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LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA- GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância
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a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
3
Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Um abraço,
4
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
CAPÍTULO 01
DO SURGIMENTO DA ANTROPOLOGIA E AS PRIMEIRAS CORREN-
TES
AntropologiaFuncionalista_____________________________________ 18
Aantropologiafrancesa________________________________________ 21
Recapitulando_________________________________________________ 29
CAPÍTULO 02
OS CONCEITOS DE CULTURA
CulturaeNatureza_____________________________________________ 36
Recapitulando__________________________________________________ 51
CAPÍTULO 03
TEMAS CONTEMPORÂNEOS DA ANTROPOLOGIA E A ANTROPO-
LOGIA BRASILEIRA
Temas contemporâneos da Antropologia_____________________ 58
A Antropologia brasileira___________________________________ 67
Recapitulando__________________________________________________ 74
Fechando a Unidade_______________________________________ 81
Considerações Finais_______________________________________ 82
Referências____________________________________________________ 83
9
O homem contemporâneo passa por constantes transforma-
ções e é carregado de informações cotidianamente. Afinal, em uma so-
ciedade que cada vez mais se industrializa e se moderniza, qual o im-
pacto que isso pode ter em nossas vidas? Que tipo de cultura e padrões
somos constantemente recebidos?
Partindo dessas indagações, o módulo busca compreender as
bases de uma disciplina fundamental para o conhecimento humano: a
Antropologia. Disciplina que passou por diversas transformações ao lon-
go do tempo, e tem se modificado cada vez mais, devido aos avanços
tecnológicos e os impactos que eles causam na vida das populações.
O módulo Introdução à Antropologia busca compreender o sur-
gimento dessa área das ciências e como ela se desenvolveu o longo do
tempo, seus objetivos, métodos, conceitos e principais abordagens teó-
ricas e metodológicas. Assim, apresentaremos três capítulos divididos,
com as temáticas fundamentais da área.
No primeiro capítulo, Do surgimento da antropologia e as pri-
meiras correntes, buscaremos mostrar os motivos que levaram o apa-
recimento da Antropologia enquanto ciência e as primeiras grandes cor-
rentes. Nele veremos os primeiros antropólogos, como Marcel Mauss,
Malinowski e Franz Boas e como seus pensamentos influenciaram a
posteridade. Conceitos e métodos surgindo nesses primeiros momen-
tos são usados até os dias de hoje, no campo antropológico.
No capítulo seguinte, Os conceitos de cultura, será tratado o
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
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DO SURGIMENTO DA
ANTROPOLOGIA E AS
PRIMEIRAS CORRENTES
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA- GRUPO PROMINAS
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Sociais estão surgindo, fazendo comparação com as Ciências Natu-
rais. Dando legitimidade para seu campo de atuação, dessa forma são
pensados aspectos em que o homem reflita seus problemas de forma
racional e científica.
De modo geral, a Antropologia buscou compreender as socie-
dades conhecidas como “primitivas”, aquelas sociedades não ociden-
tais e não europeizadas, hoje denominadas sociedades simples ou de
pequena escala. Na segunda metade de Oitocentos1, devido ao Impe-
rialismo, cada vez mais se tem contato com essas culturas.
Assim, a Antropologia surge dentro do grande contexto do
Imperialismo2. Outras partes do globo, como África, Ásia, Oceania e
América são colonizadas pelos europeus e, essas regiões são estuda-
das pelos primeiros antropólogos, que buscam compreender como é a
configuração de sociedades que não eram industrializadas, e como o
homem se vê diante de sua organização. As diferenças culturais entre
as diversas sociedades são o foco desse momento.
Desta forma, as primeiras abordagens antropológicas estão
situadas nesse contexto colonial. Os antropólogos estão pensando e
acreditando na existência de apenas uma cultura, que estaria em di-
versos estágios de desenvolvimento, ou seja, haveria culturas mais ou
menos desenvolvidas.
Os métodos que os primeiros antropólogos empregavam era a
análise de relatos de viajantes e missionários nos contextos coloniais.
Esses documentos apresentavam uma visão única desse homem que
13
Esses primeiros antropólogos acreditavam que a cultura hu-
mana passava por estágios de evolução, por isso, ficaram conhecidos
como evolucionistas. Eles classificavam as sociedades em selvagens
ou primitivas (aqueles habitantes que moravam em locais de selva);
bárbaros (seriam sociedades mais avançadas que as primeiras, mas
longe das características industriais) e os civilizados (as sociedades in-
dustriais, no caso o modelo europeu que existia.
Os principais teóricos dessa corrente eram Lewis Henry Mor-
gan (1818-1881), Edward Tylor (1832-1917) e James George Frazer
(1854-1941). Cada um destes antropólogos narrou sua visão evolucio-
nista sobre as sociedades conhecidas, e sobre as possibilidades de li-
nhas evolutivas existentes no homem. As defesas desses teóricos par-
tiram da ideia de progresso, todos acreditavam que as sociedades mais
primitivas avançavam à civilização. Eles foram fortemente influenciados
por Charles Darwin e pelo filósofo Herbert Spencer. Os evolucionistas
comparavam esses estágios de evolução das sociedades com fases da
vida humana, assim teríamos:
14
Figura 1. Antropólogo James Frazer
15
terísticas culturais, e comparado com outras sociedades. Notamos nos
discursos dos primeiros evolucionistas o surgimento dos ideais etno-
cêntricos.
O etnocentrismo consistia em pegar uma determinada carac-
terística do homem em contexto social e compará-la dentro de outras.
Por exemplo, era pego um critério como a religião e comparado en-
tre as sociedades conhecidas. A partir da comparação, era criada uma
hierarquização das sociedades, pois, considerava-se que determinadas
sociedades eram melhores que outras. Assim, a Antropologia Evolucio-
nistas sempre é etnocêntrica.
O Etnocentrismo consistia em indivíduos, de uma sociedade,
analisarem e julgarem outras culturas, dentro de suas próprias noções,
do que seria certo ou errado, em seus próprios contextos sociais. Como
afirmava Fernando Rocha (1999, p. 7)
16
de numerosos conflitos sociais.”
Devemos entender que, os critérios de hierarquização social,
nesse momento, não são usadas comparações raciais. Desta forma, é
pensada a existência de uma unidade humana, não existindo uma se-
paração entre a “raças”, pois, todos são igualmente humanos, mas exis-
tem diferenças sociais que prevalecem. Isso mostra um grande avanço,
pois, defendia-se a superioridade dos caucasianos (brancos) entre os
demais povos.
Um critério explicitado, nesse momento, para hierarquização
desses povos, era a passagem do estágio de barbárie para civilizado,
através da adoção da propriedade privada e um Estado organizado.
Assim, grande parte dos antropólogos olhavam para as sociedades pri-
mitivas e não conseguiam ver essas estruturas presentes. Entretanto, o
antropólogo britânico Henry Maine (1822-1888) buscou uma resposta à
pergunta: O que possibilitava a organização das sociedades primitivas?
Segundo ele, era o parentesco. Era defendido que, todas as sociedades
humanas criam relações regulares entre indivíduos, e o parentesco é
um tipo específico na relação existente entre os homens, dentro de uma
comunidade.
Fonte: http://article1000.com/sir-henry-maine-anthropological-approa-
ch/ Acesso em 21 de fevereiro de 2019.
17
Dentro do sistema de parentesco, cada indivíduo tem suas ca-
tegorias especificadas. Por exemplo, quando falamos “pai” sabemos o
papel e as obrigações que este ser tem entre os demais membros fa-
miliares que ele mantém. Todas as sociedades produzem o parentesco
como sistema, mas elas são construídas de formas diferentes. Algumas
sociedades se estruturam pelo parentesco, seguindo regras próprias
como, por exemplo, a não existência da propriedade privada da terra,
sendo elas de uso coletivo. Além disso, tudo que é produzido é compar-
tilhado entre os membros dessa relação de parentesco.
A Antropologia Evolucionista ficou conhecida como Antropolo-
gia de Gabinete, pois, é baseada em análise de relatos de viajantes,
questionários coloniais e relatórios de governadores coloniais. O an-
tropólogo não tem um contato direto com o seu objeto de estudo, mas
através de narrativa de terceiros.
Esse pensamento evolucionista começou a ser superado a
partir do surgimento de novos métodos e teorias. Dessa forma, pode-
mos entender que sua substituição ocorreu conforme as necessidades
do contexto histórico e social do seu momento.
ANTROPOLOGIA FUNCIONALISTA
18
Brown (1982, p.12)
19
Figura 3. Bronislaw Malinowski
Fonte: https://www.larousse.fr/encyclopedie/personnage/Bronis%-
C5%82aw_Malinowski/131349 Acesso em 21 de fevereiro de 2019.
20
Franz Boas.
A ANTROPOLOGIA FRANCESA
21
O motivo dessas dádivas e desses consumos exage-
rados, dessas perdas e destruições loucas de riquezas, não é de modo al-
gum, sobretudo nas sociedades com potlach, desinteressado. Entre chefes e
vassalos, entre vassalos e servidores, é a hierarquia que se estabelecer por
essas dádivas. Dar é manifestar superioridade, (...) aceitar sem retribuir, ou
sem retribuir mais, é subordinar-se, tornar-se cliente e servidor (...)
Fonte: https://blogs.wsj.com/speakeasy/2009/11/04/claude-levi-strauss-
-elegy-for-an-anthropologist/ Acesso em 21 de fevereiro de 2019.
22
Lévi-Strauss notou que, os sistemas de parentescos existiam
e eram reproduzidos ao redor do mundo, e isso demonstrava que havia
uma estrutura em comum entre todas aquelas sociedades. Ele defendia
que existia no pensamento humano, algo que possibilitava que várias
sociedades produzissem coisas bastante parecidas. Desta forma, Lé-
vi-Strauss acreditava na possibilidade de existência de uma estrutura
universal.
Ao longo de sua vida, Lévi-Strauss desenvolveu diversos estu-
dos sobre parentesco e mitologia sobre os povos indígenas da Améri-
ca. Nesses estudos eram construídas oposições, que seriam o motor à
construção de algo, no pensamento humano. Na década de 1930, rea-
lizou-se diversas expedições etnográficas no Brasil, que influenciaram
todo seu pensamento ao longo da carreira.
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Figura 6. Franz Boas
Fonte: https://timesofsandiego.com/opinion/2018/12/28/franz-boas-an-
d-the-controversy-over-scientists-as-spies/ Acesso em 21 de fevereiro
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de 2019.
25
Figura 7. Margareth Mead
em 21 de fevereiro de 2019.
27
CUCHE, Denys. A noção de cultura nas Ciências Sociais.
Bauru: EDUSC, 1999.
DA MATTA, Roberto. O Ofício de etnólogo, ou como ter “An-
thropological Blues”. IN: NUNES, Edson. A aventura sociológica. Rio
de Janeiro: Zahar, 1978, p. 23-35.
GEERTZ, Clifford. “Uma descrição densa: por uma teoria in-
terpretativa da Cultura”. IN: A interpretação das Culturas. São Paulo:
Livros Técnicos e Científicos, s.d., p. 13-44.
LEVI-STRAUSS, Claude. “Raça e História”. IN: Antropologia
Estrutural DOIS. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1976, p. 328-366.
MALINOWSKI, Bronislaw. Introdução. IN: Os argonautas do
Pacífico Ocidental. Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril, 1984, p. 16-
34.
MEAD, Margareth. “Como escreve o antropólogo”. IN: Macho
e fêmea. Petrópolis: Vozes, 1971, p. 36-53.
MONTAIGNE, Barão de. Dos Canibais. IN: ENSAIOS. Col. Os
Pensadores. São Paulo: Abril, 1984, p. 100-106.
VELHO, Gilberto. Observando o familiar. IN: NUNES, Edson. A
aventura sociológica. Rio de Janeiro: zahar, 1978,p. 36-46.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2013 Banca: ENEM Órgão: INEP Prova: ENEM
De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa.
Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a es-
tender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que
nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que
haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho
vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares [...]. Porém o melhor
fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente.
Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FA-
RIA, R. História moderna através de textos. São Paulo: Contexto,
2001
A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o projeto coloni-
zador para a nova terra. Nesse trecho, o relato enfatiza o seguinte
objetivo:
a) valorizar a catequese a ser realizada sobre os povos nativos.
b) descrever a cultura local para enaltecer a prosperidade portuguesa.
c) transmitir o conhecimento dos indígenas sobre o potencial econômico
existente.
d) realçar a pobreza dos habitantes nativos para demarcar a superiori-
dade europeia.
QUESTÃO 2
Ano: 2009 Banca: FUNIVERSA Órgão: IPHAN Prova: Antropólogo.
Estudiosos que se chamam antropólogos sociais são de dois tipos.
O protótipo do primeiro foi ______________________, autor de The
Golden Bough. Ele foi um homem de saber monumental que não
tinha experiência direta com a vida dos povos primitivos sobre os
quais escreveu. Esperava descobrir verdades fundamentais sobre
a natureza da psicologia humana, comparando os detalhes da cul-
tura humana em uma escala mundial.
O protótipo do segundo foi ___________________, que passou
grande parte de sua vida acadêmica analisando os resultados da
pesquisa que ele mesmo conduziu por um período de quatro anos,
em uma única e pequena aldeia na distante Melanésia. Seu objeti-
vo foi mostrar que esta exótica comunidade ‘funcionava’ como um
sistema social. Ele estava mais interessado nas diferenças entre
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as culturas, do que na sua abrangente similaridade.
Edmund Leach, 1970:2 apud, Roberto DaMatta. Relativizando: uma
introdução à antropologia social. Rio de Janeiro : Rocco, 1997,
p89-9 (com adaptações).
Os nomes que completam correta e respectivamente as lacunas do
texto são
a) Lewis Henry Morgan / E.E Evans-Pritchard.
b) James Frazer / Bronislaw Malinowski.
c) Herbert Spencer / Marcel Mauss.
d) Leslie White / Franz Boas.
e) Edward Burnett Tylor / Radcliffe-Brown
QUESTÃO 3
Ano: 2010 Banca: UFFS Órgão: UFFS Prova: Antropologia.
Funcionalismo e Estruturalismo possuem pontos em comum. A al-
ternativa que apresenta uma diferença entre ambos é:
a) O método comparativo.
b) A visão sistemática da cultura.
c) O aspecto sincrônico da cultura.
d) Influência da antropologia francesa.
e) Explicação da cultura e da sociedade sem uma incursão necessária
na história.
QUESTÃO 4
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 5
Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: Professor – Sociologia.
Sobre as diversas escolas do pensamento antropológico, analise
as afirmativas abaixo:
I) Bronislaw Malinowski representa a escola funcionalista inglesa e
é autor de “Coral Gardens”.
II) Claude Levi-Strauss representa o estruturalismo e é autor de
30
“Tristes Trópicos”.
III) Radcliffe-Brown representa a escola culturalista americana e é
autor de “Os Nuer”.
IV) Margareth Mead representa a escola interpretativista e é autora
de “Sexo e Temperamento”.
Apresentam as alternativas CORRETAS:
a) Alternativas I,II,III e IV.
b) Somente a alternativa I.
c) Somente a alternativa IV.
d) As alternativas I e II.
e) Alternativas I, II e IV.
QUESTÃO 6
Ano: 2013 Banca: UNIOESTE Órgão: UNIOESTE Prova: Vestibular
UNIOESTE
A antropologa norte-americana Margaret Mead, em sua obra Sexo
e Temperamento, pesquisa sobre o condicionamento das perso-
nalidades sociais de homens e mulheres. Descreve os comporta-
mentos típicos de cada sexo em três culturas diferentes da Nova
Guiné da seguinte maneira: “Numa delas (os Arapesh), homens e
mulheres agiam como esperamos que mulheres ajam: de um sua-
ve modo parental e sensível; na segunda (os Mundugumor), ambos
agiam como esperamos que os homens ajam: com bravia iniciati-
va; e na terceira (os Tchambuli), os homens agem segundo o nosso
QUESTÃO 7
Ano: 2018 Banca: FUMARC Órgão: SEE-MG Prova: Professor – So-
ciologia
O etnocentrismo pode ser definido como sendo a visão de mundo
demonstrada por indivíduos que consideram seu grupo étnico ou
sua cultura como melhor e o centro de tudo. Com efeito, todas as
diferentes formações culturais são pensadas a partir desse refe-
rencial único, que é colocado num plano superior aos outros.
Em relação ao conceito de etnocentrismo, é CORRETO afirmar:
a) A visão etnocêntrica demonstra, por vezes, desconhecimento
dos diferentes hábitos culturais existentes na sociedade, originando
sentimentos de desrespeito, depreciação e intolerância em relação
a quem é diferente, chegando a provocar, nos casos mais extremos,
atitudes preconceituosas, radicais e xenófobas.
b) A visão etnocêntrica é uma corrente de pensamento ou doutrina que
tem como objetivo compreender as diferenças culturais entre os homens
e estudar as causas históricas, econômicas e sociais que promovem
essas diferenças.
c) O etnocentrismo é um fenômeno estritamente local e apenas se
manifesta quando culturas tecnicamente mais frágeis entram em contato
com outras culturas dominantes, que se encontram territorialmente mais
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
próximas.
d) O etnocentrismo é uma ideologia que defende que os valores, os
princípios morais, o certo e o errado, o bem e o mal são convenções
sociais intrínsecas a cada cultura, ou seja, um ato considerado errado
numa determinada cultura não significa que seja errado também para
outras culturas.
e) Um indivíduo etnocêntrico considera as normas e os valores de sua
própria cultura como sendo melhores que das outras culturas. No entan-
to, este fato não se configura como um problema sociológico, tendo em
vista que todos os indivíduos nascem livres e iguais.
QUESTÃO 8
Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: Vestibular
Segundo Franz Boas, as pessoas diferem porque suas culturas di-
ferem. De fato, é assim que deveríamos nos referir a elas: a cultura
esquimó ou a cultura judaica, e não a raça esquimó ou a raça ju-
daica. Apesar de toda a ênfase que deu à cultura, Boas não era um
relativista que acreditava que todas as culturas eram equivalentes,
32
nem um empirista que acreditava na tábula rasa. Ele considerava a
civilização europeia superior às culturas tribais, insistindo apenas
em que todos os povos eram capazes de atingi-la. Não negava que
devia existir uma natureza humana universal ou que poderia haver
diferenças entre as pessoas de um mesmo grupo étnico. O que
importava para ele era a ideia de que todos os grupos étnicos são
dotados das mesmas capacidades mentais básicas.
(Steven Pinker. Tábula rasa: a negação contemporânea da nature-
za humana, 2004. Adaptado.)
Considerando o texto, é correto afirmar que, de acordo com o an-
tropólogo Franz Boas,
a) os critérios para comparação entre as culturas são inteiramente
relativos.
b) a vida em estado de natureza é superior à vida civilizada.
c) as diferenças culturais podem ser avaliadas por critérios universalistas.
d) as diferenças entre as culturas são biologicamente condicionadas.
e) o progresso cultural é uma ilusão etnocêntrica europeia.
TREINO INÉDITO
a) evolucionismo
b) funcionalismo
c) multiculturalismo
d) estruturalismo
e) pós-modernismo
NA MÍDIA
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Que tal ler sobre um homem que viveu 101 anos e morreu Imortal? Que
criou uma ciência (ou ao menos um ramo frondoso dela)? Que escreveu
um livro clássico, acima de tudo inclassificável? Que deu aulas na USP,
em Nova York e Paris, e aprendeu muita coisa com gente que andava
pelada e dormia no chão? Um homem cujo nome era música, calça e
filosofia, e por vezes um risco mortal?
Salivando? Então basta percorrer as 782 feéricas páginas da biografia
Lévi-Strauss, de Emanuelle Loyer. A autora é especialista em história
intelectual da Universidade Sciences-Po, em Paris. Confirmando a bar-
bada, esta obra embolsou o prêmio Femina de ensaio, em 2015.
Um dos supremos intelectuais do século 20, Claude Lévi-Strauss (1908-
2009) nasceu em Bruxelas, mas é tão francês quanto Astérix. De origem
obviamente judaica, o sobrenome de Lévi-Strauss sempre deu pano
para mangas. Em 1940, com a França sob ocupação alemã, ele foi a
Vichy pedir autorização para voltar à capital, onde nazistas saíam pelo
ladrão. O funcionário pestanejou: “Com esse nome, o senhor quer ir
para Paris?” Caindo a ficha, Claude se mandou para os EUA, onde foi
aconselhado pelos diretores da New School a usar L. Strauss em vez de
Lévi-Strauss – “para que o senhor não seja confundido com uma marca
de jeans”. Também foi confundido com o autor de valsas vienenses Ri-
chard Strauss. E com o filósofo Leo Strauss. Hoje é inconfundível.
Fonte: Estadão
Data: 22 de maio de 2018
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
NA PRÁTICA
34
GABARITOS
CAPÍTULO 01
Questões de concursos
01 02 03 04 05
A B A A B
06 07 08
B A C
TREINO INÉDITO
Gabarito: B
35
OS CONCEITOS
DE CULTURA
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LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA- GRUPO PROMINAS
CULTURA E NATUREZA
36
o cultural também são taxadas. O homem do mundo natural, do mundo
do campo, é visto muitas vezes como inculto ou aculturado, sem estudo
ou formação. O homem urbano é sempre considerado um homem cul-
to, estudado ou formal. Dessa forma, notamos que cultura e natureza
carregam essas cargas ideológicas que foram construídas ao longo do
tempo.
A palavra cultura vem do latim colere, que significa cultivar, cul-
tuar. Dessa forma, ela está ligada á noção de terra, quanto ao culto aos
deuses. No Império Romano, ela era relacionada ao cultivo da terra,
por isso dará origem à palavra agricultura. Outra definição empregada
naquela época era a noção de criação de crianças, ou seja, prepará-las
e capacitá-las para a vida adulta e sociedade, essa prática recebia o
nome de puericultura.
Nessa época, um importante pensador romano, Cícero, no sé-
culo I a.C. elaborou a expressão cultura animi que significa “cultura da
alma”, que buscaria transmitir a ideia de cada homem cuidar de si mes-
mo, se preocupar com seu desenvolvimento interior. Essa prática não
seria algo natural, mas de uma série de trabalhos referentes ao meio
em que se relaciona. O homem deveria desenvolver trabalhos voltados
à imitação de grandes homens, aqueles que teriam desenvolvidos gran-
des feitos e proezas.
Nos séculos XVIII e XIX, o termo cultura esteve relacionado à
noção de civilização. Isso se deve às conquistas territoriais que come-
çaram a ganhar força ao longo do globo, que viria a receber o nome de
37
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
38
39
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA- GRUPO PROMINAS
Notamos no texto um tipo de responsabilidade (civilização) do
homem branco sobre os demais povos do globo. Dessa forma, acredi-
tou-se que os povos que eram colonizados fossem bárbaros, incivili-
zados e suas culturas eram primitivas. Caberia ao homem branco (eu-
ropeu) levar a civilização e o desenvolvimento para eles, “guiá-los” no
caminho do progresso.
Na mesma época, na Alemanha é cunhado o termo kultur (cul-
tura) para tratar de assuntos que não seriam relacionados à noção de
civilidade ou progresso. Estando relacionado ao conhecimento erudito,
filosófico e científico, diferente do que o termo significava até então.
Dessa forma, o termo cultura fica relacionado tanto ao caráter restrito,
como algo relacionado à erudição ou ao culto, mas ao mesmo tempo,
no sentido amplo ao caráter de civilizado.
O século XIX foi marcado por grandes transformações, por
conta da forte industrialização e da urbanização de diversas partes do
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
40
O discurso da cultura nacional não é, assim, tão moder-
no como aparenta ser. Ele constrói identidades que são colocadas, de modo
ambíguo, entre o passado e o futuro. Ele se equilibra entre a tentação de
retornar a glórias passadas e o impulso por avançar ainda mais em direção
à modernidade. As culturas nacionais são tentadas, algumas vezes, a se
voltar para o passado, a recuar defensivamente para aquele “tempo perdido”,
quando a nação era “grande”, são tentadas a restaurar as identidades pas-
sadas (...). Mas frequentemente esse mesmo retorno ao passado oculta uma
luta para mobilizar as “pessoas” para que se purifiquem suas fileiras, para
que expulsem os “outros” que ameaçam a sua identidade (...)
SAIBA MAIS
41
CULTURA POPULAR E CULTURA ERUDITA
42
como cultura popular. No século XV, com o Renascimento, esse termo
ganhou força entre os estudiosos, que queriam entender como o povo
se manifestava culturalmente. Em oposição a essa cultura popular, exis-
tiria uma cultura voltada apenas à elite considerada culta e formada, de
um determinado lugar, e ficou conhecida como cultura erudita. Em geral,
as culturas populares eram caracterizadas como algo espontâneo, pro-
duzido por membros de uma comunidade, sendo produzida anonima-
mente e, nem sempre seus produtores eram letrados. Sua propagação
ocorria de forma rápida, normalmente oralmente, passava de geração
em geração. Já a cultura erudita, seus produtores tinham alguma forma-
ção, uma certa educação mais refinada, se comparada com os produto-
res da cultura popular. Na cultura erudita havia a valorização de quem
a produzia quanto ao produto, ou seja, os produtores da cultura erudita
(músicos, pintores e escritores) tinham uma posição social um pouco
mais agraciada, muitos eram burocratas ou funcionários públicos. Sua
forma de transmissão aconteceria em escolas, igrejas ou eventos como
concertos. No caso da literatura, suas narrativas eram divulgadas em
livros. Dessa forma, notamos algumas diferenças entre essas culturas:
a cultura popular era mais voltada ao coletivo, e a cultura erudita, algo
mais restritivo, além de acontecer uma valorização de seu produtor.
Com o Iluminismo, começaram a aprofundar os estudos sobre
as práticas dessas manifestações culturais, principalmente a cultura e
os hábitos dos populares. Os iluministas tinham como objetivo estudar
as narrativas e culturas populares, para desmistificar as concepções
44
das sociedades desenvolvidas. A cultura da época burguesa, tradicional
desde o período renascentista, durou até a segunda fase da Revolução
Industrial em Oitocentos. A partir desse momento, novas invenções e
técnicas apareceram e modificaram profundamente o universo cultural
da época.
Uma das grandes invenções do século XIX foi a fotografia. Seu
impacto nas artes visuais foi gigantesco, pintores ficaram preocupados
com a invenção, por conta da rapidez para reproduzir paisagens e pes-
soas através de uma máquina. O impacto da fotografia sobre a vida de
artistas visuais foi importante, devemos lembrar que, após a invenção
da fotografia, os pintores começaram a adaptar novas técnicas, inversão
de cores e formas, dando origem ao desenvolvimento da arte moderna.
Após a fotografia e a fantasia que ela gerou sobre as repro-
duções de imagens, criou-se uma máquina para a reprodução de ima-
gens, que posteriormente, dará origem ao cinema. Com a invenção do
cinema, a ideia de ver as imagens em movimento e suas reproduções
despertou enorme interesse na população da época e criou-se uma era
de espetacularização da cultura. Segundo Guy Debord (1997, p. 14)
45
sim: quanto mais ele contempla, menos vive; quanto aceita reconhecer-se
nas imagens dominantes da necessidade, menos compreende sua própria
existência e seu próprio desejo. Em relação ao homem que age, a exterio-
ridade do espetáculo aparece no fato de seus próprios gestos já não serem
seus, mas de um outro que os representa por ele. É por isso que o especta-
dor não se sente em casa em lugar algum, pois o espetáculo está em toda
parte.
48
dústria cultural é que eles não podem ter coisas extraordinárias de uma
vez, pois, impossibilitaria o consumo de novos produtos fabricados pela
empresa. Além disso, a influência que o consumo pode ter na vida das
pessoas, faz com que elas mudem hábitos, formas de comer, de se ves-
tir, de estudar ou de se relacionar com outras pessoas. Notamos isso,
ao perceber a proliferação das redes sociais com o advento do século
XXI.
Além disso, a indústria cultural busca, através da propaganda,
mostrar a noção de mundo organizado, diferente da realidade. Essa no-
ção de um mundo organizado, com sentidos, faz com que o consumidor
acredite nessa realidade e deixe de ver o mundo como algo complexo
e caótico. Assim, os esforços interpretativos de entender a realidade
são diminuídos pela industria cultural, fazendo com que o espectador
consuma até a interpretação de mundo que a indústria cultural queira.
Em uma sociedade cada vez mais globalizada e com diversas interpre-
tações sobre as realidades do fato, cativar o público sobre uma noção
de “verdade” e uma “interpretação” única é importante para continuar a
lógica do consumo.
No século XX, em um primeiro momento, a indústria cultural
era composta por aparelhos como rádio, cinema, editoras de HQs, re-
vistas e a imprensa. Após a Segunda Guerra Mundial, outros meios
começaram a aparecer para intensificá-la como a televisão.
Nesse início do século XXI, notamos que a televisão perdeu
espaço para a internet e as redes sociais. Notamos que a indústria cul-
49
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibili-
dade técnica in: Obras escolhidas. São Paulo, Brasiliense, 1987. v.1.
CHAUÍ, Marilena. Cultura política e política cultural. São
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LIMA, Raymundo. Para entender o pós-modernismo. Revista
Espaço Acadêmico nº 35 abril 2004.
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
50
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2012 Banca: UEM Órgão: UEM Prova: Vestibular
Assinale o que for correto sobre as culturas erudita e popular.
( ) Cultura popular pode ser definida como sinônimo de cultura do povo,
ou seja, uma prática própria de grupos subalternos da sociedade.
( ) Os produtores da cultura erudita fazem parte de uma elite política,
econômica e cultural. Ela é transmitida, legitimada e confirmada por di-
versas instituições sociais.
( ) Os produtores das culturas erudita e popular gozam de prestígio se-
melhante na sociedade.
( ) Os fatos folclóricos reproduzem a cultura dos círculos eruditos e das
instituições que se dedicam à renovação e à conservação dos patrimô-
nios científico e artístico.
( ) As expressões “cultura popular” e “cultura erudita” designam dois
conjuntos coerentes e internamente homogêneos no que se refere às
suas práticas.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo,
éa
a) V, V, F, F, F
b) F, V, V, F, V
c) V, F, F, V, F
QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: COMVEST Órgão: UNICAMP Prova: Vestibular
Leia os versos iniciais do poema The White Man’s Burden (O fardo
do homem branco).
51
O poema de Rudyard Kipling foi escrito em Londres, em 1898, após
a estadia do autor nos EUA. Considerando-se o contexto do impe-
rialismo do século XIX, o poeta expressa
a) a defesa do expansionismo norte-americano, justificado como um
dever moral explicitado no título “The White Man’s Burden”.
b) o olhar caridoso em relação aos povos dominados no contexto do
imperialismo do século XIX, como se observa no verso “half devil and
half child”.
c) uma crítica à visão da superioridade branca vigente durante a corrida
imperialista do século XIX, ao enaltecer as características “folk and wild”.
d) a visão de que as famílias americanas não devem ser punidas pela
política expansionista dos EUA, como se observa na recomendação
“Go send your sons to exile”.
QUESTÃO 3
Ano: 2013 Banca: INEP Órgão: ENEM Prova: ENEM
O antropólogo americano Marius Barbeau escreveu o seguinte:
sempre que se cante a uma criança uma cantiga de ninar; sempre
que se use uma canção, uma adivinha, uma parlenda, uma rima
de contar, no quarto das crianças ou na escola; sempre que ditos
e provérbios, fábulas, histórias bobas e contos populares sejam
representados; aí veremos o folclore em seu próprio domínio, sem-
pre em ação, vivo e mutável, sempre pronto a agarrar e assimilar
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 4
Ano:2016 Banca: IBFC Órgão: EBSERH Prova: Jornalista
O ponto central da teoria é que a alienação é mais do que uma des-
crição de emoções ou um aspecto psicológico individual. É a con-
52
sequência do modo capitalista de organização social que assume
novas formas e conteúdos em seu processo dialético de separação
e reificação da vida humana. Toda a vida das sociedades nas quais
reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma
imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente
vivido se afastou numa representação. Diante do exposto, assinale
a alternativa que contempla a Teoria descrita acima e seu criador:
a) Teoria Hipodérmica – Lasswell
b) A Sociedade do Espetáculo – Lasswell
c) A Sociedade do Espetáculo – Guy Debord
d) Teoria Hipodérmica – Guy Debord
e) Estruturalismo - Sausurre
QUESTÃO 5
Ano:2008 Banca: CESPE Órgão: SEPLAG-DF Prova: Professor –
Sociologia
A respeito das correntes do pensamento sociológico:
funcionalismo, marxismo e teoria crítica da sociedade, julgue os
itens que se seguem.
A teoria crítica da Escola de Frankfurt dedicou-se, entre outros te-
mas, aos estudos e pesquisas que criticavam a cultura de massa.
( ) Certo
( )Errado
QUESTÃO 7
Ano: 2011 Banca: UFFS Órgão: UFFS Prova: Vestibular
É uma forma de cultura produzida industrialmente, e tem por
objetivo a lucratividade das corporações de mídia que nela
investem grande capital em máquinas e infraestrutura fabril. Utiliza
tecnologia de ponta, destina-se a um grande público anônimo e
impessoal e é distribuída através do mercado e depende de patro-
cinadores:
a) Cultura Erudita.
b) Cultura Popular.
c) Cultura de Massa.
d) Cultura Midiática.
e) Cultura Eletrônica.
QUESTÃO 8
Ano: 2010 Banca: UNICENTRO Órgão: UNICENTRO Prova: Vesti-
bular
“A indústria cultural, com suas vantagens e desvantagens, pode
ser caracterizada pela transformação da cultura em mercadoria,
com produção em série e de baixo custo, para que todos possam
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
ter acesso. É uma indústria como qualquer outra, que deseja o lu-
cro e que trabalha para conquistar o seu cliente, vendendo ima-
gens, seduzindo o seu público a ter necessidades que antes não
tinham”.
a) A indústria Cultural não é uma característica da sociedade contempo-
rânea ela é um produto natural em qualquer sociedade.
b) A indústria Cultural é responsável por criar no indivíduo necessidades
que ele não tinha e transformar a cultura em mercadoria.
c) A Indústria Cultural não influência nas necessidades do indivíduo com
a sua produção em série e de baixo custo.
d) A indústria cultural faz com que o indivíduo reflita sobre o que neces-
sita, não desejando lucro.
e) A Indústria Cultural prioriza a heterogeneidade de cada cultura.
TREINO INÉDITO
NA MÍDIA
NA PRÁTICA
56
GABARITOS
CAPÍTULO 02
Questões de concursos
01 02 03 04 05
A A A C Certo
06 07 08
C C B
TREINO INÉDITO
Gabarito: A
57
TEMAS CONTEMPORÂNEOS
DA ANTROPOLOGIA E A
ANTROPOLOGIA BRASILEIRA
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA- GRUPO PROMINAS
58
da Guerra Fria, propostas de sociedades antagônicas estão em disputa
naquele momento, de um lado o capitalismo e de outro o socialismo.
Além disso, as principais potências do período, União Soviética e Esta-
dos Unidos, tentavam influenciar as nações que estavam se tornando
independentes a adotar modelos de sociedade que cada uma defendia.
A pergunta que fazemos é: Será que as sociedades considera-
das civilizadas, também estavam passando por essas transformações,
ou apenas aquelas que estavam se tornando independente? As antigas
potências coloniais europeias saíram desestabilizadas após a Segunda
Guerra Mundial, prova disso é que não conseguiram segurar mais seus
antigos Impérios Coloniais em diferentes partes do globo. Além disso,
questões de racismo, discriminação, disputas internas, fluxos migrató-
rios, tornaram-se crescentes na Europa. Isso demonstra que, após o
conflito bélico, as transformações sociais e culturais estavam a todo
vapor em diversas partes do mundo.
Em sociedades que passam por grandes transformações é im-
portante notarmos que, questões de reafirmações étnicas e de identi-
dade ganham força. E foi isso que aconteceu tanto com as ex-colônias,
quanto com suas antigas metrópoles coloniais. O Imperialismo, que
marcou o surgimento da Antropologia a partir da busca das diferenças
culturais, existentes entre as sociedades consideradas “primitivas” e as
“civilizadas”, deixou marcas profundas em ambas. Desta forma, ao fa-
larmos em fim de Impérios Coloniais, devemos entender que as socie-
dades que estão surgindo estão mescladas e carregam marcas, tanto
O conceito de identidade
60
quanto capitalistas, tiveram investimentos fortíssimos da União Sovié-
tica e dos Estados Unidos. Nesse período, as ex-colônias de países
europeus que estavam passando por guerras civis, problemas internos
desencadeados com as lutas de libertação, tiveram suas populações
aumentadas drasticamente. Além disso, o fluxo migratório para países
desenvolvidos e em desenvolvimento aumentou. É nesse cenário que
o termo identidade começa a ganhar novas conotações, e esse mundo
cada vez mais transformado e fragmentado socialmente, criou novas
demandas sociais, e esse termo buscou dar respostas às aulas.
Os conceitos de cultura e etnicidade não serviriam para respon-
der às novas demandas, que essas sociedades, passando por intensas
transformações, estavam passando. Enquanto etnicidade muitas vezes
remetia a uma ancestralidade ou características comuns nos grupos,
não dava para conseguir colocar nos mesmos grupos um ativista negro
e um homossexual, por conta de suas demandas próprias por direitos
civis.
No conceito de identidade, as práticas sociais são suficientes
para produzir características próprias nos grupos sociais, sem necessá-
rio recorrer à história, culturas ou ancestralidades comuns. A identidade
é estática, nunca está definida, é um processo de contínua construção,
devido as relações das pessoas socialmente.
Para alguns estudiosos, sobre as questões de identidade,
como Stuart Hall (1933-2014), toda a identidade é moldada por coi-
sas que escolhemos e que não escolhemos. Por exemplo, a identida-
61
tesco
As discussões sobre gênero e parentesco atuais são forte-
mente influenciadas pelas questões do feminismo e debates sobre a
homossexualidade. A contemporaneidade reflete muito sobre como os
gêneros são construídos socialmente e as discriminações que mulheres
e homossexuais passam na sociedade. Os pensadores atuais questio-
nam muito sobre as relações entre homens e mulheres nas sociedades
e como a homossexualidade está inserida no mundo atual.
Retornando a primeira metade do século XX, Margareth Mead
afirmava que, homens e mulheres eram categorias culturais, e que cada
sociedade define como essas categorias se comportam e suas práticas
socialmente. Ela demonstrou que essas categorias são dinâmicas, pois,
cada sociedade tem seu conceito e papel do que seria o homem e a
mulher, e suas práticas comportamentais variavam ao longo do tempo.
Assim, Mead demonstrou que, os gêneros são uma questão cultural e
não algo natural, sendo uma construção social. Um dos principais livros
da antropóloga sobre as discussões de gênero e sexualidade foi Sexo e
Temperamento em três sociedades primitivas, onde Mead demonstrou
que a tribo Tchambuli da Papua-Nova Guiné as mulheres que exerciam
o papel de dominação.
Após a Segunda Guerra Mundial, o livro O segundo sexo, da
socióloga Simone de Beauvoir, ajudou a fortalecer os debates sobre
gênero nesse momento. Mesmo não tendo fins militantes, o livro é uma
obra celebre nas discussões sobre feminismo. O livro carrega uma for-
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
62
tais, desde o século XVII até o XX, empregam táticas repressivas sobre
a sexualidade, mas mesmo combatidos os discursos sobre sexualidade
se proliferam ao longo destes séculos. Nesse mesmo período, ocorrem
avanços sobre as pesquisas cientificas sobre gênero e sexualidade, em
que as sexualidades individuais e comportamentos sexuais começam a
serem catalogados. Foucault defendia que, a sexualidade do indivíduo
era uma construção social, e que muitas vezes ocorre de forma imposta
pelos mecanismos sociais.
Outros estudiosos, como as antropólogas Sherry Ortner (1941-
) e Gayle Rubin (1949), nos anos 1970, levantaram a hipótese de que,
normalmente as mulheres tem suas atividades sociais mais ligadas ao
plano do lar e do mundo doméstico, como os cuidados com os filhos,
a amamentação e a maternidade. As mulheres, segundo as autoras,
seriam mais ligadas à natureza, e o homem ao plano da cultura. Nesses
casos, percebemos uma clara separação dos afazeres masculinos e
femininos, o homem como provedor do lar e a mulher com o cuidado da
casa e das crianças. Segundo as antropólogas, essas construções de
papeis de homens e mulheres não são naturais e são construídas dentro
de uma lógica que apenas o homem é beneficiado.
As relações de parentesco ganham maiores discussões após a
publicação de American Kinship, em 1968, de David Schneider. Nesse li-
vro, o autor discute as relações de parentesco na sociedade americana, e
nota que essa construção é feita através da oposição natureza e cultura.
Para o autor, a noção de natureza seria algo dado e a de cultura tudo aquilo
e legitimações.
Roy Wagner lançou uma série de críticas ao método antropoló-
gico e à relação do antropólogo com seu objeto de estudo. Ele critica a
noção de que o trabalho de campo desenvolvido pelos antropólogos fosse
apenas ir a campo observar diferentes sociedades e depois escrever so-
bre isso aos seus pares. Para ele, os antropólogos se baseiam em suas
próprias categorias culturais para pensar o que acontece com as cultu-
ras nativas. Assim, sua crítica e opinião sobre determinadas culturas ficam
subjugadas aos seus conhecimentos culturais. Notamos nessa perspectiva
que, o conceito de observador é duramente criticado, pois, as experiências
vividas por estes são submetidas as suas próprias experiências em sua so-
ciedade. Desta forma, o antropólogo não descreveria, objetivamente, suas
análises de uma cultura alheia, mas ao fazer o trabalho de campo, ele entra
em contato com as diferenças culturais que existem entre ele e seus obser-
vados, e as experiências desse trabalho de campo resultaria, no relato de
uma diferença, e essa seria a cultura descrita pelo antropólogo.
Wagner percebe uma relação dialética entre o observador e o ob-
64
servado, para ele, ambos produzem, criam e transformam as culturas. As-
sim, a cultura seria permanentemente inventada pelos seus participantes,
o que geraria novas configurações e momentos de estabilizações. Essas
estabilizações não seriam permanentes, continuamente passariam por de-
sestabilizações causadas por novas invenções.
Essa noção defendida por Wagner faz refletirmos como o antro-
pólogo ainda exerceria um pensamento autoritário sobre o que ele descre-
ve, sobre o nativo e que, o próprio nativo poderia criar suas concepções
sobre a cultura do pesquisador, que entra em contato com ele. Dessa for-
ma, perceberíamos que as trocas culturais ocorrem mutuamente e cada
parte nessa relação constrói sua visão sobre o “outro”.
Outra grande corrente que surgira nesse momento será impul-
sionada por Bruno Latour, antropólogo francês, que faz uma crítica à ideia
de separação entre natureza e cultura. Nessa perspectiva, existiria uma
separação entre o mundo humano e o mundo de natureza, esse último
seria tudo o que fosse não humano (animais, plantas e objetos). Para ele,
o homem trata esse mundo como algo inerte, que só se desenvolve ou
movimenta a partir do contato com o mundo humano.
Latour se debruçou sobre o conceito moderno de ciência e nota
que a ciência é um discurso sobre essas distinções de mundo, pois, des-
creveria o que constitui o mundo de natureza. Segundo o autor, o conceito
de natureza é algo dinâmico, ele existe, pois, existe um acordo entre os
cientistas para considerar o que faz parte ou não dele. Assim, a noção de
avanços científicos também são acordo entre pares, para determinar se o
65
BHABHA, Homi. “A questão do ‘outro’: diferença, discrimina-
ção e o discurso do colonialismo”. IN: ALMEIDA, Heloisa Buarque de.
(Org.). Pós-modernismo e Política. Rio de Janeiro: Rocco, 1991, pp.
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BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Ber-
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fica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora
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KOPYTOFF, Igor. A vida social das coisas: as mercadorias
sob uma perspectiva cultural. Niterói: Editora da Universidade Fede-
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
66
A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA
Da chegada até os anos 1960
68
Outros europeus, estes brancos puros, dólico-louros habitantes de clima frio,
ao primeiro contato com a América equatorial sucumbiriam ou perderiam a
energia colonizadora, a tensão moral, a própria saúde física, mesmo a mais
rija, como os puritanos colonizadores de Old Providence, os quais da mesma
fibra que os pioneiros da Nova Inglaterra, na ilha tropical se deixaram espa-
paçar nuns dissolutos e moleirões. Não foi outro o resultado da emigração de
loyalistas ingleses da Geórgia, e de outros novos Estados da União America-
na, para as ilhas Bahamas – duros ingleses que o clima tropical em menos
de cem anos amolengou em ‘poor white trash’. O português, não; por todas
aquelas predisposições de raça, de mesologia e de cultura a que nós nos re-
ferimos, não só conseguiu vencer as condições de clima e solo desfavoráveis
ao estabelecimento de europeus nos trópicos, como suprir a extrema penúria
de gente branca para a tarefa colonizadora, unindo-se com mulher de cor... O
colonizador português foi o primeiro, de entre os colonizadores modernos, a
deslocar a base da colonização tropical da pura extração de riqueza mineral,
vegetal ou animal – o ouro, a prata, a madeira, o âmbar, o marfim – para a
criação local de riqueza. (FREYRE. 1940, p. 14-15)
69
Seus estudos podem ser comparados com os desenvolvidos por Rad-
cliffe-Brown e Malinowski. Além disso, o pensamento de Florestan Fer-
nandes foi polêmico, ao quebrar o mito de democracia racial no Brasil:
70
Com a profissionalização da Antropologia, o aumento do núme-
ro de cientistas sociais e as abordagens teóricas, as pesquisas a partir
da década de 1960 passaram por importantes transformações. Novos
objetos de pesquisas como o campesinato, a vida nas favelas, o êxodo
rural, o emigrante no mercado de trabalho, as frentes de expansão e o
operariado na rápida industrialização brasileira ganharam destaques.
Além disso, o estruturalismo, as teorias sobre etnicidade e identidade
ganharam força entre os antropólogos brasileiros.
Uma nova geração de antropólogos como Darcy Ribeiro, Euni-
ce Durham, Gilberto Velho e Roberto DaMatta surge a partir dos anos
de 1960, e sua variedade de temas se proliferaram. Entretanto, a situa-
ção das populações marginalizadas e os efeitos da industrialização e
urbanização no Brasil ainda eram pensadas.
Com a urbanização e industrialização, a população que era do
campo procurou novas formas de trabalho na cidade. As pessoas que
participaram desse êxodo rural produziram novas classes marginaliza-
das, como os moradores de periferias. As populações quilombolas e
indígenas foram fortemente afetadas com a rápida modernização do
país, pois, sofreram processos de adaptação à sociedade nacional, e
passaram, sistematicamente, a métodos de aculturação. Muitas dessas
comunidades foram integradas a força e o contato com as populações
brancas eram constantes.
Devemos lembrar que, a situação das mulheres e homosse-
xuais começou a ganhar destaque nas pesquisas nesse momento. O
73
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2014 Banca: UPENET Órgão: Prefeitura de Paulista – PE Pro-
va: Psicólogo.
Sobre o conceito de identidade social de um indivíduo, é INCOR-
RETO afirmar que
a) é parte do autoconceito do indivíduo.
b) se caracteriza como um conjunto de traços imutáveis, e, portanto,
únicos.
c) deriva do reconhecimento de filiação a um ou vários grupos sociais.
d) compreende tanto um significado emocional como cognitivo.
e) se constitui de um conjunto de crenças e valores compartilhados
coletivamente.
QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: Colégio Pedro II Órgão: Colégio Pedro II Prova:
Professor – Filosofia.
Até os doze anos a menina é tão robusta quanto os irmãos e mani-
festa as mesmas capacidades intelectuais; não há terreno em que
lhe seja proibido rivalizar com eles. Se, bem antes da puberdade e,
às vezes, mesmo desde a primeira infância, ela já se apresenta como
sexualmente especificada, não é porque misteriosos instintos a
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 3
Ano: 2009 Banca: UFGO Órgão: SEE-GO Prova: Professor de Filo-
sofia
Michel Foucault, na obra História da sexualidade I – a vontade de
saber –, afirma haver uma radical distinção entre a política tal qual
a concebia Aristóteles e a política moderna, porque
a) na modernidade, a participação cidadã é o fundamento da legitimida-
de do poder soberano.
b) na antiguidade, a política tomava a seu cargo o zelo integral pela vida
privada e pública do cidadão.
c) na modernidade, a gestão da vida biológica passa a ser concebida
como a tarefa política fundamental.
d) na antiguidade, a liberdade do indivíduo se traduzia no direito a não
tomar parte nas funções de governo.
QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: Psicólogo
Analisando a produção da sexualidade nas sociedades modernas,
Foucault (1985) afirma que a sujeição dos corpos e o controle das
populações são efeitos de técnicas diversas que se instauram
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: IPHAN Prova: Técnico I – Área 1
Com relação às teorias da cultura, julgue o item a seguir.
Roy Wagner formulou uma noção de cultura baseada na atividade
criativa, pois, para ele, o ato de inventar constitui uma atividade
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
dinâmica humana.
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 6
Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: SEE-MG Prova: Professor - Socio-
logia
A importância da obra de Gilberto Freyre, Casa Grande & Senzala,
para a análise do comportamento dos diferentes grupos raciais na
sociedade brasileira, consiste na
a) afirmação da existência de uma democracia racial na sociedade
brasileira.
b) substituição de uma explicação biológica das diferenças raciais por
uma interpretação cultural.
c) elaboração de uma interpretação biológica das diferenças raciais por
oposição a uma ênfase nos elementos culturais.
d) ênfase nas diferenças socioestruturais por oposição às diferenças
culturais.
76
QUESTÃO 7
Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: Professor – Sociologia
A teoria da democracia racial, derivada a partir da hipótese de pes-
quisa desenvolvida por Gilberto Freyre, principalmente com sua
obra “Casa-Grande e Senzala”, pode ser relacionada à política de
cotas implementada nos institutos federais a partir da Lei 12.711 de
29 de agosto de 2012. Dentre as opções abaixo, marque a CORRE-
TA em relação aos conteúdos do enunciado acima.
a) A teoria desenvolvida por Gilberto Freyre contribui para explicar a di-
ferença entre os níveis de violência racial ocorridos nos EUA e no Brasil,
bem como sustenta teoricamente a política de cotas raciais adotada em
nosso país.
b) A teoria da democracia racial, derivada da obra de Freyre, sustenta
uma suposta convivência pacífica e democrática entre os negros, in-
dígenas e brancos europeus, de modo a sustentar a política de cotas
raciais.
c) A teoria desenvolvida por Freyre atribui uma visão romantizada da
realidade, tornando invisíveis várias formas de violência praticadas por
brancos europeus em relação aos negros. A política de cotas raciais,
nesse sentido, visa validar a teoria de Freyre.
d) A teoria da democracia racial, derivada da obra de Freyre, mascara
em grande medida a violência praticada por brancos contra negros no
Brasil, sustentando de certo modo parte das críticas atribuídas à adoção
de cotas raciais no país.
QUESTÃO 8
Ano: 2010 Banca: CESPE Órgão: MPU Prova: Analista – Antropo-
logia
Na antropologia brasileira, é clássica a comparação entre os con-
textos de discriminação racial existentes no Brasil e nos Estados
Unidos da América (EUA), expressos pelas categorias preconceito
racial de marca e preconceito racial de origem. Acerca dessa dis-
tinção, julgue o item a seguir.
O preconceito racial de marca se refere à suposição de que o indi-
víduo descende de certo grupo étnico.
( ) Certo
( ) Errado
77
QUESTÃO 9
Ano: 2012 Banca: VUNESP Órgão: SEE-SP Prova: Professor – So-
ciologia
Roberto Da Matta afirma que a nossa teorização sobre o racismo
brasileiro deu-se com base no estudo do mestiço e do mulato. Foi
com tal preocupação que o nosso racismo foi pensado de maneira
pioneira por intelectuais do porte de
a) Florestan Fernandes e Octávio Ianni, pensadores fundamentais para
se entender a Escola de Sociologia Paulista.
b) Oliveira Vianna e Oracy Nogueira, ideólogos importantes para se en-
tender o processo de branqueamento da sociedade brasileira.
c) Clóvis Moura e Alberto Guerreiro Ramos, pensadores fundamentais
para o entendimento da patologia social do brasileiro.
d) Manuel Bonfim e Arthur Ramos, ideólogos importantes para o enten-
dimento de que, via educação de base, melhora-se o nosso estoque
racial.
e) Sílvio Romero e Nina Rodrigues, doutrinadores fundamentais e para-
digmáticos do nosso mundo intelectual.
QUESTÃO 10
Ano: 2012 Banca: CCV-UFC Órgão: SEDUC-CE
A sociologia no Brasil, criada e desenvolvida a partir de núcleos
institucionais e autorais diversos, se voltou desde o princípio a
um exame de nossa formação histórica. Entre as mais respeitadas
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
TREINO INÉDITO
a) estruturalismo
b) evolucionismo
c) mito da democracia racial
NA MÍDIA
Nas universidades brasileiras, apenas dois por cento dos alunos são
negros”. Esta é uma das frases que abre a música “Capítulo 4, Versículo
3”, da banda de rap Racionais MC’s. O número indica índice conferido
pelo IBGE. Trata-se da faixa número dois do álbum “Sobrevivendo no
Inferno” (Cosa Nostra, 1997), lançado um ano antes de um dos episó-
dios mais famosos de denúncia de racismo estrutural no ensino superior
do Brasil e que seria uma bandeira na luta do movimento negro para a
implementação de legislações de ação afirmativa no país.
Em 1998, Arivaldo Lima Alves, aluno com desempenho acadêmico de
destaque, graduado em comunicação social pela Universidade Federal
da Bahia e mestre em comunicação e cultura pela Universidade Fede-
79
ral do Rio de Janeiro (UFRJ), foi reprovado na disciplina “organização
social e parentesco” do curso de doutorado do Departamento de An-
tropologia da Universidade de Brasília (UNB). Ele foi o primeiro aluno
reprovado em 20 anos do curso (exceto em casos de excesso de faltas).
Ari era o único aluno negro do departamento.
Fonte: Terra
Data: 18 de fevereiro de 2019
Leia a notícia na íntegra: https://www.terra.com.br/noticias/dino/qual-o-
-papel-das-cotas-na-garantia-de-diversidade-nas-instituicoes,83454da-
1ca3ca45e04d1316b6d79d1feei1hzv9p.html
NA PRÁTICA
80
GABARITOS
CAPÍTULO 03
Questões de concursos
01 02 03 04 05
B C C E Certo
06 07 08 09 10
B D Errado E E
TREINO INÉDITO
Gabarito: C
81
No módulo Introdução à Antropologia aprendemos a importân-
cia da Antropologia enquanto ciência para a vida do homem e como ela
é determinante para compreendermos os impactos da industrialização
e modernização que o homem passa constantemente em seu cotidiano.
A Antropologia ajuda compreender como o homem se compor-
ta, se relaciona, como a modernização afeta seus hábitos cotidianos e
costumes. Além disso, vimos que, constantemente a cultura humana
passou por transformações e foi interpretada de novas formas. Essas
novas interpretações são por conta das grandes mudanças que a in-
dustrialização, a urbanização e os meios de comunicação de massa
transformaram as sociedades.
Vimos que os métodos e teorias antropológicas passaram por
constantes transformações, e alguns se penduram até os dias de hoje,
nas aplicabilidades das pesquisas da área. Assim, notamos que diver-
sas abordagens conseguem conviver lado a lado nas áreas das Ciên-
cias Humanas. Os principais antropólogos e o contato com outras áreas
do conhecimento, como sociologia, filosofia, história e a etnografia fo-
ram fundamentais para a elaboração de novas interpretações sobre o
comportamento e hábitos do homem.
Não podemos esquecer que o campo antropológico no Brasil
teve um florescimento tardio, mas com interpretações de grande impac-
to sobre a realidade nacional. Temas como a urbanização, racismo, gê-
LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA - GRUPO PROMINAS
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BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2016.
83
DA MATTA, Roberto. Carnavais, malandros e heróis: para
uma sociologia do dilema brasileiro. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
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LIÇÕES PRELIMINARES DE ANTROPOLOGIA BRASILEIRA- GRUPO PROMINAS