trabalho, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-
Ergonomia esqueléticos relacionados ao trabalho, segurança e
➤ O que é ergonomia?
• É considerada uma disciplina científica que trata
das interações entre pessoas, sistemas de trabalho e
tecnologias, e da aplicação de teorias e métodos,
visando adaptar o trabalho às características dos
indivíduos que trabalham.
• A ergonomia inicia-se com o estudo das
características do trabalhador para, depois, projetar
o trabalho que ele consegue executar, preservando a
sua saúde.
• Reconhecida como um subcampo de atuação da
Psicologia do Trabalho.
Definição e objetivos da Ergonomia
• Existem diversas definições de Ergonomia, no
entanto todas procuram ressaltar o caráter
interdisciplinar e o seu objeto de estudo, que é a
interação entre o homem e o trabalho, no sistema
homem-máquina-ambiente.
• Tem uma visão ampla, abrangendo atividades de
planejamento e projeto, que ocorrem antes do
trabalho ser realizado, e aqueles de controle e
avaliação, que ocorrem durante e após esse trabalho;
• Os praticantes da ergonomia são chamados de
ergonomistas e realizam o planejamento, projeto e
avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos,
ambientes e sistemas, tornando-os compatíveis com
as necessidades, habilidades e limitações das pessoas.
• Os ergonomistas devem analisar o trabalho de
forma global, incluindo os aspectos físicos, cognitivos e
organizacionais.
Domínios especializados da Ergonomia
• Frequentemente, os ergonomistas trabalham em
domínios especializados, abordando certas
características específicas do sistema, tais como:
Ergonomia Física: Ocupa-se das características da
anatomia humana relacionados com a atividade
física. Os tópicos relevantes incluem a postura no
saúde do trabalhador e etc.
Ergonomia Cognitiva: Ocupa-se dos processos
mentais, relacionados com as interações entre as
pessoas e outros elementos de um sistema. Os tópicos
relevantes incluem a carga mental, tomada de
decisões, interação homem-computador, estresse e
treinamento.
Ergonomia Organizacional: Ocupa-se da
otimização dos sistemas sócio-técnicos, abrangendo
as estruturas organizacionais, políticas e processos. Os
tópicos relevantes incluem comunicações, projeto de
trabalho, programação do trabalho em grupo e etc.
Objetivos básicos da Ergonomia
• Identificar os fatores que influem no desempenho
do sistema produtivo e procura reduzir as suas
consequências nocivas sobre o trabalha-dor. Assim,
ela procura reduzir a fadiga, estresse, erros e
acidentes, proporcionando segurança, satisfação e
saúde aos trabalhadores.
OBS: A eficiência virá como consequência, uma vez
que não se aceita colocar a eficiência como objetivo
principal da ergonomia, porque ela, isoladamente,
poderia justificar medidas que levem ao aumento
dos riscos, além do sacrifício e sofrimento dos
trabalhadores.
Fatores que influenciam no sistema
produtivo
• Saúde - a saúde do trabalhador é mantida
quando as exigências do trabalho e do ambiente não
ultrapassam as suas limitações energéticas e
cognitivas;
• Segurança - a segurança é conseguida com os
projetos do posto de trabalho, ambiente e
organização do trabalho, que estejam dentro das
capacidades e limitações do trabalhador, de modo a
reduzir os erros, acidentes, estresse e fadiga.
• Satisfação - satisfação é o resultado do
atendimento das necessidades e expectativas do
trabalhador. Contudo, há muitas diferenças
individuais e culturais.
• Eficiência - eficiência é a consequência de um bom
planejamento e organização do trabalho.
Nascimento e evolução da Ergonomia
• A preocupação em adaptar o ambiente natural e
construir objetos artificiais para atender às suas
conveniências, sempre esteve presente nos seres
humanos desde os tempos remotos, quando o
primeiro homem pré-histórico escolheu uma pedra
de formato que melhor se adaptasse à forma e
movimentos de sua mão.
• Entretanto, foi durante o período da revolução
industrial que aumentou essa preocupação em
adaptar as tarefas às necessidades humanas –
regime de semi-escravidão nas fábricas.
• Os estudos mais sistemáticos sobre o trabalho
começaram a ser realizados a partir do final do
século XIX, época que surge, o movimento da
administração científica, que ficou conhecido como
taylorismo.
• Um dos marcos mais importante na historia da
Ergonomia foi a eclosão da II Guerra Mundial (1939-
1945), os conhecimentos científicos e tecnológicos
disponíveis foram utilizados ao máximo, para
construir instrumentos bélicos, que exigiam muitas
habilidades do operador, em condições ambientais
bastantes desfavoráveis e tensas, no campo de
batalha.
• Tudo isso fez redobrar o esforço de pesquisa para
adaptar esses instrumentos bélicos às características e
capacidades do operador, melhorando
desempenho e reduzindo a fadiga e os acidentes.
• Como "sub-produto" do esforço bélico, seguiram-se
as reuniões na Inglaterra, que marcaram o início da
ergonomia (nasceu no dia 12 de julho de 1949), agora
em tempo de paz. Os seus conhecimentos passaram a
ser aplicados na vida "civil" a fim de melhorar as
condições de trabalho e a produtividade dos
trabalhadores e da população em geral.
Taylorismo e a Ergonomia
A escola de relações humanas
• Surgiu em consequência de uma famosa
experiência realizada por Elton Mayo na empresa
Western Electric, situado em Hawthorne, EUA.
• A pesquisa verificou os efeitos das relações sociais,
da sensação de valorização e da observância elevam
a produtividade (não só o retorno financeiro).
• O taylorismo sempre analisava o trabalhador
isoladamente, associando os rendimentos deles a
fatores físicos e a incentivos financeiros. Porém, o
efeito Hawthorne mostrou que há "algo mais". O
ambiente social e os relacionamentos humanos
seriam tão motivadores quanto o ambiente físico e os
incentivos salariais.
• Isso levou o Mayo a propor uma "humanização" da
produção, criando incentivos morais e psicológicos.
Iniciou, assim, a prática das relações humanas, com
estímulos para a criação de uma atitude positiva no
trabalho e substituição do comportamento
individualista por uma atitude coletiva e
colaborativa – deu origem a Sociologia Industrial.
A visão atual
• Atualmente há um respeito maior às
individualidades, necessidades do trabalhador e
normas de grupo. Na medida do possível, procura-se
envolver os próprios trabalhadores nas decisões sobre
seu trabalho.
• As linhas de produção tayloristas, com divisão de
tarefas, podem ser substituídas por grupos
autônomos, com tarefas mais integradas – nesse
o
sistema produtivo, cada grupo se encarrega de fazer
um produto completo;
• É permitido que os trabalhadores escolham suas
tarefas, podendo haver rodízios periódicos dentro da
equipe para combater a monotonia e a fadiga. O
ritmo do trabalho é regulado pelo próprio grupo,
não sendo mais imposto pela regulagem mecânica
da velocidade de uma esteira transportadora.
• Comparando-se com o taylorismo, houve uma
transferência de responsabilidades sobre o
planejamento e controle do trabalho, da gerência,
para os próprios trabalhadores - os controles
continuam existindo. Mas, em vez de se controlar
individualmente, cada trabalhador, esses controles
foram direcionados para os aspectos mais globais da
produção e qualidade.
• Essa mudança trouxe mais liberdade e
responsabilidade aos trabalhadores, dando-lhes
maiores oportunidades para manifestação dos
talentos e individualidades de cada um.

Abrangência da Ergonomia

• No Brasil não existem cursos superiores para

formação de ergonomistas, mas são disponíveis vários
cursos de pós-graduação. Nas empresas, mesmo não
existindo departamentos especializados em
ergonomia, há diversos profissionais ligados à saúde
do trabalhador, à organização do trabalho e ao
projeto de máquinas e equipamentos. Entre esses
profissionais, destacam-se:
- Médicos do Trabalho; Engenheiros de Projeto;
Engenheiros de Produção; Engenheiros de Segurança
e Manutenção; Desenhistas Industriais; Analistas do
trabalho; Psicólogos; Enfermeiros e Fisioterapeutas;
Programadores de Produção; Administradores;
Compradores.

• É imprescindível o apoio da alta administração da

empresa para facilitar, encorajar ou até exigir o
envolvimento de todos esses profissionais na solução
de problemas ergonômicos.

• Contudo, ressalta-se que cada um deles tem um

viés próprio. Estão acostumados a ver o problema do
seu ponto de vista particular. Deverão ser feitos
esforços para derrubar as barreiras que separam as
profissões, para que eles passem a trabalhar
cooperativamente na solução de problemas – a
melhor forma de fazer isso é com a realização de
reuniões periódicas.

• A contribuição da ergonomia, de acordo com a

ocasião em que é feita, classifica-se em
concepção/identificação, correção, conscientização
acerca de um problema.