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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino a Distancia

Ciclone Kenneth

Nome: Jaime Carlitos Bacar

Curso: Licenciatura em ensino de língua


portuguesa;
Cadeira: Metodologias de Investigação
Científica
Ano de frequência: 2º

Nampula, Outubro de 2022


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Ciclone Kenneth

Gracinda Valeriano Albano da Cunha

Resumo
Este artigo foi elaborado tendo em conta os últimos acontecimentos vividos em Moçambique,
nomeadamente, os ciclones Idai e Kenneth. O propósito do artigo foi de fazer uma
retrospectiva dos fenómenos anteriores registados no país e analisar os efeitos do ciclone
Kenneth como desafios para Moçambique, para a região e o mundo, em geral. Os principais
resultados da pesquisa: os desastres causados em termos humanos e materiais foram de uma
dimensão muito grande e geradores de uma instabilidade social, económica, cultural e
política. Para a sua elaboração foi com base a metodologia consulta bibliográfica.

Abstract
This article was prepared taking into account the latest events in Mozambique, namely
cyclones Idai and Kenneth. The purpose of the paper was to look back at past phenomena in
the country and to analyses the effects of Kenneth cyclone the main results of the research:
human and material disasters were very large and generated social, economic, cultural and
political instability as challenges for Mozambique, the region and the world at large. The
main results of the research: human and material disasters were very large and generated
social, economic, cultural and political instability. To the elaborate was based at bibliography
research methodology.

Introdução
Moçambique é um dos Países de África mais vulneráveis aos desastres naturais devido,
principalmente, à sua localização geográfica e nível de pobreza. Nas últimas duas décadas,
tem-se notado uma elevada frequência, alternância e intensidade dos eventos climáticos
fenómeno este que passou a constituir uma ameaça crescente ao desenvolvimento nacional,
não sendo, porém, uma vítima extraordinária das manifestações climáticas extrema. De facto,
elas transformaram-se, actualmente, num dos problemas globais do planeta. Acentuadas por
diversos factores, naturais ou produzidos pelas sociedades, as mudanças climáticas têm como
causas desde a industrialização ao crescimento populacional e à utilização intensiva dos
recursos - muitas vezes impedindo a sua renovação. Algumas dessas causas são identificadas
(embora nem sempre de maneira consensual ou definitiva) e produzem efeitos, sobretudo,
Moçambique é um dos Países de África mais vulneráveis aos desastres naturais devido,
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principalmente, à sua localização geográfica e nível de pobreza. Nos últimos 20 anos, a


elevada frequência, alternância e intensidade dos eventos climáticos extremos passou a
constituir uma ameaça crescente ao desenvolvimento nacional, não sendo, porém, uma vítima
extraordinária das manifestações climáticas extremas. De facto, elas transformaram-se,
actualmente, num dos problemas globais do planeta. Acentuadas por diversos factores,
naturais ou produzidos pelas sociedades, as mudanças climáticas têm como causas desde a
industrialização ao crescimento populacional e à utilização intensiva dos recursos - muitas
vezes impedindo a sua renovação. Algumas dessas causas são identificadas (embora nem
sempre de maneira consensual ou definitiva) e produzem efeitos, sobretudo, negativos e
frequentemente regionais ou mesmo globais negativos e frequentemente regionais ou mesmo
globais.
Ciente deste problema, o Governo de Moçambique, a partir do ano 2000, passou a adoptar
uma abordagem proactiva, visando reduzir a vulnerabilidade das comunidades locais, da
economia e das infra-estruturas. Neste contexto, em 2006 o Governo aprovou o Plano
Director de Prevenção e Mitigação das Calamidades Naturais (PDPMCN) para um período de
10 anos (2006-2016). Com o término do prazo de implementação do PDPMCN 2006-2016, o
Governo de Moçambique decidiu rever e ajustar esse plano, de modo a adaptá-lo às condições
actuais ditadas por alterações no contexto global e nacional, bem como pelas experiências
adquiridas ao longo dos 10 anos de vigência do PDPMCN. Como resultado, surge o Plano
Director para a Redução do Risco de Desastres em Moçambique para o período 2017-2030,
que tem como visão garantir que a população, os seus meios de vida e saúde e as infra-
estruturas públicas e privadas se tornem resilientes aos eventos estremos e aos efeitos das
mudanças climáticas e com uma cultura consolidada de prevenção, prontidão, resposta e
recuperação.

O Risco de Desastres em Moçambique


Moçambique é um dos países da África Austral que tem enfrentado várias ameaças relativas
aos desastres naturais resultantes das mudanças climáticas. Devido à sua morfologia e
condições geográficas, o país está exposto a eventos extremos relacionados ao clima, sendo os
mais frequentes as cheias, ciclones e secas.
Nos últimos 30 anos, pelo menos 14% da população foi afectada por uma seca, uma cheia ou
uma tempestade tropical e mais de metade dos eventos que resultaram em desastre (53%)
desde 1970 ocorreram nas últimas duas décadas. A vulnerabilidade face aos desastres resulta
da sua localização na foz de nove rios internacionais, a existência de zonas áridas e
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semiáridas, a longa extensão do território nacional, que se localiza na zona de convergência


intertropical sujeita a perdas e ganhos excessivos de humidade, bem como a extensa zona
costeira, que sofre a influência de ciclones tropicais, e a existência de zonas sísmicas activais.
Nos últimos 20 anos, a elevada frequência, alternância e intensidade dos eventos naturais
extremos agravada pelas mudanças climáticas, passaram a constituir uma grande ameaça aos
esforços de desenvolvimento do País, visto que funcionam como um entrave à aceleração do
crescimento económico e tendem a corroer os ganhos já alcançados.

Ciclone khenneth
O ciclone tropical Kenneth foi um ciclone tropical que atingiu o norte de Moçambique, o
Arquipélago das Comores, o norte de Madagáscar, as Seychelles e também a Tanzânia, entre
os dias 21 e 29 de Abril de 2019. Foi a  décima quarta tempestade tropical, o recorde do
décimo ciclone tropical e o décimo ciclone tropical intenso da temporada de ciclones do
Oceano Índico Sudoeste de 2018-2019.

Formação do ciclone kheneth


 A perturbação foi localizada em um ambiente favorável ao norte de Madagáscar, o que
permitiu que ela se fortalecesse em uma depressão tropical no começo do dia seguinte. Várias
horas depois, o MFR actualizou o sistema em uma tempestade tropical moderada, atribuindo o
nome de Kenneth .

A tempestade então começou um período de rápida intensificação, tornando-se uma severa


tempestade tropical no início de 24 de Abril e um ciclone tropical no meio do dia. A estrutura
da tempestade continuou a melhorar, com o desenvolvimento de um olho pinhole. Naquele
dia, Kenneth atingiu o pico como um intenso ciclone tropical com ventos de 10 minutos de
215 km / h (130 mph) e uma pressão central mínima de 934 hPa (27,58 inHg ). Naquela
época, Kenneth começou a passar por um ciclo de substituição da parede do olho e começou a
enfraquecer antes de chegar à terra firme mais tarde naquele dia como um ciclone tropical
intenso, a mais intensa tempestade terrestre na história registada de Moçambique.  Como
resultado da interacção com a terra, Kenneth começou a perder sua estrutura convectiva
quando atingiu a terra firme. Após o landfall, Kenneth degenerou rapidamente após o MFR
classifica-lo como uma depressão terrestre. A tempestade então mudou para o sul, com o
MRF cancelando todos os principais avisos para as cidades do interior. A estrutura de
Kenneth continuou a degradar-se à medida que avançava para o interior, com a MFR a emitir
o seu último aviso à meia-noite UTC de 26 de Abril. A actividade das tempestades
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desenvolveu-se ao largo da costa de Moçambique em 27 de Abril, quando o sistema começou


a deslizar para norte.

Antes do desembarque de Kenneth, as autoridades locais evacuaram mais de 30.000 pessoas


no caminho da tempestade no norte de Moçambique.  Nas Comores, os ventos e as chuvas do
Kenneth causaram pelo menos 3 mortes. A passagem do ciclone por Moçambique causou
pelo menos 38 mortes em Moçambique. O primeiro-ministro do país anunciou que o total de
vítimas mortais poderá ser maior.

Os efeitos do ciclone Kheneth


Um mês depois de o ciclone Idai ter provocado 600 mortos e milhares de desalojado, outra
tempestade tropical “ Kheneth”  ganhou força e atingiu o norte do país com rajadas de vento
de 285km/horas e chuvas intensas, valores superiores aos registados no Idai e equivalentes à
categoria 4.

Segundo a ex ministra de administração estatal e função pública, Carmelita Namashulua, a


primeira morte ocorreu na cidade de Pemba devido a queda de um coqueiro, sendo o segundo
no distrito de Macomia, um dos pontos mais afectados por esta calamidade natural.

Pelo menos 16 mil pessoas foram afectadas pelo ciclone e há mais de 18 mil pessoas nos 22
centros de acomodação. A  falta de energia e comunicações foi mais um efeito do ciclone
kheneth que dificultou ainda mais o levantamento da situação.

Vários locais da região de Pemba foram evacuados de imediato devido aos ventos e chuvas
fortes. A companhia aérea Moçambicana LAM decidiu também suspender os voos entre
Maputo e Pemba devido à passagem do ciclone.

Segundo os dados oficiais da DW África, mais de 31 mil casas ficaram parcialmente


destruídas e mais de 3.800 foram destruídas na sua totalidade. O ciclone também causou
estragos em cinco unidades sanitárias e em 75 salas de aula.
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Algumas imagens que ilustram os estragos do ciclone kheneth.

Fonte: DW Africa

Fonte: DW Africa

Pontos afectados pelo ciclone kheneth


A província de cabo delgado e alguns distrito da província de Nampula são as vitimas desta
calamidade natural. Na província de Cabo Delgado, os distritos mais afectados foram a ilha
do Ibo, Macomia e Quissanga, onde o mau tempo destruiu infra-estruturas e habitações,
deixando muitas famílias sem abrigo.
Segundo a directora Geral do INGC, em Macomia cerca de metade das 166.804
pessoas foi afectada pelo ciclone Kenneth. Igualmente, metade das cerca de 35 mil casas foi
destruída total ou parcialmente.
Alguns bairros da capital provincial, Pemba, ficaram inundados devido à chuva forte que caiu
na madrugada de domingo, três dias depois do ciclone Kenneth atingir a região. Algumas das
vias de acesso que ligam os bairros da cidade ficaram submersas e esburacadas. Mais de
31.000 hectares de culturas diversas foram dados como perdidos e será necessário apoio em
sementes para relançar a época agrária.
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Segundo Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, aponta os distritos de Ibo e


Quissanga como tendo sido o epicentro das devastações do ciclone tropical Kenneth que
assolou a província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
O estadista moçambicano sobrevoou, hoje, os distritos tidos como críticos sob ponto de vista
do impacto da tempestade tropical que abalou a província, nomeadamente Ibo,
Quissanga,Mocímboa da Praia, Metuge e Muidumbe, para ver em loco o rasto da destruição
deixado pela intempérie.
Durante o trajecto, Nyusi aterrou nos distritos de Ibo, Quissanga e na zona da ponte sobre o
rio Muagamula, que rompeu devido a fúria das águas que transbordaram o rio. Do que viu,
Nyusi caracterizou o cenário como desolador e avança que os distritos em causa levarão seu
tempo para reerguerem-se do impacto do desastre natural. 

Plano de ajuda
A  Organização das Nações Unidas anunciou uma ajuda de emergência de 13 milhões de
dólares para Moçambique e para as ilhas Comores, também atingidas pelo ciclone Kenneth. O
dinheiro destina-se à distribuição de água potável e comida e à realização de reparações nas
infra-estruturas danificadas pelo mau tempo. A principal estrada que liga a cidade Pemba ao
resto do país ficou cortada devido à chuva forte da madrugada e manhã de domingo (28 de
Abril de 2019).

Considerações Finais
Conforme os elementos acima citados, nota-se que o ciclone Kenneth foi altamente
destrutivos, dado o número de vidas e infraestruturas perdidas, e o número de pessoas
desalojadas. Outro dado importante é que os ciclones destruíram praticamente todas as
culturas agrícolas, provocando, assim, o problema da fome, mesmo com o apoio alimentar
prestado pelos diferentes intervenientes. De facto, persiste o receio de que as consequências
deste fenómeno provocar desordenados movimentos migratórios das zonas rurais para as
cidades, criando não só o congestionamento urbano, mas, também, o agravamento da escassez
de alimentos (insegurança alimentar generalizada).
Caso venha a acontecer, as famílias, vindas das zonas rurais e que sobrevivem graças à
agricultura de subsistência, serão as mais vulneráveis ao grave défice alimentar e à pobreza
generalizada.
Neste momento, para mitigar os efeitos devastadores dos ciclones Idai e Kenneth, o Governo
de Moçambique e parceiros do sector privado tomaram algumas medidas de solidariedade,
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nomeadamente a redução dos custos de electricidade e de telefone. Porém, a medida da


redução de custo de electricidade não teve muito impacto, uma vez que as pessoas não tinham
acesso à corrente eléctrica após a ocorrência deste fenómeno natural.
De tantos os problemas ocorridos naquele ponto de pais houve a necessidade urgente de
reforçar os sistemas de referência, especialmente para pacientes das zonas com problemas de
acesso, como:
Fornecimento de electricidade em todas as estruturas sanitárias.

É necessária acomodação de emergência para os profissionais de saúde enquanto se


reparam as estruturas sanitárias danificadas.

Abastecimento de água potável segura / limpa às comunidades afectadas.

Continuação da restauração de infra-estrutura e serviços nas zonas afectadas.

Para este ultimo ponto, culminou com a criação de um gabinete para gestão de fundos
angariados através de doações da sociedade civil.

Referências
 INGC; Moçambique: ciclone tropical Kenneth avaliação de dados iniciais – ronda 1,
Colecta de dados no período de 3 à 13 de Junho de 2019;
 RELATÓRIO DA SITUAÇÃO NACIONAL 2 de17 DE MAIO; Ciclones Tropicais
Idai e Kenneth Moçambique; Período abrangido: 10 - 16 de Maio.
 UATANLE, D. Lutxeque, S. (2019). Ciclone Kenneth: dois mortos e elevados
estragos no norte de Moçambique. Disponível em:
https://www.google.com/amp/s/amp.dw.com/pt-002/ciclone-kenneth-dois-mortos-
e-elevados-estragos-no-norte-de-mo%25C3%25A7ambique/a-48497858
 https://www.googles.com/search?
ei=phWVX4GtGPLkgwee4I7oCA&q=ciclone+khenneth+Moçambique#sbfbu=1&pi=
ciclone%20khenneth%20moçambique,
 https://www.google.com/amp/s/amp/dw.com/ciclone-Kenneth-efeitos
 Conselho de Ministros. (2017). Plano director para a redução do risco de desastres
2017-2030.
 SADC. (2019). Apelo da SADC à Assistência Humanitária em Resposta ao Ciclone
Tropical IDAI.
 OCHA. (2019). Moçambique: Ciclone Kenneth-Presença das Organizações na
Resposta.

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