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Antropologia Geral Pfólio

Tema 1: O campo e o metodo da Antropologia

-compreender a natureza da antropologia no contexto das ciências


sociais:
A Antropologia destaca-se no âmbito das Ciencias Sociais pela
abordagem distintiva e o seu papel complementar na compreensão
da complexidade da condição humana. Na abordagem, a
antropologia adota uma perspetiva holística, procurando entender a
humanidade no seu todo, integrando aspetos biológicos, culturais,
sociais e históricos. Além disso, a disciplina é comparativa e
culturalmente relativa, compara diferentes culturas para identificar
padrões universais e particularidades culturais, reconhecendo a
importância do contexto cultural na compreensão do
comportamento humano. A imersão no campo é uma característica
fundamental da antropologia, permitindo uma compreensão
aprofundada das comunidades estudadas e das suas práticas
sociais. No seu papel complementar, a antropologia como
disciplina, amplia a nossa compreensão da complexidade humana,
ao explorar a diversidade cultural e os diversos modos de vida ao
redor do mundo. A contextualização cultural oferece perspetivas
profundas sobre como os valores, crenças e práticas culturais
influenciam o comportamento humano e as estruturas sociais. Além
disso, a antropologia desafia estereótipos e preconceitos,
promovendo uma compreensão mais empática e tolerante das
diferenças culturais. Por fim, as perceções da antropologia
esclarecem políticas e práticas sociais, tornando-as mais sensíveis
e eficazes, contribuindo para áreas como desenvolvimento
internacional, saúde global, direitos humanos e preservação
cultural.
Assim, a antropologia desempenha um papel fundamental nas
ciências sociais, fornecendo uma compreensão holística e
culturalmente sensível da condição humana, e contribuindo para a
promoção do respeito pela diversidade cultural e a criação de
intervenções sociais mais éticas e eficazes.
- Entender as diferentes aceções do termo:
- Analisar os vários campos de estudo:
Entender as diferentes aceções do termo "antropologia" é essencial
para compreender a amplitude e a diversidade da disciplina. O
termo "antropologia" pode ser utilizado de várias maneiras,
abrange diferentes abordagens e subcampos dentro da disciplina.
Campos de estudo:
Antropologia Cultural: Também conhecida como antropologia
social, esta aceção da antropologia concentra-se no estudo das
práticas culturais, crenças, valores e instituições em sociedades
humanas ao redor do mundo. Os antropólogos culturais
frequentemente realizam pesquisa de campo para entender as
complexidades das culturas humanas.
Antropologia Biológica ou Física: Esta vertente da antropologia
estuda a biologia e a evolução da espécie humana, incluindo
aspetos, tais como, genética, anatomia, primatologia e
paleoantropologia. Os antropólogos biológicos exploram questões
relacionadas à origem, evolução e diversidade dos seres humanos,
assim como, dos seus parentes primatas.
Arqueologia: A arqueologia é uma subdisciplina da antropologia,
que estuda as sociedades humanas do passado por meio de
vestígios materiais, como artefactos, estruturas arquitetónicas e
restos humanos. Os arqueólogos investigam os estilos de vida, as
práticas culturais e os eventos históricos de civilizações antigas e
pré-históricas.
Antropologia Linguística: Esta área da antropologia investiga a
diversidade linguística humana, analisando as estruturas, funções e
padrões das línguas ao redor do mundo. Os antropólogos linguistas
estudam a relação entre a linguagem e cultura, bem como
processos, tais como, a origem das línguas e a variação linguística.
Antropologia Aplicada: A antropologia aplicada, utiliza os
princípios, teorias e métodos da antropologia para resolver

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problemas práticos em contextos do mundo real. Isso pode incluir
áreas como desenvolvimento internacional, saúde pública,
preservação cultural, gestão ambiental e consultoria empresarial.
-Compreender a especificidade do processo de investigação em
antropologia;
Compreender a especificidade do processo de investigação em
antropologia envolve reconhecer as características distintivas dos
métodos e abordagens utilizados nesta disciplina.
Observação Participante: A observação participante é uma
técnica central na pesquisa antropológica, na qual os
pesquisadores situam-se imersos nas comunidades ou contextos
que estão a estudar, participando nas atividades diárias e
interagindo com os membros da comunidade.
Abordagem Holística: A antropologia procura entender as
complexidades das culturas e sociedades humanas de maneira
holística, considerando uma ampla gama de fatores, como crenças,
práticas sociais, estruturas familiares, economia, política e
ambiente.
Analise Comparativa: Os antropólogos frequentemente utilizam a
analise comparativa para identificar padrões e diferenças nas
diferentes culturas e contextos sociais. Isso permite uma
compreensão mais profunda das questões humanas universais e
da diversidade cultural.
Ética e Sensibilidade Cultural: Devido à natureza íntima da
pesquisa antropológica, é fundamental que os pesquisadores
abordem as suas interações com as comunidades de forma ética e
sensível, respeitando as normas culturais locais e garantindo o
consentimento informado dos participantes.
Reflexividade(autorreflexividade): Os antropólogos
frequentemente praticam a reflexividade, o que significa que
consideram como as suas próprias características, preconceitos e
perspetivas podem influenciar a sua pesquisa e interpretação dos
dados.
Uso de Métodos Múltiplos: A antropologia emprega uma
variedade de métodos de pesquisa, incluindo observação

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participante, entrevistas, análise de documentos, pesquisa histórica
e trabalho no terreno prolongado, de modo, a capturar, a
complexidade e dinâmica das sociedades humanas.
-Conceitos:
Estes conceitos estão intrinsecamente ligados ao processo de
investigação em antropologia.
Alteridade: A consideração de alteridade é fundamental no processo de
investigação em antropologia, pois os pesquisadores precisam
reconhecer e respeitar as diferenças culturais e sociais entre eles e as
comunidades que estão estudando. Isso envolve a natureza para
compreender as perspetivas e práticas dos outros sem impor
julgamentos baseados em valores culturais próprios.
Etnologia: A etnologia, com seu foco no estudo comparativo das
culturas humanas, orienta os antropólogos na análise das semelhanças
e diferenças entre as sociedades. Ao examinar como diferentes grupos
humanos organizam as suas vidas, os antropólogos, podem identificar
padrões culturais universais, bem como variações culturais específicas,
enriquecendo a compreensão da diversidade humana.
Etnografia: A etnografia é a metodologia de pesquisa principal na
antropologia, permitindo aos pesquisadores imergir profundamente nas
comunidades que estão a investigar. Através, da observação
participante, entrevistas e análise de documentos, os etnógrafos podem
capturar as complexidades das práticas culturais, relações sociais e
significados simbólicos dentro de uma determinada cultura ou grupo
social.
Cultura / Sociedade: O entendimento da cultura e da sociedade é
essencial para um processo de investigação em antropologia. Os
antropólogos precisam estar cientes das normas, valores, instituições e
estruturas sociais, que moldam o comportamento humano em diferentes
contextos culturais e sociais. Ao estudar como as culturas e sociedades
funcionam, os antropólogos podem identificar padrões recorrentes, bem
como variações significativas, contribuindo para uma compreensão mais
completa da condição humana.
TEMA 2- Teorias e práticas antropológicas
-Analisar as principais teorias e escolas em antropologia;

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- Reconhecer o papel de alguns antropólogos no desenvolvimento de
teorias antropológicas;
Evolucionismo: Esta abordagem propõe que as sociedades passam
por estágios de desenvolvimento cultural, do simples ao complexo,
seguindo um padrão evolutivo semelhante ao das espécies biológicas.
Ela foi uma das primeiras tentativas sistemáticas de entender a
diversidade cultural.
- Lewis Henry Morgan (1818-1881): Conhecido por seu trabalho pioneiro
em evolucionismo cultural, Morgan desenvolveu a teoria das "etapas" de
evolução social, classificando as sociedades humanas em estádios
progressivos de desenvolvimento, desde a selvageria até a civilização,
isto é, esta teoria postula que as sociedades humanas progridem por
uma série de estádios predefinidos de desenvolvimento social,
começando pela selvageria, passando pela barbárie e culminando na
civilização.
Franz Boas (1858-1942): Como um dos fundadores da antropologia
moderna, Boas desafiou as noções de evolucionismo cultural,
enfatizando a importância da pesquisa de campo e do relativismo
cultural. Boas defendeu a ideia de que as culturas devem ser
compreendidas em seus próprios termos, sem julgamento de valor.
Difusionismo: O difusionismo sugere que as culturas se estendem por
meio de contatos e interações entre diferentes grupos, resultando na
difusão de práticas culturais e tecnológicas. Esta teoria enfatiza a
difusão cultural, através do tempo e do espaço.
Funcionalismo: O funcionalismo destaca a importância das instituições
sociais e culturais para manter a estabilidade e a coesão social numa
sociedade. O funcionalismo analisa como diferentes partes de uma
cultura funcionam juntas, atendendo às necessidades da sociedade
como um todo.
- Bronislaw Malinowski (1884-1942): Conhecido como o pai da
antropologia social britânica, Malinowski desenvolveu a teoria
funcionalista, destacando a importância das instituições sociais para
satisfazer as necessidades básicas dos indivíduos em uma sociedade.
Ficou reconhecido ela sua pesquisa pioneira nas Ilhas Trobriand.
Estruturalismo: Desenvolvido por Claude Lévi-Strauss, o
estruturalismo procura identificar padrões universais subjacentes nas
estruturas culturais e na mente humana. Examinando as relações entre

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elementos culturais e como eles formam sistemas simbólicos
complexos.
- Claude Lévi-Strauss (1908-2009): Lévi-Strauss é reconhecido por sua
contribuição ao estruturalismo na antropologia. Ele aplicou métodos
estruturalistas para analisar mitos e sistemas de parentesco,
procurando padrões universais subjacentes nas estruturas culturais e
mentais.
-Edward Evans-Pritchard (1902-1973): Evans-Pritchard é reconhecido
pelos estudos dos povos Nuer e Azande, onde aplicou uma abordagem
interpretativa e simbólica. O seu trabalho contribuiu para o
desenvolvimento do funcionalismo britânico e influenciou o começo do
pós-estruturalismo na antropologia.
Pós-modernismo: O pós-modernismo na antropologia critica as
narrativas abrangentes e a objetividade científica, questionando ideias
de verdade objetiva e neutralidade. Ele destaca a multiplicidade de
perspetivas e as complexidades da experiência humana.
Antropologia Feminista: Esta abordagem analisa as relações de
gênero e o patriarcado nas culturas estudadas, bem como as
perspetivas de gênero na própria prática antropológica, procurando
ampliar a compreensão das experiências das mulheres e outras
identidades de gênero na antropologia.
- Margaret Mead (1901-1978): Uma das antropólogas mais influentes do
século XX, Mead é conhecida pelo seu trabalho sobre gênero e
sexualidade em diferentes culturas. As suas pesquisas em Samoa
desafiaram noções convencionais dos papéis de gênero e sexualidade,
destacando a variedade cultural.
compreender a dimensão aplicada da antropologia:
•antropologia aplicada • ética em antropologia:
A dimensão aplicada da antropologia refere-se à utilização dos
conhecimentos, métodos e técnicas da disciplina para resolver
problemas práticos e informar intervenções em diversas áreas da
sociedade. Isso inclui, por exemplo, aplicar os conhecimentos da
antropologia em projetos de desenvolvimento comunitário, políticas
públicas, saúde, educação, conservação ambiental, entre outros
campos. Essa abordagem visa não só, compreender as culturas e
sociedades, como utilizar esse entendimento para promover mudanças
positivas e sustentáveis nas comunidades e no mundo em geral.

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A ética em antropologia é uma consideração fundamental na pesquisa e
na prática profissional. Envolve questões relacionadas ao respeito pelos
direitos e interesses das pessoas estudadas, à integridade na condução
da pesquisa, à transparência na divulgação dos resultados e à
responsabilidade social e cultural do antropólogo. A ética em
antropologia procura garantir que as investigações sejam realizadas de
maneira sensível, respeitosa e moralmente responsável, promovendo o
bem-estar das comunidades estudadas e evitando danos ou
exploração.
analisar as funções e papeis desempenhados por antropólogos no
domínio da antropologia aplicada:
Os antropólogos desempenham uma variedade de funções e papéis no
campo da antropologia aplicada, dependendo do contexto e dos
objetivos específicos de cada projeto.
Pesquisador: Os antropólogos orientam pesquisas para entender
melhor as dinâmicas sociais, culturais, econômicas e políticas de uma
comunidade ou contexto específico. Eles podem usar métodos como
observação participante, entrevistas e análise documental para recolher
dados.
Consultor: Os antropólogos muitas vezes atuam como consultores em
projetos que envolvem interações interculturais, desenvolvimento
comunitário, conservação ambiental, saúde pública e outros campos.
Eles fornecem perspectivas culturais e sociais, ajudando na concepção
e implementação de políticas, programas e intervenções.
Mediador de Conflitos: Em contextos onde existe tensões
interculturais ou conflitos, os antropólogos podem atuar como
mediadores, facilitando o diálogo e a compreensão entre diferentes
grupos étnicos, comunidades ou partes interessadas.
Educador e Formador: Alguns antropólogos trabalham como
educadores e formadores, instruindo outras pessoas a compreender e
aplicar os princípios da antropologia em suas áreas de atuação. Eles
podem ministrar palestras, workshops e programas de instrução para
profissionais de diferentes setores.
Avaliador de Programas: Os antropólogos aplicados também podem
realizar avaliações de programas para determinar a eficácia e o impacto
de intervenções sociais, políticas públicas e projetos de
desenvolvimento em comunidades locais.

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Defensor dos Direitos Humanos: Muitos antropólogos aplicados
trabalham como defensores dos direitos humanos, promovendo a
justiça social, a igualdade de gênero, os direitos indígenas e outras
causas relacionadas aos direitos humanos em diversos contextos.
Tema 3- Campos e objetos da antropologia social e cultural
Antropologia e parentesco
-Analisar as relações com o parentesco ao longo do ciclo de vida
envolve examinar como as estruturas e dinâmicas familiares mudam e
se desenvolvem, nos diferentes estágios da vida das pessoas, desde o
nascimento até a morte. Isso inclui, entender como os laços de
parentesco são formados, mantidos e reconfigurados ao longo do
tempo, e como essas relações influenciam a identidade individual e
coletiva, bem como o funcionamento da sociedade. Ao longo do ciclo de
vida, as relações de parentesco podem ser afetadas por uma variedade
de fatores, como mudanças na composição familiar, transições de papel
e posição, eventos rituais e cerimoniais, migração, urbanização,
educação, trabalho e envelhecimento. Uma abordagem antropológica
ao estudo do parentesco ao longo do ciclo de vida permite uma
compreensão mais completa das interações entre indivíduos, famílias e
comunidades em contextos culturais diversos.
-Conceitos antropológicos, como o ciclo de vida, casamento e aliança,
descendência e filiação, e padrões de residência, é fundamental para
compreender estruturas e dinâmicas das relações de parentesco em
diferentes culturas. Por exemplo, ao examinar o ciclo de vida, os
antropólogos podem investigar, como as diferentes etapas da vida de
uma pessoa (infância, adolescência, idade adulta, velhice) são
marcadas por diferentes rituais, responsabilidades e posiçoes sociais
em diferentes sociedades.
No que diz respeito ao casamento e aliança, os antropólogos analisam
como as práticas matrimoniais variam entre as culturas, incluindo os
diferentes tipos de casamento (monogamia, poligamia), as regras de
parentesco que governam o casamento (endogamia, exogamia) e os
sistemas de aliança entre grupos familiares.
A descendência e filiação referem-se à maneira como a linhagem e a
herança são transmitidas ao longo das gerações em diferentes
sociedades. Os antropólogos examinam como os laços de parentesco
são construídos e reconhecidos, incluindo os sistemas de parentesco
bilateral e unilateral, as práticas de adoção e os tabus de incesto.

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Por fim, investigando os padrões de residência, isto é, aonde os
indivíduos vivem e com quem após o casamento. Esses padrões podem
variar desde a residência neolocal (independentemente dos pais) até a
patrilocal (com a família do marido) ou matrilocal (com a família da
esposa), entre outros.
Uma análise destes conceitos permite aos antropólogos compreender
melhor as complexas relações sociais e culturais que moldam as
estruturas familiares e de parentesco ao redor do mundo.
- compreender o papel do casamento e aliança:
A diferença entre casamento e aliança pode variar dependendo do
contexto cultural e das práticas sociais específicas de uma determinada
sociedade. No entanto, em muitos casos, o casamento refere-se ao
contrato formal entre duas pessoas para estabelecer uma união
legalmente reconhecida. O casamento pode envolver uma série de
rituais e cerimônias que marcam a união entre os parceiros.
Por outro lado, a aliança geralmente se refere à conexão estabelecida
entre grupos familiares ou comunidades através do casamento. A
aliança pode envolver não só os cônjuges, como as suas famílias e as
ligações sociais mais amplas. Ela pode ser vista como uma forma de
solidificar os laços sociais, econômicos ou políticos entre diferentes
grupos, muitas vezes através da troca de bens, estrato ou alianças
políticas.
Em resumo, enquanto o casamento concentra-se na união entre
indivíduos, a aliança refere-se amplamente às relações estabelecidas
entre grupos familiares ou comunidades por meio do casamento.
Ambos, são aspetos importantes da estrutura social e familiar em
muitas sociedades ao redor do mundo.
- Entender as formas de descendência e de filiação:
Descendência e filiação são conceitos relacionados, mas distintos,
dentro do estudo do parentesco em antropologia:
Descendência: Refere-se à linha de descendência ou ancestralidade
de uma pessoa. Em outras palavras, a descendência traça a linhagem
de uma pessoa até os seus antepassados, seja por meio da linha
materna (matrilinear), da linha paterna (patrilinear) ou de ambas
(bilateral).
Filiação: Refere-se à relação de parentesco entre uma pessoa e seus
pais ou progenitores. Filiação reconhece os laços de parentesco direto

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entre uma pessoa e seus pais, independentemente da linhagem
específica (materna ou paterna).
Em suma, enquanto a descendência se concentra na linhagem
ancestral de uma pessoa, a filiação destaca a relação de parentesco
direto entre uma pessoa e seus pais. A compreensão desses conceitos
é crucial para analisar as estruturas familiares e de parentesco em
diferentes culturas ao redor do mundo.
A descendência e a filiação são conceitos fundamentais em
antropologia, especialmente quando se trata de compreender as
relações familiares e sociais em diferentes culturas.
Descendência Unilinear: Este sistema reconhece a descendência
apenas através de uma linha, seja materna ou paterna. Por exemplo, na
descendência unilinear matrilinear, a linhagem é traçada através da
linha materna, enquanto na patrilinear, é traçada através da linha
paterna.
Descendência Bilateral: Neste sistema, a descendência é reconhecida
tanto pela linha materna quanto pela linha paterna. Isso significa que
tanto os antepassados maternos quanto os paternos são considerados
na linhagem de uma pessoa.
Filiação Cognática: Também conhecida como filiação bilateral, esta
forma reconhece a descendência através de ambas as linhas parentais,
mas não necessariamente de forma igualmente importante em todos os
contextos sociais.
Filiação Unilinear: Ao contrário da filiação cognática, este sistema
reconhece a filiação apenas através de uma linha, seja materna ou
paterna.
Filiação Preferencial: Alguns grupos podem privilegiar uma linha de
filiação sobre a outra, mesmo que reconheçam ambos os lados da
família. Por exemplo, uma cultura pode dar mais importância à linha
paterna do que à materna, ou vice-versa.
Campos e objetos da antropologia social e cultural:
Antropologia e poder:
Antropologia e Economia:
- analisar organização política na perspetiva antropológica;
Na perspetiva antropológica, a análise da organização política aborda
como as sociedades humanas estruturam e exercem o poder, tomam

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decisões coletivas e mantêm a ordem social. Aqui estão alguns pontos-
chave na análise da organização política sob uma perspetiva
antropológica:
Estrutura de Poder: Investigar como o poder é distribuído e exercido
dentro de uma sociedade. Isso pode incluir a identificação de líderes
políticos, estruturas de autoridade e sistemas de tomada de decisão.
Sistemas de Governo: Estudar os diferentes sistemas de governo e
formas de governança presentes em sociedades humanas, que podem
variar desde sistemas democráticos a autocráticos, tribais, feudalistas,
entre outros.
Relações de Poder: Analisar as relações de poder entre diferentes
grupos dentro de uma sociedade, incluindo grupos étnicos, de gênero,
socioeconômicos e outros, bem como os conflitos e negociações que
ocorrem entre eles.
Instituições Políticas: Investigar as instituições políticas formais e
informais presentes em uma sociedade, tais como o governo, sistemas
legais, partidos políticos, conselhos de anciãos, entre outros, e como
elas influenciam a vida cotidiana e as relações sociais.
Símbolos e Ritual: Examinar os símbolos, rituais e práticas cerimoniais
que estão associados ao exercício do poder e à legitimidade das
estruturas políticas em uma sociedade, bem como seu papel na
construção da identidade coletiva e na coesão social.
Ao analisar a organização política em diferentes contextos culturais, a
antropologia procura compreender a diversidade de formas pelas quais
as sociedades humanas, se organizam politicamente e como essas
estruturas políticas se moldam por fatores históricos, culturais,
econômicos e ambientais.
- Compreender a relação entre organização social e política em
determinados grupos;
A relação entre organização social e política em determinados grupos
envolve analisar como as estruturas sociais influenciam e são
influenciadas pela organização política dentro desses grupos.
Estrutura Social e Distribuição de Poder: Investigar como as
hierarquias sociais, como classe, status, gênero e idade, estão
relacionadas à distribuição de poder e influência política dentro do
grupo. Isso pode incluir a análise de quem detém autoridade e tomada
de decisão em diferentes níveis da estrutura social.

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Instituições Sociais e Políticas: Examinar as instituições sociais e
políticas presentes dentro do grupo, como sistemas de parentesco,
sistemas econômicos, sistemas religiosos e sistemas jurídicos, e como
elas interagem e influenciam umas às outras.
Identidade Coletiva e Política: Investigar como a identidade coletiva e
os sistemas de crenças compartilhados dentro do grupo influenciam a
organização política, incluindo questões de pertencimento,
solidariedade e legitimidade política.
Processos de Tomada de Decisão: Analisar os processos pelos quais
as decisões políticas são tomadas dentro do grupo, incluindo
mecanismos formais e informais de governança, bem como a
participação dos membros do grupo nessas decisões.
Conflitos e Negociações: Explorar os conflitos e negociações que
surgem em torno de questões políticas dentro do grupo, incluindo
disputas de poder, interesses concorrentes e a busca por consenso ou
resolução de conflitos.
analisar o papel do poder e as diferentes formas de controlo social:
Estruturas de Poder: Investigar as estruturas de poder dentro de uma
sociedade, incluindo hierarquias políticas, econômicas e sociais. Isso
pode envolver a análise de quem detém autoridade, privilégio e
recursos dentro do grupo e como essas estruturas são mantidas e
contestadas.
Instituições de Controle Social: Examinar as instituições e práticas
sociais que são projetadas para regular o comportamento dos membros
de uma sociedade. Isso pode incluir sistemas jurídicos, normas
culturais, rituais de punição e recompensa, e mecanismos de
socialização.
Resistência e Agência: Investigar as formas pelas quais os indivíduos
e grupos resistem ao poder e contestam as formas dominantes de
controle social. Isso pode envolver a análise de movimentos sociais,
protestos, rebeliões e outras formas de resistência coletiva.
Poder Simbólico: Examinar como o poder é exercido por meio de
símbolos, discursos e práticas culturais. Isso pode incluir a análise de
linguagem, média, ritual e outras formas de comunicação que moldam a
perceção e a experiência do poder na sociedade.
Controle Social e Identidade: Explorar como as normas e práticas de
controle social contribuem para a construção da identidade individual e

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coletiva. Isso pode envolver a análise de como as categorias sociais,
como gênero, raça, etnia e classe, são moldadas e contestadas por
meio de processos de controle social.
Ao analisar o papel do poder e as diferentes formas de controle social,
os antropólogos procuram entender como as relações de poder são
negociadas, contestadas e transformadas em diferentes contextos
culturais e históricos, e como esses processos afetam a vida das
pessoas dentro das sociedades humanas.
-Ao analisar esses conceitos antropológicos, é possível compreender
profundamente as dinâmicas sociais e culturais que moldam as
sociedades humanas:
Poder: Refere-se à capacidade de uma pessoa, grupo ou instituição
influenciar e controlar as ações, decisões e comportamentos de outros.
Os antropólogos estudam como o poder é exercido, contestado e
mantido em diferentes contextos sociais e culturais, explorando
hierarquias, relações de domínio e resistência.
Controle Social: Envolve os mecanismos e instituições que regulam o
comportamento dos membros de uma sociedade. Isso inclui normas
culturais, leis, sistemas jurídicos, sanções sociais e outras formas de
influência social que mantêm a coesão e a ordem dentro do grupo.
Organização Política: Refere-se à estrutura e funcionamento dos
sistemas políticos em uma sociedade, incluindo instituições
governamentais, processos de tomada de decisão, sistemas de
liderança e formas de organização do poder político.
Produção: Este conceito refere-se aos processos pelos quais os bens e
serviços são criados e disponibilizados em uma sociedade. Os
antropólogos estudam os diferentes modos de produção, incluindo
economias de subsistência, sistemas de troca e comércio, e os
impactos da produção na organização social e cultural.
Distribuição: Refere-se à maneira como os recursos são distribuídos
dentro de uma sociedade. Isso inclui questões de acesso aos recursos
naturais, distribuição de riqueza e poder, e sistemas de distribuição que
visam reduzir desigualdades sociais e econômicas.
Dádiva: Este conceito antropológico refere-se a trocas sociais que
envolvem a oferta e obtenção de presentes, favores e serviços, muitas
vezes sem a expectativa imediata de retribuição. Os antropólogos
estudam o papel das dádivas em diferentes culturas, explorando como

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elas podem criar e manter relações sociais, estabelecer laços de
solidariedade e expressar valores culturais.

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