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PSICOLOGIA E
SOCIOLOGIA DO
TRABALHO
Breve Histórico do Desenvolvimento da Psicologia
e da Sociologia do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Origem da Sociedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Influências para a Administração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Princípios da Administração Científica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Relação Social Capital/Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Aspectos Psicológicos no Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Psicologia do trabalho tão simples, visto que tais mudanças influenciam diretamente seu
significado.
A Abordagem Clássica da Administração procede dos efeitos A etimologia da palavra “trabalho” remete ao vocábulo latino
da Revolução Industrial, basicamente do crescimento acelerado e de- tripalium, que designa um instrumento de tortura composto por três
sorganizado das empresas. Isso exigiu a substituição do empirismo paus entrecruzados com a finalidade de causar desconforto no indi-
e da improvisação utilizados até então, além da necessidade de au- víduo torturado (CORTELLA, 2013). No dicionário, trabalho significa
mentar a eficiência e a competência das empresas em obter o melhor “esforço incomum, luta, lida”, “conjunto de atividades, produtivas ou
rendimento dos seus recursos e fazer face à concorrência que crescia criativas, que o homem exerce para atingir determinado fim”, “exer-
entre as organizações.. cício efetivo dessa atividade” (HOUAISS, 2001). O termo também
A Psicologia permaneceu subordinada à Filosofia até parte do está relacionado à criação intelectual, como discursos ou disserta-
século XIX, quando, juntamente com a eclosão da Revolução Indus- ções, uma vez que, para alguns autores, estudar também configura
trial, adquiriu independência, unindo-se aos interesses das indústrias. trabalho.
Inicialmente, surgiu uma área da Psicologia, chamada psicologia in- Por muito tempo, foi comum relacionar o trabalho a uma es-
dustrial, que tinha como base as teorias administrativas. As principais fera social inferior, mas, com o desenvolvimento das sociedades,
tarefas pelas quais essa área era responsável eram a seleção e a fizeram-se necessárias algumas mudanças e, na contemporaneidade,
colocação do profissional no mercado de trabalho. Posteriormente, a o trabalho deixou de ter o sentido de desonra, passando a ser enten-
psicologia industrial passou a trabalhar também com orientação vo- dido como uma possibilidade de realização pessoal e social, fonte de
cacional e estudos sobre as condições de trabalho (SANTOS, 2001). dignidade.
Santos (2001) afirma que, devido à grande influência da escola Entretanto, é importante salientar que:
das Relações Humanas, criada por Elton Mayo, psicologia industrial
tinha como um de seus principais objetivos fazer com que a motiva-
ção estivesse presente nas indústrias, incentivando os trabalhadores
A sociologia do trabalho é o ramo da ciência que estuda a
a trabalhar. Outro objetivo era que a liderança surgisse na prática
categoria trabalho em seu aspecto mais abrangente, podendo
produtiva criada pelos chefes e, ainda, que a comunicação adequa-
reconhecer essa categoria, simplesmente, como toda ativida-
da auxiliasse, de forma apropriada, a circulação das informações e
de desenvolvida com finalidade de atender às necessidades
decisões.
humanas.
Segundo Siegel (apud SANTOS, 2001), durante a Segunda
Guerra Mundial, desenvolveram-se técnicas de treinamento, coloca- Rubem Valente
ção e classificação de pessoal e avaliação de desempenho. Já no
período pós-guerra, estabeleceu-se também o psicodrama de Moreno
e a dinâmica de grupos de Lewin, técnicas desenvolvidas para estu- Conforme Rubem Valente, podemos salientar três aspectos im-
dar os conteúdos individuas nas relações sociais em diferentes con- portantes que envolvem o trabalho: ação, necessidade e coerção.
textos e situações. Após a crise do fordismo, a psicologia industrial
passou a se chamar psicologia organizacional (GOULART; SAMPAIO
apud SANTOS, 2001). Trabalho como ação
Assim, iniciou-se, no final de 1950, a prática chamada de psi-
cologia organizacional, que não operava unicamente na prática do Aderir às tarefas livremente e movido por desejo caracteriza
trabalho, mas também nas estruturas das organizações. Entretanto, ação. Nesse aspecto, as atividades exercidas pelo trabalhador rela-
a psicologia organizacional não se separou da psicologia industrial, cionam-se com o prazer de executá-las.
apenas ampliou seus setores de trabalho (SANTOS, 2001).
Sociologia do trabalho
Dadas as grandes mudanças que o mundo contemporâneo
vem enfrentando, a investigação sociológica permanece como um
instrumento essencial para a reflexão sobre essas transformações e
seus impactos sociais. Nesse sentido, vamos pensar aqui sobre as
transformações no mundo do trabalho e sobre a reestruturação da
atividade produtiva na sociedade atual.
Conceito de trabalho
O trabalho sempre foi muito significativo na vida humana. Está
tão presente que, por vezes, parece algo fácil de conceituar. Porém,
se pensarmos nas transformações sociais, veremos que não é algo
Anotações:
Ranelletti afirma que o Homem desde a época mais remota, Essas manifestações devem atender a três requisitos:
por mais rude e selvagem que possa ser sua origem, sempre foi e é
encontrado em convivência com outros. ● Reiteração: só por meio de manifestação conjunta e frequen-
te, que parta da integralidade social, haverá condições para
que os objetivos sejam alcançados.
O Cortiço, de Aluísio Azevedo ● Ordem: as manifestações devem poder ocorrer de forma que
(1890) é o mais expressivo ro- o bem comum possa prevalecer. Existem inúmeras possibilida-
mance naturalista brasileiro. Seu des de escolha entre os homens e as ações humanas. Deve-
foco é a população anônima e mos pensar na ordem universal primeiramente ao efetuarmos
marginalizada do Rio de Janeiro nossas escolhas.
do século XIX, ou seja, o cotidiano ● Adequação: cada grupo deve ter conhecimento sobre as neces-
de um cortiço. Lavadeiras, operá- sidades e probabilidades da realidade social para não ampliar os
rios, prostitutas, mascates, enfim, atos das manifestações no sentido contrário ao do bem comum.
uma expressiva variedade de per-
fis humanos compõe a narrativa O mesmo autor afirma que, para Montesquieu, existem tam-
do romance, cujo autor demons- bém leis naturais que levam o homem a escolher a vida em socieda-
tra preocupação em registrar e de. Essas leis são as seguintes:
analisar à luz da ciência os males
da sociedade brasileira da época. ● “o desejo de paz;
● o sentimento das necessidades, experimentado principalmente
na procura de alimentos;
● a atração natural entre os sexos opostos, pelo encanto que
inspiram um ao outro e pela necessidade recíproca;
● o desejo de viver em sociedade, resultante da consciência que os
homens têm de sua condição e de seu estado” (DALLARI, 2012).
Após...
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O sistema Toyota
A formação do sistema Toyota de produção foi realizada por
Eiji Toyoda, da família proprietária da Toyota, e Taiichi Ohno, o chefe
da engenheira da empresa. Ambos concluíram que o sistema Ford
não poderia funcionar na Toyota, a qual, à época, era menor e neces-
sitava de soluções eficientes e menos caras. Ao longo de vinte anos,
Ohno e Toyoda estabeleceram os princípios que formam a base do
sistema Toyota de produção: eliminação de desperdícios e produção
de veículos com qualidade (MAXIMIANO, 2000).
Eliminação de desperdícios
Para os japoneses, a precaução e a abundância utilizada pelos
ocidentais como recurso de proteção das empresas nas emergências
era o desperdício. O sistema Toyota eliminou-o aplicando a filosofia
do just-in-time e racionalizando o trabalho. Just-in-time significa pro-
duzir apenas o necessário, no momento certo (MAXIMIANO, 2000).
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Os primeiros estudos sobre o sentido do trabalho foram feitos significado muito grande, o que os fazem superar as más condições
por Hackman e Oldhan (1975), dois psicólogos que pensaram na re- de trabalho, os esforços, o sofrimento e a dor. A autora afirma, ainda,
lação da qualidade de vida no trabalho e o sentido deste. Segundo que, mesmo em um trabalho alienado, há lugar para que o indivíduo
os autores, a existência de sentido no trabalho é de grande valor e encontre sentido no desempenho de suas atividades.
verdadeiramente necessária para quem o está realizando. Observam- Alguns operários vivenciam um sentimento de valorização pes-
-se três características fundamentais que envolvem o sentido do tra- soal e familiar, mesmo aqueles que associam o trabalho somente às
balho: questões financeiras. Outros, no entanto, apresentam uma marcante
inquietação com a autonomia financeira, que influencia a forma como
● Variar os afazeres, possibilitando ao trabalhador que utilize
atuam na construção da vida da própria família. No que diz respeito
as mais diversas competências, para que possa ocorrer uma
ao sentido do trabalho, os trabalhadores analisados por D’Acri exalta-
identificação do trabalhador com a tarefa que está sendo exe-
ram experiências como a realização das atividades, as formas como
cutada.
resolviam as dúvidas ou problemas, o insucesso com as tarefas pres-
● Oportunizar ao trabalhador uma ampla visão sobre todo o pro- critas, das quais não participavam, a inovação e a criatividade para
cesso que envolve a tarefa que por ele está sendo executada atender à execução do trabalho.
– desde o início até o final da operação –, permitindo a ele,
Após analisarmos tantos sentidos e significados atrelados ao
assim, perceber seu significado e refletir sobre a contribuição
trabalho, observamos que o conceito de tal termo pode ser cons-
para o ambiente social, autonomia, liberdade e independência.
truído coletivamente em determinado contexto histórico, econômico
Essas noções definirão o empenho que será dispendido por
e social. Além disso, é caracterizado por ser uma produção pessoal
ele na realização das tarefas, aumentando sua sensação de
ligada às expectativas individuais dos significados coletivos, nas ex-
responsabilidade sobre elas.
periências obtidas no cotidiano.
● O retorno (feedback) referente ao desempenho apresentado
Cabe salientarmos que existem casos em que o trabalho como
pelo trabalhador nas atividades realizadas, oferecendo ao in-
forma apenas de coerção pode levar o indivíduo ao adoecimento. É
divíduo a oportunidade de fazer as mudanças necessárias e
nesse contexto que surgem as psicopatologias do trabalho.
obter uma melhora na sua atuação.
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