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EMPRESARIAL
instituições na busca de obter e sustentar sua vantagem competitiva, reali-
ESTRATÉGIA
zando no dia a dia o objetivo do seu negócio que, segundo Peter F. Drucker, é Anderson Mota
“criar um cliente”.
Gestão
FAEL
Carta ao Aluno | 5
Gabarito | 243
Referências | 247
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é certo que a obra foi escrita durante o período chamado de “estados guer-
reiros”–, período esse mais ou menos situado em torno de 500 a.C. – sendo
composta por 13 capítulos. Sabe-se também que foi comentada, posterior-
mente, por diversos autores chineses que a estudaram.
Anterior ao período dos “estados guerreiros”, as guerras eram rituais e
bastante caóticas, com provas de violência quase macabra antes das batalhas,
como suicídios coletivos, para assustar o inimigo.
Após esse período, os exércitos evoluíram, sendo introduzidos novos
conceitos como o de “Estado maior” e diversas funções novas dentro dos
exércitos, como as de cartógrafos, meteorologistas, engenheiros de minas e
demais especialistas.
Como já mencionado, Sun Tzu baseou os seus escritos em muitas lições
aprendidas por meio de observação atenta de diversas batalhas ocorridas
durante um período bastante tumultuado da história da China antiga. Esta-
dos como Chin, Han, Yen ou Chi, viviam em constantes guerras uns com os
outros. No entanto, a despeito de todas as controvérsias acerca da autoria e
da origem dos textos atribuídos a Sun Tzu, entre seus notáveis escritos estão
os seguintes comentários:
Mestre Sun Tzu (2001) disse:
1 – A guerra é uma questão vital para o Estado. Por ser o campo onde
se decidem a vida ou a morte, o caminho para a sobrevivência ou para
a ruína, torna-se de suma importância estudá-la com muito cuidado
em todos os seus detalhes.
2 – Portanto deve-se avaliá-la nos termos dos cinco fatores:
22 Influência moral (valores);
22 Clima;
22 Terreno;
22 Comando;
22 Doutrina (método, regulamentos e instruções).
[...]
11 – Se me disserem qual o governante que possui influência moral,
qual o mais hábil dos comandantes, qual exército tira maior vantagem
do terreno [...]
14 – Saberei prever qual dos lados será o vitorioso e qual o derrotado.
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Pelo que se pode ler no trecho anterior, Sun Tzu chama a atenção para o
caráter de extensão entre o Estado e a guerra como meio de sobrevivência ou
ruína. Além disso, ele destaca o cenário que denomina de cinco fatores, além
de indicar a importância da liderança e sua influência moral dos dirigentes.
Além desses elementos, em termos de estrutura interna, sobre a autori-
dade, Sun Tzu (2001) oferece uma interessante percepção:
1 – Em geral, dirigir muitos é quase igual a dirigir poucos. Depende
somente de organização;
2 – E controlar muitos é o mesmo que controlar poucos. É questão de
formações e sinais (comunicação);
3 – O fato de um exército aguentar um ataque do inimigo sem ser
derrotado depende dos movimentos das tropas especiais e normais
(uso de recursos especializados).
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22 O terceiro fato notado por Darwin foi o de que “todos os seres vivos
tendem a variar de modo apreciável. Não há dois indivíduos exa-
tamente iguais, e alguns são distintamente semelhantes na mesma
espécie”. Além disso, notou que “embora nem todas as variações
sejam transmissíveis pela hereditariedade, as criações experimentais
mostram que algumas o são”.
22 Assim, Darwin percebeu que “visto haver luta pela existência e não
serem todos os indivíduos semelhantes, algumas variedades sobre-
vivem porque suas diferenças lhes dão ligeira margem de superio-
ridade”. Além disso, Darwin inferiu que “as variedades inferiores
serão eliminadas”. A isso Darwin deu o nome de “seleção natural”.
22 Como resultado final de sua análise Darwin concluiu a elaboração
da sua teoria refletindo que “prosseguindo de geração em geração,
a seleção natural tende a acumular pequenas diferenças em quanti-
dade suficiente para constituir uma diferença maior”, conduzindo
à “evolução”.
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2006, p. 25), nos diz que a estratégia é “[...] a determinação das metas e dos
objetivos básicos de longo prazo de uma empresa e a adoção de cursos de ação
e alocação dos recursos necessários para realizar essas metas.”
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Fracasso
Empresário
Invenção
inovador
Sucesso
Ciclos
contínuos
e repetitivos Inovação
de produção e
consumo
Lucro
Generalização
do
Lucro
Difusão Imitação
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Pro-
cesso formal de
elaboração da
estratégia
Por exemplo, uma firma
pode, inicialmente, ter
uma estratégia deliberada
de “ampliar o seu fatu-
Processo ramento em 20%,” no
ano seguinte. Durante
Estratégia o ano, no entanto, ao
pretendida
perseguir a estratégia
de ampliação de fatura-
input Es output mento, a empresa, tes-
tra
tég
ia
tando o mercado, pri-
de meiro compra um hotel
lib
Estratégia era
não realizada
da urbano. Em seguida,
adquire um restaurante.
Estratégia Depois compra um
realizada resort. Finalmente, com-
pra outro hotel urbano
com restaurante. Assim,
Estratégia emergente acaba assumindo uma
estratégia emergente de
“diversificação“ do seu
feedback portfólio de negócios.
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The Beatles
(GRANT, 1995. Adaptado.)
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Atividades
1. Quais as principais contribuições dos estrategistas militares acerca da
estratégia competitiva no campo dos negócios?
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2.1 Os recursos
Recursos assumem duas naturezas distintas, podendo ser classifica-
dos como tangíveis ou intangíveis. Tais recursos, mediante os quais a firma
cria produtos ou serviços para seus clientes, estão disponíveis tanto para si
quanto para seus concorrentes. Os recursos podem incluir desde materiais
até pessoas talentosas, ou ainda bens de capital, localização privilegiada,
habilidades e aptidões dos funcionários, marcas, finanças e gerentes talen-
tosos. Tomados isoladamente, os recursos da firma, por mais singulares e
valiosos que sejam, não são capazes de criar per si vantagem competitiva.
Figura 1 – Modelo baseado em recursos.
Modelo Baseado em Recursos na Visão de Robert Grant
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tado é o da Gol Linhas Aéreas Inteligentes. Como uma linha aérea de baixo
custo, utiliza apenas aviões Boeing 737, como forma de baratear tanto seus
custos de aquisição (investimento), quanto seus custos de manutenção (cus-
tos operacionais).
Quando tomados isoladamente, os recursos da firma, por mais singu-
lares e valiosos que sejam, não são capazes de criar vantagem competitiva
sustentável. Assim, precisam estar integrados de modo a exercer sinergia por
meio de uma combinação, que somente pode ser realizado pela aplicação das
capacidades da empresa.
A mobilidade é uma importante característica assumida por alguns
recursos que favorecem a sua incorporação em qualquer tempo ou lugar.
Assim, por exemplo, há a possibilidade de compra de matérias-primas em um
país e seu consumo em outro (minério de ferro retirado do Brasil e consu-
mido na China), ou ainda, projeto elaborado nos Estados Unidos, produção
na China e distribuição na Europa (impressoras HP).
Conforme Wright (2000), a teoria baseada em recursos (resource-based
theory) reforça o argumento de que a competitividade é obtida mediante a
combinação singular de recursos humanos, organizacionais e físicos de uma
empresa. Além disso, à medida que recursos novos adquiridos são incorpo-
rados aos já existentes em seu portfólio, sinergias únicas ocorrem entre eles
elevando, desse modo, o caráter sustentável da competitividade da firma.
2.2 As capacidades
As capacidades decorrem da combinação deliberada de diferentes recur-
sos, a fim de criar produtos ou serviços distribuídos ao mercado pela firma.
Capacidades constituem as diferentes habilidades da firma de alocar ou realo-
car recursos, integrando-os de maneira efetiva, a fim de alcançar um objetivo
estratégico desejado.
Existem muitos exemplos de capacidade das empresas, entre eles o
atendimento eficaz ao cliente (Localiza), utilização eficaz da logística (Mar-
tins, Walmart), motivação e retenção de funcionários (a empresa Masa
em Você S/A), qualidade e confiabilidade (Toyota), pesquisa e desenvolvi-
mento (Embraer).
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CAPACIDADE Capacidades
Um conjunto
22 Habilidades
não estratégico
Fonte: HITT, 2008. Adaptado. de habilidades 22 Conhecimento
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M
AR
Atividades Administração de RH
GE
de Apoio Desenvolvimento de Tecnologia
M
Compras
M
de entrada (manufatura) de saída e
AR
Atividades Pós-vendas
vendas
GE
Primárias
M
Fonte: SCHLÜTER; SCHLÜTER, 2005.
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Fraquezas (W)
Relação de fraquezas Como minimizá-las
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Atributos Descrição
Permitem à firma explorar oportunidades ou neu-
Valiosos tralizar ameaças em seu ambiente externo.
Possuída por poucas firmas, se é que por alguma
Raros competidora concorrente e potencial.
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P1
P2
P3
curva de
demanda
Q1 Q2 Q3 Quantidade
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DB
DA
Q0 Quantidade
2.7.3 Custos
Inicialmente, o custo contábil se diferencia do custo econômico. O
custo contábil é apurado pelo reconhecimento das receitas quando ganhas
e as despesas quando incorridas, independentemente do efetivo recebimento
das receitas ou do pagamento das despesas, o que é chamado de regime de
competência. Os números contábeis precisam ser objetivos e verificáveis por
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credores e investidores, entre outros, o que, para tais fins é bem representado
pelos custos históricos.
O custo econômico é representado pelo benefício decorrente do melhor
uso alternativo do ativo gerador de custo, isto é, o custo de oportunidade.
Assim, um bom exemplo pode vir da experiência de uma pessoa que deixa um
emprego em que ganha R$8.000,00 por mês para montar o seu negócio. Se
o melhor uso alternativo da sua força de trabalho a remunera em R$8.000,00
por mês, então, o seu custo econômico para o empreendimento será de
R$8.000,00, embora, contabilmente a sua remuneração possa ser de ape-
nas R$3.000,00. Isso significa que apesar da pessoa estar obtendo um ganho
positivo de R$3.000,00, seu resultado econômico é negativo em R$5.000,00.
Esse tipo de raciocínio pode ser utilizado em relação a qualquer recurso ou
capacidade da organização.
Apenas para melhor esclarecer os conceitos, contabilmente o conceito de
regime de competência diferencia-se do conceito de regime de caixa. O regime
de caixa representa a receita pelo ingresso efetivo do dinheiro e a despesa pelo
seu desembolso efetivo, independente do momento em que ocorrerem.
R2
A queda nos preços
C2 conduz à queda na receita.
Não sendo acompanhada
Receita pela queda no custo total,
esta conduz a uma queda
Custo Fixo no lucro.
Q1 Q2 Q3 Q
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C1
Q1 Quantidade
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C1
V1 V2 Variedade
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Custo
unitário
C4
Cn
1 2 3 4 n
Produção acumulada
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Atividades
1. Por que é importante para uma empresa avaliar e compreender o seu
ambiente interno?
a. Devido à necessidade de compreender a importância dos aspectos
ergométricos no trabalho.
b. Em razão do impacto que o arranjo físico exerce sobre o desem-
penho da equipe.
c. A fim de compreender como recursos e capacidades associados
geram competências-chave para a firma.
d. Para compreender melhor a elasticidade preço da demanda.
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Global
De
Ambiente
al
-leg
mo
da indústria ou
gra
tico
do setor
fia
í
Pol
Soc
ico
i
ocu
ôm
Ambiente do con-
ltu
corrente
ral
Eco
Tecnológico
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mica local. Além do mais, envolve todo o impacto a que está sujeita
devido aos movimentos, em matéria de economia, assumidos pelos
diversos países com os quais se relaciona, e que podem exercer
influência sobre o andamento da economia local.
22 Sociocultural
Este fator se relaciona com a composição do tecido social do país
em que a firma tem interesses. Também envolve elementos como
valores éticos, morais e culturais.
22 Global
O fator global possui relação com as transformações que estão
ocorrendo nas necessidades, gostos e expectativas dos consumido-
res, assim como novos canais de acesso ao mercado consumidor, em
termos mundiais. Trata também de elementos tais como os eventos
políticos, culturais e institucionais dos mercados mundiais.
22 Tecnológico
Possui relação com os diferentes aspectos tecnológicos associados
à produção, prestação de serviços e comercialização, isto é, todo
o conjunto de inovações que concorrem para a criação de novos
produtos, processos e materiais, no ambiente global e que pode ser
oportunidade ou ameaça à ampliação da competitividade.
22 Político-Jurídico
Mantém relação com a base legal que sustenta o relacionamento
entre agentes econômicos e países, e que promovem ou restringem
as transações comerciais e institucionais, que buscam o suprimento
ou a distribuição de recursos e capacidades.
22 Demográfico
Envolve elementos relacionados à população. Assim, pode incluir
o seu tamanho, a distribuição das suas diferentes faixas etárias, a
distribuição geográfica da população, a distribuição e o nível de mis-
cigenação entre as diferentes raças que a compõem, assim como a
distribuição da renda pelos diferentes estratos populacionais.
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Poder Poder
O setor competindo
de de
por uma posição
barganha barganha
entre os
dos dos
concorrentes
fornecedores clientes
Ameaças de
serviços ou produtos
substitutos
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Taxa mínima de
atratividade
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Ameaças (T)
Relação de ameaças Como identifi-
car e evitá-las
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3.5 Concorrência
Concorrentes são empresas que competem por um mesmo mercado,
no chamado ambiente da indústria, oferecendo produtos ou serviços que se
assemelham no que concerne à sua utilidade e visam atrair para si o mesmo
grupo de clientes. Assim, além de concorrentes diretos, há também concor-
rentes que oferecem bens substitutos.
O conjunto de ações e reações competitivas assumidas pelos concorrentes
ao tentarem obter uma posição vantajosa no mercado, o qual leve a obtenção de
lucros acima da média, é comumente chamado de rivalidade competitiva. Tais
empresas em suas ações e reações, ao competir para criar ou defender posições
vantajosas, assumem posturas, cuja natureza indica diferentes tipos de compor-
tamento competitivo. Assim, é possível perceber em cada mercado, por meio da
observação do conjunto de ações e reações de todos os concorrentes, a dinâmica
competitiva que caracteriza. É conveniente lembrar que muitas empresas com-
petem, não só em um mercado mas, simultaneamente, em vários.
Em síntese, os concorrentes se envolvem em uma rivalidade competitiva
em razão da busca da obtenção de uma posição vantajosa no mercado, por
meio de um comportamento competitivo, constituído por ações de um con-
corrente e respostas competitivas do outro. Como resultante dessa rivalidade,
nasce a dinâmica competitiva da indústria.
Diante disso é possível construir um modelo para avaliar a rivalidade
competitiva, constituída das seguintes etapas: análise da concorrência, dire-
cionadores do comportamento competitivo, rivalidade interempresas e resul-
tados (HITT, 2008).
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22 Concorrência perfeita
A característica marcante da concorrência perfeita é a presença de mui-
tos fornecedores de um bem homogêneo e muitos consumidores bem
informados e livres para procurar aquele que oferece o menor preço.
Nesse caso há um preço de equilíbrio que é determinado pela interação
entre oferta e procura, mas que está fora de controle de fornecedores
e clientes. Assim, o fornecedor enfrenta uma demanda “infinitamente
elástica” (a curva de demanda é horizontal, isto é, paralela ao eixo das
quantidades). Assim, caso o vendedor cobre do cliente um centavo a
mais que seus concorrentes, ele não venderá nem uma unidade do pro-
duto e, caso ofereça um preço abaixo do preço de mercado, ele estará
sacrificando desnecessariamente a sua receita. Um bom exemplo está
na compra de cereais como milho ou arroz, vendidos a granel, em um
mercado central de qualquer cidade. Há muitos fornecedores de igual
tamanho, e nenhum deles, individualmente, pode influenciar o preço
de mercado.
22 Concorrência monopolística
Trata-se de um tipo de situação de mercado em que existem muitas
empresas fornecedoras, cujos produtos ou serviços são muito semelhan-
tes, sem que, no entanto, sejam substitutos perfeitos uns dos outros,
de forma que cada empresa possa manter certo grau de controle sobre
os seus preços praticados. Na verdade, cada fornecedor vende um pro-
duto diferenciado em relação ao do seu concorrente. Conforme Besanko
(2006), “os produtos A e B serão diferenciados se houver algum preço
para cada produto em que alguns consumidores preferirão comprar
A e outros preferirão comprar B”. Assim, o fornecedor enfrenta uma
demanda “elástica” (a curva de demanda sofre uma ligeira inclinação
negativa, isto é, não é paralela ao eixo das quantidades, como na con-
corrência perfeita). Assim, caso o vendedor cobre do cliente um preço
maior que o preço de equilíbrio do mercado, ele perderá muitos clientes,
o que pode ser negativo, do ponto de vista da receita total. Da forma
contrária, caso ofereça um preço abaixo do preço de mercado, ele poderá
ter um acréscimo em seu número de clientes, cujo incremento em ter-
mos de receita pode ser positivo. Um exemplo para esse modelo é o das
drogarias, hotéis ou editoras.
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22 Oligopólio
É o tipo de organização de mercado em que poucas empresas detêm o
controle da maior parte do volume comercializado no mercado. Nessa
modalidade de organização, com poucos fornecedores, é razoável espe-
rar que as estratégias de formação de custos de produção e de preços
de quaisquer dos concorrentes possam afetar os níveis de produção da
indústria como um todo. Assim , o fornecedor enfrenta uma demanda
inelástica (a curva de demanda sofre uma forte inclinação negativa, isto
é, não é paralela ao eixo das quantidades e sua inclinação é mais forte
que a da concorrência monopolística). Um exemplo vem das aciarias de
aços planos ou longos.
22 Monopólio
O monopólio constitui a forma de estruturação de um mercado em que
uma empresa domina a oferta de um bem ou serviço, para o qual não há
substituto similar. Em geral, os custos de produção são dissuasivos para
os novos entrantes, visto que o monopolista já explora ao máximo as eco-
nomias de escala possíveis naquele mercado. O fornecedor monopolista
enfrenta uma curva de demanda descendente relativamente inelástica,
podendo perder clientes caso aumente excessivamente os seus preços. Nas
palavras de Besanko (2006), “ter poder de monopólio não é a mesma
coisa que ter influência repressora sobre a demanda”. Assim, a firma pode
até aumentar seus preços, e o fará até que comece a perder clientes. O
que distingue o monopolista não é a forma da curva de demanda que é
obrigado a defrontar, e sim, a sua prerrogativa de aumentar seus preços
sem se preocupar com a reação de um concorrente. Um exemplo, no caso
do Brasil, está no refino do petróleo, cujo monopólio é da Petrobras.
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3.5.2.2 Resultados
Tomando como referência um ciclo de vida de três fases para as organi-
zações em certa indústria, é possível inferir o que acontece durante as fases de
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Brasil e Bolívia
Os dois países, Brasil e a Bolívia, assinaram, em 1991, uma
“Carta de Intenção de Integração Energética”, a qual se seguiu
a construção de um gasoduto binacional entre 1997 e 2000,
operado pela Petrobras e por onde o produto é conduzido
ao território brasileiro. O gasoduto tem capacidade para 30
milhões de metros cúbicos por dia. Em 2005, suas vendas
tiveram média de 22,9 milhões de metros cúbicos para o Bra-
sil e 0,9 milhão para a Argentina. A Petrobras explora poços
de petróleo e de gás natural em seis dos nove estados bolivia-
nos (Tarija, Chuquisaca, Cochabamba, Beni, La Paz e Santa
Cruz de La Sierra) e opera os gigantescos campos de gás de
San Antonio e San Alberto, no sul do país.
Outros números impressionam, como o de que o gás boli-
viano representa 52,5% “em novas descobertas internacionais
e das reservas da Petrobras no exterior”. Na Bolívia está a
maior parte das reservas, 158 bilhões de metros cúbicos, con-
tabilizadas pela Petrobras dentro de seus ativos próprios de
acordo com os critérios da “Securities and Exchange Commis-
sion”, dos Estados Unidos, entidade que regula os mercados
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Atividades
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diversas partes que a constituem evitando com isso que elas atuem de forma
estanque. Assim fazendo, busca-se a orquestração das ideias e ações imple-
mentadas em áreas muitas vezes distantes fisicamente da empresa. Assim,
como ponto de partida, há a criação de uma comunidade da visão, isto é, a
idealização do futuro da empresa, compartilhado por todos aqueles que a
constituem, sem exceções, como proposto por Backer (1992).
A visão é a idealização de um futuro desejado para a empresa. Um retrato
do que ela pretende ser, na visão empreendedora dos seus líderes, em termos
amplos, daquilo que pretende realizar. Trata-se de um quadro desafiador e
imaginativo do seu papel futuro e dos objetivos que ultrapassam seu ambiente
e sua posição competitiva atual. É a essência do negócio que o conduz até o
futuro. Um bom exemplo é a Ambev, que quer ser reconhecida como “a mais
competitiva companhia de bebidas do mundo”. No caso do McDonald’s é
“nossa visão é ser o melhor restaurante de atendimento rápido”.
A missão é a razão de ser da empresa, em termos qualitativos, no que
se distingue de meta (quantitativa). A missão possui uma constituição mais
concreta que a visão e, juntamente com a visão, é capaz de definir a natu-
reza e a individualidade da organização. Assim, a missão da empresa pode
tomar como referência para a sua constituição quatro elementos, quais sejam:
o mercado, a tecnologia, a geografia e os benefícios. Um dos elementos
que melhor define uma empresa não é o seu nome, ou seu estatuto, ou até
mesmo o produto que faz, na verdade, ela é melhor definida pela sua missão.
Somente uma definição clara da missão torna clara e objetiva a sua razão de
existir, assim como torna possíveis, claros e realistas os objetivos da empresa.
Um exemplo interessante vem de uma das maiores redes de varejo do Reino
Unido, a Marks and Spencer Group PLC, visitada por mais de 21 milhões
de pessoas por semana, qual seja, “vender roupas para a família [...]” – M&S.
Ainda, o McDonald’s, apresenta um bom exemplo de missão, qual seja “ser
o melhor empregador para nossos funcionários, em todas as comunidades do
mundo e oferecer excelência operacional aos nossos clientes em todos nos-
sos restaurantes”. A Air Liquide Brazil tem como missão, para a divisão de
grandes negócios “oferecer soluções de gás e energia para grandes indústrias
no mundo inteiro para melhorar a eficiência de seus processos e ajudá-las
a se tornar ambientalmente responsáveis”. A missão da Gol Linhas Aéreas
Inteligentes é “prover transporte seguro de pessoas e cargas, sustentado pelo
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Diferenciação Custo
Alvo estratégico
apenas um
particular
segmento
Enfoque
Atender a:
Determinado grupo comprador;
Clientes de uma linha de produtos;
Um mercado geográfico.
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adequados ao mercado que deseja atender. Assim, não consegue atender aos
clientes de alto volume que exigem preços baixos, o que para ser alcançado
deve ser precedido por processos padronizados e poucas opções em termos de
variedade. Tampouco consegue atender ao mercado que exige ampla varie-
dade de opções, o que é precedido por um processo menos padronizado capaz
de oferecer uma ampla gama de benefícios em detrimento do preço. Uma
forma de ampliar a variedade sem, no entanto, haver necessidade de ampliar
os ativos, o que exigiria grandes volumes para obtenção de economias de
escala, é por meio do compartilhamento de recursos geradores de economias
de escopo. Essa poderia ser uma saída para as empresas que se encontram no
“meio-termo”. Um exemplo da aplicação alternativa vem dos bancos comer-
ciais. Um pequeno banco pode oferecer apenas depósitos e empréstimos. No
entanto, para ampliar o seu escopo, sem exigência de investimentos em segura-
doras, operadoras de cartão de crédito etc. tais empresas firmam alianças com
seguradoras e operadoras de cartões de crédito, Banco24Horas, como forma
de oferecer tais serviços aos seus clientes sem necessidade de investimentos em
ativos e incorrer em aumentos no overhead (são as despesas correntes de ope-
ração de um negócio, necessárias à sua continuidade, exceto materiais diretos
e mão de obra direta, sendo portanto formado por custos fixos).
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Ameaças de
novos entrantes
Poder Poder
O setor competindo
de de
por uma posição
barganha barganha
entre os
dos dos
concorrentes
fornecedores clientes
Ameaças de
serviços ou produtos
substitutos
– 83 –
inferior
Valor
competitivo
Valor
superior
Baixo Alto
Benefícios Percebidos
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Situação no momento 1
Atributos Marca
Peso A
Consistência 5 1 5
Qualidade 4 1 4
Flexibilidade 2 2 4
Rendimento 2 1 2
Confiabilidade 3 1 3
Durabilidade 1 1 1
Média ponderada 17 1,118
Preço ou custo 50,00
Índice de valor 45
– 85 –
Curvas do momento 1
Preço + Manutenção - Residual
60,00
50,00
Valor
inferior
40,00
Valor
30,00
competitivo
20,00
Valor
10,00 superior
0,00
0 0,5 1 1,5
Situação no momento 1
Marca
Atributos
Peso A B
Consistência 5 1 5 1 5
Qualidade 4 1 4 1 4
Flexibilidade 2 2 4 1 2
Rendimento 2 1 2 1 2
Confiabilidade 3 1 3 1 3
Durabilidade 1 1 1 2 2
Média 17 1,12 1,06
ponderada
Preço ou custo 50,00 48,00
Índice de valor 45 45
– 86 –
60,00
50,00
Valor
inferior
40,00
Valor
30,00
competitivo
20,00
Valor
10,00 superior
0,00
0 0,5 1 1,5
Situação no momento 2
Marca
Atributos
Peso A B
Consistência 5 1 5 1 5
Qualidade 4 1 4 1 4
Flexibilidade 2 2 4 1 2
Rendimento 2 1 2 1 2
Confiabilidade 3 1 3 1 3
Durabilidade 1 1 1 2 2
Média 17 1,12 1,06
ponderada
Preço ou custo 50,00 40,00
Índice de valor 45 38
Na verdade, como demonstra a figura 7, a marca B (talvez devido aos seus
baixos custos) pode reduzir seus preços ao nível de $40,00, o que equivale a
uma diferença de 20% a menos que a marca A. No entanto, a diferença entre
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Curvas do momento 3
Preço + Manutenção - Residual
60,00
50,00
Valor
inferior
40,00
Valor
30,00
competitivo
20,00
Valor
10,00 superior
0,00
0 0,5 1 1,5
Situação no momento 3
Marca
Atributos
Peso A B
Consistência 5 1 5 1 5
Qualidade 4 1 4 2 8
Flexibilidade 2 2 4 1 2
Rendimento 2 1 2 1 2
Confiabilidade 3 1 3 1 3
Durabilidade 1 1 1 2 2
Média 17 1,12 1,29
ponderada
Preço ou custo 50,00 35,00
Índice de valor 45 27
Em um terceiro momento, a marca B realiza um segundo movimento
competitivo ousado, qual seja, aperfeiçoa a sua qualidade, assim, ela aumenta
a vantagem de benefício ao cliente, uma vez que além de ter elevado a média
ponderada de benefícios, saindo de 1,06 para 1,29, ou seja, oferecendo mais
– 88 –
benefícios ao cliente que a marca A, ainda reduziu seus preços para $35,00.
Fica clara a vantagem de B sobre A, quando é avaliado o índice de valor, em
que A aparece com 45 e B com 27, demonstrando que a marca B está agre-
gando muito mais valor ao cliente que a marca A.
Baixo Alto
Preço
Baixa Alta
OPERAÇÃO
IDEAL Southwest Automóvel Outras
companhias
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– 90 –
M
Administração de RH
AR
Atividades
GE
de Apoio Desenvolvimento de Tecnologia Objetivos
M
estratégicos
Compras
M
de entrada (manufatura) de saída e Pós-vendas
AR
Atividades vendas
Primárias GE
M
– 91 –
22 elementos econômicos;
22 presença de fornecedores capacitados;
22 elementos políticos;
22 elementos ambientais.
Tais pressões acabam por disparar gatilhos para que a empresa dê início
a um processo para a tomada de decisão quanto a que atitude assumir. Assim,
as atitudes podem ser voltadas para:
22 redução de custos (o custo marginal de produzir é maior que o
custo de adquirir);
22 falta de capacidade (o nível de especificidade dos ativos envolvidos
no processo é pequeno tornando viável a terceirização);
22 menor time to market (necessidade de reduzir o tempo de lança-
mento de novos produtos ou serviços, por meio de uso de enge-
nharia simultânea);
22 melhoria da qualidade (aproveitar a expertise de fornecedores
melhor capacitados);
22 introdução de novos produtos;
22 investimento focalizado;
22 equilíbrio de capacidades;
22 habilidades insuficientes;
22 aumento da prontidão de resposta.
Figura 11 – Movimentos em direção à core competence.
Empresa em T0 Empresa em T1
Desligamento de
Características: atividades
• Controla várias
atividades;
• Diversidade em custos Core
Terceirização
operacionais; competence
Aumento do escopo
• Insegura quanto à
competitividade
sustentada. Agregação
de atividades
– 92 –
– 93 –
Pessoas
SWOT - ambiência interna e externa Tecnologias
Mercadológicas
Processos Exemplo: negócio no ramo de cosméticos e bem-estar
Sistemas
Gestão
Internos Externos
2. Boa localização
3. Know-how de produção mercado interno e externo
4. Criatividade de equipe 26. Taxa de crescimento do merca-
5. Qualidade da matéria-prima do interno e externo
6. Poder de inovação 27. Mercado maduro
7. Nível de investimento relativa- 28. Barreiras à saída de concor-
mente baixo rentes
8. Baixo custo de mão de obra 29. Aceitabilidade social dos produ-
9. Condições de pagamento tos (qualidade de vida e saúde)
facilitadas 30. Alto grau de investimento
no setor
– 94 –
Sandálias Havaianas, um
caso e reposicionamento
Desde 1962, quando foi fabricado o primeiro par de sandálias
Havaianas a empresa, São Paulo Alpargatas, tinha como obje-
tivo criar um produto com produção em alta escala e distribuí-
-lo ao mercado por um preço acessível, a fim de atender às
necessidades da camada da população composta pelas clas-
ses C, D e E. Para a época era considerado um produto ino-
vador, devido à sua produção utilizando a borracha sintética,
com apenas dois componentes (solado e tira), tendo como
consequência o baixíssimo custo de produção.
O seu posicionamento de mercado (baixo custo e enfo-
que) estava orientado para o seguimento das camadas
de menor renda da população, ficando marcada pelas
campanhas de televisão que utilizavam como garoto-
-propaganda o humorista Chico Anísio. O seu slogan era:
“Sandálias Havaianas... não deformam, não têm cheiro e não
soltam as tiras”.
As vendas atingiram a invejável marca de 100 milhões de pares
produzidos em apenas um ano durante a década de 1990.
Apesar disso, além do produto ter sido amplamente copiado
pela concorrência, conquistou uma imagem negativa junto às
– 95 –
– 96 –
– 97 –
Atividades
1. Qual estratégia genérica indica o posicionamento a ser assumido
pelas empresas?
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– 99 –
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Curta Baixa
Sinergia de receita:
novos produtos através de
novos canais
Sinergia de receita:
produtos existentes através
Probabilidade de sucesso
de novos canais
Escala de tempo
Racionalização de instalações
Atividades
operacionais
compartilhadas
Funções
corporativas Alta
Longa
duplicadas
De acordo com a figura 2, o grau de intensidade das sinergias pode ser ava-
liado conforme caminha-se de um círculo mais exterior para outro mais interior.
Assim, quanto mais ao centro estiver, como no caso círculo inferior (Funções
corporativas duplicadas), isso indica que os efeitos da ação serão mais duradou-
ros e haverá alta probabilidade de sucesso. A necessidade dessa ação se destina
a eliminar ou compartilhar funções corporativas duplicadas (que existem em
ambas as empresas), como a contabilidade ou a área de RH. Como pode ser
observado na figura 2, essa sinergia deve ser estabelecida, principalmente entre
aquelas funções relacionadas às atividades de apoio da cadeia de valor, isto é,
RH, finanças e contabilidade, planejamento, P&D e até compras, isto é, são
aquelas funções que se acham mais afastadas do relacionamento direto com os
clientes. Trata-se, assim, de uma combinação que ocorre logo após a fusão. O
benefício de transformar duas funções (uma em cada empresa) em apenas uma
função na empresa, resultante da fusão, certamente será obtido (alta probabili-
dade de sucesso) devido ao menor risco envolvido. Além disso, seu efeito será
– 107 –
mais duradouro sendo, por isso, a escala de tempo, mais longa. O impacto do
seu efeito está associado mais aos custos do que à receita.
À medida que ocorre a migração para os círculos mais externos, isso sig-
nifica um maior impacto sobre a geração de receita por meio, por exemplo,
da capacidade de desenvolver novos produtos e canais de distribuição, sendo,
portanto, uma importante fonte de inovação. Qualquer que seja o caso, a
avaliação do tipo de intervenção deve se concentrar em estimar a velocidade
em que as sinergias poderão ser realizadas e o nível requerido de investimento
para construí-las. A recomendação feita por Harding (2002) é a de que deve
ser avaliada a probabilidade de sucesso para cada círculo e a partir daí o seu
impacto sobre o fluxo de caixa resultante.
Os aspectos decisivos na condução da integração das empresas após a
fusão são os seguintes, segundo pesquisa da Bain&Company realizada em
205 empresas (HARDING, 2002), durante o segundo semestre de 2002:
22 integração de culturas abordada desde o início;
22 identificação das melhores pessoas para liderar a empresa resultante;
22 integração focada em valor;
22 comunicação intensiva pelos líderes;
22 métricas de sucesso estabelecidas e monitoradas;
22 plano pronto antes de concluída a transação;
22 abordagem adaptada à razão estratégica da transação;
22 novo time de gestão escolhido antes do anúncio da fusão;
22 maioria dos funcionários focada no negócio central;
22 rapidez mais valorizada que a perfeição.
– 108 –
– 109 –
– 110 –
– 111 –
dem a negociar com empresas que conhecem e que mais apreciam. Quanto à
sociedade de capital aberto possuidoras de capital bastante pulverizado, ten-
dem a ser sensíveis aos acionistas minoritários que esperam um tratamento
digno e respeitoso, sendo remunerados com a mesma atenção dispensada aos
seus acionistas majoritários.
Outro importante instrumento a ser elaborado em um processo de fusão
ou aquisição é a due dilligence, cujo passo é o de definir qual transação fechar.
Esse instrumento deve contemplar:
22 lista de clientes, dados de custos e receitas, o processo de gestão e as
instalações da empresa;
22 qual o valor intrínseco do negócio considerando o comportamento
do seu fluxo de caixa em diferentes cenários;
22 qual o valor da sinergia em termos de redução de custos (econo-
mias de escala e escopo) e aumento de receitas (mix de vendas e
vendas cruzadas).
Harding (2002) sugere a adoção dos quatro Cs como forma de melhor
fixar o que deve ser lembrado no caso da due dilligence, quais sejam, clientes,
concorrentes, custos e competências. Há, segundo o autor, algumas ferramentas
que procuram as respostas a perguntas-chave para aumentar a densidade e
consistência da due dilligence, quais sejam:
22 mapeamento do mercado – qual o tamanho do mercado e quem
são os concorrentes;
22 precificação do setor – qual o poder da empresa para ditar os preços;
22 análise da combinação de lucros do setor – quem faz dinheiro no setor;
22 posição relativa de custo – qual o nível de custos da empresa frente
ao mercado;
22 rentabilidade cliente/produto – quais produtos e clientes direcio-
nam a rentabilidade;
22 análise SWOT da empresa – onde a empresa deveria investir;
22 lealdade do cliente/funcionário – essa aquisição apresenta uma car-
teira de clientes;
– 112 –
– 113 –
A firma resultante
da aquisição
torna-se muito
grande
Avaliação Gerentes
inadequada da excessivamente
firma-alvo focalizados em
(due dilligence) aquisições
Aquisições
Excesso de
Dívida muito diversificação
grande
Inabilidade para
obtenção de
sinergia e dificuldade
de
integração
5.6 Reestruturação
Embora a reestruturação não esteja diretamente ligada ao escopo do pre-
sente capítulo, em razão da sua importância no contexto das fusões e aquisi-
ções tornou-se importante a sua inclusão a fim de contribuir na compreensão
do processo de incorporação de atividades aos negócios da organização. Em
outras palavras, quando ocorrem problemas no processo de fusão ou aquisi-
ção dá-se início ao processo de reestruturação.
Conforme descrito por Hitt (2008), entre as décadas de 1970 e 2000,
“a alienação de negócios das carteiras de empresas e a desverticalização res-
ponderam por uma grande porcentagem das estratégias de reestruturação das
empresas”. Normalmente, aquisições ou fusões, quando malsucedidas, aca-
bam levando a um processo de reestruturação.
– 114 –
5.6.1 Downsizing
Trata-se de um redesenho da estrutura organizacional que pode levar à
redução no quadro de funcionários, à diminuição no número de unidades
operacionais ou no número de funções organizacionais. Trata-se de um
movimento voluntário e proativo da administração da empresa, sendo,
portanto um processo endógeno, isto é, não originado de fora para dentro e
sim de dentro para fora.
5.6.2 Downscoping
O chamado downscoping, que significa redução do escopo, representa a
exclusão de determinadas atividades exercidas pela empresa, na forma da spin-
-off (que significa a cisão e alienação de parte da empresa). Na realidade, esse
movimento tem a intenção de concentrar as atividades de uma firma mais
próxima do seu core business ou do seu negócio central.
Esse movimento reduz a variedade de atividades do portfólio de uma empresa.
– 115 –
Downsizing
É o processo de
redução no número
de funcionários,
níveis hierárquicos ou
Custos reduzidos Perda de
número de unidades.
de mão de obra capital humano
– 116 –
Segunda maior
mineradora do mundo
Além de representar um recorde, a operação se apresenta
como a maior compra de empresas em outros países já efetu-
ada por uma companhia latino--americana. A aquisição eleva a
Vale ao posto de segunda maior mineradora do mundo, atrás
apenas da anglo-australiana BHP Billiton.
O valor de mercado da Vale passará de US$ 59,8 bilhões para
US$ 77 bilhões. O valor de mercado da BHP, que também
atua no segmento de petróleo e gás, é de US$ 160 bilhões.
Juntas as receitas das duas companhias somaram US$ 18
bilhões em 2005, crescimento significativo frente à receita de
US$ 13,4 bilhões obtidas apenas pela Vale. Combinados, os
ganhos das duas companhias chegariam a US$ 5,6 bilhões
em 2005.
O financiamento da operação também surpreende. Disponibi-
lizando cerca de US$ 34 bilhões, sob a forma de um emprés-
timo sindicalizado, 34 bancos participaram da operação. A
oferta da Vale pela Inco contempla um pagamento máximo de
US$ 18 bilhões. Ou seja, a empresa obteve crédito de sobra.
– 117 –
Boas perspectivas e
redução dos riscos
Além do interesse de desenvolver suas operações e criar
valor aos seus acionistas, a estratégia da empresa ao adquirir
a Inco é aumentar a sua participação nos negócios de metais
não ferrosos, visto a demanda em mercados de alto cresci-
mento no longo prazo.
A companhia avalia ainda que a aquisição irá reduzir os
riscos das operações visto que eleva a diversificação de
produtos e melhora a localização geográfica dos ativos,
reduzindo os custos.
Com a aquisição, a Vale reduz suas receitas com ferrosos de
74% para 56% do total. Além disso, a empresa diversifica ao
reduzir o percentual de ativos no Brasil, de 98% para 60%.
Atividades
1. O que significa uma fusão?
– 118 –
– 119 –
Quadro de diretores
Proprietários Administradores
– 122 –
– 123 –
a b
Negócio Relacionamento Relacionamento Negócios não
dominante restrito vinculado relacionados
Diversificação
(Fonte: HITT, 2008.)
– 124 –
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– 136 –
– 137 –
Atividades
1. Qual o objetivo fundamental da governança corporativa?
– 138 –
– 139 –
– 142 –
Mercado país B
Mercado país C
Mercado país D
Tempo
Introdução Crescimento Maturidade Saturação Declínio
– 143 –
– 144 –
Operações
ingressadas
1 2 3 4
Escolha da Desenho do
Avaliando forma de plano de
produtos e Determinando ingresso: marketing:
mercados: Mercado alvo
objetivos e exportação, produto,
escolha do metas contrato, preço,
mercado acordos ou promoção,
/produto alvo investimentos praça e
prontidão
Sistema de Controle:
5 monitoramento das
operações/revisão da
estratégia de ingresso
– 145 –
7.3.1 Exportação
Esta estratégia de entrada apresenta custo elevado e oferece poucos
meios de controle pela empresa exportadora. Pode assumir natureza indireta,
– 146 –
7.3.2 Licenciamento
Esta estratégia de entrada apresenta baixo custo, algum risco, oferece
poucos meios de controle e baixo retorno. Trata-se de uma forma pela qual a
empresa transfere para uma empresa estrangeira por tempo predeterminado o
direito de uso da sua propriedade industrial (tal como patentes, know-how
ou marcas registradas) e em troca recebe royalties ou alguma compensação.
Um bom exemplo vem da Chrysler LLC, em sua estratégia de expansão fora
da América do Norte, a qual prevê o licenciamento da produção de veículos,
da manufatura e da montagem de automóveis em parceria com sócias locais.
Em agosto de 2007, uma fábrica no sul da China de propriedade da South
East Motors Inc. (joint venture de empresas da China e de Taiwan) apresentou
a sua primeira minivan Chrysler, a Grand Voyager, produzida na China. A
produção do veículo está sendo realizada como parte de um acordo de licen-
ciamento firmado em 2005, entre a South East e a Chrysler.
– 147 –
7.3.4 Aquisições
Por esta estratégia a empresa pode iniciar um rápido acesso a novos mer-
cados. No entanto, apresenta custo elevado, negociações complexas, além de
apresentar problemas de fusão com operações domésticas (culturais, tecnoló-
gicos, de gestão etc.). No caso das empresas brasileiras, há dois bons exemplos
dessa modalidade de expansão, são eles o da Gerdau e o da Companhia Vale
do Rio Doce. Numa demonstração de uma medida bem-sucedida de inter-
nacionalização pela via da aquisição, o Grupo Gerdau se tornou o 14.º maior
produtor de aço do mundo e líder no segmento de aços longos nas Améri-
cas, com unidades no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai,
México, República Dominicana, Venezuela, Guatemala, Estados Unidos e
Canadá. Além disso, possui 40% de participação em negócios da Corpora-
ción Sidenor, da Espanha e uma joint venture com o Grupo Kalyani da Índia.
A Vale seguiu um longo caminho desde a sua fundação. Foi criada
por Getúlio Vargas, quando encampou as jazidas pertencentes à Percival Far-
quhar, proprietário da Itabira Iron Ore Company. A empresa, que nasceu
como sociedade de economia mista, é hoje uma empresa privada de capital
aberto. Em 2006 a Vale anunciou a incorporação da Inco, uma empresa
canadense e a maior mineradora de níquel do mundo. Após a incorpora-
ção, o novo conglomerado empresarial CVRD Inco tornou-se a 31.ª maior
empresa do mundo, atingindo um valor de mercado de R$ 298 bilhões, à
frente da IBM. Em 2008 seu valor de mercado foi estimado em 196 bilhões
– 148 –
– 149 –
– 150 –
Estratégia, Estrutura e
Rivalidade Estabelecidas
Condições de Condições de
Fatores Demanda
Setores Industriais
e de Serviços Relacio-
Fonte: PORTER, 1989. nados e de Apoio
– 151 –
– 152 –
Por exemplo:
22 luta na Chechênia pela independência da Libéria;
22 conflitos no Oriente Médio;
22 nacionalização (Bolívia, Venezuela).
22 Riscos econômicos (há interdependência dos riscos políticos e econômicos):
22 diferenças e flutuações no valor das diferentes moedas, dife-
renças nos salários;
– 153 –
– 154 –
7.10 A internacionalização
de empresas latino-americanas
Indiferentes às medidas governamentais de fomento à exportação ou
financiamento de aquisições internacionais, muitas empresas latino-america-
nas iniciaram seu processo de internacionalização como estratégia de sobre-
vivência, sem nenhum apoio governamental e assumidas pelos seus dirigen-
tes, com apoio exclusivo das suas competências e muitas vezes por meio de
alianças estratégicas. Na maioria das vezes esse processo foi iniciado devido
à instabilidade político/econômica em seus mercados domésticos e à busca
da manutenção de níveis sustentáveis de competitividade. Como afirma
Rubens Ricupero (In: SAUVANT, 2007, p. 6), “o exemplo brasileiro é o de
um aumento de empresas que se internacionalizaram em contexto de cresci-
mento nacional baixo ou errático e, em boa parte dos casos, para buscar no
exterior o dinamismo que lhes falta interiormente.”
Ainda segundo Ricupero (In: SAUVANT, 2007), historicamente, o
processo de internacionalização de empresas brasileiras foi constituído por
fases. A primeira, entre 1960 e 1982, foi um processo que envolveu, fun-
damentalmente, a Petrobras, algumas instituições financeiras, empresas de
engenharia e construção. Na segunda fase, que vai de 1983 a 1992, houve
uma maior diversificação de empresas vindas de outros setores. Além disso,
nesse período, ocorre uma maior concentração do fluxo em direção aos paí-
ses do Mercosul, o que continua a ocorrer até o final da década de 1990. No
final dos anos 1990, começam a se destacar indústrias de manufaturados,
principalmente a siderurgia, os materiais de transporte e bens intermediários.
– 155 –
Vendas
Índice
Empresa Origem Países exterior
Globalização
(%)
1 CEMEX México 77,3 50 82,3
2 Techint (Rocca) Argentina 75,8 ND 62,5
3 Odebrecht Brasil 71 19 76,7
4 Vale Brasil 60,6 27 84
5 Sudamericana de Vapores Chile 59,6 ND 90
6 Tenaris (Rocca) Argentina 55,7 11 81
7 Grupo Alfa (Rocca) México 53,2 ND 53,1
8 Embraer Brasil 48 5 96,4
9 Gerdau Brasil 47,3 9 54
10 Grupo Bimbo México 46,8 18 31,2
Fonte: REVISTA AMÉRICA ECONOMIA, 2008.
A revista América Economia (2008) informa que da lista dos 100 desafia-
dores do Boston Consulting Group (The 2008 BCG 100 Global Challengers), há
– 156 –
apenas 22 empresas em toda a América Latina que podem ser consideradas glo-
bais, ao passo que apenas a Índia possui 20 e a China 41. E conclui: “Às empre-
sas latino-americanas ainda falta muita ambição global para posicionar--se no
mundo”. Segundo a publicação a história de internacionalização das empresas
latino-americanas começa pelo completo domínio do seu mercado doméstico.
Só então essas empresas partem para o mercado global. Em vez disso as empre-
sas indianas têm saltado a etapa do mercado doméstico e se encaminhado para
a conquista do mercado global, antes mesmo de se estabelecerem de forma
sustentável em seu próprio mercado doméstico. Uma exceção para esse quadro
é o da Embraer, no caso do Brasil.
No caso da escolha de diferentes formas de entrada no mercado interna-
cional (exportação, licenciamento, alianças estratégicas, aquisição, nova subsi-
diária integral), para alguns países da América Latina algumas opções podem
ser assumidas como forma de contornar barreiras fiscais ou até mesmo sani-
tárias. Um bom exemplo vem do etanol. O Brasil tem como clientes apenas
os Estados Unidos, o Caribe – que é utilizado pelos exportadores brasileiros
como meio de acessar o mercado norte-americano sem o ônus das sobretaxas
– e a Suécia, cuja demanda é muito pequena, por meio de aliança estratégica
para a exportação do produto. Enfrentando dificuldades de ser exportado
do Brasil para os Estados Unidos pela aplicação de uma tarifa alfandegária
que, dependendo dos custos, inviabiliza o seu preço competitivo, a alternativa
assumida foi a de criar uma empresa subsidiária em algum país do Caribe,
pertencente ao CAFTA (Central America Free Trade Agreement), Acordo
de Livre Comércio da América Central. Assim fazendo, o produto pode ser
enviado para os Estados Unidos em função do benefício tarifário. No caso
do licenciamento, outro exemplo da prática no Brasil foi utilizado pela Gra-
diente. Não possuindo tecnologia para produzir aparelhos telefônicos móveis
celulares, quando o primeiro leilão da banda analógica foi realizado, a Gra-
diente estabeleceu um acordo de licenciamento com a Nokia para produzir
um dos seus aparelhos no Brasil. Acordo semelhante já havia sido estabelecido
entre a Gradiente e a JVC para produção de aparelhos videocassete, com
sucesso. A Telmex em sua expansão pelos países da América Latina, optou,
no caso do Brasil, pela aquisição da Embratel, o que lhe ofereceu força de
mercado de uma empresa já consagrada no mercado interno.
– 157 –
– 158 –
– 159 –
– 160 –
– 161 –
Outros fornecimentos
No Brasil, além da HTA, já existem duas empresas que
fornecem para o grupo europeu Airbus. A gaúcha Digicon
S.A. foi subcontratada pela americana Hamilton Sundstrand
para produzir conjuntos de eixos e discos para os sistemas de
gerenciamento de ar do novo Airbus A380, o maior avião
de passageiros do mundo.
A Sopeçaero, de São José dos Campos, empresa inaugu-
rada no mês de abril pela Airbus e a chinesa Eletra Holding
Overseas, também estão produzindo chapas de alumínio de
pequenas dimensões para a fuselagem do A320. A HTA
também fornecerá peças das asas e portas dos modelos
C-295 e C-235, feitos pela EADS-CASA na Espanha.
Atividades
1. Qual das razões a seguir levam as empresas a se encaminharem para o
mercado internacional, segundo Root?
– 162 –
a. Sanitários e fiscais.
b. Jurídicos e fiscais.
c. Administrativos e financeiros.
d. Político-sociais e econômicos.
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Perspectiva financeira
– 168 –
– 169 –
ORÇAMENTO
Recurso
Loop de
gestão das operações
Revisão
OPERAÇÕES
Input output
(recursos) Iniciativas e programas (resultados)
– 170 –
Loop de
gestão das operações
Recurso Avaliação
OPERAÇÕES
Input output
Iniciativas e programas
(recursos) (resultados)
– 171 –
– 172 –
Compra de Venda de
Matérias-primas Produtos ou
ou Mercadorias Mercadorias aos
dos 60 dias Clientes 30 dias
Fornecedores
PMRE (dias) PMRV (dias)
TEMPO ..... ..... TEMPO
PMPC (dias) Ciclo Caixa a Caixa
40 dias Pagamento de 50 dias
Materiais
(Mercadorias) Recebimento de
aos Vendas
Fornecedores
– 173 –
Onde:
PMRE (prazo médio de rotação dos estoques) = Estoques ÷ CMV . 360
PMPC (prazo médio de pagamento de compras) = Fornecedores ÷ Com-
pras . 360
PMRV (prazo médio de recebimento de vendas) = Duplicatas a Receber ÷
Vendas . 360
Conforme dados apresentados na figura 4:
CCC = 60 dias + 30 dias – 40 dias
CCC = 50 dias
NCG (Necessidade de Capital de Giro) = CCC . VD + A
Onde:
VD = Vendas diárias
A = Ajuste relativo à diferença entre “outros ativos operacionais” e
“outros passivos operacionais” (Valores do Ativo e do Passivo Circulantes que
oscilam no ritmo das operações, isto é, salários, encargos e tributos).
– 174 –
– 175 –
Taxa
= 1 – N.° de clientes perdidos (ano)
de retenção total de clientes atuais
– 176 –
Duração média
do ciclo de = 1
vida do cliente 1 – Taxa de retenção
(anos)
Fonte: CHRISTOPHER, 1999.
A lucratividade dos clientes merece uma atenção especial, visto que a car-
teira de clientes apresenta uma grande diversidade de perfis. Há clientes alta-
mente lucrativos, dependendo do mix de produtos e serviços que consomem,
assim como há também o contrário, isso é, clientes que dão prejuízo durante
o seu relacionamento com a firma. Isso exige a construção de um demonstra-
tivo de resultado por cliente, devendo, por conseguinte, ser apurada a receita
obtida pelo relacionamento comercial com cada cliente, assim como todas as
despesas incorridas nesse relacionamento.
– 177 –
100%
Contribuição
para o lucro
total (%)
125%
– 178 –
O que resulta dessa análise é a avaliação de qual o peso que cada cliente
tem na formação do resultado total apurado pela empresa. Assim, é possível
fazer uma avaliação da necessidade de mantê-los na carteira segundo a sua
importância estratégica, apesar do alto custo da sua manutenção.
Calculando o valor presente do fluxo de caixa do cliente, baseado na
duração média do ciclo de vida do cliente, comparando com o investimento
necessário para obtê-lo, é possível avaliar o NPV (Net Present Value), também
chamado VPL (Valor Presente Líquido) dos principais clientes, facilitando as
decisões sobre o investimento no relacionamento e a composição da carteira.
O VPL é o valor atual do fluxo de caixa líquido de cada período, descon-
tado a uma certa taxa de juros, considerando o fluxo de caixa no instante 0 (zero)
como o investimento realizado. O VPL é obtido conforme a seguinte fórmula:
Onde:
VPL (Valor Presente Líquido) = quando negativo significa que o C0
(investimento inicial) é maior que os retornos esperados pelos Cn demons-
trando, assim, a inviabilidade econômico-financeira do investimento, visto
que ninguém, em sã consciência, investe para retirar menos do que investiu.
Quando positivo, significa que os retornos esperados pelo investimento em
C0 serão remunerados, sobrando algum recurso após o retorno de todo o
investimento feito. Desse modo, pode ser recompensador o investimento.
n = é a estimativa quanto ao número de anos que se espera que dure o
relacionamento com o cliente.
Cn/(1+r)n = o fluxo de caixa de cada ano, mês, semestre ou trimestre,
descontado a uma taxa r, correspondente ao custo de oportunidade ou alter-
nativo para o recurso investido.
– 179 –
– 180 –
Idealizar
Identificação das Identificar Oferta de Gerar Entregar Satisfação das
Serviços
Necessidades dos o Mercado Produtos e Produtos/ Produtos/ Necessidades
aos
Clientes Serviços Serviços Prestar dos Clientes
Clientes
Serviços
8.6.2 A inovação
O processo de inovação possui dois componentes. No primeiro, os geren-
tes realizam pesquisas de mercado para identificar o seu tamanho, a natureza
das preferências dos clientes e os pontos de preço para cada produto ou ser-
viço. Além de sondar clientes atuais e potenciais, esse segmento poderia incluir
também a idealização de mercados e oportunidades inteiramente novas para
os produtos e serviços que a empresa pode fornecer. Hamel e Prahalad (1995)
descrevem esse processo como a busca “de espaços vazios [...], as oportunida-
des que residem entre ou em torno das definições do negócio baseadas nos
produtos”. Algumas medidas sugeridas por Kaplan e Norton (1997) são:
22 percentual de vendas gerado por novos produtos;
22 percentual de vendas gerado por produtos proprietários (ainda pro-
tegidos por patente);
22 lançamento de novos produtos X novos lançamentos dos concorrentes;
22 lançamento de novos produtos X lançamentos planejados;
22 time-to-market (tempo para o lançamento da nova geração ou de
novos produtos).
8.6.3 O processo operacional
O processo operacional que compõe o segundo estágio da cadeia de
valor interna representa a onda curta da criação de valor nas empresas. Nos
processos relacionados com as operações, os produtos e serviços são criados e
oferecidos aos clientes, através dos processos de manufatura ou prestação de
– 181 –
– 182 –
– 183 –
Retenção Produtividade
dos dos
funcionários funcionários
Satisfação
dos
funcionários
Vetores
Competências Infraestrutura Clima para
do quadro de tecnológica a ação
funcionários
Fonte: KAPLAN, 1997.
Uma das mudanças mais radicais ocorridas no pensamento gerencial nos
últimos anos foi a transformação do papel dos funcionários. Hoje, a maioria
das empresas que ampliou a automação em suas operações não mais impõe
ao trabalhador a execução do mesmo trabalho repetidamente, com o mesmo
nível de eficiência. Desse modo, esse deixa de ser um sinalizador de sucesso
operacional da organização. Assim como tem acontecido cada vez com maior
frequência, as empresas precisam ouvir e utilizar as ideias que emanam das
suas equipes operacionais que se encontram mais próximas dos processos e
dos seus problemas inerentes. No entanto, devido aos diferentes graus de Q,
S e P, mudanças nesse nível exigem treinamento, capacitação e reciclagem dos
funcionários, para que suas mentes e capacidades criativas sejam mobilizadas
no sentido dos objetivos organizacionais.
– 184 –
– 185 –
Reciclagem Reciclagem
Estratégica Maciça
Atualização de Competências
– 186 –
– 187 –
8.7.2.4 Medidas de
desempenho da equipe
A grande maioria das empresas, hoje, reconhece que para a realiza-
ção de metas estratégicas ambiciosas que repercutam positivamente junto a
clientes e acionistas, há necessidade de processos internos bem elaborados.
Assim, na perspectiva de aprendizado e crescimento, algumas empresas
elaboraram seis medidas voltadas para o desenvolvimento e desempenho da
equipe, quais sejam: a pesquisa interna para desenvolvimento de equipes; nível
de ganhos compartilhados de equipes internas com equipes de empresas parceiras;
número de projetos realizados por equipes integradas; utilização do controle de
perdas; percentual de planos de negócios desenvolvidos pela equipe; percentual de
equipes com incentivos compartilhados.
Essas medidas possibilitam a transmissão clara dos objetivos corpo-
rativos para que os indivíduos trabalhem de forma eficaz em equipes, e
para que as equipes de diferentes setores da empresa prestem assistência
e apoio mútuos.
– 188 –
– 189 –
– 190 –
Clientes
Elevar a Desenvolver a Desenvolver
percepção marca relacionamento de
de valores confiança
Processos Internos
Aprendizado e Crescimento
Pessoas
Capacitar a equipe das Desenvolver
unidades de beneficiamento habilidades em gestão Informações
Aperfeiçoar o sistema
de informações Clima
Reter talentos
– 191 –
22 Crescimento de 2% acima
22 Superar o crescimento do 22 Renegociar dívidas
22 Aumento de vendas. da taxa do mercado.
mercado. com o Banco de
Financeira 22 Aumento de margem. 22 Crescimento da margem
22 Crescimento lucrativo. Desenvolvimento e
22 Redução do custo operacional. de ordem 5% em 3 anos.
22 Promover a redução de custos. com outros credores.
22 Redução de 2% ao ano.
– 192 –
– 193 –
– 194 –
– 195 –
A Gerdau Açominas
A Gerdau Açominas é a maior unidade produtiva do Grupo
Gerdau. Localizada em Ouro Branco (MG), aproximada-
mente 100 quilômetros de Belo Horizonte, a empresa possui
cerca de 5 000 empregados diretos.
Seu mix de produtos é composto por placas, blocos, tarugos,
perfis estruturais, perfis U, cantoneiras, fio-máquina e produtos
carboquímicos. A empresa tem uma capacidade instalada de
três milhões de toneladas de aço líquido por ano e possui
escritórios em Belo Horizonte e São Paulo, além de ser uma
das proprietárias do Terminal Portuário de Praia Mole, em
Vitória (ES), por onde exporta quase 70% de sua produção.
Como produto de seu planejamento de longo prazo,
a empresa está em fase de ampliação de sua capacidade
produtiva. Com aporte de recursos da ordem de US$ 1,5
bilhão, a empresa instalará novos alto-forno, coqueria e sin-
terização, além de melhorias em seus processos produtivos.
Destaca-se, ainda, a instalação de um lingotamento contínuo
de blocos e um lingotamento contínuo de placas, ampliando
seu mix de produtos e possibilitando a prospecção de novos
nichos de mercado.
As obras estão previstas para serem concluídas no segundo
semestre de 2007, possibilitando à empresa produzir 4,5
milhões de toneladas de aço líquido/ano.
O Grupo Gerdau
O Grupo Gerdau é o maior produtor de aços longos das
Américas e a 14.ª maior siderúrgica do mundo, de acordo
– 196 –
– 197 –
– 200 –
Capacidade de antecipar
vislumbrar e manter flexi-
bilidade e delegar poderes
Liderança estratégica para criar mudança estra-
eficiente tégica quando necessário
molda a formulação da
Competitividade estratégica
Retornos acima da média
– 201 –
– 202 –
Tempo
Fonte: WRIGHT, 2000.
Além disso, pela adoção desse estilo, tais líderes mantêm a sua organiza-
ção no ritmo de sua tradição histórica, o que resulta em melhoramento contí-
nuo. Assim, pode-se dizer que a liderança no estilo transacional produz incre-
mentos constantes e suaves no desempenho organizacional e não dramáticos.
– 203 –
Tempo
Fonte: WRIGHT, 2000.
– 204 –
– 205 –
– 206 –
– 207 –
– 208 –
cima. Além disso, há vários cargos sobre os quais não tem autoridade formal
(como membros do conselho, clientes ou membros de agências reguladoras),
dos quais depende.
O poder pode ser exercido de várias formas, tais como a perícia, o con-
trole sobre a informação, a influência indireta, habilidade para lidar com a
incerteza, carisma e troca de favores, conforme figura 5.
Figura 5 – Técnicas de utilização do poder.
Controle da
informação
Influência Troca de
indireta favores
Técnicas de
utilização
do poder
Habilidade
em lidar
Carisma
com a
incerteza
Perícia
– 209 –
– 210 –
Balanço de Competências
Ativo Passivo
Vendas Competência empregada
temporariamente
Serviços
Produção Competência de rede
– 211 –
– 212 –
Crenças, valores
e
pressuposições
do fundador
Adaptação à Mudanças no
Influência de um mudança
líder ambiente geral
ambiental com o da organização
transformacional tempo
Cultura
organizacional
atual
Fonte: WRIGHT, 2000. Adaptado.
– 213 –
– 214 –
– 215 –
– 216 –
22 A humildade é fundamental.
22 Quem não tem inteligência para criar tem que ter cora-
gem para copiar.
Tendo como referencial tais mandamentos, um consistente pla-
nejamento estratégico, a decisão de investir continuamente em
tecnologia e a expansão e modernização da frota da TAM, o
Comandante Rolim construiu em pouco mais de duas déca-
das uma das empresas mais bem-sucedidas do Brasil. Pouco
antes de comemorar a marca de 13 milhões de passageiros
transportados em 2001 e ainda no auge de sua carreira, o
comandante Rolim morreu em um acidente de helicóptero no
dia 08 de julho, em Ponta Porã, aos 58 anos.
Atividades
1. Qual dos aspectos a seguir marca o estilo transacional de liderança?
2. Segundo a pesquisa citada por Wright, qual dos itens a seguir contém
um atributo que transforma líderes transacionais em líderes transfor-
macionais?
– 217 –
– 218 –
– 220 –
quanto uma operação deve ser verticalmente integrada na rede, a sua localiza-
ção física e a das suas demais unidades operativas (quando for o caso) dentro
da rede e a sua capacidade e a das suas demais unidades operativas (quando
for o caso) dentro da rede.
As alianças são parcerias entre duas ou mais empresas constituídas para
a realização de um projeto singular ou cooperação em certo ramo de negó-
cio (WRIGHT, 2000). A expressão aliança estratégica deve ser delimitada,
não devendo ser aplicada de forma indiscriminada a qualquer conexão entre
empresas (DUSSAUGE, 1999). O ponto de partida para a definição da
aliança é em que medida as empresas que dela tomam parte mantêm a sua
independência e identidade própria em relação às demais. Desse modo, as
empresas que participam de alianças estratégicas o fazem para juntar forças
em perseguição a objetivos estratégicos claros, sem perder a sua autonomia
e sem abandonar seus próprios objetivos, conforme apresentado na figura 1.
Figura 1 – Representação gráfica de uma aliança.
Metas e interesses
específicos de B
Empresa
B
Empresa Empresa
A C
Metas comuns
Algumas empresas adotam o caminho das fusões ou aquisições. Uma
fusão ocorre quando empresas de porte semelhante combinam-se em uma
empresa por permuta de ações (WRIGHT, 2000). As fusões ou aquisições
– 221 –
Empresa
A
Fusão
Nova empresa
resultante
Empresa
B
Conjunto de metas
(único e coerente)
Sob essa óptica, um primeiro ponto a ser avaliado no contexto das alian-
ças é o grau de perda da sua autonomia estratégica de cada um dos parceiros.
O equilíbrio entre as partes é essencial para que não ocorram assimetrias que
comprometam a continuidade da aliança estabelecida.
Um outro ponto abordado por Dussauge e Garrette (1999) é o de que
as alianças se caracterizam por múltiplos centros de tomada de decisão, além
da contínua negociação e escaramuças relacionadas ao interesses dos parceiros.
Esses aspectos podem ser decisivos na manutenção ou dissolução da aliança.
A consequência dos aspectos mencionados nos parágrafos anteriores, é
que as alianças demonstram ser um modelo de associação instável tornando a
cooperação um alvo em constante movimento. Esse aspecto, em particular, é
– 222 –
Caixas de lápis
produzidas
QB QA Aliança para
Custo unitário redução dos custos
da caixa de distribuição
de lápis (produtos de mesmo escopo)
distribuída
Distribuição
CA
CA + B Custo Total Médio
Caixas de lápis
QA QA + B distribuídas
Fonte: ROSENBLOOM, 1999. Adaptado.
– 223 –
– 224 –
– 225 –
– 226 –
– 227 –
– 228 –
Alianças e
redes
estratégicas
– 229 –
Receita Mg
RT1
CT1
Receita total
Custo Mg
Q1 Q
– 230 –
para justificar a compra de serviços, por exemplo, é que esses serviços não
são fundamentais para a atividade principal da empresa. Muitas empresas
estão, cada vez mais, utilizando a prática do outsourcing (contratação externa
ou terceirização), subcontratando serviços como transportes, limpeza, pro-
cessamento de dados, alimentação e manutenção. Delegando esses serviços a
especialistas externos, a empresa permite se concentrar naquilo que a faz ser
competitiva no mercado. Admite-se assim, que por serem especialistas naque-
las atividades, seus custos incorridos são inferiores, tanto devido à curva de
experiência quanto às economias de escala e escopo.
Figura 7 – A colaboração como indutora da decisão entre fazer ou comprar
– make, buy or cooperate decision.
Comprar Fazer
Colaboração
Aquisição Integração
vertical
Subcontratação
Manufatura Projeto
– 231 –
Parceria Vertical
Projeto
Manufatura
Compartilhado Manufatura é alocada
junto ao parceiro
– 232 –
– 233 –
(Fonte: HITT,2008.)
Como demonstra o quadro 1, há muitas razões para que empresas desenvol-
vam alianças estratégicas. A principal premissa que as fazem estabelecer as alian-
ças, segundo Hitt (2008), está no tipo de mercado em que atuam. Os mercados
podem ser de ciclo lento, ciclo-padrão ou ciclo rápido.
Os mercados de ciclo lento são aqueles em que as vantagens competitivas
obtidas por uma firma estão, de alguma forma, protegidas da imitação, em
geral por longos períodos de tempo e para as quais a imitação é bastante one-
rosa, inviabilizando-a. Assim, os motivadores das empresas para estabelecer
alianças nesse tipo de mercado são a obtenção de acesso a um mercado restrito,
o estabelecimento de uma franquia em um novo mercado e a manutenção da
estabilidade de mercado.
Os mercados de ciclo-padrão são aqueles em que as vantagens competiti-
vas de uma empresa estão protegidas, de forma moderada, contra a imitação
e para as quais a imitação é onerosa. Assim, os motivadores para o estabele-
cimento de alianças entre as empresas que atuam nesse tipo de mercado são
ganhar poder de mercado, ganhar acesso a recursos complementares, superar
barreiras comerciais, enfrentar desafios competitivos interpostos por outros
rivais, reunir recursos para projetos de capital intensivo, aprender novas téc-
nicas de negócios.
– 234 –
– 235 –
– 236 –
– 237 –
– 238 –
O Bradesco compartilhará
ATMs com BB e Caixa
(COTIAS; ALVES, 2005)
– 239 –
– 240 –
Atividades
1. Alguns autores veem nas alianças estratégicas uma fonte importante de:
a. atividades de suporte.
b. complexidade e desentendimentos.
c. recursos e competências não possuídas por um dos parceiros.
d. necessidades de mudanças organizacionais.
– 241 –
a. subcontratação.
b. aliança vertical.
c. aliança horizontal.
d. verticalização.
– 242 –
Gabarito
– 243 –
2. D
3. B
2. D
3. C
2. A
3. C
2. A
3. B
– 244 –
5. A
6. C
6. Governança corporativa
1. B
2. D
3. A
7. Estratégia internacional
1. B
2. A
3. D
2. A
3. B
– 245 –
2. C
3. B
2. B
3. A
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Referências
– 247 –
– 248 –
– 249 –
– 250 –
– 251 –
– 252 –
– 253 –
EMPRESARIAL
instituições na busca de obter e sustentar sua vantagem competitiva, reali-
ESTRATÉGIA
zando no dia a dia o objetivo do seu negócio que, segundo Peter F. Drucker, é Anderson Mota
“criar um cliente”.
Gestão