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Núcleo de Educação a Distância
R. Maria Matos, nº 345 - Loja 05
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira, Gerente Geral: Riane Lopes,
Gerente de Expansão: Ribana Reis, Gerente Comercial e Marketing: João Victor Nogueira
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Um abraço,
4
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
CAPÍTULO 01
TEORIAS DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - CLÁSSICAS
CAPÍTULO 02
ADMINISTRAÇÃO/GESTÃO ESCOLAR- QUEBRA DE PARADIGMAS
Recapitulando _________________________________________________ 47
Recapituando___________________________________________________ 67
Fechando a Unidade____________________________________________ 72
Glossário________________________________________________________ 74
Referências_____________________________________________________ 75
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Essa unidade de ensino buscará apresentar ao aluno as dife-
rentes concepções de Administração/Gestão escolar que se apresenta-
ram no campo educacional.
O campo científico da Administração/Gestão no Brasil pode
ser considerado como uma área nova de estudos, pois, apesar de existir
desde que existe escola, os estudos sobre a área no Brasil datam de
1930.
Os primeiros escritos em nosso país se embasam nas teorias
científicas clássicas da Teoria Geral da Administração (TGA) escritas
nesse período por Taylor e Fayol, essa é a temática que estudaremos
no primeiro capítulo, via Querino Ribeiro, um dos pioneiros da área no
país.
Ao estudarmos a educação e, especificamente, a escola no
Brasil, percebemos que o campo educacional sempre foi voltado ao ci-
dadão que almejamos. Após passado o período de Revolução Industrial
e expansão do capitalismo, percebe-se que a escola e teoria de admi-
nistração escolar científica já não davam mais conta da sociedade que
estava posta.
A partir do final de 1980, com a Constituição e críticas a forma
de gerir as escolas, principalmente após o livro publicado por Vitor Paro
“Administração escolar: introdução crítica”, percebemos que a adminis-
tração/gestão escolar não poderia ficar atrelada ao campo da adminis-
tração geral, pois, devemos levar em conta a especificidade da escola.
O movimento descrito acima, aliado ao movimento de neolibe-
ralização e municipalização das escolas, culminou nos escritos sobre
gestão democrática no Brasil, alternando a terminologia da área, que
a partir da aprovação da LBD9394/96 passa a ter obrigatoriedade na
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - GRUPO PROMINAS
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Enfim, esse módulo apresenta de maneira geral uma breve re-
trospectiva histórica da área da administração/gestão no Brasil, para
que o aluno que pretende se tornar um diretor de escola possa com-
preender, de forma clara, os processos e políticas educacionais vigen-
tes no Brasil.
FINANCEIRA,
TEORIA DA
GESTÃO GESTÃO
ADMINISTRAÇÃO - GRUPOADMINISTRATIVOS
DE PROCESSOS
ESCOLAR PROMINAS - GRUPO PROMINAS
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TEORIAS DE
ADMINISTRAÇÃO
ESCOLAR - CLÁSSICAS
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - GRUPO PROMINAS
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convivessem alinhados à organização social.
A revolução industrial foi um processo de abertura de grandes
fábricas na qual, como podemos analisar na história, necessitou-se de
muitos indivíduos que estivessem dispostos a trabalhar muito, eficaz-
mente, sem necessitar, no entanto de informações gerais, bastava para
ser um bom empregado, somente fazer bem e fazer rápido o seu servi-
ço, o que mais tarde foi considerado por Marx como alienação.
A organização escolar, do exposto, precisou alinhar-se aos ob-
jetivos sociais, e como preparação para o mercado de trabalho precisou
de uma instituição aquém da compreensão dos processos, aos alunos
bastava seguir as regras e conseguir memorizar os conteúdos escola-
res com maior precisão possível. Sendo assim, a escola era uma “mini
fábrica”, na qual os empregados eram os alunos e os patrões eram os
professores – os quais detinham o conhecimento dos processos, e os
alunos das ações, e aqueles que não conseguissem acompanhar, as-
sim como nas fábricas eram demitidos, nas escolas eram levados por
um processo de exclusão a evadirem a escola.
Até 1930 pouco foi produzido na área de administração escolar
no Brasil, no entanto, essa década foi marcada pelo processo de indus-
trialização e urbanização, que representou uma divisa histórica para a
modernidade no Brasil. Vários movimentos realizados nesse período
priorizavam a educação e tiveram reflexos na educação por meio dos
escola novistas, dando início ao Movimento da Escola Nova (SANDER,
2007).
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num ritmo de trabalho febril durante a jornada de trabalho, sob a estreita
supervisão de um capataz que ordenava pausas periódicas de descanso.
Carregaram em média 75 toneladas numa jornada de trabalho. (GIGANTE,
2019, p.4).
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mão de obra não especializada, dócil e obediente, o desemprego atinge
exatamente os trabalhadores virtuosos, ou melhor, dito em outras pa-
lavras, os trabalhadores especializados, pertencentes às corporações
de mestres de ofícios, de artesãos, por que não dizer os profissionais.
(GIGANTE, 2019).
Do exposto, o profissional é substituído pelo obediente auxiliar
de serviços gerais. Em escala inimaginável até então, há o sucatea-
mento de profissões, sucateamento de competências. Profissionais são
demitidos; sem reinserção imediata no mercado de trabalho, transfor-
mam-se em vendedores ambulantes e outras atividades aviltantes para
suas competências profissionais.
Taylor, de fato, nunca escreveu nenhuma teoria para a admi-
nistração escolar, mas se para que sua teoria fosse posta em prática,
era necessário disciplinar os operários, nada melhor do que a escola em
sua produção em massa de mão de obra para realizar tal tarefa, nesse
sentido, a escola até onde os trabalhadores poderiam frequentar, deve-
ria ser organizada a partir dos mesmos pressupostos de Taylor, para o
disciplinamento dos operários. (GIGANTE, 2019).
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aqui por Taylor e Fayol.
Fayol criou um Centro de Estudos Administrativos, onde vários
pesquisadores se reuniam para discussões. Dessas discussões nasce-
ram alguns exemplares que foram distribuídos em toda a Europa, em
que sua doutrina tinha por objetivo facilitar que a gerência de empresas
ocorresse por pessoas “capacitadas”.
Para Fayol “a administração não é um privilégio, nem uma car-
ga pessoal do chefe ou dos diretores da empresa; é uma função que se
reparte, como as outras funções especiais, entre a cabeça e os mem-
bros do corpo social” (FAYOL, 1989, p.10).
O fayolismo tem como princípios gerais da administração: divi-
são do trabalho, a autoridade, a responsabilidade, a disciplina, a unida-
de de comando, a convergência de esforços, a estabilidade de pessoal
e a remuneração adequadas às capacidades (FAYOL, 1989).
Fayol também não escreveu especificamente para a área edu-
cacional, no entanto, em seus escritos atribuíram importância à admi-
nistração em todos os âmbitos da sociedade, ou seja, das empresas,
das escolas e até na família. Essa administração estaria pautada sob
uma doutrina, para que se mantivesse a ordem na sociedade.
Em seu livro “Administração Industrial e Geral” Fayol esclarece
que suas ideias são sistematizadas em 4 partes: 1) necessidade e pos-
sibilidade de um ensino administrativo, ou seja, era necessário ensinar
a administração para os “chefes; 2) princípios e elementos da admi-
nistração, os quais traçou os principais elementos da administração;
3) observações e experiências sociais, em que traz relatos; 4) lição de
guerra, em que traria experiências exitosas da administração.
Contudo, no livro, apenas as duas primeiras ideias são desen-
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - GRUPO PROMINAS
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qualidades e os conhecimentos necessários, estabelecendo sete princi-
pais elementos. Ficou mais conhecido ao destacar a capacidade admi-
nistrativa do modelo POCCC: Planejar, Organizar, Controlar, Coordenar
e Comandar, que deveriam ser as peças-chave para um bom gestor.
Fayol entendia que a administração deveria acontecer de cima pra bai-
xo, ou seja, para ele o mais importante era a produção final.
Foi criticado por considerar que a gestão deveria acontecer se-
parada das demais funções da fábrica e que deveria ter uma pessoa
responsável pela gestão da administração.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
PREFEITURA DE ASSIS-SP (2014) – Diretor de escola
De acordo com Vítor Henrique Paro, na obra Gestão democrática
da escola pública, são fatores de fundamental importância para o
sucesso de uma gestão democrática, EXCETO:
a) Compartilhar tarefas.
b) Dividir responsabilidades.
c) Ouvir diferentes opiniões.
d) Controlar as ações dos outros.
QUESTÃO 2
Provas: CESPE - 2009 - FUB - Secretário Executivo.
Julgue os itens subsequentes, relativos às teorias da administra-
ção. A teoria clássica da administração, desenvolvida por Fayol, é
voltada à necessidade de humanização do trabalho e de democra-
tização da administração.
( )Certo
( )Errado
QUESTÃO 3
Provas: CESGRANRIO - 2018 - Petrobras - Técnico de Logística de
Transporte Júnior - Controle
São exemplos das cinco funções administrativas definidas por
Henri Fayol, EXCETO
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - GRUPO PROMINAS
a) Planejar
b) Organizar
c) Comprar
d) Coordenar
e) Controlar
QUESTÃO 4
Provas: ACAFE - 2017 - SED-SC - Administrador Escolar
Vitor Paro, ao escrever sobre educação e democracia, diz que: “A
importância de considerar a dimensão política da educação e as
potencialidades de sua realização como prática democrática na es-
cola está associada, assim, à própria importância da relação peda-
gógica na convivência social.” Nesse sentido, analise as armações
seguir e assinale a alternativa correta.
I A promoção de processos eleitorais no ambiente escolar, por si
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só, garantem o essencial da democracia, ou seja, o exercício da
aceitação mútua, presente na relação pedagógica.
II A colaboração entre grupos e pessoas é essencial à convivência
pacífica e ao desenvolvimento histórico da sociedade. Não é a luta
o modo fundamental de relação humana, mas a colaboração.
III Pela educação como prática democrática se constrói o político e
se concorre para uma sociedade mais cooperativa, mais comparti-
lhada e mais digna de ser compartilhada.
a) Apenas a afirmação I está incorreta.
b) Todas as afirmações são corretas.
c) Apenas as afirmações I e II são corretas.
d) Apenas a afirmação III está incorreta.
QUESTÃO 5
Provas: FUNDATEC - 2018 - Prefeitura de Eldorado do Sul - RS -
Administrador
Frederick Taylor (1856-1915) é tido como fundador da Administra-
ção Científica, teoria cujo surgimento se deu no início do sécu-
lo XX. A premissa básica dessa ciência consiste no aumento da
eficiência industrial através de um rigoroso método de estudo de
tempos e movimentos. Embora a teoria seja pioneira no estudo da
Administração, acabou por receber severas críticas no decorrer do
tempo. Uma das principais críticas feitas à Administração Científi-
ca decorre do fato de que:
a) A abordagem prescritiva e normativa visualizava como as organiza-
ções deveriam funcionar ao invés de explicar o seu funcionamento.
b) Seu excesso de papelório e formalismo tornava as organizações ine-
QUESTÃO 6
Provas: Quadrix - 2017 - CFO-DF - Técnico em Secretariado
Acerca de administração, organização e cultura organizacional,
julgue o item a seguir. Na Escola Clássica da Administração, Henri
Fayol criou a teoria administrativa, que elencava cinco funções ad-
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ministrativas, sendo elas: previsão; organização; comando; coor-
denação; e execução.
( )Errado
( )Certo
QUESTÃO 7
Provas: UFPR - 2018 - COREN-PR – Administrador
As tentativas de desenvolver teorias da administração são relativa-
mente recentes, datando da revolução industrial, nos séculos XVIII
e XIX. Com relação à Teoria da Administração Científica, formula-
da por Frederick W. Taylor e outros entre 1890 e 1930, identifique
como verdadeiras ou falsas as seguintes afirmativas:
( ) A abordagem científica da administração busca determinar cientifica-
mente os melhores métodos para a realização de qualquer tarefa e para
selecionar, treinar e motivar os trabalhadores.
( ) Um dos princípios de Taylor era o desenvolvimento de uma verdadei-
ra ciência da administração, de modo que pudesse ser determinado o
melhor método para realizar cada tarefa.
( ) A abordagem científica considera a educação e o desenvolvimento
do trabalhador como óbices à boa realização de tarefas.
( ) Um dos princípios de Taylor baseava-se no fomento à cultura de
conflito entre a administração e os trabalhadores, como meio de cons-
tantemente rearmar a superioridade da administração na relação com
o trabalhador.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima
para baixo.
a) V – V – F – F.
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - GRUPO PROMINAS
b) V – F – V – F.
c) F – F – F – V.
d) F – V – V – F.
e) V – F – F – V.
TREINO INÉDITO
NA MÍDIA
Fonte: Administradores.com
Data: 29 jul. 2018.
Leia a notícia na íntegra: http://www.administradores.com.br/artigos/
academico/a-evolucao-no-modo-de-gestao-do-trabalho/111638/
NA PRÁTICA
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ADMINISTRAÇÃO/GESTÃO
ESCOLAR-QUEBRA DE
PARDIGMAS
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - GRUPO PROMINAS
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temas de informações que contemplem a eficiência organizacional; e,
sobretudo, a incorporação de novos sujeitos no processo administrativo
da escola e dos sistemas de ensino, inclusive buscando a mobilização
da comunidade para os proventos econômicos.
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=RTdCjsvmTpI
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Com a evolução da ciência da administração no Brasil e críti-
cas as ciências que tinham o embasamento teórico voltado para uma
educação tradicional, a terminologia da área da administração escolar
sofreu alterações e, pouco a pouco a administração escolar começa
a ser utilizada para caracterizar antigas práticas de administração, e
gestão escolar aparece como o uso mais democrático da administração
escolar. Percebe-se que o próprio Vitor Paro começa a utilizar o tremo
gestão ao invés de administração escolar.
ATENÇÃO
A democratização da educação no Brasil na década de 1990
foi incorporada na lei 9394/96 a qual estabelece a gestão democrática
da educação no Brasil, com ampla participação da sociedade nas deci-
sões escolares.
Atualmente o termo administração escolar privilegia o enfoque
da organização do trabalho na escola, para obter o máximo de eficácia
e eficiência do processo pedagógico, apresenta-se como um dos impor-
tantes fatores no combate ao fracasso escolar. Ela não trata e, portanto,
não dá conta das questões de natureza didático-metodológicas e seus
fundamentos, cerne do processo pedagógico.
Preocupa-se com a gestão daquele processo e a superação
dos entraves a sua plena realização. Para tanto, é mediadora entre os
meios e os fins educacionais.
Para que a administração escolar possa contribuir na realiza-
ção dos fins educacionais e consecução dos objetivos pedagógicos na
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - GRUPO PROMINAS
escola, é crucial que ela seja concebida a partir dos pressupostos teó-
rico-metodológicos que incorporam a natureza e a especificidade da
educação e do processo escolar. Assim, a administração escolar tem
como grande desafio a formulação de propostas e estratégias que ga-
rantam que as ações desenvolvidas na escola não violem a natureza do
processo pedagógico. A violação mais evidente da organização e fun-
cionamento da escola, e responsável pela maioria das suas deficiências
e fracassos, é sua organização fundamentada no sistema burocrático.
(PERONI E FLORES, 2014).
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ministração escolar resultou na alteração terminológica da área: Admi-
nistração escolar passa a configurar ciência mais burocrática da área
enquanto Gestão escolar, um processo mais democrático e participa-
tivo.
É preciso não confundir o caráter ou natureza burocrática da
organização com a existência de tarefas administrativas a cargo dos
dirigentes escolares ou, pelo menos, sob sua responsabilidade. As tare-
fas administrativas na escola precisam ser encaradas como meios ne-
cessários para garantir a realização das finalidades educacionais e criar
condições de funcionamento das ações pedagógicas. Por isso, não têm
precedência sobre o pedagógico; ao contrário, devem ser executadas
na perspectiva de uma gestão democrática, ou seja, sua execução deve
avaliar a importância das suas conseqüências para os usuários e traba-
lhadores da escola, e para o desenvolvimento do processo educativo.
Essa é a única justificativa que pode ser aceita para sua existência, já
que elas não se justificam por si mesmas. Incluem-se aí tarefas admi-
nistrativas que, em geral, não merecem atenção dos responsáveis, tais
como recepção e atendimento dos usuários, expedição de documen-
tação de interesse dos professores e usuários, limpeza dos ambientes
escolares, registro dos dados funcionais dos servidores e da vida esco-
lar dos alunos e elaboração da respectiva documentação. (PERONI E
FLORES, 2014).
Para tanto, é preciso que sobre elas se promova aprofundada
reflexão para evitar o desvio comum de autonomizá-las em relação ao
pedagógico e, com isso, até mesmo priorizá-las como parece ocorrer na
prática da escola pública.
Somente a reflexão permitirá apreender o significado das ações
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ao conhecimento do funcionamento da instituição. Além disso, o autor
destaca que, ao participarem, as pessoas se aproximam e pode haver
também uma interação entre “[...] as necessidades dos alunos dos con-
teúdos ensinados pelos professores.”(GADOTTI, 1997, p.35)
Toda a equipe escolar é responsável pela qualidade do ensino,
sendo esta um elemento central da gestão que, segundo Vieira (2006),
é “sua própria razão de existir”. Entretanto, é preciso destacar que:
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grande preocupação com relação aos processos de escolhas de dire-
tores escolares, o que desencadeia constante questionamento sobre
o papel do diretor para a efetivação de uma gestão democrática em
escolas públicas.
Romão e Padilha (1997) fazem uma síntese das formas de pro-
vimento de cargo existentes no Brasil e descrevem:
-nomeação: uma escolha tradicional e de difícil aceitação pela
democracia, ainda que relacionada com uma lista de candidatos indica-
dos pela comunidade escolar;
- concurso público: os candidatos são avaliados por provas e/
ou títulos evitando clientelismos ou influências políticas;
- eleição: justificada pela participação da comunidade (pais,
alunos, professores e funcionários) pela via indireta, através de Cole-
giado ou Conselho Escolar, ou pela via direta, com voto universal ou
proporcional;
- esquema misto: avalia a “competência técnica” dos candida-
tos e, posteriormente, realizam-se eleições pela comunidade.
Vieira (2006) apresenta um quadro relacionando os diferentes
tipos de seleção de diretores escolares existentes no Brasil1, nele são
identificados onze estados que realizam a seleção de diretores por meio
de indicação (técnica ou política), sendo a maioria se concentrada no
Norte e Nordeste do país; a escolha por meio de eleição direta é rea-
lizada em nove estados; eleição direta após cumprimento de provas
de seleção técnica, é realizada em cinco estados e apenas São Paulo,
Bahia e Distrito Federal escolhem por seleção técnica seus diretores
(VIEIRA, 2006, p.38).
Essa pluralidade de modos para ocupar o cargo de diretor dá-
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aquele que mais contempla os seus objetivos, conseqüentemente, in-
fluenciará na qualidade de ensino.
Paro (2001) realizou uma pesquisa sobre as experiências de
eleição de diretores de escolas de educação básica em diversos es-
tados e municípios brasileiros, com objetivo de estudar suas caracte-
rísticas e os problemas de sua institucionalização e implantação, bem
como captar seus efeitos sobre a democratização da gestão escolar e
sobre a qualidade e quantidade na oferta de ensino. O autor discorre
sobre as expectativas que se formam sobre a eleição para diretores, os
prós e contras sobre essa modalidade, relata casos de frustração sobre
o desaparecimento do clientelismo, favorecimento pessoal e autorita-
rismo do diretor, que na maioria dos casos permanecem mesmo com a
eleição para diretores.
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colha do diretor está intimamente envolvida com a qualidade de ensino,
assim, segundo estes autores:
Paro (2001, p 65) indica que a eleição para diretores faz com
que o dirigente tenha compromisso com a sociedade e, portanto, maior
empenho na função para realizar os desejos da sociedade em que foi
eleito, como menciona a seguir:
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cançados. Nesse sentido, a escola poderá ser um dos meios de trans-
formação da sociedade.
Paro (1996) examina as questões referentes à institucionaliza-
ção das eleições, com destaque aos aspectos políticos, administrativos
e ideológicos dessa medida. O autor afirma que, após vários estados
terem escolhido eleições diretas para prover seus diretores escolares,
muitas Ações Diretas de Inconstitucionalidade foram promovidas, sobre
isso, argumenta que:
[...] as leis numa sociedade democrática, devem existir,
não para obstar o progresso social, mas para a proteção do cidadão e a
promoção da convivência civilizada de todos. Se assim não ocorre, é preciso
lutar para modificá-las, envidando todos os esforços nesse sentido, mas sem
abrir mão da maneira democrática de fazê-lo. (PARO, 1996, p.72).
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além disso, a eleição pode influenciar na qualidade e quantidade de en-
sino, apesar de não alcançar todas as expectativas formadas por aque-
les que ideologizam essa prática.
Tavares (1996) baseia-se em duas experiências para elaborar
suposições sobre as atuais circunstâncias das mobilizações operárias,
em especial, as da educação. A primeira dessas experiências foi a parti-
cipação na construção de um projeto pedagógico, durante cerca de três
anos, na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, no qual além de
questões importantes, pôde constatar que quando pessoas com ideolo-
gia de esquerda assumem a direção de escolas ou a sua coordenação
pedagógica, a realidade muda pouco.
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res ao afirmar que:
nas escolas; esclarecendo que a eleição de diretores, por si, não garan-
tirá a gestão democrática da escola.
Do exposto, é possível dizer que os autores parecem estabe-
lecer relação estreita entre a forma de provimento do cargo de diretor –
gestão democrática e qualidade do ensino. Entretanto todas as formas
de provimento estudadas apresentaram prós e contras, enquanto por
um lado o diretor concursado tem competência técnica, por outro viés
ele pode não legitimizar os ideais da sociedade em torno da escola, já
o diretor eleito terá provavelmente mais interesse em concretizar ações
democráticas dentro da escola, já que é a comunidade que o elegeu, no
entanto, em um país como o Brasil, em que temos grandes problemas
em relação à democracia, teremos grandes problemas relacionados
aos interesses particulares daqueles que elegem.
É necessário, portanto, conscientização social e amadureci-
mento popular em relação à democracia e participação social, para que
44
enfim, tenhamos efetivação da gestão democrática em nossas escolas,
e o melhor local para o ensino da democracia como bem comum e não
subjetivo, é a escola.
Nessa unidade estudamos a respeito do processo de abertura
política e social que se desenvolveu no Brasil principalmente a partir da
década de 1980, com a política neoliberal presente em vários países.
As mudanças na área econômica no Brasil, principalmente
após a posse do presidente Fernando Henrique Cardoso, foram desde
a privatização de empresas nacionais até a instalação de grandes mul-
tinacionais, o que gerou muitos empregos, mas por outro lado, muitas
empresas nacionais não conseguiram se manter no mercado, indo à
falência.
Como consequência do período ilustrado acima, ainda tivemos
o processo de descentralização do poder do Estado para os municípios,
o que levou na área educacional ao movimento de municipalização das
escolas dos primeiros anos do ensino fundamental e financiamento
educacional com responsabilidade na “ponta do sistema”, que abriram
espaços para as avaliações externas, modo mais fácil de a federação
ter controle das escolas, ou seja, uma forma de regular a educação e
obter dados para as políticas nacionais educacionais em larga esca-
la. Exemplos dessas avaliações são a “Provinha Brasil”; “Prova Brasil”;
antigo “Provão”, avaliações voltadas para o ensino fundamental e mais
recentes Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM. Os dados das ava-
liações se cruzam com os índices de matrícula e permanência dos alu-
nos na escola, resultando na educação básica no maior índice nacional
– IDEB (índice de desenvolvimento da educação básica).
Em 1990 após a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases, após
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Provas: IBADE - 2018 - Prefeitura de Manaus - AM - Professor
A gestão que se efetiva por meio da participação dos sujeitos so-
ciais envolvidos com a comunidade escolar, na elaboração e cons-
trução de seus projetos, como também nos processos de decisão,
de escolhas coletivas e nas vivências e aprendizagens de cidada-
nia é denominada:
a) democrática
b) técnico-burocrata
c) administrativa
d) tradicional pedagógica
QUESTÃO 2
Provas: Instituto Machado de Assis - 2018 - Prefeitura de Luís Cor-
reia - PI - Professor de Artes
O Projeto Político-Pedagógico representa a essência da escola.
Cada escola possui características específicas e está inserida em
um contexto social único. Em relação ao Projeto Político Pedagó-
gico assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Não pode ficar restrito à direção da escola.
( ) Os membros da comunidade escolar tem que ter clareza de seus
objetivos, metas e ações.
( ) Deve nortear apenas todo o trabalho pedagógico.
( ) Deve ser aceito por todos os envolvidos.
QUESTÃO 3
Provas: IPEFAE - 2018 - Prefeitura de São João da Boa Vista - SP -
Inspetor de Alunos
A participação dos pais e responsáveis junto à equipe pedagógica
dentro de uma gestão democrática é adequadamente descrita pela
alternativa:
a) Poderão participar das reuniões escolares, além de ajudar nas deci-
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sões das associações criadas para a participação dos pais ou respon-
sáveis.
b) Ajudando nas votações para os cargos importantes da escola, assim
como auxiliar na gestão e fiscalização das contas prestadas.
c) Indo às reuniões de pais e mestres, conselhos de classe e datas de
votação para as propostas apresentadas para a criação do projeto po-
lítico-pedagógico.
d) Participando nas escolas e atribuições da equipe pedagógica, fre-
quentando as reuniões de conselho, além das atividades dentro das
associações de pais e responsáveis.
QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: FUMARC Órgão: Prefeitura de Matozinhos - MG
O projeto político pedagógico da escola é sempre um processo
inconcluso, uma etapa em direção a uma finalidade que permanece
como horizonte da instituição escolar. Na escola, numa gestão de-
mocrática, a responsabilidade pelo projeto é da direção da escola
e também dos pais, alunos, professores e funcionários, que assu-
mem sua parte de responsabilidade. Um projeto político pedagógi-
co se constrói de forma interdisciplinar e apoia-se nos seguintes
pressupostos, EXCETO:
a) na autonomia, responsabilidade e criatividade como processo e como
produto do projeto.
b) na participação e na cooperação das várias esferas do governo.
c) no desenvolvimento de uma consciência autoritária ou acrítica.
d) no envolvimento das pessoas, a comunidade interna e externa à es-
cola.
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: FUB – Técnico em assuntos edu-
cacionais.
Tendo em vista que a Constituição Federal de 1988 (CF) estatui
a gestão democrática do ensino público, e que essa modalidade
de gestão foi regulamentada pela LDB e, posteriormente, reafir-
mada, entre outros dispositivos, pelo Programa Nacional de For-
talecimento de Conselhos Escolares (Brasil, 2004), julgue o item a
seguir, relativos aos conselhos escolares, foro por excelência da
gestão democrática no ensino público.
Nas reuniões dos conselhos escolares, é apropriado discutir so-
bre o encaminhamento de sugestões referentes a processos ava-
liativos, a análise de resultados de avaliações nacionais de ensino,
a exemplo do SAEB, e a exploração de avaliações desenvolvidas
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internamente na escola, pois tais conselhos foram criados para
promover a cultura do monitoramento no âmbito dos respectivos
estabelecimentos de ensino.
( )Certo
( ) Errado
QUESTÃO 6
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: FUB - Técnico em assuntos edu-
cacionais.
Tendo em vista que a Constituição Federal de 1988 (CF) estatui
a gestão democrática do ensino público, e que essa modalidade
de gestão foi regulamentada pela LDB e, posteriormente, rearma-
da, entre outros dispositivos, pelo Programa Nacional de Forta-
lecimento de Conselhos Escolares (Brasil, 2004), julgue o item a
seguir, relativos aos conselhos escolares, foro por excelência da
gestão democrática no ensino público.
Temas relacionados ao desenvolvimento de estratégias para a boa
gestão de recursos públicos recebidos por uma escola de rede pú-
blica de ensino não devem fazer parte de pautas de reunião do
respectivo conselho escolar, pois discussões dessa natureza não
constituem competência desse conselho.
( )Certo
( )Errado
QUESTÃO 7
2018 Banca: FADESP Órgão: IF-PA - Professor
A gestão democrática na escola exige a elaboração de um projeto
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QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
TREINO INÉDITO
Estudamos nesse capítulo que o resultado das políticas de descentrali-
zação para a educação se deram, sobretudo, pelas políticas de abertura
de vagas em massa, obrigatoriedade da educação escolar e municipa-
lização com maior controle local das atividades educacionais. Com o
enfraquecimento do poder do Estado na educação primária, qual foi o
mecanismo utilizado para regulação da educação e responsabilização
dos municípios?
Livros didáticos.
Supervisão constante do Ministério da Educação em todas as escolas.
Fiscalização por meio de câmeras nas escolas.
Avaliações externas aplicadas periodicamente nas escolas.
Avaliações internas escolares.
NA MÍDIA
GESTÃO DEMOCRÁTICA
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - GRUPO PROMINAS
Fonte: Infoescola
Datade acesso: 09 mar. 2019.
Leia a notícia na íntegra:
https://www.infoescola.com/educacao/gestao-democratica/
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NA PRÁTICA
Acesse o link:https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,a-constitui-
cao-de-1988-e-a-democracia-brasileira,70002568431
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GESTÃO ESCOLAR
DEMOCRÁTICA
GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA-PARTICIPATIVA NOS CON-
TEXTOS LEGAIS
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - GRUPO PROMINAS
52
Como estudamos até aqui, a luta pela democratização da so-
ciedade e da educação tem sido uma bandeira dos movimentos sociais
no Brasil desde o Movimento dos Pioneiros da Escola Nova. Podem-se
identificar em nossa história inúmeros movimentos, gerados na socie-
dade civil, que reivindicavam o amplo acesso a educação. O Estado,
por sua vez, vem se esforçando, ao longo dos anos, auxiliado pelos
Estados e Municípios, no sentido do atendimento às demandas sociais
por educação básica, porém, de forma focalizada e restritiva.
Em termos legais, desde 2009 há obrigatoriedade da educação
de 04-17 anos de idade, que conseguiu expandir a obrigatoriedade não
só para a educação infantil (pré-escola), como também para o ensino
médio, reivindicação de longa data, pois, a focalização até então se
dava desde 1996, com a LDB no ensino fundamental.
No entanto, mesmo com as alterações legais e com os avan-
ços em números, ainda temos no Brasil deficiência no atendimento as
crianças de zero a cinco anos, público da educação infantil, compromis-
so atribuído aos municípios, e os jovens, público do ensino médio, têm
um atendimento ainda insuficiente, pelo Estado.
Importante destacar que a democratização da educação não
se limita ao acesso à escola. O acesso é o início para o processo de
democratização, mas torna-se necessário também garantir que todos
que entram na escola tenham condições para nela permanecer com
equidade. Assim, a democratização da educação faz-se com acesso e
permanência; ou seja, ampliação com equidade e com qualidade. Mas
somente essas características não completam totalmente o sentido am-
plo da democratização da educação.
FIQUE LIGADO
Apesar da gestão democrática ter sido instituída em Lei
(9394/96), o que se percebe é que existe muita dificuldade em colocá-la
em prática, e também confusão em relação ao significado dela, e como
aplicá-la no contexto escolar.
55
Na descrição dos elementos que constituem a gestão demo-
crática o elemento mais importante é o da democratização da educação
(ARAÚJO, 2000). E ele se torna o caminho e a base da gestão de-
mocrática, isto é, participação, pluralismo, autonomia e transparência
não se instauram sem a cultura democrática. Aliado ao processo de de-
mocratização da educação, outro conceito está presente nas reflexões
desenvolvidas: a ideia de escola como espaço público. Isto é, sem o
sentido público, a escola não tem como garantir a participação e trans-
parência.
Assim, pode-se afirmar que a democracia e o sentido público
da prática social da educação são fundamentos da gestão democrática.
Ocorre que toda a fundamentação da gestão democrática precisa de
uma base concreta para que consiga ser viabilizada.
Os espaços mais propícios para discussões e reflexões são
os conselhos deliberativos e consultivos, os grêmios estudantis, as reu-
niões, as assembléias e as associações, assunto que será tratado no
próximo módulo. A partir desses espaços de prática democrática são
deliberados e construídos os objetivos escolares que a comunidade es-
colar almeja.
56
zados para se alcançar as metas estabelecidas. (BRASIL, 2014).
Destaca-se que o plano que se findou em 2010 previu que os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios elaborassem planos dece-
nais correspondentes, no entanto, ao final do período de vigência do
Plano Nacional, praticamente metade dos Estados e dos Municípios
ainda não havia elaborado seus respectivos planos. Além da restrição
de recursos, a falta de centralidade do Plano, na formulação da política
nacional de educação, a ausência de regulamentação sobre a colabo-
ração entre os entes federados, bem como a cultura política brasileira,
por vezes contrária à construção democrática de planos de longo prazo,
têm sido consideradas explicações para esta situação, a qual se espera
transformar com a formulação do novo PNE e outras ações voltadas à
participação nos processos de construção e revisão dos Planos Esta-
duais e Municipais de Educação. (BRASIL, 2014).
Nesse sentido, o novo Plano Nacional de Educação (PNE),
sancionado em junho de 2014, estabeleceu a elaboração e a revisão
dos planos municipais e estaduais de educação, a partir de amplos pro-
cessos participativos e embates dos vários sujeitos da sociedade sobre
a educação, conforme o Art. 8º “os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
nicípios deverão elaborar seus correspondentes planos de educação,
ou adequar os planos já aprovados em lei, em consonância com as
diretrizes, metas e estratégias previstas no PNE, no prazo de 1 (um)
ano” (BRASIL, 2014).
O (PNE 2014-2024) Plano Nacional da Educação, Lei
13.005/2014 substitui o PNE (2000-2011) com o objetivo de diminuir
várias inconsistências educacionais no Brasil. A formulação desse plano
teve ampla participação nacional e debatido com diversas entidades,
59
mento dos planos, nota-se a seguir:
61
No entanto, nesse primeiro biênio, assim como observado na
primeira proposta do Plano Nacional de Educação Lei n°010172/2001
a problemática enfrentada encontra-se principalmente centrada no fi-
nanciamento educacional, sobretudo após a aprovação da emenda
Constitucional 95, relacionada à PEC 241-55/2016) que determinou
que nenhum investimento em áreas sociais poderá exceder o reajuste
inflacionário por 20 anos, congelando assim o investimento em novas
escolas, valorização dos profissionais de educação, enfim, atravancan-
do várias, se não todas as 20 metas estabelecidas no Plano, aliado e
esse problema, enfrentamos no Brasil, nesse momento grave crise eco-
nômica e instabilidade política, que tem causado enfraquecimento das
instancias de participação e fragilização da democracia.
Diante do cenário apresentado, a proposta desse projeto não
pode ficar enfraquecida, pois, apesar das adversidades, as escolas e
sistemas municipais de educação estão em funcionamento, escolas es-
tão fazendo políticas a todo o momento; de acordo com Ramos e Santa-
na (2018) as políticas são colocadas em ação em condições materiais,
com diferentes recursos, em relação a determinados “problemas”, para
esse autor
62
A BNCC E A GESTÃO DEMOCRÁTICA
63
ções e trabalhos em grupos. Essas abordagens permitem acompanhar
o desenvolvimento das competências, identificar dificuldades e planejar
práticas específicas para permitir que todos avancem.
A Base trata também de como o conhecimento adquirido pelo
estudante será utilizado. Ao colocar a avaliação a serviço da aprendi-
zagem, e não como mecanismo de punição ou recompensa, a escola
alinha sua prática com o princípio de equidade, central na BNCC.
O Projeto Político Pedagógico da escola deve refletir princí-
pios da BNCC.
É neste documento que a escola registra seus objetivos e os
meios que pretende utilizar para alcançá-los. Ele abrange currículo –
que deverá conter as aprendizagens essenciais previstas na BNCC –,
a definição das metodologias de ensino da instituição e os recursos
disponíveis. Em sua construção também precisam ser considerados o
contexto local e a relação entre todos os atores da comunidade escolar.
Reportagem:https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/3/o-
-que-acontece-na-sua-escola-com-as-novas-competencias
Vídeo:portal.mec.gov.br/component/tags/tag/37551?s-
tart=20
64
Enfim, concluímos que a forma como será aplicada a BNCC
nas escolas ainda é uma novidade, no entanto, se considerarmos que o
currículo na escola deverá perpassar também pelo seu projeto político
pedagógico, e que o currículo, pensando no que estudamos até aqui
sobre democracia, deve ser construído coletivamente, a equipe diretiva
terá que encontrar meios para a participação democrática dos membros
escolares.
Nesse módulo, após estudarmos o percurso histórico da admi-
nistração/gestão no Brasil, percebermos as teorias educacionais e de
currículo que permearam a educação desde 1930 - época que em que
surgem os primeiros escritos no Brasil sobre administração escolar - e
no segundo capítulo, aprofundamos no termo mais utilizado na gestão
de escolas atualmente: gestão democrática.
A gestão democrática depende de vários fatores, entre eles o
conhecimento aprofundado do termo e os meios de efetivação da mes-
ma, tanto por parte da equipe diretiva, quanto por parte da comunidade
escolar, pois, a gestão democrática é exercida por todos os membros
envolvidos, direta e indiretamente com a escola, portanto, requer co-
nhecimento não só dos profissionais da educação, mas vontade de par-
ticipação dos professores, funcionários e pais de alunos e, sobretudo,
engajamento dos mesmos aos objetivos escolares traçados por eles no
Projeto Político Pedagógico da escola.
Nesse módulo foram listados os dispositivos de leis que garan-
tem o exercício da gestão democrática da escola pública. Percebe-se
que não só a gestão das escolas de forma participativa, mas a partir
da constituição diversos âmbitos da sociedade, constituem instâncias
de participação/regulação popular, por meio das instituições auxiliares,
66
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: IDECAN Órgão: AGU Prova: IDECAN - 2019 - AGU
- Técnico em Assuntos Educacionais.
O planejamento educacional, considerado por Calazans (1990) uma
ação de cunho técnico e político, constitui elemento fundamental ao
bom desenvolvimento dos processos educativos. Em se tratando do
planejamento macro da educação brasileira, tem-se como referência o:
A) PNAE
B) PDDE
C) PNE
D) PNAIC
E) PNAD
QUESTÃO 2
FUMARC - 2018 - SEE-MG - Professor de Educação Básica .
“A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de
caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo
de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desen-
volver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de
modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e
desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano
Nacional de Educação (PNE)”. (Fonte: BRASIL, 2017, p. 7). Consi-
derando a concepção presente no texto, analise as afirmativas a
seguir:
A) A BNCC reconhece que a Educação Básica deve visar à formação
67
Está CORRETO apenas o que se afirma em:
a) I e II.
b) III e IV.
c) I e III.
d) II e IV.
e) II e III.
QUESTÃO 3
Provas: FUMARC - 2018 - SEE-MG - Professor de Educação Básica.
Sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), homologada em
dezembro de 2017 pelo Ministério da Educação, NÃO é correto afir-
mar:
a) A contribuição mais significativa da BNCC é o de substituir os currí-
culos das disciplinas escolares das redes públicas federal, estaduais e
municipais, na medida em que determina o que deve ser ensinado em
cada escola.
b) Determina os conhecimentos e as competências que os estudantes
devem desenvolver ao longo da escolaridade, sendo orientada por prin-
cípios éticos, políticos e estéticos.
c) Fruto de amplo debate com diferentes atores do campo educacional
e com a sociedade brasileira, a BNCC tem o propósito de contribuir com
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
d) Trata-se de um documento de referência, de caráter normativo, que
define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos
brasileiros devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da
Educação Básica.
e) Uma das finalidades da BNCC é contribuir com a superação da frag-
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 4
CONPASS - 2018 - Prefeitura de Serra Grande - PB - Orientador
Pedagógico
O texto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovado
pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), orienta os currículos
da educação básica e estabelece:
a) os conhecimentos, competências e habilidades que se espera que
todos os estudantes desenvolvam ao longo da Educação Infantil e do
Ensino Fundamental.
b) os conhecimentos e as habilidades que se espera que todos os estu-
dantes desenvolvam durante toda a Educação Básica.
c) que só será posto em prática, após a aprovação por um grupo de
68
entidades e universidades que pediram a suspensão do mesmo na se-
mana passada.
d) as competências básicas que garantem aos estudantes ingressarem
no mercado de trabalho, ao final da Educação Básica.
e) os conhecimentos que se espera que todos os estudantes e pessoas
com deficiência desenvolvam até o final da Educação Básica.
QUESTÃO 5
FGV - 2018 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Professor Licenciado.
De acordo com o MEC, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
é um documento de caráter normativo que define o conjunto or-
gânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os
alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da
Educação Básica. Sobre esse documento, é INCORRETO armar
que:
a) define os currículos dos sistemas e redes de ensino das Unidades
Federativas;
b) estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se es-
pera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade
básica;
c) é referência nacional e obrigatória para a formulação dos currículos
dos sistemas e das redes escolares;
d) define as aprendizagens essenciais que todos os alunos devem de-
senvolver ao longo da educação básica – de forma progressiva e por
áreas de conhecimento;
e) foi criado em observância à legislação nacional relativa ao campo da
educação.
QUESTÃO 7
Provas: AMAUC - 2018 - Prefeitura de Ipumirim - SC - Professor
Assinale a alternativa não condizente com um objetivo do PNE -
Plano Nacional de Educação, aprovado pela Lei nº 10.172/2001.
a) A melhoria da qualidade do ensino apenas no nível fundamental.
b) A elevação global do nível de escolaridade da população.
c) A redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao aces-
so e à permanência, com sucesso, na educação pública.
d) A participação das comunidades escolares em conselhos escolares
ou equivalentes.
e) A Democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimen-
tos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais
da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola.
TREINO INÉDITO
A BNCC é normativa e tem por objetivo estruturar “dar liga” nos cur-
rículos das escolas de todo o Brasil, no entanto, devemos considerar
também que cada escola tem suas especificidades, que estarão expos-
tas no Projeto Político Pedagógico (PPP) da unidade escolar. Como o
diretor pode garantir meios de participação da comunidade escolar na
elaboração do PPP?
NA MÍDIA
NA PRÁTICA
71
GABARITOS
CAPÍTULO 01
Questões de concursos
01 02 03 04 05
D Errado C A A
06 07
Errado A
TREINO INÉDITO
Gabarito: C
CAPÍTULO 02
Questões de concursos
01 02 03 04 05
A D A C Certo
06 07 08 09 10
Certo C
72
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO
DE RESPOSTA
TREINO INÉDITO
Gabarito: D
CAPÍTULO 03
Questões de concursos
01 02 03 04 05
C E A A A
06 07
D A
A meta 19 do Plano Nacional de Educação estipulou que até 2016 os TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - GRUPO PROMINAS
TREINO INÉDITO
Gabarito: C
73
BNCC: Base Nacional Comum Curricular
74
ARAUJO, A. C. Gestão democrática da educação: a posi-
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75
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR - GRUPO PROMINAS
78