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FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA

Disciplina de Antropologia Cultural de Moçambique

A Didáctica como área de conhecimento

Discente: Serafina Patrício Mualabo Código: 91230203

Pemba, Marco de 2024


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FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA

Disciplina de Antropologia Cultural de Moçambique

As Principais Correntes Teóricas da Antropológia

Discente: Serafina Patrício Mualabo Código: 91230203

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Biologia do
ISCED, 2º Ano no Módulo de Antropologia
Cultural de Moçambique sob orientação do
tutor:

Pemba, Marco de 2024


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Índice
1. Introdução..............................................................................................................................3

1.1. Objectivos...........................................................................................................................3

1.2. Metodologia........................................................................................................................3

2. As Correntes Teóricas da Antropologia.................................................................................4

2.1. O Evolucionismo.................................................................................................................4

2.2. O Culturalismo....................................................................................................................5

2.3. O Funcionalismo.................................................................................................................5

2.4. O Estruturalismo.................................................................................................................6

5. Conclusão...............................................................................................................................7

Bibliografia................................................................................................................................8
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1. Introdução
A antropologia é uma disciplina que se dedica ao estudo da humanidade em todas as suas
dimensões. Ao longo de sua história, a antropologia desenvolveu uma série de correntes
teóricas que moldaram e influenciaram a forma como os antropólogos abordam e interpretam
os fenómenos humanos.

O objectivo deste trabalho é explorar algumas das correntes teóricas mais significativas da
antropologia, destacando seus principais conceitos, representantes e contribuições para o
campo. Desde os primórdios da disciplina, no século XIX, até as abordagens
contemporâneas, as correntes teóricas da antropologia reflectem uma diversidade de
perspectivas e abordagens que enriquecem nossa compreensão da complexidade da
experiência humana.

Ao compreender as correntes teóricas da antropologia, somos capazes de mergulhar em


diferentes formas de pensar e interpretar a cultura, a sociedade e a condição humana. Cada
corrente teórica oferece insights únicos e perspectivas distintas, contribuindo para um diálogo
rico e multifacetado sobre o que significa ser humano em diferentes contextos culturais e
sociais ao redor do mundo. Neste trabalho, vamos explorar o evolucionismo, o
funcionalismo, o estruturalismo, o culturalismo e a antropologia interpretativa, destacando
suas características distintivas e o impacto que tiveram no desenvolvimento da antropologia
como disciplina académica.

1.1. Objectivos
Geral:
 Descrever as principais correntes teóricas da Antropologia.

Específicos:
 Conhecer as correntes dos pensamentos antropológicos, e os seus postulados;
 Identificar as principais correntes teóricas da Antropologia.

1.2. Metodologia
A metodologia usada para a elaboração do presente trabalho foi com base na pesquisa
documental e consulta de forma censurada e sucinta de algumas obras que abordam sobre o
assunto. Quanto a estrutura o trabalho é regido de regras da ISCED, medidas vigentes tais
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como: introdução, desenvolvimento, conclusão e referencias bibliográficas que esta presente


no final do trabalho.

2. As Correntes Teóricas da Antropologia

O surgimento da antropologia aconteceu devido a curiosidade do respeito de si mesmo,


independentemente do seu nível de desenvolvimento cultural. Surgiu na idade clássica, no
século V aC. Com a figura de Heródoto que é considerado o pai da antropologia, que
caracterizou minuciosamente as culturas circulantes. Os gregos foram os que mais reuniram
informações sobre povos diferentes (Gaita et al, 2017).

Para Gaita et al (2017), “A antropologia é uma disciplina multifacetada que busca


compreender a complexidade da experiência humana em todas as suas dimensões. Ao longo
de sua história, várias correntes teóricas surgiram para explicar e interpretar os fenómenos
antropológicos.

2.1. O Evolucionismo
Evolucionismo deriva do termo “Evolução”. O evolucionismo Cultural surgiu com a
emergência da própria Antropologia Cultural no século XIX.

Como defende Martinez (2004, p. 60), o evolucionismo foi uma das primeiras correntes
teóricas da antropologia, influenciada pela teoria da evolução de Charles Darwin. Os
antropólogos evolucionistas buscavam entender a diversidade cultural como resultado de
estágios progressivos de desenvolvimento, que culminariam em sociedades mais complexas e
"avançadas". Entre os principais representantes do evolucionismo estão Lewis Henry Morgan
e Edward Burnett Tylor.

Edward Tylor ao sistematizar o estudo da cultura seria considerado o pai da Antropologia.


Em 1871 publica o seu livro Primitive Culture, (Cultura Primitiva), onde propôs outra
sequência para o desenvolvimento religioso no Homem:
 Animismo, que segundo ele teria sido o primeiro estágio;
 O Feiticismo, a Idolatria, o Politeísmo;
 O Monoteísmo, como a última fase e a mais evoluída da manifestação religiosa.
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Tylor define a cultura e segundo Bernardi (1978, p. 177), com ela estão impregnados
aspectos que constituiriam centrais nos estudos antropológicos, como a integração etnémica,
estrutura e função, relativismo cultural, o indivíduo e a comunidade.

2.2. O Culturalismo
O culturalismo, também conhecido como antropologia cultural, concentra-se na compreensão
das culturas como sistemas simbólicos complexos. Os antropólogos culturais buscam
entender como os significados são construídos e transmitidos dentro de uma cultura,
explorando temas como rituais, mitos, símbolos e práticas cotidianas. Franz Boas é
frequentemente considerado o pai do culturalismo na antropologia americana (Mello, 2005, p.
222-223).

2.3. O Funcionalismo
O funcionalismo é uma corrente fundada por Bronislaw Malinowski, a partir de 1914. Esta
corrente teve a sua maior influência entre 1930- 1940. Querendo ultrapassar as tendências
dominantes na época (preocupações pela origem e pelos problemas das transformações
socioculturais), o funcionalismo tenta explicar o funcionamento de uma cultura num
determinado momento.

O funcionalismo surgiu como uma reação ao evolucionismo, buscando entender as culturas


como sistemas integrados e funcionais. Os funcionalistas argumentavam que as instituições
culturais desempenhavam funções específicas para manter o equilíbrio e a coesão social.
Bronislaw Malinowski e A.R. Radcliffe-Brown são considerados os principais representantes
do funcionalismo (Rivière, 2000, p. 52).

Contudo, foi Malinowiski quem revolucionou a investigação, com o privilegiamento do


inquérito de campo e a elaboração do método de observação participante.

Segundo ele, se a cultura é um mundo artificial criado pelo homem, é também uma extensão
do mundo natural, dado que a satisfação das necessidades orgânicas ou básicas do homem
resulta das condições impostas a cada cultura. A solução desses problemas cria como um
novo ambiente que permanentemente reproduzido, mantido e administrado cria um novo
padrão de vida (Martinez, 2004, p. 65).

Como modelo de análise para o trabalho de campo, Malinowski elegeu a instituição, que para
ele era constituída pelos seguintes elementos:
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 Estatuto pessoal;
 Normas;
 Aparelhagem material;
 Actividades;
 Função.

2.4. O Estruturalismo
Embora possa ser integrado na Escola Funcionalista, Alfred R. Radcliffe- Brown, é um dos
mentores do Estruturalismo. Ele define estrutura como a disposição ordenada das partes ou
elementos que compõem um todo. Num sentido lato, a estrutura associa sistemas, como o
parentesco, a religião, a política, mas num sentido restrito, põe em relevo a rede de relações
entre as posições sociais. É o sistema simbólico das relações constantes entre os factos. A
análise utilizada pelo Estruturalismo apresenta-se como uma análise sincrónica, sem
considerar a dialéctica que existe no desenrolar da história.

O estruturalismo, desenvolvido por Claude Lévi-Strauss, trouxe uma nova abordagem para a
antropologia, enfatizando a análise das estruturas subjacentes das culturas. Lévi-Strauss
argumentava que os padrões culturais poderiam ser entendidos por meio da identificação de
estruturas mentais universais que moldavam o pensamento humano. O estruturalismo
influenciou significativamente a antropologia, especialmente no campo da etnografia.
(Harries, 2007, p. 239).
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5. Conclusão
As correntes teóricas da antropologia reflectem a diversidade de perspectivas e abordagens
dentro da disciplina. Ao longo do tempo, essas correntes têm evoluído e se interconectado,
influenciando o desenvolvimento da teoria e da prática antropológicas. Compreender essas
correntes teóricas é essencial para uma apreciação mais profunda da complexidade da
experiência humana em suas diversas manifestações culturais.
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Bibliografia

Assane, U. A; Chame, C; Estevão, G; e Abudo, M. (2019). Escolas do pensamento


antropológico. Licenciatura em ensino de química. Universidade Rovuma – Nampula.

Bernardi, B. (1974). Introdução aos Estudos Etno-Antropológicos. Lisboa, Edições 70, p.


165- 223.

Copans, J. et al. (1971). Antropologia. Ciência das Sociedades Primitivas?. Lisboa, Edições
70, p. 21- 32.

Gaita, A; Mussage, A., et all., (2017). As correntes teóricas da antropologia. Licenciatura em


ensino de física com habilidades há matemática. Universidade pedagógica – Nampula.

Martínez, Pe. F. L. (2004). Antropologia Cultural. SMSto. Agostinho da Matola: S/Ed, p. 60-
68.

Mello, L. G. de. (2005). Antropologia Cultural. Iniciação, Teorias e Temas. Petrópolis,


Editora Vozes, p. 199- 298.

Rivière, C. (2000). Introdução à Antropologia. Lisboa, Edições 70.

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