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UNIVERSIDADE SAVE

Correntes Teóricas da Antropologia

Paradigmas Emergentes na Antropologia

Licenciatura em Ensino de Geografia

Massinga

2021
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UNIVERSIDADE SAVE

Assimina David Bila

Bércia Domingos Sitoe

Celso Januário José

Cítia Januário José

Delícia António Gale

Edson Elsa Filipe Sevene

Espírito Santo Benigno

Correntes Teóricas da Antropologia


Paradigmas Emergentes da Antropologia

Trabalho de Pesquisa da cadeira de Antropologia


Cultural de Moçambique a ser apresentado no
Departamento de Ciências da Terra e Ambiente,
para efeito de avaliação.

Docente: Deolinda Chone

Massinga

2021
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Índice
CAPÍTULO I..........................................................................................................................4

1.Introdução............................................................................................................................4

1.1.Objectivos.........................................................................................................................5

1.1.1.Geral..............................................................................................................................5

1.1.2.Especificos.....................................................................................................................5

1.2.Metodologia......................................................................................................................5

CAPÍTULO II.........................................................................................................................6

2.Correntes Teóricas da Antropologia....................................................................................6

2.1.Corrente Sociológica Francesa.........................................................................................6

2.2.Corrente Marxista.............................................................................................................7

2.2.1.Marxismo Estrutural......................................................................................................7

2.2.2.Economia política..........................................................................................................7

2.3.Antropologia Pós-Moderna ou Crítica.............................................................................8

2.3.1.Características................................................................................................................8

2.3.2.Corrente Meta-etnografia..............................................................................................8

2.3.3.Etnografia Experimental................................................................................................8

2.3.4.Vanguarda Pós-moderna...............................................................................................8

3.Paradigmas Emergentes na Antropologia...........................................................................9

3.1.Nova Etnografia................................................................................................................9

4.Conclusão..........................................................................................................................11

5. Bibliografia.......................................................................................................................12
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CAPÍTULO I

1.Introdução

O trabalho surge no âmbito da cadeira de Antropologia cultural de Moçambique que como


seguinte tema, correntes teóricas antropológicas e tem os seguintes subtemas: corrente
sociológica francesa, corrente marxista que aborda sobre antropologia pois moderna ou
critica do séc. XX e paradigmas emergentes na antropologia ou seja o que se aborda na
antropologia. No marxismo estrutural, Marx foi usado para repensar, ou expandir,
praticamente todos os esquemas teóricos da época: antropologia simbólica, ecologia cultural,
antropologia social britânica e estruturalismo propriamente ditos. O marxismo estrutural foi a
força original dentro da antropologia para a promulgação.
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1.1.Objectivos

1.1.1.Geral

 Conhecer Correntes Teóricas da Antropologia

1.1.2.Especificos

 Classificar as características fundamentais da Escola Sociológica Francesa;


 Descrever a Corrente Marxista a partir do Marxismo Estrutural;
 Identificar os principais paradigmas emergentes na antropologia na actualidade.

1.2.Metodologia

Para a realização de trabalho baseou se na pesquisa bibliográfica: o uso de livros,


publicações, módulos, e consultas onlline. Leitura minuciosa de módulos de antropologia
cultural, artigos, concernentes a paradigmas na antropologia, e diversas publicações.
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CAPÍTULO II

2.Correntes Teóricas da Antropologia

2.1.Corrente Sociológica Francesa

A Escola Sociológica Francesa, século XIX, apresenta duas características fundamentais que
contribuem para a consolidação da ciência antropológica: a definição dos fenómenos sociais
como objectos de investigação sócio antropológica, a grande contribuição, a definição das
regras do método sociológico de investigação. No campo da Escola Sociológica Francesa, em
relação ao aspecto metódico, diz (LAPLANTINE:2003).
É preciso apreendê-lo totalmente o fenómeno social, isto é, de fora como uma “coisa”, mas
também de dentro como uma realidade vivida. É preciso compreendê-lo alternadamente tal
como o percebe o observador estrangeiro (o etnólogo), mas também tal como os actores
sociais vivem. O que caracteriza o modo de conhecimento próprio das ciências:
 As preocupações teóricas dos antropólogos franceses que aparecem particularmente
quando confrontamos seus trabalhos (debates) a pratica da antropologia anglo-
saxónica, frequentemente mais empírica;
 Um objecto de predilecção que e o estudo dos sistemas de "representações"
(particularmente a religião, a mitologia, a literatura de tradição oral),termos que
devemos a Durkheim, enquanto Levy-Bruhl já se interessava pelo que chamava de
"mentalidades";

Uma renovação metodológica, com o impulso especialmente:


1. Do estruturalismo (do qual Lévi-Strauss e evidentemente o representante mais
ilustre), de pesquisas conduzidas dentro da perspectiva do marxismo.
2. Um crescimento muito recente, mas apoiado em uma sólida tradição, da Etnografia,
da Museografia e da etnologia da própria sociedade francesa, em suas diversidades e
mutações. (LAPLANTINE: 2003:82).
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2.2.Corrente Marxista

A partir do final da década de 1960, tanto nos Estados Unidos quanto na França (em menor
grau na Inglaterra), movimentos sociais radicais emergiram em grande escala. Na
antropologia, as primeiras críticas tomaram a forma de denúncias sobre as relações históricas
entre a antropologia, por um lado, e o colonialismo e o imperialismo (ASAD: 1973).
A obra: Estrutura da acção social de Parsons, um dos textos sagrados dos antropólogos
simbólicos treinados em Harvard, fazia um levantamento do pensamento de Durkheim e de
Weber e de dois teóricos da economia, Alfred Marshall e Vilfredo Pareto, cuja relevância
principal naquele contexto parecia ser o facto de eles não serem Marx.
Havia pelo menos duas escolas marxistas de teoria antropológica distintas: o Marxismo
Estrutural, desenvolvido principalmente na França e na Inglaterra, e a Economia Política, que
surgiu primeiro nos Estados Unidos e, posteriormente, também na Inglaterra (ibdem).
2.2.1.Marxismo Estrutural

O marxismo estrutural foi a única escola que se desenvolveu inteiramente dentro do campo
da antropologia. No marxismo estrutural, Marx foi usado para repensar, ou expandir,
praticamente todos os esquemas teóricos da época: antropologia simbólica, ecologia cultural,
antropologia social britânica e estruturalismo propriamente ditos. O marxismo estrutural foi a
força original dentro da antropologia para a promulgação e a legitimação do “marxismo” e da
“interpretação crítica” no discurso do campo como um todo (DIAMOND: 1979).
O avanço do marxismo estrutural sobre as formas de antropologia materialista que o
antecederam consistiu em localizar as forças determinantes em certas estruturas de relações
sociais.
Estas formas superficiais daquilo que os britânicos chamavam “estrutura social” são vistas
como modelos nativos de organização social que foram comprados pelos antropólogos como
a realidade, mas que na verdade escondem, ou ao menos correspondem só parcialmente, às
relações assimétricas de produção que são ocultas e que impulsionam o sistema.
2.2.2.Economia Política

A escola da economia política inspirou-se, sobretudo, nas teorias de sistemas mundiais e de


subdesenvolvimento da sociologia política (WALLERSTEIN: 1976).
Os antropólogos têm a tendência de tratar as sociedades, e mesmo as aldeias, como se elas
fossem ilhas voltadas para si próprias, com pouca consciência dos sistemas de relações mais
largos em que essas unidades estão inseridas. Ocasionais estudos de “Sistemas políticos da
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Alta Birmânia, de Edmund Leach” que vêem a sociedade num contexto regional mais largo
têm sido anomalias um tanto inclassificáveis. Os problemas derivados desta visão do mundo
como determinado pelo capitalismo, também afectam a visão da história adoptada pelos
economistas políticos (ibdem).

2.3.Antropologia Pós-Moderna ou Crítica

2.3.1.Características

Preocupação com os recursos retóricos presentes no modelo textual das etnografias clássicas
e contemporâneas. Politização da relação observador-observado na pesquisa antropológica.
Critica dos paradigmas teóricos e da “autoridade etnográfica” do antropólogo (GOLDMAN:
1976).
2.3.2.Corrente Meta-etnografia

A denominada corrente meta-etnografia ou meta-antropologia estuda a etnografia como


género literário, como um texto ensaístico. Ela da ênfase as novas possibilidades de escrita
etnográfica. Diferente dos propósitos do início do século XX, que advogava a etnografia um
registo minucioso dos dados colectados em campo, essa corrente advoga como parte do fazer
antropológico a exploração do género literário, da arquitectura textual: do estilo, estrutura e
formas de conceber a narrativa e a mobilização de um largo repertório de codificação textual
(palavras, expressões, códigos) (GOLDMAN: 1976).

2.3.3.Etnografia Experimental

A corrente que se denomina etnografia experimental centra seu estudo nas condições de
observação participante do etnógrafo no campo de pesquisa, e nas suas relações com os
sujeitos da pesquisa. Essa corrente problematiza a complexa relação do etnógrafo com o
sujeito de sua observação antropológica. Seus representantes são Vincent Crapanzano, Kevin
Dwyer, Paul Rabinow e Dennis Tedlock (GOLDMAN: 1976).
2.3.4.Vanguarda Pós-moderna

Uma terceira corrente tida como vanguarda pós-moderna foca a crise dos pressupostos
científicos em geral, a crise dos paradigmas científicos, dos modelos teóricos e da prática
científica. Advoga-se que tudo é possível no texto e no trabalho de campo, no pensar e fazer
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antropológicos, desde que se promova uma ruptura com os procedimentos: conceituais e


operacionais adoptados no passado da Antropologia. (GOLDMAN: 1976).

3.Paradigmas Emergentes na Antropologia

Paradigma refere-se ao modelo ou a padrões compartilhados que permitem a explicação de


certos aspectos da realidade, sendo mais do que uma teoria e implicando em uma estrutura
que gera novas teorias. (KUHN, 1994).
Paradigma Emergente é um modelo ou forma de interpretar o mundo com novos olhares, a
partir de uma reconstrução de tudo o que está posto. O homem passa a ser visto como um ser
complexo, subjectivo e imprevisível (ibdem).
O culturalismo, apesar de não ter significado uma ruptura absoluta com as matrizes do
conhecimento clássico, apontava para outras possibilidades do olhar a cultura como universo
simbólico. O significado desse imenso passo na compreensão da diversidade sociocultural
dos diferentes povos na face da terra (GUSMÃO, 1997, p. 21).

GEERTZ (1973) não busca as estruturas profundas e permanentes do pensamento humano;


busca interpretar "como pensamos actualmente" e reivindica uma etnografia do pensamento
moderno: "uma tentativa não de exaltar a diversidade, mas de tomá-la seriamente em si
mesma, como um objecto de descrição analítica e de reflexão interpretativa".

3.1.Nova Etnografia

Iniciemos pela chamada nova etnografia (Willirun Sturtevant, Ward H. Goodenough), que
surge nos Estados Unidos no início dos anos 80. O interesse recai sobre as várias abordagens
formais da análise de materiais etnográficos: etnociência, etnossemântica, análise
componencial.
A nova etnografia problematiza questões em torno do método etnográfico, apoiando-se sobre
uma reflexão conceitual da "relação entre a linguagem, as regras cognitivas, os princípios e
códigos, por um lado, e os padrões de comportamento e organização sociocultural, por outro
lado".
A nova etnografia aceita simplesmente "os modelos conscientes de uma comunidade", forma
reducionista de afirmar que "os significados estão na cabeça das pessoas” seu objectivo
imediato é de ''tentar eliminar ou, ao menos, neutralizar, as tendenciosidades potencialmente
distorcidas do etnógrafo “voltando se apenas para as categorias dos informantes em
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detrimento das categorias do antropólogo. A função de uma etnografia modernista se coloca


sobremaneira como a de fazer "uma crítica cultural".

A nova Antropologia é assim sintetizado por PEIRANO (1986):


1. A dimensão literária que diz respeito à constituição dos objectos culturais, às
maneiras com que fenómenos colectivos são configurados e às formas com que estas
configurações fazem sentido em determinadas formas de leitura;
2. A noção de observação participante é complexificada pela questão do confronto
etnográfico, onde a pesquisa de campo resulta em um diálogo.

São requisitos para uma etnografia modernista:


TRAJANO FILHO (1988) organiza em quatro tópicos, a produção:
1. Denúncia e desnitrificação do estilo realista das etnografias clássicas, focalizando
temas como a constituição da autoridade do autor da etnografia e os recursos
estilísticos utilizados (Pratt, Crapanzano e Rosaldo);
2. Reflexão sobre as possibilidades e os limites do conhecimento antropológico
contemporâneo e por sugestões de carácter mais geral e teórico o alargamento destes
limites (Clifford e Tyler);
3. Exame de formas concretas e existentes de experimentação em etnografia (Marcus e
Fisher);
4. Relação entre o experimentalismo e as condições de poder e dominação (Asad,
Rabinow e a conclusão de Marcus).

Segundo MAUSS (2003), na etnografia modernista (em direcção a pressupostos modernistas


sobre a organização da realidade social contemporânea), três requisitos tratam da construção
dos sujeitos de uma etnografia: espaço, tempo e perspectiva ou voz.
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4.Conclusão

As correntes teóricas da Antropologia tratam sobre o estudo das dimensões do espaço cultural
na tentativa da interpretação do homem sua evolução e etnologia, para a corrente sociológica
francesa caracteriza se por um período de preocupações teóricas dos antropólogos franceses
que aparecem particularmente quando confrontamos seus trabalhos (debates) a prática da
antropologia anglo-saxónica, frequentemente mais empírica.
Por tanto a corrente marxismo estrutural foi a força original dentro da antropologia para a
promulgação e a legitimação do “marxismo” e da “interpretação crítica” no discurso do
campo como um todo; com tudo os paradigmas emergentes actuais;
A nova etnografia que importa agora falar um pouco sobre o que tem se auto denominado de
uma nova antropologia, nesta visão, cultura é sempre algo relacional uma inscrição de
processos comunicativos que existem, historicamente, entre sujeitos em relações de poder.
Três requisitos dão conta das estratégias para estabelecer a presença analítica do etnógrafo no
seu texto: o diálogo adequado de conceitos analíticos (onde se privilegiam autobiografias,
que melhor permitem avaliar as experiências históricas "carregadas na memória e que
determinam a forma justaposição crítica das possibilidades.
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5. Bibliografia

ASAD, Talal. Anthropology and the colonial encounter. London: Ithaca Press, 1973.
CRAPANZANO, Vincent. Tuhami: portrait of a Moroccan. Chicago: University of Chicago,
1980.
DIAMOND, Stanley. Toward a Marxist anthropology. The Hague: Mouton, 1979.
GEERTZ, Clifford. The interpretation of cultures. New York: Basic Books, 1973.
GOLDMAN, Lucien. A criação Cultural na Sociedade Moderna: Para uma Sociologia da
Totalidade. Lisboa, Ed. Presença, 1976.
GUSMÃO, Neusa Maria Mendes. Antropologia e Educação: interfaces do ensino e da
pesquisa, Cedes/Unicamp, l997.
KUHN,T. As Estruturas das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1994.
LAPLANTINE, François. Aprender Antropologia, Editora Brasiliense, São Paulo, 2003.
MAUSS, M. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
PARSONS, Talcott. The structure of social action. New York: The Free Press of Glencoe,
1949.
PEIRANO, Mariza. O encontro etnográfico e o diálogo teórico, Rio de Janeiro, 1986.
TRAJANO FILHO, Wilson. Que barulho é esse, o do pós-moderno? Brasília, 1988.
WALLERSTEIN, Emmanuel. The modern world system. New York: Academic Press, 1976.

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