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Antropologia

Por Luiz Antonio Guerra


Mestre em Sociologia (UnB, 2014)
Graduado em Ciência Política (UnB, 2010)

Etimologicamente, o termo antropologia deriva das palavras gregas “anthropos” (ser


humano) e “logos” (ciência, estudo, conhecimento) e significa o estudo do ser humano.
O objetivo da Antropologia é buscar um entendimento amplo, comparativo e crítico dos
seres humanos, seus conhecimentos e formas de ser.

A antropologia abrange o estudo do ser humano como ser cultural, fazedor de cultura.
Investiga as culturas humanas no tempo e no espaço, suas origens e desenvolvimento,
suas semelhanças e diferenças. Tem seu foco de interesse voltado para o conhecimento
do comportamento cultural humano, adquirido por aprendizado social. A partir da
compreensão da variedade de procedimentos culturais dentro dos contextos em que são
produzidos, a antropologia, como o estudo das culturas, contribui para erradicar
preconceitos derivados do etnocentrismo, fomentar o relativismo cultural e o respeito à
diversidade.

Apesar da grande variedade dos seus campos de interesse, a antropologia se constituiu


como um campo científico específico, que se articula teórica e metodologicamente com
outras áreas do saber (como a história, filosofia, sociologia, psicologia, biologia e
direito), mas conserva sua unidade, uma vez desenvolveu métodos particulares para
investigar o ser humano e suas diversas formas culturais, comportamento e vida social.

A etnografia é o método próprio de trabalho da antropologia. O objetivo da etnografia é


o de descrever as vidas das pessoas, com precisão e profundidade, através da
observação detalhada, obtida principalmente através do trabalho de campo. A partir da
observação de fatos e fenômenos in loco, o antropólogo coleta, analisa e interpreta
dados e aspectos culturais com o intuito de examinar como se dá a vida social na
realidade cotidiana de determinados indivíduos e grupos. O método etnográfico é então
um estudo e registro descritivo das características culturais de um determinado grupo
social.

Todas as sociedades humanas passadas e presentes, extintas ou existentes, interessam ao


antropólogo. Nesse sentido, algumas divisões apontam para a existência de subáreas da
Antropologia, como a arqueologia (estudo das culturas extintas), a etnografia (descrição
das sociedades humanas), a etnologia (comparação entre as culturas existentes), a
linguística (estudo das linguagens) e o folclore (manifestações culturais tradicionais).

Os antropólogos se interessam tanto pelos grupos sociais mais simples, culturalmente


diferenciados, quanto por grupos culturais que existem dentro da sua própria sociedade.
Atribui-se ao antropólogo a tarefa de formular princípios explicativos da formação e
desenvolvimento das culturas humanas.
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A Antropologia surgiu como ciência no início do século XX, com a sistematização dos
estudos sobre culturas consideradas “exóticas”. No Brasil, a Antropologia se
desenvolveu através dos estudos de pesquisadores europeus sobre as sociedades
indígenas no território brasileiro. A partir da década de 1960, os antropólogos passaram
a se dedicar ao estudo de outros grupos culturais e identitários de nossa sociedade, no
âmbito antropologia urbana. Assim, os temas antropológicos saíram das margens e
passaram a ter visibilidade e reconhecimento do seu papel político. Atualmente, a
Antropologia está inserida nos debates das grandes questões nacionais e é importante
em diversas frentes, como por exemplo, na mediação da relação entre povos indígenas e
populações tradicionais com o Estado brasileiro.

Bibliografia:

INGOLD, Tim. Antropologia não é etnografia. In: Ingold, Tim. Estar Vivo - ensaios
sobre movimento, conhecimento e descrição. Petrópolis: Ed. Vozes, 2015.

LARAIA, Roque de Barros. Cultura: Um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge


Zahar Editor, 1997 [1986]. 11ª edição.

MAGNANI, José Guilherme. Etnografia como prática e experiência, Horizontes


Antropológicos, v.15, n.32, 2009, p.129-156.

MARCONI, Marina de Andrade; PRESOTTO, Zelia Maria Neves. Antropologia: uma


introdução; São Paulo: Atlas, 2010. 7ª edição.

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