Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Universidade Pedagógica
Nacala-Porto
2017
i
Catiza Juma
Supervisor:
Msc. Valdemiro Condelaque Aboo
Universidade Pedagógica
Nacala-Porto
2017
ii
Índice
Lista de tabelas
Lista de figuras
Lista de gráficos
Lista de abreviaturas
% Percentagem
CEDH Centro de Estudos de Desenvolvimento de Habitat
GADEC Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário
Hab. Habitantes
INE Instituto Nacional de Estatística
Km Quilómetro
MICOA Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental
MINED Ministério da Educação
MISAU Ministério da Saúde
Séc. Século
UEM Universidade Eduardo Mondlane
UN-Habitat Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos
viii
Declaração
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição
para obtenção de qualquer grau académico.
Dedicatória
Dedico aos meus filhos, pais e meu esposo pelo apoio dado durante a caminhada
Universitária.
x
Agradecimentos
Por mérito e pela força, agradeço ao meu esposo Abdul Azize H. A. Gulamo pelo
apoio e incentivo em todos momentos necessários, não me esquecendo dos meus
filhos Tuneila Abdul e Yasser de Catiza e da minha mãe Augusta Ferreira Messias,
pelo sacrifício e companheirismo.
xi
Resumo
Abstract
Introdução
Quanto ao tipo de pesquisa, o estudo pode ser classificado nos seguintes critérios:
Quanto à abordagem, trata-se da pesquisa qualitativa que, segundo SEVERINO
(1999‒94), ― […] permite mergulhar na complexidade dos acontecimentos reais e
indaga não apenas o evidente mas também as contradições, os conflitos e as
resistências a partir da interpretação dos dados no contexto da sua produção”;
quanto aos objectivos, a pesquisa classifica-se em descritiva que, segundo GIL
(2002) apud IVALA, HDEZ e LUIS (2007 – 28),‖ tem como objectivo primordial a
descrição das características de determinadas populações ou fenómenos,‖ e quanto
aos procedimentos técnicos, trata-se da pesquisa bibliográfica que, segundo GIL
(1995 – 71), “ […] é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos.”
CAPITULO I – METODOLOGIA
1.2 Métodos
Os métodos são caminhos usados para atingir um determinado objectivo (LIBÂNEO:
1994, p150). Foram usados nesta pesquisa os métodos de abordagem e de
procedimentos.
Método comparativo
O método comparativo usou-se para realizar comparações, com a finalidade de
verificar semelhanças e explicar divergências. Neste caso, foram feitas comparações
das diversas respostas dadas pelos indivíduos que constituem amostra com
propósito de explicar as diversas respostas contraditórias
19
Método estatístico
O método estatístico significa redução de fenómenos sociológicos, políticos,
económicos, entre outros, a termos quantitativos, e a manipulação estatística, que
permite comparar as relações dos fenómenos entre si e obter generalizações sobre
sua natureza, ``ocorrência ou significado. Portanto, com este método, fez-se a
quantificação dos indivíduos que foram abrangidos directamente na pesquisa, cujas
conclusões foram generalizadas. Além disso, pelo uso deste método, foi necessário
submeter as cifras codificadas ao mais rigoroso esforço da análise e interpretação
feita manualmente com o auxílio de máquina calculadora ―para o cálculo das
percentagens‖ e do computador (na construção de gráficos).
Método cartográfico
No que se refere ao método cartográfico, segundo NANJOLO (2002 p.14), ― […] é a
forma de representar os resultados da investigação geográfica mediante mapas,
esquemas, diagramas, modelos, desenhos.” Trata-se de um método muito
importante no estudo de um fenómeno no espaço. Com efeito, este método permitiu
a localização, da área em estudo.
Neste contexto, as categorias são classes que reúnem um grupo de elementos sob
um título genérico. Na análise de conteúdos, os elementos são designados por
unidades de registo, o seu agrupamento é feito segundo as características comuns
dos elementos em causa. O critério de categorização pode ser semântico, sintáctico,
agrupamento por temas, grupos por verbos ou adjectivos, léxico, classificação das
palavras segundo o seu sentido, com emparelhamento de sinónimos e dos seus
sentidos próximos (Idem).
Ainda para BARDIM (1995), apud IVALA (2002, p.122), Existem dois processos
inversos segundo os quais efectuada a categorização. Um consiste no fornecimento
antecipado do sistema de categorias nos quais serão repartidos da melhor maneira
possível os elementos, a medida que vão sendo encontrados. O outro é o sistema
de categorias não fornecido antecipadamente, que resulta da classificação analógica
e progressiva dos elementos.
Após a técnica de codificação, foi feita a técnica de tabulação, que segundo GIL
(1994,p.169), "é o processo de agrupar e contar os casos que estão nas várias
categorias de análise”.
21
Observação
A observação é uma técnica de colecta de dados para obtenção de informações que
consiste em ver, ouvir e examinar factos que deseja estudar. (MARCONI e
LAKATOS; 1999, p.90).
o Observação Directa
Esta técnica, foi usada para determinados aspectos da realidade da área de estudo,
com principal enfâse nos aspectos físico-naturais como os aspectos do solo, a
22
o Observação indirecta
Esta técnica consistiu na análise de imagens satélites da área em estudo.
Entrevista
Esta é uma técnica de colecta de dados que consiste no diálogo através do contacto
directo. Tem suas vantagens pelo facto de possibilitar a obtenção de dados
referentes aos mais diversos aspectos ligados ao ambiente pesquisado, permite a
aquisição de dados profundos do comportamento dos homens, para além dos dados
serem susceptíveis à classificação e à quantificação e no entanto não exigem que o
sujeito entrevistado saiba ler e escrever (GIL:1994,p114).
Esta técnica foi usada em particular para as autoridades locais neste caso os líderes
locais e os representantes da área do meio ambiente e o representante da área de
ocupação e uso do solo ambos funcionários do conselho municipal do distrito em
estudo.
Inquérito
Também o inquérito constitui uma técnica de colecta de dados caracterizado por
uma série ordenada de perguntas a serem respondidas por escrito sem a presença
do inquiridor. Esta apresenta-se sob forma de questionário que, segundo GIL (1994,
p.114),“pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por
um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às
23
Foi usada esta técnica visto que permitiu obter uma quantidade de informações em
pouco tempo daquilo que a população vive em relação aos problemas ambientais
que o bairro apresenta, mediante as opiniões que os inqueridos expressam sobre
elas.
Consulta Bibliográfica
Desenvolveu-se com base em material já elaborado e é constituído principalmente
de livros e artigos científicos. Esta técnica serviu para aprofundar mais sobre o
assunto a se desenvolver onde foram usadas diversas fontes e obras relacionadas
ao tema que lograram uma especial atenção, visando o aproveitamento das
oportunidades que estas oferecem para a compreensão do tema, assim como o
aprofundamento do aspecto teórico relacionado com os assentamentos informais de
modo a obter pressupostos teóricos para a realização do trabalho que
posteriormente são apresentados nas referências bibliográficas.
24
O tipo de solo que mais se destaca na zona, são solos muito pesados, que tem a cor
cinzenta negra, mal drenados e de difícil lavoura.
A vegetação típica da área é composta por capim e pequenos arbustos que nos
últimos anos vem sendo retirada devido a construção de casas e abertura de
caminhos de peões que se tornam a posterior canais de escoamento para as águas
da chuva (Centro de Estudos de Desenvolvimento do Habitat (CEDH) e
Universidade Eduardo Mondlane (UEM), 2005, p. 34).
Energia eléctrica
De um modo geral a rede de energia eléctrica não abrange toda zona, uma vez que
este serviço é carro para algumas famílias.
Rede viária
A rede viária abrange praticamente a periferia do Bairro. A situação topográfica faz
com que não existam estradas acessíveis a viaturas no interior do Bairro e
encontram-se bastante degradados devido a erosão.
Saneamento
Não existe na zona qualquer sistema de esgotos. Algumas casas da zona possuem
latrinas tradicionais ou melhoradas e na maioria das casas não têm nenhum
dispositivo de saneamento (INE, 2013, p. 15). Estes últimos utilizam as margens do
rio Maiaia, que atravessa a zona praticando o fecalismo a céu aberto.
Na zona não existem sistemas de drenagens, sendo que a água das chuvas e de
uso domiciliar escorre nos pequenos entroncamentos e caminhos existentes.
Habitação
A habitação na zona de Nicandavala é constituída na sua maioria por casas
melhoradas feitas com material convencional, e outras de material precário com
cobertura de capim, construídas de forma informal, visto que a ocupação do solo
foi espontânea sem no entanto seguir-se nenhum critério legislativo.
A maior parte das casas foram construídas em terrenos atribuídos pelos Chefes de
Quarteirão, muito provavelmente em conexão com os chefes tradicionais. Uma
sondagem rápida sobre o processo de acesso à terra na zona sugere que os
residentes parecem considerar a sua permanência como bastante segura apesar da
proibição, uma vez que não houve pressão directa do Conselho Municipal para a
sua remoção, ao contrário do que aconteceu na zona alta do Bairro onde houve
programas de reassentamento.
29
todos dentro do assentamento informal, ainda que tal nem sempre pressuponha o
reconhecimento oficial pelas autoridades.
Contudo, até 1985 a maior parte das capitais províncias tinha um plano de estrutura
ou de intervenções prioritárias e um número considerável de distritos beneficiou de
planos de ordenamento do território, aprovado pelos respectivos Conselhos
Executivos.
Após a aprovação do primeiro plano, foram elaborados mais dois planos; o Plano
Geral de Urbanização de Nacala (1965) e Planos Parciais de Urbanização das
células 01 à 08 do Plano de Nacala (1967).
chegando a 3,96 bilhões em 2015 (54 %). Espera-se que esse total chegue a 5,06
bilhões até 2030 (60 % da população mundial).
41%
Homens
Mulheres
59%
A maior parte dos inquiridos (15) se encontra na faixa etária compreendida entre 26-
35 anos (33%), seguida 12 entre 15-25 anos (26%), 8 entre 36 - 45 anos (17%), 6
entre 46 – 55 anos (13%) e por último 5 acima de 56 anos (11%), conforme a tabela
que se segue.
A partir dos dados apresentados na tabela acima, pode-se concluir que a maior
parte da população inquirida da zona de Nicandavala foi adulta, seguida da
população jovem e velha.
assim como na maneira de interagir dentro do seu meio. Toda via onde há
diferenças na educação de duas sociedades diferentes teremos também problemas
diferentes.
9%
Ensino Superior
11%
Alfabetização e
39% Educação de Adultos
Ensino Básico
Sem Nível
24%
Por outro lado a população conclui o ensino primário e não consegue progredir
devido a reduzido número de escolas públicas e ausência escolas técnicos
profissionais, o que de certa forma aumenta o número de jovens que se dedicam a
informalidade e a criminalidade como forma de sobrevivência.
Estes números tendem a ser mais elevados nas mulheres, devido aos casamentos
prematuros associadas a pobreza, a maioria da população olha para as filhas como
fonte sustento depois do casamento.
população não sabe que deve regularizar os terrenos e não têm recursos financeiro
uma vez que vivem de comércio informal, contudo sabem dos riscos que correm e
continuam a manterem-se nos mesmos locais.
Uma vez que há dificuldades no processo de gestão do lixo, foi colocada a seguinte
questão: O que faz com o lixo que produz?
2%
22%
41% Queima
Amontoa
Enterra
Caixote de lixo
35%
Com as respostas obtidas dos inqueridos, pode-se afirmar que o tratamento do lixo
na zona é deficiente, pelo facto da maioria da população não tratar devidamente os
resíduos com destaque na queima e no acumulo destes que colocam em risco a
saúde da população local.
Um dos aspectos que tem a ver com o saneamento básico é o fecalismo a céu
aberto, que facilmente é constatado por qualquer pessoa que passa pela zona der
Nicandavala. De forma a apurar a veracidades deste facto foi colocada a pergunta: A
sua casa tem uma latrina?
De acordo com o número da população que não possui latrinas, é esta que muitas
das vezes pratica o fecalismo a céu aberto, isto pode ser resultante da falta de
espaço para construção de latrinas melhoradas devido ao confinamento de moradias
associada a erosão que o solo apresenta.
coliformes fecais nos cursos de água, tornando desta maneira a água impropria para
o consumo humano.
Grande parte dos detritos que é arrancada nas zonas mais altas acaba nos cursos
de drenagem e na estrada. Muitas das vezes quando a chuva cai intensamente a
45
Conclusão
A maior parte da população, possui níveis escolares concluídos muito baixos devido
aos casamentos prematuros aliada a prática agrícola. Esta população é
maioritariamente jovem e pratica actividades do sector primário, e outra parte dos
jovens são desempregados, o que eleva os índices de criminalidade na zona.
A zona não possui ecopontos para deposição e tratamento dos resíduos sólidos
produzidos, no entanto verifica-se uma má gestão dos resíduos visto que a maior
parte da população queima e amontoa elevando os níveis de poluição. A maior parte
da população, não tem latrinas melhoradas, e das que existem poucas são de
material convencional sendo a maioria de material precário, incrementando o
fecalismo a céu aberto.
A proveniência dos problemas ambientais, esta associada à vária causa que vão
desde a falta de fiscalização á falta de informação sobre os problemas de gestão do
meio ambiente e saneamento básico.
47
Sugestões
Como forma de contribuir na melhoria das condições, de vida da população local a
partir dos problemas identificados, são apontadas abaixo algumas sugestões a
serem seguidas a nível do conselho municipal e pela comunidade local.
A nível comunitário
o Promover campanhas de sensibilização ligadas a educação ambiental e a
necessidade do reassentamento;
o Soluções individuais face a construção de latrinas familiares e colectivas
(sanitários públicos).
o A disponibilidade de uma quantidade substancial de talhões demarcados e
com mínimo acesso de serviços nas zonas.
48
o Regularização de ocupações
49
Bibliografia
GIL, António Carlos. Como Elaborar Projectos de Pesquisa. 3ª ed. S. Paulo, Atlas
Editora, 1995.
GIL, António Carlos. Métodos e técnicas de Pesquisa Social. 4ª ed. S. Paulo, Atlas
Editora, 1994.
IVALA, Adelino Zacarias, HDEZ, Jorge Martino e LUIS, Albertino. Orientação para
Elaboração de Projectos e Monografias Científicas. 1ª ed., Nampula, Universidade
Pedagogica,2007
50
Apêndices
52
UNIVERSIDADE PEDAGOGICA
DELEGAÇÃO DE NAMPULA
CAMPUS DE NACALA-PORTO
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
6.Na sua opinião o que acha que deveria ser feito com vista a resolver esses
problemas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
UNIVERSIDADE PEDAGOGICA
DELEGAÇÃO DE NAMPULA
CAMPUS DE NACALA-PORTO
Nome _________________________________________________________
Função_________________________________________________________
UNIVERSIDADE PEDAGOGICA
DELEGAÇÃO DE NAMPULA
CAMPUS DE NACALA-PORTO