Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Adelino Laice - SIG Na Analise Da Expansao Urbana
Adelino Laice - SIG Na Analise Da Expansao Urbana
Maputo
2022
i
Maputo
2022
ii
Índice
Lista de Tabelas .......................................................................................................................... v
Declaração ................................................................................................................................. ix
Dedicatória.................................................................................................................................. x
Agradecimentos ......................................................................................................................... xi
Resumo .....................................................................................................................................xii
Abstract ....................................................................................................................................xiii
0. Introdução ............................................................................................................................. 14
0.4.1. Técnica............................................................................................................................ 18
3. Classe de Adequabilidade..................................................................................................... 56
CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 61
Apêndices ................................................................................................................................. 67
v
Lista de Tabelas
Tabela 1: Dados utilizados na realização da monografia científica ......................................... 21
Tabela 2: Restrições.................................................................................................................. 21
Tabela 3: Variáveis e Pesos ...................................................................................................... 22
Tabela 4: Notas estabelecidas para os componentes de legenda .............................................. 24
Tabela 5:Escala Absoluta, Definição e Justificativa para AHP................................................ 37
Tabela 6: Importância relativa .................................................................................................. 38
Tabela 7: Principais actividades económicas ........................................................................... 51
Tabela 8: Matriz de decisão AHP dos critérios ........................................................................ 52
Tabela 9: Matriz normalizada ................................................................................................... 53
Tabela 10: Tabela do Índice Aleatório ..................................................................................... 54
Tabela 11: Comparador de índice de coerência........................................................................ 54
Tabela 12: Áreas de cada classe de Adequabilidade a expansão urbana.................................. 55
Lista de Figuras
Figura 1: Ferramenta Raster Calculator utilizada para mapear áreas aptas .............................. 23
Figura 2: Fluxograma para determinação das áreas possíveis de expansão ............................. 25
Figura 3: Mapa de localização Geográfica da Localidade Eduardo Mondlane ........................ 41
Figura 4: Mapa de Geologia ..................................................................................................... 43
Figura 5: Mapa Hisométrico ..................................................................................................... 44
Figura 6: Mapa de declividade ................................................................................................. 45
Figura 7: Mapa pluviométrico .................................................................................................. 46
Figura 8: Mapa de hidrografia .................................................................................................. 47
Figura 9: Mapa de solo ............................................................................................................. 48
Figura 10: Mapa Cobertura vegetal .......................................................................................... 49
Figura 11: Mapa de uso e cobertura do solo ............................................................................. 50
Figura 12: Mapa final com as áreas propícias à expansão ....................................................... 55
Figura 13: Áreas inundadas ...................................................................................................... 56
Figura 14: Áreas de Adequabilidade Moderada ....................................................................... 58
Figura 15: Vegetação nativa ..................................................................................................... 59
Figura 16: Áreas favoráveis ao assentamento urbano .............................................................. 59
vi
Lista de Equações
Equação 1: Areas de adequabilidade a expansao urbana ......................................................... 23
Equação 2: Indice de consistencia ............................................................................................ 53
Equação 3: Razao de consistencia ............................................................................................ 53
vii
PP Plano de Pormenor
IC Índice de Coerência
IA Índice Aleatório
RC Razão de consistência
DV Declividade
A Altitude (Elevação)
S Solo
P Precipitação
ix
Declaração
Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do
meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
______________________________________
Dedicatória
Dedico esta conquista em primeiro lugar a área do saber, em particular no Planeamento e
Ordenamento Territorial.
Aos meus pais em especial a minha mãe Ivone Eugénio Laice por me trazer ao mundo e por
me dar forças e inspiração.
xi
Agradecimentos
A Deus, por ter zelado pela minha saúde física e mental, que me permitiu realizar esta tarefa.
Ao estimado Prof. Doutor Sabil Damião Mandala, pela paciente orientação, direccionamento
do estudo e pelo tratamento recebido, sem os quais não teria sido possível a elaboração deste
trabalho.
Ao dr. Celso Alexandre Vidigal Chivale meu co-orientador pela ajuda em todo o trabalho
feito na pesquisa e nos procedimentos metodológicos, expresso o meu agradecimento, muito
obrigado.
Agradeço a minha família. Um especial agradecimento a Minha mãe Ivone Laice pela força,
motivação, expiração e garra. Agradeço ainda pelo esforço incansável. Ao meu pai Arsénio
Mauaeie. Aos meus irmãos em particular o Chelton Ivone Laice um especial agradecimento
pela companhia nas longas noites estudando para tornar possível esse objectivo.
Agradeço a mim por acreditar em Deus e não me desviar do caminho de Deus, a gradeço a
mim pela forca e motivação, pela coragem e dedicação.
xii
Resumo
A presente monografia científica tem como objectivo a analise das possíveis áreas de
expansão urbana de modo a alcançar o aproveitamento racional e sustentável do espaço
urbano, a preservação do equilíbrio ambiental, a valorização dos diversos potenciais de cada
região, a promoção da qualidade de vida. A metodologia proposta situa-se no plano de um
estudo qualitativo e usou-se uma abordagem mista com o intuito de maximizar a qualidade
dos resultados, métodos de procedimento monográfico ou estudo de caso, cuja colecta de
dados se circunscreveu em análise documental, bibliográfica e cartográfico. Os procedimentos
de tratamento das informações e de elaboração de mapas foram realizados utilizando o
software de SIG ArcGIS 10.8. Foram gerados mapas reclassificados em função dos factores
declividade, elevação, uso e ocupação do solo, solo, precipitação. Após, foi gerado um mapa
de adequabilidade à expansão urbana pela sobreposição de todas as variáveis, utilizando-se a
análise multicritério (AHP), mediante o grau de importância de cada factor na expansão, com
intervalo de 1 a 5 onde as áreas mais aptas tendem a 5 e as áreas menos aptas a 1. Com o
resultado verificou-se que a classe de adequabilidade muito apta localiza-se no Centro da
localidade Eduardo Mondlane em direcção Norte-sul e a noroeste nas redondezas do bairro
Massaca 1, Massaca 2, Ambrosio, Jossias Tongogara, Eduardo Mondlane, 25 de Junho, e
Saldanha num total de 132,02km2, que correspondem a 32, 6% do total da área de estudo, a
classe moderada ocupa uma área de 76,77km2 que corresponde a (19,0%) ocorre com mais
destaque no norte da localidade, por fim a classe de baixa adequabilidade a ocupa uma área de
35,68 km2, localiza-se próximo as fontes de água com solos de alta fertilidades sendo esta
área consideradas áreas susceptíveis a inundações.
Abstract
This scientific monograph aims to analyze the possible areas of urban expansion in order to
achieve the rational and sustainable use of urban space, the preservation of the environmental
balance, the appreciation of the different potentials of each region, the promotion of quality of
life. The proposed methodology is based on a qualitative study and a mixed approach was
used in order to maximize the quality of the results, methods of monographic procedure or
case study, whose data collection was limited to documental, bibliographical and
cartographic. The procedures for processing information and preparing maps were performed
using the GIS software ArcGIS 10.8. Reclassified maps were generated according to the
factors slope, elevation, land use and occupation, soil, precipitation. Afterwards, a map of
suitability for urban expansion was generated by superimposing all the variables, using the
multicriteria analysis (AHP), according to the degree of importance of each factor in the
expansion, with a range of 1 to 5 where the most suitable areas tend to 5 and the less suitable
areas to 1. As a result, it was verified that the very suitable suitability class is located in the
center of the town of Eduardo Mondlane in a north-south and northwest direction in the
vicinity of Massaca 1, Massaca 2, Ambrosio, Jossias Tongogara, Eduardo Mondlane, 25 de
June, and Saldanha in a total of 132.02km2, which corresponds to 32.6% of the total study
area, the moderate class occupies an area of 76.77km2 which corresponds to (19.0%) occurs
more prominently in the north of the location, finally, the low suitability class a occupies an
area of 35.68 km2, is located close to water sources with highly fertile soils and this area is
considered areas susceptible to flooding.
Keywords: Urban Expansion, GIS, AHP
14
0. Introdução
A presente monografia científica intitulada “Sistema de Informação Geográfica na análise da
expansão urbana: Caso do estudo Localidade de Eduardo Mondlane no Distrito de Boane”,
tem como objectivo mapear as áreas óptimas para a expansão urbana de modo a facilitar as
autoridades locais no desenvolvimento de planos de ordenamento territorial, a mesma surge
no âmbito da elaboração da monografia para a obtenção do grau académico de Licenciatura
em Planeamento e Ordenamento Territorial com habilitações ao Planeamento Urbano.
Para DINAPOT e MICOA (2006), o crescimento não planificado se torna cada vez mais
exacerbado. As ocupações irregulares acontecem com frequência em espaços ociosos e
degradados, áreas de declives acentuados, erodidas, bordas dos rios propensas a inundações,
representando perigo eminente para a sustentabilidade das cidades em Moçambique.
Os aglomerados urbanos representam actualmente um importante desafio da gestão do poder
público e para a sociedade de um modo geral, constituem um dos espaços de maior
complexidade nas cidades de todo mundo.
São cada vez mais construídas habitações precárias em bairros de expansão informal,
ampliando de forma exponencial cada vez mais os assentamentos urbanos desordenados, onde
apenas uma pequena percentagem das áreas destes assentamentos é planeada e gerenciada,
embora as populações, geralmente urbanas, tenham o conhecimento dos riscos que estão
sujeitos ao fixarem suas moradias nessas áreas.
Desta forma, propõe-se, neste trabalho, a obtenção de mapa com áreas urbanizáveis na
Localidade de Eduardo Mondlane no distrito de Boane, utilizando ferramenta SIG
considerando os aspectos legais, físicos e ambientais. Entre os métodos de avaliação
multicritério foi utilizado o Processo de Análise Hierárquica (AHP).
15
0.1. Problema
Os problemas territoriais são vários, indissociáveis de uma rápida e descontrolada expansão
urbana: o défice no saneamento básico, as limitações no acesso a equipamentos e serviços, a
predominância de habitação em assentamentos desordenados e de génese ilegal, a destruição
sistemática da estrutura ecológica através da ocupação de áreas ambientalmente sensíveis bem
como de áreas florestais e agrícolas penalizam a qualidade de vida de um elevado número dos
seus habitantes (MACUCULE, 2010: 11).
O crescimento urbano acelerado tem sido desorganizado na maioria das cidades
moçambicanas em particular na localidade de Eduardo Mondlane e isso acarreta a geração de
vários problemas na localidade, como por exemplo, a ocupação de áreas com declividades
acentuadas e de áreas inundáveis.
A expansão das cidades e ocupação acelerada/irregular do solo urbano formando
assentamentos informais, somado com a fraca fiscalização na implementação das políticas
públicas de habitação, a carência de infra-estruturas urbanas e saneamento básico, gera
problemas ambientais de forte impacto para o meio ambiente urbano comprometendo no bem-
estar social (UN-HABITAT, 2004).
No entanto, no que se refere à identificação de novas áreas para a expansão urbana, verifica-se
a necessidade de ponderar factores que influenciem esta ocupação que actualmente são
descartadas por falta de estudos mais aprofundados sobre o assunto.
0.2. Justificativa
Segundo GROSTEIN (2001), a constante expansão urbana e a ocupação irregular do solo
urbano é motivo de preocupação para os célebres urbanistas e ambientalistas e outros
estudiosos em áreas afins, que procuram encontrar meios que possam assegurem e garantir a
preservação de um ambiente saudável para o presente e o futuro das cidades.
A escolha deste tema para a realização do trabalho, justifica-se pelo facto do autor estar
inserido numa área de ocupações desordenada onde não formaram observadas critérios de
planeamento, e pelo facto de ter estagiado no departamento dos assentamentos informais no
Município da cidade de Maputo onde pode perceber o crescimento urbano que ocorre de
forma desordenada que acarreta vários problemas como, a ocupação de áreas com declives
acentuadas e de áreas com alta susceptibilidade aos processos erosivos, áreas de protecção
parciais.
Este tema é de extrema importância, sendo que, contribuirá para melhorar a percepção da
importância do uso dos SIG e analise multicritério para amenizar a ocupação das áreas de
risco.
17
0.3. Objectivos
0.4.1. Técnica
Esta pesquisa consistiu na colecta de informações a partir de textos, livros, artigos e demais
materiais de carácter científico, cingindo nas principais fontes bibliográficas: GARCIA e
FILHO (2019); MACARRINGUE et al (2019); MANDALA (2016); GOMES e BIAS (2018);
CUMBANE (2012); PIMENTA et al (2019); MUACUVEIA e FERREIRA (2017); RIBEIRO
(2018).
19
0.4.2. Matérias
É sabido que o Sistema de Informação Geográfica (SIG) desempenha inúmeras funções como
a criação e utilização de mapas; a compilação dos dados geográficos; a análise de informações
mapeadas e espacializados; compartilha informações geográficas em uma gama de aplicações;
e gerência a informação geográficas numa base de dados (VALOI, 2021).
0.4.2.1. Imagem
Foi utilizada uma imagem Landsat 8, na elaboração do Mapa de uso e ocupação do solo,
obtidos por meio do Site http://earthexplorer.usgs.gov/. Através da combinação das Bandas
combinação da banda 5 (Infravermelho Próximo), banda 4 (Vermelho) e banda 3 (Verde)
conforme mostra a figura 1. Pois para o estudo da vegetação a banda do Vermelho apresenta
bom contraste entre diferentes tipos de cobertura vegetal. Foi feita a correcção Radiometrica,
correcção atmosférica e correcção espacial com o objectivo de corrigir as degradações
radiometrica devidas a desajustes na calibração dos detectores, erros esporádicos na
transmissão dos dados, influências atmosféricas, e distorções geométricas. Através da
digitalização de classes de uso foi obtido o Mapa de uso e cobertura do solo.
0.4.2.3. Solos
A informação sobre solos de Moçambique, de acordo com MANDALA (2016), está
disponível em muitos documentos cartográficos e relatórios produzidos pela Direcção de
Agronomia e Recursos Naturais (DARN), do Instituto de Investigação Agrária de
20
0.4.2.4. Precipitação
O Mapa da precipitação foi gerado por interpolação de médias anuais de registos climáticos
de várias estações. As variáveis incluídas são a precipitação média anuais de 30 anos. Os
dados Referentes a precipitação foram obtidos do site: http://www.worldclim.org/. A tabela 1
indica os matérias utilizados para a realização da presente pesquisa.
0.4.3. Método
Para determinar as áreas passiveis de expansão, alguns dos critérios analisados possuíram
restrições a construção em seu entorno, descritas pela lei de terra. Estas restrições estão
representadas na tabela 2.
Tabela 2: Restrições
Restrições Faixa
Hidrografia 100 metros
Estradas primária – 30 metros
Rodovias Estradas secundaria e terciaria – 15 metros
Linha feira 50 metros
Instalações Militares 100 metros
Barragens e Albufeiras 250 metros
Fonte: Adelino Laice, 2022.
22
Após a identificação das restrições ao crescimento, a criação de buffer, foi feita a definição de
pesos para cada variável pelo método AHP. Considerando a análise de multicritério, foram
definidos pesos (0 – 100%) como mostra a (tabela 3), para cada variável de modo a
diferenciar o grau de importância e correlação com o fenómeno em questão (adequabilidade a
expansão urbana), e notas (1 a 5) para cada componente de legenda, de maneira que quanto
maior a nota, maior a adequabilidade (1: não apta; 2: não muito apta; 3: média apta; 4: apta e
5: muito apta).
Variável Peso
Declividade 30%
Altitude 19%
Solo 19%
Uso e cobertura do solo 23%
Precipitação 9%
Total 100
Para a obtenção do mapa final, foi realizada a reclassificação de cada variável, com a função
Reclassity no Spatial Analyst Tools na ferramenta Reclass do Arcgis 10.8. Por fim, foi feita a
multiplicação dos mapas reclassificados por seus respectivos pesos e a soma dos resultando na
ferramenta calculadora: Raster Calculator do Arctoolbox em Spatial Analisty Tools – Map
Álgebra (Figura 1).
23
Áreas de adequabilidade a expansão urbana = (Dv x 0,30) +(A x 0.19) + (S x 0.19) + (US x
0.23) + (P x 0.0,09).
(Equação 1)
Onde:
DV = Declividade;
A = Altitude (Elevação);
S = Solo;
P = Precipitação.
24
11 – 20 2
30 - 80 1
11 – 38 1
39 – 57 5
Altitude 77 -100 4
110 – 140 3
150 - 180 2
Vegetação 4
Corpos de água 1
Solo e cobertura do solo Área Inundada 2
Solo Exposto 3
Área construída 5
rioliticos líticos
Solos de mananga com cobertura
arenosa 5
790 – 810 3
810 – 850 2
Analise
Multicritério
Reclassificação
Área de expansão
Urbana
Ainda com o mesmo autor (pág. 68), diante do aumento da necessidade de locais para o
desenvolvimento de actividades produtivas e para a constituição de áreas habitacionais, a
expansão da área urbanizada se dá em direcção a terras até então utilizadas para fins agro-
pecuários, sendo estas anexadas ao perímetro dito urbano. O crescimento da demanda por
terras incentiva, portanto, a expansão urbana, mas não há uma relação directa entre a demanda
e a rapidez com que novas áreas são urbanizadas, tampouco com o grau de ocupação efectiva
dessas terras. A explicação está na condição particular de mercadoria assumida pela terra no
espaço urbano.
De acordos com os autores, em termos territoriais, a cidade cresce de modo a ampliar sua área
urbana, ou seja, o perímetro urbano ou aumentando sua mancha edificada, ou ainda
parcelando o solo em áreas não ocupadas.
Segundo Costa (2005: 02), o parcelamento do solo é um processo extensivo, para fins
habitacionais, que resulta no “padrão periférico de crescimento urbano. No entanto BENTES
(2010: 05) citado por JAPIASSÚ & LINS (2014: 18), coloca que o parcelamento não ocorre
apenas para fins habitacionais, mas também para ocupação por grandes empreendimentos e
equipamentos que funcionam como catalisadores do processo de expansão urbana.
Por sua vez, Pera & Bueno (2017: 04) olham expansão urbana como sendo processo de
produção social do espaço urbano, optando-se pela não utilização do termo “processo de
urbanização” como sinónimo de “expansão urbana”, por entendê-lo enquanto reflexão teórica
que aborda a passagem da economia de rural para urbana. Ou, como abordam SANTOS
(1996) e CASTELLS (1983) citados por PERA & BUENO (2017: 04), enquanto aumento da
população urbana em detrimento da população rural o que, por consequência, gera ou não
espraiamento no tecido urbano.
De acordo com RIBEIRO (2018), A urbanização, em seu sentido lato, é processo que consiste
em transformar a área rural em urbana por meio da edificação de infra-estruturas e
provimento de equipamentos para o bem-estar da população. Este processo pode ser
compreendido, ainda, a partir de suas resultantes com base em dois elementos: áreas
urbanizadas com presença ou escassez de infra-estruturas urbanas e ou aumento da população
em áreas urbanas que contribui para o crescimento das cidades.
Para RIBEIRO (2018: 01), diferentemente dos países como os da Europa ou dos Estados
Unidos da América onde o processo de urbanização foi impulsionado pela revolução
28
industrial, em muitos países africanos este processo está em curso e se efectuando de forma
rápida, muitas vezes sem atender aos padrões de planeamento urbano e implantação de infra-
estruturas urbanas.
Segundo RIBEIRO (2018: 01), a rápida urbanização na África Subsaariana onde se localiza
Moçambique está a contribuir para o crescimento de assentamentos informais e aumento da
pobreza. Em termos de tamanho da população que reside em áreas urbanas dentre os nove
países que são os principais mercados da África Subsaariana (Angola, Ghana, Kenya,
Moçambique, Nigéria, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe), Moçambique
apresentou entre 2005 a 2008 a maior taxa média de urbanização em torno de 2.2% ao ano.
De acordo com UN-HABITAT (2007) citado por CMM (2016), Uma das principais
referências para a conceptualização de assentamento informal envolve a definição da
Organização das Nações Unidas (ONU), mediante a sua agência UN-Habitat. Os
assentamentos informais (ou “slum”, termo em inglês) são identificados como áreas
desprovidas de infra-estrutura básica e urbanística, com habitações geralmente superlotadas,
construídas com materiais precários (tipo do material utilizado no piso, parede e telhado) e
com situação fundiária irregular sobre o uso e ocupação do solo.
De acordo com FORJAZ, et all, (2006), citado por MACUCULE, (2010), As dinâmicas
populacionais na área de estudo devem ser entendidas no contexto dos principais fluxos
migratórios que ocorrem no período após a independência, até os dias de hoje, caracterizado
por um grande crescimento da população urbana. Este fenómeno pode desagregar-se em três
fases, a saber:
Migrantes entre distritos ou cidades da mesma província (interior rural para as cidades
regionais geograficamente próximas);
Migrantes entre duas províncias do país (dos centros urbanos regionais para as cidades
principais);
Regressados do estrangeiro.
Estes fluxos ocorreram até o ano de 1985, e foram estancados em 1983 quando foi
desencadeado um movimento para travar o êxodo rural.
29
1980 a 1992, Num contexto de guerra civil, verifica-se um grande fluxo migratório do campo
para a cidade, na procura de segurança e de melhores condições de vida. Período de pós
guerra, o fluxo continua no mesmo sentido e com a mesma intensidade, embora com um
ligeiro abrandamento entre 1997 e 2007.
Mas a tendência parece prevalecer, as populações vindas do meio rural chegam, fixando-se
nas periferias das duas cidades (dinâmicas exógenas) assistindo-se também a um crescimento
da população fruto das elevadas taxas de fecundidade (dinâmicas endógenas). Estas últimas
dinâmicas têm estado na origem da superlotação dos alojamentos do centro da cidade,
motivando a transformação de dependências e garagens em habitações, equipamentos e
serviços, bem como ampliações e remodelações, muitas delas clandestinas e sem respeitar as
normas urbanísticas vigentes.
1.3. Habitação
De acordo com NETO e FREIRE (1999), o termo habitação é muito vasto. Surge com as
primeiras formas dos abrigos construídos há mais de um milhão de anos e que com o tempo
deram origem às mais variadas tipologias arquitectónicas, abrangendo edifícios de carácter
privado, mas também público.
Segundo ABREU, a habitação é entendida como a acção do habitat num espaço que envolve o
elemento físico da moradia, a qualidade ambiental do espaço construído, o seu exterior e as
suas inter-relações. A família tem na habitação o seu principal espaço de sociabilidade,
alterando-a para um espaço essencial, veículo da construção e desenvolvimento da saúde da
família que lá habita.
Segundo CARRILHO & LAGE (2010), com o crescimento avassalador das periferias não
planificadas das cidades temos hoje o desafio de pensar na habitação não apenas como facto
técnico-financeiro, mas como processo integrado e transversal expresso em política ou
estratégia própria (a política ou estratégia de habitação) em que é necessário estabelecer várias
abordagens, dentre as quais:
De acordo com MARGUTI (2017), o acesso à habitação adequada é aqui entendido não
somente como o direito a “um teto e quatro paredes”, mas, sim, como um direito humano
universal e fundamental que carrega consigo outros direitos, como a segurança da posse, a
disponibilidade de serviços de infra-estrutura e equipamentos públicos, a habitabilidade que
deve garantir protecção contra as variações climáticas e contra eventos extremos e riscos e a
localização adequada.
A Lei do Ambiente contém algumas cláusulas sobre áreas de implantação de infra – estruturas
descritas no artigo 14.
32
A Lei n.º 19/97 de 1 de Outubro, garante o acesso e a segurança de posse da terra, tanto dos
camponeses moçambicanos, como investidores nacionais e estrangeiros. Esta legislação
assenta no princípio geral de que a terra é propriedade do Estado, não podendo ser vendida,
alienada, hipotecada ou penhorada.
A Lei de Terras contém algumas cláusulas sobre áreas protegidas e semi-protegidas, descritas
no artigo 6, 7 e 8 da lei de terra.
O artigo 6: diz respeito ao domínio público, segundo a qual são do domínio público as zonas
de protecção total e parcial.
Artigo 7 da lei de terra: diz respeito Zonas de protecção total, segundo a qual consideram-se
zonas de protecção total as áreas destinadas a actividade de conservação ou preservação da
natureza e de defesa e segurança do Estado
Artigo 8: diz Zonas de protecção parcial, segundo a qual consideram-se zonas de protecção
Parcial:
c) A faixa da orla marítima e no contorno de ilhas, baías e estuários, medida da linha das
máximas preia-mares até 100 metros para o interior do território;
d) A faixa de terreno até 100 metros confinante com as nascentes de água;
e) A faixa de terreno no contorno de barragens e albufeiras até 250 metros;
f) Os terrenos ocupados pelas linhas férreas de interesse público e pelas respectivas
estações, com uma faixa confinante de 50 metros de cada lado do eixo da via;
g) Os terrenos ocupados pelas auto-estradas e estradas de quatro faixas, instalações e
condutores aéreos, superficiais, subterrâneos e submarinos de electricidade, de
telecomunicações, petróleo, gás e água, com uma faixa confinante de 50 metros de
cada lado, bem como os terrenos ocupados pelas estradas, com uma faixa confinante
de 30 metros para as estradas primárias e de 15 metros para as estradas secundárias e
terciárias;
h) A faixa de dois quilómetros ao longo da fronteira terrestre;
i) Os terrenos ocupados por aeroportos e aeródromos, com uma faixa confinante de 100
metros;
j) A faixa de terreno de 100 metros confinante com instalações militares e outras
instalações de defesa e segurança do Estado.
este motivo, os métodos de entrada de dados e o padrão de qualidade dos dados devem
ser cuidadosamente considerados.
Gestão dos dados: Inclui funções necessárias para armazenar e recuperar os dados da
base de dados. Aqui, os métodos utilizados para implementar as funções afectam o
desempenho das operações com os dados. O modo como os dados são armazenados e
a estrutura dos mesmos, afectam a recuperação e a velocidade da mesma. Portanto, é
importante a avaliação de um especialista em banco de dados para se ter um bom
desempenho nesta fase.
Análise e modelação: Esta fase inclui a estatística espacial, a transformação e
manipulação dos dados e determina a informação que pode ser gerada pelos SIG.
Saída dos dados: As funções que geram os relatórios de saída de um software SIG
variam em qualidade, precisão e facilidade de uso e na capacidade disponível. Os
resultados podem ser gerados na forma de mapas, tabelas ou relatórios. As funções
necessárias são determinadas pelas necessidades dos utilizadores
Para CUMBANE (2012), a análise espacial tem como objectivos efectuar a descrição precisa
e exacta de eventos num espaço geográfico, explorar sistematicamente modelos de eventos e
associá-los no espaço para obter um melhor entendimento dos processos e melhorar a
capacidade de prever e controlar eventos que acontecem no espaço geográfico.
Em ambientes SIG, a análise espacial engloba quatro funções principais que vão desde a
pesquisa da informação para a realização de operações (pesquisa gráfica e pesquisa de
atributos), a função de sobreposição de mapas, as análises de vizinhança e a análise de
conectividade. Estas funções tornam a análise espacial uma ferramenta de grande auxílio em
modelos de tomada de decisão, como é o caso dos modelos ambientais (CUMBANE, 2012:
16).
35
Segundo ANDRADE (2004), “uma decisão é um curso de acção escolhido pela pessoa, como
o meio mais efectivo à sua disposição, para alcançar os objectivos pretendidos, ou seja, para
resolver o problema que o incomoda”.
Segundo CHANDIO et al (2013), o método AHP tem sido utilizado em problemas espaciais
de localização, na análise de adequabilidade de terras, através dos pesos que determinados
critérios têm no alcance do objectivo da análise. Trata-se de um procedimento para os
tomadores de decisão que aborda a aptidão de terras através da sistematização de critérios
visando à selecção do local.
Segundo BESTEIRO et al, o AHP (Analytic Hierarchy Process) é um método eficaz para a
tomada de decisão, pois ele identifica a melhor opção dentro das alternativas possíveis e ajuda
36
O tomador de decisões, para aplicar o AHP, define o objectivo geral e, assim, selecciona os
atributos para alcançar a meta. Os elementos deverão estar estruturados hierarquicamente.
Comparado a uma árvore, à medida que se afasta da raiz (objectivo), temos factores mais
específicos, e os mais extremos (as folhas) representam os factores ou critérios de avaliação
Assim, quanto mais genéricos forem os atributos, mais altos eles deverão estar na hierarquia.
As alternativas ficam na base da árvore, abaixo do último nível de atributos. Esse arranjo
permite fazer com que seja possível para o tomador de decisão focalizar cada parte e todo o
complexo problema, com isso obter prioridades através de uma simples comparação par a par
baseada nos dados obtidos pelo usuário.
Segundo BERTAHONE & BRANDALISE (2017), O método AHP foi criado por Tomas L.
Saaty, na década de 70, baseado na matemática e psicologia e é um método de multicritério
amplamente utilizado e conhecido actualmente AHP foi desenvolvido com a finalidade de
auxiliar nos processos de tomadas de decisão, planeamentos empresariais, resoluções de
conflitos e diversas outras modalidades em que a multiplicidade de factores está presente.
O Decision Support Systems Glossary (DSS, 2006) citado por BERTAHONE &
BRANDALISE, 2017: 04), define AHP como: “uma aproximação para tomada de decisão
que envolve estruturação de multicritérios de escolha numa hierarquia. O método avalia a
importância relativa desses critérios, compara alternativas para cada critério, e determina um
ranking total das alternativas”.
Foco principal: É o objectivo global. Por exemplo: a escolha de um lugar óptimo para
habitação, escolha de um colégio para os filhos, escolha de uma estratégia militar ou
escolha de uma alternativa de investimento;
Conjunto de alternativas viáveis: Para se tomar uma decisão é necessário existir a
possibilidade de decisão ou de escolha. Ou seja: no AHP, assim como em todas as
37
Para SAATY (1987), o método AHP é uma teoria geral de mensuração, usado para derivar
escalas de comparações entre pares discretos e contínuos. Essas comparações podem ser
tomadas a partir de medições reais ou de uma escala fundamental indicadas na tabela 5, que
reflecte a força relativa das preferências e julgamentos.
Importância da
escala absoluta Definição Justificativa
1 Igual importância As duas actividades contribuem
equitativamente para o objectivo
Importância moderada de Julgamento e experiência favorecendo
3 um sobre o outro factor fortemente uma actividade sobre a outra
5 Essencial ou forte Julgamento e experiência favorecendo
importância fortemente uma actividade sobre a outra
7 Importância muito forte Uma actividade é fortemente favorecida
e sua dominância é demonstrada na
prática
Evidência favorecendo uma actividade
9 Importância Extrema sobre a outra é a mais expressiva possível
na ordem de afirmação
Valores intermediários Quando há necessidade de compromisso
2,4,6,8 entre os julgamentos
adjacentes
Fonte: Adaptado de SAATY (1987) citado por PIMENTA et al, 2018.
38
Importância Definição
Com a finalidade de orientar o poder público e a iniciativa privada na construção dos espaços
urbanos e rurais, preservando a qualidade de vida e o ecossistema (FARINA, 2006). Uma
forma de efectivar esse estudo é utilizar as ferramentas disponíveis nos (SIG) destaca-se os
seguintes estudos:
2.2.1. Geologia
Segundo a interpretação da carta geológica de MOURA (1969), e da nota explicativa de
Afonso 1976, a geologia regional do distrito de Boane onde se insere a Vila com o mesmo
nome pertence ao complexo vulcânico dos Libombos-Karró superior que se alongam na
direcção Norte-Sul. Este complexo é formado por riolitos, brechas, tufas e cinzas vulcânicas
geralmente de grão fino e médio cuja coloração varia de vermelho à castanho.
Estes Basaltos fazem parte da cadeia dos Libombos com direcção Norte-Sul com mais de
450km de comprimento e de 20-25km de largura e inclinação para Este. Encontram-se
também, nas duas margens do rio Umbeluzi, coberturas quaternárias de materiais arenosos,
constituídas por depósitos aluvionares ou por aluviões com cascalho, quartzo, riólitos, alguns
minerais e rochas.
43
2.2.2. Relevo
Segundo ALBINO apud MATULE e MACARRINGUE (2019), O relevo do baixo curso da
bacia do rio Umbeluzi é caracterizado, em geral, por uma paisagem levemente ondulada e
sem grandes diferenças de altitude. Na parte Norte, Este e Sudoeste apresenta uma paisagem
com pequenas diferenças de nível, formando-se uma verdadeira planície. na localidade de
Eduardo Mondlane a altitude varia dos 10 – 180 m conforme mostra a figura 5.
44
2.2.3. Declive
Em geral, área de estudo é por uma paisagem levemente ondulada e sem grandes diferenças de
altitude. No entanto, a parte Norte, Este e Sudoeste apresenta uma paisagem com pequenas diferenças
de nível, formando-se uma verdadeira planície, enquanto a Sul e Oeste é caracterizado por uma
variação gradual de altitudes. É importante referir que 1/4 da área urbanizada situa-se em terrenos
elevados acima de 30m (PEU, 2019)
45
2.2.4. Clima
Segundo MAE (2005), o Clima da região é sub-humido e com deficiência da chuva no
estacão fria, caracterizado por alternância entre as condições secas, induzidas pela alta pressão
subcontinental e as incursões de ventos húmidos de oceanos. Vagas de frio podem
tempestades violentas e chuvas torrenciais de curta duração.
A Pluviosidade média anual é de 752 mm variando entre os valores médios de 563,6mm para
o período húmido e 43,6mm no período seco.
46
2.2.5. Hidrografia
O distrito é atravessado pelos rios Umbeluzi, Tembe e Matola pertencentes às bacias
hidrográficas dos mesmos nomes, sendo o rio Umbeluzi, que nasce no vizinho e-Swatini
(antiga Swazilândia) numa extensão de 70 km, o mais importante por ser a principal fonte de
água potável para as cidades de Maputo (capital do país) e Matola além de ser a principal
fonte de água para agricultura de irrigação (MATULE e MACARRINGUE (2019).
47
2.2.6. Solos
De acordo com TIQUE e DYKSHOORN (1993), cinco unidades principais de solos podem
ser encontradas na grande parte do distrito, a saber: (i) derivados de Basaltos-Bv; (ii) de
Mananga com cobertura arenosa inferior a 25cm-Ml; (iii) de Post-Mananga-P; (iv) sobre
seixos rolados-S; e (v) aluvionares do rio Umbeluzi-F como mostra a figura 9.
48
De acordo com PEU (2019), distrito de Boane onde se localiza a localidade Eduardo
Mondlane insere-se na região sudano-zambézica no domínio das savanas e florestas Sul
Africana, e apresenta as seguintes formações vegetais:
2.3.1. População
Segundo os dados do INE do censo de 2017 a localidade de Eduardo Mondlane possui uma
população total de 35.435 habitantes, dois quais 16.997 são do Sexo masculino e 18.438 do
sexo feminino.
Cerca de 70% da população de Boane vive na base da agricultura como sua principal fonte de
subsistência. Para a obtenção da renda dedicam-se à produção de hortícolas, frutas, produção
de viveiros de árvores de fruta e sombra, criação de animais de pequena espécie, assim como
desenvolvimento de indústrias de micro dimensão, tais como estaleiro para materiais de
construção.
A rede comercial formal registou um crescimento significativo nos últimos anos, passando de
um registo de 42 estabelecimentos em 2000 para um registo de 105 em 2018, sendo 22
grossistas e 83 retalhistas. Para além destas unidades há ainda 70 casas de comércio a título
precário.
52
A Tabela 9 mostra os valores normalizados dos pesos de cada elemento da coluna. Após a
normalização da matriz, foi realizado o cálculo do auto vector máximo para estabelecer a
ordem de importância dos critérios em ordem estabelecida.
53
(Equação 2)
Onde:
Para determinar o λ máximo: considera-se o n.º de critérios, que neste caso são 5. Divide-se o
vector do Total de entradas pelo vector da Média e obtêm-se um novo vector. Deste vector
resultante, somam-se as suas parcelas (5) e divide-se pelo n.º de critérios (5), e resultado é o λ
máximo. O resultado do cálculo do índice de Coerência é apresentado na tabela 11.
Para testar a integridade dos julgamentos realizados foi calculado a razão de consistência
(RC), que permite analisar o grau de violação da proporcionalidade e transitividade dos
julgamentos do decisor e é dada pela seguinte Equação 3:
(Equação 3)
Dimensão da 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
matriz
Coerência 0,00 0,00 0,58 0,90 1,12 1,24 1,32 1,41 1,45 1,49
aleatória
Fonte: JORDÃO (2006)
O mapa final está apresentado na Figura 12. Como resultado obtivemos a faixa de
adequabilidade vária de 1 a 5 na qual quanto mais próximo de 1 menos apta é a área ao
desenvolvimento, ao passo que, quanto mais próximo de 5 mais apta ao crescimento é a
região.
55
De acordo com a tabela 12 e figura 12, pode-se constatar que a menor parte da Localidade
Eduardo Mondlane (8,8%) classe de não muito apta, moderada (9,3%), e muito apta (32,6%)
de adequabilidade a expansão urbana, considerando-se os parâmetros estabelecidos como
declividade, altitude, uso e cobertura, precipitação e solos.
3. Classe de Adequabilidade
a) b)
Esses factores contribuem para as ocorrências de inundação, uma vez que a água proveniente
das chuvas e da elevação do nível dos rios, escoam no solo impermeabilizado e se concentram
nessas partes mais baixas do terreno. Essas áreas ocupam cerca de 36, 68km 2, em termos de
uso recomenda-se que seja de uso agrícola e pesca dada as característica dos solos e a
presença do rio.
Predominam a oeste por ser é caracterizado por uma variação gradual de altitudes e maiores
declives susceptíveis a erosão hídrica. De salientar que a zona central situa-se entre 48 a 80 m
de altitude numa extensão de 4km. Pertence ao complexo vulcânico dos Libombos-Karró
superior que se alongam na direcção Norte-Sul.
Este complexo é formado por riolitos, brechas, tufas e cinzas vulcânicas geralmente de grão
fino e médio cuja coloração varia de vermelho à castanho. Em termos de uso e cobertura do
solo destaca-se os solos expostos conforme mostra a figura 11, e ocupa uma área de 76,77km2
conforme o gráfico 1 e tabela 12.
58
c) d)
A figura c) demostra a real situação nas áreas de adequabilidade moderada onde verifica-se
solos com potencial agrícola e a figura d) nessa figura é possível ver com clara evidencia as
culturas de bananas que geralmente se desenvolvem em áreas de alta fertilidade
Quantos aos solos, estão agrupados os solos arenosos de fertilidade muito baixa e de baixa
retenção de água, destacam se também os solos de mananga com cobertura arenosa, os solos
argilosos vermelhos ocupam uma proporção espacial intermédia entre os dois tipos de solos
anteriormente apresentados, particularmente nos Bairros e Massaca, Umpala. Nesta classe
predomina a vegetação nativa (vegetação herbácea, arbustiva e por vezes arbórea) conforme a
figura 15 e a descrição do Plano de estrutura Urbana da Vila de Boane .
59
Em termos de topografia esta classe é caracterizada por uma variação gradual de altitudes e
distribui-se em quase toda área sul e o centro com mais enfâse para os bairros de Ambrosio,
Jossias Tongogara, Eduardo Mondlane, 25 de Junho, e Saldanha. É importante referir que 1/4
da área urbanizada situa-se em terrenos elevados acima de 30m de acordo com o mapa
hipsométrico (Figura 5) em termos de altitude compreende intervalos de 38 a 80 m de altitude
numa extensão de 4km.
e) f)
60
g) h)
CONCLUSÕES
Após apresentação da descrição e análise a aptidão física ao Assentamento Urbano na
Localidade Eduardo Mondlane com cruzamento das variáveis pode-se constatar que a maior
parte da Localidade Eduardo Mondlane (8,8%) classe de não muito apta, moderada (9,3%), e
muito apta (32,6%) de adequabilidade a expansão urbana, considerando-se os parâmetros
estabelecidos como declividade, altitude, uso e cobertura, precipitação e solos.
O Processo de Análise Hierárquica (AHP) facilitou a análise das áreas aptas a expansão, uma
vez que ele possibilitou um estudo mais detalhado da região estudada e, o uso de uma escala
de peso permitiu uma análise mais abrangente da área de estudo. Além disso, o método AHP
mostrou-se uma óptima ferramenta para lidar com problemas que envolvem muitas variáveis,
tanto quantitativas como qualitativas.
62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, C. F.. O Ambiente Interior e a Saúde dos Ocupantes de Edifícios de Habitação.
BESTEITO, Andreia Mingroni et al. A Utilização do método AHP para traçar, como
ferramenta para o auxílio a decisão de um candidato, a escolha de um curso de engenharia.
Universidade Estadual Paulista – UNESP pág. 11
GOMES, R. de C. Integração dos métodos AHP e SIG como instrumento de análise do nível
de qualidade ambiental em bacias hidrográficas: estudo de caso bacia do Rio Melchior – DF.
Dissertação de Mestrado apresentada à Banca Examinadora do Instituto de Geociências
Aplicadas (Geoprocessamento e Análise Ambiental) da Universidade de Brasília, como
requisito para obtenção do título de mestre em Geociências, Brasília, 2015.
GROSTEIN, M. D. Metrópole e Expansão urbana: a perspectiva de processos insustentáveis.
São Paulo em Perspectiva. Fundação SEADE São Paulo, 2001.
64
República de Moçambique, Lei de Gestão e Redução de risco desastres. Lei n.º 10/2020 de 24
de Agosto.
República de Moçambique, Lei de Terra. Lei n.º 10/1997 de 1 de Outubro.
República de Moçambique, Ordenamento Territorial. Lei n.º 19/2007 de 18 de Julho.
República de Moçambique, Regulamento do Solo Urbano. Decreto n.º 60/2006 de 26 de
Dezembro.
República de Moçambique. Boletim da República: Lei do ambiente Lei nº 20/97 de 1 de
Outubro.
República de Moçambique. Regulamento do Solo Urbano. Decreto nº 60/2006.
RIBEIRO, E. T. N. Processo de urbanização em Moçambique – África. Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP: Faculdade de Ciências e Tecnologia.
João Pessoa- Paraíba, 2018.
SAMBO, M. G. O desafio da gentrificação Na cidade de Maputo: Reflexões sobre o sistema
habitacional, A política social de habitação e a exclusão Social. 2016.
66
APÊNDICES
68