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Adelino Lúcia Laice

Sistema de Informação Geográfica na análise da expansão urbana: Caso do estudo


Localidade de Eduardo Mondlane no Distrito de Boane

Licenciatura em Planeamento e Ordenamento Territorial com Habilitações ao


Planeamento Urbano

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo

2022
i

Adelino Lúcia Laice

Sistema de Informação Geográfica na análise da expansão urbana: Caso do estudo


Localidade de Eduardo Mondlane no Distrito de Boane

Monografia Científica apresentada ao


Departamento Pedagógico, Faculdade de Ciências
da Terra e Ambiente para obtenção do grau
académico de Licenciatura em Planeamento e
Ordenamento Territorial

Supervisor: Prof. Doutor, Sabil Damião Mandala

Co-Supervisor: dr. Celso Alexandre Vidigal

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo

2022
ii

Índice
Lista de Tabelas .......................................................................................................................... v

Lista de Figuras .......................................................................................................................... v

Lista de Equações ...................................................................................................................... vi

Lista de Símbolos e abreviaturas .............................................................................................. vii

Declaração ................................................................................................................................. ix

Dedicatória.................................................................................................................................. x

Agradecimentos ......................................................................................................................... xi

Resumo .....................................................................................................................................xii

Abstract ....................................................................................................................................xiii

0. Introdução ............................................................................................................................. 14

0.1. Problema ............................................................................................................................ 15

0.2. Justificativa ........................................................................................................................ 16

0.3. Objectivos .......................................................................................................................... 17

0.3. 1. Objectivo geral .............................................................................................................. 17

0.3.2. Objectivos específicos .................................................................................................... 17

0.4. MATÉRIAS E MÉTODO ................................................................................................. 18

0.4.1. Técnica............................................................................................................................ 18

0.4.1.1. Pesquisa Documental ................................................................................................... 18

0.4.1.2. Pesquisa Bibliográfica ................................................................................................. 18

0.4.2. Matérias .......................................................................................................................... 19

0.4.2.1. Imagem ........................................................................................................................ 19

0.4.2.2. Modelo Digital de Elevação ........................................................................................ 19

0.4.2.3. Solos ............................................................................................................................ 19

0.4.2.4. Precipitação ................................................................................................................. 20

0.4.3. Método ............................................................................................................................ 20

0.4.3.1. Método monográfico ................................................................................................... 20


iii

0.4.3.2. Método Cartográfico.................................................................................................... 20

0.4.4. Mapeamento de áreas de adequabilidade a expansão urbana ......................................... 21

CAPITULO 1: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 26

1. A lógica da Expansão Urbana .............................................................................................. 26

1.1. Conceitos de expansão Urbana .......................................................................................... 26

1.2. Urbanização em Moçambique ........................................................................................... 27

1.3. Habitação ........................................................................................................................... 29

1.4. Legislação que regulamenta o uso do solo para a Urbanização ........................................ 30

1.4.1. Políticas de habitação e legislação aplicável .................................................................. 30

1.4.2. Lei do Ambiente ............................................................................................................. 31

1.4.3. Política Nacional de Terras ............................................................................................ 32

1.5. Sistema de Informação Geográfica ................................................................................... 33

1.5.1. Análise espacial .............................................................................................................. 34

1.6. Análise Multicritério ......................................................................................................... 35

1.6.1. Análise Hierárquica de Processos (AHP) ....................................................................... 35

1.6.2. Elementos de uma hierarquia no AHP ........................................................................... 36

1.7. Revisão em torno do uso de SIG na análise espacial ........................................................ 38

CAPITULO 2: DESCRIÇÃO DA ÁREA EM ESTUDOS ...................................................... 41

2. Localização da área em estudo ............................................................................................. 41

2.1. Divisão da Localidade Eduardo Mondlane ....................................................................... 42

2.2. Caracterização Físicos-Naturais ........................................................................................ 42

2.2.1. Geologia ......................................................................................................................... 42

2.2.2. Relevo ............................................................................................................................. 43

2.2.3. Declive ............................................................................................................................ 44

2.2.4. Clima .............................................................................................................................. 45

2.2.5. Hidrografia ..................................................................................................................... 46

2.2.6. Solos ............................................................................................................................... 47


iv

2.2.7. Cobertura vegetal ............................................................................................................ 48

2.3. Caracterização Socioeconómica ........................................................................................ 50

2.3.1. População ....................................................................................................................... 50

2.3.2. Desenvolvimento da Actividade Industrial .................................................................... 51

2.3.3. Desenvolvimento da Actividade comercial .................................................................... 51

CAPITULO 3: RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................... 52

3. Classe de Adequabilidade..................................................................................................... 56

3.1. Classe de Adequabilidade não muito apta ......................................................................... 56

3.2. Classe de Adequabilidade moderada ................................................................................. 57

3.3. Classe de Adequabilidade muito apta ................................................................................ 58

CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 62

Apêndices ................................................................................................................................. 67
v

Lista de Tabelas
Tabela 1: Dados utilizados na realização da monografia científica ......................................... 21
Tabela 2: Restrições.................................................................................................................. 21
Tabela 3: Variáveis e Pesos ...................................................................................................... 22
Tabela 4: Notas estabelecidas para os componentes de legenda .............................................. 24
Tabela 5:Escala Absoluta, Definição e Justificativa para AHP................................................ 37
Tabela 6: Importância relativa .................................................................................................. 38
Tabela 7: Principais actividades económicas ........................................................................... 51
Tabela 8: Matriz de decisão AHP dos critérios ........................................................................ 52
Tabela 9: Matriz normalizada ................................................................................................... 53
Tabela 10: Tabela do Índice Aleatório ..................................................................................... 54
Tabela 11: Comparador de índice de coerência........................................................................ 54
Tabela 12: Áreas de cada classe de Adequabilidade a expansão urbana.................................. 55

Lista de Figuras
Figura 1: Ferramenta Raster Calculator utilizada para mapear áreas aptas .............................. 23
Figura 2: Fluxograma para determinação das áreas possíveis de expansão ............................. 25
Figura 3: Mapa de localização Geográfica da Localidade Eduardo Mondlane ........................ 41
Figura 4: Mapa de Geologia ..................................................................................................... 43
Figura 5: Mapa Hisométrico ..................................................................................................... 44
Figura 6: Mapa de declividade ................................................................................................. 45
Figura 7: Mapa pluviométrico .................................................................................................. 46
Figura 8: Mapa de hidrografia .................................................................................................. 47
Figura 9: Mapa de solo ............................................................................................................. 48
Figura 10: Mapa Cobertura vegetal .......................................................................................... 49
Figura 11: Mapa de uso e cobertura do solo ............................................................................. 50
Figura 12: Mapa final com as áreas propícias à expansão ....................................................... 55
Figura 13: Áreas inundadas ...................................................................................................... 56
Figura 14: Áreas de Adequabilidade Moderada ....................................................................... 58
Figura 15: Vegetação nativa ..................................................................................................... 59
Figura 16: Áreas favoráveis ao assentamento urbano .............................................................. 59
vi

Lista de Equações
Equação 1: Areas de adequabilidade a expansao urbana ......................................................... 23
Equação 2: Indice de consistencia ............................................................................................ 53
Equação 3: Razao de consistencia ............................................................................................ 53
vii

Lista de Símbolos e abreviaturas


CMM Conselho Municipal de Maputo

MICOA Ministério da Coordenação e Acção Ambiental

SDPI Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas

AHP Analytic Hierarchy Process

ONG Organização Não Governamental

ONU Organização das Nações Unidas

PDM Projecto de Desenvolvimento Municipal

PDUT Plano Distrital de Uso da Terra

DINAPOT Direcção Nacional de Planeamento e Ordenamento do


Território

DUAT Direito de Uso e Aproveitamento da Terra

PEU Plano de Estrutura Urbana

PNDUH Programa Nacional de Desenvolvimento Urbano e


Habitacional

PGU Plano Geral de Urbanização

PPU Plano Parcial de Urbanização

PP Plano de Pormenor

RLOT Regulamento da Lei de Ordenamento Territorial

UN-HABITAT “United Nations Human Settlements Program” (Programa


das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos)

SDPI Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estruturas

MAE Ministério da Administração Estatal


viii

USGS United State Geological Service

INE Instituto Nacional de Estatística

DEM Digital Elevetion Model

FCTA Faculdade de Ciências da Terra e Ambiente

IIAM Instituto de Investigação Agrária de Moçambique

Km2 Quilómetros quadrados

UTM Universal Transversa de Mercator

WGS World Geodetic System

MESA Ministério de Agricultura e Segurança Alimentar

DARN Direcção de Agronomia e Recursos Naturais

FAO Organização das Nações Unidas para Alimentação e


Agricultura

FFH Fundo para o Fomento de Habitação

DSS Decision Support Systems Glossary

IC Índice de Coerência

IA Índice Aleatório

RC Razão de consistência

US Uso e Cobertura do Solo

DV Declividade

A Altitude (Elevação)

S Solo

P Precipitação
ix

Declaração
Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do
meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Maputo, 29 de Novembro de 2022

______________________________________

(Adelino Lúcia Laice)


x

Dedicatória
Dedico esta conquista em primeiro lugar a área do saber, em particular no Planeamento e
Ordenamento Territorial.

Aos meus pais em especial a minha mãe Ivone Eugénio Laice por me trazer ao mundo e por
me dar forças e inspiração.
xi

Agradecimentos
A Deus, por ter zelado pela minha saúde física e mental, que me permitiu realizar esta tarefa.

Ao estimado Prof. Doutor Sabil Damião Mandala, pela paciente orientação, direccionamento
do estudo e pelo tratamento recebido, sem os quais não teria sido possível a elaboração deste
trabalho.

Ao dr. Celso Alexandre Vidigal Chivale meu co-orientador pela ajuda em todo o trabalho
feito na pesquisa e nos procedimentos metodológicos, expresso o meu agradecimento, muito
obrigado.

Quero Agradecer a Universidade Pedagógica de Maputo, a todos os professores da Faculdade


de ciências da Terra e Ambiente, em particular aos professores do Curso de Planeamento e
Ordenamento Territorial Mestre Dário Chundo, Mestre José Lourenço Neves, Prof. Dr.
Miguel Muguio, Prof. Dr. Doutor Luís Adriano Guevane, Mestre Ângelo Guimarães pela
forma sabia que transmitem conhecimento pois esses guiaram-me até aqui. Aos meus colegas
da turma de PLOT laboral 2018 pelo apoio e crítica meu muito obrigado.

Agradeço ao Conselho Municipal da Vila de Boane, que me recebeu abertamente para


aquisição de dados de pesquisa dos e matérias.

Agradeço a minha família. Um especial agradecimento a Minha mãe Ivone Laice pela força,
motivação, expiração e garra. Agradeço ainda pelo esforço incansável. Ao meu pai Arsénio
Mauaeie. Aos meus irmãos em particular o Chelton Ivone Laice um especial agradecimento
pela companhia nas longas noites estudando para tornar possível esse objectivo.

Agradeço a mim por acreditar em Deus e não me desviar do caminho de Deus, a gradeço a
mim pela forca e motivação, pela coragem e dedicação.
xii

Resumo
A presente monografia científica tem como objectivo a analise das possíveis áreas de
expansão urbana de modo a alcançar o aproveitamento racional e sustentável do espaço
urbano, a preservação do equilíbrio ambiental, a valorização dos diversos potenciais de cada
região, a promoção da qualidade de vida. A metodologia proposta situa-se no plano de um
estudo qualitativo e usou-se uma abordagem mista com o intuito de maximizar a qualidade
dos resultados, métodos de procedimento monográfico ou estudo de caso, cuja colecta de
dados se circunscreveu em análise documental, bibliográfica e cartográfico. Os procedimentos
de tratamento das informações e de elaboração de mapas foram realizados utilizando o
software de SIG ArcGIS 10.8. Foram gerados mapas reclassificados em função dos factores
declividade, elevação, uso e ocupação do solo, solo, precipitação. Após, foi gerado um mapa
de adequabilidade à expansão urbana pela sobreposição de todas as variáveis, utilizando-se a
análise multicritério (AHP), mediante o grau de importância de cada factor na expansão, com
intervalo de 1 a 5 onde as áreas mais aptas tendem a 5 e as áreas menos aptas a 1. Com o
resultado verificou-se que a classe de adequabilidade muito apta localiza-se no Centro da
localidade Eduardo Mondlane em direcção Norte-sul e a noroeste nas redondezas do bairro
Massaca 1, Massaca 2, Ambrosio, Jossias Tongogara, Eduardo Mondlane, 25 de Junho, e
Saldanha num total de 132,02km2, que correspondem a 32, 6% do total da área de estudo, a
classe moderada ocupa uma área de 76,77km2 que corresponde a (19,0%) ocorre com mais
destaque no norte da localidade, por fim a classe de baixa adequabilidade a ocupa uma área de
35,68 km2, localiza-se próximo as fontes de água com solos de alta fertilidades sendo esta
área consideradas áreas susceptíveis a inundações.

Palavras-chave: Expansão, Urbana, SIG, AHP


xiii

Abstract
This scientific monograph aims to analyze the possible areas of urban expansion in order to
achieve the rational and sustainable use of urban space, the preservation of the environmental
balance, the appreciation of the different potentials of each region, the promotion of quality of
life. The proposed methodology is based on a qualitative study and a mixed approach was
used in order to maximize the quality of the results, methods of monographic procedure or
case study, whose data collection was limited to documental, bibliographical and
cartographic. The procedures for processing information and preparing maps were performed
using the GIS software ArcGIS 10.8. Reclassified maps were generated according to the
factors slope, elevation, land use and occupation, soil, precipitation. Afterwards, a map of
suitability for urban expansion was generated by superimposing all the variables, using the
multicriteria analysis (AHP), according to the degree of importance of each factor in the
expansion, with a range of 1 to 5 where the most suitable areas tend to 5 and the less suitable
areas to 1. As a result, it was verified that the very suitable suitability class is located in the
center of the town of Eduardo Mondlane in a north-south and northwest direction in the
vicinity of Massaca 1, Massaca 2, Ambrosio, Jossias Tongogara, Eduardo Mondlane, 25 de
June, and Saldanha in a total of 132.02km2, which corresponds to 32.6% of the total study
area, the moderate class occupies an area of 76.77km2 which corresponds to (19.0%) occurs
more prominently in the north of the location, finally, the low suitability class a occupies an
area of 35.68 km2, is located close to water sources with highly fertile soils and this area is
considered areas susceptible to flooding.
Keywords: Urban Expansion, GIS, AHP
14

0. Introdução
A presente monografia científica intitulada “Sistema de Informação Geográfica na análise da
expansão urbana: Caso do estudo Localidade de Eduardo Mondlane no Distrito de Boane”,
tem como objectivo mapear as áreas óptimas para a expansão urbana de modo a facilitar as
autoridades locais no desenvolvimento de planos de ordenamento territorial, a mesma surge
no âmbito da elaboração da monografia para a obtenção do grau académico de Licenciatura
em Planeamento e Ordenamento Territorial com habilitações ao Planeamento Urbano.

Para DINAPOT e MICOA (2006), o crescimento não planificado se torna cada vez mais
exacerbado. As ocupações irregulares acontecem com frequência em espaços ociosos e
degradados, áreas de declives acentuados, erodidas, bordas dos rios propensas a inundações,
representando perigo eminente para a sustentabilidade das cidades em Moçambique.
Os aglomerados urbanos representam actualmente um importante desafio da gestão do poder
público e para a sociedade de um modo geral, constituem um dos espaços de maior
complexidade nas cidades de todo mundo.
São cada vez mais construídas habitações precárias em bairros de expansão informal,
ampliando de forma exponencial cada vez mais os assentamentos urbanos desordenados, onde
apenas uma pequena percentagem das áreas destes assentamentos é planeada e gerenciada,
embora as populações, geralmente urbanas, tenham o conhecimento dos riscos que estão
sujeitos ao fixarem suas moradias nessas áreas.
Desta forma, propõe-se, neste trabalho, a obtenção de mapa com áreas urbanizáveis na
Localidade de Eduardo Mondlane no distrito de Boane, utilizando ferramenta SIG
considerando os aspectos legais, físicos e ambientais. Entre os métodos de avaliação
multicritério foi utilizado o Processo de Análise Hierárquica (AHP).
15

0.1. Problema
Os problemas territoriais são vários, indissociáveis de uma rápida e descontrolada expansão
urbana: o défice no saneamento básico, as limitações no acesso a equipamentos e serviços, a
predominância de habitação em assentamentos desordenados e de génese ilegal, a destruição
sistemática da estrutura ecológica através da ocupação de áreas ambientalmente sensíveis bem
como de áreas florestais e agrícolas penalizam a qualidade de vida de um elevado número dos
seus habitantes (MACUCULE, 2010: 11).
O crescimento urbano acelerado tem sido desorganizado na maioria das cidades
moçambicanas em particular na localidade de Eduardo Mondlane e isso acarreta a geração de
vários problemas na localidade, como por exemplo, a ocupação de áreas com declividades
acentuadas e de áreas inundáveis.
A expansão das cidades e ocupação acelerada/irregular do solo urbano formando
assentamentos informais, somado com a fraca fiscalização na implementação das políticas
públicas de habitação, a carência de infra-estruturas urbanas e saneamento básico, gera
problemas ambientais de forte impacto para o meio ambiente urbano comprometendo no bem-
estar social (UN-HABITAT, 2004).

No entanto, no que se refere à identificação de novas áreas para a expansão urbana, verifica-se
a necessidade de ponderar factores que influenciem esta ocupação que actualmente são
descartadas por falta de estudos mais aprofundados sobre o assunto.

Da realidade constatada levanta-se o seguinte problema:


Quais as áreas potenciais á expansão urbana que proporcionem o crescimento ordenado da
Localidade Eduardo Mondlane no distrito de Boane?
16

0.2. Justificativa
Segundo GROSTEIN (2001), a constante expansão urbana e a ocupação irregular do solo
urbano é motivo de preocupação para os célebres urbanistas e ambientalistas e outros
estudiosos em áreas afins, que procuram encontrar meios que possam assegurem e garantir a
preservação de um ambiente saudável para o presente e o futuro das cidades.

Para MUACUVEIA e FERREIRA (2017: 160), a utilidade do planeamento e de políticas


públicas de forma correcta proporcionar um ambiente equilibrado, moradia condigna a todas
as pessoas, assim como uma estrutura administrativa eficiente de fiscalização que não
permitem a ocupação por loteamentos clandestinos ou irregulares em áreas urbanas, é
fundamental quando pensamos nas cidades.

A escolha deste tema para a realização do trabalho, justifica-se pelo facto do autor estar
inserido numa área de ocupações desordenada onde não formaram observadas critérios de
planeamento, e pelo facto de ter estagiado no departamento dos assentamentos informais no
Município da cidade de Maputo onde pode perceber o crescimento urbano que ocorre de
forma desordenada que acarreta vários problemas como, a ocupação de áreas com declives
acentuadas e de áreas com alta susceptibilidade aos processos erosivos, áreas de protecção
parciais.

Este tema é de extrema importância, sendo que, contribuirá para melhorar a percepção da
importância do uso dos SIG e analise multicritério para amenizar a ocupação das áreas de
risco.
17

0.3. Objectivos

0.3. 1. Objectivo geral

 Mapear as áreas óptimas para a expansão urbana de modo a facilitar as autoridades


locais no desenvolvimento de planos de ordenamento territorial

0.3.2. Objectivos específicos

 Descrever os factores que influenciam na tomada de decisão do lugar óptimo para


assentamento e desenvolvimento das actividades humanas;
 Estabelecer critérios para identificação das áreas aptas aplicando a análise
multicritério;
 Descrever a distribuição espacial das áreas possíveis de expansão urbana.
18

0.4. MATÉRIAS E MÉTODO


De acordo com LAKATOS & MARKONI (2009), método é o conjunto de actividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objectivo,
conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido destacando erros e
auxiliando as decisões do cientista.

0.4.1. Técnica

0.4.1.1. Pesquisa Documental


A Pesquisa Documental é toda forma de registo e sistematização de dados, informações,
colocando-o em condições de análise por parte do pesquisador, (SEVERINO, 2007: 125).
Esta técnica permite fazer uma identificação, levantamento, exploração de documentos
referentes ao objecto pesquisado.

No âmbito da elaboração dessa pesquisa, destaca-se a utilização de relatórios, leis e decretos


de diversas instituições como:

 Relatório do Plano de estrutura urbana de Boane 2019;


 Lei n.º 10/1997 de 1 de Outubro – Lei de Terra;
 Lei n.º 10/2020 de 24 de Agosto – Lei de Gestão e Redução de risco desastres
 Lei n.º 19/2007 de 18 de Julho – Lei do Ordenamento Territorial;
 Decreto n.º 60/2006 de 26 de Dezembro – Regulamento do Solo Urbano;
 Lei n.º 21/1997 de 1 de Outubro - Lei do Ambiente.

0.4.1.2. Pesquisa Bibliográfica


Para elaboração do trabalho recorreu-se a pesquisa bibliográfica, que Segundo GIL (1999:
65), a Pesquisa Bibliográfica é desenvolvida a partir de material já existente ou elaborado,
constituído principalmente por livros e artigos científicos.

Esta pesquisa consistiu na colecta de informações a partir de textos, livros, artigos e demais
materiais de carácter científico, cingindo nas principais fontes bibliográficas: GARCIA e
FILHO (2019); MACARRINGUE et al (2019); MANDALA (2016); GOMES e BIAS (2018);
CUMBANE (2012); PIMENTA et al (2019); MUACUVEIA e FERREIRA (2017); RIBEIRO
(2018).
19

0.4.2. Matérias
É sabido que o Sistema de Informação Geográfica (SIG) desempenha inúmeras funções como
a criação e utilização de mapas; a compilação dos dados geográficos; a análise de informações
mapeadas e espacializados; compartilha informações geográficas em uma gama de aplicações;
e gerência a informação geográficas numa base de dados (VALOI, 2021).

O método proposto para a mapeamento das áreas possíveis de expansão na localidade de


Eduacardo Mondlane no distrito de Boane foi o método de avaliação multicritério o Processo
de Analise Hierárquico (AHP) desenvolvido por Thomas Saaty em 1970.

0.4.2.1. Imagem
Foi utilizada uma imagem Landsat 8, na elaboração do Mapa de uso e ocupação do solo,
obtidos por meio do Site http://earthexplorer.usgs.gov/. Através da combinação das Bandas
combinação da banda 5 (Infravermelho Próximo), banda 4 (Vermelho) e banda 3 (Verde)
conforme mostra a figura 1. Pois para o estudo da vegetação a banda do Vermelho apresenta
bom contraste entre diferentes tipos de cobertura vegetal. Foi feita a correcção Radiometrica,
correcção atmosférica e correcção espacial com o objectivo de corrigir as degradações
radiometrica devidas a desajustes na calibração dos detectores, erros esporádicos na
transmissão dos dados, influências atmosféricas, e distorções geométricas. Através da
digitalização de classes de uso foi obtido o Mapa de uso e cobertura do solo.

0.4.2.2. Modelo Digital de Elevação


Na Elaboração do mapa de Declividade e elevação (Altitude) foi utilizado os modelos Digital
de Elevação (DEM), com resolução de 12,5 metros disponibilizado gratuitamente no site:
https://asf.alaska.edu, que consistem na representação altimétrica digital contínua de toda a
área, distribuída espacialmente em variações de altitude, numa área baseada e definida sobre
um plano cartográfico com coordenadas X, Y e Z. As coordenadas Z representam valores da
altitude e profundidade num modelo tridimensional. A partir deste modelo digital de elevação,
o Mapa da declividade foi produzido da ferramenta Slope na análise espacial, o mapa de
Altitude foi gerado a através da classificação do MDE em 5 classes.

0.4.2.3. Solos
A informação sobre solos de Moçambique, de acordo com MANDALA (2016), está
disponível em muitos documentos cartográficos e relatórios produzidos pela Direcção de
Agronomia e Recursos Naturais (DARN), do Instituto de Investigação Agrária de
20

Moçambique (IIAM), instituição ligada ao Ministério de Agricultura e Segurança Alimentar


(MESA), em coordenação com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura (FAO), durante as últimas décadas.

Para a produção do mapa de solos, recorreu-se a base cartográfica do Instituto de Investigação


Agraria de Moçambique (IIAM), onde irei atribuir o peso de acordo com o seu grau de
influência, na capacidade de drenagem, textura entre outros.

0.4.2.4. Precipitação
O Mapa da precipitação foi gerado por interpolação de médias anuais de registos climáticos
de várias estações. As variáveis incluídas são a precipitação média anuais de 30 anos. Os
dados Referentes a precipitação foram obtidos do site: http://www.worldclim.org/. A tabela 1
indica os matérias utilizados para a realização da presente pesquisa.

0.4.3. Método

0.4.3.1. Método monográfico


Na presente pesquisa trabalhou-se com o método monográfico também designado estudo de
caso, que no entender de LAKATOS & MARCONI (1992: 83), o método monográfico
consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou
comunidades, com a finalidade de obter generalizações. No caso concreto da presente
monografia científica esse método foi usado para o estudo da localidade Eduardo Mondlane.

0.4.3.2. Método Cartográfico


De acordo com BARROS & KASTRUP (2012: 57) citado por TOMO (2018), o método
cartográfico visa as conexões as articulações, na tentativa de explicitar “a rede de forças à
qual o objecto ou fenómeno se encontra conectado, dando conta de suas modulações e de seu
movimento permanente”. Este método tem como objectivo primordial gerar a representação
das informações referentes a um ou vários fenómenos (físicos ou sociais) de todo o planeta ou
de uma parte dele. Esse método concretiza-se através da produção de mapas temáticos
(Hipsometria, Declividade, Solos, Uso e Cobertura da Terra, Acumulação de água e de
Fragilidade Ambiental).
21

Tabela 1: Dados utilizados na realização da monografia científica

Dados Formato Fonte


Imagem Landsat 8 Raster ALOS PALSAR7
Solos Vector IIAM
Limites Administrativos Vector USGS explorer
DEM Raster CENACARTA
Precipitação Raster Worldclim
Fonte: Elaborado pelo autor, 2022.

0.4.4. Mapeamento de áreas de adequabilidade a expansão urbana


Após a obtenção dos dados necessários a análise das áreas aptas à expansão urbana, os
arquivos foram inseridos no software Arcgis 10.8 e convertidos para o sistema de
coordenadas Universal Transversa de Mercator (UTM), Moznet UTM Zone 36S, Meridiano
Central, 33º Este do Greenwich, Elipsóide WGS 1984. Pela ferramenta Projections and
Transformations – Project (para arquivos vectorias) e Project Raster para os arquivos em
formato imagem. Critérios que não têm restrições a construções no seu entorno, foram
inseridos vectores delimitando sua área. No caso da área urbana, o seu limite foi seleccionado
no Arcgis a partir da base fornecida pela CENACARTA em formato shapefile.

As delimitações para as chamadas áreas de influência foram realizadas pela ferramenta


vectorial – Buffer. Essa ferramenta foi utilizada na hidrografia e vias principais de acordo
com as distâncias mínimas permitidas por lei.

Para determinar as áreas passiveis de expansão, alguns dos critérios analisados possuíram
restrições a construção em seu entorno, descritas pela lei de terra. Estas restrições estão
representadas na tabela 2.

Tabela 2: Restrições

Restrições Faixa
Hidrografia 100 metros
Estradas primária – 30 metros
Rodovias Estradas secundaria e terciaria – 15 metros
Linha feira 50 metros
Instalações Militares 100 metros
Barragens e Albufeiras 250 metros
Fonte: Adelino Laice, 2022.
22

Após a identificação das restrições ao crescimento, a criação de buffer, foi feita a definição de
pesos para cada variável pelo método AHP. Considerando a análise de multicritério, foram
definidos pesos (0 – 100%) como mostra a (tabela 3), para cada variável de modo a
diferenciar o grau de importância e correlação com o fenómeno em questão (adequabilidade a
expansão urbana), e notas (1 a 5) para cada componente de legenda, de maneira que quanto
maior a nota, maior a adequabilidade (1: não apta; 2: não muito apta; 3: média apta; 4: apta e
5: muito apta).

Tabela 3: Variáveis e Pesos

Variável Peso
Declividade 30%
Altitude 19%
Solo 19%
Uso e cobertura do solo 23%
Precipitação 9%
Total 100

Fonte: Adelino Laice, 2022.

Para a obtenção do mapa final, foi realizada a reclassificação de cada variável, com a função
Reclassity no Spatial Analyst Tools na ferramenta Reclass do Arcgis 10.8. Por fim, foi feita a
multiplicação dos mapas reclassificados por seus respectivos pesos e a soma dos resultando na
ferramenta calculadora: Raster Calculator do Arctoolbox em Spatial Analisty Tools – Map
Álgebra (Figura 1).
23

Figura 1: Ferramenta Raster Calculator utilizada para mapear áreas aptas

Fonte: Capturada pelo autor (2022)

As áreas de adequabilidade a expansão urbana foram obtidas por seguinte fórmula:

Áreas de adequabilidade a expansão urbana = (Dv x 0,30) +(A x 0.19) + (S x 0.19) + (US x
0.23) + (P x 0.0,09).

(Equação 1)

Onde:

DV = Declividade;

A = Altitude (Elevação);

S = Solo;

US = Uso e Cobertura do Solo;

P = Precipitação.
24

Tabela 4: Notas estabelecidas para os componentes de legenda

Variável Componente de legenda Nota (1 a 5)


 0–2 5
 3–6 4
Declividade  7 -10 3

 11 – 20 2

 30 - 80 1

 11 – 38 1
 39 – 57 5
Altitude  77 -100 4

 110 – 140 3

 150 - 180 2

 Vegetação 4
 Corpos de água 1
Solo e cobertura do solo  Área Inundada 2

 Solo Exposto 3

 Área construída 5

 Solos de sedimentos marinhos 1


estuarinos/Lagos, lagoas ou rios
 Solos de aluviões argilosos 2
 Solos de aluviões estratificados de 3
Solo textura grossa
 Solos basalticos vermelhos/Solos 4

rioliticos líticos
 Solos de mananga com cobertura
arenosa 5

Precipitação  670 - 710 1


 710 - 750 5
 750 – 790 4

 790 – 810 3

 810 – 850 2

Fonte: Modificado de SILVA e MACHADO, 2014.


25

Figura 2: Fluxograma para determinação das áreas possíveis de expansão

USGS B. de dados IIAM


Landsat

DEM SOLO WordClim


Classificação
ma

Uso e Cobertura Altitude Declive Tipo de solo Precipitação

Analise

Multicritério

Reclassificação

Área de expansão

Urbana

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2022.


26

CAPITULO 1: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1. A lógica da Expansão Urbana


Segundo NASCIMENTO & MATIAS (2011: 65), a expansão urbana é uma das expressões
mais concretas do processo de produção do espaço na sociedade contemporânea. No espaço
urbano, a concentração espacial de pessoas na forma de força de trabalho e de mercado
consumidor, aliada à concentração dos meios de produção, permite que as forças produtivas
alcancem um elevado grau de desenvolvimento, acelerando assim a realização da mais-valia e
a reprodução do capital, e ao mesmo tempo levando a uma concentração populacional ainda
maior. Portanto, a urbanização reflecte a dinâmica de acumulação e concentração do capital
na cidade e reproduz a aglomeração ao demandar cada vez mais espaço. A cidade, mais do
que um local de produção e consumo de mercadorias e de habitação, é também um importante
lócus da vivência humana em sua dimensão plena, e seu espaço reflecte e condiciona as
diversas estratégias engendradas pelos diferentes agentes sociais na criação e apropriação da
riqueza (produção e comercialização de mercadorias), da reprodução da força de trabalho e do
desenrolar da vida quotidiana como um todo (educação, consumo, actividades culturais, lazer
etc.).

Ainda com o mesmo autor (pág. 68), diante do aumento da necessidade de locais para o
desenvolvimento de actividades produtivas e para a constituição de áreas habitacionais, a
expansão da área urbanizada se dá em direcção a terras até então utilizadas para fins agro-
pecuários, sendo estas anexadas ao perímetro dito urbano. O crescimento da demanda por
terras incentiva, portanto, a expansão urbana, mas não há uma relação directa entre a demanda
e a rapidez com que novas áreas são urbanizadas, tampouco com o grau de ocupação efectiva
dessas terras. A explicação está na condição particular de mercadoria assumida pela terra no
espaço urbano.

1.1. Conceitos de expansão Urbana


No entender de JAPIASSÚ & LINS (2014), expansão urbana é um Expansão urbana é um
processo pelo qual as cidades passam constantemente desde o momento de sua existência,
podendo ser em maior ou menor intensidade. De toda forma implica em crescimento, esse
Esse crescimento pode ser analisado por diversas perspectivas: aspecto demográfico, aspecto
territorial, crescimento físico do território da cidade.
27

De acordos com os autores, em termos territoriais, a cidade cresce de modo a ampliar sua área
urbana, ou seja, o perímetro urbano ou aumentando sua mancha edificada, ou ainda
parcelando o solo em áreas não ocupadas.

A ampliação do perímetro urbano consiste na expansão e “extensificação” do tecido urbano


para além dos limites da cidade (LIMONAD, 2011: 34 citado por JAPIASSÚ & LINS, 2014:
17). Que pela conversão de áreas de uso rural, localizadas no entorno imediato do perímetro
urbano, em áreas de uso urbano (NASCIMENTO; MATIAS, 2011: 70).

Segundo Costa (2005: 02), o parcelamento do solo é um processo extensivo, para fins
habitacionais, que resulta no “padrão periférico de crescimento urbano. No entanto BENTES
(2010: 05) citado por JAPIASSÚ & LINS (2014: 18), coloca que o parcelamento não ocorre
apenas para fins habitacionais, mas também para ocupação por grandes empreendimentos e
equipamentos que funcionam como catalisadores do processo de expansão urbana.

Por sua vez, Pera & Bueno (2017: 04) olham expansão urbana como sendo processo de
produção social do espaço urbano, optando-se pela não utilização do termo “processo de
urbanização” como sinónimo de “expansão urbana”, por entendê-lo enquanto reflexão teórica
que aborda a passagem da economia de rural para urbana. Ou, como abordam SANTOS
(1996) e CASTELLS (1983) citados por PERA & BUENO (2017: 04), enquanto aumento da
população urbana em detrimento da população rural o que, por consequência, gera ou não
espraiamento no tecido urbano.

1.2. Urbanização em Moçambique


Antes de mais é bastante importante fazer referência ao processo de urbanização, pois este
influencia directamente no aumento dos assentamentos informais no pais e nos diferentes
pontos do mundo.

De acordo com RIBEIRO (2018), A urbanização, em seu sentido lato, é processo que consiste
em transformar a área rural em urbana por meio da edificação de infra-estruturas e
provimento de equipamentos para o bem-estar da população. Este processo pode ser
compreendido, ainda, a partir de suas resultantes com base em dois elementos: áreas
urbanizadas com presença ou escassez de infra-estruturas urbanas e ou aumento da população
em áreas urbanas que contribui para o crescimento das cidades.

Para RIBEIRO (2018: 01), diferentemente dos países como os da Europa ou dos Estados
Unidos da América onde o processo de urbanização foi impulsionado pela revolução
28

industrial, em muitos países africanos este processo está em curso e se efectuando de forma
rápida, muitas vezes sem atender aos padrões de planeamento urbano e implantação de infra-
estruturas urbanas.

Segundo RIBEIRO (2018: 01), a rápida urbanização na África Subsaariana onde se localiza
Moçambique está a contribuir para o crescimento de assentamentos informais e aumento da
pobreza. Em termos de tamanho da população que reside em áreas urbanas dentre os nove
países que são os principais mercados da África Subsaariana (Angola, Ghana, Kenya,
Moçambique, Nigéria, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe), Moçambique
apresentou entre 2005 a 2008 a maior taxa média de urbanização em torno de 2.2% ao ano.

De acordo com UN-HABITAT (2007) citado por CMM (2016), Uma das principais
referências para a conceptualização de assentamento informal envolve a definição da
Organização das Nações Unidas (ONU), mediante a sua agência UN-Habitat. Os
assentamentos informais (ou “slum”, termo em inglês) são identificados como áreas
desprovidas de infra-estrutura básica e urbanística, com habitações geralmente superlotadas,
construídas com materiais precários (tipo do material utilizado no piso, parede e telhado) e
com situação fundiária irregular sobre o uso e ocupação do solo.

De acordo com FORJAZ, et all, (2006), citado por MACUCULE, (2010), As dinâmicas
populacionais na área de estudo devem ser entendidas no contexto dos principais fluxos
migratórios que ocorrem no período após a independência, até os dias de hoje, caracterizado
por um grande crescimento da população urbana. Este fenómeno pode desagregar-se em três
fases, a saber:

De 1975-1980, Aqui identificam-se três tipos de fluxos:

 Migrantes entre distritos ou cidades da mesma província (interior rural para as cidades
regionais geograficamente próximas);
 Migrantes entre duas províncias do país (dos centros urbanos regionais para as cidades
principais);
 Regressados do estrangeiro.

Estes fluxos ocorreram até o ano de 1985, e foram estancados em 1983 quando foi
desencadeado um movimento para travar o êxodo rural.
29

1980 a 1992, Num contexto de guerra civil, verifica-se um grande fluxo migratório do campo
para a cidade, na procura de segurança e de melhores condições de vida. Período de pós
guerra, o fluxo continua no mesmo sentido e com a mesma intensidade, embora com um
ligeiro abrandamento entre 1997 e 2007.

Mas a tendência parece prevalecer, as populações vindas do meio rural chegam, fixando-se
nas periferias das duas cidades (dinâmicas exógenas) assistindo-se também a um crescimento
da população fruto das elevadas taxas de fecundidade (dinâmicas endógenas). Estas últimas
dinâmicas têm estado na origem da superlotação dos alojamentos do centro da cidade,
motivando a transformação de dependências e garagens em habitações, equipamentos e
serviços, bem como ampliações e remodelações, muitas delas clandestinas e sem respeitar as
normas urbanísticas vigentes.

1.3. Habitação
De acordo com NETO e FREIRE (1999), o termo habitação é muito vasto. Surge com as
primeiras formas dos abrigos construídos há mais de um milhão de anos e que com o tempo
deram origem às mais variadas tipologias arquitectónicas, abrangendo edifícios de carácter
privado, mas também público.

Segundo ABREU, a habitação é entendida como a acção do habitat num espaço que envolve o
elemento físico da moradia, a qualidade ambiental do espaço construído, o seu exterior e as
suas inter-relações. A família tem na habitação o seu principal espaço de sociabilidade,
alterando-a para um espaço essencial, veículo da construção e desenvolvimento da saúde da
família que lá habita.

Segundo CARRILHO & LAGE (2010), com o crescimento avassalador das periferias não
planificadas das cidades temos hoje o desafio de pensar na habitação não apenas como facto
técnico-financeiro, mas como processo integrado e transversal expresso em política ou
estratégia própria (a política ou estratégia de habitação) em que é necessário estabelecer várias
abordagens, dentre as quais:

a) A abordagem por prioridades conforme contribuição, possibilidades e pressão das


necessidades dos grupos ou camadas sociais diferentes;
b) A abordagem dos mecanismos financeiros a desencadear, sem o que qualquer
iniciativa global falhará, por exemplo a da autoconstrução assistida;
30

c) A abordagem da padronização técnica e de qualidade (projectos, elementos


construtivos, materiais, tecnologias);
d) A abordagem da participação de diversos agentes (empresas privadas, cooperativas,
associações);
e) A abordagem da provisão de abrigos dignos e sustentáveis pensados como elemento
de uma política social, nomeadamente para estabilização de determinados agentes e
grupos profissionais;

De acordo com MARGUTI (2017), o acesso à habitação adequada é aqui entendido não
somente como o direito a “um teto e quatro paredes”, mas, sim, como um direito humano
universal e fundamental que carrega consigo outros direitos, como a segurança da posse, a
disponibilidade de serviços de infra-estrutura e equipamentos públicos, a habitabilidade que
deve garantir protecção contra as variações climáticas e contra eventos extremos e riscos e a
localização adequada.

1.4. Legislação que regulamenta o uso do solo para a Urbanização


De Acordo com GARCIA e FILHO (2019: 03), para ditar o uso do solo urbano, em qualquer
município, de forma correta, são utilizadas leis e normas, para que não haja conflitos entre os
membros de uma sociedade. Dessa forma, o uso do solo segue as leis e decretos não se
esquecendo das legislações ambientais, tendo em vista o desenvolvimento sustentável do
município. Para HOFFMANN et al. (2011) citado por GARCIA e FILHO (2019: 03), um dos
maiores desafios das cidades é conciliar a vida urbana voltada para o desenvolvimento
ambiental, conciliando veículos, pessoas e lixos ao aumento de consumo de materiais
inorgânicos e ao crescimento desenfreado dos centros urbanos.

1.4.1. Políticas de habitação e legislação aplicável


De acordo com CDD, (2020), o artigo 91 da Constituição da República preconiza que o
direito à habitação é um direito constitucional de todos os cidadãos, cabendo ao Estado a
responsabilidade de criar as condições institucionais, normativas e infra-estruturais para que
tal se materialize. Cabe ainda ao Estado fomentar e apoiar as iniciativas das comunidades,
autarquias locais e populações, estimulando a construção privada e cooperativa bem como o
acesso à casa própria.
Neste âmbito, o Governo produziu, em 2011, a Política e Estratégia de Habitação como um
instrumento para, através do Fundo para o Fomento de Habitação (FFH), impulsionar a
31

indústria de construção de habitação com vista a responder ao défice de casas condignas em


Moçambique (CDD, 2020: 2).
O planeamento do uso da terra em Moçambique é regido pela Lei nº 19/2007 (Lei de
Ordenamento do Território). Esta lei estabelece procedimentos de planeamento e
responsabilidades para todos os níveis - nacional, provincial, distrital e autárquico.

Na escala urbana, o planeamento é adicionalmente regulado pelo Decreto nº 60/2006


(Regulamento do Solo Urbano). No nível do município, aplicam-se os seguintes instrumentos:

1. Plano de Estrutura Urbana (PEU): estabelece a organização espacial de todo o


território do município, juntamente com os parâmetros e as normas para sua utilização,
tomando em consideração a ocupação actual, as infra-estruturas e equipamentos
sociais existentes, e sua integração na estrutura espacial regional;
2. Plano Geral de Urbanização (PGU): estabelece a estrutura da terra urbana na sua
totalidade, levando em consideração o equilíbrio entre diversos usos e funções
urbanas; define redes de transporte, comunicações, energia e saneamento e
equipamentos sociais, com atenção especial à ocupação espontânea como base soco
espacial para a elaboração do plano;
3. Plano Parcial de Urbanização (PPU): mesmo que PGU, mas aplicado a uma parcela do
território do município;
4. Plano de Pormenor (PP): define detalhadamente a tipologia de ocupação de qualquer
área específica do centro urbano, estabelecendo o desenho do espaço urbano, uso do
solo e condições gerais de edificação, traçado de vias de circulação, características de
redes e serviços de infra-estrutura, quer para áreas novas ou para áreas existentes,
caracterizando fachadas de edifícios e arranjos de espaços livres.

1.4.2. Lei do Ambiente


Aprovada com o n.º 21/97 de 1 de Outubro, que assenta nos princípios fundamentais da
utilização e gestão racionais dos componentes ambientais de forma, não só a promover a
melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, como também a valorizar as tradições e o saber
das comunidades locais com vista á conservação e preservação dos recursos naturais e
responsabilizá-las nos actos propositados da degradação do ambiente.

A Lei do Ambiente contém algumas cláusulas sobre áreas de implantação de infra – estruturas
descritas no artigo 14.
32

1. È proibida a implantação de infra-estruturas habitacionais ou para outro fim que, pela


sua dimensão, natureza ou localização, provoquem um impacto negativo significativo
sobre o ambiente.
2. A proibição inserida no número anterior aplica-se especialmente à zona costeira, às
zonas ameaçadas de erosão ou desertificação, às zonas húmidas, as áreas de protecção
ambiental e outras zonas ecologicamente sensíveis.
3. São estabelecidas por regulamento as normas para a implantação de infra-estruturas nas
áreas referidas no número anterior. È igualmente regulamentada a implantação de
infra-estruturas nas áreas que circundam as rodovias, as ferrovias, as barragens, os
portos e aeroportos, entre outros, de modo a que se não prejudique o seu
funcionamento, a sua possibilidade de expansão, assim como a harmonia da paisagem

1.4.3. Política Nacional de Terras


Define as prioridades nacionais, relativamente ao uso da terra, tendo sempre em conta a
protecção ambiental

A Lei n.º 19/97 de 1 de Outubro, garante o acesso e a segurança de posse da terra, tanto dos
camponeses moçambicanos, como investidores nacionais e estrangeiros. Esta legislação
assenta no princípio geral de que a terra é propriedade do Estado, não podendo ser vendida,
alienada, hipotecada ou penhorada.

A Lei de Terras contém algumas cláusulas sobre áreas protegidas e semi-protegidas, descritas
no artigo 6, 7 e 8 da lei de terra.

O artigo 6: diz respeito ao domínio público, segundo a qual são do domínio público as zonas
de protecção total e parcial.

Artigo 7 da lei de terra: diz respeito Zonas de protecção total, segundo a qual consideram-se
zonas de protecção total as áreas destinadas a actividade de conservação ou preservação da
natureza e de defesa e segurança do Estado

Artigo 8: diz Zonas de protecção parcial, segundo a qual consideram-se zonas de protecção
Parcial:

a) O leito das águas interiores, do mar territorial e da zona económica exclusiva;


b) A plataforma continental;
33

c) A faixa da orla marítima e no contorno de ilhas, baías e estuários, medida da linha das
máximas preia-mares até 100 metros para o interior do território;
d) A faixa de terreno até 100 metros confinante com as nascentes de água;
e) A faixa de terreno no contorno de barragens e albufeiras até 250 metros;
f) Os terrenos ocupados pelas linhas férreas de interesse público e pelas respectivas
estações, com uma faixa confinante de 50 metros de cada lado do eixo da via;
g) Os terrenos ocupados pelas auto-estradas e estradas de quatro faixas, instalações e
condutores aéreos, superficiais, subterrâneos e submarinos de electricidade, de
telecomunicações, petróleo, gás e água, com uma faixa confinante de 50 metros de
cada lado, bem como os terrenos ocupados pelas estradas, com uma faixa confinante
de 30 metros para as estradas primárias e de 15 metros para as estradas secundárias e
terciárias;
h) A faixa de dois quilómetros ao longo da fronteira terrestre;
i) Os terrenos ocupados por aeroportos e aeródromos, com uma faixa confinante de 100
metros;
j) A faixa de terreno de 100 metros confinante com instalações militares e outras
instalações de defesa e segurança do Estado.

1.5. Sistema de Informação Geográfica


Segundo MATOS (2008) citado por CUMBANE (2012: 15), um Sistema de Informação
Geográfica é um conjunto de informação contendo informação cuja dimensão espacial está
associada à sua localização na superfície da terra, em um determinado período de tempo. Este
é composto por uma base de dados, software, hardware, procedimentos e recursos humanos.

MARCELLINI (2002), no seu trabalho, detalha a importância dos SIG na planificação


urbana, em pesquisas de mercado, cartografia, controlo de cheias, engenharia sanitária,
planificação de transporte, processamento de imagens de satélite, navegação, gestão e
planificação do uso do solo, na agricultura, na fotogrametria, foto interpretação, recursos
hídricos, análise dos recursos ambientais e na administração dos recursos naturais.

Para CUMBANE (2012: 15), o software SIG apresenta as seguintes funcionalidades:

 Entrada de dados: Converte os dados da forma de origem para um formato


compatível com os SIG. Esta é uma das fases mais demoradas na integração de um
sistema a um software SIG e muitas vezes compromete a evolução do trabalho. Por
34

este motivo, os métodos de entrada de dados e o padrão de qualidade dos dados devem
ser cuidadosamente considerados.
 Gestão dos dados: Inclui funções necessárias para armazenar e recuperar os dados da
base de dados. Aqui, os métodos utilizados para implementar as funções afectam o
desempenho das operações com os dados. O modo como os dados são armazenados e
a estrutura dos mesmos, afectam a recuperação e a velocidade da mesma. Portanto, é
importante a avaliação de um especialista em banco de dados para se ter um bom
desempenho nesta fase.
 Análise e modelação: Esta fase inclui a estatística espacial, a transformação e
manipulação dos dados e determina a informação que pode ser gerada pelos SIG.
 Saída dos dados: As funções que geram os relatórios de saída de um software SIG
variam em qualidade, precisão e facilidade de uso e na capacidade disponível. Os
resultados podem ser gerados na forma de mapas, tabelas ou relatórios. As funções
necessárias são determinadas pelas necessidades dos utilizadores

1.5.1. Análise espacial


Segundo TEIXEIRA et al. (1997), a análise espacial é muitas vezes definida como uma série
de técnicas para analisar eventos geográficos. Um evento geográfico é um conjunto de pontos,
linhas ou áreas, localizados num espaço geográfico o qual está relacionado a um ou mais
valores de atributo.

Para CUMBANE (2012), a análise espacial tem como objectivos efectuar a descrição precisa
e exacta de eventos num espaço geográfico, explorar sistematicamente modelos de eventos e
associá-los no espaço para obter um melhor entendimento dos processos e melhorar a
capacidade de prever e controlar eventos que acontecem no espaço geográfico.

Em ambientes SIG, a análise espacial engloba quatro funções principais que vão desde a
pesquisa da informação para a realização de operações (pesquisa gráfica e pesquisa de
atributos), a função de sobreposição de mapas, as análises de vizinhança e a análise de
conectividade. Estas funções tornam a análise espacial uma ferramenta de grande auxílio em
modelos de tomada de decisão, como é o caso dos modelos ambientais (CUMBANE, 2012:
16).
35

1.6. Análise Multicritério


De acordo com COSTA (2004), a decisão é um grande desafio que se apresenta aos
executivos e líderes, actuantes no sector público ou no privado. Em especial, este desafio se
torna mais complexo quando envolvido por variáveis subjectivas e por julgamentos de valor.

A tomada de decisão considerando muitas variáveis é uma realidade em um contexto onde os


problemas se tornam cada vez mais complexos, ao mesmo tempo que mais dados se tornam
disponíveis. Problemas dessa natureza demandam, em geral, a avaliação de critérios
representando atributos espaciais que possam assegurar uma decisão mais adequada à
realidade local.

Segundo ANDRADE (2004), “uma decisão é um curso de acção escolhido pela pessoa, como
o meio mais efectivo à sua disposição, para alcançar os objectivos pretendidos, ou seja, para
resolver o problema que o incomoda”.

A Análise Multicritério (ou Auxílio Multicritério à Decisão) busca a modelagem e solução de


problemas desta natureza, destacando-se - principalmente devido as sua características
inovadoras - como um instrumental poderoso e de uso crescente no âmbito da tomada de
decisão por organizacional.

1.6.1. Análise Hierárquica de Processos (AHP)


O método AHP analisa matematicamente comparações pareadas entre factores em conjunto
aos julgamentos e pesos de especialistas para avaliar critérios qualitativos ou intangíveis.
Assim, são identificados factores ou atributos que, quando seleccionados, são organizados
hierarquicamente descendentes de modo geral até o objectivo ou solução para o (os) problema
(as) até o critério, subcritério e alternativas em diversos níveis (SAATY, 1990 citado por
PIMENTA, et., all, 2018)

Segundo CHANDIO et al (2013), o método AHP tem sido utilizado em problemas espaciais
de localização, na análise de adequabilidade de terras, através dos pesos que determinados
critérios têm no alcance do objectivo da análise. Trata-se de um procedimento para os
tomadores de decisão que aborda a aptidão de terras através da sistematização de critérios
visando à selecção do local.

Segundo BESTEIRO et al, o AHP (Analytic Hierarchy Process) é um método eficaz para a
tomada de decisão, pois ele identifica a melhor opção dentro das alternativas possíveis e ajuda
36

na determinação de prioridades, considerando aspectos quantitativos e qualitativos. Através


da redução de decisões complexas a decisões comparativas par a par. O AHP se divide em
estruturação, julgamentos e síntese dos resultados.

O tomador de decisões, para aplicar o AHP, define o objectivo geral e, assim, selecciona os
atributos para alcançar a meta. Os elementos deverão estar estruturados hierarquicamente.
Comparado a uma árvore, à medida que se afasta da raiz (objectivo), temos factores mais
específicos, e os mais extremos (as folhas) representam os factores ou critérios de avaliação
Assim, quanto mais genéricos forem os atributos, mais altos eles deverão estar na hierarquia.

As alternativas ficam na base da árvore, abaixo do último nível de atributos. Esse arranjo
permite fazer com que seja possível para o tomador de decisão focalizar cada parte e todo o
complexo problema, com isso obter prioridades através de uma simples comparação par a par
baseada nos dados obtidos pelo usuário.

Segundo BERTAHONE & BRANDALISE (2017), O método AHP foi criado por Tomas L.
Saaty, na década de 70, baseado na matemática e psicologia e é um método de multicritério
amplamente utilizado e conhecido actualmente AHP foi desenvolvido com a finalidade de
auxiliar nos processos de tomadas de decisão, planeamentos empresariais, resoluções de
conflitos e diversas outras modalidades em que a multiplicidade de factores está presente.

O Decision Support Systems Glossary (DSS, 2006) citado por BERTAHONE &
BRANDALISE, 2017: 04), define AHP como: “uma aproximação para tomada de decisão
que envolve estruturação de multicritérios de escolha numa hierarquia. O método avalia a
importância relativa desses critérios, compara alternativas para cada critério, e determina um
ranking total das alternativas”.

1.6.2. Elementos de uma hierarquia no AHP


Os elementos chaves de uma hierarquia para o tratamento de problemas de decisão são os
seguintes:

 Foco principal: É o objectivo global. Por exemplo: a escolha de um lugar óptimo para
habitação, escolha de um colégio para os filhos, escolha de uma estratégia militar ou
escolha de uma alternativa de investimento;
 Conjunto de alternativas viáveis: Para se tomar uma decisão é necessário existir a
possibilidade de decisão ou de escolha. Ou seja: no AHP, assim como em todas as
37

demais metodologias de tratamento do processo decisório, é necessário identificar o


conjunto de alternativas viáveis para a tomada de decisão.
 Conjunto de critérios: É o conjunto de propriedades, atributos, quesitos ou pontos de
vista à luz do qual deve-se avaliar o desempenho das alternativas. Conforme reportado
em CHANKONG e HAIMES (1983), citado por COSTA (2004) este conjunto deve
ser: Completo (todas as propriedades relevantes à solução do problema devem estar
"cobertas" pelo mesmo); Mínimo (não devem ocorrer redundâncias (ou
"superposições"). Operacional (para que possa ser compreendido e utilizado pelo
decisor quanto pelos avaliadores0

Para SAATY (1987), o método AHP é uma teoria geral de mensuração, usado para derivar
escalas de comparações entre pares discretos e contínuos. Essas comparações podem ser
tomadas a partir de medições reais ou de uma escala fundamental indicadas na tabela 5, que
reflecte a força relativa das preferências e julgamentos.

Tabela 5:Escala absoluta, definição e justificativa para AHP

Importância da
escala absoluta Definição Justificativa
1 Igual importância As duas actividades contribuem
equitativamente para o objectivo
Importância moderada de Julgamento e experiência favorecendo
3 um sobre o outro factor fortemente uma actividade sobre a outra
5 Essencial ou forte Julgamento e experiência favorecendo
importância fortemente uma actividade sobre a outra
7 Importância muito forte Uma actividade é fortemente favorecida
e sua dominância é demonstrada na
prática
Evidência favorecendo uma actividade
9 Importância Extrema sobre a outra é a mais expressiva possível
na ordem de afirmação
Valores intermediários Quando há necessidade de compromisso
2,4,6,8 entre os julgamentos
adjacentes
Fonte: Adaptado de SAATY (1987) citado por PIMENTA et al, 2018.
38

Tabela 6: Importância relativa

Importância Definição

1/7 Muito menos importante


1/5 Menos importante
1/3 Ligeiramente menos importante
Fonte: Adaptado de LOPES, 2005.

1.7. Revisão em torno do uso de SIG na análise espacial


O processo de planeamento pode ser aplicado em qualquer situação, incluindo o uso do solo e
desenvolvimento de uma região. Assim, o planeamento do território é um processo de
definições a serem tomadas no presente para que no futuro, determinada região alcance seus
objectivos de crescimento e desenvolvimento (GARCIA E FILHO, 2019)

O desenvolvimento da tecnologia de informação modernizou os processos de planeamento e


gestão urbana, e como exemplo disso, tem-se o avanço das técnicas de geração e análise de
informação espacial, o geoprocessamento

Com a finalidade de orientar o poder público e a iniciativa privada na construção dos espaços
urbanos e rurais, preservando a qualidade de vida e o ecossistema (FARINA, 2006). Uma
forma de efectivar esse estudo é utilizar as ferramentas disponíveis nos (SIG) destaca-se os
seguintes estudos:

 GARCIA e FILHO (2019) – Mapeou áreas de expansão urbana considerando os


aspectos legais, físicos e ambientais por meio do Sistema de Informação Geográfica
(SIG). Entre os métodos de avaliação multicritério foi utilizado o Processo de Análise
Hierárquica (AHP). O estudo teve como resultados áreas de adequabilidade à
expansão urbana, com intervalo de 6,1 a 31,1, onde as áreas mais aptas tendem a 31,1
e as áreas menos aptas a 6,1.
 MACARRINGUE et al (2019) – Mapeou potenciais áreas de restrição à ocupação
humana bem como as áreas de reassentamento em alguns distritos junto da bacia do
Limpopo ao sul da província de Gaza. A análise de dados foi feita em ambiente SIG
utilizando técnicas de processamento digital de imagens, modelagem (média
ponderada) e análise de dados.
39

 MANDALA (2016) - Análise da degradação ambiental por erosão hídrica de solos na


bacia hidrográfica do rio Lifidzi no planalto de Angónia: contribuição metodológica
para Moçambique;
 GOMES e BIAS (2018) - Integração Do Método AHP E SIG como Instrumento De
Análise Do Nível De Conservação Ambiental Em Bacias Hidrográficas;
 CUMBANE (2012) - Aplicação de Sistemas de Informação Geográfica para a
determinação do Potencial Natural de Erosão dos solos no Distrito de Sussundenga –
Moçambique
 PIMENTA et al (2019) - Processo Analítico Hierárquico (AHP) em ambiente SIG:
temáticas e aplicações voltadas à tomada de decisão utilizando critérios espaciais;
 MUACUVEIA e FERREIRA (2017) - Ambiente nas áreas de expansão urbana e
ocupação irregular do solo na cidade de Nampula – Moçambique.
 BARROS e MARQUES (2009) - Mapeou as áreas urbanizáveis em Viçosa – MG por
meio da análise multicritério e usando como base de dados a legislação, mapas digitais
de declividade, uso e ocupação do solo, estradas, hidrografia e limite urbano.
 ARAÚJO e CAMPANTE (2018) - utilizaram o sistema de informações geográficas e
o método de análise multicritério para a definição da capacidade de suporte de carga e
o cálculo do estoque de potencial construtivo em áreas urbanas em Belo Horizonte -
MG. O trabalho determinou as áreas de relevância ambiental, potencial para ocupação
e a síntese da proposta de ocupação e protecção.
 SIMIONE (2021) – Analisou a fragilidade Ambiental no Município de Maputo: Caso
do Distrito Municipal KaMaxakeni, com o objectivo de contribuir para a gestão
sustentável da ocupação do espaço geográfico tomando em consideração as classes de
fragilidade ambiental e da vocação natural de cada uma das parcelas do Distrito
Municipal KaMaxakeni através da ferramenta SIG;
 VALOI (2021) – Fez analise espaciais as áreas susceptíveis as inundações na Cidade
de Chimoio, a partir da modelagem de dados geográficos em ambiente SIG. Para a
elaboração do mapa de susceptibilidade às inundações recorreu-se à metodologia do
Processo Analítico Hierárquico (AHP) proposta por Saaty (1980), onde fez-se a
definição de graus de importância entre 1 a 5, sendo o valor 5 atribuído à altíssima
susceptibilidade, que consistiu na combinação de informações (declividade,
precipitação, uso do solo, solo e relevo) para melhor identificar as áreas susceptíveis.
40

 MACAMO (2021) – Utilizou as Técnicas de Geoprocessamento na Análise da


Fragilidade Ambiental na Bacia Hidrográfica do Rio Matola com o objectivo de
contribuir para a gestão sustentável da ocupação do espaço geográfico tomando em
consideração a vocação natural de cada uma das parcelas da bacia. Tendo como
metodologias as técnicas de pesquisa bibliográfica, observação e técnicas
cartográficas: mapas topográficos na escala 1:50 000 e 1:250 000, Imagem do Sensor
Sentinel-2 com 10 metro de resolução espacial nas Bandas 2, 3, 4 e 8 e os Programas
informáticos de geo-processamento: Google Earth Pro, QGIS 3.4.10 (Madeira) e
ArcGIS 10.3.
 MAGAIA (2022) – Utilizou a analise multicritério AHP na identificação das áreas
suspeitáveis a inundações na Sub - bacia hidrográfica do Rio Revuboè. A metodologia
aplicada consistiu na aplicação de AHP e na construção de modelo matemático com
pesos dos factores de influência por meio do software ArcGis 10.4.1.
41

CAPITULO 2: DESCRIÇÃO DA ÁREA EM ESTUDOS

2. Localização da área em estudo


A Localidade Eduardo Mondlane, situa-se entre os paralelos 26° 00´ e 26° 14´ de latitude Sul
e entre os meridianos 32° 10´ e 32° 30´ de longitude Este, na zona sul de Moçambique,
concretamente no distrito de Boane, a faz fronteira a Norte com a localidade de Gueguegue, a
este com o distrito de Matutuine, a norte e oeste com o distrito de Namaacha com uma área de
404,77 km2.

Figura 3: Mapa de localização geográfica da Localidade Eduardo Mondlane

Fonte: Dados do CENACARTA, elaborado pelo autor (2022).


42

2.1. Divisão da Localidade Eduardo Mondlane


A Localidade Eduardo Mondlane: possui treze povoações e uma aldeia, designadamente:
Massaca 1, Massaca 2, Aldeia Paulo Samuel Kamkhomba (PSK), Saldanha, Umpala,
Mahanhane, 7 de Setembro, Eduardo Mondlane, Marien Ngouabi, 25 de Junho, Djimo,
Ambrósio, Jossias Tongogara e Manguiza.

2.2. Caracterização Físicos-Naturais

2.2.1. Geologia
Segundo a interpretação da carta geológica de MOURA (1969), e da nota explicativa de
Afonso 1976, a geologia regional do distrito de Boane onde se insere a Vila com o mesmo
nome pertence ao complexo vulcânico dos Libombos-Karró superior que se alongam na
direcção Norte-Sul. Este complexo é formado por riolitos, brechas, tufas e cinzas vulcânicas
geralmente de grão fino e médio cuja coloração varia de vermelho à castanho.

De acordo com MATULE e MACARRINGUE (2019), a Boane é constituído por material


basáltico de idade Jurássico-Cretáceo (Karroo Vulcânico da série Superior), sedimentos de
Mananga, seixos rolados e por sedimentos aluvionares. Os basaltos são de idade Jurássico-
Cretáceo, pertencentes ao Super grupo do Karroo, formados durante a última fase, a das
emanações vulcânicas denominadas de Stormberg Superior ou Série Superior expressa na
figura 4.

Estes Basaltos fazem parte da cadeia dos Libombos com direcção Norte-Sul com mais de
450km de comprimento e de 20-25km de largura e inclinação para Este. Encontram-se
também, nas duas margens do rio Umbeluzi, coberturas quaternárias de materiais arenosos,
constituídas por depósitos aluvionares ou por aluviões com cascalho, quartzo, riólitos, alguns
minerais e rochas.
43

Figura 4: Mapa de Geologia

Fonte: Dados do CENACARTA, elaborado pelo autor (2022).

2.2.2. Relevo
Segundo ALBINO apud MATULE e MACARRINGUE (2019), O relevo do baixo curso da
bacia do rio Umbeluzi é caracterizado, em geral, por uma paisagem levemente ondulada e
sem grandes diferenças de altitude. Na parte Norte, Este e Sudoeste apresenta uma paisagem
com pequenas diferenças de nível, formando-se uma verdadeira planície. na localidade de
Eduardo Mondlane a altitude varia dos 10 – 180 m conforme mostra a figura 5.
44

Figura 5: Mapa Hisométrico

Fonte: Dados do ALOS POLSAR, elaborado pelo autor (2022).

2.2.3. Declive
Em geral, área de estudo é por uma paisagem levemente ondulada e sem grandes diferenças de
altitude. No entanto, a parte Norte, Este e Sudoeste apresenta uma paisagem com pequenas diferenças
de nível, formando-se uma verdadeira planície, enquanto a Sul e Oeste é caracterizado por uma
variação gradual de altitudes. É importante referir que 1/4 da área urbanizada situa-se em terrenos
elevados acima de 30m (PEU, 2019)
45

Figura 6: Mapa de declividade

Fonte: Dados do ALOS POLSAR, elaborado pelo autor (2022).

2.2.4. Clima
Segundo MAE (2005), o Clima da região é sub-humido e com deficiência da chuva no
estacão fria, caracterizado por alternância entre as condições secas, induzidas pela alta pressão
subcontinental e as incursões de ventos húmidos de oceanos. Vagas de frio podem
tempestades violentas e chuvas torrenciais de curta duração.

A temperatura média anual é de 23.7°C. A humidade relativa média anual é de 80,5%,


variando de um valor máximo de 86% em Julho em um valor mínimo de 73,5% em
Novembro.

A Pluviosidade média anual é de 752 mm variando entre os valores médios de 563,6mm para
o período húmido e 43,6mm no período seco.
46

Figura 7: Mapa pluviométrico

Fonte: Dados do WordClim, elaborado pelo autor (2022).

2.2.5. Hidrografia
O distrito é atravessado pelos rios Umbeluzi, Tembe e Matola pertencentes às bacias
hidrográficas dos mesmos nomes, sendo o rio Umbeluzi, que nasce no vizinho e-Swatini
(antiga Swazilândia) numa extensão de 70 km, o mais importante por ser a principal fonte de
água potável para as cidades de Maputo (capital do país) e Matola além de ser a principal
fonte de água para agricultura de irrigação (MATULE e MACARRINGUE (2019).
47

Figura 8: Mapa de hidrografia

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

2.2.6. Solos
De acordo com TIQUE e DYKSHOORN (1993), cinco unidades principais de solos podem
ser encontradas na grande parte do distrito, a saber: (i) derivados de Basaltos-Bv; (ii) de
Mananga com cobertura arenosa inferior a 25cm-Ml; (iii) de Post-Mananga-P; (iv) sobre
seixos rolados-S; e (v) aluvionares do rio Umbeluzi-F como mostra a figura 9.
48

Figura 9: Mapa de solo

Fonte: Dados do IIAM, elaborado pelo autor (2022).

2.2.7. Cobertura vegetal


Em termos de floresta que possuía grande densidade de estrato arbóreo, árvores de tronco
grosso com amplas copas que se elevavam até a uma altura de 10 a 20 m que com tempo foi
sendo degradada dando lugar às áreas de pastagem e agricultura, apresentando manchas de
savana secundária e árvores de fruto espontâneas ou subespontâneas (MUCHANGOS, 1999).

De acordo com PEU (2019), distrito de Boane onde se localiza a localidade Eduardo
Mondlane insere-se na região sudano-zambézica no domínio das savanas e florestas Sul
Africana, e apresenta as seguintes formações vegetais:

 Savana e matagais de espinhos com ocorrência de acácias herbáceas Kraus Siana,


Spirokarpa, Dichrostaachys e trepadeiras suculentas como Sarcostemma, Ciscos e
Ceropegia, Aloé e Sanseviera, Estratogranuloso com domínio das especies Pinicum,
Setaria, Chloric, Urochloa e Eracrotes;
49

 Vegetação típica dos aluviões que compreende essencialmente savanas herbáceas e


estepes com predomínio de espécies de género sectária andropogónio e ischaepre
verdes ou decíduo para além de savanas arbóreas com abundância de espécies do
género acácia, Xanthophoca, Compilacantha, Spiracarpa, Nigrescers, Ficos,
Combrutum, Borrassus, Hiphene, etc;
 Estepes Holófilas de gramíneas suculentas com espécies do género Esporobolus
(Nitens, S, Mabginatus e S. Virginicus

Figura 10: Mapa Cobertura vegetal

Fonte: Dados do CMB, elaborado pelo autor (2022).

Em termos de uso e ocupação de solo da localidade Eduardo Mondlane destaca-se:

 Áreas construídas urbanizadas e não urbanizadas (habitações, vias de acesso,


equipamentos e serviços sócias actividades económicas etc.)
 Cobertura vegetal (inclui a vegetação nativa, floresta degradada, área do mangal bem
como os campos de produção de hortícolas e leguminosas;
 Corpos de Água (incluem lagos e rios, áreas inundadas);
 Solo exposto.
50

Figura 11: Mapa de uso e cobertura do solo

Fonte: Dados do USGS, elaborado pelo autor (2022).

2.3. Caracterização Socioeconómica

2.3.1. População
Segundo os dados do INE do censo de 2017 a localidade de Eduardo Mondlane possui uma
população total de 35.435 habitantes, dois quais 16.997 são do Sexo masculino e 18.438 do
sexo feminino.

Cerca de 70% da população de Boane vive na base da agricultura como sua principal fonte de
subsistência. Para a obtenção da renda dedicam-se à produção de hortícolas, frutas, produção
de viveiros de árvores de fruta e sombra, criação de animais de pequena espécie, assim como
desenvolvimento de indústrias de micro dimensão, tais como estaleiro para materiais de
construção.

As principais áreas onde se localiza a produção agro-pecuária são os bairros de Mahanhane


Massa, Umpala e Rádio Marconi. Parte significativa dos habitantes possui áreas produtivas na
periferia algumas das quais chegado a estabelecer habitações temporárias.
51

2.3.2. Desenvolvimento da Actividade Industrial


A Vila de Boane conta, com seis jazigos de areias e uma pedreira. Funcionam na Vila 27
empresas sendo a pequena indústria local a mais expressiva distribuída pelas mais variadas
actividades como demonstra a Tabela 7.

Tabela 7: Principais actividades económicas

Nome Actividade Localização Estado


actual

Sumol + Produção e Av. Namaacha Operacional


Compal comercialização de Sumo Belo Horizonte
Moçambique, S.A
Moçambique Processamento de Frangos Bairro de Umpala, Operacional
Far
ms Lda
Galovos Agricultura e Pecuária Bairro de Mahanhane Operacional

Moz Pintos Avicultura Bairro de Mahanhane Operacional

AgroFarm Produção de Radiadores Bairro da Massaca

Tedeco Lda Construção Civil Av. Namaacha, Bairro Operacional


25 Setembro

Blitz Estaleiro Bairro 25 de Setembro

Wakabricks Produção de Blocos Campoane Aldeia

Hipermaquina Pedreira Mabanja

Fonte: PEU, 2019

2.3.3. Desenvolvimento da Actividade comercial


De acordo com o PEU (2019), o comércio incide sobre a parte central da Vila sobretudo nos
Bairros (1, 2 e 3), e na periferia nos bairros Massaca e Campoane Aldeia. O Bairro de
Massaca foi o registou maior número de novos estabelecimentos no ano 2018. O registo de
estabelecimentos comerciais tem sido exercido de forma dinâmica sendo que nos últimos anos
a registo de um crescimento significativo nas áreas comercial formal e informal.

A rede comercial formal registou um crescimento significativo nos últimos anos, passando de
um registo de 42 estabelecimentos em 2000 para um registo de 105 em 2018, sendo 22
grossistas e 83 retalhistas. Para além destas unidades há ainda 70 casas de comércio a título
precário.
52

CAPITULO 3: RESULTADOS E DISCUSSÕES


Após a definição dos critérios foi utilizado no processo de atribuição dos pesos, para a
definição de padrões que auxiliam os órgãos decisores na tomada de decisões. De referir que
os factores (uso e ocupação do solo, tipo de solo, declividade e hipsometria e pluviométrica)
foram organizados e julgados mediante a hierarquia de importância entre os factores definidos
através de pesos. Para definir a importância dos critérios a quanto a adequabilidade a
expansão urbana, realizou-se a comparação pareada/ dois-a-dois dos factores utilizando a
escala de importância dos critérios numa matriz de confusão, estabelecendo pesos para cada
factor influente mediante o seu grau de relevância para a produção de mapa final.

A seguir são apresentados as matrizes segundo os critérios de preferências estabelecidas. Essa


primeira comparação foi definida por meio da matriz reciproca 5 x 5, ou seja 25 combinações,
que incluem as comparações entre os próprios critérios que é composta pela diagonal
principal de valor igual a um, uma vez que, a comparação foi feita pelo mesmo critério. A
tabela 8 a baixo mostra a matriz de decisão

Tabela 8: Matriz de decisão AHP dos critérios

Factores Declividade Altitude Solo Uso e Pluviométrica


cobertura
Declividade 1 3 2 3 2
Altitude 1/4 1 1/3 2 1/3
Solo 1/4 3 1 1/3 2
Uso e 1/3 1/2 3 1 3
cobertura
Pluviométrica 1/3 1/2 1/2 1/3 1
Total 2,17 8,00 6,83 6,67 8,33
Fonte: Adelino Laice, 2022.

A Tabela 9 mostra os valores normalizados dos pesos de cada elemento da coluna. Após a
normalização da matriz, foi realizado o cálculo do auto vector máximo para estabelecer a
ordem de importância dos critérios em ordem estabelecida.
53

Tabela 9: Matriz normalizada

Factores Declividade Altitude Solo Uso e Pluviométrica Media Percentagem


Cobertura
Declividade 0,46 0,38 0,29 0,45 0,24 0,30 30
Altitude 0,12 0,13 0,05 0,30 0,04 0,19 19
Solo 0,12 0,38 0,15 0,05 0,24 0,19 19
Uso e 0,15 0,06 0,44 0,15 0,36 0,23 23
cobertura
Pluviométrica 0,15 0,06 0,07 0,05 0,12 0,09 9
Total 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 100

Fonte: Adelino Laice, 2022.

Em seguida calculou-se o índice de consistência (IC). O índice de consistência de uma matriz


de comparações paritárias indica o quanto o autovalor está afastado do valor teórico esperado
n (FARIA, 2011).

O IC foi determinado pela Equação 2.

(Equação 2)

Onde:

λmáx é o autovalor máximo;

N é a ordem da matriz de comparações paritárias

Para determinar o λ máximo: considera-se o n.º de critérios, que neste caso são 5. Divide-se o
vector do Total de entradas pelo vector da Média e obtêm-se um novo vector. Deste vector
resultante, somam-se as suas parcelas (5) e divide-se pelo n.º de critérios (5), e resultado é o λ
máximo. O resultado do cálculo do índice de Coerência é apresentado na tabela 11.

Para testar a integridade dos julgamentos realizados foi calculado a razão de consistência
(RC), que permite analisar o grau de violação da proporcionalidade e transitividade dos
julgamentos do decisor e é dada pela seguinte Equação 3:

(Equação 3)

O índice aleatório está representado na tabela abaixo descrita.


54

Tabela 10: Tabela do Índice Aleatório

Dimensão da 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
matriz
Coerência 0,00 0,00 0,58 0,90 1,12 1,24 1,32 1,41 1,45 1,49
aleatória
Fonte: JORDÃO (2006)

O Comparar o Índice de Coerência, IC com o Índice Aleatório, IA e verificar se é ≤ 0,10


(10%). O resultado esta descrito na tabela 11.

Tabela 11: Comparador de índice de coerência

Factores Média Entradas Máxima IC Coerência RC


aleatória
Declividade 0,36 2,00 5,48
Altitude 0,13 0,78 6,16
Solo 0,19 0,92 4,94 5,36 0,09 1,12 0,08
Uso e 0,23 1,25 5,36
cobertura
Pluviométrica 0,09 0,45 4,86
Fonte: Adelino Laice, 2022.

Após a normalização das alternativas foi realizada a reclassificação (colocados em apêndice)


de cada uma das restrições, Por fim, para a obtenção do mapa final, que identifica quais as
áreas mais e menos propícias a expansão, foi realizada a multiplicação de cada um dos critério
e seus respectivos autovetores normalizados (pesos) (Tabela 9), e depois efectuou a soma de
todos os resultados obtidos, como mostra a Equação 1.

O mapa final está apresentado na Figura 12. Como resultado obtivemos a faixa de
adequabilidade vária de 1 a 5 na qual quanto mais próximo de 1 menos apta é a área ao
desenvolvimento, ao passo que, quanto mais próximo de 5 mais apta ao crescimento é a
região.
55

Figura 12: Mapa final com as áreas propícias à expansão

Fonte: Adelino Laice, 2022.

De acordo com a tabela 12 e figura 12, pode-se constatar que a menor parte da Localidade
Eduardo Mondlane (8,8%) classe de não muito apta, moderada (9,3%), e muito apta (32,6%)
de adequabilidade a expansão urbana, considerando-se os parâmetros estabelecidos como
declividade, altitude, uso e cobertura, precipitação e solos.

Tabela 12: Áreas de cada classe de Adequabilidade a expansão urbana

Nota Classe Área (km2) Percentagem


1,00 Não apta 35,68 8,8
2,00 Não muito apta 37,46 9,3
3,00 Moderada 76,77 19,0
4,00 Apta 122,84 30,3
5,00 Muito apta 132,02 32,6
Total 404,77 100,00

Fonte: Adelino Laice, 2022.


56

3. Classe de Adequabilidade

3.1. Classe de Adequabilidade não muito apta


A classe não muito apta, em 8.8 % conforme o gráfico 1, na área de estudo ocorre na parte
norte, este e sudoeste apresenta uma paisagem com pequenas diferenças de nível, formando-
se uma verdadeira planície. Do período quaternário encontram-se materiais arenosos
constituídos por depósitos aluvionares ou proluviões nas margens dos rios, nessa região
predominam Solos fluviais de alta fertilidade que abundam principalmente ao longo das
margens do rio Tembe e na albufeira dos pequenos Libombos, com mais enfâse nos bairros de
7 de Setembro e Saldanha, nestas áreas as populações locais utilizam estacas, caniço e outros
materiais locais para a construção. Essas áreas são susceptíveis a inundações

Segundo VALOI (2021), pode-se afirmar que as susceptibilidades a inundações são


potencializadas por três factores referente as condições naturais do relevo, o que facilita o
escoamento da água superficial dos pontos altos para essas áreas baixas de relevos planos; a
pluviométrica e a precariedade e por factores socioeconómicos e culturais que resultam na
ocupação desordenada do solo e na deposição de resíduos sólidos nos corpos d’água dos
canais, que dificultam o processo de drenagem da água.

Figura 13: Áreas inundadas

a) b)

Fonte: Capturas pelo autor, 2022.


57

A figura a) documenta o cenário de inundações ao longo das vias na localidade Eduardo


Mondlane é notório que as vias não foram estabelecidas seguindo as vertentes e a figura b)
reporta o caos no escoamento das águas provenientes das chuvas no solo impermeável

Esses factores contribuem para as ocorrências de inundação, uma vez que a água proveniente
das chuvas e da elevação do nível dos rios, escoam no solo impermeabilizado e se concentram
nessas partes mais baixas do terreno. Essas áreas ocupam cerca de 36, 68km 2, em termos de
uso recomenda-se que seja de uso agrícola e pesca dada as característica dos solos e a
presença do rio.

3.2. Classe de Adequabilidade moderada


Dados expostos na tabela 12, percebe-se que a área da classe moderada (19,0%) ocorre com
mais destaque no norte da localidade onde predominam áreas susceptíveis a inundações
(figura 14) dada a topografia do terreno que apresenta uma paisagem com pequenas
diferenças de nível, formando-se uma verdadeira planície com altitudes que variam de 11 a 38
metros predominam solos de aluviões estratificados de textura grossa.

Predominam a oeste por ser é caracterizado por uma variação gradual de altitudes e maiores
declives susceptíveis a erosão hídrica. De salientar que a zona central situa-se entre 48 a 80 m
de altitude numa extensão de 4km. Pertence ao complexo vulcânico dos Libombos-Karró
superior que se alongam na direcção Norte-Sul.

Este complexo é formado por riolitos, brechas, tufas e cinzas vulcânicas geralmente de grão
fino e médio cuja coloração varia de vermelho à castanho. Em termos de uso e cobertura do
solo destaca-se os solos expostos conforme mostra a figura 11, e ocupa uma área de 76,77km2
conforme o gráfico 1 e tabela 12.
58

Figura 14: Áreas de Adequabilidade Moderada

c) d)

Fonte: Capturada pelo autor (2022).

A figura c) demostra a real situação nas áreas de adequabilidade moderada onde verifica-se
solos com potencial agrícola e a figura d) nessa figura é possível ver com clara evidencia as
culturas de bananas que geralmente se desenvolvem em áreas de alta fertilidade

3.3. Classe de Adequabilidade muito apta


Com base no Mapa de áreas de expansão urbana (Figura 12), pode se verificar que a classe de
adequabilidade muito apta localiza-se no Centro da localidade Eduardo Mondlane com a
direcção Norte-sul e a noroeste nas redondezas do bairro Massaca 1, Massaca 2 num total de
132,02 km2, que correspondem a 32, 6% do total da área da localidade Eduardo Mondlane.
Esta classe ocupa a maior parte da área de estudo. A geologia regional da área onde esta
inserida a classe muito apta pertence ao complexo vulcânico dos Libombos-Karró superior
que se alongam na direcção Norte-Sul. Este complexo é formado por riolitos, brechas, tufas e
cinzas vulcânicas geralmente de grão fino e médio cuja coloração varia de vermelho à
castanho.

Quantos aos solos, estão agrupados os solos arenosos de fertilidade muito baixa e de baixa
retenção de água, destacam se também os solos de mananga com cobertura arenosa, os solos
argilosos vermelhos ocupam uma proporção espacial intermédia entre os dois tipos de solos
anteriormente apresentados, particularmente nos Bairros e Massaca, Umpala. Nesta classe
predomina a vegetação nativa (vegetação herbácea, arbustiva e por vezes arbórea) conforme a
figura 15 e a descrição do Plano de estrutura Urbana da Vila de Boane .
59

Figura 15: Vegetação nativa

Fonte: Aurio Chilundo (2022)

Em termos de topografia esta classe é caracterizada por uma variação gradual de altitudes e
distribui-se em quase toda área sul e o centro com mais enfâse para os bairros de Ambrosio,
Jossias Tongogara, Eduardo Mondlane, 25 de Junho, e Saldanha. É importante referir que 1/4
da área urbanizada situa-se em terrenos elevados acima de 30m de acordo com o mapa
hipsométrico (Figura 5) em termos de altitude compreende intervalos de 38 a 80 m de altitude
numa extensão de 4km.

Figura 16: Áreas favoráveis ao assentamento urbano

e) f)
60

g) h)

Fonte: Capturada pelo autor, (2022)

O Cenário apresentado nas figuras apresentadas nas alíneas e, f, g, e h estão dispostas em


locais com aptidão física favorável a expansão urbana.

Gráfico 1: Distribuição das áreas

Fonte: Elabora pelo autor, 2022.


61

CONCLUSÕES
Após apresentação da descrição e análise a aptidão física ao Assentamento Urbano na
Localidade Eduardo Mondlane com cruzamento das variáveis pode-se constatar que a maior
parte da Localidade Eduardo Mondlane (8,8%) classe de não muito apta, moderada (9,3%), e
muito apta (32,6%) de adequabilidade a expansão urbana, considerando-se os parâmetros
estabelecidos como declividade, altitude, uso e cobertura, precipitação e solos.

As áreas favoráveis ao assentamento urbano de localiza-se ao sul e este da localidade, onde


ocorre formações do período terciário e quarternário, nestas áreas há predominância de solos
de sedimentos marinhos estuários, Solos de mananga com cobertura arenosa.

O Processo de Análise Hierárquica (AHP) facilitou a análise das áreas aptas a expansão, uma
vez que ele possibilitou um estudo mais detalhado da região estudada e, o uso de uma escala
de peso permitiu uma análise mais abrangente da área de estudo. Além disso, o método AHP
mostrou-se uma óptima ferramenta para lidar com problemas que envolvem muitas variáveis,
tanto quantitativas como qualitativas.
62

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, C. F.. O Ambiente Interior e a Saúde dos Ocupantes de Edifícios de Habitação.

ANDREATTA, V; MAGALHÃES, S. Relatório sobre as Condições do planeamento


Urbano, habitação e Infra-estruturas em Maputo Moçambique. International Growth Center,
Moçambique, 2011.
ANSELMO, S. T. Análise da Fragilidade Ambiental no Município de Maputo: Caso do
Distrito Municipal KaMaxakeni. Monografia Científica apresentada ao Departamento
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67

APÊNDICES
68

Apêndice 1: Mapa de áreas propensas a expansão quanto a hipsometria

Fonte: Elaborado pelo autor (2022)


69

Apêndice 2:Mapa de áreas propensas a expansão quanto ao declive

Fonte: Elaborado pelo autor (2022)


70

Apêndice 3: Mapa de áreas propensas a expansão quanto ao Solo

Fonte: Elaborado pelo autor (2022)


71

Apêndice 4: Mapa de áreas propensas a expansão quanto a precipitação

Fonte: Elaborado pelo autor (2022)


72

Apêndice 5: Mapa de áreas propensas a expansão quanto ao uso e cobertura do solo

Fonte: Elaborado pelo autor (2022)

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