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FACULDADE DE ENGENHARIA
Departamento de Química
Licenciatura em Engenharia do Ambiente
Trabalho Prático
para a Disciplina de
RECURSOS NATURAIS
E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
(1º – Semestre)
Relatório Nº 02
Título:
URBANIZAÇÃO, ASSENTAMENTOS HUMANOS E GESTÃO DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS URBANOS NO BAIRRO DA MAFALALA
Docente:
Trabalho Prático
para a Disciplina de
RECURSOS NATURAIS
E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
(2º – Ano)
Relatório Nº 02
Título:
URBANIZAÇÃO, ASSENTAMENTOS HUMANOS E GESTÃO DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS URBANOS NO BAIRRO DA MAFALALA
Docente:
Grupo nº 05:
i
Lista de figuras
Figura 1: Gráfico de respostas à pessoas entrevistadas. ........................................................... 22
Figura 2: Balanço de massa dos resíduos sólidos. ................................................................... 28
Lista de Imagens
ii
Lista de Abreviaturas
iii
1. História da Mafalala
O bairro da Mafalala é um bairro recente, originalmente habitado por muçulmanos que vinham
de Nampula. A sua toponímia, Mafalala, provém de uma brincadeira de saltar à corda, realizada
pelos muçulmanos de Nampula, em que cantavam a música "Falala”.
Devido à sua proximidade a zonas comerciais como o Alto Maé e áreas residenciais e turísticas
como Sommerschield e Polana, muitos residentes do bairro trabalhavam nas áreas da hotelaria
e restauração. Existiam, igualmente, muitos operários.
A sua permanância na Mafalala criou uma comunidade muçulmana comoreana que se tornou
bastante dinâmica. Muitas personalidades notáveis de Moçambique nasceram e cresceram neste
bairro:
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2. Introdução
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3. Objectivos
3.1. Objectivo Geral
Analisar as transformações dos problemas ambientais existentes no bairro da
mafalala (Urbanização, Assentamento Humano e Gestão dos Resíduos Sólidos
Urbanos).
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4. Revisão bibliográfica
Ambiente
Segundo Lei nº20/97, de 1 de Outubro – (Lei do Ambiente), ambiente é o meio em que o
Homem e outros seres vivem e interagem entre si e com o próprio meio, e inclui: O ar, a luz, a
terra e a água; os ecossistemas, a biodiversidade e as relações ecológicas; toda a matéria
orgânica e inorgânica e todas as condições socioculturais e económicas que afectam a vida das
comunidades.
Ambiente entende-se como conjunto de condições que envolvem e sustentam os seres vivos na
biosfera, como um todo ou em parte desta, abrangendo elementos do clima, solo, água e de
organismos”, e por meio ambiente a “soma total das condições externas circundantes no interior
das quais um organismo, uma condição, uma comunidade ou um objeto existe. O meio ambiente
não é um termo exclusivo; os organismos podem ser parte do ambiente de outro organismo”
(ART, 1998).
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Impacto Ambiental - qualquer mudança do ambiente, para melhor ou para pior, especialmente
com efeitos no ar, na terra, na água e na saúde das pessoas, resultante de actividade humana.
(Lei do Ambiente)
Entre tanto, o Ordenamento é entendido, como defende Lopes (citado por Condesso, 2001),
como um acto de gestão do planeamento das ocupações, um potenciar da faculdade de
aproveitamento das infra-estruturas existentes e o assegurar da prevenção de recursos limitados.
Simplificando, é a gestão da interactividade do homem para com o espaço natural ou físico. Do
ponto de vista teórico, este tipo de argumentação posiciona-se próximo de uma simples gestão
de oportunidades, no entanto, esta é uma definição “aberta” ou “ampla”, entendendo o conceito
como “algo” que não deverá cingir-se, apenas, à gestão do espaço, mas proporcionar uma
envolvência que permita um desenvolvimento a diferentes escalas, preservando o presente e
potenciando o futuro.
Aumentando a complexidade desta análise, é possível avançar com uma dupla orientação da
mesma, a saber:
Acepção ampla;
Acepção restrita.
Como ampla, Oliveira (2002), citando Rexach, entende ser todo o acto de estabelecer políticas
direccionadas para a garantia do equilíbrio das condições de vida nas diferentes partes de um
determinado território, isto é, são todos os actos públicos orientados para a obtenção de uma
qualidade de vida digna. Neste sentido, a actividade pública deve, no âmbito das suas
competências, ordenar o espaço.
Como restrita, este autor defende que o Ordenamento deverá compreender uma competência
muito importante, a de harmonizar e coordenar as várias actividades1 existentes num
determinado território.
Esta acepção é, igualmente, partilhada por Orea (2001), o qual admite que, do ponto de vista
administrativo, o Ordenamento deverá ter uma função pública porque só assim é possível
controlar, de uma forma equidistante, o crescimento espontâneo das actividades humanas,
públicas ou privadas, evitando problemas e constrangimentos futuros, fomentando e garantindo
uma justiça sócio espacial.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o controle de todos os fatores
do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar
físico, mental e social. De outra forma, pode-se dizer que saneamento caracteriza o conjunto de
ações socioe-conómicas que tem por objetivo alcançar salubridade ambiental.
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Solo Urbano - toda a área compreendida do perímetro dos municípios, vilas e das povoações
legalmente instituídas.
No processo de planeamento das áreas urbanas, por muito tempo encarou-se os aspectos
relativos ao ciclo hidrológico como inseridos no campo técnico do dimensionamento do sistema
de drenagem, observando-se de forma simplista a relação espaço construído versus
precipitações atmosféricas.
O projecto de parcelamento do solo deve incorporar as visões de produção de um loteamento
sustentável e adoptar metodologias projectais que busquem o menor impacto possível dos
empreendimentos.
Estruturação viária, com ruas locais largas, muito rectas ou com grande declividade,
favorecendo a velocidade no escoamento das águas superficiais. Outros problemas dizem
respeito ao tratamento dado às matas conectados aos princípios ambientais e ao parcelamento
inadequado de áreas húmidas. (ANDRADE, op. cit).
Segundo Silva (2000) apud Ferreira (2009), os resíduos sólidos constituem um dos temas
centrais para os que se preocupam com o meio ambiente, na perspectiva de garantir a existência
das gerações futuras. Inicialmente, as comunidades resolviam o problema do destino final dos
resíduos sólidos gerados, de forma inadequada, lançando-os em cursos de água ou depositando
em terrenos localizados a uma determinada distância da cidade.
No processo de reciclagem, que além de preservar o meio ambiente também gera riquezas, os
materiais mais reciclados são o vidro, o alumínio, o papel e o plástico. Esta reciclagem contribui
para a diminuição significativa da poluição do solo, da água e do ar. Muitas indústrias estão
reciclando materiais como uma forma de reduzir os custos de produção. A reciclagem, além de
ser extremamente importante para reduzir a extracção de recursos naturais para atender à
crescente demanda por matéria-prima das indústrias, ainda ajuda muito a amenizar um dos
maiores problemas da actualidade que é o lixo oriundo do plástico.
Diante destes novos aspectos relacionados aos resíduos sólidos urbanos, tem-se a necessidade
de conhecer e analisar a atual situação de disposição e tratamento dos resíduos sólidos urbanos
gerados pela população urbana.
Fitz (2008) conceitua SIG como um sistema constituído por um conjunto de programas
computacionais, o qual integra dados, equipamentos e pessoas com objetivo de coletar,
armazenar, recuperar, manipular, visualizar e analisar dados espacialmente referenciados a um
sistema de coordenadas conhecidas. Tal leva a que gestores de projeto ou administradores de
organizações possam geodecidir.
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5. Procedimentos metodológicos
Para efectuar o presente trabalho foram usados estratégias organizacionais de modo a facilitar
o trabalho, portanto consistindo em 2 fases, a saber:
Fase do Campo;
Fase do Gabinete.
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Área de investigação
CAPÍTULO I
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como urbanas, o crescimento urbano se refere estritamente ao número absoluto de pessoas que
vivem nessas áreas. Prevê-se que até 2050 cerca de 64% do mundo em desenvolvimento e 86%
do mundo desenvolvido serão considerados urbanizados. Isso equivale a aproximadamente 3
bilhões de habitantes urbanos em 2050, muitos dos quais fixados na África e na Ásia.
A Organização das Nações Unidas estima que quase todo o crescimento populacional mundial
de 2017 a 2030 será em cidades, com cerca de 1,1 bilhão de novos habitantes urbanos.
Impacto ambiental
A urbanização pode melhorar a relação do homem com o meio ambiente. Por exemplo, a
urbanização aumenta a capacidade aquisitiva, que estimula o setor de serviços ecológicos e
aumenta a demanda por produtos verdes e ecologicamente corretos. Além disso, a urbanização
melhora a qualidade ambiental por meio de infraestrutura superior e padrões de vida de melhor
qualidade nas áreas urbanas em comparação com as áreas rurais. Por último, a urbanização
reduz as emissões de poluição, aumentando as inovações.
No entanto, a infraestrutura existente e as práticas de planejamento urbano das cidades não são
sustentáveis. Em julho de 2013 um relatório do Departamento de Assuntos Económicos e
Sociais das Nações Unidas alertava que com 2,4 bilhões de pessoas a mais até 2050, a
quantidade de alimentos produzidos terá que aumentar em 70%, esgotando os recursos
alimentares especialmente em países que já enfrentam insegurança alimentar devido às
mudanças nas condições climáticas. A combinação das mudanças ambientais com o
crescimento da população urbana, de acordo com especialistas da ONU, vai sobrecarregar os
sistemas de saneamento básico e saúde, e potencialmente causar um desastre humanitário e
ambiental.
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Crime
Apesar do maior acesso aos serviços de saúde que geralmente acompanha a urbanização, o
aumento da densidade populacional afeta negativamente a qualidade do ar. Isso acaba
diminuindo o valor positivo dos recursos de saúde, à medida que mais crianças e jovens
desenvolvem asma devido às altas taxas de poluição. No entanto, o planeamento urbano, assim
como o controle das emissões de gases poluentes, podem diminuir os efeitos da poluição do ar
relacionada ao tráfego de veículos sobre as doenças alérgicas, como a asma.
Pesquisas indicam que há aumento da criminalidade nas áreas urbanizadas. Alguns fatores
incluem renda per capital, desigualdade de renda e tamanho geral da população. Há também
uma associação menor entre taxa de desemprego, gastos com polícia e crime. A presença do
crime também tem a capacidade de produzir mais crimes. Essas áreas têm menos coesão
social e, portanto, menos controle social. Isso é evidente nas regiões geográficas em que o crime
ocorre. Como a maioria dos crimes tende a se concentrar nos centros das cidades, quanto maior
a distância em relação a ele, menor é a ocorrência de crimes.
A migração também é um fator que pode aumentar a criminalidade em áreas urbanizadas.
Pessoas de uma área são deslocadas e forçadas a se mudar para uma sociedade urbanizada. Aqui
eles estão em um novo ambiente com novas normas e valores sociais. Isso pode levar a menos
coesão social e mais crime.
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6.3. Mau Ordenamento territorial
6.3.1. Uso e aproveitamento de terra
Em Moçambique a terra é propriedade do Estado e não pode ser vendida ou, por qualquer forma
alienada, hipotecada ou penhorada. Mas, as pessoas singulares ou coletivas e as comunidades
locais podem adquirir sobre a terra o direito de uso e aproveitamento (DUAT) com as
exigências e limitações da Lei de Terras nº 19/97 de 1 de Outubro. Para adquirir terreno para
construção ou outros fins, a pessoa entra com pedido no município ou sede do distrito, posto
administrativo, localidade, etc. e aguarda pelo despacho. O processo é demorado e muitas vezes
envolve corrupção. Pela demora no processo e com necessidade de adquirir o terreno para
construção, as pessoas acabam comprando terrenos com os nativos, mas, a terra contínua do
Estado, somente o novo proprietário pode adquirir o DUAT (Direito de Uso e Aproveitamento
de Terra).
A falta dos planos de ordenamento territorial e da sua implementação, constitui a principal
causa das ocupações desordenadas dos solos urbanos, uma situação que se vive na maior parte
das cidades e vilas moçambicanas, resultando daí os graves problemas de gestão ambiental e
do saneamento do meio como é o caso do bairro de mafalala.
Segundo Lei nº19/2007, de 18 de Julho – (Lei do ordenamento territorial), ordenamento
territorial é o conjuto de princípios, directas e regras que visam garantir a organização do espaço
nacional através de um processo dinâmico, continuo, flexível e participativo na busca do
equilíbrio entre o homem, o meio físico e os recursos naturais, com vista à promoção do
desenvolvimento sustentável.
As obras de qualificação em Mafalala (2004-2005), financiadas pelo Banco Mundial, incidiram
na melhoria das infra-estruturas: construção de fontanários, pavimentação de ruas principais,
abertura de valas e valetas de drenagem, estas últimas executadas por uma associação do bairro,
em coordenação com a organização não-governamental (ONG) Associação Moçambicana para
o Desenvolvimento Concertado (AMDEC).
Segundo o secretário de bairro (Gabriel Sitoe), as intervenções nas vias afectaram algumas
habitações, obrigando ao reassentamento das famílias em bairros mais distantes, mediante a
cedência de um talhão, transporte dos pertences e atribuição de um valor para ajudar na
construção da nova casa.
Mesmo com intervenção da ONG e AMDEC, o bairro de mafalala ainda contínua com
problemas sérios de ordenamento como ilustram as imagens abaixo.
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Imagem 2: Imagens ilustrando ruelas (becos) existentes no bairro da mafalala.
Fonte: Autores.
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CAPÍTULO II
7. Assentamento Humano
Assentamento Humano é um termo genérico utilizado em arqueologia, geografia, urbanismo,
entre outras áreas, que se ocupam do estudo de comunidades, temporárias ou permanentes, em
que vivem pessoas, independentemente da sua dimensão ou importância populacional. Um
povoado pode assim albergar tanto um pequeno número de habitações agrupadas num reduzido
espaço, lugar, aldeias ou vilas, como vastas áreas urbanizadas, as cidades. (Roberto Luís, 2001).
Num sentido tradicional, um povoamento inclui bens urbanos como caminhos, estradas, ruas
recintos, campos, lagos, moinhos, igrejas, etc. Pode ainda ser ordenado por factores definidos
uma hierarquia de povoamento, como as megacidades ou as cidades globais. A historia de
paisagem ocupa-se com os estudos que a morfologia dos povoamentos, tanto em zonas
dispersas como concertadas.
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e 25,7% se abasteciam através de água de poços. A população urbana que usufruía de
electricidade era de 23,2 %. Em 1980 cerca de 37,8% possuíam habitação de carácter
permanente e 62,2% de carácter não permanente. Este número de habitações permanentes
comparado com dados do censo de 1970 revela, no entanto, um crescimento na ordem de 100%.
A distribuição da habitação nas zonas urbanas, em relação aos materiais de construção, era de:
37,2% de cimento ou tijolo, 8% de madeira e zinco, 7,8% de adobe, 18,4% de caniço e 25,42%
de pau à pique maticado.
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Densidade populacional é o conjunto de todos os indivíduos de uma mesma espécie, que habita
uma área determinada.
𝑵𝟎 𝒅𝒆 𝒊𝒏𝒅𝒊𝒗𝒊𝒅𝒖𝒐𝒔
𝑫𝒆𝒏𝒔𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 =
Á𝒓𝒆𝒂 𝒐𝒖 𝑽𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆
2.750
𝑫𝒆𝒏𝒔𝒊𝒅𝒂𝒔𝒅𝒆 = = 33,8 ℎá𝑏/ℎ𝑎
81,25
CAPÍTULO III
23
No que diz respeito a percepção da comunidade em relação a gestão dos resíduos sólidos
constatou-se que algumas famílias não estão ambientalmente sensibilizadas e
consciencializadas sobre a importância da gestão de resíduos sólidos porque não existe um
esforço conjunto entre as estruturas municipais e a comunidade, para o processo de tratamento
dos resíduos sólidos. As estruturas municipais duma forma unilateral fazem o seu trabalho e a
população também a parte faz o seu e o resultado disto é aquilo que se verifica no terreno que
é lixo depositado em locais impróprios. Esta actividade foi relevante para verificar o tipo e a
forma de tratamento de resíduos sólidos produzidos pela comunidade, foi possível perceber que
a comunidade ainda não está consciente dos problemas ambientais causados pelo descarte
inadequado de resíduos sólidos.
Segundo Silva (2000) apud Ferreira (2009), os resíduos sólidos constituem um dos temas
centrais para os que se preocupam com o meio ambiente, na perspectiva de garantir a existência
das gerações futuras. Inicialmente, as comunidades resolviam o problema do destino final dos
resíduos sólidos gerados, de forma inadequada, lançando-os em cursos de água ou depositando
em terrenos localizados a uma determinada distância da cidade.
Fonte: Autores
24
8.2. Resíduos Sólidos no Meio Urbano
Os conflitos decorrentes da gestão e do gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos urbanos
estão crescendo em relação direta com a conscientização da sociedade a respeito das questões
ambientais. O aparecimento de soluções inovadoras, "adequadas a qualquer situação" segundo
os seus defensores, tem criado situações confusas junto às administrações municipais, aliadas
à periódica rotatividade das equipes de dirigentes das prefeituras. O mesmo processo que
aprimora politicamente a democracia, promove, por outro lado, descontinuidades e reestudos
que muitas vezes ultrapassam o período fértil de realizações das administrações, protelando
perigosamente soluções de lenta e complexa maturação, como as relativas aos problemas
relacionados com o tratamento e disposição final do lixo (ZULAUF, 1989).
Urbanos: incluem o resíduo domiciliar gerado nas residências, o resíduo comercial, produzido
em escritórios, lojas, hotéis, supermercados, restaurantes e em outros estabelecimentos afins,
os resíduos de serviços, oriundos da limpeza pública urbana, além dos resíduos de varrição das
vias públicas, limpezas de galerias, terrenos, córregos, praias, feiras, podas, capinação.
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Resíduos Classe III (inertes): perfazem esta classe os resíduos considerados inertes e não
combustíveis.
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comerciantes de sucata, com suas carrocinhas andando pelos arredores das cidades em busca
de materiais para serem reciclados, mostram uma atividade de reciclagem já muito praticada.
Coleta seletiva
Um dos caminhos para a segregação dos materiais recicláveis é a coleta seletiva, que consiste
na separação de papéis, plásticos, metais e vidros na fonte geradora, sendo esses materiais
posteriormente classificados por categoria e encaminhados às indústrias recicladoras. Este
método deve estar baseado na tecnologia, empregada na separação, coleta e reciclagem dos
materiais; na informação, visando sensibilizar e motivar o público-alvo; no mercado, para a
absorção do material recuperado.
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8.6. Balanço de massa dos resíduos sólidos
Populacao atendida: 8.212 hab
Populacao por capital de lixo: 0,576 kg/hab/dia
Fonte: INGC
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8.7. Saneamento do meio
Quando se fala de Mafalala, a primeira impressão com que a gente fica é de um bairro de solos
húmidos, receptivos a águas pluviais ordenamento territorial e alto nível de bandidagem. Mas
este bairro, um dos mais antigos da capital moçambicana, não é apenas referência em
saneamento precário. É uma área residencial rica em histórias e vivências.
Entre valas de drenagem a exalar cheiro nauseabundo, num misto de lixo e águas negras
escoadas dos quintais e do capim que de lá brota, ainda há mãos que remam contra a maré,
procurando trazer o que mais falta aos moradores: um meio ambiente sã.
Conversando com alguns moradores sobre as limpezas das valas alegam à existência de muitas
dificuldades de entrar no interior da vala de drenagem para um contacto directo com os resíduos,
por falta de botas e isso cria constrangimentos e nalgum momento a acção se limita às bermas
quando o problema está mesmo no interior das valas.
Fonte: Autores.
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evacuação rápida e sem estagnação das águas pluviais e das águas residuais, domésticas e
industriais.
São no total 2.750 agregados familiares que preenchem o velho bairro da Mafalala, dividido
em três zonas: A, B e “C”. Para além de jornadas feitas por alguns munícipes do bairro, o
município ainda se comove com existência dos resíduos sólidos, e na nossa jornada de
investigação deparamo-nos com uma brigada fazendo a recolha de lixo.
Fonte: Autores.
Nessa mesma jornada de investigação nos deparamos com situações muito caóticas acerca do
saneamento. Foram achados pequenos drenos de infiltração e fossas sépticas feitos na rua num
estado muito precário.
A fossa séptica é um tanque fechado que trata o esgoto gerado nas resistências. Ela é muito
importante, pois diminui os poluentes do esgoto doméstico e, desta forma, protege o meio
ambiente.
Como ilustram as imagens a baixo, não só estão diminuindo os poluentes do esgoto, mas
também estão poluindo o meio ambiente com essas pequenas construções.
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Imagem 3: Imagens ilustrando drenos construidos na rua.
Fonte: Autores.
12.5%
31.25%
56.25%
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Imagem 4: Dreno de infiltração construído na rua num estado muito precário. O cheio exabundo existente neste
local não é nada agradável.
Fonte: Autores.
Imagem 5: Encontrado um miúdo dos seus 10anos fazendo uma aberto de água para o seu escoamento. Encontre
em anexo o vídeo conversando com ele no correio eletrónico.
Fonte: Autores.
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Imagem 6: Imagens ilustrando óleo jogado no chão.
Fonte: Autores.
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Implantação de sistemas de prevenção e erosão, tais como alteração de declividade,
operação em curvas de nível, execução de dispositivos de drenagem e manutenção da
cobertura vegetal;
Minimização de resíduos, através da redução da geração na fonte, segregação,
reciclagem e alteração dos processos produtivos;
Minimização de sistemas de disposição final de resíduos urbanos, através da coleta
seletiva, reciclagem e tratamento;
Limpezas das valas frequentemente;
Execução de sistemas de disposição final de resíduos, considerando critérios de
proteção do solo.
Um importante aspecto da erosão com relação ao planejamento urbano é o fato de que o controle
da erosão requer certas limitações e restrições no uso da terra, fator que pode envolver assuntos
de caráter político ou jurídico, tanto quanto dependentes de critérios técnicos.
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10.2. Estudos de possíveis causas para o problema
As visitas na área levaram a atestar e concluir as causas do problema, qual o agente causador
da erosão e também os agravantes causados por agentes indiretos. Provavelmente o agente
causador da erosão é a chuva, e a péssima situação em que os taludes se encontram agravam o
bairro de mafalala.
Na nossa visita ao bairro da mafalala, por coincidência encontramo-nos com uma brigada da
INGD sensibilizando os residentes daquele bairro acerca da época chuvosa que está por chegar
e de modo a se prevenir da mesma. Mais informação acerca desse assunto encontrará em anexo
no correio electrónico em formato de vídeo.
Fonte: Autores.
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Podemos olhar também para a densidade populacional existente neste bairro. O mesmo governo
deve criar condições possíveis para a diminuição de população e reassentar em outros bairros
com condições mínimas de vivência. Fora isso, pode-se reconstruir o bairro de uma outra
maneira, construindo casas unifamiliar (prédios) para que haja mais espaço livres e áreas
verdes.
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12. Conclusão
O bairro da Mafalala foi e contínua a ser um símbolo de um passado colonial e uma marca na
cidade de Maputo. Não só pela sua presença física, mas também pelas memórias, pela história
e pelas actividades com que contribuiu para o enriquecimento cultural do país. É o caracter de
uma urbanização fragmentada e acelerada, influenciada também pela falta de políticas
estruturantes da cidade de Maputo, que nos leva à necessidade de repensar as estruturas
desregradas e torná-las em pontos revitalizadores, não só do bairro como também da cidade.
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13. Bibliografia
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14. Inventário de questões
39
Índice Remissivo
40