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Código:
i
Universidade Católica de Moçambique
Código:
ii
Quelimane, Março de 2023
Declaração de Honra
Eu Ilda da Vitória Miranda declaro por minha hora que esta Monografia é resultado da minha
investigação pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as
fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que, este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição de ensino
para obtenção de qualquer grau académico.
_______________________________________
(Ilda da Victoria Miranda)
iii
Dedicatória
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pela saúde, fé e perseverança que me tem dado. De
seguida ao meu pai,(Que neste momento goza de eterna saudade) a quem honro pelo esforço com
o qual mantive seus filhos na escola pública, permitindo-lhes condições ínfimas de galgar êxito na
sociedade letrada (que Deus o tenha).
iv
Agradecimento
Ao longo dos quatro anos de ensino e aprendizagem, de integração e socialização académica tenho
muito que agradecer:
Agradeço também, aos meus irmãos, amigos e colegas pelo incentivo na busca de novos
conhecimentos, a todos os docentes que muito contribuíram para a minha formação, dos quais
tenho boas lembranças.
Não me esquecerei de agradecer particularmente aos meus amigos, com eles, muitas noites perdi
para conseguir alcançar o meu objectivo o de licenciatura em ensino de geografia no Instituto
Educação a Distância. Agradecer ao Alfredo Bonifacio meu marido e companheiro. Finalmente,
agradeço toda massa académica que directa ou indirectamente influenciaram e moldaram
positivamente a minha capacidade de pensar e analisar os factos. Vai ai o meu muito obrigado. É
um conceito concebido pelos estudantes como sendo: passar a noite inteira até ao raiar do sol a
estudar simplesmente.
A todos aqueles que directa ou indirectamente contribuíram para a realização desta pesquisa e,
endereço o meu muito obrigado.
v
Resumo
vi
Abstract
The Administrative Post of Mocuba has been recording growth in the incidence rates of
anthropogenic fires, a fact that led to the implementation of a fire management plan. The aim of
this work was to study the system of fires in the ecosystem as a basis for the preparation of a fire
management plan. Field data was collected in 108 circular plots of 15m radius to strengthen the
accuracy of remote sensing analyses. The disappointing results are that on average fire returns to a
particular site every 3.29 years at a frequency of 0.36 times/year peaking in the dry season.
approximately 43% of the total area burned every 1-2 years and the Central-North and East
regions recorded more frequent fires, being more intense in areas with low frequency and density
of fires. The occurrence of fires is favored by the type of land cover, and unfavorable temperature
by the increase in population density. Thus, they are priority areas for the control of fires in that
zone which is equal to or less than 2 years, dominated by deciduous forests, with low population
density, including inselbergs and dambos.
Keywords: Uncontrolled fires, Impact, Socio-environmental, Povoado de Bive
vii
Índice
Declaração de Honra.....................................................................................................................iii
Dedicatória....................................................................................................................................iv
Agradecimento...............................................................................................................................v
Resumo..........................................................................................................................................vi
Abstract........................................................................................................................................vii
CAPITULO I: INTRODUÇÃO..................................................................................................11
1.1 Problematização................................................................................................................12
1.2. Justificativa e Significância do Estudo..................................................................................12
1.2.1 Relevância...........................................................................................................................13
1.2.2 Relevância social.................................................................................................................13
1.3 Objectivos...............................................................................................................................14
1.3.1 Objectivo Geral...................................................................................................................14
1.3.2 Objectivo Específicos..........................................................................................................14
1.5. Delimitação do Estudo no tempo, Espaço e Temático.........................................................14
1.5 Delimitação da área de estudo................................................................................................15
1.6. Dificuldades encontradas......................................................................................................15
1.6. Considerações éticas..............................................................................................................15
CAPITULO II:.............................................................................................................................16
2. REVISÃO DA LITETURA.....................................................................................................16
2.1 Definição dos conceitos..........................................................................................................16
2.2 Regime de Queimadas............................................................................................................17
2.2.1 características.....................................................................................................................17
2.3 Queimadas..............................................................................................................................17
2.4 Causas de queimadas descontroladas.....................................................................................18
2.5 Regime de queimadas nos ecossistemas................................................................................19
2.6 Factores que determinam a propagação do fogo....................................................................20
2.7 Literatura focalizada...............................................................................................................21
2.7.1 Consequências de incêndios florestais...............................................................................21
2.8 Exploração de lenha e fabrico de carvão................................................................................22
2.9 Agricultura comercial e de subsistência.................................................................................23
2.10 Principais problemas ambientais, sociais e económicos que resultam queimadas
descontroladas..............................................................................................................................23
2.11 Influencias das queimadas descontroladas no clima............................................................25
viii
2.12 Formas de participação das comunidades na gestão das queimadas descontroladas...........26
2.13 Perigo e Risco de Queimadas...............................................................................................27
2.14 Época de Ocorrência de Queimadas.....................................................................................27
2.15 Queimadas e Efeito Estufa...................................................................................................27
2.16 Importância económica e ambiental das Florestas...............................................................28
Capitulo III: Metodologias...........................................................................................................30
3.1 Conceito de método................................................................................................................30
3.2 Universo ou População..........................................................................................................30
3.2 Tipo de pesquisa.....................................................................................................................30
3.2.1 Quanto a método.................................................................................................................30
3.2.2 Quanto a abordagem............................................................................................................31
3.3 Métodos de Procedimentos Observação directos...................................................................31
3.3.1 Quanto a objectivo...............................................................................................................31
3.3.2 Observação Indirecta...........................................................................................................32
3.3.3 Consulta bibliográfica.........................................................................................................32
3.4 Técnicas e instrumentos de recolha de dados.........................................................................32
3.4.1 Amostra...............................................................................................................................32
3.4.2 Observação não participativa:.............................................................................................33
3.4.3 Entrevista semi-estruturadas:..............................................................................................33
3.4.5 Triangulação........................................................................................................................33
3.4.6 Análise documental.............................................................................................................34
3.5 Técnicas de Análise de Dados................................................................................................34
3.6 Validação de Resultados........................................................................................................34
3.7 Aspectos da Ética...................................................................................................................35
3.8. Analise e interpretacao de dados..........................................................................................35
CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO, ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.........36
4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS..............................................................................36
4.1 Causas de queimadas descontroladas no Posto Administrativo de Mocuba, povoado do Bive
......................................................................................................................................................36
4.1.1. Abertura de campos agrícolas............................................................................................36
4.1.2. Caça furtiva........................................................................................................................37
4.1.3. Fabrico de carvão vegetal...................................................................................................37
4.1.3. Prática de Apicultura..........................................................................................................38
4.1.4. Renovação de áreas de pastagem.......................................................................................38
ix
4.2 Principais problemas ambientais, sociais e económicos que resultam das queimadas
descontroladas no povoado do Bive.............................................................................................39
4.3. Problemas ambientais............................................................................................................39
4.3.1 Ocorrências..........................................................................................................................39
4.3.2. Redução de área florestais comunitárias............................................................................40
4.3.3. Problemas económicos.......................................................................................................40
4.3.3.1. Baixa Produtividade........................................................................................................40
4.4. Formas de gestão participativa que as comunidades do povoado do Bive adoptam para
combaterem as queimadas descontroladas...................................................................................41
4.4.1. Criação de floresta comunitárias........................................................................................41
4.4.2 Realização de palestras de sensibilização das comunidades no povoado sobre
consequências de queimadas descontroladas...............................................................................41
Capitulo V: Conclusão e sugestões..............................................................................................46
5.1 Conclusão...............................................................................................................................46
5.2 Sugestões................................................................................................................................47
Ao Serviço Distrital de Planeamento de Infra-estruturas de Mocuba..........................................47
As Comunidades do Povoado do Bive.........................................................................................47
Referências bibliográficas............................................................................................................48
APÊNDICES................................................................................................................................51
ANEXOS......................................................................................................................................53
x
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
1. Introdução
Tais prejuízos reduzem os serviços ambientais que o sistema, mantido em seu sistema actual
poderia proporcionar ao planeta. Devido a estes pressupostos, aumenta a necessidade do
monitoramento ambiental e sistemático das queimadas. De acordo com Saket (2000) as
consequências e impactos negativos das queimadas constituem uma preocupação nacional e
internacional e em particular ao distrito de Mocuba por serem, não só fontes de emissões de gases
de efeito estufa que contribuem para as alterações do clima, mas também fontes de degradação dos
recursos naturais. O estudo das queimadas tem grande importância, além de demostrar a
comunidade os perigos que podem resultar do uso descontrolado do fogo, permite desenvolver
instrumentos necessários para a sua previsão e gestão.
Como forma organizativa, o presente trabalho de Pesquisa é constituído basicamente por cinco
capítulos, nomeadamente: capítulo I, Introdução, que integra a Problematização, a Questão de
pesquisa, os Objectivos geral, e específicos, Perguntas de Pesquisa, Justificativa e Relevância,
Delimitação do estudo (Temporal, Espacial e Temático); capítulo II Revisão da literatura capítulo
III, Metodologia que inclui Tipo de pesquisa, População, Amostra, Instrumentos de Recolha de
dados, Técnicas de análise e validação de Resultados; capítulo IV, Análise e discussão de
resultado, sugestão e conclusão. Capítulo V: Considerações finais e sugestões.
11
1.1 Problematização
A situação causou interesse pela nossa pesquisa dando conta que o grosso modo de prevenção de
queimadas descontroladas encontra se sob gestão dos serviços distritais de Planeamento e Infra-
estrutura do distrito de Mocuba por falta de disseminação de mensagens para acabar com as
queimadas descontroladas. Para tal e diante desta situação, levanta-se a seguinte questão:
12
éticos, conforme os padrões da sociedade em que está inserido. Nessa constante interação com o
meio, o indivíduo vai internalizando crenças e valores, construindo padrões de comportamento
próprios para interação em cada grupo. Tais valores vão se consolidando e determinando suas
escolhas, dentre elas, as escolhas profissionais. Este mesmo processo revela-se crucial no contexto
de uma organização. Ao ingressarem em um novo grupo, os indivíduos precisam serem
apresentados aos valores, crenças, normas e práticas da organização, passando por um processo de
socialização, que lhes permitirá articular-se com os processos de comunicação e de integração que
permeiam o fazer coletivo.
A escolha do tema foi motivada por constatação “in loco” de que existiam “nas comunidades das
zonas rurais do meu distrito” alguns indivíduos antissociais que pensam que promovendo
queimadas descontroladas mostram os procedimentos saudáveis sobre o meio ambiente e
aproveitamento do cultivo das culturas alimentares e adequação na cultura organizacional.
1.2.1 Relevância
A relevância da pesquisa surge pelo facto da floresta desempenhar um papel importantíssimo na
economia do mundo, proporcionando bens e serviços para a população humana local,
nomeadamente a proteção e estabilização, berçário para variedade de ecossistemas e muitos
invertebrados de grande valor económico, fonte de produtos importantes como a madeira, a lenha, o
carvão vegetal, remédios.
Outro sim, a importância da conservação dos recursos naturais como pilar do desenvolvimento
sustentável do país, ao assegurar como prioridade no seu plano quinquenal 2015-2020 a gestão
sustentável e transparente dos recursos naturais e do ambiente como base para o país acelerar os
esforços de desenvolvimento económico e progressivamente melhorar a qualidade de vida dos
moçambicanos.
Assim, estudo de género são relevante porque permitem conhecer, compreender e analisar a
realidade sobre o nível de exploração e/ou desmatamento de árvores, seus impactos no contexto
focalizado no quadro do desenvolvimento social das comunidades locais.
A pesquisa é importante para a comunidade do Bive, porque depende da floresta para a satisfação
de suas necessidades quotidianas e recorre ao desmatamento dos recursos naturais, neste caso o
abate de árvores para o fabrico do carvão, para a construção de suas casas, lenha para venda e
cozinha dos seus alimentos no seu dia-a-dia
13
1.3 Objectivos
1.4. Hipóteses
Hipótese 2: Não existe uma relação entre a promoção de queimadas nas zonas rurais e a melhoria
da qualidade de vida nas comunidades.
14
1.5 Delimitação da área de estudo
O estudo foi realizado, no povoado do Bive, Posto Administrativo de Mocuba Sede, Distrito de
Mocuba, província da Zambezia Moçambique, que fica entre Vila sede do Distrito de Mocuba e a
Localidade de Mugeba,
Com o intuito de salvaguardar a identidade dos informantes, no presente trabalho não foram
mencionados nomes da população abrangida pela pesquisa em causa, para tal foram codificadas os
informantes na perspectiva ética de proteger a menção dos seus nomes.
15
CAPITULO II:
2. REVISÃO DA LITETURA
Neste capítulo, far-se-á a revisão bibliográfica sobre os assuntos e literaturas relacionados com os
elementos climáticos e queimadas. Além disso, procura-se apresentar de forma compacta, os
tópicos considerados relevantes, destacando os factores que contribuem para ocorrência de
queimadas, consequências e impactos negativos das queimadas, descrevendo os elementos
climático (temperatura do ar, humidade relativa, direcção e intensidade de vento), a sua teoria e
técnica operacional referente aos instrumentos a serem abordados neste trabalho, bem como
conceitos sobre o coeficiente de correlação de Pearson.
Segundo MICOA (2007), as queimadas constituem a prática rural largamente utilizada para
diferentes fins tais como:
• Caça;
• Colheita de mel;
• Produção de carvão;
• Visibilidade da mata;
• Controlo de pragas e doenças.
• A limpeza de campos agrícolas;
• Redução de material combustível.
16
2.2 Regime de Queimadas
2.2.1 características
A evolução do conceito de regime de queimadas foi devidamente descrita por Krebs et al. (2010).
Neste estudo, é considerado o conceito de regime de queimadas estabelecido por Myers et al.
(2004) e Davis e Michaelsen (1995) que denominam por regime de queimadas o historial de fogos
individuais ocorridos numa dada paisagem, ou a sequência de queimadas ocorridas num
determinado lugar no que diz respeito ao intervalo e época do ano em que ocorrem bem como a
respectiva intensidade. O regime de queimadas é caracterizado pelo tipo, intensidade, extensão,
frequência, intervalo de retorno e características espaciais dos fogos que ocorreram nesse lugar
num passado histórico recente.
2.3 Queimadas
Segundo Minig (2011), estima-se que Moçambique perde anualmente 219.000 hectares de
florestas, equivalente a 405.500 campos de futebol, apresentando forte tendência de aumento nos
últimos anos. Segundo MICOA (2007), mais de 80% das queimadas ocorrem na época seca que
corresponde aos meses de Abril a Setembro.
O fogo pode ser interpretado como o fenómeno físico que resulta da rápida combinação entre o
oxigénio e uma substância combustível. Este último elemento pode ser: produção de calor, luz e,
geralmente, chamas (Soares, 1985). De acordo com Soares e Baptista (2007) o fogo sempre existiu
na natureza e a própria teoria científica do início do universo está ligada a ele através da explosão
de uma matéria de altíssima densidade. Segundo Soares (1985), o fogo envolve três (3) elementos
básicos: combustível, Comburente (oxigénio) e calor, formando o triângulo do fogo.
17
2.4 Causas de queimadas descontroladas
Segundo MADER (2003), em Moçambique, refere que não possui dados sistematizados sobre
queimadas florestais, mas sabe-se que todo o ano vastas áreas com potencial florestal e faunístico
são consumidos pelo fogo devido a factores naturais e humanos. A título de exemplo, na região
centro do país, cerca de 40% da cobertura vegetal, é anualmente consumida pelo fogo. O fogo é
usado segundo FAO (1993), para preparar a terra para a agricultura que está associada a
desflorestação tropical e agricultura itinerante
Estudos efetuados pelo MICOA, GTZ – PRODER, revelam que as queimadas descontroladas em
Moçambique, são responsáveis pela devastação de cerca de 30 milhões de hectares (ha) por ano.
As principais causas dessas queimadas estão ligadas a ação do Homem constituindo 90% do total
das queimadas efetuadas Moçambiente (2001). O manejo inadequado dos recursos renováveis
leva à degradação do ambiente, tais como, pesca, exploração excessiva de florestas e exposição
dos solos à erosão
As causas naturais das queimadas descontroladas, são os relâmpagos e faíscas que constituem
principais focos. Quando ocorrem em locais de vegetação seca provocam incêndios, devastando
áreas extensas. Estes casos registam-se com pouca frequência Moçambiente (2001).
Segundo MICOA ( 2008), as queimadas constituem a prática rural largamente utilizada para
diferentes fins tais como:
18
Stewart e Robison (1997) a agricultura de subsistência por pequenos agricultores, apresenta em
muitos casos, práticas inadequadas de preparo do solo para actividades agrícolas envolvendo o
corte e a queima, as quais resultam na degradação de solos, florestas e perda de habitat.
Barbour et al. (1987), e Weischet & Caviedes (1993) referem que para além do fogo ser destrutivo
e catastrófico, os camponeses usam-no por razões económicas e culturais, e é mais frequente nos
países tropicais em vias de desenvolvimento como:
Archibald et al. (2010) e Frost (1999) as queimadas registadas nos ecossistemas de são na sua
maioria de origem antropogênica e começam no final da época chuvosa (Abril) atingindo o seu
pico durante a época seca entre os meses de Agosto a Outubro.
Archibald et al.(2010) estudou o regime de queimadas na região da África Austral entre 2001 a
2009 tendo constatado que os países com maior incidência de queimadas são Angola, Zâmbia e
Moçambique onde mais de metade dos seus territórios foram afectados pelas queimadas mais de 4
vezes em 8 anos, correspondendo a um intervalo de retorno de aproximadamente 2 anos. O
19
intervalo médio de retorno em ecossistemas de savana e pradaria varia entre 1.7 a 10 anos
dependendo da precipitação e do grau de impacto da acção humana.
Ribeiro (2007) estimou o intervalo de retorno de queimadas em 1.54 anos correspondentes a uma
frequência média anual de 0.65 vezes/ano. Na Zâmbia, Chidumayo (1997) estimou o intervalo de
retorno em 1.6 anos. De acordo com Frost e Robertson (1987) citados por Timberlake et al. (2010)
as queimadas são frequentes em regiões de miombo húmido onde a produção de biomassa é
elevada sendo o intervalo de retorno de queimadas estimada entre 1 a 5 anos. Nas savanas mais
áridas, Frost (1999) afirma que o intervalo de retorno de queimadas pode variar de 5 a 50 anos
dependendo da produção de biomassa.
A extensão da área queimada e a dimensão das manchas causadas pelas queimadas na superfície
terrestre também são influenciadas pela distribuição da precipitação que por sua vez, influencia na
quantidade e inflamabilidade da biomassa disponível para se queimar. Os meses de Agosto a
Outubro concentram a maior área queimada nos ecossistemas Magadzire (2013).
Segundo Soares e Baptista (2007) a propagação do fogo é determinada por vários factores
meteorológicas, topografia e tipo de floresta.
De acordo com Soares e Baptista (2007) para que um fogo superficial possa se propagar deve
existir no mínimo cerca de 1,2 ton/ha de material combustível fino e seco disperso em uma área. O
20
arranjo do material combustível é também importante na propagação dos incêndios,
principalmente os aspectos de continuidade, compactação e distribuição vertical.A humidade do
material combustível também constitui uma variável chave, uma vez que dela depende a ignição a
propagação e a sustentação do fogo, além de influenciar em muito o seu comportamento e
determinar o consumo de combustível.
Por sua vez a humidade nos combustíveis mortos é muito variável no tempo uma vez que reage às
alterações diárias e horários das condições meteorológicas. Para DA Feira (2008) as estimativas da
humidade do combustível morto são pouco precisas, devido à heterogeneidade dos combustíveis
mortos mas também porque a perda de humidade ocorre através de três mecanismos diferentes
(evaporação, difusão capilar e libertação da água). O teor de humidade Principais causas de
mudança de cobertura florestal por via de queimadas em Moçambique.
As mudanças no uso da terra e cobertura florestal nos últimos 20 anos não podem ser dissociadas
dos principais acontecimentos históricos dos últimos 30 anos, caracterizados por guerras,
incluindo a luta de libertação nacional e a guerra civil logo depois da Independência FAO ( 2010).
Neste aspecto conduzimos a nossa pesquisa com base nas obras de diversos autores de referência
obrigatória que versam sobre o tema em questão.
A preocupação com os incêndios florestais é uma realidade global, porque muito mais do que os
prejuízos financeiros trazem prejuízos imensuráveis à biodiversidade e aos ecossistemas. Tais
prejuízos reduzem os serviços ambientais que a floresta, mantida em seu padrão actual, poderia
proporcionar ao planeta Motta (2008).
21
Os incêndios florestais constituem um dos factores mais importantes na redução de bosques e
florestas no mundo, provocando vários problemas como a destruição da cobertura vegetal,
destruição de húmus, morte de microrganismos, destruição da fauna silvestre, eliminação das
sementes em estado de latência, perdas de nutrientes, ressecamento do solo, aceleração do
processo de erosão e assoreamento de rios, lagos e lagoas.
Segundo Schmacher et al. (2005) a combustão completa do combustível florestal liberta calor,
vapor de água e dióxido de carbono. Quando ocorre um incêndio florestal, além da água e do CO2
vários outros elementos são lançados na atmosfera, como por exemplo, monóxido de carbono,
hidrocarbonos e outras partículas contribuindo desta maneira para a poluição do ar e emissão dos
Gases. Para além dos danos mencionados acima que os incêndios causam, a FAO (2010) refere
que os incêndios florestais têm impactos negativos sobre os ecossistemas uma vez que contribuem
para a redução ou perda da biomassa florestal e também tem impacto na mudança da estrutura e
composição dos ecossistemas. Um estudo feito por RIBEIRO et al. (2008) na Reserva Nacional do
Niassa (RNN), concluiu que a actividade de fogo aumenta durante o ano e 50% da área na RNN
arde anualmente o que pode ter um impacto negativo na conservação da biodiversidade, por
exemplo no total das árvores danificadas, 42% tiveram a copa queimada e 28% dos indivíduos
tiveram o seu tronco queimado. Por sua vez CANGELA (2014), no seu estudo na RNN constatou
que número de indivíduos com tronco queimado e mortos pelo fogo tende a aumentar com o
aumento de frequência de queimadas
A produção de carvão vegetal está associada a um maior impacto ambiental do que a de lenha,
especialmente em áreas peri- urbanas e tem sido referida como uma das principais causas do
22
desmatamento na África. As causas da elevada procura por lenha e carvão estão associadas a
várias questões, entre elas o baixo poder de compra e a falta de fontes alternativas viáveis de
energias nas zonas urbanas Cuvilas et al.( 2010).
Saket (1997), Jansen et al. (2006), Marzoli (2007) referem que, a agricultura tem sido indicada
várias vezes como uma das principais causas do desmatamento em Moçambique. Os impactos
directos resultam da conversão directa de florestas para áreas agrícolas permanentes ou agricultura
itinerante sobre queimadas. Os efeitos indirectos sobre a floresta incluem uma fase de transição
em que é extraída a madeira nobre, seguida de extracção de lenha e carvão, que se beneficiam do
acesso aberto pelos caminhos para a exploração madeireira. Estas áreas são mais tarde utilizadas
como áreas agrícolas sugerindo, mais uma vez que a agricultura e a exploração de combustíveis
lenhosos trabalham em combinação sobre a mudança da cobertura florestal.
23
poluídos em consequência das toneladas de cinzas levadas com as primeiras chuvas após o
incêndio. Assim, várias espécies de peixes e plantas são afectadas (Renato )
As queimadas descontroladas são uma fonte de emissões de CO2 e outros gases de efeito de
estufa. Durante a queimada, grandes quantidades de biomassa, particularmente a biomassa
herbácea, arbustos, folhas, ramos e troncos mortos são carbonizados FRA( 2010).
Faria et al.( 2004).Seus efeitos são desastrosos no meio ambiente. No ar, lança gases tóxicos e
cancerígenos, que contribuem para o efeito estufa, para o aquecimento da terra e alteram o clima e
o regime de chuvas. O solo é empobrecido e nutrientes, sendo retirada a sua camada mais fértil e
favorecendo o aparecimento de ervas daninhas. Para os pássaros e outros animais, significa a
perda do local em que viviam e muitas vezes a sua morte
Do ponto de vista energético e económico a queimada é considerada uma irracionalidade, uma vez
que desperdiça uma enorme quantidade de energia e, por empobrecer o solo, aumenta a
necessidade de adubação química. Além do mais, um ou região podem ser mal vistos no mercado
internacional que fazem restrições aos produtos que, em qualquer fase de seu ciclo de vida,
prejudicam excessivamente o meio ambiente Camillo Junior (1999).
Lodge (2001) refere que, quando grandes áreas de florestas são destruídas, ocorrem grandes
alterações do clima como: temperatura, pluviosidade, humidade de ar, velocidade do vento e
evaporação e pureza do ar, estendendo-se para outras zonas ao redor, devido a reflexão da
radiação solar pela área limpa. As chuvas tornam-se irregulares e o seu volume anual chega a
diminuir. Borota (1991) e Watson et al. (1997), referem que o desmatamento reduz a cobertura
24
vegetal, causando degradação das paisagens e contribuindo para o desaparecimento de certas
espécies animais
As queimadas interferem directamente na qualidade do ar, dos solos (alteram sua constituição
física, química e biológica), impactam directamente a vegetação e a fauna e podem comprometer a
qualidade dos recursos hídricos. As queimadas variam com o tipo de vegetação, podendo uma
pastagem adubada gerar mais gases (como os óxidos nítricos) do que uma pastagem que não
recebeu fertilizantes. As condições meteorológicas, o relevo e a hora da queimada são
condicionantes da temperatura atingida pelo fogo e do tempo necessário para a queima total do
material vegetal disponível. As queimadas são também associadas ao desmatamento, no entanto, a
queimada não deve ser confundida com fogo florestal (ou incêndio florestal): ocorrência de fogo
descontrolado em florestas, causadas por raios, acção humana (incêndio criminoso ou por
descuidos), erupções vulcânicas, ondas de calor, seca e por alterações cíclicas do clima. O sector
agrário em Moçambique, caracterizado pela agricultura familiar, como principal meio de sustento,
as actividades agrícolas depende em grande parte da agricultura de sequeiro Instituto Nacional de
Estatística (2007).
Os efeitos dos aerossóis no clima podem ser directos onde, os aerossóis espalham e absorvem
radiação no visível e infravermelho, efeito total onde verifica-se o resfriamento e os efeitos
indirectos servem como núcleos de condensação de nuvens.
25
2.12 Formas de participação das comunidades na gestão das queimadas descontroladas
Milaré (2001), refere que a participação da comunidade na tomada de decisões diante dos
interesses difusos e colectivos da sociedade tem sido apontada como importante elemento para o
fortalecimento da democracia participativa ao longo da segunda metade do século XX e início do
século XXI. Os governos da África Austral em particular em Moçambique, têm se deparado com
uma crescente demanda do envolvimento público na tomada de decisões para o maneio de
recursos naturais, particularmente a nível local. Existem três questões em volta do debate que são
a distribuição da autoridade e responsabilidades na tomada de decisões, a distribuição dos custos e
benefícios e questões relacionadas com a sustentabilidade a nível local (ecológica, social e
económica). As questões referidas anteriormente, tem haver com o fluxo da distribuição existente
tanto da autoridade bem como de benefícios que não é equitativa e nem sustentável
MICOA (2008) afirma que as comunidades locais jogam um papel importante na Gestão de
queimadas descontroladas, como principais utilizadoras dos recursos naturais dai que:
26
um recurso de valor múltiplo e não somente como fonte de madeira, fauna bravia ou para
recreação, Em contrapartida, várias intervenientes locais querem ver os seus interesses protegidos.
Matakala, (2005)Entretanto, o maneio sustentável da floresta e a Protecção de vários interesses
nelas existentes é complexo e requer mudança do maneio orientado para um determinado recurso
só para o maneio adaptativo do ecossistema
O risco de queimadas é composto pela vulnerabilidade e pelo factor de ameaça a que está
submetido o ambiente. A vulnerabilidade depende do material combustível, da topografia, das
condições climáticas e do tipo de solo. Langa (2015), o factor de ameaça diz respeito a existência
de agentes naturais e antrópicos que dão início ao processo de combustão. Saraiva (2011)
considera que o perigo de queimadas é composto pelo risco de queimadas chance de uma
queimada ter início, em função da existência de agentes de ignição, condições de presença de
combustível, clima e topografia.
Brown e Davis (1973) distinguem os conceitos de risco e perigo de queimada, onde risco de
queimada está relacionado com a probabilidade de uma queimada iniciar em função da presença
e/ou actividade de agentes causadores, enquanto perigo de queimada está relacionado com as
características do material combustível (tipo, quantidade, humidade, arranjo e continuidade) que o
predispõe a ignição.
Conhecer a época das queimadas é importante para o planeamento das actividades de prevenção e
combate as queimadas, minimizando os prejuízos causados pelo fogo e controle dos mesmos. A
época do ano que são registados os maiores índices de ocorrências de queimadas pode variar de
região para região, com as condições climáticas este período pode ser diferente em função da
localização da área em análise. Segundo Tebaldi et al. (2012), a época de ocorrência de queimadas
corresponde a época do ano em que os factores climáticos associados aos elementos climáticos
favorecem o aparecimento de grandes números de ocorrências de queimadas em vegetação. Tetto
(2012), define a época de ocorrência de queimada como sendo, a época do ano mais propícia a
ocorrência das queimadas.
A vida animal e vegetal no planeta terra, é possível devido à presença na atmosfera de certos gases
que absorvem a radiação infravermelha emitida pela superfície terrestre para a atmosfera. O efeito
27
estufa ocorre quando parte dessa radiação é absorvida por determinados gases presentes na
atmosfera. Como consequência o calor fica retido, não sendo liberado para o espaço, com isso
observamos o aquecimento global.
Dentro de certa faixa, o efeito estufa é essencial para a vida, serve para manter a temperatura do
equilíbrio do planeta garantindo assim, condições necessárias para a existência de seres vivos. Na
ausência do efeito estufa a temperatura da superfície da terra seria de -18 oC, ao invés da actual
temperatura média de 15 oC o que dificultaria a vida de diferentes espécies no planeta. Andreae e
Mingas (1996), Este fenómeno é conhecido como efeito estufa natural.
O sector florestal tem uma contribuição substancial para a economia, emprego e serviço da
sociedade. Byron (1996),Como tal, a importância das florestas é caracterizada pelos múltiplos
produtos e serviços que estas providenciam e são consideradas como a herança dos povos e nações
FAO (1993), refere que as florestas providenciam múltiplos benefícios ao nível local, nacional e
global. Este autor refere ainda que alguns desses benefícios dependem da existência das florestas
não perturbadas ou as que estão sujeitas à mínima interferência. Para Cunha & Princhel (1986), as
florestas desempenham uma série de funções relacionadas com a conservação de solos e água e
diversidade biológica para a modulação do ciclo de carbono e o melhoramento do microclima,
para além de protegerem o meio ambiente contra fenómenos naturais como erosão, alterações
climáticas extremas. MOYO et al. (1993) Os mangais são ecossistemas que têm função ecológica
de servir de viveiros de alguns crustáceos de grande valor comercial como o camarão e peixes
além de protecção contra a erosão das dunas e outras funções pelo que a sua remoção pode resultar
em degradação ambiental.
Brouwer (1996), As florestas desempenham por outro lado um papel vital e importante na
produção agrícola, restabelecendo a fertilidade de solos degradados pelo sistema de agricultura
itinerante e agricultura em pousio, que são consideradas como os sistemas agrícolas mais
importantes em Moçambique. Cunhas & Princhel (1986) acrescentam que as florestas também
providenciam a estética da paisagem e necessidades espirituais dos seres humanos. Sitoe (1996),
refere que dentro das florestas a população recolhe para evocar espíritos dos antepassados,
suplicando chuvas, saúde e boas colheitas.
Por outro lado, FAO (1985) refere que as florestas desempenham um papel vital na
sustentabilidade do ambiente natural e humano, criando condições para o desenvolvimento de
28
habitat favoráveis à fauna e ajudam a estabilizar outros ecossistemas, dando extrema contribuição
na mudança da biodiversidade. O autor acrescenta ainda que as florestas são uma fonte imediata
de produtos essenciais para as populações rurais e urbanas sendo importante recurso à economia
nacional.
Para Lamprecht (1990), as florestas desempenham diversas funções relacionada com a agricultura
e pecuária, para além destes terem grande vantagem sob o ponto de vista económico de fornecer
produtos homogéneos, tanto sob o aspecto das espécies de madeira como no tocante a distribuição
de rendimento. Moçambique (2009).As florestas também proporcionam vários benefícios
ambientais tais como a conservação da biodiversidade, a prevenção da erosão, o arresto do
carbono e a protecção das bacias hidrográficas, e desempenham um papel importante na mitigação
e adaptação perante as mudanças climáticas. Programa Nacional De Apoio ao Sector de Florestas.
29
Capitulo III: Metodologias
Segundo Libaneo (1994). ʺ métodos são caminhos usados para atingir determinados objectivos
definidos” Para a concretização deste projecto vai utilizar os seguintes métodos: método de
procedimento, o método bibliográfico, método comparativo, e método histórico:
De acordo com Chizzotti (2003). “A pesquisa provoca o esclarecimento de uma situação para uma
tomada de consciência pelos próprios pesquisados dos seus problemas e das condições que o
geram, a fim de elaborar os meios e estratégias de resolvê-los.
Com relação a metodologia, Oliveira (2011),afirma que ela deve mostrar como se pretende
realizar uma pesquisa. Nesse sentido, o autor (a) deve descrever a classificação quanto aos
objectivos de pesquisa, a natureza de pesquisa a escolha do objecto de estudo e a técnica de
colecta de análise de dados. Cada categoria comporta vários métodos, o que nos impõe a escolher
30
o método mais adequado a empregar na nossa pesquisa. Neste contexto a escolha do nosso objecto
de estudo remete nos a um estudo de caso, os objectivos a pesquisa explicativa e a natureza de
pesquisa a um estudo qualitativo baseado no método indutivo.
No delineamento do objecto de estudo privilegiou se o estudo de caso, pois este permite que se
explore com profundidade a realidade social no que tange gestão de queimadas descontroladas e
seu impacto sócio ambiental no povoado do Bive, distrito de Mocuba. Ao abordarmos a situação
de análise de aquisição de bens patrimoniais dentro das instituições do Aparelho do Estado e não
só, tencionamos aplicar a pesquisa explicativa de modo a identificar segundo Gil (2008), Merinhos
e Osório (2010) os factores que determinam ou contribuem para a ocorrência desse fenómeno ou
seja procurar estabelecer uma relação causa - efeito, através da manipulação directa dos dados do
nosso estudo.
Segundo Lakato (2007) esta é uma técnica para obter amostras de comportamentos e determinar
situações que sejam importantes na recolha de dados fiáveis. Neste estudo a observação directa
consistiu em contactar directamente os gestores das instituições do aparelho do Estado e os
sectores que se beneficiam dos bens.
Mediante a pesquisa pretende se Analisar a gestão de queimadas descontroladas nas zonas rurais e
a sensibilizacao, criando novos mecanismos de estudo para que nao haja novos comportamentos
que se filiam a promocao a queimadas descontroladas.
31
3.3.2 Observação Indirecta
De acordo com Gil (2002). “é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos” É neste contexto em que a pesquisa recorreu o uso
de material já elaborado, livros artigos e revistas, que se debruçam em torno de assuntos
relacionados com o tema em referência.
De acordo com Gil (1999) as pesquisas Sociais abrangem um universo de elementos tão grande
que se torna impossível considera-los em sua totalidade. Por isso, nas pesquisas Sociais é muito
frequente trabalhar com uma amostra, isto é, uma parte representativa de um universo.
Para este estudo serão envolvidos: Director do Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estrutura
de Mocuba, 3 Técnicos e 2 gestores administrativos,1 régulo do povoado do Bive e 11 residentes
do povoado de Bive, na área de estudo do meio ambiente, visto que este método é aplicável onde
todos os membros tem de igual maneira a capacidade e possibilidade de ser escolhido para
entrevista Libaneo, (1994). Para este estudo o critério da selecção foi por conveniência
(disponibilidade).
32
3.4.2 Observação não participativa:
Esta técnica consistiu na combinação de perguntas abertas e fechadas, com vista a obter
informações sobre o assunto a ser pesquisado. Esta técnica permitiu aos entrevistados falarem
“livremente” em torno das questões que lhes eram colocadas pois o ambiente no qual as
entrevistas foram conduzidas assemelhava-se muito a uma conversa informal. É de realçar que as
entrevistas foram direccionadas para cada um dos grupos (técnicos do ambiente, agricultores,
apicultores, produtores de carvão vegetal, pastores de gado e caçadores furtivos) de modo a
perceber as principais razões que contribuem para a prática de queimadas ao nível das
comunidades do povoado do Bive
3.4.5 Triangulação
Para Oliveira (2011), “a técnica de triangulação pode ser usada para validar os dados por meio da
comparação entre fontes de dados distintas, examinando-se a evidência dos dados e usando-os
para construir uma justificativa para os temas.
33
Neste sentido cruzaremos as informações que obtivermos dos gestores, Técnicos e Agentes do
Estado sobre a sua percepção acerca do processo de avaliacao de desempenho dos funcionarios
nas instituicoes publicas particularmente no Serviço Distrital de Planeamento e Infrae’estrutura de
Mocuba.
Marconi & Lakatos(2010), A análise documental é uma fonte de colecta de dados que esta restrita
a fonte primaria ou seja a documentos originais Desta feita, fez-se o uso de documentos de
entidades públicas como Serviço Distrital de Planeamento e Infrae-estrutura de Mocuba, Manual
de procedimentos do estudo dos catástrofes do meio ambiente.
É importante frisar que, a análise de dados tem como objectivo sintetizar os dados de modo que
facilitem o fornecimento de respostas ao problema levantado na pesquisa ou investigação.
Segundo Gil (2008), a análise de dados é um procedimento que tem como objectivo de organizar e
sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto
pela investigação.
Quanto aos dados obtidos na entrevista foram feitas a pré-análise, o pesquisador fez a compilação
ou transcrição para permitir o fornecimento de dados, codificação de dados de modo a acautelar as
questões éticas na pesquisa dada a amostra considerada como um todo organizado, categorizadas
para permitir o agrupamento das respostas.
De acordo com as respostas dos entrevistados, permitiu a melhor obtencao de resultados de acordo
com a relevância de cada entrevistado em relação ao assunto em análise.
Por seu turno Gil (2008), aventa que a interpretação de dados visa procurar o sentido mais amplo
das respostas, o que é feito mediante sua ligação com os conhecimentos obtidos anteriormente.
No que diz respeito a validação dos resultados foram feitos o cruzamento de dados obtidos nas
técnicas de recolha de dados da entrevista, análise documental e observação com vista a obter uma
interpretação adequada do problema.
34
3.7 Aspectos da Ética
Os autores das queimadas tem feito as actividades que conduzem a queima no seu dia-a-dia e
através disso, houve uma definição objectiva de variáveis a observar porque, normalmente foram
feitas no ambiente real no local onde os eventos ocorrem. A tabela a seguir representa o número
de pessoas entrevistadas do povoado de acordo com as actividades que conduzem a prática de
queimadas descontroladas.
Tabela 1: Numero de pessoas entrevistadas por cada actividade no povoado do Bive posto
administrativo de Mocuba
35
CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO, ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Mais de 50% do total dos entrevistados apontaram como principal causa de ocorrência de
queimadas ao nível do povoado do Bive:
36
4.1.2. Caça furtiva
Em relação a prática da caça furtiva foi apontada por 20% dos entrevistados como uma das causas
de ocorrência de queimadas descontroladas ao nível do povoado do Bive.
Para o efeito, o fogo é usado como uma técnica para facilitar captura/abate dos
animais durante o processo de perseguição. O fogo, não só obstrui a fuga dos
animais, como também conduz os animais em direcção as armadilhas colocadas
nas matas.(Entrevistados 2, 3, e 9).
por ser difícil a delimitação das áreas a serem queimadas e porque durante a fuga
os animais podem tomar direcções diferentes, os caçadores tendem a alargar o
perímetro das áreas a ser queimadas como forma de atrair para as zonas
armadilhadas o maior número de animais. Sendo assim, extensas áreas são
fustigadas pelo fogo durante o processo da caça. O controlo do fogo é quase
inexistente uma vez que há falta de observação de medidas de segurança
necessárias durante a realização do processo de caça e de meios necessários para
conte-lo em caso de abranger áreas que não estejam planificadas. (Entrevistados
1,4,5,8, 10 e 11).
Importa salientar que de acordo com os entrevistados, este fenómeno verifica-se com maior
ocorrência nas zonas recônditas do povoado do Bive por tratar-se de uma zona seca com baixa
produtividade agrícola, dai que as comunidades recorrem a caça não só para reforçar as reservas
alimentares mas também para diversificarem as suas fontes de subsistência.
37
constante do fogo que em caso de não ter havido um bom isolamento do capim com
a floresta ou haver alguma causa natural como o caso de ventania pode provocar
queimadas em grandes escalas sem que ninguém consiga apagar as chamas que o
fogo cria. Depois de se fazer a exploração de carvão deixa-se o espaço ainda a
fumigar com fogo dos troncos que não teriam se transformado completamente em
carvão devido a lentidão ou durabilidade do fogo. Após o produto final, estes
espaços são abandonados sem o seu devido controle que de certa forma,
constituem um perigo devido a sua localização que tem sido normalmente no meio
de florestas devido a negligência por parte dos autores. (Entrevistados 1,2,4 e 11).
A falta de equipamentos para a colecta de mel por parte dos apicultores locais,
tem levado estes a recorrer ao uso de técnicas rudimentares durante a colecta do
mel. De acordo com os entrevistados uma das técnicas consiste em aplicar o fogo
no sentido de afugentar as abelhas para evitar ferroadas. Devido ao perigo
durante a realização deste processo, o fogo é posto no local onde encontram-se as
colmeias, em seguida abandona se o fogo como forma de evitar picadas das
abelhas durante a dispersão das mesmas. A ausência de pessoas por perto para
controlar o fogo, em muitos casos tem levado a destruição de culturas alimentares
e da vegetação em grandes proporções.(Entrevistados 4 e 7).
38
do pasto para ajudar o desenvolvimento e a reprodução do gado (bovino e
caprino). (Entrevistados 3 e 10).
Nos últimos anos as queimadas causadas pela renovação de áreas de pasto tem
vindo a ocorrer com maior frequência visto que, tem se registado uma redução das
áreas de pastos devido a construção de habitações e criação de machambas. Os
pastores são obrigados a procurar outras áreas para pastos acelerando a
destruição de propriedades assim como de extensas áreas florestais pelo fogo. O
facto de a renovação de áreas de pasto ser realizada durante as noites dificulta o
controlo do alastramento do fogo devido a fraca visibilidade associada a técnicas
inadequadas para delimitação das áreas a serem queimadas. (Entrevistados 1,
2,4,5, 6, 7, 9 e 11 ).
4.2 Principais problemas ambientais, sociais e económicos que resultam das queimadas
descontroladas no povoado do Bive.
4.3.1 Ocorrências
39
de infiltração e conservação da água no solo. A ausência do de vegetação faz com
que o solo seja arrastado pelas chuvas para as zonas baixas muitas vezes tem
contribuído no avanço acelerado da erosão, bem como na alteração do clima em
determinadas zonas (Entrevistado 2, 5, e 10).
Para cerca de 50% do universo total das pessoas entrevistadas defendem que:
40
extensivos a produção e renovação dos pastos, pois no lugar de melhorar a
qualidade dos solos, verificam-se resultados contrários aos esperados durante a
realização das queimadas (Idem)
4.4. Formas de gestão participativa que as comunidades do povoado do Bive adoptam para
combaterem as queimadas descontroladas
Uma das formas de gestão participativa que as comunidades adoptaram nas comunidades do
povoado do Bive para combater queimadas descontroladas é através de criação de florestas
comunitárias, sendo que segundo os dados colhidos pela autora durante pesquisa foi possível
identificar 4 florestas. Através desta acção nota se que as comunidades do povoado do Bive,
possuem mais florestas comunitárias. Dos cerca de 10% entrevistados, concluiu-se que esta forma
de gestão chega a evitar queimadas descontroladas através do maior controlo que é feito pela parte
dos Régulos, chefes de 10 casas porque a sua exploração é restrita necessitando duma autorização
prévia que obedece certas regras. De salientar que estas mesmas florestas, são usadas para práticas
culturais e em caso de alguém fazer o uso não autorizado ou praticar acções de queima, é
denunciado e posteriormente sancionado dai que a probabilidade de ocorrência de queimadas
nesses loca onde as florestas estão implantadas é muito menor. Esta estratégia de gestão não chega
a limar o problema das queimadas na totalidade, visto que ainda não abrange todo o Posto
Administrativo e as florestas comunitárias ainda encontram -se em número ínfimo.
Cerca de 10% de indivíduos entrevistados afirmaram que, através dos programas que os serviços
Distritais de Planeamento e Infraestruturas de Mocuba - Departamento do ambiente tem prestado
anualmente através de encontros com as comunidades locais e líderes comunitários para
sensibilização das comunidades no sentido de haver uma motivação no seio gestão das queimadas.
Essas acções são conduzidas em forma de mensagens instrumentalizadas que alertam o perigo das
queimadas descontroladas e trazem consigo a importância de uma floresta na preservação do meio
ambiente. De salientar que Segundo o SDPI o Povoado do Bive ate 2013 já possuía duas
Associações dedicadas a protecção ambiental, Apesar destas acções serem levadas a cabo, a
41
comunidade mostrou se não ter conhecimento sobre como preservar uma floresta, não
conhecimento da sua importância e o risco que as queimadas descontroladas podem trazer para a
biodiversidade. Estes factos todos estão relacionados com dois pontos fundamentais:
As queimadas constituem a prática rural largamente utilizada para diferentes fins tais como: i) a
limpeza de campos agrícolas, ii) abertura de caminhos para facilitar a circulação das populações,
iii) visibilidade da mata, iv) caça, v) colheita de mel, e vi) produção de carvão, vii) renovação das
áreas de pastagem, viii) redução de material combustível, ix) controlo de espécies vegetais
indesejáveis e x) controlo de pragas e doenças (MICOA, 2008)
A pobreza é tida como sendo uma das causas fundamentais das queimadas descontroladas em
Moçambique, pois a população das zonas rurais usa o fogo como o meio mais rápido e barato para
a abertura dos campos para agricultura e limpeza dos arredores das residências como forma de
protecção contra os animais ferozes (MICOA, 2008).
As causas resultantes da actividade humana são as que se afiguram como sendo as mais graves.
Estas afirmações são sustentadas por Stewart e Robison (1997) ao afirmar que a agricultura de
subsistência por pequenos agricultores, apresenta em muitos casos, práticas inadequadas de
preparo do solo para actividades agrícolas envolvendo o corte e a queima, as quais resultam na
degradação de solos, florestas e perda de habitat.
42
Adicionalmente Barbour et al. (1987), e Weischet & Caviedes (1993) referem que para além do
fogo ser destrutivo e catastrófico, os camponeses usam-no por razões económicas e culturais, e é
mais frequente nos países tropicais em vias de desenvolvimento.
No que tange aos impactos socio ambientais das queimadas descontroladas Byron, (1996) e
Chidley (2001) sustentam que as consequências e impactos negativos das queimadas
descontroladas constituem preocupação nacional e internacional por serem não só fontes de
emissões de gases com o efeito estufa que contribuem para as mudanças do clima global, mas
também fontes de degradação dos recursos naturais. A desflorestação não apenas traz
consequências a nível local, mas também a níveis regional e internacional, afecta na degradação
da terra que resulta numa diminuição da produtividade da terra, perdas da biodiversidade para
além de destruir as bacias hidrográficas.
As queimadas descontroladas são uma fonte de emissões de CO2 e outros gases de efeito de
estufa. Durante a queimada, grandes quantidades de biomassa, particularmente a biomassa
herbácea, arbustos, folhas, ramos e troncos mortos são carbonizados FRA ( 2010).
Por outro lado, Faria et al.( 2004) diz que seus efeitos são desastrosos no meio ambiente. No ar,
lança gases tóxicos e cancerígenos, que contribuem para o efeito estufa, para o aquecimento da
terra e alteram o clima e o regime de chuvas. O solo é empobrecido e nutrientes, sendo retirada a
sua camada mais fértil e favorecendo o aparecimento de ervas daninhas. Para os pássaros e outros
animais, significa a perda do local em que viviam e muitas vezes a sua morte
43
Participar nas actividades de monitoria, fiscalização, reabilitação de áreas degradadas
fornecendo o conhecimento tradicional;
Divulgar e replicar medidas locais bem sucedidas na punição dos infractores a outras áreas
apoiando deste modo o governo Distrital no cumprimento das metas para redução de
queimadas descontroladas;
Garantir a participação efectiva das comunidades nas acções de prevenção e controlo as
queimadas descontroladas; e
Canalizar os incentivos recebidos pelo bom desempenho nos programas de prevenção e
controlo às queimadas descontroladas as comunidades locais (MICOA, 2008).
44
Por outro lado, Milaré (2001), refere que a participação da comunidade na tomada de decisões
diante dos interesses difusos e colectivos da sociedade tem sido apontada como importante
elemento para o fortalecimento da democracia participativa ao longo da segunda metade do século
XX e início do século XXI. Os governos da África Austral em particular em Moçambique, têm se
deparado com uma crescente demanda do envolvimento público na tomada de decisões para o
maneio de recursos naturais, particularmente a nível local. Existem três questões em volta do
debate que são a distribuição da autoridade e responsabilidades na tomada de decisões, a
distribuição dos custos e benefícios e questões relacionadas com a sustentabilidade a nível local
(ecológica, social e económica).
45
Capitulo V: Conclusão e sugestões
5.1 Conclusão
As formas de gestão de queimadas por parte das comunidades centram ser em duas acções
fundamentais que consistem em criação de florestas comunitárias para fazer a gestão conjunta e
inclusiva e a realização de palestras de sensibilização das comunidades em cada povoado sobre
consequências de queimadas descontroladas, visando sensibilizar e munir as comunidades em
matéria de prevenção e mitigação das queimadas descontroladas. O baixo nível de disseminação
de informação e falta de conhecimento sobre consequências que podem advir das queimadas
descontroladas, constituem as causas principais do reduzido índice do envolvimento comunitário
na gestão das queimadas descontroladas. Em caso de ultrapassar se este assunto, pode haver uma
gestão participativa e inclusiva reduzindo assim, o elevado índice de queimadas descontroladas
que tem assolado as comunidades do povoado do Bive e o Distrito de Mocuba em Geral.
46
5.2 Sugestões
c) Criação de capacidade técnica para a gestão de queimadas para aplicação nas actividades
agrícolas, de caça, apicultura, exploração de carvão e pastagem.
Para garantir maior envolvimento comunitário na gestão das queimadas e reduzir o impacto de
problemas sociais ambientais e económicos, as comunidades do povoado do Bive devem:
b) Criação de zonas específicas apenas para pastagem do gado e uso do sistema de pousio para
tempo de emergência do novo pasto;
c) Aproveitar o capim seco desbravado ou sachado enterrando-o no solo usando como fertilizante
na actividade agrícola para aumentar a fertilidade do solo além de queima-lo.
d) Produzir o carvão vegetal em zonas limpas e não florestais para facilitar o controlo do fogo.
47
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Ecological Justice in Indonésia,Victória. Canada.
50
APÊNDICES
51
Apêndice I: Guião de Entrevista
1-Qual é a melhor forma de sensibilização das comunidades para evitar queimadas
descontroladas?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
2. Quais são as causas de queimadas descontroladas?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
3. Como tem sido feitas as palestras sobre queimadas descontroladas na sua região
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
4. Quais são as consequências registadas por si sobre as queimadas descontroladas nesta
região?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
5. Tem recebido sensibilizações sobre queimadas descontroladas pelos técnicos de gestão
ambiental?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
6. Qual é o objectivo de proibição das queimadas descontroladas?
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
7. Quais são as medidas que o governo local e as comunidades devem adoptar para evitar as
queimadas descontroladas?
52
ANEXOS
53