Você está na página 1de 72

Erdito Horácio Macamo

A aplicação dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) para a implementação do


Código de Endereçamento Postal: caso da cidade de Chimoio

Licenciatura em Planeamento e Ordenamento Territorial

Universidade Pedagógica de Maputo


Maputo
2021
ii
iii
i

Erdito Horácio Macamo

A aplicação dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) para a implementação do


Código de Endereçamento Postal: caso da cidade de Chimoio

Monografia Científica apresentada ao Departamento


de Pedagógico, Faculdade de Ciências da Terra e
Ambiente, para a obtenção do grau académico de
Licenciatura em Planeamento e Ordenamento
Territorial.

Supervisor:
Prof. Doutor Sabil Damião Mandala
Co-supervisor:
Prof. Doutor Teodoro Cândido Vales

Universidade Pedagógica de Maputo


Maputo
2021
ii

Índice
Lista de tabelas..................................................................................................................vii

Lista de Figuras.................................................................................................................vii

Lista de abreviaturas e símbolos......................................................................................viii

Declaração..........................................................................................................................ix

Dedicatória..........................................................................................................................x

Agradecimentos..................................................................................................................xi

Resumo..............................................................................................................................xii

Abstract............................................................................................................................xiii

Epígrafe...........................................................................................................................xiv

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO...............................................................................................15

1.1 Introdução..........................................................................................................................15

1.2 Contextualização................................................................................................................17

1.3 Delimitação do tema..........................................................................................................18

1.4 Problematização.................................................................................................................19

1.5 Hipóteses............................................................................................................................20

1.6 Justificativa........................................................................................................................20

1.7 Objectivos..........................................................................................................................21

CAPÍTULO 2 - REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................22

2.1 Sistemas de Informação Geográfica (SIG)........................................................................22

2.4 Componentes e Estrutura do SIG......................................................................................27

2.5 Áreas de aplicação do SIG.................................................................................................29

2.6 Código de Endereçamento Postal (CEP)...........................................................................31

2.7 Finalidades do CEP............................................................................................................33


iii

2.8 Ordenamento Territorial....................................................................................................34

CAPÍTULO 3 - CARACTERIZAÇÃO FÍSICA-GEOGRÁFICA DA ÁREA DE ESTUDO...36

3.1 Localização geográfica da Cidade de Chimoio.................................................................36

3.2 Localização astronómica...................................................................................................36

3.3 Relevo................................................................................................................................38

Figura 5: Mapa de Relevo..........................................................................................................39

3.4 Aspectos Geológicos.........................................................................................................40

3.5 Hidrografia.........................................................................................................................42

3.6 Clima..................................................................................................................................44

3.7 Precipitação........................................................................................................................44

3.8 Temperatura.......................................................................................................................44

3.9 Vegetação..........................................................................................................................44

3.10 Uso de solo......................................................................................................................47

Figura 9: Mapa de Uso do Solo.................................................................................................48

3.11 Aspectos socio-económicos............................................................................................49

CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA............................................................................................50

4.1 Materiais e métodos...........................................................................................................50

4.2 Etapas para a consolidação e materialização do CEP........................................................52

CAPITULO 5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................59

5.1 Resultados..........................................................................................................................59

5.2 Discussão dos resultados...................................................................................................68

CAPITULO 6 – CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO..........................................................70

Conclusão...................................................................................................................................70

Recomendações..........................................................................................................................71

CAPITULO 7 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................72


iv

5.3 Apêndice............................................................................................................................75

Lista de tabelas
Tabela 1: CEP da cidade de Chimoio............................................................................................31
v

Tabela 2:Lançamento de dados no excel.......................................................................................53

Lista de Figuras
Figura 1: Componentes do SIG.....................................................................................................26
Figura 2: Estrutura do SIG.............................................................................................................27
Figura 3: Estrutura do CEP............................................................................................................31
Figura 4: Mapa de localização geográfica.....................................................................................35
Figura 6: Mapa de Relevo..............................................................................................................37
Figura 5: Mapa de Solos................................................................................................................38
Figura 7: Mapa de Hidrografia......................................................................................................40
Figura 8: Mapa de Vegetação........................................................................................................43
Figura 9: Mapa de Uso do Solo.....................................................................................................45
Figura 10: Organograma das actividades......................................................................................49
Figura 11: Fase do trabalho de escritório......................................................................................51
Figura 12: Fase do trabalho de campo – atribuição do CEP e recolha de dados...........................52
Figura 14: Mapa da numeração das vias........................................................................................57
Figura 15: Mapa das placas...........................................................................................................59
Figura 16: Placas de Endereçamento.............................................................................................60
Figura 17: Mapa Final...................................................................................................................62
Figura 18: Base de dados / Geodatabase.......................................................................................64

Lista de abreviaturas e símbolos

CAC Conselho Autárquico de Chimoio


vi

CEP Código de Endereçamento Postal


DNOT Direção Nacional de Ordenamento Territorial
ESRI Environmental Systems Research Institute
FCTA Faculdade de Ciências da Terra e Ambiente
GPS Global Positioning System
MAEFP Ministério da Admnistração Estatal e Função Pública
MTC Ministerio de Transportes e Comunicacao
NDVI Normalized Difference Vegetation Index
OT Ordenamento Territorial
PLOT Planeamento e Ordenamento Territorial
PA Posto Admnistrativo
SIG Sistema de Informação Geográfica
UP-Maputo Universidade Pedagógica de Maputo
vii

Declaração

Declaro que esta monografia científica é resultado da minha investigação pessoal, e das
orientações dos meus supervisores, o seu conteúdo é original e todas fontes consultadas estão
devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer grau académico.

Maputo, aos 02 de Julho de 2021


viii

Erdito Horácio Macamo

___________________________________________

Dedicatória

Dedico em especial à minha mãe e meus irmãos que foram o catalisador para esta luta e esforço.
Foi pensando neles e em tudo que por mim abdicavam que sempre ganhei energia para
perseverar e ir avante.

Ao meu avô Rafael Bernardo Lambo a quem devo quase tudo. Que deu-me tudo mesmo quando
nada tinha. Pelo amor incondicional, carinho, atenção e força, fazendo-me crer que era possível
ir nesta luta e sair com êxito desta formação.

À minha avó Mariana Jaime Chirimbuana que sempre deu força e moldou-me com seus
ensinamentos.
ix

Agradecimentos

Em primeiro à Jeová Deus por tudo que imerecidamente deu-me e dá.

Ao meu Professor e supervisor Professor Doutor Sabil Damião Mandala, pela paciência na
transmissão de conhecimentos durante o curso nos aspectos referentes a Cartografia, Sistemas de
Informação Geográfica, Sensoriamento Remoto, na monitoria da presente Monografia e pela
simplicidade na abordagem dos assuntos académicos e científicos.

Ao Professor Doutor Teodoro Cândido Vales, a quem devo a oportunidade de poder fazer parte
dos estagiários que participaram do projecto de implementacao do Código Postal na Cidade de
Chimoio, pelos conhecimentos partilhados na área relacionada ao CEP e urbanismo.

Ao meu avô Rafael Bernardo Lambo e à toda minha família.


x

Ao Conselho Autárquico de Chimoio, em nome do Vereador do departamento de Ordenamento


Territorial Calton Campos, pelo acolhimento e pelas condições criadas para estadia no âmbito da
implementação do CEP e consequente produção da presente Monografia.

Ao professor dr. Celso Alexandre Vidigal pela facilitação e pré-disponibilidade no concernente a


assuntos dos Sistemas de Informação Geográfica.

A todos professores da Faculdade de Ciências da Terra e Ambiente da Universidade Pedagógica


de Maputo, que durante os quatro anos de formação se fizeram presente sempre que necessário
para acompanhamento e acessoria na transmissão e troca de conhecimentos.

Aos meus tios Edson Rino Rafael Manhice, Galízio Ramos Zeferino e Ivan Paulo da Gloria
Manhice que directa e indirectamente apoiaram e tiveram que suportar as minhas reclamações,
choros e lamúrias no processo de formação.

Aos meus amigos que a academia me deu Mualinha Rajabo, Reis Jamo, Admiro Jalane e
Salomão Teófilo Baloi.

O autor estende os mais sinceros agradecimentos a todos intervenientes neste trabalho de


monografia, em destaque a equipe do CEP, a turma do PLOT, familiares, e amigos que directa
ou indirectamente apoiaram durante a formação.
Resumo
xi

A dificuldade em saber “onde se localizam?” “quantos são?” “a quantos metros distam?”


assim como o ponto “X e Y” (coordenadas) dos locais e serviços, tem colocado os dirigentes e
gestores territoriais num total alerta sobre os inúmeros impactos negativos destas dificuldades.
Dentre essas dificuldades, sublinham-se a acessibilidade e a entrega de correspondências. O
Código de Endereçamento Postal (CEP), é a actividade de codificação de actividades de forma a
responder as perguntas acima. A distribuição espacial e localização de actividades e serviços, são
importantes e são da tutela do Ordenamento Territorial (OT), e bem feitas estas alavancam o
desenvolvimento económico local. O objectivo principal desta monografia científica é realçar o
papel dos Sistemas de Informação Geográfica para a materialização do CEP e OT, tendo como
área de estudo a Cidade de Chimoio. O estudo baseia-se na revisão da literatura sobre a
relevância do SIG na elaboração do CEP agregado a experiencia do autor na cartografia temática
usando SIG durante os quatro (4) anos de formação em PLOT na UP-Maputo e durante os meses
de estágio no Município de Chimoio. No estudo são apresentados os seguintes aspectos de
criação do CEP: (i) o trabalho do gabinete; (ii) trabalho de campo; (iii) lançamento de dados; (iv)
elaboração do Mapa das Placas; (v) colocação das placas; (vi) elaboração do Mapa Final e (vii)
criação da base de dados. Considera-se CEP um instrumento importante de trabalho para as
autarquias visto que ajuda a gestão territorial e facilitação da acessibilidade aos lugares e
serviços. Recomenda-se as autarquias a insistir na formação de quadros com conhecimentos
técnico-científicos sólidos em SIG para elaboração e gestão de CEP e da sua respectiva Base de
Dados.

Palavras - chave: Sistema de Informação Geográfica, Ordenamento territorial, Código de


Endereçamento Postal, Crescimento Urbano, Distribuição das actividades.
xii

Abstract

The difficulty in knowing "where they are" "how many are" "how many meters away" as well as
the point "X and Y" (coordinates) of places and services, has placed territorial leaders and
managers on full alert about the numerous impacts negative of these difficulties. Among these
difficulties, the accessibility and delivery of correspondence are highlighted. The Postal Address
Code (ZIP) is the activity of encoding activities in order to answer the above questions. The
spatial distribution and location of activities and services are important and are under the tutelage
of Territorial Planning (OT), and well done these leverage local economic development. The
main objective of this scientific monograph is to highlight the role of Geographic Information
Systems for the materialization of CEP and OT, having as study area the City of Chimoio. The
study is based on a review of the literature on the relevance of GIS in the preparation of CEP
added to the author's experience in thematic cartography using GIS during the four (4) years of
training in PLOT at UP-Maputo and during the internship months at UP-Maputo and
Municipality of Chimoio. The study presents the following aspects of the creation of the CEP: (i)
the work of the office; (ii) field work; (iii) data entry; (iv) preparation of the Map of Plates; (v)
placement of plates; (vi) elaboration of the Final Map and (vii) creation of the database. CEP is
considered an important working tool for municipalities as it helps territorial management and
facilitates accessibility to places and services. Local authorities are recommended to insist on the
training of staff with solid technical-scientific knowledge in GIS for the preparation and
management of the CEP and its respective Database.

Keywords: Geographic Information System, Territorial Planning, Postal Address Code, Urban
Growth, Distribution of activities.
xiii

Epígrafe

Considerando que 80% da informação disponível no mundo contém uma componente espacial,
as geotecnologias abrangem uma infinidade de atividades (FAVRIN, 2009).
14

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
No presente capítulo, busca-se uma contextualização sobre o problema e o tema em estudo, a sua
natureza assim como as motivações e justificativas. Pretende-se ainda por meio de explanações
simples e sucintas, fazer-se menção aos objectivos do tema de estudo, a génese do problema
assim como as suas possíveis respostas prévias (hipóteses) e de forma breve, fazer-se um
enquadramento do estudo.

1.1 Introdução
A presente Monografia científica, debruça-se sobre o tema A aplicação dos Sistemas de
Informação Geográfica (SIG) para a implementação do Código de Endereçamento Postal: caso
da cidade de Chimoio, e tem como objectivo realçar o papel que o SIG detém na gestão
territorial e no caso particular no Endereçamento Postal da Cidade de Chimoio. O estudo surge
no âmbito da conclusão do curso de Planeamento e Ordenamento Territorial ministrado na
Faculdade de Ciências da Terra e Ambiente (FCTA) da UP-Maputo, onde abordar aspectos desta
natureza, é de crucial importância, visto ao contributo científico que trazem, focando-se na
gestão das dinâmicas geográficas, distribuição, geocodificação e localização das actividades
assim como no Ordenamento Territorial no geral, que se registam nas áreas urbanas do nosso
País.

O crescimento rápido dos centros urbanos e a criação de novos bairros, agregados as vastas
extensões de áreas rurais com ocupações dispersas, conformaram a necessidade de um sistema de
codificação de localização e identificação dos sítios, para fazer face as exigências locais e
mundiais de eficiência e agilidade da logística e de ampliação do acesso aos serviços básicos
(VALES & BERTOLI, 2019).

Nos últimos anos, Moçambique e o mundo, têm registado crescimentos acelerados da população
nas áreas urbanas, crescimento este que dá génese a diversos problemas da óptica da gestão
territorial, colocando desta forma os dirigentes num paradoxo e um total “quebra-cabeças”. Este
crescimento populacional nas áreas urbanas, demanda a ocupação de novas áreas, e
consequentemente melhorias e robustez dos instrumentos de gestão territorial de forma a
assegurar o desenvolvimento social e económico no território.

O SIG é uma tecnologia que vem sendo muito reconhecido a nível mundial nos últimos anos,
pela sua enorme capacidade de gerar, manipular, armazenar e cartografar diversa informação
15

geográfica, auxiliando assim na tomada de decisão na gestão territorial, assim como para
diversas outras áreas. O Código de Endereçamento Postal (CEP), vem como uma forma de
ordenar o território, partindo do princípio de localizar e atribuir o respectivo código de endereço
às ocupações e actividades existentes dentro duma determinada área escalada para o processo.
Este processo de Endereçamento Postal, pode alicerçar-se a diversas tecnologias, mas a
tecnologia de Sistemas de Informação Geográfica, destaca-se mais pela sua capacidade de
trabalhar com pontos geograficamente referenciados, sobreposição de diversos dados, desde os
geográficos e não-geográficos, assim como alta capacidade de armazenamento de múltipla
informação para possível atualização.

Ladwig (2013) afirma que sempre que o “onde” aparece, dentre as questões e problemas que
precisam ser resolvidos por um sistema informatizado, haverá uma oportunidade para considerar
a adoção de um SIG.

No trabalho, de forma sequencial apresentam-se a parte introdutória, a revisão da literatura, a


caracterização física-geográfica da área de estudo, a metodologia e os resultados.
16

1.2 Contextualização
A cidade de Chimoio, assim como várias outras cidades do País, carecem dum sistema de
codificação e localização dos serviços e actividades actualizado. Este facto, deve-se basicamente
a génese das cidades moçambicanas, que data do período colonial, onde os métodos de
codificação e localização aplicados na altura, se encontram desatualizados e em desuso. Para
além da desatualização desses dados, muitas actividades foram surgindo ao longo do tempo,
ligados ao crescimento urbano e que foram ocupando diversas áreas da urbe, dificultando a
localização e acessibilidade aos lugares.

Visto a necessidade de actualização do sistema de endereçamento, o Governo do País tem


empreendido esforços de forma a se codificar as localizações das actividades e garantir maior
organização territorial. É neste contexto que através do Ministério da Administração Estatal e
Função Pública (MAEFP) e Ministério dos Transportes e Comunicação (MTC), o País desenha e
implementa o Código de Endereçamento Postal.

A presente Monografia Científica, surge como resultado de oportunidade de estágio técnico-


científico cedida para estudantes de curso de Planeamento e Ordenamento Territorial e usuários
de SIG para implementação do projecto de Código de Endereçamento Postal no Conselho
Autárquico de Chimoio (CAC) e pela consolidação de matéria assimilada durante os quatro anos
de formação em Planeamento e Ordenamento Territorial.

Portanto, a adopção e implementação do CEP, torna-se fundamental para a actualização,


codificação e localização (onde) no espaço geográfico de todos serviços e actividades,
ordenando desta forma o território.

Vales & Bertoli (2019) afirmam que o CEP, é um elemento catalisador que permite às unidades
territoriais e zonas urbanas atingir índices cada vez mais elevados de crescimento económico e
desenvolvimento social, assente num sistema operacional de localização e de codificação que dá
aso, entre outros à serviços eficientes de entrega de encomendas e correspondências.

Olhando mais uma vez a afirmação do Ladwig (2013) onde refere que “sempre que o ‘onde’
aparece, dentre as questões e problemas que precisam ser resolvidos por um sistema
informatizado, haverá uma oportunidade para considerar a adoção de um sistema de informação
geográfica, principal ferramenta do geoprocessamento”, logo denota-se o papel transcendente e
17

intransponível que os SIG’s desempenham para o Ordenamento Territorial e igualmente para a


materialização do Código de Endereçamento Postal. Este sistema, pela sua capacidade de
trabalhar com um sistema de coordenadas conhecidas (X e Y), agregar vários softwares e
diversos tipos de dados (raster, vetoriais e alfanuméricos) possibilita a incorporação,
manipulação, saída e armazenamento de dados referentes a uma área geográfica e a obter-se
resultados esperados para sustentar o CEP, assim como qualquer outra actividade ligada a uma
área geográfica concreta.

1.3 Delimitação do tema


Silva et al, (2011) afirma que a definição do tema pode surgir com base na sua observação do
cotidiano, na vida profissional, em programas de pesquisa, em contacto e relacionamento com
especialistas, no feedback de pesquisas já realizadas e em estudo da literatura especializada.

Consolida-se como objecto de estudo para o presente trabalho, os SIG no Endereçamento Postal
e seu papel para o Ordenamento Territorial, cujo tema é “A aplicação dos Sistemas de
Informação Geográfica (SIG) para a implementação do Código de Endereçamento Postal: caso
da cidade de Chimoio”. A escolha do tema, deve-se ao facto de o SIG constituir um elemento
importante no auxílio da tomada de decisão referente ao Ordenamento Territorial, e vem sendo
aplicado em diversos Países Europeus para responder a vários aspectos geográficos e não só.
Portanto, desta vez, foi aplicado para firmar o Código de Endereçamento Postal da Cidade de
Chimoio.

O objecto do estudo enquadra – se numa das linhas de pesquisa da Faculdade de Ciências da


Terra e Ambiente que é o Ordenamento Territorial, assim como no contexto do objectivo
plasmado nas alíneas “a, b e c” do Plano curricular do curso de Licenciatura em Planeamento e
Ordenamento Territorial que é:

a) Formar quadros superiores capazes de pesquisar os saberes no campo da análise espacial


indispensável à planificação e ordenamento territorial; (SILVA et al., 2016).

b) Formar quadros superiores capazes de pesquisar os saberes no campo do desenvolvimento


urbano, planificação e avaliação do impacto dos assentamentos humanos e do desenvolvimento
territorial; (SILVA et al., 2016).
18

c) Formar profissionais de nível superior em Planificação e Ordenamento Territorial para


responderem às necessidades do Planeamento físico e desenvolvimento sustentável; (SILVA et
al., 2016)

1.4 Problematização
Maior parte das cidades Moçambicanas, tal como afirma Anjo (2009), nasceram de bases
estratégicas de campanhas militares, ou posteriormente, de pontos de confluência das novas
linhas de comunicação.

Este enunciado, consciencializa de certa forma o tipo de ocupação que muitas das nossas cidades
conhecem, assim como a sua génese. Nos remete ainda a pensar no tipo de Ordenamento vigente,
assim como a questão da distribuição/espacialização, codificação e localização das actividades.

Na cidade de Chimoio, assim como em várias outras cidades do País, localizar certos pontos
geográficos, ainda constitui dificuldade, devido ao deficiente Ordenamento das mesmas, assim
como a ausência de codificação e um sistema de endereçamento actualizado. Desta feita, esta
“cegueira” ou dificuldade em saber “onde estou” e “onde fica”, ou a quantos metros se dista
certo ponto geográfico, assim como contabilizar quantos equipamentos e serviços existem na
urbe, atrasa consideravelmente o desenvolvimento social e económico local e do País.

Visto o crescimento explosivo da população nas áreas urbanas e a fraca actuação do


Ordenamento Territorial, surge a necessidade de métodos e técnicas de forma a ultrapassar
problemas de âmbito territorial, e sobretudo, encontrar soluções referentes as adversidades da
espacialização e localização dos serviços no espaço territorial, facto este que pesa no
Ordenamento Territorial.

Neste âmbito, o CEP tal como afirma Vales & Bertoli (2019), surge como um mecanismo e
instrumento catalisador, que permitirá as unidades territoriais e zonas urbanas, atingir níveis
elevados do crescimento económico. Isto, pela facilitação da localização dos serviços e
actividades, permitindo ainda mais as trocas comerciais, entregas de encomenda e acesso a
vários pontos geográficos.

Para se tornar possível o CEP, alicerça-se muito nos Sistemas de Informação Geográfica (SIG),
sobretudo ao software ArcGis da ESRI, que é um sistema dotado de capacidades de adicionar,
analisar, manipular os dados espaciais e geográficos e obter resultados diversos em forma de
19

mapas, gráficos, imagens, texto e sobretudo, pela capacidade de gerar uma base de dados que
serve para armazenar informação de consulta geral, assim como para actualização da informação
do CEP.

Desta forma, pretende-se responder a seguinte questão:

 De que forma os SIG podem contribuir na implementação do CEP e no ordenamento


territorial na cidade de Chimoio?

1.5 Hipóteses
Busca-se através da presente monografia científica, compreender de modo geral o papel do
sistema de informação geográfico na implementação do Código de Endereçamento Postal e no
Ordenamento do Território no geral. Assim sendo, surge a seguinte provável resposta ao
problema de pesquisa sobre o contributo do SIG na implementação do CEP ordenamento
territorial:

 É provável que o SIG contribua positivamente para a localização das actividades,


serviços, materialização do CEP, auxiliando os gestores no Ordenamento Territorial no
geral.
 É provável que a desatualização dos dados referentes ao Endereçamento Postal dificulte a
localização das actividades e colecta de taxas, necessitando-se assim de uns SIG para
materializar o CEP;

1.6 Justificativa
O Ordenamento e gestão Territorial tem vindo a enfrentar enormes desafios na materialização
dos seus principais objectivos, devido a diversos factores como o crescimento demográfico nas
áreas urbanas, a expansão urbana, a ocupação do solo e construção informal, a degradação
ambiental, desastres naturais, a distribuição e localização das actividades entre vários outros.

A escolha do tema, deve-se primeiro, ao facto deste enquadrar-se no contexto dos problemas
contemporâneos das cidades principalmente as cidades dos países em via de desenvolvimento,
onde devido a ocupação muita das vezes informal, torna-se difícil localizar certos serviços e
actividades, assim como ao facto de crescerem a cada dia os problemas urbanos, no que diz
20

respeito concretamente a localização e acessibilidade aos serviços, e o elevado número de


população nos centros urbanos.

Segundo: constitui motivação ainda, o recorrente uso nos últimos anos, das tecnologias para
solucionar-se diversos problemas, do âmbito geográfico, sendo o SIG uma tecnologia polivalente
nos diversos ramos do OT, este tem sido uma aposta por parte de diversos Países Europeus e
constitui-se um instrumento catalisador para a redução de diversos problemas ligados ao
Ordenamento Territorial, uma vez que possibilita-nos por métodos cartográficos, localizar,
analisar as ocupações e uso de solo, fazer previsões e projeções futurísticas, analisar os prováveis
riscos ambientais, gerar base de dados, fácil actualização da sua base de dados, entre vários
outros. Ainda neste âmbito, Rosado (2000), afirma que o evidenciamento da utilização dos
Sistemas de Informações Geográficas como ferramenta integradora de informações e
potencializadora da análise da estrutura urbana no processo de tomada de decisão, é patente ao
longo dos últimos destacando o índice de acessibilidade das unidades espaciais de análise aos
serviços públicos de saúde e educação, com o uso de tal ferramental.

Terceiro: foi motivação também para desenvolver este estudo, o facto de a cidade de Chimoio,
ser a primeira no país a se beneficiar do CEP, seguido pelo facto de ser a terra natal da minha
avó, e também pela aplicação do SIG para a materialização do mesmo, sendo o SIG uma das
minhas ferramentas preferidas na academia e que estou sempre em contacto com a mesma.

1.7 Objectivos
Geral

 Compreender o papel dos Sistemas Informação Geográfica no Endereçamento Postal e


Ordenamento Territorial na cidade de Chimoio;

Específicos

 Contextualizar teoricamente o SIG e Endereçamento Postal;


 Descrever e mapear a numeração das vias de acesso;
 Descrever e mapear as placas de endereçamento;
 Produzir um mapa final e base de dados;
 Arrolar os contributos e o papel do SIG na materialização do Código de Endereçamento
Postal.
21

CAPÍTULO 2 - REVISÃO DA LITERATURA

Pretende-se neste capítulo, através da revisão da literatura ou documental, auferir com base a
diversos autores, as principais conceitualizações que caracterizam o presente estudo,
especificamente o SIG e o Código de Endereçamento Postal, Ordenamento Territorial, assim
como conceitos específicos inerentes a aspectos do SIG e Endereçamento Postal.

2.1 Sistemas de Informação Geográfica (SIG)

No processo de conceitualização dos SIG, Ladwig (2013) refere que os Sistemas de Informação
Geográfica, são sistemas computacionais, usados para o entendimento dos factos e fenômenos
que ocorrem no espaço geográfico. A sua capacidade de reunir uma grande quantidade de dados
convencionais de expressão espacial, estruturando-os e integrando-os adequadamente, torna-os
ferramentas essenciais para a manipulação das informações geográficas coletadas.

Ladwig (2013) debruçando-se sobre o conceito dos SIG, vai mais adiante afirmando que o SIG é
a capacidade de inserir e integrar, numa única base de dados, informações espaciais provenientes
de dados cartográficos, dados censitários e cadastro urbano e rural, imagens de satélite, redes e
modelos numéricos de terreno oferecer mecanismos para combinar as várias informações,
através de algoritmos de manipulação e análise, bem como consultar, recuperar, visualizar e
plotar o conteúdo da base de dados georreferenciados.

Cunha (2009) refere o SIG como uma plataforma de hardware e software com grandes
capacidades de armazenamento, organizando a informação por camadas, desde informação
espacial a dados alfanuméricos, esta composição tem assim expressão no território.

Para Filho & Iochpe (1996) Sistema de Informação Geográfica é um conjunto de programas,
equipamentos, metodologias, dados e pessoas (usuário), perfeitamente integrados, de forma a
22

tornar possível a coleta, o armazenamento, o processamento e a análise de dados


georreferenciados, bem como a produção de informação derivada de sua aplicação.
Os Sistemas de Informação Geográfica têm desempenhado um papel importante como integrador
de tecnologia. Porque permite aos geógrafos integrarem seus dados e métodos de maneira que
apoiam as formas tradicionais de análise geográfica, tais como análises de sobreposição de
mapas bem como novos tipos de análise e modelagem que vão além da capacidade dos métodos
manuais, (ROSADO, 2000).

SIG é uma ferramenta sofisticada que organiza as informações territoriais segundo níveis de
informação temáticos, permitindo a representação do mundo real em escala reduzida e sua
posterior modelagem no espaço virtual do computador. Tem uma importância crítica no
desenvolvimento das actividades humanas e no modo como o homem interage com o espaço.
Esses Sistemas podem influenciar na compreensão de processos como expansão, retração,
transição e intensificação de qualquer actividade, desde a agricultura, indústria mineira,
alimentar entre outros (ROSA, 2013).

Felizardo (2016), afirma que o SIG consiste em um sistema computacional que reúne um
poderoso conjunto de ferramentas para a entrada, armazenamento, recuperação, transformação,
análise e representação de dados do mundo real para um conjunto particular de propósitos. A
aplicação de técnicas de geoprocessamento é extremamente útil para o planeamento municipal,
pois reúne aplicativos que permitem inferir, representar visualmente dados espaciais, estatísticos
e textuais a eles relacionados, a partir de uma base de dados georreferenciada.
Ferreira (2006), referindo-se ao SIG, afirma que este alberga dentro de si:

 Informação sobre locais na superfície da Terra;


 Conhecimento sobre onde alguma coisa está;
 Conhecimento sobre o que está em uma dada localização;
 Informação sobre as localizações de todas as edificações em uma cidade;
 Informação sobre cada árvore em uma floresta;
 O clima de uma grande região;
 A densidade populacional de um país;

Cunha (2009) define o SIG como um complexo homem-máquina, onde se inclui o hardware, o
software, a informação e as ferramentas necessárias à captura, ao processamento, à visualização
23

e à distribuição dos dados georreferenciados. Integram inventários, análises, conhecimentos


sobre o território, úteis à investigação e às actividades da geografia aplicada.

Desta forma, o SIG é um conjunto de subsistemas com foco na referência espacial, ligados e
compatíveis entre si, dotados de capacidade de entrada, visualização, análise, manipulação e
saída de dados geograficamente espacializados em forma de mapas, imagens, textos e tabelas. O
SIG é provedor de análises dos acontecimentos geográficos do passado, presente assim como de
projeções e previsões de eventos futurísticos. O SIG deve sempre se fazer acompanhar pelos
recursos humanos com capacidade técnica para proceder a manipulação da mesma de forma a
obtenção de resultados desejados.
O SIG é a ferramenta de onde, quando e quê. O SIG é a ferramenta certa para a gestão
sustentável do território.

2.2 Historial dos SIG

Abordando o historial do SIG, Filho & Iochpe (1996), referem que o gerenciamento de
informações geográficas teve sua origem na metade do século XVIII, quando, a partir do
desenvolvimento da cartografia, foram produzidos os primeiros mapas com precisão.

Porém, Felizardo (2016), afirma que o SIG já vinha sendo usado muito bem antes da invenção do
computador. Para sustentar o seu enunciado, o autor faz referência a Zahar (2008) que relata um
episódio que teve lugar em Londres em 1854.

Londres estava sofrendo uma grave epidemia de cólera, doença cuja forma de contaminação não
se conhecia. Numa situação em que já havia ocorrido mais de 500 mortes, o doutor John Snow
teve uma ideia: colocar no mapa da cidade a localização dos doentes de cólera e dos poços de
água (naquele tempo, a fonte principal de água dos habitantes da cidade) (FELIZARDO, 2016).

Com a espacialização dos dados, o doutor Snow percebeu que a maioria dos casos estava
concentrada em torno do poço da Broad Street e ordenou que este fosse lacrado, o que contribuiu
em muito para debelar a epidemia (FELIZARDO, 2016).

Os SIG começaram a ser pesquisados paralelamente, e de forma independente, em diversos


países como EUA, Canadá e Inglaterra. Desde a década de 60, a tecnologia de SIG tem sido
24

utilizada em diferentes setores como agricultura, exploração de petróleo, controle de recursos


naturais, socioeconómicos e controle do uso da terra.

Os primeiros SIG eram dirigidos, principalmente, para o processamento de atributos de dados e


análises geográficas, mas possuíam capacidades gráficas rudimentares. A partir das décadas de
70 e 80, o aumento na capacidade de processamento dos computadores, aliado à redução dos
custos de memória e hardware em geral, influenciaram substancialmente o desenvolvimento dos
SIG. Também o desenvolvimento de dispositivos de alta tecnologia, como monitores de vídeo
coloridos e plotters a jato de tinta, contribuíram para disseminar o uso da tecnologia. Os
primeiros sistemas comerciais começaram a surgir no início da década de 80, o sistema
ARC/INFO da Environment Systems Research Institute (ESRI) foi um dos primeiros. A
integração com a tecnologia de gerenciamento de banco de dados foi outro marco importante no
desenvolvimento desses sistemas (FELIZARDO, 2016).

Barros (1999), sustenta sobre o historial da evolução do SIG, afirmando que todas as
experiências com esta aplicação foram acompanhadas pelo desenvolvimento dos
microcomputadores no início dos anos 80. No início dos anos 90, passou-se à fase das
coordenadas. Hoje os SIG’s já são aplicados a um número muito variado de áreas, que vão desde
estudos de mercado a planeamento urbanístico ou florestal.

2.3 Tipos de dados usados no SIG

No ambiente SIG, adiciona-se, analisa-se e manipula-se dados cartográficos Vetoriais,


matriciais/raster e alfanuméricos.

a. Dados cartográficos vetoriais

Segundo Ladwig (2013) as estruturas vetoriais são utilizadas para representar as coordenadas das
fronteiras de cada entidade geográfica, através de três formas básicas: pontos, linhas, e áreas
(ou polígonos), definidas por suas coordenadas cartesianas.

Ainda de acordo com Ladwig (2013) o dado vetorial é representação gráfica do mundo real
através de sistemas de coordenadas, e a unidade fundamental do dado vetorial é o par de
coordenadas (x, y). Os dados vetoriais podem ser estruturados e classificados de acordo com sua
25

natureza em entidades pontuais, lineares e poligonais. As entidades pontuais são representadas


por um único par de coordenadas; as lineares podem ser representadas por dois ou mais pares de
coordenadas; as poligonais correspondem a um conjunto de entidades lineares, cujos pares de
coordenadas inicial e final coincidem, ou seja, são os mesmos.

b. Dados cartográficos matriciais

O formato matricial é uma matriz de células, denominadas pixels, aos quais estão associados
valores que permitem reconhecer objetos sob a forma de imagem digital, sendo esses valores
números inteiros e limitados, entre 0 e 255 se o arquivo for de 8 bits, cada pixel está associado a
um par de coordenadas da matriz (linha e coluna). É possível associar este par de coordenadas da
matriz a um par de coordenadas espaciais (latitude e longitude) (LADWIG, 2013).

c. Dados alfanuméricos

Com relação aos dados alfanuméricos, Ladwig (2013), coloca que estes dados são geralmente
originários de prefeituras (cadastro técnico municipal, imobiliário, de sinalização viária, de
escolas, de hospitais e postos de saúde), de concessionárias (saneamento, energia e telefonia), de
atividades econômicas (serviços, comércio e indústria) e principalmente de dados demográficos.

Os dados alfanuméricos nos SIG são elementos descritivos que nos informam o que há naquela
entidade em questão, por meio de textos e tabelas. Sua finalidade é atribuir estes dados ao
sistema SIG, para fazer o trabalho de relacionamento dos dados com as entidades gráficas ou
dados espaciais, sendo importante ressaltar que ambos os dados tenham um identificador em
comum para que se tenha esta conectividade, (LADWIG 2013).

Os dados alfanuméricos, são também tidos como dados não-geográficos, que tem o papel de
complementar e acrescentar alguma informação nos dados geográficos. Estes dados não-
geográficos, podem ser dados resultantes dos censos, levantamentos e análises no campo, que
posteriormente são acoplados aos dados geográficos, dando sustento a estes. Pode se citar a título
de exemplo, a informação referente ao número de população, censo sobre o nível de pobreza
medido pelo tipo de bens duráveis que uma determinada população ou área geográfica, dados
referentes a evolução numérica duma determinada enfermidade, entre diversos outros.
26

Ferreira, (2006), afirma que outro importante componente de um SIG é a base de dados
geográfica, que é um tipo especial de dado, pois agrega além dos dados espaciais (pontos, linhas,
polígonos e células pixels), os dados tabulares que tem como função descrever cada uma das
entidades espaciais.

Filho & Iochpe (1996), sublinham que uma das vantagens dos SIG é que eles podem manipular
dados gráficos e não-gráficos de forma integrada, provendo uma forma consistente para análise e
consulta envolvendo dados geográficos. Pode-se permitir, por exemplo, acesso a registros de
imóveis a partir de sua localização geográfica. Além disso, podem fazer conexões entre
diferentes entidades, baseados no conceito de proximidade geográfica.

Os dados espaciais são utilizados para representar graficamente elementos geográficos


(drenagem, sistema viário, relevo, vegetação, limite político e mais), enquanto que os dados
tabulares são relacionados aos dados gráficos e tem como função descrever mais detalhadamente
os elementos geográficos (FERREIRA, (2006).

Os dados geográficos são produzidos a partir da relação entre os dados espaciais e os dados
tabulares, a função destes dados é representar graficamente, fisicamente, quantitativamente e
qualitativamente os elementos existentes na superfície terrestre (FERREIRA, (2006).

2.4 Componentes e Estrutura do SIG

O SIG é uma ferramenta que pela sua forma de trabalhar os dados se destaca e se isola das
outras. Como componentes principais do SIG, Cunha (2009) destaca as seguintes:

 Dados espaciais derivados de fontes variadas, como fotografia aérea, levantamentos


cartográficos, detecção remota, censos, entre outros; cuja principal finalidade é a de
agregação e integração georreferenciada de várias fontes.
 Recursos humanos constituem a componente fundamental para lidar com os procedimentos
complexos desta tecnologia, desde o levantamento, armazenamento, tratamento, apresentação
e análise de dados. Estas operações requerem capacidades e conhecimentos adequados por
parte dos utilizadores.
27

 Hardware, que engloba a CPU (unidade central de processamento), armazenamento (discos


duros, discos ópticos, drives de CD-ROM), dispositivos de entradas de dados (scanners,
mesas digitalizadoras) e dispositivos de saída (impressoras, plotters).
 Software apropriado para o processamento da informação espacial, engloba duas
componentes fundamentais: gestão da base geográfica e da base alfanumérica.
 Recepção, introdução e correcção de dados para o sistema, onde as operações são recolha,
introdução e correcção dos dados através da digitalização manual, rasterização, digitação via
teclado, recuperação de outros sistemas de bases de dados.
 Armazenamento e organização são mecanismos que incluem o controlo do armazenamento
físico dos dados.
 Manipulação e análises, capacidade de manipular a informação espacial. Saída de dados e
representação gráfica constituem uma importante ferramenta de apresentação dos dados
espaciais, envolve a exportação dos dados do sistema do computador para uma forma legível
pelo ser humano.

Figura 1: Componentes do SIG

Fonte: Cunha (2009)


28

O SIG é uma ferramenta que pressupõe de componentes básicos sem os quais não funcionaria, a
relação entre essas componentes são igualmente fundamentais, na medida em que são
dependentes umas das outras, (CUNHA, 2009), tal como mostra a figura (2).

Figura 2: Estrutura do SIG

Fonte: Cunha (2009)

Portanto, o SIG por si só não gera a informação pretendida, sendo desta forma necessária a
conjugação de vários intervenientes que são os recursos humanos dotados de procedimentos
técnicos, que vão conjugar o hardware, software juntamente com os dados para se alcançar um
certo resultado.

2.5 Áreas de aplicação do SIG

As atividades humanas sempre são desenvolvidas em alguma localidade geográfica e, portanto


podem ser geograficamente referenciadas, desta forma, são praticamente infindáveis as
possibilidades de aplicações de Sistemas de Informações Geográficas (FERREIRA, 2006).
29

Pelas capacidades com as quais o SIG se faz dotar, torna-se desta forma, uma ferramenta versátil
e importante para múltiplas e infinitas áreas científicas como biológica, ambiental, agronomia,
engenharia de construção civil, engenharia florestal, Ordenamento do Território, desde que se
facam acompanhar pelo pessoal técnico capacitado.

Ao relatar a trajectória do SIG, Filho & Iochpe (1996), sublinham que desde a década de 60, a
tecnologia de SIG tem sido utilizada em diferentes setores como agricultura, exploração de
petróleo, controle de recursos naturais, socioeconómicos e controle do uso da terra.

Barros et al (1999), sustenta que hoje os SIG’s já são aplicados a um número muito variado de
áreas, que vão desde estudos de mercado a planeamento urbanístico ou florestal.

Pinto (2009), afirma que o SIG tem uma vasta aplicabilidade, abrangendo áreas como:
agricultura, arqueologia, arquitectura, informática, ciências ambientais, engenharias, jornalismo,
ciências militares, geografia, recursos naturais, geologia, meteorologia, oceanografia, medicina,
história, sociologia e Planeamento urbano.

Portanto, este enunciado, dá aso a afirmação declarada por Bolfe & Matias et al (2008), que
afirmam que o uso dos SIG atinge atualmente a quase todas as universidades, institutos de
pesquisas e empresas, criando enormes possibilidades às mais variadas linhas de pesquisa das
geociências, principalmente no que tange a análise espacial de dados geográficos.

Ferreira (2006), sumariza a aplicação do SIG, descrevendo uma certa realidade social, referindo
que as companhias de gestão de infraestruturas, tais como gás, telefone, eletricidade, água,
esgoto, TV a cabo, entre outras. Cada uma dessas companhias geralmente possui milhares de
consumidores, cada um deles com uma conexão com a rede de infraestrutura, além disso,
necessitam gerenciar milhares de quilômetros de fios e dutos (subterrâneos e aéreos), com
transformadores, chaves, válvulas, representando muitas vezes bilhões de dólares em
infraestrutura instalada. Os sistemas de informações Geográficas aplicados à gestão de
infraestruturas também recebem o nome de AM/FM (Automatic Mapping/ Facility
Management).

Uma companhia de gestão de infraestrutura pode receber milhares de telefonemas para


manutenção em um único dia assim, necessitam gerenciar todas essas atividades, manter
informações acuradas sobre o posicionamento geográfico de todos consumidores, equipamentos
30

e atividades, manter os registros de atividades atualizados, realizar avaliações diárias dos


serviços executados e ainda fornecer informações para outras instituições, por exemplo, fornecer
as informações sobre a tubulação subterrânea da rede de esgoto para a empresa de telefonia que
necessita cavar um buraco em uma determinada posição geográfica. No caso de uma empresa
responsável por rodovias, se faz necessário, armazenar informações sobre o estado da
pavimentação em toda a rede de rodovias, além disso, manter um cadastro de toda a sinalização
vertical e horizontal das rodovias e analisar dados de acidentes. Atualmente, algumas localidades
dos países desenvolvidos, contam com a possibilidade de carros contendo sistemas de navegação
pelo sistema viário, contendo mapas digitais de ruas e rodovias, conectados a receptores GNSS,
(FERREIRA, 2006).

O SIG, pela sua versatilidade, capacidade de trabalhar e armazenar diversos tipos de dados e
trabalhar com ponto de referência ou coordenadas conhecidas, destaca-se como um elemento
muito importante para solucionar infindáveis desafios geográficos. O SIG quando acompanhado
pelos recursos humanos tecnicamente capacitados e politicas favoraveis, pode se minimizar em
grande escala os problemas que apoquentam o mundo actualmente.

2.6 Código de Endereçamento Postal (CEP)

Ribeiro, (2017), afirma que O Código de Endereçamento Postal (CEP) foi criado, em 1971, pela
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafo, com objetivo principal, segundo a empresa, de
orientar e acelerar o encaminhamento, o tratamento e a distribuição de objetos postados nos
Correios.

O Decreto n⁰ 28/2019 estabelece a estrutura, a organização e a composição numérica do Código


de Endereçamento Postal (Designado abreviadamente por CEP) e a numeração dos códigos de
Endereçamento Postal para as unidades territoriais moçambicanas.

O CEP é, antes de mais um instrumento de apoio primordial à organização territorial (VALES &
BERTOLI, 2019).

Vales & Bertoli (2019) afirmam que o CEP é um sistema codificado de localização e
identificação dos sítios, para fazer face as exigências locais e mundiais de eficiência e agilidade
da logística e acessibilidade aos serviços básicos. É elemento catalisador, que permite as
31

unidades territoriais e zonas urbanas atingir índices cada vez mais elevados de crescimento
económico e desenvolvimento social.

O uso efectivo do Código de Endereçamento Postal, irá responder a muitos desafios que o País
enfrenta, dentre os quais o de desenvolvimento urbano e rural, inclusão social, prestação de
serviços básicos, preparação para fazer face a desastres naturais, pandemias bem como
deslocamentos de população (VALES & BERTOLI, 2019).

Vales & Bertoli (2019) afirmam que Moçambique está a conhecer um assinalável
desenvolvimento económico e social que se traduz na expansão e surgimento de novas cidades,
vilas, povoações e outros aglomerados populacionais que demandam, cada vez mais, os serviços
postais (envio e recepção de encomendas), impondo-se por isso uma acção de Ordenamento do
sistema de Endereçamento Postal.

A expansão e concepção de novas cidades, demanda muito do ordenamento territorial, uma vez
que precisam ser conhecidas as localizações dos diversos serviços e actividades decorrentes
numa determinada urbe, dando facilidade a endereçamento de serviço de bombeiros, policia,
ambulância, as trocas comerciais e postais, a colecta de taxas fiscais, assim como a inventariação
dos serviços existentes no território.

Foi para responder a necessidade supracitada, que o Governo do País aprovou, através do
Decreto n⁰ 28/2019, de 12 de Abril o Código de Endereçamento Postal, instrumento que irá
revolucionar o funcionamento da actividade de correio na medida em que as cidades, vilas,
aldeias e povoações, bem como os próprios cidadãos passarão a ter um moderno e fiável
endereço postal (VALES & BERTOLI, 2019).

No decurso das últimas quatro décadas a evolução social, demográfica, económica e política de
Moçambique, dotou o País de novos níveis de crescimento, que por conseguinte, impõe desafios
constantes para o aprimoramento dos seus instrumentos de gestão territorial com vista a
fortalecer a competitividade do mercado e o desenvolvimento social, (VALES & BERTOLI,
2019).

O Decreto n⁰ 28/2019, de 12 de Abril no seu Artigo 3⁰ no número 1, decreta que: o presente


CEP é constituído por seis algarismos, que correspondem a justaposição, designadamente:
32

a) Código da Província com dois algarismos;


b) Código do Distrito, com dois algarismos;
c) Código do Posto Administrativo, também com dois algarismos.
1. O código da Província e do Distrito são separados por um hífen, tal como ilustra a figura
3
Figura 3: Estrutura do CEP

Código da Província Código do Distrito Código do Posto Administrativo

Fonte: Decreto n⁰ 28/2019

Desta forma, em concordância com o plasmado no Decreto n⁰ 28/2019, de 12 de Abril no seu


Artigo 3⁰ no número 2, Vales & Bertoli (2019) apresentam o CEP da Cidade de Chimoio
distribuído em seus Postos Admnistrativos:

Tabela 1: CEP da cidade de Chimoio

DistritoPosto Admnistrativo CEP


Posto Adm. n⁰ 1 0606-01
Posto Adm. n⁰ 2 0606-02
Chimoio
Posto Adm. n⁰ 3 0606-03
Posto Adm. n⁰ 4 0606-04

Fonte: Vales & Bertoli (2019), adaptado pelo autor 2021.

2.7 Finalidades do CEP

A Lei n⁰ 1/2016 do Serviço Postal no seu Artigo 4, indica como um dos objectivos ou
finalidades do CEP na sua alínea a) assegurar a satisfação das necessidades de serviços postais
33

das populações e das entidades públicas e privadas dos diversos sectores de actividades,
mediante a criação das condições adequadas para o desenvolvimento livre e diversificados dos
serviços postais e actividades relacionadas.

Vales & Bertoli (2019), abordando o contributo do CEP na sociedade e o seu papel, sublinham
que dentre diversos benefícios que o novo CEP trará para o País, destacam-se a viabilidade
para:

a) Estabelecer zonas inteligentes dotadas de informação económica e social;


b) Adequar os instrumentos de gestão territorial, de infraestruturas de serviços postais a sua
evolução presente e futura;
c) Desenvolver estratégias que permitam ampliar a cobertura de serviços por parte das
diversas instituições do Estado e não só;
d) Melhorar o acesso aos serviços públicos e equipamentos;
e) Melhorar a prestação de serviços básicos como o fornecimento de água, electricidade,
bem como o sistema de facturação e recolha de impostos;
f) Desenvolver o mercado dos serviços postais em Moçambique, através de processos
adequados de controlo sob critérios de qualidade e melhoria continua;
g) Facilitar o desenvolvimento do comércio electrónico;
h) Optimizar o tempo de resposta em situação de emergência, como o sector de saúde, uma
vez que a atribuição do CEP bem como do Endereço, permitira às ambulâncias
chegarem mais rápido aos pacientes;
i) Aumentar a inclusão social, pois as zonas rurais serão localizadas através de um
identificador de localização georreferenciada.

Lima (2020) refere que são localidades com CEP importantes não apenas para o serviço
essencial de recebimento de cartas e encomendas pelos Correios, mas para atribuição de
endereço aos indivíduos em contato com as malhas do Estado. Não ter endereço com CEP,
significa ter a existência -espacialmente falando - atrelada a outro lugar que não é onde se vive.

2.8 Ordenamento Territorial

Os indivíduos e os grupos há muito que começaram a exigir aos responsáveis políticos e aos
agentes económicos a ponderação das suas necessidades em função de critérios mais alargados
34

do que a simples contabilidade nacional. De entre os novos critérios de aferição dos níveis de
bem-estar, a protecção e promoção de um ambiente equilibrado aparece como um vector cada
vez mais relevante e a sua consagração jurídica como uma realidade emergente em notável
ascensão (FRADE 1999).

Frade (1999) afirma que a génese da expressão ordenamento do território remonta a França, aos
meados do século XX.

Segundo Frade (1999) a expressão aménagement du territoire surgiu em 1944, ainda no Governo
de Vichy, para designar um serviço responsável por diversos estudos sobre o
descongestionamento dos centros industriais.

Mais tarde, em 1950, seria o Ministro da Reconstrução e Urbanismo, Claudius-Petit a tornar o


ordenamento do território um objectivo do Estado, na comunicação feita ao conselho de
ministros francês, denominada “Pour un plan national d`aménagement du territoire”, e na qual o
definiu como “a procura no quadro da França de uma melhor repartição dos homens em função
dos recursos naturais e das actividades económicas” (FRADE, 1999).

Frade (1999) afirma que o ordenamento do território privilegiou originariamente a valorização


do espaço numa perspectiva de política económica, através do estímulo à descentralização
industrial e ao desenvolvimento da economia.

A Lei 19/2007 de 18 de Julho – Lei de Ordenamento do Território, refere o OT como conjunto


de princípios, directivas e regras que visam garantir a organização do espaço nacional através de
um processo dinâmico, contínuo, flexível e participativo na busca do equilíbrio entre o Homem,
o meio físico e os recursos naturais, com vista à promoção do desenvolvimento sustentável.

Ainda de acordo com a Lei 19/2007 de Ordenamento do Território determina-se no seu artigo 4⁰
alínea c): o princípio da igualdade no acesso à terra e aos recursos naturais, infra-estruturas,
equipamentos sociais e serviços públicos por parte dos cidadãos, quer nas zonas urbanas quer nas
zonas rurais.
35

CAPÍTULO 3 - CARACTERIZAÇÃO FÍSICA-GEOGRÁFICA DA ÁREA DE ESTUDO


Conhecer os aspectos característicos da área de estudo é de especial importância, uma vez que
nos permite “saber onde vamos e o que nos espera”. Pretende-se neste capítulo através de
consulta bibliográfica e manipulação cartográfica, aferir os aspectos físico-geográficos da cidade
de Chimoio, de forma se criar ‘luz no horizonte que pretendemos seguir’.

3.1 Localização geográfica da Cidade de Chimoio


Segundo o relatório da ECOPLAN (2009) a Cidade de Chimoio está localizada no centro da
Província de Manica ao longo da linha férrea e a Estrada Nacional n⁰ 6, na região com as
melhoras condições agroclimáticas e sagra-se a região mais populosa e mais densamente
povoada da província.

A cidade de Chimoio, está situada no Centro do Distrito de Gondola. Faz limites a Norte com o
Posto Administrativo de Matsinho, a Sul com Macate, e Este-oeste com o PA de Cafumpe e
Zembe respectivamente. Por sua vez, o Distrito de Gondola tem limite a Norte com os Distritos
de Macossa e Barué, a Oeste com o Distrito de Manica, a Sul com os Distritos de Sussendenga e
Búzi esta na Província de Sofala, e a Nordeste com o Distrito de Gorongosa também em Sofala.
A Cidade de Chimoio tem uma área de 170.25 Km2, (ECOPLAN, 2009).

3.2 Localização astronómica


Segundo Drummond et al. (2020) a cidade de Chimoio, localiza-se no Planalto de Chimoio,
entre coordenadas geográficas 33º27´32" a 33º27´35" de longitude E e entre 19º04´93" a 19º04
´99" de latitude S e apresenta os seguintes limites geográficos: ao Norte, o posto administrativo
de Matsinho; ao Sul, o posto administrativo de Zembe; a Leste, o posto administrativo de
Cafumpe; a Oeste, o posto administrativo de Matsinho; e a Sudeste o distrito de Macate (Figura
4).
36

Figura 4: Mapa de localização geográfica

Fonte: DNOT, adaptado pelo autor 2021

3.3 Relevo

O Planalto de Chimoio faz parte da Província geológica de Manica com altitude de cerca de
750m e entre 500 a 1.000m, (ECOPLAN, 2009).
37

A cidade de Chimoio apresenta uma altitude acentuada que varia de 500 m a 700 m tal como
observa-se no mapa hipsométrico (Figura 6). Ainda de acordo com o Mapa hipsométrico (Figura
6), as áreas mais baixas da cidade, são as representadas pela coloração azul que refere-se
basicamente a pontos que correm rios, e as áreas mais elevadas representam-se pela coloração
rosada, que é uma parte do centro da cidade e uma parte foral do centro da cidade. Desta forma, a
cidade de Chimoio, firma-se a única Cidade Moçambicana com altitudes desta natureza, apesar
deste não ser o ponto mais alto do País (o ponto mais alto do País é o monte Binga com 2,436m
localizado em Chimanimani).

Figura 5: Mapa de Relevo

Fonte: DNOT, adaptado pelo autor 2021.

3.4 Aspectos Geológicos

Esta região é caracterizada por quartzitos e e xistos fortemente deformados. Enquanto os


quartzitos formam afloramentos rugosos e rochas escarpadas, os xistos formam superfícies
38

planas e arredondadas. Os solos predominantes são argilosos vermelhos profundos de fertilidade


média e com baixa susceptibilidade à erosão. Nesta região ainda podem se encontrar
afloramentos rochosos, mas menos evidenciados. (ECOPLAN, 2009).

Os solos argilosos vermelhos, predominam maior parte da cidade de Chimoio, cobrindo todo
extremo Sul e Este da área, deixando apenas uma parte do Norte e outra parte do Oeste para
predominância dos Solos arenosos castanho acinzentado e Solos vermelhos de textura media
respectivamente.

Figura 6: Mapa de Solos

Fonte: DNOT, adaptado pelo autor 2021.

3.5 Hidrografia
39

A rede hidrográfica depende das condições geológicas, do clima e do relevo da região. Na área
da cidade existem cinco rios, nomeadamente Mudzingadzi, Muenedze, Nhyamatsane, Tembwe e
Nymatui.

Os caudais dos rios dependem fundamentalmente do clima. No período chuvoso tem causado
inundações junto às margens, tornando insalubres as áreas de sua influência, (ECOPLAN, 2009).

Ainda de acordo com o Ministério da Educação e Cultura (2009), nos últimos anos, grande parte
das áreas pantanosas, estão gradualmente sendo ocupadas para construção de habitação e outras
infraestruturas socioeconómicas, facto que contribui para a alteração da rede hidrográfica da
cidade.

De acordo com o mapa hidrográfico elaborado pelo autor, a cidade de Chimoio, é banhada por
duas bacias Hidrográficas, nomeadamente a bacia de Búzi e Púngue, onde esta última é a que
cobre maior parte da cidade, comportando igualmente grande parte da rede hidrográfica do local.

Figura 7: Mapa de Hidrografia


40

Fonte: DNOT, adaptado pelo autor 2021.

3.6 Clima
O clima de Chimoio é tropical húmido modificado pela altitude, que é um tipo de clima que
partilha, ao nível do País, apenas com algumas outras partes do interior das províncias de Tete,
Zambézia e Niassa (ECOPLAN, 2009).

3.7 Precipitação
Segundo o relatório da Ecoplan (2009) a precipitação média anual é de 1.044mm (no período de
1998 a 2007), na sua maioria concentrada na época chuvosa compreendida entre o mês de
Outubro e o mês de Março. O mês mais chuvoso é Janeiro, mas tem-se registado grandes quedas
pluviométricas em todos os meses no período chuvoso, com precipitações máximas de entre 118
a 381mm/mês. As variações na precipitação de um ano para outro são consideráveis, tornando-a
de certa forma imprevisível.

3.8 Temperatura
A temperatura média anual é de 22.0ºC, com uma época quente de Outubro a Abril e uma época
fresca de Maio a Setembro. As temperaturas do Chimoio podem ser consideradas amenas em
relação a outras partes de Moçambique, com uma temperatura mínima de 10.8º C e máxima de
32.1º C. Os meses mais quentes são Dezembro e Janeiro e o mais fresco o de Julho (ECOPLAN,
2009).

3.9 Vegetação
A vegetação predominante da região de Chimoio é o do tipo Floresta Miombo Semi-Decíduo de
Alta Pluviosidade, onde a floresta de Brachystegia spiciformos se mistura com florestas semi-
decíduas de Pteleopsis, Erythrophleum e Newtonia. Este tipo de floresta oferece, duma forma
geral, potencialidades de exploração de material de construção, carvão e lenha, alguma extracção
de madeiras preciosas e a possibilidade de desenvolver a apicultura. A zona de Chimanimani,
alberga ainda uma elevada biodiversidade, possuindo cerca de 1.000 espécies de plantas
vasculares, das quais 45 são endémicas. Também podem ser observadas aloés (plantas com
elevado índice medicinal) (ECOPLAN, 2009).

O mapa de Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI) do ano 2021, foi projectado
de forma apurar os aspectos relacionados com a distribuição da vegetação mediante as ocupações
41

do solo, recorrendo-se aos SIG e com recurso as imagens satélites do sensor SENTINEL - 2.
Constata-se através deste, que o índice de vegetação é consideravelmente maior nos arredores da
cidade e reduz a medida que se aproxima do centro da cidade. O Mapa, mostra o NDVI
distribuído em cinco (5) classes, numa rampa multiespectral onde parte do verde e vai
decrescendo até o vermelho.

Figura 8: Mapa de Vegetação

Fonte: DNOT, adaptado pelo autor 2021.

3.10 Uso de solo


Para a análise e observação do uso do solo, recorreu-se a imagens satélite do sensor SENTINEL
– 2 do ano 2021 com resolução espacial de 10m. Através da composição de bandas 4, 3 e 2
“RGB” sigla em inglês que significa ‘Red, Green and Blue’ (vermelha, verde e azul) obtém-se a
cor natural da cobertura ou uso do solo. Após o geoprocessamento e análise da cor natural da
cobertura e uso do solo, procedeu-se a classificação supervisionada (Image classification –
ArcGis) pelo algoritmo “máxima verossimilhança”. Foram dessa forma definidas as seguintes
42

classes de cobertura vegetal e uso do solo: áreas Contruídas; áreas verdes; solo exposto e corpos
de água.

Feita a classificação supervisionada, foi possível constatar que maior parte da cidade de Chimoio
é composta por áreas construídas, seguida de áreas verdes, tal como mostra o mapa a seguir
(Figura 9).

Figura 9: Mapa de Uso do Solo

Fonte: DNOT, adaptado pelo autor 2021

3.11 Aspectos socio-económicos


a. População

Segundo Drummond (2020) em 2007, a população chegou 237.497 habitantes, o que tornava a
densidade populacional de 1.364 hab.km². Ao comparar o Censo de 1997 com o de 2007,
verifica-se que Chimoio teve um crescimento populacional de40% mantendo uma média de
crescimento anual de 4,0%.
43

Segundo a Projecção da população por Distrito do INE 2007-2040, prevê para a cidade de
Chimoio no ano 2021, que a população seja de 377,879. Desta forma, afirma-se que a densidade
populacional seja de 2,219 hab. Km².

b. Formas de sobrevivência

Ao caracterizar as principais formas económicas e de sobrevivência da cidade de Chimoio, o


relatório da Ecoplan (2009), faz primeiro uma referência a província de Manica como todo,
sublinhando que a actividade económica principal da província é a agricultura de subsistência,
principalmente produtora de milho, mapira, feijão, tabaco, algodão e girassol, produção de
hortícolas e fruteiras e por fim, ressalta que o sector formal da província de Manica esta
fortemente concentrado na cidade de Chimoio.

Ainda de acordo com Ecoplan (2009) o maior empregador formal é o Estado que absorve quase a
metade dos empregos registados na Cidade de Chimoio. Se incluirmos o Município, a função
pública emprega 56% dos trabalhadores no sector formal. O comércio informal é o segundo
maior empregador. Este se carecteriza pela venda ambulante e fixa de produtos de primeira
necessidade e de utensílios de uso domestico tais como: produtos de latoaria, artesanato,
carpintaria, serralharia, entre outros. Portanto, sector privado a indústria é o maior empregador.
44

CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA
4.1 Materiais e métodos
Consagra-se como área de estudo para o presente trabalho a cidade de Chimoio. Desta forma, a
conjugação das diversas metodologias (bibliográfico, cartográfico e observação directa/trabalho
de campo) para o presente trabalho, geraram resultados que serão no presente capítulo arrolados,
alicerçando-se no referencial teórico para a execução do trabalho de campo e da presente
pesquisa.

O crescimento populacional nos centros urbanos, resulta em crescente ocupação de espaços e


áreas urbanas muita das vezes de forma informal, o que leva a desestruturação do modelo urbano
anteriormente desenhado e dificulta a localização e acessibilidade dos locais e serviços,
demandando desta forma, cada vez mais a intervenção dos instrumentos e técnicos-gestores do
Ordenamento Territorial, de forma a padronizar esta ocupação do solo.

Para facilitar a materialização do Código de Endereçamento Postal na cidade de Chimoio, teve-


se como:

 Material
 Computadores de mesa de marca hp;
 Roda métrica;
 GPS (GPS test – versão trial, instalado no smartphone);
 Câmera fotográfica (do smartphone);
 Software ArcGis versão 10.8;
 Software SasPlanet;
 Microsoft office 2013;
 Mapas do Google Maps e SasPlanet
 Fichas de inquérito;
 Resmas de papel A4;
 Canetas e lápis.
 Métodos
45

Teve-se como principais métodos para a consolidação da presente Monografia Cientifica o


bibliográfico e cartográfico. O método bibliográfico, alicerçou-se principalmente nas seguintes
referências bibliográficas:

 FILHO, 1996.
 LADWIG, 2013.
 FRADE, 1999.
 RIBEIRO, 2017.
 VALES & BERTOLI, 2019.
 INE,2013.
 DECRETO n⁰ 28/2019, de 12 de Abril do Endereçamento Postal. Maputo,2019.
 DECRETO n⁰ 67/2016. Regulamento de Licenciamento do Serviço Postal. Maputo,
2016.
 Lei n⁰ 1/2016 de 7 de Janeiro. Lei Postal. Maputo, 2016.
 Lei n⁰ 19/2007 de 18 de Julho. Lei de Ordenamento do Território. Maputo, 2007.

No método bibliográfico e na pesquisa documental, as principais referências bibliográficas foram


consultadas e adquiridas nas páginas web como Google académico, portal do governo, INE,
webinar do YouTube (https://www.youtube.com/watch?v=iBiKo4rWY6E) e repositórios
académicos da Universidade Federal Santa Catarina e paginas web com trabalhos da
Universidade Pedagógica.

Para o método cartográfico, recorreu-se bastante a consultas e manipulação de dados


cartográficos referentes a área de estudo em programas e softwares como:

 Google earth Pro;


 SasPlanet Nightly 2003;
 Google maps;
 ArcGis 10.8;
 Base de dados de limites geográficos (DNOT)

No método cartográfico, através do Google maps e Google earth Pro, auxiliava-se na consulta da
malha viária, ocupação e uso do solo, assim como limites dos bairros e postos Administrativos,
para actualização e produção de mapas temáticos. O SasPlanet visto que é um software que
46

fornece imagens de satélite de uso e cobertura do solo já Georreferenciadas, possibilitava o


acesso a imagens de certas áreas pretendidas da cidade e que eram posteriormente adicionadas ao
ArcGis para atualização de certas malhas viárias e produção de mapas actualizados. O produto
cartográfico produzido, era de escala variada dependendo da área em se estivesse a trabalhar no
processo de endereçamento, assim como no produto final (Mapa final) que é de Escala 1: 50000.
Todo produto cartográfico do projecto de endereçamento Postal foi trabalhado no sistema de
coordenadas UTM, concretamente WGS 1984 UTM Zone 36S.

No processo de levantamento de dados no campo, pode se afirmar que de forma superficial fazia-
se entrevistas, mas não trata-se de entrevista muito aprofundadas, na realidade buscava-se colher
a informação referente ao tipo de ocupação de cada infraestrutura que fosse localizada e atribuída
o CEP ao longo das vias de acesso contempladas pelo projecto (Figura 12).

4.2 Etapas para a consolidação e materialização do CEP


A materialização do CEP no Município de Chimoio, observou uma metodologia conhecida e
previamente estruturada. Apresenta-se de seguida o esboço do esquema utilizado para
materialização do CEP, tendo como centro de quase todas actividades o SIG.

Figura 10: Organograma das actividades


47

Fonte: Autor, 2021.

Após várias e minuciosas revisões bibliográficas na matéria relacionada ao endereçamento


Postal, assim como dos aspectos geográficos da Cidade de Chimoio, iniciou-se o trabalho do
escritório, denominado Cartografia da situação actual da área de trabalho.

a. Cartografia da situação actual da área de trabalho – trabalho de gabinete

Com recurso ao SIG, concretamente o software ArcGis 10.8 versão Trial, imagens satélite do
Google maps através do sotware SASPlanet Nightly 2003, e da base da divisão administrativa da
cidade de Chimoio disponibilizada pelo DNOT, foram elaborados diversos mapas da área de
estudo. Os mapas produzidos nesta fase com base no SIG, referem-se basicamente a divisão
administrativa da cidade de Chimoio nos seus quatro (4) postos administrativos e estes divididos
em “sectores de endereçamento” e mapa da numeração das vias de acesso.

A cada camada (shapefile) de Posto Administrativo, era igualmente sobreposta uma camada
referente a malha urbana/vias de acesso do mesmo posto. Este processo foi sucedido pelo
processo de codificação/atribuição de número a todas vias de acesso do PA número dois (2). O
Posto administrativo dois, foi por sinal o primeiro ou anfitrião do Código de Endereçamento
Postal na cidade de Chimoio, provavelmente por este ser o posto-Sede da Cidade de Chimoio.

A codificação das vias de acesso de cada posto, obedeceu um padrão adoptado pela equipa
responsável pelo CEP naquele local, onde cada via de acesso tinha cinco dígitos, onde o
primeiro, referia-se ao número do Posto, adicionados mais quatro dígitos (0000), isto é, para o
PA número um (1) a enumeração das vias de acesso, partia de dez mil (10,000 até 10,999), para
o PA dois (2) ia de (2,000 a 2,999) e assim em diante para os quatro Postos administrativos.

A enumeração das vias de acesso em cada posto, não foi de forma aleatória, mas sim obedeceu
uma determinada ordem, onde levava-se em conta os aspectos como o Norte Geográfico, a
direção e o sentido das vias, o início do Posto Administrativo, assim como os fluxos
populacionais. Todo este processo era com recurso ao SIG cartograficamente representado para o
auxílio do trabalho no campo, em forma de Mapas impressos no papel e em formatos eletrónicos
(JPEG e PDF).
48

Figura 11: Fase do trabalho de escritório

Fonte: Elaborado pelo autor 2021

b. Levantamentos de dados no campo

Após o processo cartográfico que culminou com a elaboração de mapas da divisão administrativa
da cidade de Chimoio, divisão em “sectores de endereçamento”, malha urbana/vias de acesso,
assim como a enumeração das vias, seguiu-se o trabalho de campo.

Nesta fase, alicerçando-se aos mapas produzidos na fase anterior, dirigia-se ao campo para
iniciar a localização, atribuição do código de endereço postal e recolha de informação referente a
cada tipo de ocupação existente ao longo de cada via de acesso selecionada para o trabalho. Para
esta fase, tinha-se como principais ferramentas ou materiais os Mapas produzidos, a “roda
métrica”, o GPS, a ficha de inquérito (vide apêndice pag.63) e a caixa de pintura (para se pintar
em todas portas dos edifícios registados o seu Código de Endereçamento Postal).
49

Em cada via de acesso em destaque, iniciava-se a medição da mesma com recurso a “roda
métrica”. Sendo que cada via de acesso tem seu início e fim, assim, cada via de acesso dentro de
cada PA, começava-se a medir com a roda métrica do seu princípio e sempre que se encontrava
uma certa actividade/ocupação ao longo da via, atribuía-se um número/código de endereçamento
que era extraído na roda métrica, obedecendo a ordem de números ímpares à esquerda da via e
pares à direita da mesma. De seguida, colhia-se a informação geográfica e não-geográfica, desde
os aspectos referentes a localização, ao tipo de ocupação, actividade, estado da infraestrutura e o
mais importante a coordenada (ponto X e Y) do lugar. Toda esta informação era no momento
preenchida nas fichas de inquérito que levavam-se ao campo (vide apêndice pag. 63).

Figura 12: Fase do trabalho de campo – atribuição do CEP e recolha de dados


50
51

Fonte: Elaborado pelo autor 2021

c. Lançamentos de Dados /Trabalho de escritório

A informação e dados recolhidos no campo, são de capital importância para dar seguimento ao
CEP, dando o registro referente as ocupações encontradas no campo, sendo deste modo,
necessário o lançamento dos mesmos no SIG. O processo de lançamento de dados, consistiu
primeiro em digitalização da informação preenchida nas fichas de inquérito, para o computador,
numa ficha do software Microsoft office 2013, concretamente no pacote Excel (vide o anexo Fig.
13), e de seguida adicionados para o ArcGis 10.8 e conservado numa Geodabase. A informação
já lançada nos SIG, era analisada, compilada e comparada (informação do campo com as
imagens satélite do Google Earth e SasPlanet) para a posterior formação de mapas contendo a
informação actualizada.

Portanto, o processo de recolha e lançamento de dados, foi sendo repetido continuamente e


paulatinamente, ate que se cobrissem todas áreas posteriormente selecionadas para o trabalho, e
de seguida, produziu-se os mapas para colocação de placas de endereçamento nas vias de acesso.

Tabela 2:Lançamento de dados no excel

Fonte: Adaptado pelo autor, 2021.

d. Elaboração do Mapa das placas de Endereçamento


52

Visto o objectivo principal do CEP que é o endereço actualizado para a sociedade de forma a
garantir maior fluxo das pessoas e bens, assim como a localização dos serviços e alavancamento
do ordenamento do território, foi necessário proceder a cartografia dos pontos onde já existiam
placas com nome de ruas provenientes de antigos trabalhos de OT da cidade de Chimoio e assim,
indicar-se os prováveis pontos para a fixação das novas placas frutos do CEP.

Com a informação tirada no campo através do GPS Test (recolhia-se a coordenada do ponto
onde já existia placas e anotava-se para posterior lançamento no Excel e manipulação no SIG. Os
dados todos foram adicionados no ArcGis em formato de vetores (pontos) que espacialmente se
dispersavam pela cidade e assim facilitavam a localização dos pontos estratégicos que ainda não
continham placas e desta forma atraves da ferramenta ArcCatalog criava-se um novo ficheiro
(shapefile) de pontos, para indicar onde seriam afixadas as novas placas do CEP.

e. Colocação das placas de Endereçamento

A etapa supracitada (d), foi de grande auxílio para a materialização da etapa (e), uma vez que
com recurso aos SIG, mapeou-se todas áreas que já continham placas antigas e de igual forma,
inventariou-se e cartografou-se todos pontos e cruzamentos que deveriam ter as novas placas do
CEP. Deste modo, a presente etapa, consistiu basicamente no trabalho de campo, tendo como
guia os mapas elaborados na fase anterior procedendo-se a colocação das placas pontos e
cruzamentos pré-definidos.

f. Elaboração do Mapa final

Com recurso ao SIG concretamente o software ArcGis 10.8, elaborou-se o denominado Mapa
final. Este resulta da conjugação dos trabalhos de campo e trabalhos cartográficos realizados em
todos postos administrativos, em sectores previamente delimitados.

Toda informação recolhida no campo através do GPS (coordenadas), câmeras fotográficas


(imagens da ocupação e actividade desenvolvida num determinado ponto) e fichas de inquérito
(o nome da via, numero e tipo de via, assim como a actividade, tipo de ocupação o CEP atribuído
entre outras) era toda lançada nos seus respectivos ficheiros compatíveis como o Excel e ArcGis.

No Excel, lançava-se a informação tabular que é constituída por letras e números (informação
desde o tipo de ocupação e o CEP atribuído, vides a Fig. 13). Esta informação, é posteriormente
53

passada do Excel para o ArcGis, e passa-se ao processo de correção das coordenadas que estejam
deslocadas ou que não coincidem com o endereço pretendido, e importa sublinhar as referências
espaciais usadas que foram : WGS 1984 UTM Zone 36S – Projection: Transverse Mercator e o
Datum WGS 1984. Os dados tabulares que são os que vinham do Excel, eram cruzados com os
dados geográficos (limites dos postos administrativos, bairros e malha das vias de acesso.

Procede nesta fase um trabalho exaustivo de correção minuciosa de toda informação já lancada
no SIG, auxiliando-se as imagens verificava-se ainda a compatibilidade das informações
recolhidas através da tabela de atributos. A veracidade e qualidade de informação é crucial nesta
fase, sobe pena de se dar e produzir endereços errados no mapa final. Portanto, esta fase é a fase-
chave do CEP. Os erros referentes a informações recolhidas, que fossem detectados, eram
imediatamente corrigidos pela edição das coordenadas e tabela de atributos.

Feita a correção minuciosa do de toda informação, através do Editor e Drawing, procede-se a


simbologia colocação de símbolos que representam cada actividade ou ocupação levantada no
trabalho de campo (hospital, escola, campo de futebol, entre outros). Este processo é sucessidido
pela colocação dos aspectos que representam um mapa (Norte geográfico, Escala, Datum,
legenda, créditos, entre outros).

g. Criação da base de dados/geodatabase

Sob ponto de vista técnico, as actividades referentes ao Código de Endereçamento Postal, só se


afirmam concluídas após a geração da base de dados que fica sob a tutela do Conselho
Autárquico de Chimoio e de técnicos, para uma constante actualização e fácil fiscalização das
actividades e colecta de taxas municipais.

Esta base de dados, é gerada através dos SIG, sobretudo o ArcGis 10.8, onde neste, a partir do
pacote Catalog, gera-se uma “base de dados geográficos” denominada geodatabase. Através
deste gerenciador de informação (ArcCatalog) agregou-se toda informação referente ao CEP e
criou-se uma pasta no Catalog denominada new file geodatabase onde posteriormente renomeou-
se esta pasta e depositou-se toda informação do CEP (shapefiles) dos limites geográficos de
bairros e postos, fotografias, vias de acesso entre outra). A informação alfanumérica era
incorporada em cada shapefile correspondente que já estivesse no banco de dados. A
geodatabase criada, obedecia a referencia espacial WGS 1984 UTM Zone 36S.
54

CAPITULO 5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO


A aplicação das metodologias citadas nos capítulos anteriores, possibilitou o alcance de diversos
resultados. No presente capítulo, pretende-se apresentar todos resultados alcançados no uso dos
SIG’s para implementação do Código de Endereçamento Postal na cidade de Chimoio e de forma
sucinta efectuar-se a sua respectiva discussão.

5.1 Resultados
Esta Monografia Científica, tem como objectivo realçar o papel que os Sistemas de Informação
Geográfica têm no Ordenamento Territorial no geral, demostrando o seu contributo na
materialização do Código de Endereçamento Postal da cidade de Chimoio.

Conforme Carlos (2016) os SIG são sistemas computacionais usados para armazenar e manipular
informação geográfica. Estes sistemas são concebidos para recolher, armazenar e analisar
objectos e fenómenos em relação aos quais a localização geográfica é uma característica muito
importante.

Atraves da conjugação da metodologia referida no capitulo anterior, assim como técnicas gerais
ligadas ao CEP, foi possível alcançar-se os resultados seguintes:

a. Mapa da enumeração das vias de acesso

Tal como foi anteriormente descrito, através do trabalho do escritório, aplicando a enumeração
padrão do CEP e através do ArcGis, foi possível gerar o mapa da numeração das vias de acesso
numa Escala de 1:15000 que auxiliariam o trabalho do campo.
55

Figura 13: Mapa da numeração das vias

Fonte: DNOT. Elaborado pelo autor 2021


b. Mapa de Placas de Endereçamento

Com auxilio dos mapas da enumeração das vias de acesso, foi possível proceder ao levantamento
de dados no campo, actividade esta que foi sucedida pelo lançamento da informação recolhida no
campo para o Excel e de seguida para o ArcGis 10.8 e dessa forma gerou-se o Mapa dos
pontos/locais que continham placas fixadas pelo Conselho Autárquico de Chimoio (CAC) e os
pontos estratégicos para fixação de novas Placas geradas pelo projecto de implementação do
Código de Endereçamento Postal. As Placas provenientes do CEP, apresentam mais informação
acoplada desde o Código de Endereçamento Postal, o nome da rua, o PA e o bairro, (vides o
anexo duma das placas do CEP Fig. 16)
56

Figura 14: Mapa das placas

Fonte: DNOT, Elaborado pelo autor 2021


c. Fixação de Placas de Endereçamento

O mapa da distribuição das placas já existentes, possibilitou localizar novos pontos para fixação
de novas placas, e assim, os pontos para as novas placas distribuídos geograficamente no terreno
e representados no mapa através do SIG, subsidiou o trabalho de colocação de placas no campo.

Figura 15: Placas de Endereçamento


57

Fonte: DNOT, 2021.

d. Mapa Final

O objectivo principal do CEP é fornecer um instrumento que catapulte o desenvolvimento


económico e Ordenamento Territorial, através da codificação e facilitação do endereço e
acessibilidade. Assim, os trabalhos que foram sendo produzidos, resultaram no Mapa final.

Com recurso aos SIG, produziu-se o Mapa final numa Escala de 1: 6,500, com referências
espaciais UTM, Datum WGS 1984 UTM Zone 36S.

Este, apresenta os diversos equipamentos indispensáveis para a sociedade, cartografados de


forma simples, de modo a possibilitar a percepção e o consumo de todos que pretendam usar este
instrumento.

O Mapa final, está dotado duma dualidade na sua interpretação, ou seja, apresenta uma interface
com cartografia técnica. Onde:

Aspecto técnico: - o aspecto das coordenadas e distâncias medidas e apresentadas pela escala;

Aspecto não técnico – caracterizado por símbolos ilustrativos de igrejas, escolas, hospitais,
hotéis, assim como o design e proximidade dos lugares. E torna-se desta forma de fácil
interpretação, uso e consumo da sociedade no geral para a localização das actividades,
equipamentos e serviços.

O Mapa final, é um instrumento de auxílio e facilitação de acessibilidade e localização de


serviços e actividades no município de Chimoio. Este congrega maior parte da malha urbana,
58

partindo das vias de acesso com sua respectiva designação, os postos administrativos, os bairros
correctamente nominalizados e cada actividade existente ou que ocorre ao longo de cada via de
acesso em cada PA.

O Mapa final, é uma fonte de consumo público, e geralmente este é disponibilizado para a
sociedade no geral em outdoors, em escalas mais reduzidas para os smartphones, assim como
impresso para auxiliar os transportadores públicos, empresas de distribuição, serviços Nacional
de Salvação Pública (Bombeiros), Policia, ambulância, entre vários outros usuários que com
certeza precisarão deste “facilitador da localização”.

Figura 16: Mapa Final


59

DNOT, 2021.
60

e. Base de dados / geodatabase

O Mapa final elaborado na etapa anterior, de certeza constitui-se um elemento importantíssimo


na localização das actividades, uma vez que estará ao dispor da população para o consumo e
endereçamento, indicando de forma clara e simples a localização das actividades e serviços na
cidade de Chimoio, e pode ser por muitos, considerado o marco final das actividade do CEP,
porém, a etapa final sagra a criação de banco de dado e manuseio dos mesmos através do
Geodatabase.

O geodatabase é um banco de dados gerido pela ferramenta do SIG denominada ArcCatalog,


onde nesta são comportadas diversas informações geográficos e não só.

Na geodatabase, agrega-se toda informação levantada no campo e a informação gerada no


escritório. Armazena-se neste, a informação referente a cada via de acesso de cada PA, as
actividades existentes ao longo de cada uma, o seu Endereço Postal, suas coordenadas (ponto X e
Y), fotografia do serviço ou ocupação, entre vários outros aspectos que caracterizem a ocupação.
Esta possibilita agregar dados diversificados, desde os geográficos e não-geográficos, isto é,
dados geográficos vetoriais (linhas, pontos e polígonos), dados geográficos raster’s (imagens
aéreas e fotografias), assim como dados não-geográficos alfanuméricos (informação auxiliar dos
dados geográficos em números ou letras, geralmente fica no segundo plano dos shapefiles
denominado tabela de atributo). O banco de dados Geodatabase facilita igualmente a sua
manipulação por parte do pessoal capacitado tecnicamente para manipular esta informação.

Cruz (2016), sublinha que um dos aspetos importantes que diferencia um SIG de outros Sistemas
de Informação (SI), consiste no facto de que num ambiente de um SIG para além de visualizar o
objeto em análise, está acoplada uma tabela de atributos que detém características alfanuméricas
da entidade geográfica em análise
61

Figura 17: Base de dados / Geodatabase

Fonte: Elaborado pelo autor 2021


62

5.2 Discussão dos resultados

A combinação dos métodos bibliográficos, cartográfico, de observação directa no campo,


possibilitou o alcance dos resultados supracitados, onde em todos eles o uso ou aplicação do SIG
foi de extrema importância ou quase indispensável, fazendo invocar desta forma as três hipóteses
inicialmente colocadas no presente trabalho que são:

 É provável que o SIG contribua positivamente para a localização das actividades e


serviços, materialização do CEP, assim como para o Ordenamento do Território;
 É provável que o SIG auxilie os gestores Territoriais e possa contribuir no Ordenamento
Territorial no geral.
 É provável que a desatualização dos dados referentes ao Endereçamento Postal dificulte a
localização das actividades e colecta de taxas, necessitando-se assim de uns SIG para
materializar o CEP;

De forma clara foram todas três hipóteses consideradas positivas, desde o momento em que o
SIG, através da sua versatilidade, permitiu no principio visualizar e localizar geograficamente as
áreas pretendidas para o trabalho. Foi através do SIG, que se geraram resultados como mapas de
divisão administrativa, das malhas e rede viária que viriam a tornar possível o trabalho de
campo. O trabalho de campo por sua vez, recorreu ao SIG para a espacialização e
armazenamento dos dados gerados e recolhidos no campo para a posterior elaboração de mapas
referentes as placas.

Sucintamente o SIG, alicerçou-se a actividade da implementação do Código de Endereçamento


Postal na cidade Chimoio, desde o momento da preparação da mesma, onde se recorria ao SIG
para criação de malha da rede viária. O SIG auxilia sim os gestores do território e é uma
ferramenta importante para o Ordenamento Territorial. As adversidades que o OT enfrenta
actualmente, podem com certeza serem reduzidos consideravelmente se a capacitação nesta área
for levada a cabo. Insta-se desta forma a necessidade de formação de quadros e técnicos
capacitados a trabalhar e explorar o melhor que o SIG oferece.

Com a implementação do CEP na cidade de Chimoio, faz subir as chances de maior colecta de
dados municipais, desde o momento em que com os registros efectuados no campo e com a
informação armazenada no Geodatabase, o Município já tem a informação geral sobre o número
63

de estabelecimentos existentes por cada rua, bairro e ate o PA, facilitando desta forma o controle
de cobrança de taxas. Torna-se igualmente possível o controle sobre quantas parcelas ocupadas e
desocupadas existem ao longo das artérias da cidade.

Surge também como beneficio a acessibibilidade aos locais e maior dinâmica nas transações
comerciais e trocas de correspondências, tal como notou-se no capítulo da caracterização
geográfica que uma das actividades predominantes na cidade de Chimoio é o comércio. Os
serviços como ambulância, policia, bombeiro e correios fluirão com maior facilidade apos a
implementação do CEP.

Fica desta forma comprovada também a terceira hipótese colocada no início da presente
Monografia científica, que dizia respeito a desatualização dos dados referentes ao endereço
reduziam os ganhos por taxas municipais, portanto com a implementação do CEP e com a
informação gerada e armazenada no SIG, facilitado esta o controle e a coleta de taxa, sem se
esquecer do próprio endereço, facilitação de acesso e Ordenamento Territorial que são os
principais objectivos.
64

CAPITULO 6 – CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO


Conclusão
A presente pesquisa científica, não representa uma questão simplesmente tópica ou seja focada
numa única área científica, porém, exigiu a multidisciplinaridade e interdisciplinaridade para o
seu encaminhamento e materialização.

A rigor, o assunto abordado detêm uma certa complexidade, por abordar aspectos não virados a
uma simples área de pesquisa, porem a varias outras, demandando desta forma aspectos como
cartografia, georreferenciação, análise de dados no SIG, percepção sobre o Código de
Endereçamento Postal, entre outros.

Os problemas que já vêm assolando as cidades e o território como um todo, uns resultantes da
natureza, outros (maior parte deles) resultantes da acção antrópica, confirmam a necessidade
duma abordagem diferente e quiçá moderna para amenizar e ou solucionar os mesmos. Os
Sistemas de Informação Geográfica são sem dúvida a abordagem diferente que se precisa para
redução dos problemas ligados a gestão do espaço.

Os Sistemas de Informação Geográfica, têm vindo a desencadear um papel importantíssimo na


gestão territorial assim como em diversas outras áreas de trabalho. A distribuição das actividades
numa área geográfica é crucial para o desenvolvimento da mesma, e os SIG tornam possível a
geocodificacao e georreferenciação desses pontos, facilitando assim a acessibilidade a estes
locais.

Actualmente os SIG’s constituem-se um pilar para uma gestão estratégica e para auxilio na
tomada de decisões nas gestões das dinâmicas espaciais. Tendo em conta as dificuldades de
acompanhamento das dinâmicas espaciais a “olho nu”, chama-se para auxílio no
acompanhamento e gestão destas dinâmicas os Sistemas de Informação Geográfica. Pela
versatilidade (capacidade em ser aplicado em várias áreas), pela precisão nas referências
geográficas e pela capacidade de análise multitemporal do espaço que o SIG apresenta, torna-o
desta forma numa ferramenta a se priorizar nas abordagens actuais da gestão do espaço.

O SIG tal como debruçou-se no presente trabalho, tem a capacidade de ser aplicado em múltiplas
áreas de conhecimento e no caso específico no Ordenamento Territorial pela implementação do
Código de Endereçamento Postal.
65

Recomendações
A importância que o estudo dos Sistemas de Informação Geográfica e o Código de
Endereçamento Postal tem, não é proporcional ao número de estudos e pesquisas nesta área. Esta
pesquisa científica é um pequeno passo para se adentrar e explorar mais nos aspectos ligados aos
SIG’s virados ao Ordenamento Territorial e no caso especifico o CEP.

A gestão Territorial ainda tem um caminho longo por trilhar, vistas as adversidades que se
enfrentam nesta área. A continuidade de pesquisa em matérias ligadas ao assunto exposto na
presente Monografia cientifica assim como capacitação técnica na mesma matéria é de cunho
importante e catapultaria o conhecimento técnico, assim como o nosso portfólio na pesquisa
científica.

Exorta-se desta forma s instituições de ensino e pesquisa científica que lidam principalmente
com o espaço geográfico, as empresas privadas e públicas ligadas gestão territorial ou outras
áreas afins, a pautarem pela capacitação e formação de quadros com conhecimentos técnicos
para manipulação dos Sistemas de Informação Geográfica.
66

CAPITULO 7 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA


ANJO, Ana. A Reabilitação de Áreas Urbanas Informais em Moçambique. Aveiro -
Universidade de Aveiro, 2009

BOLFE, Edson Luís, MATIAS, Lindon Fonseca & FERREIRA, Marcos Cesar. Sistemas de
Informação Geográfica: Uma abordagem contextualizada na história. São Paulo, Rio Claro,
2008.

CRUZ, Hugo Miguel Perreira da, Localização e identificação da degradação de edifícios no


centro histórico da guarda através de um SIG. Guarda, USP – Universidade de São Paulo, 2016.

CUNHA, Maria Maia da. O SIG ao serviço do ordenamento do território: Modelo de


implementação. Porto, Universidade de Porto, 2009.

DECRETO n⁰ 28/2019, de 12 de Abril do Endereçamento Postal. Maputo, Imprensa Nacional de


Moçambique, 2019.

DECRETO n⁰ 67/2016. Regulamento de Licenciamento do Serviço Postal. Maputo, Imprensa


Nacional de Moçambique, 2016.

DRUMMOND, José Augusto Leitão. Proposta de planejamento de uso e ocupação do solo a


partir de análise espaço-temporal com imagens orbitais do município de Chimoio, Moçambique.
[online]. Disponível na internet via:
https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/19346 16 de Fevereiro 2021.

FAVRIN, Vanessa Garcia. As Geotecnologias como instrumentos de gestão Territorial


integrada e participativa. São Paulo, USP, 2009.

FELIZARDO, Lucas Menezes. Aplicação de Sistema de Informações Geográficas (SIG) para


modelagem de eventos críticos de vazão em uma microbacia urbana. Ilha Solteira, UNESP –
Universidades Estadual Paulista, 2016.

FERREIRA, Nilson Clementino. Apostila de sistema de informações geográficas. Goiânia,


Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás, 2006.

FILHO, Jagurta Lisboa & IOCHPE, Cirano. Introdução a Sistemas de Informação Geográfica
Com Enfase A Base De Dados. Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1996.
67

FRADE, Catarina Cláudia Ferreira. A Componente ambiental no Ordenamento Do Território.


[online]. Disponível na internet via: https://biblioteca.isced.ac.mz/handle/123456789/296 16 de
Março 2021.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA. População projectada por Distrito: 2007-2040.


Maputo, INE, 2007.

LADWIG, Nilzo Ivo. O sistema de informação geográfica (SIG) no planeamento e na gestão


territorial sustentável. Santa Catariana-Rio de Janeiro, UNISUL, 2013.

Lei n⁰ 1/2016 de 7 de Janeiro. Lei Postal. Maputo, Imprensa Nacional de Moçambique, 2016.

Lei n⁰ 19/2007 de 18 de Julho. Lei de Ordenamento do Território. 1ª SÉRIE DO BR N° 29,


Maputo, Imprensa Nacional de Moçambique, 2007.

LIMA, André Luís da Silva. Territorialização de Políticas Públicas: Apontamentos sobre a


Covid-19 e o Código de Endereçamento Postal nas favelas cariocas. [online]. Disponível na
internet via: http://200.239.66.58/jspui/handle/2011/13185 07 de Fevereiro 2021.

MINED. Estudo de impacto e plano de gestão ambiental e social do “centro modelo provincial
de educação à distância” Chimoio – Manica. Relatório final. [online]. Disponível na internet
via: https://docplayer.com.br/43684471-Final-ministerio-da-educacao-e-cultura.html. 15 de
Fevereiro de 2021.

PINTO, Inês. Introdução aos Sistemas de Informação Geográfica (SIG). Porto, Instituto de
Investigação Cientifica Tropical, 2009.

RIBEIRO, Ana Maria de Almeida. Código de Endereçamento Postal (CEP), um obstáculo aos
dados abertos no Brasil. [online]. Disponível na internet via:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23708. 20 de Marco de 2021.

ROSA, Roberto. Introdução ao Geoprocessamento. [online]. Disponível na internet via:


https://cetesb.sp.gov.br/posgraduacao/wpcontent/uploads/sites/33/2016/12/Introdu
%C3%A7%C3%A3o-ao-Geoprocessamento-Roberto-Rosa.pdf. 18 de Março 2021.
68

ROSADO, Marcelo Corrêa. Um método de avaliação da acessibilidade a Serviços Públicos com


o uso e SIG -Aplicação à cidade de Araranguá (SC). Florianópolis, UFSC - Universidade
Federal de Santa Catarina, 2000.

SEABRA, Anderson Leonardo de Castro. Geomarketing: Estudo de Áreas de influência de um


Restaurante de Healthy Food em Natal.[online]. Disponível na internet via:
https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/57113165/AndersonLCS_Monografia-with-cover-
pagev2.pdf?
Expires=1624875890&Signature=B1lk2lvAdo8maQwKV0U3uByPBRxDnyKjTr79sgBy4j6PT3
HOHvBloe7R3w7tVwll1wJ5~7hs4NWJc08dSyZnbGo8NIgsISNveRQbgRvpgFjZ91TWYp4Kq
Wh1S48S4rEYgJgpqTRyYJ9DRGD1w0~IdJAX12WpcEkAR0SBfNfnQbo520398. 18 de
Março 2021.

SILVA, Edna Lúcia e MENEZES, Ester Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de


dissertação. 3a edição. Florianópolis, UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, 2001.

SILVA, José Julião da, et al. Plano Curricular do Curso de Licenciatura em Planeamento e
Ordenamento Territorial. Maputo, Universidade Pedagógica de Maputo, 2016.

VALES, Teodoro Cândido & BERTOLI, Daiane. Código de Endereçamento postal (CEP),
índice geral. Maputo, MAEFP e MTC, 2019.
69

5.3 Apêndice
Apêndice: Ficha de inquérito

Fonte: DNOT. Adaptado pelo autor 2021

Você também pode gostar