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Índice
Introdução..................................................................................................................................3
Objectivos..................................................................................................................................3
Metodologia...............................................................................................................................3
Conclusão.................................................................................................................................10
Referencias Bibliográficas.......................................................................................................11
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Introdução
Provavelmente o maior desafio que Moçambique enfrenta em estabelecer um governo
democrático e estável é o crescente domínio exercido por somente um partido político no seu
sistema político. Portanto, tão importante quanto a garantia de eleições livres e justas, é a luta
pela manutenção e aprofundamento da democracia interna no seio deste partido dominante, a
FRELIMO, a Frente de Libertação de Moçambique, que liderou o país na luta pela
independência de Portugal.
Esta tarefa, ademais, deve ser colocada em contexto, pois Moçambique enfrenta também
altos níveis de pobreza, em circunstâncias nas quais a política nacional corre o risco de
tornar-se em território de elites políticas e económicas, sem maiores relações com o povo
moçambicano.
Objectivos
Geral:
Analisar os níveis de participação política e engajamento cívico em diferentes regiões
de Moçambique.
Específicos:
Investigar as motivações e desafios enfrentados pelos cidadãos moçambicanos ao se
envolverem na política e em actividades cívicas;
Examinar como factores socioeconómicos, como educação e renda, influenciam a
participação política;
Avaliar o impacto das organizações da sociedade civil em promover a participação
cívica e política;
Analisar o papel das eleições e do sistema político na formação da participação
política.
Metodologia
A metodologia usada para a elaboração do presente trabalho foi com base na pesquisa
documental e consulta de forma censurada e sucinta de algumas obras que abordam sobre o
assunto. Quanto a estrutura o trabalho é regido de regras da ISCED, medidas vigentes tais
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No primeiro caso há uma preocupação com o estabelecimento das regras que regulam a
relação das autoridades coloniais com os nativos africanos. No segundo, e resultante do
estabelecimento das regras, há preocupação em compreender a reacção dos africanos à nova
gramática política imposta pelo colonizador.
A segunda postula que as organizações sociais e políticas que emergiram no período colonial
tinham como finalidade afrontar o regime. Para os apologistas desta corrente, estas
organizações sociais e políticas foram importantes para a emergência do nacionalismo
moçambicano (Rocha. A. 2000).
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Contudo, a transição jamais foi ‘fácil’, incluindo mesmo no plano da legislação: um ano após
a aprovação da Constituição de 1990, a Assembleia da República (ainda monopartidária)
aprovou a Lei da Segurança do Estado (Lei no. 19/91, de 18 de Agosto), em cujo art. 22 (no.
2) protege, igualmente, ‘presidentes e secretários-gerais de partidos políticos’, ao lado de
‘deputados e magistrados’. Para além da legislação, certas atitudes e actividades parecem
difíceis de mudar na prática, principalmente quando as mudanças contextuais foram mais de
forma que de fundo.
De facto, a FRELIMO governa o país desde a independência, e muitos de seus quadros têm
demonstrado certa resistência às práticas democráticas e à noção de separação entre o partido
e o Estado.
Três eventos recentes, ocorridos entre Abril de 2008 e Março de 2009, bem ilustram o
problema. No primeiro, temos a visita do secretário-geral do partido comunista vietnamita,
Nong Duc Manh, a Moçambique. O secretário-geral foi tratado como se chefe de Estado ele
fosse, e a visita, como visita de Estado. Durante sua estadia no país, não só as autoridades
governamentais foram visitados por Nong, mas também os órgãos da FRELIMO. Nong
palestrou para os membros da FRELIMO sobre os desafios enfrentados pelo Vietname e as
virtudes do ‘estado de direito socialista’, tendo ainda doado 50 computadores e impressoras
ao partido.
O primeiro processo de eleições autárquicas (1998) foi boicotado por quase todos os partidos
da oposição (tendo registado, ainda, uma taxa de abstenção de 85%), e apenas o segundo
processo de eleições municipais (2003) se desenrolou sem terminar em contestação pela
oposição. A composição da Comissão Nacional de Eleições (CNE) foi amplamente criticada
por anos (até sua recente alteração), assim como tem sido a gestão dos processos eleitorais
pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE). Críticas também têm sido
direccionadas ao próprio sistema eleitoral para a escolha dos integrantes da Assembleia da
República (representação proporcional com barreira de 5% – recentemente eliminada – e
método d’Hondt).
A cláusula de barreira fora exigência da RENAMO, a qual procurava garantir sua posição
como força política em Moçambique. Ao final, estabeleceu-se a barreira em 5%, situação
vigente até as recentes alterações da legislação eleitoral, que a aboliram completamente. De
acordo com a legislação eleitoral vigente, o Presidente da República é eleito por sufrágio
universal e directo num círculo eleitoral único ao nível nacional, em eleição de cunho
maioritário.148 Aos candidatos à Presidência da República não é requerida a filiação a
partido político (Lei no. 7/2007, art. 132).
2
Protocolo III, ponto V, artigo 5, alínea f); Tomas Vieira Mário, Negociações de Paz de Moçambique. Crónica
dos Dias de Roma, 2004, p.129.
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Os eleitores votam em uma lista fechada proposta e ordenada pelos partidos políticos. Nas
eleições legislativas nacionais, portanto, não são permitidas candidaturas independentes de
filiação partidária.4
Tal participação depende das liberdades e direitos formalmente estabelecidas por uma
Constituição, mas, também, da capacidade real de organização, mobilização e advocacia da
sociedade civil e política. Ao nível regional, a Carta Africana dos Direitos dos Homens e dos
Povos, a recém-aprovada Carta sobre Democracia, Eleições e Governação e outros padrões
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Daí a importância dos recenseamentos eleitorais, uma vez que o critério para a distribuição dos assentos
parlamentares não deriva da população total, mas dos cidadãos devidamente recenseados e habilitados para
votar
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Lei no. 19/2002. Esta situação corresponde, sem dúvida, a uma tendência de monopolização da cena política
nacional pelos grandes partidos que vem desde as negociações de Roma
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endossados pelo Mecanismo Africano de Revisão de Pares (a cuja revisão Moçambique foi
recentemente submetido) avançam princípios e padrões que devem ser seguidos pelos estados
africanos no tocante à participação política.
Por exemplo, actualmente existe um conceito relativamente vago que a associa os problemas
da juventude exclusivamente ao emprego, daí alguma fundamentação para a criação da
Secretaria de Estado para a Juventude e Emprego, que veio substituir o Ministério
da Juventude e Desportos, numa visão de que aquela entidade deve olhar para questões
cruciais que dizem respeito aos jovens, especificamente o emprego.
Conclusão
No contexto de uma economia bastante dependente da ajuda-externa, o governo
moçambicano e seus parceiros de desenvolvimento deveriam buscar garantir que, para além
de regras claras para eleições e instituições democráticas, conforme os padrões existentes ao
nível da África e da África Austral, também a governação interna do partido no poder seja
democrática e transparente. A FRELIMO tem uma longa história de luta pelo progresso e
libertação de Moçambique, possuindo uma forte cultura organizacional: o partido deve
ancorar-se nesta tradição para garantir que seu próprio predomínio político não prejudique o
desenvolvimento democrático de longo-prazo do país.
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Referencias Bibliográficas
Macamo, E., Cardoso, C., & Pestana, N. (2002). Da possibilidade do político na África
lusófona. Cadernos de Estudos Africanos, (3),