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Habitação em Maputo
Alberto Mussivane
Política de Habitação
Docente:
Professor Doutor Luís Guevane
Índice
1. Introdução..................................................................................................................4
1.1 Objectivos....................................................................................................................5
1.2 Metodologia.................................................................................................................5
2. Habitação....................................................................................................................6
5. Acesso à habitação...................................................................................................10
8. Conclusão.................................................................................................................12
9. Referências Bibliográficas.......................................................................................13
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1. Introdução
O acesso à habitação condigna é uma necessidade com a qual a população de Maputo se
depara desde os primeiros anos após a independência nacional em Junho de 1975. Com
a ocupação arbitrária das casas deixadas pelo colono e a subsequente nacionalização e
regulamentação da ocupação, em 1977 já se registava um excesso da procura por casas,
facto que foi agudizado pelo deflagrar da guerra civil (1987-1992).
O actual cenário das condições habitacionais em Moçambique apresenta-se como um
ainda não superado problema social e económico, com grande impacto na configuração
urbana, seja pela demanda por infra-estrutura urbana, gerada a partir das novas
oportunidades habitacionais promovidas pelo poder público e privado, seja pelas
pressões fundiária e ambiental, decorrentes das formas alternativas adoptadas pela
população de baixa renda para a produção da moradia.
O acesso à habitação adequada em Moçambique e em especial em Maputo é um grande
desafio considerável e a pressão por uma moradia condigna é ainda maior com o grande
aumento populacional presente nesta província, uma vez que Maputo é a província que
contem maior concentração da população em Moçambique.
A moradia considerada digna, apesar de reconhecida como um direito social é ainda
hoje um privilégio para milhares de pessoas e um grande desafio para diversas
administrações públicas.
Este trabalho é uma pesquisa desenvolvida referente a disciplina de PCTU . E fruto de
uma constatação de que o Planeamento e Ordenamento Territorial, é uma ferramenta
indispensável á sociedade no geral.
1.1 Objectivos
Objectivo Geral
Analisar a situação das habitações em Moçambique
Objectivos Específicos
Descrever de forma breve a história de habitação em Maputo;
Caracterizar a habitação em Maputo;
Identificar os problemas relacionados a habitação;
Identificar as dimensões da transformação das periferias urbanas no domínio da
habitação;
1.2 Metodologia
De acordo com Lakatos e Markoni, (2009) método é o conjunto de actividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o
objectivo, conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido
destacando erros e auxiliando as decisões do cientista.
2. Habitação
NETO e FREIRE, (1999) citado AMORRIN, (2018), O termo habitação são muito
vastos. Surge com as primeiras formas dos abrigos construídos há mais de um milhão de
anos e que com o tempo deram origem às mais variadas tipologias arquitectónicas,
abrangendo edifícios de carácter privado, mas também público.
Segundo ABREU, a habitação é entendida como a acção do habitat num espaço que
envolve o elemento físico da moradia, a qualidade ambiental do espaço construído, o
seu exterior e as suas inter-relações. A família tem na habitação o seu principal espaço
de sociabilidade, alterando-a para um espaço essencial, veículo da construção e
desenvolvimento da saúde da família que lá habita.
Segundo CARRILHO & LAGE (2010), com o crescimento avassalador das periferias
não planificadas das cidades temos hoje o desafio de pensar na habitação não apenas
como facto técnico-financeiro, mas como processo integrado e transversal expresso em
política ou estratégia própria (a política ou estratégia de habitação) em que é necessário
estabelecer várias abordagens, dentre as quais:
De acordo com MARGUTI, (2017), o acesso à habitação adequada é aqui entendido não
somente como o direito a “um teto e quatro paredes”, mas, sim, como um direito
humano universal e fundamental que carrega consigo outros direitos, como a segurança
da posse, a disponibilidade de serviços de infra-estrutura e equipamentos públicos, a
habitabilidade que deve garantir protecção contra as variações climáticas e contra
eventos extremos e riscos e a localização adequada.
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A habitação tem vindo a tornar-se cada vez mais inacessível em Maputo. De acordo
com FORJAZ, (1984), citado por SAMBO, (2016), o acesso à habitação condigna é
uma necessidade com a qual a população de Maputo se depara desde os primeiros anos
após a independência nacional em Junho de 1975. Com a ocupação arbitrária das casas
deixadas pelo colono e a subsequente nacionalização e regulamentação da ocupação, em
1977 já se registava um excesso da procura por casas, facto que foi agudizado pelo
deflagrar da guerra civil (1987-1992).
(2008), citado SAMBO, (2016, p. 355), afirma que esta guerra acelerou
significativamente o êxodo rural e sobretudo a emigração para a cidade capital,
aumentando a pressão sobre a oferta de imóveis, o que resultou na concentração de
famílias em espaços relativamente pequenos e consequente sobrelotação de alguns
edifícios residenciais, bem como no despontar de construções anárquicas sobre os
prédios residenciais.
Segundo SAMBO, (2016, p. 355), com o Acordo Geral de Paz (AGP), em Outubro de
1992, e a transição do sistema económico socialista para o sistema de economia de
mercado aliados à estabilidade «sociopolítica» e económica, verificou-se um elevado
crescimento de investimentos aprovados pelo Centro de Promoção de Investimentos
(CPI), entre outros, na área de construção em Maputo. Como resultado, tem-se
verificado, nos últimos anos, a gentrificação de alguns bairros periféricos da cidade de
Maputo.
SAMBO, (2016, p. 357), A estrutura dual de Maputo tem a sua génese no período
colonial. Foi concebida para manter a população trabalhadora negra em casas com
condições precárias à volta da cidade alta, habitada por estrangeiros não africanos.
Com a independência em 1975, os colonos começaram a abandonar o País, o que criou
espaço para uma ocupação, pelos moçambicanos, dos edifícios deixados vazios.
Posteriormente, em 1977, o Estado nacionalizou a terra e os edifícios, decisão que foi
tomada no 3.º Congresso da Frelimo.
Por sua vez Forjaz (1984), citado por SAMBO, (2016, p. 357), este congresso definiu a
primeira política habitacional através da qual os indivíduos seriam responsáveis por
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construir as suas próprias casas, pois o Estado enfrentava uma escassez generalizada de
recursos para fornecer habitação aos cidadãos.
Para Forjaz, (1984: 67-68), citado por SAMBO, (2016, p. 357), deste modo, a
responsabilidade do Estado seria definir estratégias, elaborar e controlar a
implementação de planos de urbanização, executar projectos, principalmente de
abastecimento de água e drenagem.
Para Forjaz, (1984: 68), citado por SAMBO, (2016, p. 357), Até cerca de 1977, a
demanda por habitação no centro da cidade já excedia a oferta, sendo que em 1983 o
excesso era vinte vezes maior do que a oferta disponível.
Por sua vez BARROS; CHIVANGUE; SAMAGAIO, 2013: 79-80), citados por
SAMBO, (2016, p. 357), afirmam que esta situação foi agravada pela migração do
campo para a cidade, que por sua vez foi acelerada pela guerra civil entre a Frelimo e a
Renamo. Consequentemente, surgiram circunstâncias habitacionais dramáticas, em que
três ou quatro famílias tinham de partilhar uma área menor a 15 metros quadrados em
bairros nos arredores da cidade.
Mais tarde, após a introdução do Programa de Reabilitação Económica (PRE), em 1987,
que assinalou a transição do sistema socialista para o sistema económico capitalista,
iniciou-se uma onda de privatizações, incluindo de edifícios residenciais. É no âmbito
destas transformações que a Administração do Parque Imobiliário do Estado (APIE) foi
dissolvido, dando lugar a construções anárquicas no topo de prédios habitacionais,
principalmente para fins de arrendamento (p. 358)
Após a APIE, foi criado o Fundo de Desenvolvimento da Habitação Própria, ao abrigo
do Decreto 37/87, de 23 de Dezembro. Posteriormente, em 1995, foi substituído pelo
Fundo de Fomento à Habitação (FFH), como a instituição-chave para levar a cabo
projectos de habitação social, continuando actualmente com este mandato (SAMBO,
2016, p. 357- 358).
5. Acesso à habitação
De acordo com MARGUTI, (2017), O actual cenário das condições habitacionais em
Moçambique apresenta-se como um ainda não superado problema social e económico,
com grande impacto na configuração urbana, seja pela demanda por infra-estrutura
urbana, gerada a partir das novas oportunidades habitacionais promovidas pelo poder
público e privado, seja pelas pressões fundiária e ambiental, decorrentes das formas
alternativas adoptadas pela população de baixa renda para a produção da moradia.
A maioria da população em Maputo, vive em assentamentos informais não planeados,
com acesso irregular a serviços e emprego.
De acordo com UN- Habitat Moçambique, (2018) o acesso à habitação adequada em
Moçambique em especial Maputo é um desafio considerável e a pressão por uma
moradia condigna será ainda maior com o grande aumento populacional esperado,
particularmente nos centros urbanos e inúmeras localidades.
8. Conclusão
O acesso à habitação adequada em Moçambique é um desafio considerável e a pressão
por uma moradia condigna será ainda maior com o grande aumento populacional
esperado, particularmente nos centros urbanos e inúmeras localidades.
Tratar da habitação não deve, do nosso ponto de vista, considerar apenas a função de
abrigo ou a casa no sentido estrito. Tratar da questão da habitação significa tratar-se
designadamente de cinco importantes componentes que permitem enquadrar a casa no
processo legal de transformações territoriais, em que a função residir seja objecto
principal.
O actual cenário das condições habitacionais em Maputo apresenta-se como um ainda
não superado problema social e económico, com grande impacto na configuração
urbana, seja pela demanda por infra-estrutura urbana, gerada a partir das novas
oportunidades habitacionais promovidas pelo poder público e privado, seja pelas
pressões fundiária e ambiental, decorrentes das formas alternativas adoptadas pela
população de baixa renda para a produção da moradia.
A maioria da população em Maputo, vive em assentamentos informais não planeados,
com acesso irregular a serviços e emprego.
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9. Referências Bibliográficas
ABREU, Catarina Fabíola Cardoso. O Ambiente Interior e a Saúde dos Ocupantes de
Edifícios de Habitação.