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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ENGENHARIA
Departamento de Química
Licenciatura em Engenharia do Ambiente

Trabalho Prático
para a Disciplina de

RECURSOS NATURAIS
E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Curso Pós Laboral

(1º – Semestre)
Relatório Nº 02

Título:
URBANIZAÇÃO, ASSENTAMENTOS HUMANOS E GESTÃO DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS URBANOS NO BAIRRO DA MAFALALA

Docente:

Engº João Chidamoio

Maputo, Outubro de 2021


Curso de

Licenciatura em Engenharia do Ambiente

Trabalho Prático
para a Disciplina de

RECURSOS NATURAIS
E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Curso Pós Laboral

(2º – Ano)

Relatório Nº 02

Título:
URBANIZAÇÃO, ASSENTAMENTOS HUMANOS E GESTÃO DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS URBANOS NO BAIRRO DA MAFALALA

Docente:

Engº João Chidamoio

Grupo nº 05:

1 Gune, Sérgio David


2 Macuácua, Felisberto Gonçalves
3 Cossa, Nicolau Tomás

Maputo, Outubro de 2021


Indice Geral
1. História da Mafalala ........................................................................................................... 6
2. Introdução........................................................................................................................... 7
3. Objectivos........................................................................................................................... 9
3.1. Objectivo Geral ........................................................................................................ 9
3.2. Objectivos Específicos ................................................................................................ 9
4. Revisão bibliográfica........................................................................................................ 10
4.1. Principais conceitos ................................................................................................... 10
5. Procedimentos metodológicos.......................................................................................... 13
5.1. Localização Geográfica ............................................................................................. 13
5.2. Diagnostico sócio ambiental ...................................................................................... 14
6. Urbanização no contexto geral ......................................................................................... 15
6.1. Mobilidade e crescimento populacional em Maputo ............................................. 15
6.2. Factores da rápida urbanização e crescimento da população urbana ..................... 17
6.3. Mau Ordenamento territorial ................................................................................. 18
7. Assentamento Humano .................................................................................................... 20
7.4. Densidade populacional ......................................................................................... 22
8. Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos ............................................................................. 23
8.1. Interacção com a comunidade ................................................................................ 23
8.6. Balanço de massa dos resíduos sólidos .................................................................. 28
8.7. Saneamento do meio .............................................................................................. 29
9. Controle da Poluição do Solo ........................................................................................... 33
10. Medidas Preventivas ........................................................................................................ 34
10.1. Análise precisa da área estudada ........................................................................ 34
10.2. 6.5.3. Estudos de possíveis causas para o problema .......................................... 35
11. Discussão dos resultados .................................................................................................. 35
12. Conclusão ......................................................................................................................... 37
13. Bibliografia....................................................................................................................... 38
14. Inventário de questões ...................................................................................................... 39

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Lista de figuras
Figura 1: Gráfico de respostas à pessoas entrevistadas. ........................................................... 22
Figura 2: Balanço de massa dos resíduos sólidos. ................................................................... 28

Lista de Imagens

Imagem 4: Valas com capim e resíduos sólidos. ..................................................................... 29


Imagem 5: Homens do município fazendo recolha de lixo. ..................................................... 30
Imagem 6: Imagens ilustrando drenos construidos na rua. ...................................................... 31
Imagem 7: Dreno de infiltração construído na rua num estado muito precário. O cheio exabundo
existente neste local não é nada agradável. .............................................................................. 32
Imagem 8: Encontrado um miúdo dos seus 10anos fazendo uma aberto de água para o seu
escoamento. Encontre em anexo o vídeo conversando com ele no correio eletrónico. ........... 32
Imagem 9: Imagens ilustrando óleo jogado no chão. ............................................................... 33
Imagem 13: Foto com o pessoal do INGD. .............................................................................. 35

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Lista de Abreviaturas

SIG – Sistema de Informação Geográfica


INE – Instituto Nacional de Estatística
OMS – Organização Mundial de Saúde
PRE – Programa de Reabilitação Económica
ONU – Organização da Nações Unidas
CDHSD – Community Development Human Settlements and Development –
DUAT – Direito de Uso e Aproveitamento de Terra
ONG – organização não-governamental (ONG
AMDEC – Associação Moçambicana para o Desenvolvimento Concertado
Rs: Reduzir, Reutilizar e Reciclar
INGD – Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres

iii
1. História da Mafalala

A Mafalala é um bairro localizado em Maputo, Moçambique, no Distrito Urbano de


KaMaxaquene. É um dos bairros mais famosos de Moçambique, associado à emergência da
identidade moçambicana, nomeadamente à oposição cultural e política africana à administração
colonial portuguesa.

O bairro da Mafalala é um bairro recente, originalmente habitado por muçulmanos que vinham
de Nampula. A sua toponímia, Mafalala, provém de uma brincadeira de saltar à corda, realizada
pelos muçulmanos de Nampula, em que cantavam a música "Falala”.

Devido à sua proximidade a zonas comerciais como o Alto Maé e áreas residenciais e turísticas
como Sommerschield e Polana, muitos residentes do bairro trabalhavam nas áreas da hotelaria
e restauração. Existiam, igualmente, muitos operários.

A construção de hotéis neste bairro exigiu a contratação de operários especializados, muitos


contratados nas Ilhas Comoros.

A sua permanância na Mafalala criou uma comunidade muçulmana comoreana que se tornou
bastante dinâmica. Muitas personalidades notáveis de Moçambique nasceram e cresceram neste
bairro:

 José Craveirinha - poeta


 Eusébio da Silva Ferreira - jogador de futebol
 Noémia de Sousa - poetisa
 Samora Machel - político
 Fany Mpfumo - músico
 Joaquim Chissano – político.

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2. Introdução

Os problemas ambientais resultam principalmente da falta de utilização de critérios adequados


para a utilização do meio físico. Na maioria das vezes, não se considera, no planeamento
urbano, a capacidade de suporte do ambiente físico. Com a retirada da cobertura vegetal,
provocado pelo crescimento das cidades, resulta na necessidade de devolver a vegetação a esses
espaços, sob a forma de paisagismo. Alguns problemas urbanos como a erosão, assoreamento
de cursos de água, falta de áreas verdes, poluição do ar, sonora e da água, uso de áreas para
deposição de lixo são consequências do desequilíbrio entre o crescimento das cidades e suas
actividades com os aspectos físicos do ambiente.
Hoje, já se sabe que qualquer alteração, no meio ambiente, reflete-se numa cadeia de
consequências e essas alterações influenciam na qualidade do ambiente urbano e,
consequentemente, na qualidade de vida das pessoas. A falta de infra-estrutura urbana como é
o bairro da mafalala, por exemplo, a coleta insuficiente de resíduos sólidos urbanos, a
disposição inadequada dos mesmos e falta de saneamento, muitas vezes, intensificam esses
problemas.
O interesse pela qualidade do ambiente urbano está intimamente relacionado, de um lado, à
qualidade dos recursos naturais (ar, água, solo), e do outro, ao interesse no desenvolvimento
das sociedades urbanas. Diante desses factores, esta pesquisa teve o objetivo de analisar a
qualidade ambiental no bairro da mafalala, por meio de indicadores ambientais representados e
integrados em uns SIG, com a finalidade de propor sugestões para melhoria da qualidade do
ambiente urbano.
As questões relacionadas aos Resíduos Sólidos Urbanos são cada vez mais preocupantes devido
ao constante crescimento da população e ao desenvolvimento tecnológico das últimas décadas,
o que consequentemente ocasiona o aumento do consumo de bens e, com isso, a geração de
A falta de tratamento adequado dos resíduos sólidos (plásticos, papeis, vidros, compostos
inorgânicos, etc), contribuem com o entupimento nas passagens de água nas valas de drenagem
causando as inundações em períodos chuvosos. Por tanto, necessitam ser empreendidas
algumas medidas para se evitar problemas de ordem ambiental, social, de saúde pública. Entre
essas medidas, destacam-se a coleta, o transporte, o acondicionamento, o tratamento e a
disposição final dos resíduos sólidos urbanos.
A Mafalala é um bairro localizado em Maputo, Moçambique, no Distrito Urbano de
KaMaxaquene. Até no último CENSO 2017 (IV Recenseamento Geral da População e
Habitação) realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) o Distrito Urbano de
KaMaxaquene é constituído por 199,565 habitantes. É um dos bairros mais famosos de
7
Moçambique, associado à emergência da identidade moçambicana, nomeadamente à oposição
cultural e política africana à administração colonial portuguesa e ela tem 81,25ha.
No caso do bairro de mafalala, trabalhou-se com os seguintes atributos ambientais: urbanização,
assentamento humano e gestão dos resíduos sólidos urbanos.

8
3. Objectivos
3.1. Objectivo Geral
 Analisar as transformações dos problemas ambientais existentes no bairro da
mafalala (Urbanização, Assentamento Humano e Gestão dos Resíduos Sólidos
Urbanos).

3.2. Objectivos Específicos


 Descrever os principais indicadores dos problemas ambientais;
 Avaliar a metodologia usada na deposição e o tratamento dos resíduos sólidos e
líquidos urbanos produzidos pela população na actualidade;
 Indicar métodos viáveis para solucionar esses problemas.

9
4. Revisão bibliográfica

4.1. Principais conceitos


“Os geógrafos urbanos estão interessados em identificar e explicar a distribuição das cidades e
as semelhanças e contrastes que ocorrem dentro e entre elas. Eles estão interessados no estudo
do padrão urbano contemporâneo e nas maneiras como a distribuição e os arranjos internos das
cidades se modificam ao longo do tempo. O foco em geografia urbana, dirige-se à compreensão
daqueles processos sociais, económicos e ambientais que determinam a localização, o arranjo
espacial e a revolução dos lugares urbanos” (Brito et all, 1991:106).
Urbanização é o crescimento das cidades, tanto em população quanto em extensão territorial.
É o processo em que o espaço rural transforma-se em espaço urbano, com a consequente
migração populacional do tipo campo – cidade que, quando ocorre de forma intensa e acelerada,
é chamada de êxodo rural.
Vários autores (George, 1974; Beaujeu-Garnier, 1983; Jones, 1990) convergem em três
indicadores para a definição do espaço urbano: números de habitantes, organização
administrativa e principal actividade económica da população residente. Apesar de
comummente usados, estes critérios também têm as suas limitações, por exemplo, um povoado
numericamente pequeno pode ter diversas caraterísticas urbanas, mas não ser assim
considerado dado o numero reduzido de habitantes enquanto um povoado numericamente
grande pode ser tido como aldeia, por ter grande percentagem de agricultores (Fernando, 1996).

Ambiente
Segundo Lei nº20/97, de 1 de Outubro – (Lei do Ambiente), ambiente é o meio em que o
Homem e outros seres vivem e interagem entre si e com o próprio meio, e inclui: O ar, a luz, a
terra e a água; os ecossistemas, a biodiversidade e as relações ecológicas; toda a matéria
orgânica e inorgânica e todas as condições socioculturais e económicas que afectam a vida das
comunidades.
Ambiente entende-se como conjunto de condições que envolvem e sustentam os seres vivos na
biosfera, como um todo ou em parte desta, abrangendo elementos do clima, solo, água e de
organismos”, e por meio ambiente a “soma total das condições externas circundantes no interior
das quais um organismo, uma condição, uma comunidade ou um objeto existe. O meio ambiente
não é um termo exclusivo; os organismos podem ser parte do ambiente de outro organismo”
(ART, 1998).

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Impacto Ambiental - qualquer mudança do ambiente, para melhor ou para pior, especialmente
com efeitos no ar, na terra, na água e na saúde das pessoas, resultante de actividade humana.
(Lei do Ambiente)
Entre tanto, o Ordenamento é entendido, como defende Lopes (citado por Condesso, 2001),
como um acto de gestão do planeamento das ocupações, um potenciar da faculdade de
aproveitamento das infra-estruturas existentes e o assegurar da prevenção de recursos limitados.
Simplificando, é a gestão da interactividade do homem para com o espaço natural ou físico. Do
ponto de vista teórico, este tipo de argumentação posiciona-se próximo de uma simples gestão
de oportunidades, no entanto, esta é uma definição “aberta” ou “ampla”, entendendo o conceito
como “algo” que não deverá cingir-se, apenas, à gestão do espaço, mas proporcionar uma
envolvência que permita um desenvolvimento a diferentes escalas, preservando o presente e
potenciando o futuro.
Aumentando a complexidade desta análise, é possível avançar com uma dupla orientação da
mesma, a saber:
 Acepção ampla;
 Acepção restrita.

Como ampla, Oliveira (2002), citando Rexach, entende ser todo o acto de estabelecer políticas
direccionadas para a garantia do equilíbrio das condições de vida nas diferentes partes de um
determinado território, isto é, são todos os actos públicos orientados para a obtenção de uma
qualidade de vida digna. Neste sentido, a actividade pública deve, no âmbito das suas
competências, ordenar o espaço.
Como restrita, este autor defende que o Ordenamento deverá compreender uma competência
muito importante, a de harmonizar e coordenar as várias actividades1 existentes num
determinado território.
Esta acepção é, igualmente, partilhada por Orea (2001), o qual admite que, do ponto de vista
administrativo, o Ordenamento deverá ter uma função pública porque só assim é possível
controlar, de uma forma equidistante, o crescimento espontâneo das actividades humanas,
públicas ou privadas, evitando problemas e constrangimentos futuros, fomentando e garantindo
uma justiça sócio espacial.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o controle de todos os fatores
do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar
físico, mental e social. De outra forma, pode-se dizer que saneamento caracteriza o conjunto de
ações socioe-conómicas que tem por objetivo alcançar salubridade ambiental.

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Solo Urbano - toda a área compreendida do perímetro dos municípios, vilas e das povoações
legalmente instituídas.

No processo de planeamento das áreas urbanas, por muito tempo encarou-se os aspectos
relativos ao ciclo hidrológico como inseridos no campo técnico do dimensionamento do sistema
de drenagem, observando-se de forma simplista a relação espaço construído versus
precipitações atmosféricas.
O projecto de parcelamento do solo deve incorporar as visões de produção de um loteamento
sustentável e adoptar metodologias projectais que busquem o menor impacto possível dos
empreendimentos.
Estruturação viária, com ruas locais largas, muito rectas ou com grande declividade,
favorecendo a velocidade no escoamento das águas superficiais. Outros problemas dizem
respeito ao tratamento dado às matas conectados aos princípios ambientais e ao parcelamento
inadequado de áreas húmidas. (ANDRADE, op. cit).
Segundo Silva (2000) apud Ferreira (2009), os resíduos sólidos constituem um dos temas
centrais para os que se preocupam com o meio ambiente, na perspectiva de garantir a existência
das gerações futuras. Inicialmente, as comunidades resolviam o problema do destino final dos
resíduos sólidos gerados, de forma inadequada, lançando-os em cursos de água ou depositando
em terrenos localizados a uma determinada distância da cidade.
No processo de reciclagem, que além de preservar o meio ambiente também gera riquezas, os
materiais mais reciclados são o vidro, o alumínio, o papel e o plástico. Esta reciclagem contribui
para a diminuição significativa da poluição do solo, da água e do ar. Muitas indústrias estão
reciclando materiais como uma forma de reduzir os custos de produção. A reciclagem, além de
ser extremamente importante para reduzir a extracção de recursos naturais para atender à
crescente demanda por matéria-prima das indústrias, ainda ajuda muito a amenizar um dos
maiores problemas da actualidade que é o lixo oriundo do plástico.
Diante destes novos aspectos relacionados aos resíduos sólidos urbanos, tem-se a necessidade
de conhecer e analisar a atual situação de disposição e tratamento dos resíduos sólidos urbanos
gerados pela população urbana.

Fitz (2008) conceitua SIG como um sistema constituído por um conjunto de programas
computacionais, o qual integra dados, equipamentos e pessoas com objetivo de coletar,
armazenar, recuperar, manipular, visualizar e analisar dados espacialmente referenciados a um
sistema de coordenadas conhecidas. Tal leva a que gestores de projeto ou administradores de
organizações possam geodecidir.
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5. Procedimentos metodológicos
Para efectuar o presente trabalho foram usados estratégias organizacionais de modo a facilitar
o trabalho, portanto consistindo em 2 fases, a saber:

 Fase do Campo;
 Fase do Gabinete.

A fase de campo consistiu na visita ao bairro da mafalala a fim de averiguar os problemas


existentes naquele bairro.
Para a recolha de informações no campo e pós processamento o grupo optou em fazer fotos e
vídeos como forma de estudo e exposição dos problemas no presente trabalho. Para não só nos
baseamos nos problemas vistos por nós, fez se um templete de questões a fim de colhermos
mais informações nos moradores em gesto de conversa.
A fase de gabinete consistiu no processamento das informações e dados encontrados no mesmo
bairro. Onde, esta pesquisa foi desenvolvida numa perspectiva sistêmica associando-se fatores
físicos e sociais para se compreender o ambiente, buscando-se uma visão integrada dos atributos
escolhidos para a análise.
Para compreensão e discussão dessa dinâmica, foi necessária uma revisão bibliográfica sobre
os conceitos: qualidade ambiental em áreas urbanas, sua influência na vida da população,
saneamento do meio, gestão de resíduos sólidos urbanos, papel do planejamento urbano,
assentamento urbano, conceito de planejamento da paisagem, ordenamento territorial, entre
outros. Além desses, procurou-se ressaltar a importância da utilização de técnicas de
geoprocessamento como a utilização de um SIG (Sistema de Informações Geográficas) para o
cruzamento, representação e análises dos atributos ambientais para a elaboração de uma planta
topográfica.

5.1. Localização Geográfica


Geograficamente, a área trabalhada localiza-se na província de Maputo, Conselho Municipal
da Cidade de Maputo, Distrito Urbano de KaMaxaquene.
É coberta pelas seguintes coordenadas geográficas: Latitude Mínima = 25°56'42.80"S, Latitude
Máxima = 25°57'23.47"S, Logitude Mínima = 32°34'20.43"L, Logitude. Máxima =
32°34'42.96"L e é confrotada a Norte pelo bairro da Urbanização, a Sul pela Av. Marien
Ngouabi, a Este pela Av. Acordos de Lusaka, a Oeste pela Av. Angola.

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Área de investigação

Imagem 1: Esboço de localização do bairro da mafalala.

Fonte: Google Earth, 2020.

5.2. Diagnostico sócio ambiental


Para a concretização desta actividade cujo objectivo era analisar as condições ambientais do
bairro da Mafalala, foi realizada uma visita em algumas ruelas ao longo do bairro, em algumas
residências e estabelecimentos comerciais onde foi possível identificar quantidades
significativas de resíduos sólidos descartados na rua e dentro das valas de drenagem de águas
da chuva. Foi possível constatar também que grande quantidade diversificada de resíduos é
proveniente do comércio que é realizado no bairro e estes resíduos são posteriormente
depositados em locais inapropriados e sem obedecer regras de gestão.
De acordo com Martins (2004), o diagnóstico sócio ambiental é um instrumento que permite
conhecer o estado ambiental de uma comunidade. É um instrumento de informações, de carácter
quantitativo e qualitativo específico para uma dada realidade e que reflete a relação da
sociedade com o meio ambiente, ou seja, considerando as interações entre os elementos (sociais,
econômicos, ambientais, culturais) da realidade. Este instrumento permite avaliar a qualidade
ambiental e sua qualidade de vida, e o estabelecimento de indicadores de sustentabilidade.
14
No entanto, tendo em conta a definição do autor, a realização do disgnóstico socio ambiental
foi de extrema importância, pois através deste foi possível analisar as condições ambientais, no
que diz respeito a situação da urbanização, assentamento humanos e gestão dos resíduos sólidos
no bairro da Mafalala.

CAPÍTULO I

6. Urbanização no contexto geral


6.1. Mobilidade e crescimento populacional em Maputo
Desde a independência até ao presente, Maputo sofreu sucessivos processos de mudança e as
diferenças que actualmente se observam entre o centro e a periferia da cidade resultam de um
processo complexo onde se articulam condicionalismos históricos (herança colonial) com
opções políticas pós-coloniais. Sem nos alargarmos sobre este assunto, nomeamos aqui as mais
significativas: numa primeira fase conjugam-se o desaparecimento dos entraves que no tempo
colonial impediam a fixação de africanos na «cidade branca» com a nacionalização de todo o
território Moçambicano e do parque imobiliário que os colonos tinham abandonado e a
ocupação da «cidade de cimento» por habitantes da periferia. (Costa 1993: 8).
Todavia, quanto mais não seja pelo simples facto de a periferia concentrar um número muito
maior de habitantes, pode-se afirmar que esta zona da cidade e os seus habitantes foram
particularmente penalizados pelos efeitos multiplicadores da conjugação da guerra e do PRE
(Programa de Reabilitação Económica). As populações residentes na periferia de Maputo
falando concretamente do bairro da Mafalala (zona de estudo), afectadas pela subida de preços
dos bens de consumo essenciais, dos serviços sociais e dos transportes, vêem ainda o seu
agregado familiar ser aumentado com familiares que fogem da guerra no meio rural. As
condições de vida deterioram-se, o espaço habitacional é reduzido e os familiares recém-
chegados são obrigados a partir e a tentar encontrar espaços alternativos onde possam edificar
uma palhota em relativa segurança.

Urbanização é o processo de disseminação do urbano. Refere-se à mudança da população


das áreas rurais para as urbanas, à diminuição da proporção de pessoas que vivem nas áreas
rurais e às formas como as sociedades se adaptam a essa mudança. É predominantemente um
processo pelo qual vilas e cidades são formadas e se tornam maiores à medida que mais pessoas
começam a viver e trabalhar nas áreas centrais.

Embora facilmente confundidos, urbanização não é sinônimo de crescimento urbano. Enquanto


a urbanização se refere à proporção da população nacional total que vive em áreas classificadas

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como urbanas, o crescimento urbano se refere estritamente ao número absoluto de pessoas que
vivem nessas áreas. Prevê-se que até 2050 cerca de 64% do mundo em desenvolvimento e 86%
do mundo desenvolvido serão considerados urbanizados. Isso equivale a aproximadamente 3
bilhões de habitantes urbanos em 2050, muitos dos quais fixados na África e na Ásia.
A Organização das Nações Unidas estima que quase todo o crescimento populacional mundial
de 2017 a 2030 será em cidades, com cerca de 1,1 bilhão de novos habitantes urbanos.

Impacto ambiental
A urbanização pode melhorar a relação do homem com o meio ambiente. Por exemplo, a
urbanização aumenta a capacidade aquisitiva, que estimula o setor de serviços ecológicos e
aumenta a demanda por produtos verdes e ecologicamente corretos. Além disso, a urbanização
melhora a qualidade ambiental por meio de infraestrutura superior e padrões de vida de melhor
qualidade nas áreas urbanas em comparação com as áreas rurais. Por último, a urbanização
reduz as emissões de poluição, aumentando as inovações.
No entanto, a infraestrutura existente e as práticas de planejamento urbano das cidades não são
sustentáveis. Em julho de 2013 um relatório do Departamento de Assuntos Económicos e
Sociais das Nações Unidas alertava que com 2,4 bilhões de pessoas a mais até 2050, a
quantidade de alimentos produzidos terá que aumentar em 70%, esgotando os recursos
alimentares especialmente em países que já enfrentam insegurança alimentar devido às
mudanças nas condições climáticas. A combinação das mudanças ambientais com o
crescimento da população urbana, de acordo com especialistas da ONU, vai sobrecarregar os
sistemas de saneamento básico e saúde, e potencialmente causar um desastre humanitário e
ambiental.

Ilhas de calor urbanas


A existência de ilhas de calor tornou-se uma preocupação crescente ao longo dos anos. Uma
ilha de calor urbana é formada quando as áreas industriais e urbanas produzem e retêm calor.
Grande parte da energia solar que chega às áreas rurais é consumida pela evaporação da água
da vegetação e do solo. Nas cidades, onde há menos vegetação e solo exposto, a maior parte da
energia solar é absorvida por edifícios e pelo asfalto, levando ao aumento das temperaturas de
superfície. Veículos, fábricas e unidades de aquecimento e resfriamento industriais e
domésticas liberam ainda mais calor. Como resultado, as cidades costumam ser de 1 a 3 ° C
mais quentes do que os ambientes que a circundam. Os impactos também incluem a redução da
umidade do solo e a redução na reabsorção das emissões de dióxido de carbono.

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Crime
Apesar do maior acesso aos serviços de saúde que geralmente acompanha a urbanização, o
aumento da densidade populacional afeta negativamente a qualidade do ar. Isso acaba
diminuindo o valor positivo dos recursos de saúde, à medida que mais crianças e jovens
desenvolvem asma devido às altas taxas de poluição. No entanto, o planeamento urbano, assim
como o controle das emissões de gases poluentes, podem diminuir os efeitos da poluição do ar
relacionada ao tráfego de veículos sobre as doenças alérgicas, como a asma.
Pesquisas indicam que há aumento da criminalidade nas áreas urbanizadas. Alguns fatores
incluem renda per capital, desigualdade de renda e tamanho geral da população. Há também
uma associação menor entre taxa de desemprego, gastos com polícia e crime. A presença do
crime também tem a capacidade de produzir mais crimes. Essas áreas têm menos coesão
social e, portanto, menos controle social. Isso é evidente nas regiões geográficas em que o crime
ocorre. Como a maioria dos crimes tende a se concentrar nos centros das cidades, quanto maior
a distância em relação a ele, menor é a ocorrência de crimes.
A migração também é um fator que pode aumentar a criminalidade em áreas urbanizadas.
Pessoas de uma área são deslocadas e forçadas a se mudar para uma sociedade urbanizada. Aqui
eles estão em um novo ambiente com novas normas e valores sociais. Isso pode levar a menos
coesão social e mais crime.

6.2. Factores da rápida urbanização e crescimento da população urbana


Para autores como Mutunga e Sousa (2012), a rápida urbanização que está acontecer em
Mafalala, sem a previsão de infraestruturas urbanas sobrecarrega as capacidades dos governos
em termos de fornecimento de serviços de educação e de saúde, habitação, água potável,
eletricidade, saneamento. Também está a contribuir para o crescimento de assentamentos
informais superlotados e o aumento da pobreza, situação vivenciada e observada nas áreas
urbanas do bairro da Mafalala. Vários são os factores que levaram à rápida urbanização e aqui
estão sintetizados alguns: migrações – Moçambique viveu épocas de duas grandes guerras
(colonial e civil). No período dessas grandes guerras algumas pessoas se deslocaram das áreas
rurais para as urbanas a procura de segurança. Além deste factor, para Community
Development Human Settlements and Development – CDHSD (2011, p. 5), as causas da
migração campo-cidade são diversas (económicas, sociais, de segurança), mas estão geralmente
ligadas a percepção da cidade como lugar onde há oportunidades de emprego, educação,
serviços, etc. Para além de migração campo-cidade também observa-se em Moçambique
migração cidade-cidade e migração internacional.

17
6.3. Mau Ordenamento territorial
6.3.1. Uso e aproveitamento de terra
Em Moçambique a terra é propriedade do Estado e não pode ser vendida ou, por qualquer forma
alienada, hipotecada ou penhorada. Mas, as pessoas singulares ou coletivas e as comunidades
locais podem adquirir sobre a terra o direito de uso e aproveitamento (DUAT) com as
exigências e limitações da Lei de Terras nº 19/97 de 1 de Outubro. Para adquirir terreno para
construção ou outros fins, a pessoa entra com pedido no município ou sede do distrito, posto
administrativo, localidade, etc. e aguarda pelo despacho. O processo é demorado e muitas vezes
envolve corrupção. Pela demora no processo e com necessidade de adquirir o terreno para
construção, as pessoas acabam comprando terrenos com os nativos, mas, a terra contínua do
Estado, somente o novo proprietário pode adquirir o DUAT (Direito de Uso e Aproveitamento
de Terra).
A falta dos planos de ordenamento territorial e da sua implementação, constitui a principal
causa das ocupações desordenadas dos solos urbanos, uma situação que se vive na maior parte
das cidades e vilas moçambicanas, resultando daí os graves problemas de gestão ambiental e
do saneamento do meio como é o caso do bairro de mafalala.
Segundo Lei nº19/2007, de 18 de Julho – (Lei do ordenamento territorial), ordenamento
territorial é o conjuto de princípios, directas e regras que visam garantir a organização do espaço
nacional através de um processo dinâmico, continuo, flexível e participativo na busca do
equilíbrio entre o homem, o meio físico e os recursos naturais, com vista à promoção do
desenvolvimento sustentável.
As obras de qualificação em Mafalala (2004-2005), financiadas pelo Banco Mundial, incidiram
na melhoria das infra-estruturas: construção de fontanários, pavimentação de ruas principais,
abertura de valas e valetas de drenagem, estas últimas executadas por uma associação do bairro,
em coordenação com a organização não-governamental (ONG) Associação Moçambicana para
o Desenvolvimento Concertado (AMDEC).
Segundo o secretário de bairro (Gabriel Sitoe), as intervenções nas vias afectaram algumas
habitações, obrigando ao reassentamento das famílias em bairros mais distantes, mediante a
cedência de um talhão, transporte dos pertences e atribuição de um valor para ajudar na
construção da nova casa.
Mesmo com intervenção da ONG e AMDEC, o bairro de mafalala ainda contínua com
problemas sérios de ordenamento como ilustram as imagens abaixo.

18
Imagem 2: Imagens ilustrando ruelas (becos) existentes no bairro da mafalala.

Fonte: Autores.

19
CAPÍTULO II

7. Assentamento Humano
Assentamento Humano é um termo genérico utilizado em arqueologia, geografia, urbanismo,
entre outras áreas, que se ocupam do estudo de comunidades, temporárias ou permanentes, em
que vivem pessoas, independentemente da sua dimensão ou importância populacional. Um
povoado pode assim albergar tanto um pequeno número de habitações agrupadas num reduzido
espaço, lugar, aldeias ou vilas, como vastas áreas urbanizadas, as cidades. (Roberto Luís, 2001).

Num sentido tradicional, um povoamento inclui bens urbanos como caminhos, estradas, ruas
recintos, campos, lagos, moinhos, igrejas, etc. Pode ainda ser ordenado por factores definidos
uma hierarquia de povoamento, como as megacidades ou as cidades globais. A historia de
paisagem ocupa-se com os estudos que a morfologia dos povoamentos, tanto em zonas
dispersas como concertadas.

7.1. As nacionalizações e a ocupação do sistema urbano


Em 1975 Moçambique obteve a sua independência. De um total de uma população estimada na
altura em 12.000.000 de habitantes, a população urbana era de aproximadamente 1.000.000 a
1.400.000 habitantes. De um modo geral, as maiores densidades populacionais ocorriam junto
à costa e, particularmente nas zonas de maior incidência de projectos de exploração económica
onde predominavam as monoculturas de exploração (açúcar, algodão e girassol) e na região sul
do país, onde está localizada a capital do país, Maputo, como zona privilegiada do
desenvolvimento industrial e do estabelecimento de machambas de colonos com vista ao
abastecimento em géneros à burguesia colonial. Uma das medidas complementares à conquista
da independência foram as nacionalizações da habitação e dos imóveis de rendimento, os quais
permitiram eliminar as práticas especulativas no campo da habitação e estruturar a ocupação
das habitações abandonadas pelos portugueses. Uma grande parte das famílias que passaram a
habitar os bairros periféricos das áreas urbanas tinham chegado das áreas rurais do país, atraídos
pelo justo desejo de obter novos empregos, melhorar as condições de vida, de saúde e de cultura.

Segundo um estudo do MOPH/DNH e UNDP/Habitat (Monografia do Bairro da Mafalala) foi


nesse período que as câmaras municipais iniciaram a colocação de serviços, equipamentos
sociais e a providenciar apoio técnico para a construção de novas habitações, para a instalação
de actividades comerciais e artesanais nas zonas urbanas periféricas, baseadas num esquema de
participação da população de uma forma orientada. As câmaras municipais, instrumentos
20
efectivos da gestão urbana, foram transformadas em Conselhos Executivos, incluindo as
respectivas Assembleias de Cidade, com vista a cumprirem o seu novo papel baseado na gestão
comunitária. Ao nível de base, a gestão da vida urbana foi entregue aos Grupos Dinamizadores.
O mesmo estudo apontava para uma média de 50 – 60% de população residente em zonas
urbanas como tendo-se estabelecido em assentamentos espontâneos e marginais, sendo as suas
habitações de materiais ligeiros e instáveis.

7.2. Os fluxos migratórios


Com base nos resultados do 1º Recenseamento Geral da População foi realizado um estudo
sobre as migrações no período de 1975 a 1980. Foram analisados três principais fluxos
migratórios, nomeadamente:
 Migrantes entre distritos ou Cidades da mesma província;
 Migrantes entre duas províncias do país;
 Regressados do estrangeiro.

O elevado índice de mobilidade no interior de cada província foi preferencialmente dirigido


para os centros urbanos locais6 e destes para centros urbanos de maior dimensão, tendo como
consequências principais:
 O aumento da dependência alimentar da cidade em relação ao campo;
 O rápido crescimento populacional nos centros urbanos do país com todas as
implicações sociais, económicas, de alojamento, da política de emprego e da satisfação
das necessidades básicas no domínio alimentar, educativo e sanitário.
A situação do conflito armado que só tem o seu fim em 1992 retirou qualquer possibilidade de
controlo do fenómeno migratório a todos os níveis.

7.3. Características dos assentamentos peri-urbanos no bairro da Mafalala


O crescimento não planificado das áreas precárias e peri-urbanas foi sendo agravado pela
ausência de instrumentos de planeamento do uso do solo, sua execução e controlo. Como
resultado, a maior parte da população urbana passou a residir em áreas sem acesso adequado à
infra-estruturas básicas e equipamento social e em unidades habitacionais precárias, sem
segurança de posse da terra. Estas áreas representavam 50% do total da área urbana em 1980,
e a população nela residente perfazia 50% do total da população urbana.
Segundo dados do recenseamento de 1980, 24,4% da população urbana do bairro da Mafalala
tinha água canalizada dentro de casa, 44,2% com água canalizada fora de casa (até ao quintal),

21
e 25,7% se abasteciam através de água de poços. A população urbana que usufruía de
electricidade era de 23,2 %. Em 1980 cerca de 37,8% possuíam habitação de carácter
permanente e 62,2% de carácter não permanente. Este número de habitações permanentes
comparado com dados do censo de 1970 revela, no entanto, um crescimento na ordem de 100%.
A distribuição da habitação nas zonas urbanas, em relação aos materiais de construção, era de:
37,2% de cimento ou tijolo, 8% de madeira e zinco, 7,8% de adobe, 18,4% de caniço e 25,42%
de pau à pique maticado.

O acesso aos serviços básicos


A principal prioridade de intervenção nesta área é o fornecimento de serviços básicos. Por
exemplo, na área do saneamento, a alternativa encontrada, dada a falta de recursos, foi que para
as áreas urbanas deverão ser usadas fossas sépticas e latrinas melhoradas para as zonas
informais.

7.4. Densidade populacional


Um dos mais problemas existentes do bairro da mafalala é a densidade populacional, onde o
mesmo bairro tem 81,25ha e está para 2.750 agregados.

Em conversa com os residentes procuramos saber o porquê de estarem a residir naquelas


condições precárias que nem aquelas. Sempre tínhamos respostas diferentes.

Gráfico de respostas à pessoas entrevistadas


10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Não temos condições de sair Estamos perto de tudo (cidade) EStamos perto de tudo (cidade) e
Não temos condições de sair

Gráfico de respostas à pessoas entrevistadas

Figura 1: Gráfico de respostas à pessoas entrevistadas.

22
Densidade populacional é o conjunto de todos os indivíduos de uma mesma espécie, que habita
uma área determinada.

Densidade é o tamanho da população em relação a alguma unidade de espaço. É avaliada e


expressa como o número de indivíduos ou a biomassa da população por unidade de área ou de
volume.

𝑵𝟎 𝒅𝒆 𝒊𝒏𝒅𝒊𝒗𝒊𝒅𝒖𝒐𝒔
𝑫𝒆𝒏𝒔𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 =
Á𝒓𝒆𝒂 𝒐𝒖 𝑽𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆

2.750
𝑫𝒆𝒏𝒔𝒊𝒅𝒂𝒔𝒅𝒆 = = 33,8 ℎá𝑏/ℎ𝑎
81,25

CAPÍTULO III

8. Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos


8.1. Interacção com a comunidade
Esta actividade consistiu numa visita a comunidade e tinha como objectivos: Identificar a forma
como a comunidade faz o tratamento de resíduos sólidos; Perceber o nível de percepção que a
comunidade tem em relação a gestão de resíduos sólidos; Para a recolha destas informações,
privilegiou-se o diálogo aberto com alguns membros da comunidade onde constatou-se que
geram diferentes tipos de resíduos, provenientes de actividades domésticas. Em relação ao
tratamento dos resíduos, constatou-se que os resíduos sólidos gerados são armazenados em
sacos plásticos dentro dos quintais sem que haja segregação dos resíduos sólidos orgânicos e
inorgânicos, outros são incinerados ou depositados nas valas, menor parte dos membros da
comunidade, faz a destinação ambientalmente correcta dos resíduos sólidos. Este facto é
motivado muita das vezes pela pouca participação das autoridades do bairro na sensibilização
dos moradores sobre as boas práticas de gestão de resíduos sólidos. O que contribui para a
deposição do mesmo em locais impróprios e culminando com atentado a saúde pública no bairro
e a consequente poluição do meio ambiente. A falta da consciencialização faz com que cada
morador trate os resíduos da maneira que lhe convém, e o resultado disto são os depósitos nos
quintais ao ar livre, outros nas ruas e nas valas o que periga o meio ambiente e a saúde pública.
Segundo Peeira (2007), a gestão incorreta dos resíduos sólidos pode trazer enormes
implicações, entre elas, proliferação de vectores transmissores de doenças, poluição do solo, do
ar e da água, entupimento das redes de drenagem, enchentes, degradação ambiental e epreciação
paisagística.

23
No que diz respeito a percepção da comunidade em relação a gestão dos resíduos sólidos
constatou-se que algumas famílias não estão ambientalmente sensibilizadas e
consciencializadas sobre a importância da gestão de resíduos sólidos porque não existe um
esforço conjunto entre as estruturas municipais e a comunidade, para o processo de tratamento
dos resíduos sólidos. As estruturas municipais duma forma unilateral fazem o seu trabalho e a
população também a parte faz o seu e o resultado disto é aquilo que se verifica no terreno que
é lixo depositado em locais impróprios. Esta actividade foi relevante para verificar o tipo e a
forma de tratamento de resíduos sólidos produzidos pela comunidade, foi possível perceber que
a comunidade ainda não está consciente dos problemas ambientais causados pelo descarte
inadequado de resíduos sólidos.
Segundo Silva (2000) apud Ferreira (2009), os resíduos sólidos constituem um dos temas
centrais para os que se preocupam com o meio ambiente, na perspectiva de garantir a existência
das gerações futuras. Inicialmente, as comunidades resolviam o problema do destino final dos
resíduos sólidos gerados, de forma inadequada, lançando-os em cursos de água ou depositando
em terrenos localizados a uma determinada distância da cidade.

Imagem3: Resíduos sólidos jogados na rua.

Fonte: Autores

24
8.2. Resíduos Sólidos no Meio Urbano
Os conflitos decorrentes da gestão e do gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos urbanos
estão crescendo em relação direta com a conscientização da sociedade a respeito das questões
ambientais. O aparecimento de soluções inovadoras, "adequadas a qualquer situação" segundo
os seus defensores, tem criado situações confusas junto às administrações municipais, aliadas
à periódica rotatividade das equipes de dirigentes das prefeituras. O mesmo processo que
aprimora politicamente a democracia, promove, por outro lado, descontinuidades e reestudos
que muitas vezes ultrapassam o período fértil de realizações das administrações, protelando
perigosamente soluções de lenta e complexa maturação, como as relativas aos problemas
relacionados com o tratamento e disposição final do lixo (ZULAUF, 1989).

8.3. Classificação de resíduos sólidos


Normalmente os resíduos sólidos são classificados segundo a sua origem, como:
 Urbanos; e
 Industriais.

Urbanos: incluem o resíduo domiciliar gerado nas residências, o resíduo comercial, produzido
em escritórios, lojas, hotéis, supermercados, restaurantes e em outros estabelecimentos afins,
os resíduos de serviços, oriundos da limpeza pública urbana, além dos resíduos de varrição das
vias públicas, limpezas de galerias, terrenos, córregos, praias, feiras, podas, capinação.

Industriais: correspondem aos resíduos gerados nos diversos tipos de indústrias de


processamentos. Em função da periculosidade oferecida por alguns desses resíduos, o seguinte
agrupamento é proposto pela ABNT-NBR 10.004 (1987):

Resíduos Classe I (perigosos): pelas suas características de inflamabilidade, corrosividade,


reatividade, toxidade e patogenicidade, podem apresentar riscos à saúde pública, provocando
ou contribuindo para o aumento da mortalidade ou apresentarem efeitos adversos ao meio
ambiente, quando manuseados ou dispostos de forma inadequada;

Resíduos Classe II (não inertes): incluem-se nesta classe os resíduos potencialmente


biodegradáveis ou combustíveis;

25
Resíduos Classe III (inertes): perfazem esta classe os resíduos considerados inertes e não
combustíveis.

Resíduos de serviços de saúde: são os resíduos produzidos em hospitais, clínicas médicas e


veterinárias, laboratórios de análises clínicas, farmácias, centros de saúde, consultórios
odontológicos e outros estabelecimentos afins. Esses resíduos podem ser agrupados em dois
níveis distintos:

8.4. Tecnologias de Tratamento e Destinação Final de Resíduos Sólidos


Domiciliares
A proposta de um modelo de gestão e de gerenciamento de resíduos sólidos exige o
conhecimento das distintas formas de tratamento e destinação final de resíduos. O tratamento
ou a “industrialização dos resíduos” envolve um conjunto de atividades e processos com o
objetivo de promover a reciclagem de alguns de seus componentes, como o plástico, o papelão,
os metais e os vidros, além da transformação da matéria orgânica em composto, para ser
utilizado como fertilizante e condicionador do solo, ou em polpa para a utilização como
combustível. O tratamento nunca constitui um sistema de destinação final completo ou
definitivo, pois sempre há um remanescente inaproveitável. Entretanto, as vantagens
decorrentes dessas ações, tornam-se mais claras após o equacionamento dos sistemas de manejo
e de destinação final dos resíduos.
Segundo JARDIM (1995), as vantagens são de ordem ambiental e econômica. No caso dos
benefícios econômicos, a redução de custos com a disposição final é a vantagem econômica
que mais sobressai.
Dentre os fatores que recomendam o tratamento dos resíduos pode-se citar: - a escassez de áreas
para a destinação final dos resíduos; - a disputa pelo uso das áreas remanescentes com a
população de menor renda; - a valorização dos componentes do lixo como forma de promover
a conservação de recursos; - a economia de energia; - a diminuição da poluição das águas e do
ar; - a inertização dos resíduos sépticos;

8.5. Reciclagem de resíduos sólidos domiciliares


A reciclagem é uma atividade econômica, que deve ser vista como um elemento dentro do
conjunto de atividades integradas no gerenciamento dos resíduos, não se traduzindo, portanto,
como a principal "solução" para o lixo, já que nem todos os materiais são técnica ou
economicamente recicláveis. Segundo REINFELD (1994), a reciclagem não é nova, pois os

26
comerciantes de sucata, com suas carrocinhas andando pelos arredores das cidades em busca
de materiais para serem reciclados, mostram uma atividade de reciclagem já muito praticada.
Coleta seletiva
Um dos caminhos para a segregação dos materiais recicláveis é a coleta seletiva, que consiste
na separação de papéis, plásticos, metais e vidros na fonte geradora, sendo esses materiais
posteriormente classificados por categoria e encaminhados às indústrias recicladoras. Este
método deve estar baseado na tecnologia, empregada na separação, coleta e reciclagem dos
materiais; na informação, visando sensibilizar e motivar o público-alvo; no mercado, para a
absorção do material recuperado.

8.5.1. Educação ambiental


Uma comunicação cuidadosa e clara com a comunidade é vital para qualquer programa de
coleta seletiva. Se o processo de planejamento estimular a participação pública, a comunidade
provavelmente terá uma identificação com o programa de reciclagem proposto, bem antes que
ele se inicie de fato.
A educação ambiental tem se mostrado a chave fundamental para o sucesso dos programas de
reciclagem, pois propicia a aprendizagem do cidadão sobre o seu papel como gerador de
resíduos, atingindo escolas, repartições públicas, residências, escritórios, fábricas, lojas, enfim,
todos os locais onde os cidadãos geram resíduos. Um dos princípios básicos da educação
ambiental sobre os resíduos é o conceito dos três "Rs": reduzir, reutilizar e reciclar.
Reduzir: estimular o cidadão a reduzir a quantidade de resíduos que gera, através do
reordenamento dos materiais usados no seu cotidiano, combatendo o desperdício que resulta
em ônus para o poder público, e consequentemente, para o contribuinte, a par de favorecer a
preservação dos recursos naturais.
Reutilizar: reaproveitar os mesmos objetos, escrever na frente e verso da folha de papel, usar
embalagens retornáveis e reaproveitar embalagens descartáveis para outros fins são algumas
práticas recomendadas para os programas de educação ambiental.
Reciclar: contribuir com os programas de coleta seletiva, separando e entregando os materiais
recicláveis, quando não for possível reduzi-los ou reutilizá-los.

27
8.6. Balanço de massa dos resíduos sólidos
Populacao atendida: 8.212 hab
Populacao por capital de lixo: 0,576 kg/hab/dia

Figura 2: Balanço de massa dos resíduos sólidos.

Fonte: INGC

28
8.7. Saneamento do meio
Quando se fala de Mafalala, a primeira impressão com que a gente fica é de um bairro de solos
húmidos, receptivos a águas pluviais ordenamento territorial e alto nível de bandidagem. Mas
este bairro, um dos mais antigos da capital moçambicana, não é apenas referência em
saneamento precário. É uma área residencial rica em histórias e vivências.

Entre valas de drenagem a exalar cheiro nauseabundo, num misto de lixo e águas negras
escoadas dos quintais e do capim que de lá brota, ainda há mãos que remam contra a maré,
procurando trazer o que mais falta aos moradores: um meio ambiente sã.

Conversando com alguns moradores sobre as limpezas das valas alegam à existência de muitas
dificuldades de entrar no interior da vala de drenagem para um contacto directo com os resíduos,
por falta de botas e isso cria constrangimentos e nalgum momento a acção se limita às bermas
quando o problema está mesmo no interior das valas.

Imagem 1: Valas com capim e resíduos sólidos.

Fonte: Autores.

Segundo Lei n.o 16/91 de 3 de Agosto (SUPLEMENTO 2. Sábado, 3 de Agosto de 1991), o


saneamento dos centros populacionais tem como objectivo assegurar, em condições
compatíveis com as exigências da saúde pública e na salvaguarda do meio ambiente, a

29
evacuação rápida e sem estagnação das águas pluviais e das águas residuais, domésticas e
industriais.

São no total 2.750 agregados familiares que preenchem o velho bairro da Mafalala, dividido
em três zonas: A, B e “C”. Para além de jornadas feitas por alguns munícipes do bairro, o
município ainda se comove com existência dos resíduos sólidos, e na nossa jornada de
investigação deparamo-nos com uma brigada fazendo a recolha de lixo.

Imagem 2: Homens do município fazendo recolha de lixo.

Fonte: Autores.

Nessa mesma jornada de investigação nos deparamos com situações muito caóticas acerca do
saneamento. Foram achados pequenos drenos de infiltração e fossas sépticas feitos na rua num
estado muito precário.

Os drenos de infiltração consistem em escavações simples, que podem conter um material de


enchimento ou ser suportadas por um paramento rígido e permeável e que estão envolvidas por
uma camada granular, que têm por objectivo promover a infiltração do escoamento pluvial
(Kent County Council, 2000; Greater Vancouver Regional District, 2005).

A fossa séptica é um tanque fechado que trata o esgoto gerado nas resistências. Ela é muito
importante, pois diminui os poluentes do esgoto doméstico e, desta forma, protege o meio
ambiente.

Como ilustram as imagens a baixo, não só estão diminuindo os poluentes do esgoto, mas
também estão poluindo o meio ambiente com essas pequenas construções.

30
Imagem 3: Imagens ilustrando drenos construidos na rua.

Fonte: Autores.

Nível de existência de latrinas de alguns


moradores do bairro da mafalala

12.5%

31.25%

56.25%

Famílias sem latrina


Famílias com latrinas convencionais
Famílias com Pia-Saba

Figura 3: Nível de existência de latrinas de alguns moradores do bairro da mafalala.

31
Imagem 4: Dreno de infiltração construído na rua num estado muito precário. O cheio exabundo existente neste
local não é nada agradável.

Fonte: Autores.

Imagem 5: Encontrado um miúdo dos seus 10anos fazendo uma aberto de água para o seu escoamento. Encontre
em anexo o vídeo conversando com ele no correio eletrónico.

Fonte: Autores.

32
Imagem 6: Imagens ilustrando óleo jogado no chão.

Fonte: Autores.

9. Controle da Poluição do Solo


O controlo da poluição do solo se dá através de técnicas preventivas e corretivas, que visam à
minimização dos riscos ambientais, e cuja aplicação dependerá das circunstâncias locais. As
técnicas de controlo mais utilizadas estão listadas abaixo:
 Seleção dos locais e das técnicas mais apropriadas para o desenvolvimento das
atividades humanas, considerando o uso e tipo de solo na região, o relevo, a vegetação,
a possibilidade de ocorrência de inundações e as características do subsolo;
 Execução de sistemas de prevenção da contaminação das águas subterrâneas;

33
 Implantação de sistemas de prevenção e erosão, tais como alteração de declividade,
operação em curvas de nível, execução de dispositivos de drenagem e manutenção da
cobertura vegetal;
 Minimização de resíduos, através da redução da geração na fonte, segregação,
reciclagem e alteração dos processos produtivos;
 Minimização de sistemas de disposição final de resíduos urbanos, através da coleta
seletiva, reciclagem e tratamento;
 Limpezas das valas frequentemente;
 Execução de sistemas de disposição final de resíduos, considerando critérios de
proteção do solo.

10. Medidas Preventivas


Dentro do plano podemos destacar algumas medidas normativas que legislam desde o
parcelamento do solo urbano ate o código de obras, instruindo a cerca das políticas de prevenção
da erosão urbana que abrangem ações a serem tomadas. Os futuros loteamentos em locais de
alta suscetibilidade a erosão devem seguir diretrizes estabelecidas pelo município como:

• Manter desocupadas as cabeceiras e linhas de drenagem natural, utilizando-as como áreas


verdes;
• Dissipar a energia do escoamento das águas pluviais, conduzindo-as à galerias;
• Evitar ruas longas situadas perpendicularmente às curvas de nível;
• Deve-se prever sistemas provisórios de drenagem e nas extremidades inferiores implantar
estruturas de dissipação de águas Pluviais (IWASA, PRANDINI, 1996).

Um importante aspecto da erosão com relação ao planejamento urbano é o fato de que o controle
da erosão requer certas limitações e restrições no uso da terra, fator que pode envolver assuntos
de caráter político ou jurídico, tanto quanto dependentes de critérios técnicos.

10.1. Análise precisa da área estudada


Após busca por informações sobre a área estudada, foi levado em consideração particularidades
da mesma através de visitas e fotos, realizando um comparativo para uma análise do avanço da
erosão.

34
10.2. Estudos de possíveis causas para o problema
As visitas na área levaram a atestar e concluir as causas do problema, qual o agente causador
da erosão e também os agravantes causados por agentes indiretos. Provavelmente o agente
causador da erosão é a chuva, e a péssima situação em que os taludes se encontram agravam o
bairro de mafalala.

Na nossa visita ao bairro da mafalala, por coincidência encontramo-nos com uma brigada da
INGD sensibilizando os residentes daquele bairro acerca da época chuvosa que está por chegar
e de modo a se prevenir da mesma. Mais informação acerca desse assunto encontrará em anexo
no correio electrónico em formato de vídeo.

Imagem 7: Foto com o pessoal do INGD.

Fonte: Autores.

11. Discussão dos resultados


Como já colocado no presente trabalho os problemas identificados no bairro da mafalala e como
forma de viabilizar os mesmos, os moradores desse bairro devem ter a educação ambiental.
Antes de mais nada, o governo deve criar condições de dar conhecimento o público-alvo acerca
dessa matéria e ao mesmo tempo deve criar boas sanções para quem pôr a saúde pública em
risco.
Quanto ao caso de mau ordenamento territorial o governo deve criar condições de restruturar o
bairro de tal modo que, haja bom saneamento de meio. Havendo essas condições do meio, não
abre espaço para criação de espaços verdes e deixando o solo saturado de água e estando sujeito
a criação de mais problemas ambientais.

35
Podemos olhar também para a densidade populacional existente neste bairro. O mesmo governo
deve criar condições possíveis para a diminuição de população e reassentar em outros bairros
com condições mínimas de vivência. Fora isso, pode-se reconstruir o bairro de uma outra
maneira, construindo casas unifamiliar (prédios) para que haja mais espaço livres e áreas
verdes.

36
12. Conclusão

A falta da gestão ambiental de um modo geral e da sua implementação, constitui a principal


causa das ocupações desordenadas dos solos urbanos, uma situação que se vive na maior parte
das cidades e vilas moçambicanas, resultando daí os graves problemas de gestão ambiental e
do saneamento do meio.
A primeira impressão que a gente fica quando se fala de Mafalala é de um bairro de solos
húmidos, receptivos a águas pluviais ordenamento territorial e alto nível de bandidagem. Mas
este bairro, um dos mais antigos da capital moçambicana, não é apenas referência em
saneamento precário.

O bairro da Mafalala foi e contínua a ser um símbolo de um passado colonial e uma marca na
cidade de Maputo. Não só pela sua presença física, mas também pelas memórias, pela história
e pelas actividades com que contribuiu para o enriquecimento cultural do país. É o caracter de
uma urbanização fragmentada e acelerada, influenciada também pela falta de políticas
estruturantes da cidade de Maputo, que nos leva à necessidade de repensar as estruturas
desregradas e torná-las em pontos revitalizadores, não só do bairro como também da cidade.

37
13. Bibliografia

 Lei nº20/97, de 1 de Outubro – (Lei do Ambiente);


 Lei nº19/2007, de 18 de Julho – (Lei do Ordenamento Territorial);
 Lei nº19/79, de 1 de Outubro – (Lei de Terra);
 Internet;
 42ª Sessão do Conselho de Ministros, 22 de Novembro de 2011;
 UNICEF – Água, saneamento e higiene “para cada criança, água limpa”;
 (S.N) Censo 2017, IV Recenseamento Geral da População e Habitação - Resultados
Preliminares, Censo 2017 e Definitivos de 2007 e 1997. – Maputo: Instituto Nacional
de Estatística: Gabinete Central de Recenseamento, 2017;
 (S.N) Trazer à Mafalala um ambiente melhor. – ACAM MAfalala, 23 de Setebro de
2015 (Consultado em: http://acamoz.blogspot.pt/ a 04/02/2016);
 LANGA, Filipe. “Atlas do perfil habitacional de Moçambique (1997 a 2007), Uma
abordagem do SIG.” – Dissertação de Mestrado: Universidade Nova de Lisboa, Instituto
Superior de Estatística e Gestão de Informação, 2010.

38
14. Inventário de questões

 Como tem feito as limpezas nas valas?


 Quem faz a recolha de lixo no bairro?
 Quantas vezes por semana fazem limpezas no bairro?
 Alguma vez já se beneficiaram de alguma ajuda no município ou de qualquer instituição
não-governamental?
 Tem uma latrina?
 Que tipo de latrina vocês tem?
 O que eles fizeram?
 À quanto tempo não recebem uma ajuda?
 Qual foi a última ajuda?
 Alguma vens já deitou lixo no chão?
 Tem água potável?

39
Índice Remissivo

Análise precisa da área estudada, 34 Inventário de questões, 39


As nacionalizações e a ocupação do Lista de Abreviaturas, iii
sistema urbano, 20 Lista de figuras, ii
Assentamento Humano, 20 Lista de Imagens, ii
Balanço de massa dos resíduos sólidos, 28 Localização Geográfica, 13
Bibliografia, 38 Mau Ordenamento territorial, 18
CAPÍTULO I, 15 Medidas Preventivas, 34
CAPÍTULO II, 20 Mobilidade e crescimento populacional em
CAPÍTULO III, 23 Maputo, 15
Características dos assentamentos peri- Objectivo Geral, 9
urbanos no bairro da Mafalala, 21 Objectivos, 9
Classificação de resíduos sólidos, 25 Objectivos Específicos, 9
Conclusão, 37 Os fluxos migratórios, 21
Controle da Poluição do Solo, 33 Principais conceitos, 10
Densidade populacional, 22 Procedimentos metodológicos, 13
Discussão dos resultados, 35 Reciclagem de resíduos sólidos
Educação ambiental, 27 domiciliares, 26
Estudos de possíveis causas para o Resíduos Sólidos no Meio Urbano, 25
problema, 35 Revisão bibliográfica, 10
Factores da rápida urbanização e Saneamento do meio, 29
crescimento da população urbana, 17 Tecnologias de Tratamento e Destinação
Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos, 23 Final de Resíduos Sólidos
História da Mafalala, 6 Domiciliares, 26
Interacção com a comunidade, 23 Urbanização no contexto geral, 15
Introdução, 7 Uso e aproveitamento de terra, 18

40

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