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Faculdade de Letras e Ciências Sociais

Departamento de Ciência Política e


Administração Pública
Curso: Administração
Pública/Ciência Política

Cadeira: planejamento e gestão estratégica

Trabalho em grupo
3ºano: Pós-Laboral

Economia de Moçambique 1998-2008


(Índice de competitividade internacional)

Decentes:
Adelaide Abraão
Alcina Chengue
Amade Chaúque
Marcos Mahumane

Docente: Guilambo

Maputo aos, 21 de abril, de 202


Sumário
Introdução................................................................................................................................1
Metodologia.............................................................................................................................2
Contextualização......................................................................................................................3
Classificação econômica de Moçambique de 1998 - 2008.......................................................4
Aspectos contextuas de Moçambique de 1980-2008...............................................................6
Antecedentes da economia mundial 1980-2008......................................................................8
As transacionais........................................................................................................................9
Desemprego.............................................................................................................................9
Blocos econômicos.................................................................................................................10
Mercosul................................................................................................................................10
PASSADO X FUTURO...............................................................................................................12
Conclusão...............................................................................................................................13
Referencias bibliográfica.........................................................................................................14
Introdução

A pobreza em Moçambique encontra-se inserida dentro de um contexto da política


económica da região, devido as relações económicas que se estabelecem entre os países
da região da África Austral. À título de exemplo são as relações estabelecidas entre
Moçambique e a África do Sul na década de 1970, quando este último procurava a todo
o custo tornar-se mais independente e isso implicava também libertar-se de alguns
estreitos laços económicos com o seu vizinho, o que fez com que o porto, caminhos-de-
ferro e serviços de mão-de-obra provenientes de Moçambique não fossem solicitados e
chegariam até a serem dispensados se a política sul-africana assim o ditasse. (Newitt,
1997:431).
O crescimento urbano acelerado no contexto da crise constituiu um factor de
desestabilização pela sobrecarga e degradação das infra-estruturas urbanas e de serviços
sociais, acentuando a pobreza. Portanto, o crescimento demográfico urbano não foi
acompanhado pelo correspondente desenvolvimento urbano, que requeria o aumento de
infra-estruturas, emprego, saúde, habitação, água e saneamento e transporte. O êxodo
rural caracterizou o processo de urbanização em Moçambique abrindo espaço para a
prática de estratégias de sobrevivência e redes de solidariedade oriunda do meio rural
que convergindo com as características do meio urbano, constituía uma forma para
aliviar a pobreza.
Segundo Mendes (1985:470), a partir de 1975, algumas medidas tomadas pelo Governo
independente de ideologia socialista, que visavam a intervenção do Estado em vários
domínios, beneficiaram as populações nos primeiros anos da independência,
contribuindo para a atracção pelas cidades, mas no entanto o afluxo da população rural à
capital foi neutralizado.
A nacionalização dos imóveis determinou a necessidade de criação de um organismo de
administração que foi instituído logo após a independência com a designação de
Administração da Propriedade e Imobiliário do Estado (APIE), cuja função era
distribuir as casa em função das condições salariais e familiares, estabelecer o valor de
rendas. Após a declaração da independência, na cidade de Maputo por exemplo, a
população residente nas casas de caniço invadiu a cidade cimento ocupando as casas
abandonadas pelos colonos portugueses. Esta ocupação não se manteve durante muito
tempo porque se verificou que muitos dos novos residentes não utilizavam
convenientemente as habitações onde se haviam instalado, conduzindo a uma rápida
deterioração das mesmas. Em resultado disto a FRELIMO obrigou as populações a
abandonarem as casas em alvenarias, seleccionando através da APIE a população que
ali havia de permanecer ou viria a residir posteriormente (1985:470).
Metodologia
O processo de estudo para obter a aprendizagem desejada depende muito, a nosso ver,
dos métodos adotados pelo estudioso, pois uma leitura plena leva-nos a “conhecer o
mundo”, e muitas vezes busca a compreensão de algo que ainda não tem explicação,
sendo essa a razão que nos leva a querer aprender. Com ênfase nesse trabalho, foi
levada em consideração a pesquisa pura, porque se trata de um estudo sistemático
motivado pela curiosidade, também permite criar novas questões daquilo que já se
encontra produzido. Quanto ao método é qualitativa, pois buscam conhecimentos
teóricos coletados de diversas fontes, documentos, pesquisas bibliográficas, e várias
outras formas de obtenção de dados. A pesquisa foi desenvolvida inicialmente pela
metodologia bibliográfica, uma vez que, é inevitável qualquer espécie de pesquisa, sem
o acompanhamento da busca por informações sobre o referido tema, seja em qualquer
área, quer para a indagação do problema levantado, quer para a fundamentação da
pesquisa. Logo, a pesquisa foi realizada com a ajuda bibliográfica específica de alguns
autores direcionada ao tema, para assim dar suporte e qualidade na análise dos referidos
dados obtidos no caminhar do trabalho. Outrossim, livros e outros meios de informação
sobre o tema foram buscados para embasar o estudo feito.
Objetivos

Objetivo geral
 O presente trabalho tem como objetivo geral, a busca de análise da involução
econômica de Moçambicano nos anos de 1998 até 2008.

Objetivos específicos
 A busca e analise de indicadores econômicos em Moçambique;
 Classificação dos aspectos contextuais de Moçambique;
 História da economia mundial.
Contextualização

Os dados demográficos disponíveis permitem-nos descrever a evolução histórica, pelo


menos na segunda metade do século XX. Em 1950, a população total de Moçambique
era cerca de 6.5 milhões de habitantes. Desde então, ela cresceu de forma acelerada,
tendo atingido 7.6 milhões em 1960, 9.4 milhões em 1970, e 12.1 milhões em 1980.
Moçambique adquiriu a actual forma geográfica, em Maio de 1891, altura em que foi
assinado o tratado Anglo-Português de partilha das zonas de influência em África. Tal
tratado serviu para legitimar, entre as nações coloniais europeias, uma ocupação que no
caso de Moçambique remonta do século XVI, período em que Portugal iniciou a
ocupação da costa oriental de África. O País tornou-se independente de Portugal em
1975, após dez anos de luta armada de libertação nacional movida pela FRELIMO
(Frente de Libertação Nacional de Moçambique). A independência política de
Moçambique foi negociada entre a Frelimo e o Governo português no acordo de Lusaka
a 7 de setembro de 1974. Um governo de transição chefiado por Joaquim Chissano,
então Primeiro-Ministro, governou até 25 de junho de 1975, dia da Independência de
Moçambique. O primeiro Governo moçambicano estabeleceu uma estratégia de
transformação socialista da sociedade moçambicana. Entre as suas actividades, até
finais da década de 80, o Governo de Moçambique levou a efeito programas amplos no
âmbito da educação, saúde e habitação. Reconhece-se, por exemplo, que as campanhas
nacionais de imunização contra a varíola, tétano e sarampo, bem como a formação de
pessoal especializado, tiveram uma contribuição importante para a redução da
mortalidade infantil. 2 Porém, os esforços de reconstrução nacional e melhoria do nível
de vida da população moçambicana nos primeiros anos de Independência não se
consolidaram e, em muitos casos, colapsaram. Os anos que se seguiram à Independência
foram marcados por um colapso da economia e uma deterioração crescente da
estabilidade político-militar e social. Só em 1992 as forças políticas, nacionais e
internacionais, chegaram a um acordo com vista ao fim do conflito armado e à
estabilização política de Moçambique. Entre outros aspectos, a busca da paz e
democratização conduziram à assinatura do acordo de Roma a 15 de Outubro de 1992,
entre a Frelimo e a RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana).
Classificação econômica de Moçambique de 1998 - 2008

A despeito dos seus ricos recursos naturais e da sua posição estratégica na região da
África Austral, Moçambique é actualmente considerado um dos países mais pobres do
mundo. Em 1997, o Relatório de Desenvolvimento Humano 1997 (RDH 97), publicado
pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), classifica
Moçambique na ordem do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) como o 116o
entre 175 países. Para além do (IDH, o RDH97) introduziu pela primeira vez um Índice
de Pobreza Humana (IPH), o qual utiliza indicadores das medidas de privação mais
elementares: esperança de vida reduzida, falta de acesso à educação básica e aos
recursos públicos e privados (PNUD, 1997: 5). Com base no (IPH) Moçambique figura
entre os sete países onde a pobreza humana afecta mais de 50 % de toda a população;
todos estes países, com excepção de um, são africanos: Níger, Serra Leoa, Bourkina
Faso, Etiópia, Mali, Camboja e Moçambique.

Esta imagem da posição de Moçambique a nível internacional é reveladora duma crise


económica profunda e prolongada produzida por uma multiplicidade de factores.
Primeiro, aquando da sua Independência política em 1975, Moçambique herdava um
desenvolvimento dos recursos naturais fraco e uma grande pobreza de capital humano
qualificado, mesmo quando comparado com outros países da África Austral. A
economia de Moçambique tinha uma estrutura moldada para servir interesses coloniais;
em particular, a economia nacional dependia fortemente das receitas provenientes dos
serviços ferro-portuários e dos contratos de fornecimento de mão-de-obra barata para os
países vizinhos. Segundo os dados do RDH97, em 1960 Moçambique tinha um
rendimento per capita de 129 US dólares.

Segundo, os anos que se seguiram à Independência foram caracterizados por uma


recessão económica profunda. O Governo moçambicano introduziu mudanças radicais,
incluindo a nacionalização e socialização dos principais meios de produção e infra-
estruturas económicas e sociais. A agricultura, que absorve a maior parte dos recursos
humanos do País, foi concebida como a base do desenvolvimento e a indústria o factor
dinamizador; mas os esforços de reestruturação da economia, segundo moldes de
economia socialista fortemente controlada pelo Estado, não conduziram à recuperação
económica preconizada pelo Governo.
Terceiro, na década de 80 para além de um conjunto de factores climáticos
desfavoráveis, particularmente a seca e outras calamidades naturais, Moçambique viveu
uma instabilidade política e militar com implicações dramáticas.

A produção agro-pecuária decresceu para níveis alarmantes e a sobrevivência duma


parte significativa da população passou a depender da ajuda alimentar externa. O
conflito armado que assolou o País, durante cerca de uma década e meia, não só
destruiu infra-estruturas económicas e sociais, como também não permitiu uma
consolidação dos programas de saúde e de educação iniciados nos primeiros anos de
Independência. No início da década de 90, o Banco Mundial classificou Moçambique
como o país mais pobre do mundo, pois o seu rendimento per capita tinha decrescido
para cerca de 80 US dólares.

Contudo, a partir de meados da década de 80, o Governo iniciou um programa de


reformas económicas e diálogo com as principais instituições económicas
internacionais, nomeadamente o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional,
com vista a reactivar a economia de Moçambique. Em 1987, o Programa de
Reabilitação Económica foi introduzido com o objectivo de i) reverter o declínio da
produção, ii) garantir um nível mínimo de consumo e renda, especialmente para a
população rural, iii) reduzir os desequilíbrios financeiros, iv) fortalecer a posição da
balança de pagamentos e v) criar as condições para o crescimento económico.

Contudo, a partir de meados da década de 80, o Governo iniciou um programa de reformas


económicas e diálogo com as principais instituições económicas internacionais, nomeadamente
o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, com vista a reactivar a economia de
Moçambique. Em 1987, o Programa de Reabilitação Económica foi introduzido com o objectivo
de:

i) Reverter o declínio da produção,


ii) Garantir um nível mínimo de consumo e renda, especialmente para a população
rural,
iii) Reduzir os desequilíbrios financeiros
iv) Fortalecer a posição da balança de pagamentos;
v) Criar as condições para o crescimento económico.
Indicadores económicos seleccionados, Moçambique

Indicadores 1995 1996

Produto Interno Bruto 13,195 19,363


Taxa de crescimento (%) 1.4 6.4
Consumo Privado 7,714 11,297
Taxa de crescimento (%) 2.0 2.6
Consumo Público 1,657 2,318
Taxa de crescimento (%) -38.0 0.7
Formação Bruta de Capital 8,200 11,322
Taxa de crescimento (%) -8.0 4.6
Procura Interna 17,571 24,937
Taxa de crescimento (%) -8.1 3.3
Exportações de Bens e Serviços 3,617 5,411
Taxa de crescimento (%) 15.8 18.8
Procura Global 21,189 30,348
Taxa de crescimento (%) -4.8 6.0
Importações de Bens e Serviços 7,994 10,985
Taxa de crescimento (%) -13.8 5.3
Taxa de Câmbio (MT/US$) 8,890 11,140
Taxa de crescimento (%) 50.2 25.3
Deflator do Consumo Privado (em %) 50.4 42.8
Salário Mínimo Mensal (1,000 MT) 170.2 244.9
Taxa de Inflação Acumulada (%) 54.1 16.6

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (1996). Anuário Estatístico 1996 - Moçambique. Maputo.

Alguns gráficos da economia moçambicana


Aspectos contextuas de Moçambique de 1980-2008
A despeito dos seus ricos recursos naturais e da sua posição estratégica na região da
África Austral, Moçambique é actualmente considerado um dos países mais pobres do
mundo. Em 1997, o Relatório de Desenvolvimento Humano 1997 (RDH 97), publicado
pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), classifica
Moçambique na ordem do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) como o 116o
entre 175 países. Para além do IDH, o RDH97 introduziu pela primeira vez um Índice
de Pobreza Humana (IPH), o qual utiliza indicadores das medidas de privação mais
elementares: esperança de vida reduzida, falta de acesso à educação básica e aos
recursos públicos e privados (PNUD, 1997: 5). Com base no IPH Moçambique figura
entre os sete países onde a pobreza humana afecta mais de 50 % de toda a população;
todos estes países, com excepção de um, são africanos: Níger, Serra Leoa, Bourkina
Faso, Etiópia, Mali, Camboja e Moçambique. Esta imagem da posição de Moçambique
a nível internacional é reveladora duma crise económica profunda e prolongada
produzida por uma multiplicidade de factores. Primeiro, aquando da sua Independência
política em 1975, Moçambique herdava um desenvolvimento dos recursos naturais
fraco e uma grande pobreza de capital humano qualificado, mesmo quando comparado
com outros países da África Austral. A economia de Moçambique tinha uma estrutura
moldada para servir interesses coloniais; em particular, a economia nacional dependia
fortemente das receitas provenientes dos serviços ferro-portuários e dos contratos de
fornecimento de mão-de-obra barata para os países vizinhos. Segundo os dados do
RDH97, em 1960 Moçambique tinha um rendimento per capita de 129 US dólares.

Segundo os anos que se seguiram à Independência foram caracterizados por uma


recessão económica profunda. O Governo moçambicano introduziu mudanças radicais,
incluindo a nacionalização e socialização dos principais meios de produção e infra-
estruturas económicas e sociais. A agricultura, que absorve a maior parte dos recursos
humanos do País, foi concebida como a base do desenvolvimento e a indústria o factor
dinamizador; mas os esforços de reestruturação da economia, segundo moldes de
economia socialista fortemente controlada pelo Estado, não conduziram à recuperação
económica preconizada pelo Governo. Terceiro, na década de 80 para além de um
conjunto de factores climáticos desfavoráveis, particularmente a seca e outras
calamidades naturais, Moçambique viveu uma instabilidade política e militar com
implicações dramáticas.

A produção agro-pecuária decresceu para níveis alarmantes e a sobrevivência duma


parte significativa da população passou a depender da ajuda alimentar externa. O
conflito armado que assolou o País, durante cerca de uma década e meia, não só
destruiu infra-estruturas económicas e sociais, como também não permitiu uma
consolidação dos programas de saúde e de educação iniciados nos primeiros anos de
Independência. No início da década de 90, o Banco Mundial classificou Moçambique
como o país mais pobre do mundo, pois o seu rendimento per capita tinha decrescido
para cerca de 80 US dólares.
Antecedentes da economia mundial 1980-2008
Factos históricos marcantes ocorridos entre o final da década de 1980 e o início da de

1990 determinaram um processo de rápidas mudanças políticas e económicas no


mundo.

Até mesmo os analistas e cientistas políticos internacionais foram surpreendidos pelos

acontecimentos:

 A queda do Muro de Berlim em 1989;


 fim da Guerra Fria;
 fim do socialismo real;
 A desintegração da União Soviética, em dezembro de 1991, e seu
desdobramento em novos Estados Soberanos (Ucrânia, Rússia, Lituânia etc.);
 A explosão étnica ou das nacionalidades em vários lugares, acompanhada da
guerra civil: antiga Iugoslávia, Geórgia, Chechênia etc.;
 fim da política do Apartheid e a eleição de Nelson Mandela para presidente, na
África do Sul;
 acordo de paz entre Israel, OLP (organização para libertação da Palestina) e
Jordânia;
 A formação de blocos económicos regionais (União Européia, Nafta, Mercosul,
etc.);
 grande crescimento econômico de alguns países asiáticos (Japão, Taiwan, China,
Hong-kong, Cingapura), levando a crer que constituirão a região mais rica do
Século XXI;
 fortalecimento do capitalismo em sua atual forma, ou seja, o neoliberalismo;
 grande desenvolvimento científico e tecnológico ou Terceira Revolução
Industrial ou Tecnológica.
 Até praticamente 1989, ano da queda do Muro de Berlim, o mundo vivia no
clima da Guerra Fria
As transacionais
A globalização é marcada pela expansão mundial das grandes corporações
internacionais. A cadeia de fast food McDonald's, por exemplo, possui 18 mil
restaurantes em 91 países. Essas corporações exercem um papel decisivo na economia
mundial. Para exemplificarmos a grandiosidade dessas empresas, existem pesquisas que
levantaram o facturamento das nove maiores empresas do mundo, e que deram,
somadas, todo o facturamento dos maiores países da América do Sul, mais a Nova
Zelândia Outros pontos importantes desse processo são as mudanças significativas no
modo de produção das mercadorias.

Seguindo as tendências de concentração e dispersão das empresas (vemos isso no Brasil


através da concentração industrial no sudoeste e a gradativa dispersão para outras
regiões), e auxiliadas pelas facilidades na comunicação e nos transportes, as
transnacionais instalam suas fábricas em qualquer lugar do mundo onde existam as
melhores vantagens fiscais, mão-de-obra e matérias-primas baratas. Essa tendência leva
a uma transferência de empregos dos países ricos - que possuem altos salários e
inúmeros benefícios - para as nações industriais emergentes, como os Tigres Asiáticos.
O resultado desse processo é que, actualmente, grande parte dos produtos não tem mais
uma nacionalidade definida. Um automóvel de marca norte-americana pode conter
peças fabricadas no Japão, ter sido projectado na Alemanha, montado no Brasil e
vendido no Canadá.

Desemprego
A crescente concorrência internacional tem obrigado as empresas a cortar custos, com o
objectivo de obter preços menores e qualidade alta para os seus produtos. Nessa
reestruturação estão sendo eliminados vários postos de trabalho. Uma das causas do
desemprego é a automação de vários sectores, em substituição à mão de obra humana.
Caixas automáticos tomam o lugar de pessoas que iriam trabalhar nesta posição,
fábricas robotizadas dispensam operários, escritórios informatizados cortam despesas de
vários funcionários, produções agrícolas com tractores e máquinas substituem o
trabalho de várias pessoas. Nos países ricos, o desemprego também é causado pelo
deslocamento de fábricas para os países com o custo de produção mais baixo
(transnacionais). Mas por outro lado, o fim de milhares de empregos, no entanto, é
acompanhado pela criação de outros pontos de trabalho. Novas oportunidades surgem,
por exemplo, na grande área de informática que vem crescendo muito nos últimos anos.
A IBM, por exemplo, empregava 400 mil pessoas em 1990, mas desse total somente 20
mil produziam máquinas. O restante estava envolvido em áreas de desenvolvimento de
outros Globalizacao Page 8 of 11 computadores. Mas a previsão é de que esse novo
mercado de trabalho dificilmente absorverá os excluídos, uma vez que os empregos
exigem um alto grau de qualificação profissional.

Dessa forma, o desemprego tende a se concentrar nas camadas, com baixa instrução
escolar e pouca qualificação. Como lidar com a complexa questão do desemprego é um
desafio com o qual se defrontam praticamente todos os países da economia global. Esta
é uma das questões mais graves a serem enfrentados pelos líderes políticos de todo o
mundo.

Blocos econômicos
São associações de países, que estabelecem relações comerciais privilegiadas entre si e
que atuam de forma conjunta no mercado internacional como se fossem um único país.
Com a formação de um bloco económico também há a redução ou eliminação total das
alíquotas de importação e aumentando a interdependência das economias entre os países
membros. A Comunidade Económica Europeia foi o primeiro bloco económico a surgir
(1957). Mas o firmamento dos blocos económicos deu-se só depois da Guerra Fria, pois
houve o desaparecimento dos dois grandes blocos liderados por EUA e URSS. Esse
desaparecimento estimula a formação de zonas independentes de livre comércio.

Mercosul
O primeiro passo para a criação do MERCOSUL foi dado de 26 de março de 1991 com
o Tratado de Assunção. Os presidentes do Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil, e seus
respectivos Ministros das Relações Exteriores assinaram este acordo que estabelece a
integração económica dos quatro países para seu desenvolvimento tecnológico e
científico. Pelo Tratado ficou estabelecido:

a) A Livre circulação de bens, serviços e factores produtivos entre os países


eliminandose os direitos alfandegários e tarifas (É claro que essa mudança vai
acontecendo gradualmente, e não de uma hora para outra);
b) O estabelecimento de uma tarifa externa comum
c) Coordenação política macro-económica e setorial entre os Estados-Partes - (de
comércio exterior: agrícola, industrial, fiscal, monetária, cambial e de capitais:
de serviços, alfandegária, de transportes e comunicações e outras) - a fim de
assegurar as condições concorrência.
d) Compromisso dos Estados-Partes de harmonizar suas legislações, nas áreas
pertinentes, para lograr o fortalecimento do processo de integração.

A questão Chile e Bolívia Chile é um parceiro não membro do MERCOSUL e a Bolívia


é um parceiro a um passo da integração. O Chile já tem contactos e relações económicas
principalmente com o México (País integrante do NAFTA) e tenta contacto com os
Tigres Asiáticos. Já a Bolívia faz parte dos Países do Pacto Andino. E Nesse caso é uma
situação mais delicada para tornar-se parceiro do MERCOSUL, pois uma das condições
do Pacto Andino seria que nenhum país integrante poderia fazer parte de qualquer outro
grupo comercial.

O MERCOSUL segue uma nova tendência no mundo moderno, que é a união de várias
nações em grupos ou blocos. É importante ressaltar que o objectivo do MERCOSUL
não é isolar os países membros do resto do mundo e mudar somente o comércio,
economia interna, mas sim, fortalece-los para melhor competir com os outros países e
blocos económicos. O Capitalismo está num estágio que pede a evolução do comércio
internacional. E esse processo seria impossível ocorrer dentro dos limites de um país ou
de uma região pequena. Simplesmente não haveria dinheiro suficiente para tal. Somente
com a associação de várias economias é viável, hoje, obter-se tecnologias mais
avançadas por um preço mais reduzido.

Neste caso a cooperação viabiliza o processo de barateamento dos custos da produção


de equipamentos cada vez mais modernos. Da mesma forma a união de empresários vai
resultar em produtos mais baratos e competitivos internacionalmente. Por outro lado,
assim como colocamos nossos produtos à disposição do resto do mundo, aqui também
haverá uma "injecção" de produtos estrangeiros a preços baixíssimos que desafiará os
fabricantes de nosso país a fazer produtos de qualidade com preços para concorrer com
os internacionais.

Quem só tem a ganhar é o consumidor, que leva produtos de melhor qualidade por
preços reduzidos. O Paraguai possui o melhor algodão do planeta, o Uruguai um
excelente rebanho bovino, o Brasil - o primeiro Parque Industrial dos países emergentes
e a Argentina uma das agriculturas mais desenvolvidas do globo. Portanto, essa fase de
unificação não é o último estágio. Não consiste apenas em criar um mercado de trocas e
protecção mútua pura e simplesmente.

A unificação é uma fase intermediária, que visa capacitar seus países-componentes a


enfrentar em condições adequadas a competição no mercado internacional, já que se
anuncia ameaçadora para nações menos desenvolvidas. Se não for assim, a CE, NAFTA
e Tigres Asiáticos, que já possuem níveis de desenvolvimento científico e tecnológico
superior e são, por isso, mais competitivos, vão dominar ainda mais hegemonicamente o
mercado mundial. E com evidentes - e graves - prejuízos para seus concorrentes: nós.
Ou seja, à distância entre os países ricos e pobres aumentariam mais ainda. Nessa
corrida a única saída é aliar-se pelo aprimoramento de sua produção, pela conquista de
novos mercados, incremento da economia, e, por fim, pela garantia de uma vida mais
digna para seus povos.

PASSADO X FUTURO
Como já foi dito, antigamente, as grandes empresas dispunham de uma grande oferta de
empregos, pois o trabalho era quase todo manual. Mais com o passar do tempo, essas
grandes empresas passaram a se modernizar, usufruindo do melhor que a tecnologia
pode lhes oferecer, ocorrendo assim um grande número de pessoas demitidas,
substituídas pelas máquinas.

Nas grandes empresas das principais potências mundiais, como Estados Unidos, esse
número de demissão é ainda maior, pois a tendência dessas grandes empresas é de se
espalharem pelo mundo. Geralmente essas empresas vão para os países
subdesenvolvido, pois lá têm uma maior abundância na mão de obra, que
consequentemente fica mais barata, sem contar o fato de que essa mão de obra é
desqualificada, o que barateia mais seu preço. O número de desemprego dessas grandes
empresas aumentam mais ainda quando olhamos pelo ponto de vista que para cortar
custos, para se sobressaírem as empresas concorrentes, elas demitem mais empregado
para adquirir máquinas. A esse processo de mecanização, damos o nome de
“desemprego estrutural”. À dispersão dessas empresas pelo mundo, nós damos o nome
de globalização. Outro ponto ruim da globalização, apesar do desemprego, é o fato de
que o governo de um país perde completamente o controle do capital internacional
dentro de seu país
Conclusão

A globalização está gerando uma nova divisão internacional onde se encontram os


países que fazem parte do processo de globalização e os países que não fazem. Os
primeiros estariam associados à ideias de progresso, riqueza e, melhores condições de
vida, já os outros estaria destinados à um mundo de exclusão, marginalizacão e, miséria.
É importante perceber que, apesar disso, a globalização produziu oportunidades para
que mais países pudessem ingressar na economia mundial, mas é preciso aproveitar as
oportunidades dadas por esta economia através da adopção de um conjunto de políticas
que incluem, entre outros, uma força de trabalho qualificada, aumento substancial da
taxa de poupança doméstica, etc. Em países em desenvolvimento mais complexo, a
integração na economia global está sendo feita à custa de maior esforço de ajuste
interno e numa época de competição internacional mais acirrada. Mas, os países
menores serão capazes de superar os desafios impostos pela globalização? Esta é uma
questão que não pode ser deixada de fora pois não é possível a comunidade
internacional conviver com a indiferença e a paralisia dos países mais pobres, pois
estaríamos, assim, destinando-os ao fracasso, como se nada pudesse ser feito. Este é um
ponto que deve ser ainda muito discutido em âmbito internacional.
Também podemos concluir de que Moçambique herdava um desenvolvimento dos
recursos naturais fraco e uma grande pobreza de capital humano qualificado, mesmo
quando comparado com outros países da África Austral. A economia de Moçambique
tinha uma estrutura moldada para servir interesses coloniais; em particular, a economia
nacional dependia fortemente das receitas provenientes dos serviços ferro-portuários e
dos contratos de fornecimento de mão-de-obra barata para os países vizinhos.
Referencias bibliográfica
JUANIHA, Amilcar Zé, Combate a Pobreza em Moçambique (1975-2012) - Uma reflexão
sobre as estratégias Politicas adoptadas, INSTITUTO SUPERIOR DE RELAÇÕES
INTERNACIONAIS, Maputo, Outubro, 2015.

IMF (2011c), Relatório do Corpo Técnico sobre a Consulta no Âmbito do


Artigo IV de 2011, Segunda Avaliação ao Abrigo do Instrumento de Apoio
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(1998), Pobreza em Moçambique. Perfil, determinantes e implicações para
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MPF/UEM, Maputo. Ministério do Plano e Finanças (2002), A Economia
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Ministério do Plano e Finanças e Universidade do Eduardo Mondlane


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Nacional -1996-1997.UEM/IFPRI, Maputo.
Ministério do Plano e Finanças e Universidade do Eduardo Mondlane
(2004), Pobreza e Bem-Estar em Moçambique, Segunda Avaliação
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CM (2011), Plano de Acção para Redução da Pobreza, Conselho de


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MPF (2000), Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (2000-


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