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Quitéria Ernesto Nhanala

O Regime Político Moçambicano

Licenciatura em Administração Pública

Universidade Aberta - ISCED


2023
Introdução

O presente trabalho intitulado “O regime politico Moçambicano”, disserta sobre o


modelo governamental vigente em Moçambique, neste caso o regime democrático, que
é duramente criticado pelas incidências vivenciadas nos últimos anos, da não
transparência nos vários poderes do estado moçambicano.

Alias, Severino Nguenha várias vezes chama atenção de estarmos diante de uma
democracia deficitária. O que se caracteriza pela concentração de poderes em um grupo
de indivíduos e que também se percebe a utilidade democrática do povo é visível nos
escrutínios eleitorais e que após esse período, tudo volta na concentração das decisões
sobre a governação e a tomada de decisão de um punhado de “gente” que deveria servir
ao povo.

Objectivos
Geral:
 Reflectir sobre o regime político Moçambicano.

Especificos:

 Definir Regime Político;


 Identificar o Regime Político Moçambicano;
 Analisar o Regume Politico Moçambicano na perspectiva de Nguenha.

1. REGIME POLÍTICO
1.1. Definição

O regime político de um país é um conjunto de instituições, leis, práticas e valores que


determinam como o poder é exercido, distribuído e controlado em uma nação. Ele
define as relações entre os cidadãos e o Estado, bem como entre os diferentes órgãos do
governo. No contexto político geral, existem vários tipos de regimes políticos, que
podem ser classificados de acordo com a forma de governo, a distribuição do poder e o
respeito pelos direitos individuais e liberdades.

1.2. Tipos de regime politico

Os tipos mais comuns de regimes políticos incluem:

1. Democracia: Um sistema em que o poder é exercido pelo povo, geralmente por


meio de eleições periódicas. Os governantes são eleitos e responsáveis perante
os cidadãos, e há um respeito pelos direitos humanos e liberdades individuais.

2. Autoritarismo: Um sistema em que o poder está concentrado em uma única


pessoa ou um pequeno grupo que exerce controle absoluto sobre o governo e a
sociedade. Geralmente, há restrições significativas às liberdades individuais e
pouca ou nenhuma participação popular na tomada de decisões.

3. Totalitarismo: Uma forma extrema de autoritarismo em que o governo exerce


controle total sobre todos os aspectos da vida pública e privada dos cidadãos. Há
uma supressão ativa de qualquer forma de oposição política e um controle rígido
dos meios de comunicação e da educação.

4. Monarquia: Um sistema em que o chefe de Estado é uma figura hereditária,


como um rei ou rainha. As monarquias podem ser absolutas, onde o monarca
detém poderes significativos, ou constitucionais, onde o monarca tem um papel
cerimonial e o governo é administrado por representantes eleitos.

2. Regime Político Moçambicano

Agora, ao analisar o regime político em Moçambique, é importante destacar que


Moçambique é uma República Democrática. O país obteve a independência de Portugal
em 1975 e, desde então, passou por uma série de mudanças políticas e sociais.
No entanto, ao longo de sua história, Moçambique enfrentou desafios relacionados à
instabilidade política, como uma guerra civil que durou de 1977 a 1992. O país adotou
uma Constituição em 1990, que estabeleceu os princípios de um Estado democrático e
multipartidário. Desde então, Moçambique tem realizado eleições multipartidárias
regulares, embora com desafios, e diferentes partidos políticos competem pelo poder.

Embora Moçambique tenha uma estrutura democrática em vigor, o país também


enfrenta desafios significativos em relação à governança, corrupção, acesso igualitário a
serviços públicos e respeito pelos direitos humanos. A estabilidade política e social
continua a ser uma questão importante para o desenvolvimento do país.

Em resumo, Moçambique é uma República Democrática, mas a efetivação de seus


princípios democráticos enfrenta desafios complexos, como é comum em muitos países
em desenvolvimento. A análise crítica do regime político em Moçambique requer uma
avaliação cuidadosa desses desafios e das medidas tomadas para superá-los, bem como
uma consideração das aspirações e necessidades da população moçambicana.

2.1. Olhar de Severino Nguenha em relação ao Regime Politico em Moçambique

Severino Nguenha é um renomado acadêmico e cientista político moçambicano,


conhecido por suas contribuições para o estudo da política e da governança em
Moçambique. Suas análises são valiosas para entender o contexto político do país. Ao
analisar o regime político moçambicano com base em suas ideias, é possível abordar
vários aspectos importantes:

1. Histórico e Contexto: Nguenha provavelmente considera o contexto histórico


de Moçambique, incluindo a luta pela independência e os desafios pós-
independência, como elementos cruciais para compreender o regime político
atual. Ele pode analisar como os eventos passados moldaram as instituições e as
dinâmicas políticas do país.

2. Democracia e Participação Cidadão: Nguenha pode enfatizar a importância da


participação ativa dos cidadãos no processo político. Ele pode avaliar em que
medida as instituições políticas moçambicanas promovem a participação
democrática e se os cidadãos têm a capacidade de influenciar as decisões
políticas.
3. Instituições Políticas e Governança: Uma análise baseada em Nguenha pode
examinar as instituições políticas moçambicanas, incluindo o funcionamento dos
poderes executivo, legislativo e judiciário. Ele pode avaliar a eficácia dessas
instituições na promoção do Estado de Direito, na proteção dos direitos dos
cidadãos e na governança eficiente.

4. Corrupção e Transparência: Nguenha pode abordar a questão da corrupção


em Moçambique. Ele pode examinar como a corrupção afeta o funcionamento
das instituições e a confiança dos cidadãos no governo. Além disso, ele pode
analisar as medidas tomadas para combater a corrupção e promover a
transparência.

5. Desenvolvimento Econômico e Social: Uma análise com base nas perspectivas


de Nguenha pode considerar como as políticas do governo afetam o
desenvolvimento econômico e social do país. Ele pode avaliar se as políticas são
voltadas para o bem-estar da população e se contribuem para reduzir a pobreza e
promover a igualdade.

6. Desafios e Perspectivas Futuras: Com base em suas pesquisas e


conhecimentos, Nguenha pode fornecer insights valiosos sobre os desafios atuais
enfrentados pelo regime político moçambicano e sugerir possíveis direções para
o futuro.

Buananaisas & Paredes (2018, p. 13), afirmam citando Nguenha que a violência priva-
nos das liberdades. No Moçambique contemporâneo, isso é uma verdade a la palisse.
Dai que,

A violência se manifesta sob muitas formas, algumas latentes e escondidas, mas nem
por isso menos devastantes. É um cancro que se insinua no corpo social e nos atinge lá
onde menos esperamos. Foi este o drama do homem Guebuza5 que, apesar da sua
riqueza e potestade, não conseguiu proteger-se – a si e aosseus – da ira que se tornou
estrutural na nossa sociedade, nem sequer dos juízos negativos dos compatriotas, até
mesmo nos momentos do seu maior drama familiar. (…) A raiva, a revolta, a frustração
e até o ódio que se tinha ao antigo presidente fez com que, mesmo no cemitério, diante
da morte, não nascesse um mínimo de simpatia, de compaixão (idem citando
NGOENHA, 2018, ).

É importante ressaltar que a análise de Severino Nguenha é apenas uma das muitas
perspectivas acadêmicas sobre o regime político de Moçambique. Outros estudiosos
podem oferecer abordagens complementares e diferentes pontos de vista, enriquecendo
a compreensão do assunto.
Referencias bibliográficas

https://pt.scribd.com/document/459981038/SISTEMA-POLITICO-MOCAMBICANO

BUANAISSA, E. Felisberto; PAREDES, Marçal de Menezes. Severino Ngoenha:


política e liberdade no Moçambique contemporâneo. Revista Opinião Filosófica, Porto
Alegre, V. 09; Nº. 01, 2018.

NGOENHA, S. Filosofia Africana. Dasindependências asliberdades. Porto: Edições


Paulinas, 1993.

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