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influenciar a produção - geraram uma reação a

A psicologia do trabalho escola clássica de administração.


↪ tais estudos afirmavam que ao lado da
em três faces organização formal (focalizada nas autoridades e
responsabilidades) deve existir a organização
• A psicologia do trabalho surgiu no século XIX e teve informal (que focaliza nas pessoas e suas relações).
três grandes momentos, que foram: a fase industrial,
a fase organizacional e a fase organizacional e do • As relações humanas foram criadas em um
trabalho. contexto taylorista e criticam sua visão de homem, no
entanto não trouxeram qualquer alternativa aos
Evolução teórico-prática da processos de produção.
Psicologia do Trabalho
Novas perspectivas
• O ponto de partida é o início do séc. XX, quando a
Revolução Industrial já estava consolidada e o • Em 1925, foram publicados trabalhos sobre
Taylorismo era a ideologia administrativa que estava Motivação, Comunicação e Comportamento de
em cena (obtendo aumentos de produção através de Grupo.
técnicas de maior controle sobre o trabalho e da
lógica de produção em massa). • Esses estudos não transformaram a organização
taylorista, mas foram acolhidos como uma forma de
• A Psicologia de então, procurava distanciar-se da reduzir os efeitos da organização mecanicista, através
Filosofia e entrar no clube seleto das ciências da melhora de relacionamento entre os empregados.
humanas, possuía como pilares a psicologia das
diferenças individuais, o funcionalismo e o OBS: organização mecanicista – marcada pela
behaviorismo. rigidez e dava ênfase no aumento dos lucros.

• Nesse contexto, a Psicologia do Trabalho assume a


sua primeira face, que surge atrelada aos interesses Frutos da Primeira Face da
das indústrias. Psicologia do Trabalho
1ª face • Durante a Segunda Guerra Mundial, foram
desenvolvidas técnicas de colocação de pessoal,
• Resumia-se inicialmente à seleção e colocação treinamento, classificação de pessoal e avaliação de
profissional. desempenho.

• As técnicas utilizadas se pautavam basicamente na • No pós-guerra se constituíram outras praticas sob o


utilização da psicometria, que envolvia testes apoio da escola de relações humanas. O psicodrama
psicológicos – calcados em traços da personalidade e e a sociometria seriam aplicados ao trabalho, assim
comportamento. como a teoria de dinâmica de grupos.

• Outro pressuposto acolhido na Psicologia Industrial • Nesse mesmo período, temos um conjunto de
foi o da “Lei da Fadiga” – quanto um homem temas já consagrado à área da Psicologia Industrial:
poderia “agüentar”, para determinar a quota de a seleção (com base na psicometria), a classificação
produção dos empregados. de pessoal, a avaliação de desempenho, as condições
↪ a partir disso era feito o treinamento dos de trabalho, o treinamento e a liderança.
empregados. ↪ Um laço que aproxima todas essas práticas
aparentemente diferentes entre si é que, por serem
• Esse campo também se pautou em estudos sobre as temas da Psicologia Industrial, são todos voltados aos
condições de trabalho (visando o aumento da postos de trabalho e não se envolve com a estrutura
produtividade). das organizações.
• Em 1924, os estudos de Hawthorne – que tinham
como tese básica como as relações humanas podem
• Com a crise mais ampla do modelo de • Ainda dentro da segunda face da Psicologia do
desenvolvimento, essas técnicas vão se tornando Trabalho, surge o conceito de ARQUITETURA
ineficientes. Entramos então no ponto de surgimento SOCIAL.
da segunda face da Psicologia do Trabalho. ↪ A arquitetura social seria o conjunto da
“cultura organizacional”, ou seja, a missão, a
2ª face visão e os valores de uma organização.

• Com a alteração econômico-social, as organizações • Essa visão tem impacto nas praticas tradicionais – o
produtivas foram levadas a se transformarem, e as paradigma institucional sai de procurar a pessoa
práticas e os modelos que serviam bem à certa para o lugar certo e passa para a adequação
Administração Clássica da Produção, mesmo do candidato aos valores defendidos pela
adaptadas segundo algumas contribuições da escola organização.
de relações humanas não são mais suficientes para
subsidiar a produtividade das empresas.
• Críticas à Psicologia Organizacional :
• A Psicologia Organizacional surge então à medida
que os psicólogos deixaram de estudar apenas os - Criticas ao seu caráter de engenharia social;
postos de trabalho para contribuir também na - Orientação Tecnocrática e sua falta de interesse no
discussão das estruturas da organização. simbólico;
↪ No passado o pressuposto era de que os seres - Busca pela eficácia, desempenho e produtividade
em curto prazo;
humanos foram feitos para adaptar-se a indústria,
- Culpabilizar a Organização pelas mazelas do
em vez de se suceder o contrário.
empregado.

OBS: A Psicologia Organizacional não foi uma


• No início dos anos 70, a Administração consolidou
ruptura radical com a Psicologia da Indústria. Foi
uma escola contingencialista na qual se procura
uma ampliação do seu objeto de estudo, uma vez
estudar os efeitos do ambiente e da tecnologia no
que os psicólogos continuavam atrelados ao
contexto da organização do trabalho.
problema da produtividade das empresas.

• O caráter instrumental da Psicologia OBS: O contingencialismo defende a visão de que


Organizacional acabou por supervalorizar as teorias não existe uma única estrutura organizacional que
comportamentais na Psicologia, que maximizam a pode ser aplicada a todas as organizações da mesma
influência do ambiente no comportamento humano forma, pois as empresas, os ambientes e os fatores
e minimizam as influências intrapsíquicas, reduzindo- contingenciais são diferentes.
as ao âmbito da satisfação - novo tema que surgiu
dentro dos estudos de motivação.
• Foi a partir dos estudos do contingencialismo que se
• Um campo novo dentro do contexto da Psicologia observou uma nova convergência entre a Sociologia
do Trabalho (relações sociais no mundo do trabalho),
Organizacional que surgiu no período do pós-guerra
a Administração e a Psicologia do Trabalho.
são os estudos de comportamento do consumidor –
integrar as pessoas não só dentro da organização,
• E a partir disso surge a terceira face da Psicologia
mas fora também.
do Trabalho.

• Nos anos 1960, surgiram propostas de mudança nas


3ª face
organizações (= desenvolvimento organizacional –
DO) com a participação da Psicologia • “A Psicologia do Trabalho tem como ponto central
Organizacional. o estudo e a compreensão do trabalho humano em
↪ As características do ambiente passam a ser todos os seus significados e manifestações”
consideradas no ato de gestão – pois o ambiente
• Foco não mais na produtividade, mas na busca de
poderia influenciar na eficácia (melhores resultados).
compreensão do homem que trabalha - Isso implica
no aumento do campo de visão do pesquisador, que
a partir desse momento consegue discutir temas que
eram até então proibidos, esquecidos ou
negligenciados.

• Quando se começa a pensar o trabalho humano


em todas as manifestações, isso também se relaciona
a dimensão intrapsiquica – Dessa forma a
aproximação com a psicanálise é inevitável.
↪ Seu objeto de trabalho são os processos
inconscientes das relações interpessoais e grupais no
conjunto das práticas institucionais e seu objetivo é
promover a saúde e o bem estar dos integrantes da
instituição.

• A grande diferença entre a Psicologia do Trabalho


e suas antecessoras é que, na primeira, há um lugar
para vislumbrar o homem como sujeito desejoso
(motivado á algo/por algo) e seus esforços se voltam
para a saúde e o bem-estar humano,
independentemente do aumento ou não da
lucratividade e produtividade das organizações
produtivas.

• A terceira face se preocupa com a compreensão do


trabalho humano, em primeiro lugar.

• A área da saúde mental e do trabalho revitaliza-se


por meio de diversas linhas de pesquisa e intervenção
que se constituem e reconstituem nos últimos anos.

• Postas a complexidade do fenômeno humano e a


especificidade do fenômeno humano no trabalho,
consideramos a interdisciplinaridade a via presente e
futura da Psicologia do Trabalho. Compreendemos,
portanto, que teorias, conceitos e atividades gerados
em outros campos do saber são relevantes à
construção de uma visão mais ampla do homem que
trabalha e do trabalho do homem.

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