos nas categorias em todos os participantes no estudo: Participantes do Departamento
de Vereação de Administração e Finanças.

4.2.1 Primeira categoria: O Processo de Orçamento Participativo no Município da Cidade


de Tete Período 2012 á 2015

a) Questionado ao Departamento Vereação da Administração e Finanças se existe o


orçamento participativo e se participam, responderam nos dizendo que o orçamento
participativo existe e participam.

31
b) Questionados acerca do conceito do orçamento participativo, responderam dizendo que
orçamento participativo é o processo onde a comunidade tem a possibilidade de participar
na planificação das necessidades da comunidade.
c) Em relação as fases do processo do orçamento participativo, o Departamento de Vereação
da Administração e Finanças responderam dizendo que, as fases são: auscultação dos
municipes para se conhecer as necessidades; definição de prioridades; selecção das
prioridades dos municipes; compilação pelo Conselho Municipal; apresentação a
Assembleia Municipal para deliberação; inicio da implementação do projecto. O
Departamento de Vereação da Administração e Finanças acrescentou ainda que o
Presidente do Conselho Municipal tem se deslocado aos bairros e acompanha as
necessidades dos municipes, em cada um destes, para a elaboração do plano anual, depois
de elaborados submete-se a Assembleia Municipal após a deliberação distribui-se o
documento para que os municipes, possam acompanhar a execução dos projectos por eles
propostos.
d) Questionados acerca do papel do governo municipal em todo o processo, o Departamento
de Vereação da Administração e Finanças responderam dizendo que o papel do governo
em todo processo, é de alocar os fundos, garantir a execução dos projectos e controlar a
implementação dos projectos.
e) Questionou-se ao Departamento de Vereação da Administração e Finanças o seguinte,
onde é decidido o orçamento participativo e quem tem o poder de tomada de decisão,
responderam-nos dizendo que o orçamento participativo é decidido pelo município, e o
munícipe é que tem o poder de tomada de decisão.

Questões dirigidas ao Presidente da Assembleia Municipal que fazem parte da 1ª Categoria

a) Questionado ao Presidente da Assembleia Municipal se existe o orçamento participativo?


respondeu dizendo que sim existe o orçamento participativo.
b) Perguntou-se como a Assembleia participa? o Presidente da Assembleia Municipal,
respondeu dizendo que participa através de deliberação e supervisão dos projectos.
c) Questionado acerca de como funciona o orçamento participativo? o Presidente da
Assembleia Municipal respondeu o seguinte, funciona tendo em conta que, as

32
necessidades e prioridades que cada bairro municipal apresenta, é de acordo com esses
dados, que são apresentados no Conselho Municipal, e procede a orçamentação das
actividades e remete-se a Assembleia para deliberação.

Questões elaboradas para os munícipes que fazem parte da 1ª categoria

a) Questionado aos munícipes se existe o orçamento participativo e se Participam? Das


respostas obtidas no inquerito constatou-se que: O resultado da entrevista constatou-se que
em primeiro afirmam que existe o orçamento participativo, com a representação de 24, e
por fim com a representação de 7 afirmam que não existe.
b) Questionados aos munícipes há quanto tempo participam, menos de 1 ano; 1 a 5 ano; 6 a
11 anos; 12 a 15 anos; mais de 15 anos? No resultado da entrevista constatou-se que em
primeiro lugar encontra-se o período de 1 a 5 anos com o maior número de participantes
nos processos, com representação 12 dos quais 6 homens e 6 mulheres, em segundo com o
período de 12 a 15 anos com representação de 6 dos quais 4 homens e 2 mulheres, em
terceiro no periodo de mais de 15 anos com representação de 4 dos quais 4 homens, no
período de 6 a 11 com representação de 2 somente mulheres e por fim com representação
de 7 dos quais 5 mulheres e 2 homens sem nenhum período pois não tem conhecimento da
existência do orçamento participativo

4.2.2 Segunda categoria: O grau de Cooperação entre Acomunidade e o Município da


Cidade de Tete no Processo do Orçamento Participativo.

Questões dirigidas ao Departamento de Vereação da Administração e Finanças

a) Questionou-se ao Departamento de Vereação da Administração e Finanças como tem feito


para convidar a população a participar nos processos do orçamento participativo,
responderam dizendo que convidam a população através de visitas de assistência aos
bairros e governação aberta.
b) Questionados acerca dos passos que o município segue para encorajar e mobilizar a
comunidade para participar no processo do orçamento participativo, o Departamento de
Vereação da Administração e Finanças respondeu que o município encoraja e mobiliza a
comunidade através de exemplos concretos de outros bairros para fortalecer o
envolvimento no processo.

33
c) Questionados acerca da existência dos processos para garantir a prestação de contas do
orçamento participativo, o Departamento de Vereação da Administração e Finanças
afirmou que, garantem a prestação de contas através de assistência nos bairros.
d) Em relação a questão como o Departamento de Vereação da Administração e Finanças se
relaciona com os chefes locais, sustentaram que, relaciona-se com os chefes locais, através
de consulta para terem conhecimento das necessidades do bairro.
e) Em relação a questão como acomunidade encara o processo de orçamento participativo? o
Departamento de Vereação da Administração e Finanças sustentou que a comunidade
encara o processo do orçamento participativo de forma positiva, visto que, é mais uma
valia para o desenvolvimento do bairro.

Questões dirigidas ao Presidente da Assembleia Municipal que fazem parte da 2ª categoria

a) Questionados acerca da relação entre o Presidente da Assembleia Municipal e


acomunidade? sustentou que a relação é positiva, visto que, a comunidade apresenta as
necessidades para que possam ser resolvidas.
b) Questionado acerca da avaliação que o Presidente da Assembleia Municipal faz de todo o
processo? sustentou que faz uma avaliação positiva do processo, uma vez que as
actividades que deve-se executar refletem as necessidades prioritárias que os municipes
apresentam.
c) Perguntou-se ao Presidente da Assembleia Municipal o que se pode melhorar no
orçamento participativo? respondeu dizendo que, pode-se melhorar o aumento do próprio
orçamento, aquestão da escolha de actividades que tenham grande impacto e que possam
abrangir mais pessoas.

Questões dirigidas aos munícipes que fazem parte da 2ª categoria.

a) Perguntou-se se as reuniões são feitas? Frequentimente; ocasionalmente; uma vez por


anos; nunca se realizou? No resultado da entrevista constatou-se que dos 31 inqueridos 24
dos quais 14 homens e 10 mulheres afirmam que as reuniões são feitas ocasionalmente e
por fim os 7 dos quais 5 mulheres e 2 homens não tem conhecimento da existência do
orçamento participativo.

34
b) Questionados como avaliam a relação entre os chefes locais e os representantes do
processo de orçamento participativo? Na entrevista constatou-se que: dos 31 inqueridos,
primeiro com a representação de 9 afirmam que a relação é razoavel dos quais 8 homens e
1 mulher; em segundo com representação de 7 dos quais 2 homens e 5 mulheres afirmam
que a relação é nada razoável; em terceiro com representação de 6 dos quais 3 homens e 3
mulheres afirmam que a relação entre os chefes locais e os representantes do processo do
orçamento participativo é excelente; quarto com representação de 2 dos quais 1 homem e
1 mulher afirmam que a relação é pouco razoável e por fim com representação de 7 dos
quais 5 mulheres e 2 homens não tem conhecimento da existência do orçamento
participativo.
c) Perguntado qual é a opinião da comunidade em relação ao orçamento participativo? O
resultado da entrevista é o primeiro com representação de 14 só homens afirmam que o
processo do orçamento participativo é fraco; o segundo com representação de 9 dos quais
só mulheres afirmam que o processo è bom e com representação de 1 mulher afirma que o
processo è excelente e por fim com representação de 7 dos quais 5 mulheres e 2 homens
não tem conhecimento da existência do orçamento participativo.

4.2.3 Terceira categoria: O Contributo do Orçamento Participativo no Desenvolvimento


do Município da Cidade de Tete no Período De 2012 Á 2015.

Questões dirigidas ao Departamento de Vereação da Administração e Finanças

a) Questionado de que forma o orçamento participativo contribui no desenvolvimento do


Município da Cidade de Tete? O Departamento de Vereação da Administração e Finanças
sustentou que, o orçamento participativo contribui de forma directa, visto que, as
necessidades que tem afectado os munícipes são executados, entretanto temos como
exemplo práticos, melhoria de vias de acesso, abastecimento de água.
b) Perguntou-se como o município tem feito a distribuíção do orçamento participativo para
que possa levar ao desenvolvimento local? O Departamento da Vereação da
Administração e Finanças respondeu dizendo que, a distribuição do orçamento
participativo é feita de forma igual, e a distribuição é feita depois de uma consulta em
todos os bairros, para que se possa ter as necessidades dos munícipes.

35
c) Questionou-se que mudanças o orçamento participativo trouxe para o município? O
Departamento de Vereação e Administração e Finanças, afirmou que, as melhorias que o
orçamento participativo trouxe são o aumento de infraestruturas básicas, a melhoria na
qualidade de vida dos munícipes.
d) Perguntou-se quem supervisiona e monitora a execução dos projectos aprovados no
orçamento participativo? O Departamento de Vereação da Administração e Finanças,
respondeu dizendo que, os munícipes e assembleia municipal é que monitoram e
supervisionam a execução dos projectos.
e) Questionados em relação as propostas se devem referir o local de implementação? O
Departamento de Vereação da Administração e Finanças, sustentam que nas propostas
deve estar explicito o local de implementação.
f) Perguntou-se que projectos escolhidos pela comunidade no orçamento participativo e
foram executados no período de 2012 á 2015? o Departamento da Vereação da
Administração e Finanças respondeu dizendo que os projectos executados nesse processo
foram: construção de uma repreza, construção de casas mãe espera no bairro Degue,
construção de um posto de saúde no bairro Matundo, ensaibramento de estradas terceareas
através de saíbro no bairro Mateus Sanção Mutemba, colocação de paves no bairro
Francisco Manyanga.
g) Questionou-se quais as principais dificuldades que o município da Cidade de Tete enfrenta
na implementação dos projectos do orçamento participativo? o Departamento da Vereação
da Administração e Finanças mencionou as principais dificuldades que o município
enfrenta da seguinte forma: a exiquidade de fundos, ampliar o processo do orçamento
participativo para que possa abrangir mais bairros.
h) Questionados se gostariam de acrescentar alguma informação? O departamento da
Vereação da Administração e Finanças em relação a última não tinha nada acrescentar.

Questões dirigidas ao Presidente da Assembleia Municipal que fazem parte da 3ª categoria.

a) Perguntou-se acerca dos desafios do processo de orçamento participativo? o Presidente da


Assembleia Municipal mencionou os desafios da seguinte forma: aumentar a área de
interação, procurar executar todas as prioridades apresentadas pelos munícipes.

36
b) Questionou-se que lições pode tirar desse processo? o Presidente da Assembleia
Municipal sustentou que, tira-se lições positivas, visto que é um processo bom, pois,
permite obter dos munícipes aquilo que necessitam que seja melhorado.
c) Questionado se gostaria de acrescentar alguma informação? o Presidente da Assembleia
Municipal respondeu dizendo que do momento não tinha nada acrescentar.

Questões dirigidas aos munícipes que fazem parte da 3ª categoria.

a) Questionados se os projectos que discutem nas reuniões são executados? O resultado da


entrevista mostra que: em primeiro com representação de 20 dos quais 10 homens e 10
mulheres afirmam que os projectos discutidos nas reuniões do bairro são executados; em
segundo com representação de 4 homens afirmam que os projectos não são executados e
por fim 7 dos quais 5 mulheres e 2 homens não tem conhecimento da existência do
orçamento participativo.
b) Questionou-se qual a valiação que os munícipes fazem desde que começaram a fazer parte
do processo do orçamento participativo? O resultado da entrevista mostra que dos 31
inqueridos as respostas cruzam-se a medida em que 24 dos quais 14 homens e 10 mulheres
afirmam que o processo é bom porque os munícipes dizem o que deve ser feito apesar da
demora com a implementação dos projectos, pelo menos tem conhecimento real das
necessidades dos munícipes e por fim 7 dos quais 5 mulheres e 2 homens não tem
conhecimento da existência do orçamento participativo.
c) Questionados se acomunidade acha que o orçamento participativo pode levar ao
desenvolvimento local? O resultado da entrevista mostra que na generalidade, isto é, os 24
dos quais 14 homens e 10 mulheres afirmam que o orçamento participativo pode levar ao
desenvolvimento local, se os projectos discutidos nas reuniões forem sempre executados e
fazer-se sentir o poder de tomada de decisão em relação aos projectos e por fim com
representação de 7 dos quais 5 mulheres e 2 homens não tem conhecimento da existência
do orçamento participativo.
d) Questionados se gostariam de acrescentar alguma informação? O resultado da entrevista
mostra o seguinte dos 22 respondentes dos quais 14 homens 8 mulheres acrescentaram
dizendo que o processo de tomada de decisão deve-se fazer sentir e os munícipes devem
fazer parte da fiscalização dos projectos e ter o conhecimento do orçamento disponível; os

37
restantes 2 dos quais só mulheres não tinham nada acrescentar e por fim os 7 inqueridos
dos quais 5 mulheres e 2 homens não tem conhecimento da existência do orçamento
participativo.

4.2.4 Interpretação e discussão em torno de todos resultados obtidos

Nesta terceira parte, faz-se uma interpretação e discussão em torno dos resultados obtidos,
comparando-os com as fundamentações teóricas, empíricas e focalizadas

Em relação ao processo do orçamento participativo no município da cidade de Tete no período


2012 á 2015, durante a pesquisa constatou-se que os cidadãos, tem interesse em participar nos
processos do orçamento participativo, para que possam discutir os seus interesses e mostrar o seu
posicionamento, importa clarificar que, alguns munícipes demostraram interesse no orçamento
participativo tendo em vista o desenvolvimento local, o que lhes impede é a falta de informação
ou seja o facto de não saberem como participar e onde se pode participar, entretanto, o processo
do orçamento participativo esta dividido em sete fases, e dessa forma, contradiz o que Dias
(2015), conclui na pesquisa, pois, para se possa estimular a participação dos munícipes na vida
política da cidade, na identificação e resolução das necessidades locais auscultando as suas
preocupações é fundamental que antes da auscultação, o município divulgue a informação
relacionada com adata, hora, o local onde será o debate, importa ressaltar que, a divulgação da
informação é uma das peças indispensáveis para que os munícipes participem em maior número,
visto que o objectivo dessas fases é mobilizar maior número dos munícipes para que se possa
conhecer as necessidades que os mesmos tem, discutindo as prioridades, para que o município
tenha conhecimento e possa satisfazer as necessidades de acordo com o orçamento disponível.

Na perspectiva de perceber o grau de cooperação entre a comunidade e o Município da Cidade de


Tete no processo do orçamento participativo no período de 2012 à 2015 durante a pesquisa
constatou-se que o município não tem cumprido devidamente com as regras do orçamento
participativo pois, existem cidadãos residentes da Cidade de Tete que não sabem o que é
orçamento participativo e que nunca foram convidados a participar, diante disto, verifica-se que á
deficiência de comunicação entre os chefes locais e o município, no entanto, importa referir que
Dias (2015) afirma que para melhor cooperação entre a comunidade e o município, os chefes
locais devem fazer parte de todo o processo do orçamento participativo pois eles são

38
indispensáveis na divulgação de informação, e para que haja transparência nos processos,
entretanto, com ajuda dos chefes locais poderá-se mobilizar o maior número de munícipes para
que possam participar no orçamento participativo de forma activa, portanto, os munícipes devem
ter conhecimento do orçamento disponível para a execução dos projectos por eles escolhidos e
acompanharem a fiscalização.

Em relação a compreenção do contributo do orçamento participativo no desenvolvimento do


Município da Cidade de Tete no período de 2012 à 2015 constatou-se que os projectos executados
refletem as necessidades urgentes da comunidade, importa referir que na execução dos projectos o
que tem feito com que as vezes os projectos que mereçem uma atenção especial não sejam
executados é devido ao não cabimento orçamental, entretanto durante a pesquisa constatou-se
ainda que, apesar das dificuldades que o município encara e das falhas comentidas nesse processo,
o orçamento participativo trouxe melhorias aos bairros, diante disto pode-se perceber que o
orçamento participativo contribui para o desenvolvimento local. Ademais, o orçamento
participativo no período em estudo levou ao desenvolvimento, tendo como exemplo concreto, a
construção de repreza e construção de casas mãe espera no bairro Degue, construção de um posto
de saúde no bairro Matundo, ensaibramento de estradas terceareas através de saíbro no bairro
Mateus Sanção Mutemba, colocação de paves no bairro Francisco Manyanga. Nesse contexto
pode-se afirmar que o OP contribuiu para o desenvolvimento municipal na medida em que
subscrevemo-nos com Dias (2015) e Valá (2009), quando o primeiro afirma que o orçamento
participativo contribui de forma positiva nos projectos executados, pois, estes refletem as
necessidades urgentes da comunidade, e convocando Valá (2009), este de forma categorica
sustenta que desenvolvimento local ou municipal significa que as pessoas devem viver em casas
condignas, com acesso a água, educação, saúde e protecção social, tenham energia para iluminar
os seus sonhos, e possam comunicar com familiares e amigos vivendo perto ou distante. O que
nos leva a concluir que o OP esta a contribuir no desenvolvimento do município da Cidade de
Tete.

39
CAPÍTULO V. CONCLUSÃO E SUGESTÕES

5.1 Conclusão
Da pesquisa feita constatou-se que o município possue um papel muito importante, para o
desenvolvimento local, visto que, o governo local deve se preocupar em satisfazer as necessidades
prioritàrias da comunidade, procurando dar satisfações relacionadas com o orçamento
participativo e criando mecanismos para que a participação dos munícipes seja sempre activa.
Contudo conclui-se o seguinte:

a) Quanto ao processo do orçamento participativo no município da cidade de Tete no período


2012 á 2015, conclui-se que a participação da comunidade no processos do orçamento
participativo é indispensàvel, visto que, leva ao desenvolvimento local, entretanto, as
necessidades que mais preocupam os municipes foram executados, beneficiando assim
toda a população local. Importa clarificar que, no processo do orçamento participativo, os
munícipes tem espaço para dar a conhecer as necessidades que eles tem, para que o
município tenha conhecimento e que possa satisfazer. Apesar das diversas dificuldades,
que ainda devem ser superados, fica claro que sem os munícipes, dificilmente poderá se
alcançar o desenvolvimento local na Cidade de Tete assim como em todo o país.
b) Em relação a perceber o grau de cooperação entre a comunidade e o Município da Cidade
de Tete no processo do orçamento participativo no período de 2012 à 2015, constatou-se
que, os chefes locais são menos envolvidos no processo do orçamento participativo, visto
que eles fazem parte de uma das ferramentas indispensáveis nesse processo, diante disso,
importa clarificar que quando bem praticado o OP e procurando seguir as fases,
ascultando sempre a comunidade, dando os mesmos o poder de tomada de decisão,
acompanharem a execução e a fiscalização dos projectos, o orgão autarquico estará a
aumentar a transparência nos processos e os munícipes poderão se sentir mais motivados a
participar.
c) Em relação a compreenção do contributo do orçamento participativo no desenvolvimento
do Município da Cidade de Tete no período de 2012 à 2015, conclui-se que o município
tem se esforçado bastante para que o processo de OP possa levar ao desenvolvimento
local, isto é, vai ao encontro das necessidades reais da comunidade, tentando resolver os
mesmos para que possam ter acesso as infraestruturas básicas, diante disso, os munícipes

40
mostram-se satisfeitos com o processo. Importa ressaltar que os munícipes, precisam de
orgão autarquico que se preocupe com o bem estar da comunidade, procurando executar
os projectos prioritarios e dando satisfações aos mesmos, para que possam fazer parte de
todo o processo. Pois o que se pretende e uma sociedade justa, pro-activa e capaz de
fiscalizar o cumprimento e o não cumprimento do orçamento participativo.

41
5.2. Sugestões

Não obstante aos aspectos positivos do orçamento participativo verificados no município da


Cidade de Tete, surge a necessidade de sugerir alguns aspectos para a sua melhoria no alcance do
desenvolvimento local, nos seguintes termos:

1) Em relação ao processo do orçamento participativo no município da cidade de Tete pode-


se sugerir o seguinte:
a) Os orgãos autarquicos devem trabalhar de forma participativa e eficiênte na viabilização e
promoção do OP, contribuindo assim, para o alcançe do desenvolvimento local.
2) Em relação ao grau de cooperação entre a comunidade e o Município da Cidade de Tete
no processo do orçamento participativo pode-se sugerir o seguinte:
a) O município deve criar mecanismos para que se possa abrangir muitos bairros e que haja
transparência nos processos;
b) O município deve abrir espaço para que os munícipes possam influênciar nas decisões no
que se refere ao orçamento participativo, em vista o bem-estar dos munícipes;
c) O município deve envolver mais os chefes locais na mobilização da comunidade para a
participação nas reuniões.
3) Em relação ao contributo do orçamento participativo no desenvolvimento do Município da
Cidade de Tete, sugere-se o seguinte:
a) Que os munícipes sejam capazes de exigir o cumprimento do orçamento participativo;
b) O município deve se preocupar em executar os projectos prioritários.

42
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22. Moreno, L. H. S. (2013). Gestão Orçamental da Câmara Municípal da Praia. Acedido a
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24. Nunes, P.D.S.S. (2012). Actividades de Enriquecimento Curricular: Que Contributo na
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f
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27. Pena, R. A. (2016). As Principais Categorias da Geografia são: Paisagem, Território,
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28. Pina, J.H.A; Lima, O.A & Silva, V.P. (2008). Municipio e Distrito: Um Estudo Teórico.
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30. Silva, R.K. (2011). Manual de Metodologia Científica do usj. Centro Universitário
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31. Valá, S.C. (2009). Desenvolvimento Rural em Moçambique: Um Desafio ao Nosso
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32. Vilelas, J. (2009). Investigação: O Processo de Construção do Conhecimento. Lisboa:
Sílabo
33. Veiga, J.E. (2008). Desenvolvimento Sustentável: o Desafio do Século XXI. (3ª ed.). Rio
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45
34. Vieira, V.M. (2011). A Importância do Orçamento Público: Uma Análise Geral Sobre
Seus Principais Aspectos e o Despertar da Consciência Cidadã.
35. Zavale, G.J.B. (2011). Municipalismo e Poder Local em Moçambique. Editora: Livreiros,
Lda: Maputo

Legislação
1. Boletim da República: Lei n.ᵒ 2/97 de 18 de Fevereiro. I Serie n.ᵒ7

2. Boletim da República: Decreto n.ᵒ 51/2004 de 1 de Dezembro. I Serie n.ᵒ48

4. Boletim da República (2004). Constituição da República 1ª Série, nᵒ51: Nacional de


Moçambique

46
APÊNDICE

47
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia

Questões de entrevista dirigidas ao Município da Cidade de Tete

Questões de entrevista para a obtenção de informações para o estudo de caso relacionado com
o trabalho do final do curso, de Lincenciatura em Administração Pública, que tem como tema:
Análise do Orçamento Participativo no Contexto do Desenvolvimento do Município da
Cidade de Tete período de 2012 á 2015. Importa ressaltar que a informação disponibilizada
pelo Município servirá somente para efeitos académicos.

Questionário dirigido ao Departamento da Vereação de Administração e Finanças no


município da Cidade de Tete

a) Existe o orçamento participativo? Participa?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

b) O que é orçamento participativo

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

c) Quais são as fases do processo do orçamento participativo?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

d) Qual é o papel do governo municipal em todo o processo?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

e) Onde é decidido o orçamento participativo? E quem tem o poder de tomada de decisão?

48
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

f) Quais as principais dificuldades que o município da Cidade de Tete enfrenta na


implementação dos projectos do orçamento participativo?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

g) Como o município convida a população a participar nos processos do orçamento


participativo?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

h) Que passos o município segue para encorajar e mobilizar a comunidade para participar no
processo do orçamento participativo?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

i) Existem processos para garantir a prestação de contas do orçamento participativo?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

j) Como o Departamento de Vereação da Administração e Finanças relaciona-se com os


chefes locais?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

k) Como é que acomunidade encara o processo de orçamento participativo?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

49
l) De que forma o orçamento participativo contribui no desenvolvimento do município da
Cidade de Tete?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

m) Como o município tem feito a distribuíção do orçamento participativo para que possa
levar ao desenvolvimento local?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

n) Que mudanças o orçamento participativo trouxe para o município?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

o) Quem supervisiona e monitora a execução dos projectos aprovados no orçamento


participativo?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

p) As propostas devem referir o local de implementação?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

q) Que projectos foram escolhidos pela comunidade e foram executados no período de 2012
á 2015?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

r) Gostaria de acrescentar alguma informação?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

50
A Licenciada

_____________________________________________

(Vânia Bernardino Nhamutote)

O Supervisor

_____________________________________________

(José de Albuquerque)

51
Questionário dirigido ao Presidente da Assembleia Municipal

Questões de entrevista para a obtenção de informações para o estudo de caso relacionado com o
trabalho do final do curso, de Lincenciatura em Administração Pública, que tem como tema:
Análise do Orçamento Participativo no Contexto do Desenvolvimento do Município da
Cidade de Tete período de 2012 á 2015. Importa ressaltar que a informação disponibilizada pelo
Assembleia Municipal servirá somente para efeitos académicos.

a) Existe o Orçamento Participativo?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

b) Existe o Orçamento Participativo?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

c) Como é a Assembleia participa?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

d) Como é que funciona o orçamento participativo?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

e) Qual é a relação entre o Senhor Presidente da Assembleia e acomunidade?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

f) Qual é a valiação que o Presidente da Assembleia faz de todo o processo?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

52
g) O que se pode melhorar no orçamento participativo?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

h) Quais são os desafios do processo de orçamento participativo?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

i) Que lições pode tirar desse processo?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

j) Gostaria de acrescentar alguma informação?

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

A Licenciada

_____________________________________________

(Vânia Bernardino Nhamutote)

O Supervisor

_____________________________________________

(José de Albuquerque)

53
Questionário dirigido aos munícipes

O questionário tem como finalidade a recolha de informação, relacionada com o tema:


Análise do Orçamento Participativo no Contexto do Desenvolvimento do Município da
Cidade de Tete, no entanto a informação será recolhida de pessoas que estão directamente ou
indirectamente ligadas ao orçamento participativo.

1. Assinale com um “X”, segundo seu Sexo:

a. Feminino b. Masculino

2. Assinale a opção correspondente a sua idade

a) Entre 18 á 30anos

b) Entre 30 á 40 anos

c) Mais de 40 anos

3. Existe o orçamento participativo?

a) Sim b) Não

4. Participa?

a) Sim b) Não

5. Há quanto tempo participa?

a) Menos de 1 ano d) 12 a 15 anos

b) 1 a 5 anos e) Mais de 15 anos

c) 6 a 11 anos

6. As reuniões do OP são feitas?

54
Frequentemente Nunca realizou

Ocasionalmente Uma vez por ano

6. Os projectos que discutem nas reuniões são executados?


Sim As vezes

Não Sempre

7. Como avalia a relação entre os chefe locais e os representantes do orçamento


participativo?

Excelente Pouco razoável

Razoável Nada razoável


8. Qual é a opinião da comunidade em relação ao orçamento participativo?

Excelente Fraco

Bom Mau

Razoável

9. Qual é a avaliação que a comunidade faz desde que começaram a fazer aparte do
orçamento participativo?

Excelente Boa

Razoável trouxe melhorias ao bairro

10. Acha que o orçamento participativo pode levar ao desenvolvimento local? Como ?

___________________________________________________________________________

55
11. Gostaria de acrescentar alguma informação?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

A Licenciada

_____________________________________________

(Vânia Bernardino Nhamutote)

O Supervisor

_____________________________________________

(José de Albuquerque)

56
Índice Geral
DECLARAÇÃO ................................................................................................................................I

DEDICATÓRIA .............................................................................................................................. II

AGRADECIMENTOS ................................................................................................................... III

EPIGRAFE ...................................................................................................................................... V

RESUMO ........................................................................................................................................VI

LISTA DE ABREVIATURAS ..................................................................................................... VII

LISTA DE TABELAS ................................................................................................................. VIII

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

Breve introdução ............................................................................................................................... 1

1.2.Contextualização ......................................................................................................................... 1

1.3 Problematização .......................................................................................................................... 2

1.4 Objectivos do estudo ................................................................................................................... 3

1.4.1 Objectivo geral: ........................................................................................................................ 3

1.4.2 Objectivos especificos ............................................................................................................. 3

1.5 Perguntas de investigação ........................................................................................................... 3

1.6 Justificativa e Relevância da Pesquisa ........................................................................................ 4

1.6.1 Justificativa .............................................................................................................................. 4

1.6.2 Relevância da Pesquisa ............................................................................................................ 4

1.6.2.1 Relevância acadêmica .......................................................................................................... 4

1.6.2.2 Relevância Social .................................................................................................................. 4

1.6.2.3 Relevância Pessoal ................................................................................................................ 4

57
1.6.2. Relevância Teorica.................................................................................................................. 5

1.7 Delimitação temporal e espacial do estudo ................................................................................. 5

1.8 Estrutura do trabalho ............................................................................................................... 5

CAPÍTULO II: MARCO TEÓRICO ................................................................................................ 6

2.1 Breve Introdução ........................................................................................................................ 6

2.2 Conceitos básicos ........................................................................................................................ 6

2.2.1 Descentralização ...................................................................................................................... 6

2.3 Poder Local ................................................................................................................................. 6

2.3.1 Local ........................................................................................................................................ 6

2.3.2 Poder Local .............................................................................................................................. 7

2.3.3 Autarquias Locais .................................................................................................................... 7

2.3.4 Município ................................................................................................................................. 8

2.3.5 Conceito da Comunidade ......................................................................................................... 8

2.4 Orçamento Participativo ............................................................................................................. 8

2.4.1 Orçamento ................................................................................................................................ 9

2.4.2 Participação .............................................................................................................................. 9

2.4.3 Orçamento Participativo ........................................................................................................ 10

2.4.4 Nível e forma de participação no contexto do desenvolvimento local .................................. 10

2.4.5 Factores-chave do orçamento participativo no contexto do desenvolvimento local ........... 11

2.4.6 Objectivo do orçamento participativo no contexto do desenvolvimento local ...................... 12

2.4.7 Importância do orçamento participativo no contexto do desenvolvimento local .................. 12

2.4.8 Vantagens do orçamento participativo no contexto do desenvolvimento local ..................... 13

2.4.9 Orçamento participativo como estrutura de participação dos cidadãos ................................. 14

2.4.9.1 Príncipios que devem vigorar nos processos do orçamento participativo a nível dos
Municípios ...................................................................................................................................... 14

58
2.5 Desenvolvimento Local ............................................................................................................ 15

2.5.1 Desenvolvimento .................................................................................................................. 15

2.5.2 Desenvolvimento Local ......................................................................................................... 16

2.5.3 Orçamento Participativo no Desenvolvimento Local ............................................................ 17

2.5.4 Controle Social no contexto do desenvolvimento local ......................................................... 17

2.6 Processo do orçamento participativo no contexto do desenvolvimento local .......................... 18

2.6.1 Primeira Fase: Preparação do Processo ................................................................................. 18

2.6.2 Segunda Fase: Divulgação e Mobilização Pública ................................................................ 18

2.6.3 Terceira Fase: Definição de Projectos Prioritários ................................................................ 19

2.6.4 Quarta Fase: Análise e Validação de Projectos ..................................................................... 19

2.6.5 Quinta Fase: Aprovação do Plano e Orçamento .................................................................... 19

2.6.6 Sexta Fase: Execução e Monitorização do projecto .............................................................. 20

2.6.7 Sétima Fase: Entrega dos Projectos ....................................................................................... 20

2.6.8 Oitava Fase: Avaliação Global do Processo .......................................................................... 20

2.7 Revisão da Literatura Empírica e Focalizada ........................................................................... 21

2.7.1 Revisão da Literatura Empírica ............................................................................................. 21

2.7.2 Revisão da Literatura Focalizada ........................................................................................... 22

2.7.3 Diferenças e semelhanças da revisão da literatura empírica e focalizada ............................ 23

2.8 Considerações gerais do marco teórico..................................................................................... 23

CAPÍTULO III: DESENHO METODOLÓGICO .......................................................................... 24

3.1 Breve introdução ....................................................................................................................... 24

3.2 Tipo de pesquisa ....................................................................................................................... 24

3.2.1 Quanto ao enfoque ................................................................................................................. 24

3.2.2 Quanto ao objectivo ............................................................................................................... 24

3.3 Quanto aos procedimentos técnicos e fontes de informação .................................................... 25

59
3.3.1 População e participantes do estudo ...................................................................................... 25

3.3.2 Técnicas de recolha dados ..................................................................................................... 26

2.4 Técnicas de análise e interpretação de dados ............................................................................ 26

3. Limitações de estudo................................................................................................................... 26

4. Caracterização do Município da Cidade de Tete ........................................................................ 27

4.1 Perfil do Município da Cidade de Tete ..................................................................................... 27

4.1.2 População .............................................................................................................................. 27

4.1.3 Órgãos do Município de Tete ................................................................................................ 27

4.1.4 Presidente do Conselho Municipal (PCM) ............................................................................ 27

4.1.5 Conselho Municipal (CM) ..................................................................................................... 28

4.1.6 Visão, Missão, Valores, do Conselho Municipal................................................................... 28

4.1.7 Assembleia Municipal (AM) ................................................................................................. 29

CAPÍTULO IV. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E TRATAMENTO DE DADOS ...................... 30

4.1 Breve Introdução ....................................................................................................................... 30

5. Apresentação dos participantes do estudo .................................................................................. 30

4.2 Técnicas de análise descritiva de conteúdo .............................................................................. 31

4.2.1 Primeira categoria: O Processo de Orçamento Participativo no Município da Cidade de Tete


Período 2012 á 2015 ....................................................................................................................... 31

4.2.2 Segunda categoria: O grau de Cooperação entre Acomunidade e o Município da Cidade de


Tete no Processo do Orçamento Participativo. ............................................................................... 33

4.2.3 Terceira categoria: O Contributo do Orçamento Participativo no Desenvolvimento do


Município da Cidade de Tete no Período De 2012 Á 2015. ........................................................... 35

4.2.4 Interpretação e discussão em torno de todos resultados obtidos............................................ 37

CAPÍTULO V. CONCLUSÃO E SUGESTÕES ........................................................................... 40

5.1 Conclusão.................................................................................................................................. 40

5.2. Sugestões.................................................................................. Error! Bookmark not defined.

60
Referências bibliográficas ............................................................................................................... 42

Legislação ....................................................................................................................................... 46

APÊNDICE ..................................................................................................................................... 47

61

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